tratamento nutricional em hiv-aids_20130915173807
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A desnutrição, perda de peso e a depleção da massa celular
podem ocorrer em todos os estágios da doença.
A infecção pelo HIV está relacionada com aumento do gasto
energético basal
ESTADO NUTRICIONAL E METABOLISMO
A desnutrição em pacientes com AIDS, conhecida como
Wasting Syndrome (Síndrome Consuptiva), é caracterizada
pela perda do peso habitual involuntária maior que 10%.
Perdas de >5% - morbidade e mortalidade
Em geral, está associada a febre documentada por mais de
30 dias, fraqueza e diarréia (> 3 evacuações/ dia por mais
que 30 dias).
A incidência da desnutrição e da síndrome consuptiva
diminuiu um pouco com o uso da HAART (terapia
antirretroviral de alta eficácia).
ESTADO NUTRICIONAL E METABOLISMO
A perda de peso ocorre mesmo nos pacientes em HAART.
18% apresentaram perda > 10% do peso em 1 ano
21% perderam > 5%
8% apresentaram IMC <20 kg/m2
Consequências:
• Perda de massa corporal magra
• Progressão da doença
• Diminuição da força muscular
• Piora do estado funcional
• Piora da qualidade de vida
ESTADO NUTRICIONAL E METABOLISMO
Alterações nervosas – invasão das células gliais do sistema
nervoso central – demência e neuropatias
Lesões orais, esofágicas – dificuldade na mastigação
Infecções intestinais – E. coli e C. dif f icile – Diarréias
CAUSAS DA DESNUTRIÇÃO NA HIV/AIDS
CATABOLISMO DIMINUIÇÃO
NA INGESTÃO DESNUTRIÇÃO
Considerar os métodos tradicionais para avaliação do estado
nutricional
• avaliação global subjetiva
• Antropometria
• parâmetros bioquímicos
• impedância bioelétrica
Distinguir a síndrome consuptiva e l ipodistrofia que podem
estar associadas.
Acrescentar exames de avaliação metabólica para
diagnosticar a presença da l ipodistrofia.
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Fatores físicos: lipoatrofia na região da face, dos membros
superiores e inferiores e uma proeminência das veias
superficiais associado ou não ao acúmulo de gorduras na
região do abdômen, da região cervical (gibas) e das mamas.
Fatores metabólicos: aumento sérico de lipídeos, intolerância
à glicose, aumento da resistência periférica à insulina e
diabetes mellitus, associados ou não às alterações
anatômicas
DIAGNÓSTICO DA LIPODISTROFIA
evitar a desnutrição, principalmente a perda de peso corporal,
minimizar os sintomas e prevenir as infecções do HIV e as
oportunistas,
melhorar a tolerância ao tratamento antirretroviral,
ajudar a manter a composição corporal,
promover melhor qualidade de vida.
OBJETIVOS DA TERAPIA NUTRICIONAL
Perda significante de peso (> 10% em 6
meses);
IMC <18,5kg/m²
ASG = C
albumina sérica < 3mg/dL.
QUANDO A TERAPIA NUTRICIONAL ESTÁ
INDICADA?
RECOMENDAÇÕES DE ENERGIA
Tanto pacientes estáveis quanto aqueles com
alguma infecção oportunista, apresentam
aumento da TMB
Pode elevar de 20 a 30% da necessidade
energética.
PROTEÍNA
ASSINTOMÁTICOS
1,2 g/Kg
SINTOMÁTICOS
1,5 g/kg
Outros fatores como insuficiência renal, pancreatites ou encefalopatia hepática devem ser considerados para o cálculo das necessidades.
Podem ocorrer níveis plasmáticos diminuídos de vitaminas A,
B, C, E, z inco e selênio.
A prevalência de baixos níveis de vitamina B12 decrescem
depois da introdução da HAART.
vitaminas A, B, C, E, z inco e selênio, não devem ser inferiores
a 100% das DRIS.
MICRONUTRIENTES
Ainda faltam evidências clínicas conclusivas sobre os
benefícios da uti lização de fórmulas especializadas para o
paciente com HIV/AIDS
Provavelmente devido a l imitações dos estudos, relacionados
aos aspectos éticos e metodológicos
FÓRMULA ESPECIALIZADA?
A suplementação via oral com 30g de glutamina por dia
reduziu a gravidade da diarréia associada ao tratamento com
inibidor de protease em pacientes com HIV/AIDS.
Ainda faltam evidências clínicas conclusivas sobre os
benefícios da restrição de lactose, parece ser benéfica
apenas no caso de diarreia infecciosa, e não na secretora –
inerente à própria doença.
Probióticos estão indicados para o paciente pediátrico com
HIV, principalmente quando ocorre disfunção intestinal e
redução de l infócitos T CD4 (A).
QUAIS OS NUTRIENTES SÃO EFICAZES
PARA O CONTROLE DA DIARRÉIA?
Intervenções nutricionais com objetivo de manter o
peso corporal devem ser implementadas.
Alguns estudos mostraram que a suplementação oral
aumentou a ingestão nutricional resultando no
aumento no ganho de peso e massa corporal
gordurosa.
Exercícios de resistência, com ou sem componente
aeróbico, aumentaram o teor de massa magra e
melhoraram a resistência à insulina.
TERAPIA NUTRICIONAL X LIPODISTROFIA
Os pacientes costumam seguir uma dieta inadequada.
64,3% - dieta em excesso e de baixa qualidade – sobrepeso.
8,6% - dieta nutricionalmente pobre.
A terapia nutricional associada à atividade física promove significante alteração na composição corporal e pode ser usada de forma complementar
Dietas com baixo teor de gordura ou exercício físico podem resultar na perda de tecido adiposo e, portanto, devem ser indicados como prevenção nos pacientes com lipodistrofia.
TERAPIA NUTRICIONAL X LIPODISTROFIA
Dicas úteis para orientação nutricional para pacientes
com AIDS
1. Orientar refeições fracionadas (intervalo de 2-3 h).
2. Oferecer mais alimentos no período da manhã quando o
apetite está melhor.
3. Consumir alimentos que mais preferir.
4. Escolher alimentos com alta densidade energético-protéica
(vitaminas com leite, mingau).
5. Quando possível, tomar os medicamentos com leite, sucos
ou bebidas instantâneas.
6. Preparar sopas, caldos, mingaus e vitaminas engrossados
com módulos de energia e proteínas.
7. Praticar de 10-15’ de atividade física antes das refeições.
8. Evitar líquidos durante as refeições.
9. Fazer as refeições em ambiente tranqüilo e agradável.
10. Mastigar bem os alimentos.
Com perda de apetite
1. Preferir alimentos salgados e secos.
2. fracionamento e volume das refeições.
3. Preferir alimentos de + fácil digestão (evitar gorduras).
4. Mastigar bem os alimentos.
5. Fazer as refeições em ambiente tranqüilo e agradável.
6. Evitar extremos de temperatura.
7. Não ingerir líquidos durante as refeições.
8. Evitar deitar após as refeições.
Com náuseas e vômitos
Dicas úteis para orientação nutricional para pacientes
com AIDS
2. Evitar alimentos ricos em fibras insolúveis (folhas, frutas com
bagaço e casca, cereais). Preferir fibras solúveis (gomas,
mucilagem).
3. Evitar leguminosas (feijão, ervilha, lentilha).
4. Preferir carnes magras e brancas (aves e peixes).
5. Preparar carnes cozidas, grelhadas ou assadas.
6. Ingerir bastante líquido: água, água de coco, sucos diluídos,
soluções isotônicas.
7. Evitar doces concentrados.
8. Fracionar as refeições (mínimo 6).
Com diarréia
Dicas úteis para orientação nutricional para pacientes
com AIDS
1. Evitar alimentos muito temperados, salgados, ácidos,
refrigerantes.
2. Evitar alimentos com temperaturas extremas.
3. Modificar a consistência da dieta (legumes bem cozidos
ou na forma de purês ou suflês, carnes bem cozidas e
desfiadas, biscoitos, pães e torradas devem ser
molhados no leite ou sopa).
Com odinofagia
Dicas úteis para orientação nutricional para pacientes
com AIDS
Homem de 43 anos com antecedente de infecção pelo HIV,
descontinuou o acompanhamento e tratamento antirretroviral
por conta própria a cerca de 1 ano e meio (na época estava
com controle ótimo segundo suas informações).
Permaneceu assintomático até há 2 meses, quando passou a
apresentar dor retroesternal ao engolir. Dirigiu-se ao pronto-
socorro com história de 4 semanas de tosse seca e dispnéia
progressiva, além de febre nos últimos 4 dias de até 38,4
graus.
Refere ainda perda de peso de 6 quilos nos últimos 6 meses e
abatimento progressivo.
DIAGNÓSTICO: AIDS, PNEUMONIA E CANDIDÍASE ORAL
CASO CLÍNICO
Exame Físico
Bom estado geral, descorado+/++++, hidratado, anictérico,
acianótico
PA: 128/84 mmHg
FC: 90 b.p.m
PESO HABITUAL: 75 Kg
PESO ATUAL: 69 Kg
ALTURA: 1,70m
Ingestão oral prejudicada
DADOS DO PACIENTE
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