um ponto de viragem: o millennium ecosystem assessment
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Um ponto de viragem: o Millennium Ecosystem Assessment
Vânia Proença Centro de Biologia Ambiental -‐ FCUL
vaniaproenca@fc.ul.pt
Capital Natural: A nova revolução económica
28 Março de 2011
O que foi o Millennium Ecosystem Assessment?
-‐ Inicia(va lançada em 2001 pelo Secretário-‐Geral das Nações Unidas
-‐ Par(ciparam mais de 1300 cien(stas (95 países), ins(tuições internacionais, governos, empresas, ONGs, populações índigenas
-‐ Avaliação mul(-‐escala, incluindo as escalas global, nacional e local.
ObjecMvos -‐ Fornecer uma avaliação integrada das consequências das alterações nos ecossistemas para o bem-‐estar humano;
-‐ Estabelecer a base cienRfica para uma melhoria da gestão dos ecossistemas da Terra, de modo a garan(r a conservação e uso sustentável
O que foi o Millennium Ecosystem Assessment?
Avaliação à escala global Condições e Tendências Respostas Cenários
Avaliações Sub-‐Globais Avaliações a escalas regionais, nacionais e locais
http://www.millenniumassessment.org/
As avaliações sub-‐globais do MA
Os serviços dos ecossistemas e a biodiversidade
Biodiversidade Regulação
Benefícios obtidos da regulação dos processos de ecossistema
• regulação do clima
• regulação de doenças • regulação de cheias
• purificação do ar
Produção Bens produzidos ou
aprovisionados pelos ecossistemas
• alimento
• água doce • lenha • fibra
• bioquímicos • recursos genéticos
Culturais Benefícios não
materiais obtidos dos ecossistemas
• espiritual • recreativo • estético
• inspiração • educativo • simbólico
Suporte Serviços necessários para a produção de todos os outros serviços
• Formação do solo • Ciclos dos nutrientes
• Produtividade primária
Os serviços dos ecossistemas e a biodiversidade
Os serviços dos ecossistemas e o bem-‐estar humano
A estrutura conceptual do MA
Uso dos serviços dos ecossistemas à escala global
Alguns valores à escala global...
... após 1950 mais terras foram conver(das para a agricultura do que nos séculos XVIII e XIX juntos
... 35% das áreas de mangais foram perdidos nesse período …. a extração de água dos rios e lagos duplicou a par(r de 1960 ... 25% dos stocks pesqueiros estão sobreexplorados ... 20% dos corais estão destruídos e outros 20% degradados
Uso dos serviços dos ecossistemas à escala global
A procura e produção de bens de uso directo, como alimento, água e fibras tem vindo a sofrer um crescimento con(nuo e por vezes insustentável As ac(vidades humanas, têm causado
desequilíbrios na regulação do clima, de doenças e pragas e noutros processos dos ecossistemas A procura por serviços culturais têm
vindo a aumentar. No entanto, a degradação dos ecossistemas tem levado ao declínio destes serviços
Uso dos Serviços dos Ecossistemas
Em resumo… A maior procura e má gestão serviços de bens de uso directo,
com valor de mercado, tem conduzido à perda dos serviços de regulação e culturais –> perda de resiliência dos ecossistemas –> perigo para a sustentabilidade –> consequências para o bem-estar humano
Capital Natural
Capital Económico
O Valor Económico dos Serviços dos Ecossistemas
Construção da estação de tratamento + manutenção: $8 biliões + $300 milhões/ano
Restauro ecológico + compensações aos proprietários: $1 bilião
A Avaliação para Portugal do Millennium Ecosystem Assessment - ptMA
A ptMA utilizou a estrutura conceptual do MA para avaliar o estado dos ecossistemas e dos seus serviços, analisar opções de resposta, desenvolver cenários sócio-ecológicos para os próximos 50 anos
Equipa científica - 60 cientistas de várias áreas (+10 instituições)
A Avaliação para Portugal do Millennium Ecosystem Assessment - ptMA
A ptMA utilizou a estrutura conceptual do MA para avaliar o estado dos ecossistemas e dos seus serviços, analisar opções de resposta, desenvolver cenários sócio-ecológicos para os próximos 50 anos
Equipa científica - 60 cientistas de várias áreas (+10 instituições)
Alexandra Correia (ISA), Alexandra Nogal (IST), Alexandre Correia (ISA), Alfredo Borba (UA), Américo Mendes (UCP), Ana Paulo (ESAS), Ana Moreira (INIA), Ana Correia (FCUL), António Brito (UM), Carlos Aguiar (IPB), Carlos Carmona Belo (INIA), Carlos Teixeira (IST), Cátia Rosas (CONFAGRI), Cibele Queiroz (FCUL), Cristina Marta (IPB), Eduardo Azevedo (UA), Elvira Pereira (ISCSP), Emiliana Silva (UA), Eugénio Sequeira (ESUVG), Francisco Andrade (FCUL), Francisco Fonseca (FCUL), Francisco Dinis (UA), Fuensanta Herrero (CUE), Henrique Cabral (FCUL), Henrique Pereira (FCUL), Humberto Martins (UTAD), Inês Gomes (FCUL), Inocêncio Coelho (INIA), Joana Patrício (UC), João Azevedo (IPB), João Carlos Marques (UC), João Neto (UC), João Santos Pereira (ISA), José Borges (ISA), Luis Ribeiro (IST), Luis Vicente (FCUL), Manuela Magalhães (ISA), Margarida Ferreira (FCUL), Margarida Santos-Reis (FCUL), Maria da Luz Mathias (FCUL), Maria de Fátima Borges (IPIMAR), M. Teresa Ferreira (ISA), Marta Silva Pereira (INIA), Miguel Araújo (MNCN), Nuno Onofre (INIA), Nuno Rodrigues (TerraPrima), Oriana Rodrigues (IST), Orlando Rodrigues (IPB), Patrícia Rodrigues (FCUL), Paulo Borges (UA), Ricardo Teixeira (IST), Rosalina Gabriel (UA), Rui Mota (IST), Rui Rebelo (FCUL), Rute Pinto (UC), Tatiana Valada (IST), Tiago Domingos (IST), Vânia Proença (FCUL)
A Avaliação para Portugal do Millennium Ecosystem Assessment - ptMA
A ptMA utilizou a estrutura conceptual do MA para avaliar o estado dos ecossistemas e dos seus serviços, analisar opções de resposta, desenvolver cenários sócio-ecológicos para os próximos 50 anos
Equipa científica - 60 cientistas de várias áreas (+10 instituições)
Equipa utilizadores - representantes de vários sectores da sociedade interessadas na gestão dos ecossistemas em Portugal
A Avaliação para Portugal do Millennium Ecosystem Assessment - ptMA
A ptMA utilizou a estrutura conceptual do MA para avaliar o estado dos ecossistemas e dos seus serviços, analisar opções de resposta, desenvolver cenários sócio-ecológicos para os próximos 50 anos
Equipa científica - 60 cientistas de várias áreas (+10 instituições)
Equipa utilizadores - representantes de vários sectores da sociedade interessadas na gestão dos ecossistemas em Portugal
Sector privado
CONFAGRI -‐ Confederação Nacional de Coopera(vas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal
CELPA – Associação de Industria Papeleira
Outros utilizadores locais Estado - Local
Parque Nacional da Peneda-‐Gerês
Estado - Nacional
Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas
Ministério das Obras Públicas, Transportes e Habitação
Ins(tuto de Conservação da Natureza
Ins(tuto da Água
ONGA
LPN – Liga para a Protecção da Natureza
Projecto ExtEnSity (gestão sustentável em agricultura extensiva)
Organizações de desenvolvimento local (PNPG)
A Avaliação para Portugal do Millennium Ecosystem Assessment - ptMA
A ptMA utilizou a estrutura conceptual do MA para avaliar o estado dos ecossistemas e dos seus serviços, analisar opções de resposta, desenvolver cenários sócio-ecológicos para os próximos 50 anos
Equipa científica - 60 cientistas de várias áreas (+10 instituições)
Equipa utilizadores - representantes de vários sectores da sociedade interessadas na gestão dos ecossistemas em Portugal
Comissão de acompanhamento - cientistas não envolvidos na equipa científica e por representantes do grupo de utilizadores
Equipa de revisores científicos - 38 revisores
Os ecossistemas avaliados na ptMA
Montanha
Águas superficiais Águas
subterrâneas
Zonas costeiras
Oceano
Ilhas oceânicas
Floresta Agricultura
Montado
Os serviços avaliados na ptMA
Produção: produção de alimento, produção de água, produção de madeira e cor(ça
Regulação: protecção do solo, regulação do ciclo hídrico e qualidade da água, sequestro de carbono
Suporte: protecção da biodiversidade, produ(vidade primária
Culturais: recreio e turismo
Biodiversidade
Análise mulM-‐escala
Escala Nacional
Escala de bacia hidrográfica 1. Bacia do Mondego
2. Castro Verde
3. Sistelo
4. Herdade Ribeira Abaixo
5. Quinta França
Escala local
Que alterações sofreram os ecossistemas em Portugal?
Nos úl(mos 50 anos: -‐ A economia aumentou mais de seis vezes -‐ O número de agricultores diminuiu mais de 60% e a área agrícola 40% -‐ Ocorreu intensificação agrícola e de produção florestal -‐ Os rios foram muito alterados pela construção de barragens e por poluição -‐ A expansão de espécies invasoras agravou-‐se nas ilhas -‐ Manteve-‐se ou agravou-‐se o nível de sobre-‐caça e sobre-‐pesca.
Floresta plantada Floresta em habitat nativo Diversidade de aves
Uso do solo e biodiversidade
Floresta em habitat nativo Floresta plantada Carta de risco de incêndio
Uso do solo e biodiversidade
Promotores de alteração, serviços dos ecossistemas e biodiversidade: a floresta como exemplo
Proença, V. & Pereira HM (2010). Mediterranean Forest in Biodiversity Scenarios, CBD Secretariat.
Valor da floresta nos países mediterrânicos (Europa)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
Provisioning Services Non-provisioning services
Eco
nom
ic v
alue
(US
$/ha
, 200
7 pr
ices
)
Option, bequest, existence values
Carbon sequestration - Regulating
Watershed protection - Regulating
Hunting - Cultural
Recreation - Cultural
Grazing - Provisioning
Non-wood products - Provisioning
Wood products - Provisioning
Croitoru 2008
Forragem/pastos
Produtos não lenhosos
Produtos lenhosos
V. opção e existência
Sequestro de carbono
Protecção de recursos hídricos
Caça
Recreio
Service/Commodity Value (million €)
Timber 257.6
Cork 221.9
Total of timber goods 479.5
Resins 13.1
Honey 5.6
Fruits 41.2
Wild mushrooms 32.5
Aromatic and medicinal plants 1.9
Game 58.7
Fodder 125.2
Acorn 6.7
Woodland production 17.8
Total of non timber goods 302.7
Recreational use 5.9
Carbon sequestration 26.5
Agricultural land protection 75
Water resources protection 29
Environmental protection 20.1
Total of environmental services 156.5
TOTAL 938.7
Avaliação económica dos serviços e bens fornecidos pela floresta em Portugal em 1998.
Mendes 2004
Recreio e Turismo A procura de áreas rurais e naturais está em crescimento, o turismo de natureza é indicado como uma mo(vação primária por 6% dos turistas em Portugal (36% Açores, 20% Madeira).
Estudos de disposição a pagar indicam que os portugueses valorizam significa(vamente a paisagem e a protecção da biodiversidade.
Disposição a pagar média (individuo): 30 €
Valor Agregado como pagamento único por 1/3 da actual área de estepe: 146 M€
(18 966 ha, população ac(va 4 802 985)
Beneficio es(mado anual por hectare: 446 € ha-‐1 ano-‐1
Marta-Pedroso 2007
Valorização económica da paisagem de estepe cerealífera -‐ Castro Verde
Os cenários para Portugal
Gestão local e regional dos
ecossistemas
Gestão ecossistemas
com tecnologias que maximizam os serviços dos ecossistemas
Protecção e
segurança através de fronteiras
Politicas globais
de desenvolvimento sócio-económico
Os cenários para Portugal
Os problemas ambientais das próximas décadas só serão minimizados através de uma
atitude proactiva da sociedade
Cenários: do nacional ao local
Castro Verde: municipio com estepe ceralífera
++ biodiversidade + biodiversidade
Cenários: do nacional ao local
Sistelo: comunidade de montanha
http://ecossistemas.org
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