trt rs nega indenizacao desenvolvimento

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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO 7ª Turma Identificação PROCESSO 0020340-43.2013.5.04.0334 (RO) RECORRENTE: JOAO EDUARDO AVILA BASSUINO RECORRIDO: STAHL BRASIL SA RELATOR: WILSON CARVALHO DIAS EMENTA RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE. INTERVALOS INTRAJORNADA. Caso em que havia a pré-assinalação do intervalo intrajornada nos controles de ponto, o que está autorizado pelo art. 74, § 2º, da CLT, tendo o reclamante confessado em seu depoimento que registrava fielmente a jornada de trabalho. Conclusão de validade dos controles de ponto juntados aos autos, inclusive no tocante aos intervalos intrajornada, e de atendimento ao disposto no art. 71 da CLT. Recurso desprovido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos. ACORDAM os Magistrados integrantes da 7ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 04ª Região: preliminarmente, por unanimidade, NÃO CONHECER DO RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE (JOÃO EDUARDO) quanto à incidência do FGTS e da indenização compensatória de 40% sobre as parcelas remuneratórias deferidas. No mérito, por unanimidade, DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE para acrescer à condenação o adicional de horas extras sobre as horas irregularmente compensadas no regime de compensação semanal, com reflexos nas mesmas parcelas especificadas na sentença para as horas extras. Valor da condenação acrescido em R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Custas adicionais de R$ 100,00 (cem reais). Intime-se. Porto Alegre, 19 de março de 2015 (quinta-feira). RELATÓRIO Inconformado com a sentença (ID 1191492), o reclamante interpõe recurso ordinário (ID 1332561). Pretende a reforma daquela em relação aos seguintes tópicos: reflexos do adicional de periculosidade em Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: WILSON CARVALHO DIAS http://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031911390672700000001461946 Número do documento: 15031911390672700000001461946 Num. 1467962 - Pág. 1

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PODER JUDICIRIOJUSTIA DO TRABALHOTRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4 REGIO7 TurmaIdentificaoPROCESSOn 0020340- 43. 2013. 5. 04. 0334( RO)RECORRENTE: JOAOEDUARDOAVI LABASSUI NOR E C O R R I D O : S T A H L B R A S I L S ARELATOR: WILSON CARVALHO DIASEMENTARECURSOORDINRIODORECLAMANTE.INTERVALOSINTRAJORNADA.Casoemquehavia a pr-assinalao do intervalo intrajornada nos controles de ponto, o que est autorizado pelo art.74, 2, da CLT, tendo o reclamante confessado em seu depoimento que registrava fielmente a jornada detrabalho.Conclusodevalidadedoscontrolesdepontojuntadosaosautos,inclusivenotocanteaosintervalos intrajornada, e de atendimento ao disposto no art. 71 da CLT. Recurso desprovido.ACRDOVistos, relatados e discutidos os autos.ACORDAM os Magistrados integrantes da 7 Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 04Regio:preliminarmente,porunanimidade,NOCONHECERDORECURSOORDINRIODORECLAMANTE (JOO EDUARDO) quanto incidncia do FGTS e da indenizao compensatria de40%sobreasparcelasremuneratriasdeferidas.Nomrito,porunanimidade,DARPROVIMENTOPARCIAL AO RECURSO ORDINRIO DO RECLAMANTE para acrescer condenao o adicional dehorasextrassobreashorasirregularmentecompensadasnoregimedecompensaosemanal,comreflexosnasmesmasparcelasespecificadasnasentenaparaashorasextras.Valordacondenaoacrescido em R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Custas adicionais de R$ 100,00 (cem reais).Intime-se.Porto Alegre, 19 de maro de 2015 (quinta-feira).RELATRIOInconformadocomasentena(ID1191492),oreclamanteinterperecursoordinrio(ID1332561).Pretende a reforma daquela em relao aos seguintes tpicos: reflexos do adicional de periculosidade emAssinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: WILSON CARVALHO DIAShttp://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031911390672700000001461946Nmero do documento: 15031911390672700000001461946Num. 1467962 - Pg. 1demaisparcelas,intervalointrajornada,regimesdecompensaohorria,equiparaosalarial,salrio-substituio, indenizao pelo desenvolvimento de, assdio moral e FGTS acrescido de softwareindenizao compensatria de 40%.Comcontrarrazesdareclamada,STAHLBRASILSA(ID1594739),osautossoremetidosaesteTribunal para apreciao. o relatrio.FUNDAMENTAOI - PRELIMINARMENTENoconhecimento.FGTSacrescidodeindenizaocompensatriade40%.AusnciadeinteresserecursalNomereceserconhecidoorecursodoreclamantequantoincidnciadoFGTS,acrescidodaindenizaocompensatriade40%,sobreasparcelasdeferidasnapresentedemandaporausnciadeinteresse recursal, uma vez que o Juzo de origem (ID 1191492 - Pg. 5), j deferiu tal incidncia, nestestermos:Por fora do disposto nos artigos 15, pargrafo 6, da Lei 8.036/90, e 28, pargrafo 9,da Lei 8.212/91, so devidas ao reclamante as incidncias do FGTS, acrescidas de 40%,nasseguintesparcelasremuneratriasconstantesdacondenao:horasextras,comreflexos em repousos semanais remunerados, aviso-prvio e gratificaes natalinas.Os valores sero apurados em liquidao, e oportunamente liberados por meio de alvarjudicial.Assim, no conheo do recurso ordinrio do reclamante quanto incidncia do FGTS e da indenizaocompensatria de 40% sobre as parcelas remuneratrias deferidas.II - MRITO1. Intervalo intrajornadaO reclamante insurge-se contra o indeferimento da remunerao relativa ao intervalo intrajornada. Alegaquehaviapossibilidadedealteraounilateraldosregistrospormeiodosistemade"TI"dareclamada,Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: WILSON CARVALHO DIAShttp://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031911390672700000001461946Nmero do documento: 15031911390672700000001461946Num. 1467962 - Pg. 2umavezquenoregistravamointervalointrajornada.Impugnaosregistrosdehorrio.Dizqueosintervalos eram gozados apenas parcialmente. Sustenta que a reclamada no atendeu ao disposto nos arts.71, 4 e 74, 2, da CLT, invocando a OJ 307 da SDI-I do TST.O Juzo de origem (ID 1191492 - Pg. 2), com base no depoimento do reclamante, considerou vlidos osregistrosdehorrio,bemcomoindeferiuapretenso,umavezqueentendeuprevalecer,nocaso,apr-assinalao dos registros de horrio, nestes termos:Oscontrolesanexadospelareclamada(ids.275583eseguintes)revelam-selegtimos.Comefeito,aoserinquirido,oreclamanteadmitiuque"registravaoshorriosde a)trabalho efetivamente cumpridos (id. 558773).A declarao do autor - "fazia intervalo, para descanso e alimentao, de 20 minutos" -noencontraamparonoselementosdeconvicoreunidosnosautos,prevalecendo,portanto, a pr-assinalao dos intervalos, na forma do pargrafo 2 do art. 74 da CLT.Analiso.Quanto validade dos registros de horrio, deve ser mantida a sentena, porquanto, como bem referidopelo Juzo, o reclamante confessou, em audincia, que registrava a jornada de trabalho que efetivamenterealizava, tendo assim referido (ID 580773 - Pg. 1): "registrava os horrios de trabalho efetivamente(sublinhei) ; fazia intervalo, para descanso e alimentao, de 20 minutos [...]" cumpridosAforaisso,aprovaoralnoevidenciaqualquermanipulaodosistemadecontroledehorriopelareclamada, nada tendo referido sobre o aspecto a nica testemunha ouvida no feito, PAULA FABIANEDOS P. D., a qual foi convidada a depor pelo reclamante.Apr-assinalaodointervalointrajornadaautorizadanoart.74,2,daCLT-e,nocaso,aspr-assinalaesefetuadaspelareclamadadocontadaconcessode1(uma)horadeintervalointrajornadadiariamente(p.ex.,ID275256-Pg.1).Assim,tendosidopr-assinaladososintervalosintrajornada,incumbiaaoreclamanteproduzirprovahbilaafastarapresunofavorvelreclamada,nusdoqualnosedesincumbiuacontento.Comefeito,anicatestemunhaouvidanofeito,PAULAFABIANE, nada relata quanto fruio do intervalo. Alm disso, reputo frgil os documentos referentesaomovimentodecolaboradores(ID235183-Pg.1)paraprovarasupressodointervalo,porquantoconsignamregistrosdeentradaesadaemhorriosvariadosenoespecficosemrelaoaoperodointervalar.Cito,porexemplo,odia14.01.2008,emqueh8(oito)registrosnodocumento,nosendopossvel verificar a fruio do intervalo intrajornada.DestacoquearefernciaconstantenasrazesrecursaisacercadojulgamentoproferidonosautosdoProcesso0020022-06.2012.5.04.0331emnadaalteraaconclusoacimaexternada.Esclareo,poroportuno, que no referido processo a sentena no foi proferida pelo mesmo Juiz que atuou neste feito,Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: WILSON CARVALHO DIAShttp://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031911390672700000001461946Nmero do documento: 15031911390672700000001461946Num. 1467962 - Pg. 3almdoque,deacordocompesquisarealizadanostioeletrnicodesteTribunal,asentenadaquelesautos foi reformada no aspecto por este Tribunal.Ressalto,ainda,queaoJuzocabedecidirdeacordocomaprovaproduzidanofeito,incumbindo-lheapenas fundamentar a sua deciso segundo o seu livre convencimento.Indevida a remunerao decorrente da supresso do intervalo intrajornada, no h falar em incidncia doadicional de periculosidade no clculo da parcela.Nesse contexto, nego provimento.2. Regime de compensao horria semanal. Sistema de banco de horasO reclamante no se conforma com o reconhecimento de validade dos regimes de compensao horria.Alega que a supresso do intervalo intrajornada acarretou a prestao habitual de horas extras e, por essemotivo,seriainvlidaacompensaohorriarealizada.Argumenta,ainda,queacompensaohorriasemanal foi adotada de forma concomitante com o sistema de banco de horas, o que, por si s, determinaa nulidade dos regimes, diante da incompatibilidade destes. Cita jurisprudncia.OJuzodeorigem(ID1191492-Pg.2)reconheceuavalidadedosregimesdecompensaohorriaadotados - semanal e banco de horas -, porquanto institudos por normas coletivas, entendendo no haverbicelegalaadooconcomitantedessesregimes.Referiu,ainda,quetaisregimesforamcorretamenteobservados no curso do contrato de trabalho.Examino.Segundoentendo,aprpriainstituiodobancodehoras,deformaconcomitantecomacompensaohorria semanal, j denuncia o carter habitual destas horas extras. Referidas circunstncias desvirtuam acompensao horria semanal, a qual resulta, em razo disso, na sua invalidade. Desse modo, irregular acompensao horria promovida na prpria semana, restando devido o adicional de horas extras sobre ashoras irregularmente compensadas, conforme entendimento da Smula 85, III e IV, do TST, o qual adoto.Quantoaosistemadebancodehoras,contudo,noprosperaorecurso.Ora,seosistemadebancodehoras pressupe a prorrogao habitual da jornada normal de trabalho, tal circunstncia, por si s, no capaz de o invalidar. Assim, observadas as alegaes constantes nas razes recursais do reclamante, tenhopor vlido o sistema banco de horas adotado durante o contrato de trabalho.Pelo exposto, dou provimento ao recurso ordinrio do reclamante para acrescer condenao o adicionaldehorasextrassobreashorasirregularmentecompensadasnoregimedecompensaosemanal,comreflexos nas mesmas parcelas especificadas na sentena para as horas extras. No h falar em integraoAssinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: WILSON CARVALHO DIAShttp://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031911390672700000001461946Nmero do documento: 15031911390672700000001461946Num. 1467962 - Pg. 4doadicionaldepericulosidadenabasedeclculodaparcela,porquantodeferidoapenasoadicionaldehoras extras, cuja base de clculo j definida no prprio valor-hora.3. Equiparao salarial. Salrio-substituioO reclamante no se conforma com o indeferimento da equiparao salarial com o paradigma MRCIORAFAEL.Dizquesempretrabalhoucomoprogramadordeproduo,jamaiscomoauxiliardeinformtica. Refere que, durante 8 (oito) meses, desempenhou sozinho a funo de programador mestredeproduo.AfirmaqueatransfernciadoparadigmaMRCIORAFAELocorreuemjunho/2004,sendotreinadoporele,recorrente,umavezqueafunodeanalistadeprocessosdesempenhadapeloparadigmanoocredenciavadiretamenteparaocuparafunodeprogramadordeproduo.Sustentaqueoparadigmadependiadele,recorrente,considerandootreinamentorecebidopeloparadigma,bemcomo por ter exercido as atividades durante 8 (oito) meses at que o paradigma fosse transferido. Aduzqueoparadigmaterialhesolicitadoorientao,inclusive,apssuadespedida,consoanteprovadocumental.O Juzo de origem (ID 1191492 - Pg. 3), com base no depoimento do reclamante, indeferiu a pretenso,poiscomprovadaainexistnciadeidentidadedefunes.Almdisso,indeferiuopedidosucessivodesalrio-substituio, porquanto no provado que o reclamante tenha substitudo o paradigma.Examino.Conforme consta na CTPS do reclamante, este trabalhou para a reclamada de, 23.10.2000 a 14.03.2013inicialmente na funo de (ID 117799 - Pg. 3) e, em, foi promovido auxiliar de informtica 01.01.2001funo de (ID 117799 - Pg. 6). programador de produoAsalegaesdorecorrentenomerecemguarida,umavezqueoprprioreclamanteconfessou,emaudincia,exercerfunodistintadadesempenhadapeloparadigmaMRCIORAFAELR.,referindo,inclusive,queesteocupavaposiohierarquicamentesuperiorsuanareclamada.Oreclamanteassimrelatou(ID580773-Pg.1):"[...]odepoenteeraprogramadordeproduoeMrcioRafael,programador-mestredeproduo;Mrcioestavaemposiohierrquicasuperioraodepoente;[...]"Destaco,pordemasia,queos(ID117804-Pg.14-15)trocadosentreoparadigmaeo e-mailsreclamante, em que este orientava aquele em algumas operaes, no demonstra qualquer dependncia doparadigma em relao ao ora recorrente, servindo apenas para reforar a constatao de que no exerciamasmesmasatividadesnareclamada.Ora,taissomenterevelamqueorecorrenteorientouo e-mailsparadigma em questes meramente operacionais referentes ao trabalho que anteriormente realizava, o que natural, uma vez que em uma empresa, o lgico, que cada profissional domine uma rea especfica.Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: WILSON CARVALHO DIAShttp://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031911390672700000001461946Nmero do documento: 15031911390672700000001461946Num. 1467962 - Pg. 5Nesse contexto, deve ser mantida a sentena no aspecto.Relativamenteaopedidosucessivodesalrio-substituio,observoqueareclamadanegouqueoreclamantetenhasubstitudooparadigma,motivopeloqualeradotrabalhadoronusdeprovartalsubstituio (CLT, art. 818), encargo do qual no se desincumbiu. Com efeito, no verifico prova de queo reclamante tenha substitudo MRCIO RAFAEL, no havendo qualquer referncia quanto ao particularpelanicatestemunhaouvidanofeito,PAULAFABIANEDOSP.D.-convidadaadeporpeloreclamante (ID 580773 - Pg. 2).Registro,poroportuno,quearefernciadaprepostadareclamada,emaudincia,deque"[...]Mrcionuncateveafastamentoslongosdotrabalho,nomximo1ou2diasemrazodeproblemasdesade;acreditaque,nessasoportunidades,eraoautorquedespachavacomAlbertonocasode desconhece problema crnico de sade de Mrcio, que determinasse seu afastamento necessidade;(sublinhei),noensejaopagamentodediferenassalariais,porsetratarde peridicodotrabalho"substituio meramente eventual. Adoto no caso, a contrario sensu, a Smula 159, I, do TST:SUBSTITUIODECARTERNOEVENTUALEVACNCIADOCARGO(incorporada a Orientao Jurisprudencial n 112 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22e 25.04.2005I-Enquantoperdurarasubstituioquenotenhacartermeramenteeventual,inclusive nas frias, o empregado substituto far jus ao salrio contratual do substitudo.(grifei)Mantida a sentena, no h falar em integrao do adicional de periculosidade no clculo das parcelas oraapreciadas.Nego provimento.4. Indenizao pela criao e desenvolvimento de softwareOreclamanteinsurge-secontraoindeferimentodeindenizaopelodesenvolvimentodeumsoftwareparasuprirdeficinciadosistemaadotadonareclamada.Diztercriadoumprogramaparaareclamada(Gerenciamento do MPS e Cadeia de Suprimentos), tendo a empresa se apossado da referida ferramenta.Ressalta a importncia da ferramenta para a reclamada, tendo esta se beneficiado do invento desde 2001at hoje.O Juzo de origem (ID 1191492 - Pg. 4) aplicou ao caso o disposto no art. 4 da Lei 9.609/98 e indeferiua pretenso.Analiso.Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: WILSON CARVALHO DIAShttp://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031911390672700000001461946Nmero do documento: 15031911390672700000001461946Num. 1467962 - Pg. 6Oart.4daLei9.609/98-aqualdisciplinaproteodapropriedadeintelectualdeprogramadecomputador e sua comercializao no pas - assim estabelece:Art.4Salvoestipulaoemcontrrio,, pertenceroexclusivamenteaoempregadorcontratantedeserviosourgopblico,osdireitosrelativosaoprogramadecomputador,desenvolvidoeelaboradoduranteavignciadecontratooudevnculoestatutrio, expressamente destinado pesquisa e desenvolvimento, ou em que a atividadedo empregado, contratado de servio ou servidor seja prevista, ou ainda, que decorra daprpria natureza dos encargos concernentes a esses vnculos.1Ressalvadoajusteemcontrrio,acompensaodotrabalhoouservioprestado ou ao salrio convencionado. limitar-se- remunerao 2 Pertencero, com exclusividade, ao empregado, contratado de servio ou servidor osdireitos concernentes a programa de computador gerado sem relao com o contrato detrabalho,prestaodeserviosouvnculoestatutrio,esemautilizaoderecursos,informaestecnolgicas,segredosindustriaisedenegcios,materiais,instalaesouequipamentosdoempregador,daempresaouentidadecomaqualoempregadormantenha contrato de prestao de servios ou assemelhados, do contratante de serviosou rgo pblico.3Otratamentoprevistonesteartigoseraplicadonoscasosemqueoprogramadecomputador for desenvolvido por bolsistas, estagirios e assemelhados.(grifei)Nocaso,oreclamante,repiso,eraprogramadordeproduo,sendodaessnciadassuasatividadesarealizao de programas de informtica em benefcio da empresa. De fato, consta na descrio de cargosdaempresaqueoprogramadordeproduodetm,entreoutrasatribuies,ade"Otimizarousode (ID 235198 - Pg. 1), do que se extrai que o recursos que atendam as polticas de estoques e servios"desenvolvimento do sistema de Gerenciamento do MPS e Cadeia de Suprimentos era atividade afeta suafuno, no lhe sendo devida qualquer indenizao nos termos do art. 4, 1, da Lei 9.609/98. Ressalto,por oportuno, no haver no instrumento de contrato de trabalho (ID 274803 - Pg. 1- 2) qualquer clusulaestabelecendo exceo ao previsto na referida lei.Nessecaminho,entendoquedevesermantidaasentena,cujosfundamentosadotocomorazesdedecidir (ID 1191492 - Pg. 4):A Lei 9.609/98, que dispe sobre a proteo da propriedade intelectual de programa decomputador,dispeemseuart.4:"salvoestipulaoemcontrrio,pertenceroexclusivamenteaoempregador(...)osdireitosrelativosaoprogramadecomputador,desenvolvidoduranteavignciadecontrato(...)emqueaatividadedoempregado(...)sejaprevista,ouainda,quedecorradaprprianaturezadosencargosconcernentesaesses vnculos".Sobre a matria, importa transcrever a lio de Alice Monteiro de Barros:"Logo,sserdepropriedadeexclusivadoempregadoacriaoquenoforAssinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: WILSON CARVALHO DIAShttp://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031911390672700000001461946Nmero do documento: 15031911390672700000001461946Num. 1467962 - Pg. 7desenvolvidaouelaboradadurantearelaoempregatcia,tampoucodecorradanaturezadosencargosalusivosaovnculoempregatcio.Sehouverestipulaoemcontrrio,osdireitospoderopertenceraoempregado,mesmoqueacriaosejadesenvolvida durante o liame empregatcio ou em decorrncia dele" (Curso de Direito doTrabalho, 5 edio, LTr, So Paulo. 2009, p.634).Na hiptese dos autos, a descrio da funo do autor (id. 235198) prev, dentre outrasatividades,ade"otimizarousoderecursosqueatendamaspolticasdeestoqueseservios".Eoreclamanteesclareceuque,aodesenvolverosistema"GerenciamentodoMPS",elenadamaisfezdoque,justamente,potencializarousodeumrecursopreexistente na demandada ("EMS/DataSul"):"(...)aolongodosanos,odepoentedesenvolveuumaferramentadeapoioaosoftwareadquirido pela reclamada Datasul; essa ferramenta chama-se Gerenciamento de MPS,que serve de apoio programao da produo; comeou a desenvolver essa ferramentaem 2000/2001 e terminou em 2004/2005, mas, depois disso, seguiu fazendo adaptaes;esse desenvolvimento foi feito somente pelo depoente (...)" (id. 580773).Cumpre salientar, por demasia, que no contrato de trabalho do reclamante (id. 274803)no consta a mencionada " estipulao em sentido contrrio", de modo que impositiva aconclusodequeorecursoporeledesenvolvidopertence,deformaexclusiva,reclamada.Nego provimento.5. Assdio moralO reclamante no se conforma com o indeferimento da indenizao por assdio moral. Argumenta que aprovatestemunhalrevelaquesofriaagressesnoambientedetrabalho.Asseveraqueseusuperiorhierrquico pressionava os empregados a fim de que pedissem demisso.OJuzodeorigem(ID1191492-Pg.4-5)indeferiuapretensoindenizatria,porquantoconstatouinconsistncias entre os depoimentos da nica testemunha ouvida no feito e o do reclamante. Afora isso,concluiu que o suposto tratamento grosseiro do Sr. Alberto era direcionado a todos os empregados e noapenas ao reclamante, o que afasta a caracterizao do assdio moral.Analiso.O recurso do reclamante beira ao no conhecimento, uma vez que no investe de forma objetiva contra aconclusodoJuzoquantosinconsistnciasdosdepoimentosdoreclamante,orarecorrente,edatestemunhaPAULAFABIANEDOSP.D.,nicatestemunhaouvidanademanda.Almdisso,oreclamante no faz considerao mais aprofundada sobre a no caracterizao do assdio moral no casopor inexistir perseguio ao reclamante, mas tratamento hostil a todos os empregados.Dequalquerforma,observoserembastantepertinentesasponderaesdoJuzodeorigemquantosinconsistncias verificadas nos depoimentos do reclamante e da testemunha PAULA FABIANE DOS P.Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: WILSON CARVALHO DIAShttp://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031911390672700000001461946Nmero do documento: 15031911390672700000001461946Num. 1467962 - Pg. 8D. , convidada a depor pelo reclamante.O reclamante assim relatou (ID 580773 - Pg. 1):[...]aoingressarnaempresaem2000,notouaformaagressivaegrosseiradispensadapelogerenteAlbertoaosempregados;at2006,Albertosequercumprimentavaodepoente;devezemquando,AlbertogritavaparaMrcioRafaelparaqueestefalassecomodepoente;areclamadachegouater116empregados;odepoentesereportavaaMrcioeestesereportavaaogerenteAlberto;Albertocostumavacolocarapelidosnosempregados,masissonoaconteceucomodepoente;foichamadode"incompetente","idiota"e"boca-aberta"porAlberto;issoocorreude2006atodesligamento;Mrciotambm era tratado aos gritos.A testemunha PAULA FABIANE DOS P. D., por sua vez, assim relatou (ID 580773 - Pg. 2):[...]ochefedadepoente,JosCarlos,faziaoscontatoscomAlberto,mas,diantedealgumproblema,Albertoingressavanosetordadepoentegritando;eledesrespeitavainclusiveJosCarlos,queerachamadode"bundo";quandoadepoenteficougrvidapediuparaAlbertomanteraportadeseuescritriofechada,poiselefumavaotempotodo;Albertoreferiunessaocasioque"sporquetinhaficadobarriguda,achaquemandanaempresa";areadetrabalhoeranica,comdivisriasatoteto,algumasdelasdevidro;viuAlbertodiscutindocomoautordiversasvezes;comooautorreclamava do cigarro, vrias vezes Alberto entrou na sala da depoente fazendo o seguintecomentrio:"tenhonojodessecaraa";essetratamentoeradispensadoporAlbertoatodos,excetoMrcioRafael;ouviuAlbertoreferir-seaoreclamantecomo"vocumbosta", "voc um merda"; no era permitido fumar na reclamada; trabalhou sempre nomesmoambiente,excetonosprimeirosmesesdocontratodetrabalho;oautornoeraobjeto de tratamento diferenciado, exceto na questo do cigarro.Como bem referido pelo Juzo de origem (ID 1191492 - Pg. 5):As inconsistncias entre os relatos so bem sensveis: a) a testemunha refere que AlbertonodestratavaMrcioRafael,enquantoodemandantedisseque"Mrciotambmeratratadoaosgritos";b)atestemunhadissequeouviuAlbertochamaroreclamantede"bosta" e "merda", enquanto o demandante mencionou o emprego de outras expresses,como"incompetente","idiota"e"boca-aberta";c)osadjetivosdesditososmencionadospeloreclamantesugeremqueasupostairadeAlbertoeradecorrentedepotenciaisinconsistnciasnodesempenhodasatividades,enquantoatestemunhaPaulafoicategrica ao afirmar que "o autor no era objeto de tratamento diferenciado, exceto naquesto do cigarro".Assim, entendo que a prova oral colhida frgil, devendo ser prestigiada a concluso do Juzo de origemque colheu diretamente a prova, pois, em razo disso, certamente o quem melhor condies tem para talavaliao.Diante do exposto, nego provimento.WI LS ONCARVALHODI ASAssinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: WILSON CARVALHO DIAShttp://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031911390672700000001461946Nmero do documento: 15031911390672700000001461946Num. 1467962 - Pg. 9WI LS ONCARVALHODI ASRelatorVOTOSPARTICIPARAM DO JULGAMENTO:DESEMBARGADOR WILSON CARVALHO DIAS (RELATOR)JUIZ CONVOCADO MANUEL CID JARDONDESEMBARGADORA DENISE PACHECOAssinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: WILSON CARVALHO DIAShttp://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15031911390672700000001461946Nmero do documento: 15031911390672700000001461946Num. 1467962 - Pg. 10