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Tratamento clínico da síndrome Tratamento clínico da síndrome pré-menstrual
Beatriz S. Monnerat (R1)Orientadora: Dra. Lenita Panaro
Introdução
� Semonides (2600 a.C.)
� Hipócrates (600 a.C.)
Sintomas SPM
Retenção do fluxo menstrual Retenção do fluxo menstrual
� + de 200 sintomas associados.
� Manejo frustrante para pacientes e médicos.
Definição
“ Síndrome composta por manifestações físicas,“ Síndrome composta por manifestações físicas,emocionais e comportamentais que acometemulheres em fase reprodutiva na ausência dedoença orgânica ou mental que possa simular ossintomas. Essas manifestações clínicas causamocorrem regularmente durante a fase lútea do ciclomenstrual (após ovulação) e desaparecem oureduzem significativamente ao término doreduzem significativamente ao término dosangramento menstrual”
Magos AL, Studd JWW. The premenstrualsyndrome. In: Studd J, editor. Progress inobstetrics and gynaecology. London:Churchill Livingstone; 1984. p. 334-50.
Definições
� 50% são realmente portadoras da síndrome.
Borenstein JE, Dean BB, Yonkers KA,EndicottJ. Using the daily record of severityof problems as a screening instrument forpremenstrual syndrome. Obstet Gynecol2007;109:1068-75.
Classificação
American College of Obstetricians and Gynecologist (ACOG):
Até 3 sintomas → SPM leve� Até 3 sintomas → SPM leve
� 3-4 sintomas → SPM moderada
� 1 sintoma que cause prejuízo significante → SPM severa
Presentes em pelo menos de dois a três ciclos conse cutivosPresentes em pelo menos de dois a três ciclos conse cutivos(anotados em diários prospectivos)
Definição
� Transtorno disfórico pré -menstrual (TDPM)• Considerado subtipo e também como a forma mais grave Considerado subtipo e também como a forma mais grave
da SPM
Valadares GC et al. Transtorno disfórico pré-menstrual revisão – conceito, história, epidemiologia e etiologia. Rev de Psiquiatria Clinica, vol 33, 2006
Epidemiologia
� 75% a 95% - algum tipo de sintoma pré-menstrual
� Prevalência do TDPM é de 3% a 8%
� Incidência → 25-35 anos.
� Tratamento → metade dos 30 anos.
Fatores de Risco
� Obesidade� Fatores genéticos� Fatores genéticos� Tabagismo� Dieta� Sedentarismo� Consumo excessivo de cafeína� Consumo de álcool em idade jovem
Sintomatologia
•Sintomas somáticos : Mastalgia, distensão abdominal, cefaleia, dor articular/muscular, abdominal, cefaleia, dor articular/muscular, edema generalizado/ localizado, dor pélvica, alterações cutâneas (ex: acne)
•Sintomas afetivos/psicológicos : Alterações de humor, irritabilidade, agressividade, depressão, isolamento social, agressividade, depressão, isolamento social, alterações de apetite, alterações do padrão de sono.
Sintomatologia
� Sintomas → alguns dias até 2 semanas antes
� Pico → 2 dias antes
� Irritabilidade/raiva → sintomas mais precoces
� Deve haver por definição um período livre de sintomas antes da ovulação.sintomas antes da ovulação.
Yonkers et al. Premenstrual Syndrome. .Lancet- Author manuscript; available in PMC 2011 June 20.
Sintomatologia
Yonkers et al. Premenstrual Syndrome. .Lancet- Author manuscript; available in PMC 2011 June 20.
A gravidade dos sintomas segundo estágio do ciclo menstrualDRSP = Avaliação diária de gravidade dos problemas. * O pico dos sintomas ocorreu no dia 2 (ou seja,dois dias antes do início da menstruação) para os sintomas depressivos; dia -1 para os sintomas físicos;dias -2 para a raiva, irritabilidade, ou tendência para o conflito; -3 dias para os desejos de comida. Osescores médios dos sintomas para cada fator são mostrados
Etiologia e Fisiopatologia
� A etiologia desconhecida, complexa e multifatorial.
Hormônios ovarianos x neurotransmissores (serotonina e� Hormônios ovarianos x neurotransmissores (serotonina eGABA).
� Deficiência de prostaglandinas (incapacidade deconverter ácido linoléico)
Diagnóstico
Valadares GC et al. Transtorno disfórico pré-menstrual revisão – conceito, história, epidemiologia e etiologia. Rev de Psiquiatria Clinica, vol 33, 2006
Diagnóstico
� Desordens clínicas com agravamento na fase lútea incluem:lútea incluem:
• Cefaleia migratória• Epilepsia• Síndrome do colo irritável • Hipotireoidismo
Diagnóstico
LORI M.et al..Premenstrual Syndrome. AMERICAN FAMILYPHYSICIAN.VO 67, Nº 8 / APRIL 15, 2003
Diagnóstico
Critérios Diagnósticos para TPM pela ACOG:
1 sintoma somático + 1 sintoma afetivo1 sintoma somático + 1 sintoma afetivoDurante 5 dias antes da menstruação 2/3 ciclos menstruais consecutivos
Os sintomas também devem atender aos seguintes critérios:
Ser aliviados dentro de 4 dias após o início da menstruação, sem recorrência até pelo menos o 13º dia do ciclo. recorrência até pelo menos o 13º dia do ciclo. Estar presente, na ausência de qualquer terapia farmacológica, a ingestão da hormonal, ou uso de drogas ou de álcoolEstar causando disfunção no desempenho social ou econômicoDevem ser repetitivos durante 2 ciclos com registro em diário prospectivo de sintomas
Diagnóstico
Critérios diagnósticos para TDPM (DSM -IV):
5 sintomas sendo pelo menos 1 sintoma afetivo Semana antes da menstruação
2/3 ciclos menstruais consecutivosEvidência de prejuízo funcional
Os sintomas também devem atender aos seguintes critérios:
Não devem ser apenas exacerbação de outras doençasPeríodo assintomático de duração relativa entre os dias 2 e 14 do ciclo menstrual Devem ser repetitivos durante 2 ciclos com registro em diário prospectivo de sintomas.
Os sintomas também devem atender aos seguintes critérios:
Diagnóstico
American College of Obstetrics and Gynecology (ACOG) define SPM moderada a grave usando os (ACOG) define SPM moderada a grave usando os seguintes critérios:
� Presença de pelo menos um sintoma psicológico ou físico que cause prejuízo significativo
� Confirmados por anotações prospectivas em diário� Confirmados por anotações prospectivas em diáriodurante pelo menos dois ciclos consecutivos
Diagnóstico
LORI M.et al..Premenstrual Syndrome. AMERICAN FAMILYPHYSICIAN.VO 67, Nº 8 / APRIL 15, 2003
Tratamento
Tratamento não farmacológico:
� Orientações dietéticas:- Diminuição da ingesta de sódio e cafeína- Aumento do consumo de alimentos ricos em
triptofano (ex: batata inglesa, feijões, oleaginosas, queijo, morango, abacaxi, melancia...)
- Aumento da ingestão de isoflavonas (ex: soja)- Aumento da ingestão de isoflavonas (ex: soja)
� Prática regular de exercício
� Terapia cognitivo comportamental
Tratamento
Tratamento não farmacológico:
� Suplementos e Vitaminas:- Cálcio- Magnésio- Vitamina E (mastalgia)- Omega 3- Vitamina B6- Vitamina B6
Tratamento
Tratamento não farmacológico:
� Outras terapias, como acupuntura, biofeedback, homeopatia, massagem, meditação com guia da imaginação, reflexologia e fototerapia.
Tratamento
Tratamento fitoterápico:
black cohosh dong quai vitex agnus-castus
kava kava oenothera biennis ginkgo biloba
Tratamento
Paiva SPC, Paula LB, Nascimento LLO. Tensão Pré-Menstrual (TPM): uma revisão baseada em evidências científicas.FEMINA | Junho 2010 | vol 38 | nº 6
Tratamento
Tratamento farmacológico:
� IRS- Eficazes no alívio dos sintomas físicos e comportamentais
- Taxas de sucesso descritas entre 50 a 70%- Mecanismo de ação não se baseia em suas propriedades antidepressivas e ansiolíticas
- Início da ação - 24 a 48 horas - Início da ação - 24 a 48 horas - Forma contínua ou intermitente (fase lútea:15–28 dias) - Se utilizado de forma contínua sua retirada deve ser gradual
Tratamento
Tratamento farmacológico:
� Ansiolíticos:- Alprazolan (ex:insonia)- Buspirona (agonista serotonergico 5HT1-A)
Tratamento
Tratamento farmacológico:
� Análogo do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH)
- Não é recomendado como primeira droga de escolha e o uso prolongado e deve ser restrito.
- Causa supressão do ciclo e eliminação dos sintomas pré-menstruaissintomas pré-menstruais
-Terapia hormonal conjunta é recomendada (TRH contínua ou Tibolona)
- Terapia de baixa dose não é recomendada.- Observar densidade óssea anualmente
Tratamento
Tratamento farmacológico:
� Danazol- Androgênio sintético - Suprime função ovariana (inibe FSH e LH)- Muitos efeitos colaterais (virilização)- Utilizar contracepção durante o tratamento
Tratamento
Tratamento farmacológico:
� Bromocriptina - Agonista da dopamina - Reduz níveis séricos da prolactina- Diminui mastalgia
� Espironolactona� Espironolactona- Diurético poupador de potássio- Redução de edema, desconforto mamário, da
distensão abdominal e melhora da acne- Seu uso é recomendado somente na fase lútea
Tratamento
Tratamento farmacológico:
� Estrogênio - Adesivo ou implante - Deve ser combinado com progesterona cíclico (10-12 dias) ou DIU medicado
- Forma oral não suprime função ovariana
� Progesterona - Baseia-se na hipótese de que os sintomas pré-
menstruais se devem à deficiência da progesterona na fase lútea. Entretanto, os trabalhos e revisões disponíveis até o momento são inconclusivos.
Tratamento
Tratamento farmacológico:
� Anticoncepcionais orais combinados (ACO) - Supressão da ovulação - Uso contínuo ou com pausa de 4 dias- Associação de drospirenona (Yasmin® e Yaz®)
OBS:uma revisão publicada pela base de dados Cochrane, em 2009, comparando o OBS:uma revisão publicada pela base de dados Cochrane, em 2009, comparando o uso de ACO comum e ACO associado a drospirenona, não observou diferença nos sintomas da TPM após dois anos de tratamento e acompanhamento.
Tratamento
Paiva SPC, Paula LB, Nascimento LLO. Tensão Pré-Menstrual (TPM): uma revisão baseada em evidências científicas.FEMINA | Junho 2010 | vol 38 | nº 6
Tratamento
Esquema de manejo da SPM (RCOG):
1ª LINHA: Exercício, terapia cognitivo comportamental, vitamina B6, ACO de última geração contínuo ou cíclico, ex: Yasmin®, ISRS em baixas doses de forma contínua ou apenas na fase lútea (15–28 dias)
2ª LINHA : Adesivos de estradiol (100 mcg) + progesterona oral, ex: Duphaston (10mg) D17-D28 ou Mirena®. Dose superior ISRS na fase lútea ou continuamente.
3ª LINHA : Análogos do GnRH + TRH (estrogênio + progesterona combinada contínua ou tibolona)
4ª LINHA: Histerectomia e ooforectomia bilateral + TRH (incluindo testosterona)
Bibliografia
1) American College of Obstetricians and Gynecologists. Clinical management guidelines for obstetricians-gynecologists: premenstrual syndrome. ACOG practice bulletin 15. Washington, DC: ACOG; 2000.
2) Royal College of Obstetricians and Gynaecologists (RCOG). Management of Premenstrual Syndrome (Green-top Guideline No. 48), Panay N (ed.). December 2007.
3) SAMADI, Z.;TAGHIAN, F.; VALIANI, M. The effects of 8 weeks of regular aerobic exercise on the symptoms of premenstrual syndrome in non-athlete girls. Iran J Nurs Midwifery Res. 2013 Jan-Feb; 18(1): 14–19.
4) JAHANFAR, S,.; LYE, M.S.; KRISHNARAJAH, I.S. The heritability of premenstrual syndrome.Twin Res Hum Genet. 2011 Oct;14(5):433-6. doi: 10.1375/twin.14.5.433.
5) DROSDZOL, A.; NOWOSIELSKI, K.; SKRZYPULEC, V.; PLINTA, R. Premenstrual disorders in Polish adolescent girls: 5) DROSDZOL, A.; NOWOSIELSKI, K.; SKRZYPULEC, V.; PLINTA, R. Premenstrual disorders in Polish adolescent girls: prevalence and risk factors. J Obstet Gynaecol Res. 2011 Sep;37(9):1216-21. doi: 10.1111/j.1447- 0756.2010.01505.x. Epub 2011 Apr 26.
6) PAIVA, S.P.C.; PAULA, L.B.; NASCIMENTO, L.L.O. Tensão Pré-Menstrual (TPM): uma revisão baseada em evidências científicas. FEMINA | Junho 2010 | vol 38 | nº 6
7) SKRZYPULEC, V.; DONIEC, Z.; DROSDZOL, A.; NOWOSIELSKI, K.; PAWLIŃSKA-CHMARA, R. The influence of bronchial asthma on premenstrual syndrome prevalence among girls. J Physiol Pharmacol. 2007 Nov;58 Suppl 5(Pt 2):639-46.
Bibliografia
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9) VALADARES, G.C.; FERREIRA, L.V.; CORREA FILHO, H.; ROMANO-SILVA, M.A. Transtorno disfórico pré-menstrual 9) VALADARES, G.C.; FERREIRA, L.V.; CORREA FILHO, H.; ROMANO-SILVA, M.A. Transtorno disfórico pré-menstrual revisão – conceito, história, epidemiologia e etiologia. Rev. Psiq. Clín. 33 (3); 117-123, 2006
10) MAGOS, A.L.; STUDD, J.W.W. The premenstrual syndrome. In: Studd J, editor. Progress in obstetrics and gynaecology. London: Churchill Livingstone; 1984. p. 334-50.
11) BORENSTEIN, J.E.; DEAN, B.B.; YONKERS, K.A.; ENDICOTT, J. Using the daily record of severity of problems as a screening instrument for premenstrual syndrome. Obstet Gynecol 2007;109:1068-75.
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13) LORI, M. ET AL..Premenstrual Syndrome. American Familyphysician.VO 67, Nº 8 / April 15, 2003
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Bibliografia
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16) PEARLSTEIN, T.; STEINER, M. Premenstrual dysphoric disorder: burden of illness and treatment update. J 16) PEARLSTEIN, T.; STEINER, M. Premenstrual dysphoric disorder: burden of illness and treatment update. J Psychiatry Neurosci 2008;33(4):291-301
17) SOHRABI N. et al. Evaluation of the effect of omega-3 fatty acids in the treatment of premenstrual syndrome: ‘‘A pilot trial’’.Complementary Therapies in Medicine (2013), 141—146
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