trt rs nega indenizacao desenvolvimento

Post on 18-Aug-2015

213 Views

Category:

Documents

1 Downloads

Preview:

Click to see full reader

DESCRIPTION

Trt Rs Nega Indenizacao Desenvolvimento

TRANSCRIPT

PODER JUDICIRIOJUSTIA DO TRABALHOTRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4 REGIO7 TurmaIdentificaoPROCESSOn 0020340- 43. 2013. 5. 04. 0334( RO)RECORRENTE: JOAOEDUARDOAVI LABASSUI NOR E C O R R I D O : S T A H L B R A S I L S ARELATOR: WILSON CARVALHO DIASEMENTARECURSOORDINRIODORECLAMANTE.INTERVALOSINTRAJORNADA.Casoemquehavia a pr-assinalao do intervalo intrajornada nos controles de ponto, o que est autorizado pelo art.74, 2, da CLT, tendo o reclamante confessado em seu depoimento que registrava fielmente a jornada detrabalho.Conclusodevalidadedoscontrolesdepontojuntadosaosautos,inclusivenotocanteaosintervalos intrajornada, e de atendimento ao disposto no art. 71 da CLT. Recurso desprovido.ACRDOVistos, relatados e discutidos os autos.ACORDAM os Magistrados integrantes da 7 Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 04Regio:preliminarmente,porunanimidade,NOCONHECERDORECURSOORDINRIODORECLAMANTE (JOO EDUARDO) quanto incidncia do FGTS e da indenizao compensatria de40%sobreasparcelasremuneratriasdeferidas.Nomrito,porunanimidade,DARPROVIMENTOPARCIAL AO RECURSO ORDINRIO DO RECLAMANTE para acrescer condenao o adicional dehorasextrassobreashorasirregularmentecompensadasnoregimedecompensaosemanal,comreflexosnasmesmasparcelasespecificadasnasentenaparaashorasextras.Valordacondenaoacrescido em R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Custas adicionais de R$ 100,00 (cem reais).Intime-se.Porto Alegre, 19 de maro de 2015 (quinta-feira).RELATRIOInconformadocomasentena(ID1191492),oreclamanteinterperecursoordinrio(ID1332561).Pretende a reforma daquela em relao aos seguintes tpicos: reflexos do adicional de periculosidade emAssinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: WILSON CARVALHO DIAShttp://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031911390672700000001461946Nmero do documento: 15031911390672700000001461946Num. 1467962 - Pg. 1demaisparcelas,intervalointrajornada,regimesdecompensaohorria,equiparaosalarial,salrio-substituio, indenizao pelo desenvolvimento de, assdio moral e FGTS acrescido de softwareindenizao compensatria de 40%.Comcontrarrazesdareclamada,STAHLBRASILSA(ID1594739),osautossoremetidosaesteTribunal para apreciao. o relatrio.FUNDAMENTAOI - PRELIMINARMENTENoconhecimento.FGTSacrescidodeindenizaocompensatriade40%.AusnciadeinteresserecursalNomereceserconhecidoorecursodoreclamantequantoincidnciadoFGTS,acrescidodaindenizaocompensatriade40%,sobreasparcelasdeferidasnapresentedemandaporausnciadeinteresse recursal, uma vez que o Juzo de origem (ID 1191492 - Pg. 5), j deferiu tal incidncia, nestestermos:Por fora do disposto nos artigos 15, pargrafo 6, da Lei 8.036/90, e 28, pargrafo 9,da Lei 8.212/91, so devidas ao reclamante as incidncias do FGTS, acrescidas de 40%,nasseguintesparcelasremuneratriasconstantesdacondenao:horasextras,comreflexos em repousos semanais remunerados, aviso-prvio e gratificaes natalinas.Os valores sero apurados em liquidao, e oportunamente liberados por meio de alvarjudicial.Assim, no conheo do recurso ordinrio do reclamante quanto incidncia do FGTS e da indenizaocompensatria de 40% sobre as parcelas remuneratrias deferidas.II - MRITO1. Intervalo intrajornadaO reclamante insurge-se contra o indeferimento da remunerao relativa ao intervalo intrajornada. Alegaquehaviapossibilidadedealteraounilateraldosregistrospormeiodosistemade"TI"dareclamada,Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: WILSON CARVALHO DIAShttp://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031911390672700000001461946Nmero do documento: 15031911390672700000001461946Num. 1467962 - Pg. 2umavezquenoregistravamointervalointrajornada.Impugnaosregistrosdehorrio.Dizqueosintervalos eram gozados apenas parcialmente. Sustenta que a reclamada no atendeu ao disposto nos arts.71, 4 e 74, 2, da CLT, invocando a OJ 307 da SDI-I do TST.O Juzo de origem (ID 1191492 - Pg. 2), com base no depoimento do reclamante, considerou vlidos osregistrosdehorrio,bemcomoindeferiuapretenso,umavezqueentendeuprevalecer,nocaso,apr-assinalao dos registros de horrio, nestes termos:Oscontrolesanexadospelareclamada(ids.275583eseguintes)revelam-selegtimos.Comefeito,aoserinquirido,oreclamanteadmitiuque"registravaoshorriosde a)trabalho efetivamente cumpridos (id. 558773).A declarao do autor - "fazia intervalo, para descanso e alimentao, de 20 minutos" -noencontraamparonoselementosdeconvicoreunidosnosautos,prevalecendo,portanto, a pr-assinalao dos intervalos, na forma do pargrafo 2 do art. 74 da CLT.Analiso.Quanto validade dos registros de horrio, deve ser mantida a sentena, porquanto, como bem referidopelo Juzo, o reclamante confessou, em audincia, que registrava a jornada de trabalho que efetivamenterealizava, tendo assim referido (ID 580773 - Pg. 1): "registrava os horrios de trabalho efetivamente(sublinhei) ; fazia intervalo, para descanso e alimentao, de 20 minutos [...]" cumpridosAforaisso,aprovaoralnoevidenciaqualquermanipulaodosistemadecontroledehorriopelareclamada, nada tendo referido sobre o aspecto a nica testemunha ouvida no feito, PAULA FABIANEDOS P. D., a qual foi convidada a depor pelo reclamante.Apr-assinalaodointervalointrajornadaautorizadanoart.74,2,daCLT-e,nocaso,aspr-assinalaesefetuadaspelareclamadadocontadaconcessode1(uma)horadeintervalointrajornadadiariamente(p.ex.,ID275256-Pg.1).Assim,tendosidopr-assinaladososintervalosintrajornada,incumbiaaoreclamanteproduzirprovahbilaafastarapresunofavorvelreclamada,nusdoqualnosedesincumbiuacontento.Comefeito,anicatestemunhaouvidanofeito,PAULAFABIANE, nada relata quanto fruio do intervalo. Alm disso, reputo frgil os documentos referentesaomovimentodecolaboradores(ID235183-Pg.1)paraprovarasupressodointervalo,porquantoconsignamregistrosdeentradaesadaemhorriosvariadosenoespecficosemrelaoaoperodointervalar.Cito,porexemplo,odia14.01.2008,emqueh8(oito)registrosnodocumento,nosendopossvel verificar a fruio do intervalo intrajornada.DestacoquearefernciaconstantenasrazesrecursaisacercadojulgamentoproferidonosautosdoProcesso0020022-06.2012.5.04.0331emnadaalteraaconclusoacimaexternada.Esclareo,poroportuno, que no referido processo a sentena no foi proferida pelo mesmo Juiz que atuou neste feito,Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: WILSON CARVALHO DIAShttp://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031911390672700000001461946Nmero do documento: 15031911390672700000001461946Num. 1467962 - Pg. 3almdoque,deacordocompesquisarealizadanostioeletrnicodesteTribunal,asentenadaquelesautos foi reformada no aspecto por este Tribunal.Ressalto,ainda,queaoJuzocabedecidirdeacordocomaprovaproduzidanofeito,incumbindo-lheapenas fundamentar a sua deciso segundo o seu livre convencimento.Indevida a remunerao decorrente da supresso do intervalo intrajornada, no h falar em incidncia doadicional de periculosidade no clculo da parcela.Nesse contexto, nego provimento.2. Regime de compensao horria semanal. Sistema de banco de horasO reclamante no se conforma com o reconhecimento de validade dos regimes de compensao horria.Alega que a supresso do intervalo intrajornada acarretou a prestao habitual de horas extras e, por essemotivo,seriainvlidaacompensaohorriarealizada.Argumenta,ainda,queacompensaohorriasemanal foi adotada de forma concomitante com o sistema de banco de horas, o que, por si s, determinaa nulidade dos regimes, diante da incompatibilidade destes. Cita jurisprudncia.OJuzodeorigem(ID1191492-Pg.2)reconheceuavalidadedosregimesdecompensaohorriaadotados - semanal e banco de horas -, porquanto institudos por normas coletivas, entendendo no haverbicelegalaadooconcomitantedessesregimes.Referiu,ainda,quetaisregimesforamcorretamenteobservados no curso do contrato de trabalho.Examino.Segundoentendo,aprpriainstituiodobancodehoras,deformaconcomitantecomacompensaohorria semanal, j denuncia o carter habitual destas horas extras. Referidas circunstncias desvirtuam acompensao horria semanal, a qual resulta, em razo disso, na sua invalidade. Desse modo, irregular acompensao horria promovida na prpria semana, restando devido o adicional de horas extras sobre ashoras irregularmente compensadas, conforme entendimento da Smula 85, III e IV, do TST, o qual adoto.Quantoaosistemadebancodehoras,contudo,noprosperaorecurso.Ora,seosistemadebancodehoras pressupe a prorrogao habitual da jornada normal de trabalho, tal circunstncia, por si s, no capaz de o invalidar. Assim, observadas as alegaes constantes nas razes recursais do reclamante, tenhopor vlido o sistema banco de horas adotado durante o contrato de trabalho.Pelo exposto, dou provimento ao recurso ordinrio do reclamante para acrescer condenao o adicionaldehorasextrassobreashorasirregularmentecompensadasnoregimedecompensaosemanal,comreflexos nas mesmas parcelas especificadas na sentena para as horas extras. No h falar em integraoAssinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: WILSON CARVALHO DIAShttp://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031911390672700000001461946Nmero do documento: 15031911390672700000001461946Num. 1467962 - Pg. 4doadicionaldepericulosidadenabasedeclculodaparcela,porquantodeferidoapenasoadicionaldehoras extras, cuja base de clculo j definida no prprio valor-hora.3. Equiparao salarial. Salrio-substituioO reclamante no se conforma com o indeferimento da equiparao salarial com o paradigma MRCIORAFAEL.Dizquesempretrabalhoucomoprogramadordeproduo,jamaiscomoauxiliardeinformtica. Refere que, durante 8 (oito) meses, desempenhou sozinho a funo de programador mestredeproduo.AfirmaqueatransfernciadoparadigmaMRCIORAFAELocorreuemjunho/2004,sendotreinadoporele,recorrente,umavezqueafunodeanalistadeprocessosdesempenhadapeloparadigmanoocredenciavadiretamenteparaocuparafunodeprogramadordeproduo.Sustentaqueoparadigmadependiadele,recorrente,considerandootreinamentorecebidopeloparadigma,bemcomo por ter exercido as atividades durante 8 (oito) meses at que o paradigma fosse transferido. Aduzqueoparadigmaterialhesolicitadoorientao,inclusive,apssuadespedida,consoanteprovadocumental.O Juzo de origem (ID 1191492 - Pg. 3), com base no depoimento do reclamante, indeferiu a pretenso,poiscomprovadaainexistnciadeidentidadedefunes.Almdisso,indeferiuopedidosucessivodesalrio-substituio, porquanto no provado que o reclamante tenha substitudo o paradigma.Examino.Conforme consta na CTPS do reclamante, este trabalhou para a reclamada de, 23.10.2000 a 14.03.2013inicialmente na funo de (ID 117799 - Pg. 3) e, em, foi promovido auxiliar de informtica 01.01.2001funo de (ID 117799 - Pg. 6). programador de produoAsalegaesdorecorrentenomerecemguarida,umavezqueoprprioreclamanteconfessou,emaudincia,exercerfunodistintadadesempenhadapeloparadigmaMRCIORAFAELR.,referindo,inclusive,queesteocupavaposiohierarquicamentesuperiorsuanareclamada.Oreclamanteassimrelatou(ID580773-Pg.1):"[...]odepoenteeraprogramadordeproduoeMrcioRafael,programador-mestredeproduo;Mrcioestavaemposiohierrquicasuperioraodepoente;[...]"Destaco,pordemasia,queos(ID117804-Pg.14-15)trocadosentreoparadigmaeo e-mailsreclamante, em que este orientava aquele em algumas operaes, no demonstra qualquer dependncia doparadigma em relao ao ora recorrente, servindo apenas para reforar a constatao de que no exerciamasmesmasatividadesnareclamada.Ora,taissomenterevelamqueorecorrenteorientouo e-mailsparadigma em questes meramente operacionais referentes ao trabalho que anteriormente realizava, o que natural, uma vez que em uma empresa, o lgico, que cada profissional domine uma rea especfica.Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: WILSON CARVALHO DIAShttp://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031911390672700000001461946Nmero do documento: 15031911390672700000001461946Num. 1467962 - Pg. 5Nesse contexto, deve ser mantida a sentena no aspecto.Relativamenteaopedidosucessivodesalrio-substituio,observoqueareclamadanegouqueoreclamantetenhasubstitudooparadigma,motivopeloqualeradotrabalhadoronusdeprovartalsubstituio (CLT, art. 818), encargo do qual no se desincumbiu. Com efeito, no verifico prova de queo reclamante tenha substitudo MRCIO RAFAEL, no havendo qualquer referncia quanto ao particularpelanicatestemunhaouvidanofeito,PAULAFABIANEDOSP.D.-convidadaadeporpeloreclamante (ID 580773 - Pg. 2).Registro,poroportuno,quearefernciadaprepostadareclamada,emaudincia,deque"[...]Mrcionuncateveafastamentoslongosdotrabalho,nomximo1ou2diasemrazodeproblemasdesade;acreditaque,nessasoportunidades,eraoautorquedespachavacomAlbertonocasode desconhece problema crnico de sade de Mrcio, que determinasse seu afastamento necessidade;(sublinhei),noensejaopagamentodediferenassalariais,porsetratarde peridicodotrabalho"substituio meramente eventual. Adoto no caso, a contrario sensu, a Smula 159, I, do TST:SUBSTITUIODECARTERNOEVENTUALEVACNCIADOCARGO(incorporada a Orientao Jurisprudencial n 112 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22e 25.04.2005I-Enquantoperdurarasubstituioquenotenhacartermeramenteeventual,inclusive nas frias, o empregado substituto far jus ao salrio contratual do substitudo.(grifei)Mantida a sentena, no h falar em integrao do adicional de periculosidade no clculo das parcelas oraapreciadas.Nego provimento.4. Indenizao pela criao e desenvolvimento de softwareOreclamanteinsurge-secontraoindeferimentodeindenizaopelodesenvolvimentodeumsoftwareparasuprirdeficinciadosistemaadotadonareclamada.Diztercriadoumprogramaparaareclamada(Gerenciamento do MPS e Cadeia de Suprimentos), tendo a empresa se apossado da referida ferramenta.Ressalta a importncia da ferramenta para a reclamada, tendo esta se beneficiado do invento desde 2001at hoje.O Juzo de origem (ID 1191492 - Pg. 4) aplicou ao caso o disposto no art. 4 da Lei 9.609/98 e indeferiua pretenso.Analiso.Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: WILSON CARVALHO DIAShttp://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031911390672700000001461946Nmero do documento: 15031911390672700000001461946Num. 1467962 - Pg. 6Oart.4daLei9.609/98-aqualdisciplinaproteodapropriedadeintelectualdeprogramadecomputador e sua comercializao no pas - assim estabelece:Art.4Salvoestipulaoemcontrrio,, pertenceroexclusivamenteaoempregadorcontratantedeserviosourgopblico,osdireitosrelativosaoprogramadecomputador,desenvolvidoeelaboradoduranteavignciadecontratooudevnculoestatutrio, expressamente destinado pesquisa e desenvolvimento, ou em que a atividadedo empregado, contratado de servio ou servidor seja prevista, ou ainda, que decorra daprpria natureza dos encargos concernentes a esses vnculos.1Ressalvadoajusteemcontrrio,acompensaodotrabalhoouservioprestado ou ao salrio convencionado. limitar-se- remunerao 2 Pertencero, com exclusividade, ao empregado, contratado de servio ou servidor osdireitos concernentes a programa de computador gerado sem relao com o contrato detrabalho,prestaodeserviosouvnculoestatutrio,esemautilizaoderecursos,informaestecnolgicas,segredosindustriaisedenegcios,materiais,instalaesouequipamentosdoempregador,daempresaouentidadecomaqualoempregadormantenha contrato de prestao de servios ou assemelhados, do contratante de serviosou rgo pblico.3Otratamentoprevistonesteartigoseraplicadonoscasosemqueoprogramadecomputador for desenvolvido por bolsistas, estagirios e assemelhados.(grifei)Nocaso,oreclamante,repiso,eraprogramadordeproduo,sendodaessnciadassuasatividadesarealizao de programas de informtica em benefcio da empresa. De fato, consta na descrio de cargosdaempresaqueoprogramadordeproduodetm,entreoutrasatribuies,ade"Otimizarousode (ID 235198 - Pg. 1), do que se extrai que o recursos que atendam as polticas de estoques e servios"desenvolvimento do sistema de Gerenciamento do MPS e Cadeia de Suprimentos era atividade afeta suafuno, no lhe sendo devida qualquer indenizao nos termos do art. 4, 1, da Lei 9.609/98. Ressalto,por oportuno, no haver no instrumento de contrato de trabalho (ID 274803 - Pg. 1- 2) qualquer clusulaestabelecendo exceo ao previsto na referida lei.Nessecaminho,entendoquedevesermantidaasentena,cujosfundamentosadotocomorazesdedecidir (ID 1191492 - Pg. 4):A Lei 9.609/98, que dispe sobre a proteo da propriedade intelectual de programa decomputador,dispeemseuart.4:"salvoestipulaoemcontrrio,pertenceroexclusivamenteaoempregador(...)osdireitosrelativosaoprogramadecomputador,desenvolvidoduranteavignciadecontrato(...)emqueaatividadedoempregado(...)sejaprevista,ouainda,quedecorradaprprianaturezadosencargosconcernentesaesses vnculos".Sobre a matria, importa transcrever a lio de Alice Monteiro de Barros:"Logo,sserdepropriedadeexclusivadoempregadoacriaoquenoforAssinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: WILSON CARVALHO DIAShttp://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031911390672700000001461946Nmero do documento: 15031911390672700000001461946Num. 1467962 - Pg. 7desenvolvidaouelaboradadurantearelaoempregatcia,tampoucodecorradanaturezadosencargosalusivosaovnculoempregatcio.Sehouverestipulaoemcontrrio,osdireitospoderopertenceraoempregado,mesmoqueacriaosejadesenvolvida durante o liame empregatcio ou em decorrncia dele" (Curso de Direito doTrabalho, 5 edio, LTr, So Paulo. 2009, p.634).Na hiptese dos autos, a descrio da funo do autor (id. 235198) prev, dentre outrasatividades,ade"otimizarousoderecursosqueatendamaspolticasdeestoqueseservios".Eoreclamanteesclareceuque,aodesenvolverosistema"GerenciamentodoMPS",elenadamaisfezdoque,justamente,potencializarousodeumrecursopreexistente na demandada ("EMS/DataSul"):"(...)aolongodosanos,odepoentedesenvolveuumaferramentadeapoioaosoftwareadquirido pela reclamada Datasul; essa ferramenta chama-se Gerenciamento de MPS,que serve de apoio programao da produo; comeou a desenvolver essa ferramentaem 2000/2001 e terminou em 2004/2005, mas, depois disso, seguiu fazendo adaptaes;esse desenvolvimento foi feito somente pelo depoente (...)" (id. 580773).Cumpre salientar, por demasia, que no contrato de trabalho do reclamante (id. 274803)no consta a mencionada " estipulao em sentido contrrio", de modo que impositiva aconclusodequeorecursoporeledesenvolvidopertence,deformaexclusiva,reclamada.Nego provimento.5. Assdio moralO reclamante no se conforma com o indeferimento da indenizao por assdio moral. Argumenta que aprovatestemunhalrevelaquesofriaagressesnoambientedetrabalho.Asseveraqueseusuperiorhierrquico pressionava os empregados a fim de que pedissem demisso.OJuzodeorigem(ID1191492-Pg.4-5)indeferiuapretensoindenizatria,porquantoconstatouinconsistncias entre os depoimentos da nica testemunha ouvida no feito e o do reclamante. Afora isso,concluiu que o suposto tratamento grosseiro do Sr. Alberto era direcionado a todos os empregados e noapenas ao reclamante, o que afasta a caracterizao do assdio moral.Analiso.O recurso do reclamante beira ao no conhecimento, uma vez que no investe de forma objetiva contra aconclusodoJuzoquantosinconsistnciasdosdepoimentosdoreclamante,orarecorrente,edatestemunhaPAULAFABIANEDOSP.D.,nicatestemunhaouvidanademanda.Almdisso,oreclamante no faz considerao mais aprofundada sobre a no caracterizao do assdio moral no casopor inexistir perseguio ao reclamante, mas tratamento hostil a todos os empregados.Dequalquerforma,observoserembastantepertinentesasponderaesdoJuzodeorigemquantosinconsistncias verificadas nos depoimentos do reclamante e da testemunha PAULA FABIANE DOS P.Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: WILSON CARVALHO DIAShttp://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031911390672700000001461946Nmero do documento: 15031911390672700000001461946Num. 1467962 - Pg. 8D. , convidada a depor pelo reclamante.O reclamante assim relatou (ID 580773 - Pg. 1):[...]aoingressarnaempresaem2000,notouaformaagressivaegrosseiradispensadapelogerenteAlbertoaosempregados;at2006,Albertosequercumprimentavaodepoente;devezemquando,AlbertogritavaparaMrcioRafaelparaqueestefalassecomodepoente;areclamadachegouater116empregados;odepoentesereportavaaMrcioeestesereportavaaogerenteAlberto;Albertocostumavacolocarapelidosnosempregados,masissonoaconteceucomodepoente;foichamadode"incompetente","idiota"e"boca-aberta"porAlberto;issoocorreude2006atodesligamento;Mrciotambm era tratado aos gritos.A testemunha PAULA FABIANE DOS P. D., por sua vez, assim relatou (ID 580773 - Pg. 2):[...]ochefedadepoente,JosCarlos,faziaoscontatoscomAlberto,mas,diantedealgumproblema,Albertoingressavanosetordadepoentegritando;eledesrespeitavainclusiveJosCarlos,queerachamadode"bundo";quandoadepoenteficougrvidapediuparaAlbertomanteraportadeseuescritriofechada,poiselefumavaotempotodo;Albertoreferiunessaocasioque"sporquetinhaficadobarriguda,achaquemandanaempresa";areadetrabalhoeranica,comdivisriasatoteto,algumasdelasdevidro;viuAlbertodiscutindocomoautordiversasvezes;comooautorreclamava do cigarro, vrias vezes Alberto entrou na sala da depoente fazendo o seguintecomentrio:"tenhonojodessecaraa";essetratamentoeradispensadoporAlbertoatodos,excetoMrcioRafael;ouviuAlbertoreferir-seaoreclamantecomo"vocumbosta", "voc um merda"; no era permitido fumar na reclamada; trabalhou sempre nomesmoambiente,excetonosprimeirosmesesdocontratodetrabalho;oautornoeraobjeto de tratamento diferenciado, exceto na questo do cigarro.Como bem referido pelo Juzo de origem (ID 1191492 - Pg. 5):As inconsistncias entre os relatos so bem sensveis: a) a testemunha refere que AlbertonodestratavaMrcioRafael,enquantoodemandantedisseque"Mrciotambmeratratadoaosgritos";b)atestemunhadissequeouviuAlbertochamaroreclamantede"bosta" e "merda", enquanto o demandante mencionou o emprego de outras expresses,como"incompetente","idiota"e"boca-aberta";c)osadjetivosdesditososmencionadospeloreclamantesugeremqueasupostairadeAlbertoeradecorrentedepotenciaisinconsistnciasnodesempenhodasatividades,enquantoatestemunhaPaulafoicategrica ao afirmar que "o autor no era objeto de tratamento diferenciado, exceto naquesto do cigarro".Assim, entendo que a prova oral colhida frgil, devendo ser prestigiada a concluso do Juzo de origemque colheu diretamente a prova, pois, em razo disso, certamente o quem melhor condies tem para talavaliao.Diante do exposto, nego provimento.WI LS ONCARVALHODI ASAssinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: WILSON CARVALHO DIAShttp://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031911390672700000001461946Nmero do documento: 15031911390672700000001461946Num. 1467962 - Pg. 9WI LS ONCARVALHODI ASRelatorVOTOSPARTICIPARAM DO JULGAMENTO:DESEMBARGADOR WILSON CARVALHO DIAS (RELATOR)JUIZ CONVOCADO MANUEL CID JARDONDESEMBARGADORA DENISE PACHECOAssinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: WILSON CARVALHO DIAShttp://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031911390672700000001461946Nmero do documento: 15031911390672700000001461946Num. 1467962 - Pg. 10

top related