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Post on 27-May-2020
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UMA VISITA A ESQUINA DA COMUNICAÇÃO
Conhecer uma redação de jornal e de uma emissora de rádio por dentro.
Geralmente as pessoas que só veem os jornais nas bancas e ouvem os
locutores falando pelo receptor de rádio não imaginam como é a vida de um
jornalista nos bastidores. A tendência é a fantasia, usar a imaginação, formar
uma ideia de como são estas pessoas, achando que produzir informação é
uma coisa simples. A fábrica de noticias é bem complexa e isso um grupo de
alunos do CMET Paulo Freire pode ver de perto.
Dia seis de novembro de 2018, às 19 horas, indo a pé de carro ou de ônibus os
alunos da turma T3 Plus, da Educação de Jovens e Adultos, tinha encontro
marcado na chamada – Esquina da Comunicação, complexo formado pelo
Jornal Correio do Povo e Rádio Guaíba, localizado na Rua Caldas Júnior com a
Rua da Praia no Centro Histórico de Porto Alegre. Sim, houve certa confusão
no deslocamento tendo em vista os congestionamentos de um trânsito sempre
complicado num final de tarde e por ocasião da 64ª Feira do Livro que
acontece ali bem perto, na Praça da Alfândega. A professora Christina Popovic
precisou dar voltas na quadra até encontrar uma vaga para estacionar. Marina
se perdeu e foi parar no prédio dos Correios de Telégrafos. Nilza chegou antes
e esperou os demais na portaria, trabalhou na sexta-feira para sair mais cedo e
chegar no horário na terça.
O Nilson e os Franciscos Benites e Ciuro foram de ônibus, e assim como a
Nilza, erraram a porta do jornal, a entrada é pela Caldas Júnior e não pela Rua
dos Andradas como também é chamada a Rua da Praia.
No final, todos se encontraram para iniciar a visita, não sem antes posar para
uma foto na verdadeira porta de entrada.
Ah, o Edilson esquentou o banco da praça esperando a turma na Feira do Livro
e não apareceu nas fotos.
Preguiçosamente acomodados na sala VIP do prédio de quatro andares, um
amplo espaço contemplado com um sistema de ar condicionado de qualidade e
amplas, para não dizer enormes poltronas cinquentenárias foi hora de relaxar o
corpo.
Com um uisquinho, ficar para sempre num lugar fresquinho.
Mal deu tempo de se acomodar quando a editora-chefe Maria José
Vasconcelos (Zezé), acompanhada da repórter do Caderno de Ensino, Vera
Cunha, chegaram para recepcionar a comitiva que lamentou tanta pressa,
afinal o ambiente era de primeira, um convite para passar a noite.
As duas se mostravam impressionadas com os estudantes e demonstravam
um misto de admiração e gratidão com a presença dos visitantes.
- Um seleto grupo disse a Zezé.
- Gente comportada e interessada, reparou a Vera.
Outro motivo foi a diferença de idade e o equilíbrio entre homens e mulheres no
grupo.
Não demorou muito para que todos tivessem o primeiro contato com a redação
do jornal, todas as editorias perfiladas em suas mesas, jornalistas
concentrados na apuração e redação das notícias.
- Nunca tinha imaginado como eles escrevem, observou o Nilson.
O Francisco deu um pitaco no jornal do dia seguinte quando o editor geral do
Correio do Povo, jornalista Eugênio Bortolom mostrou a capa da edição de
quarta-feira.
- Não gostei de ver o Bolsonaro na capa.
Bortolom explicou que a imprensa é imparcial e precisa contemplar todos os
lados da informação.
Cada centímetro da redação do Correio do Povo foi vasculhada naquela noite.
Nem a galeria de fotos dos antigos e atuais funcionários do jornal foi poupada.
Olho clínico para descobrir alguém conhecido.
O prédio histórico onde funciona o complexo da Companhia Jornalística Caldas
Júnior preserva um antigo elevador chamado “gaiola”. Nilson, Nilza, Marina e
os dois Francisco riram demais quando souberam que um dia o elevador
trancou e o ex-presidente Lula ficou preso dentro dele. Observação: O elevador
gaiola é cercado de grades por todos os lados.
Sai do jornal, entra na rádio
A chefe de reportagem e locutora da rádio Guaíba, jornalista Sinara Félix,
esperou os visitantes no Estúdio Cristal, panorâmico, envidraçado, que fica no
andar térreo, bem na esquina da Caldas Junior com a Rua da Praia. As
pessoas que passam na rua podem assistir ao vivo os programas de rádio que
ali são apresentados. Lá de dentro, sentado na bancada como se estivessem
participando de um programa é possível sentir o clima de ser observado pela
multidão que passa na rua e acompanha através das caixas de som instaladas
na rua.
Depois, todos foram levados para o estúdio principal da emissora que fica no
terceiro andar. Ingressando no corredor de acesso foi possível observar os
estúdios de gravação e a central técnica.
Quando menos se esperava, numa ação completamente fora do roteiro onde
nada foi combinado, a Sinara abriu o estúdio com o programa no ar. Lá dentro
estavam Geison Lisboa e o Alemão Von Mitzen apresentando o programa de
esportes.
O grupo literalmente invadiu o estúdio e nada mais restou aos apresentadores
senão renderem-se ao “ataque surpresa”.
Em questão de minutos os invasores estavam acomodados ao redor da mesa
principal na frente dos microfones e sendo entrevistados ao vivo para os quatro
cantos do mundo.
A Nilza se apresentou com desenvoltura, disse o nome e de onde vinha e
porque escolheu estudar ao invés de ficar em casa vendo novela.
Marina contou que vai fazer 80 anos em janeiro que estuda faz vinte anos, que
não falta uma aula e, perguntada sobre o motivo do sotaque, respondeu que é
carioca. Questionada sobre sua energia toda foi segura e econômica nas
palavras.
- É da pele, vem da raça.
Francisco Ciuro contou que a tia dele têm 96 anos e tem uma pele de bebê.
- Lisinha como se tivesse 60 anos, disse ele.
O Francisco Benitez não gostou quando o alemão Von Mitzen fez um proposta
de casamento para a Marina oferecendo como dote duas vacas e uma leitoa
gorda além de umas galinhas.
O locutor insistiu com a Marina para saber mais da vida dela e recebeu a
seguinte resposta:
- Eu vim morar em Porto Alegre aos 57 anos e sonhei a vida toda em ir à
escola, uniformizada.
Marina não sabe por que o pai dela nunca a colocou na escola e observa:
- Deixa pra lá, agora tou estudando.
O Francisco Benites lamenta que na hora em que foi falar desligou o celular,
ele estava gravando os colegas e ficou sem a sua entrevista.
A professora Cristina falou sobre o Centro Municipal de Educação dos
Trabalhadores, sua vocação e sua história. Estendeu convite à comunidade
para prestigiar os 30 anos do CMET Paulo Freire.
Relato da Nilza - Cheguei em casa e falei pro meu filho o que tinha me
acontecida ele ficou me olhando, eu queria falar tudo ao mesmo tempo, não
dava espaço. Tava tudo muito ótimo, fiquei toda empolgada. Liguei pro marido,
ele me ouviu. Dormi feliz e hoje acordei legal, feliz com o passeio, foi nota dez.
O Francisco Ciuro trouxe na quarta (07) uma redação debaixo do braço que
dizendo assim: - Cheguei em casa ontem a noite e escrevi. Dei uma carona
para ele no caminho, bem na hora que a Sinara Felix ligou para dizer quje
estava muito grata com a visita, a Isabel Giusti (Bel), que foi quem organizou a
visita, também estava na ligação viva voz e falou com o Francisco. Este
anunciou que tinha feito uma redação sobre a visita e que iria entregar em
aula. – Vou mandar pra você, disse ele para a Bel.
O que trazem as escritas da Nilza e do Francisco
“Nós fomos hoje no Correio do Povo ver como se faz uma reportagem. Como
se escrevem os fatos diários da cidade de Porto Alegre. Lá eu pude falar do
Orçamento Participativo e da minha presença nas reuniões para que o CMET
Paulo Freire viesse para cá. Fiquei feliz por conhecer a redação do Jornal.”
(Francisco Ciuro)
“Dia 6 de novembro de 2018 Visita ao Correio do Povo
No dia seis de novembro de 2018 fizemos uma visita ao jornal Correio do Povo.
Os professores Flávio e Cristina nos acompanharam. Foi muito boa a visita,
conhecemos várias salas e a rádio Guaíba. No jornal vimos a capa e os
cadernos divididos em colunas que trazem notícias ou crônicas, datas
comemorativas, coluna social, esportes, aniversários, acidentes, crimes,
assaltos e o horóscopo. Aprendemos muito e nos alegramos com o passeio
orientado pelos professores. Esperamos outras visitas em museus e
bibliotecas, movimentos e história. Assinado - Nilza F. M. de Quadros”.
Durante a visita o Francisco Benitez fez uma revelação surpreendente ao dizer
para a professora Cristina que:
- Eu não gostava de matemática, mas, a professora me desmestificou.
A relação do que se viu na rádio e no jornal com o os
conteúdos ensinados na escola
Na História – 130 anos do jornal e 60 anos da rádio, nas cadeiras sentaram os
famosos como Brizola, Jango e Lula além do Mário Quintana que trabalhou no
Correio do Povo. Um dia o Quintana brigou porque não deixaram ele entrar no
elevador. Mandaram ir pela escada. O mesmo elevador que, certa vez, deixou
o Lula preso.
Na Cultura/Literatura - A memória que as paredes guardam, a arquitetura
entalhada em madeira de lei sobervada pelo Nilson. Os cadernos de cultura
que o jornal tem nas edições de fim de semana e a editoria de artes do dia-a-
dia com dicas de livro, cinema, teatro.
Nas Ciências – O antigo Telex como lembrou a Nilza e agora as novas
tecnologias onde tudo é feito por computador, desde as notícias até o envio
para a gráfica. As pessoas não precisam mais levar as noticias para a
impressora, elas são enviadas pela Internet. O jornal é impresso em várias
cidades do interior para facilitar a distribuição. A tecnologia também aparece no
rádio com a distribuição do sinal via aplicativos, pela Internet.
Na Geografia – Os jornais são levados de carro, de ônibus ou de caminhão
para todas as regiões do Rio Grande do Sul. Também são levadas de avião
para outros estados e países. Ou ainda disponibilizadas online na página do
jornal.
Na Matemática – O tamanho dos jornais, agora tabloide, menor e mais prático.
Ao contrário do antigo tamanho standard como continuam sendo a Folha e o
Estadão de São Paulo. Na matemática também entra o tamanho das colunas e
o cálculo de utilização das páginas que divide o que é noticia e o que é
publicidade.
No Português – Engloba tudo, como faze um jornal sem a escrita ou uma
rádio sem a oralidade?
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