trabalho de dissertaÇÃo · 2018. 5. 4. · células t do adulto (atl) e paraparesia espástica...
Post on 24-Mar-2021
0 Views
Preview:
TRANSCRIPT
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM IMUNOLOGIA
TRABALHO DE DISSERTAÇÃO
VANESSA DA SILVA BRITO
FREQUÊNCIA DE SUBTIPOS LINFOCITÁRIOS
PERIFÉRICOS E EXPRESSÃO DE FOXP3 NA INFECÇÃO
PELO VÍRUS LINFOTRÓPICO DE CÉLULAS T HUMANAS
TIPO 1 (HTLV-1).
Salvador, BA
2013
2
VANESSA DA SILVA BRITO
FREQUÊNCIA DE SUBTIPOS LINFOCITÁRIOS
PERIFÉRICOS E EXPRESSÃO DE FOXP3 NA INFECÇÃO
PELO VÍRUS LINFOTRÓPICO DE CÉLULAS T HUMANAS
TIPO 1 (HTLV-1).
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em
Imunologia, da Universidade Federal da Bahia como requisito
parcial para obtenção do título de Mestre em Imunologia.
Orientadora: Profa. Dra. Songeli Menezes Freire Co-Orientadora: Profa. Dra.
Maria Fernanda Rios Grassi
Salvador, BA
2013
3
Dedico esse trabalho a minha família, pois
sem o apoio delas a minha vida não seria
tão maravilhosa.
4
AGRADECIMENTOS
A minha família, fonte de amor e força para lutar pelos meus objetivos, e por caminharem sempre ao meu lado.
À Dra. Songeli Menezes Freire, pela oportunidade de fazer parte do seu grupo de
pesquisa, pelos conhecimentos compartilhados, pelos anos de orientação pessoal e profissional.
Á Dra. Fernanda Grassi, por ter sido tão atenciosa, pelo exemplo de profissional,
pela importante colaboração e orientação.
Ao Dr. Bernardo Galvão e ao seu grupo de pesquisa, por permitir o desenvolvimento deste projeto em colaboração.
Ao Dr. Roberto Meyer, por conduzir de forma tão humana as atividades do
Labimuno.
Ao querido colega Geraldo Pedral, por todos esses anos de amizade, me ensinando a executar e entender muitas técnicas em imunologia, com inesgotável tranqüilidade.
Às minhas companheiras de projetos Bruna Mattos, Taís Gardênia e Clécia Caribé
por todo o apoio prestado e pela amizade.
À todos os colegas do Labimuno, do PPGIm, e do ADAB, pelo auxílio na execução do projeto, na compreensão dos dados e, principalmente, pelas sábias palavras de
força dadas na reta final.
A todos os docentes do Programa de Pós-graduação em Imunologia.
Aos meus amados amigos pelos infinitos momentos de alegrias.
Ao suporte financeiro dado pelo CNPq, CAPES e PRONEX.
Na certeza de que todos contribuíram para a realização deste estudo, agradeço imensamente.
5
RESUMO
Introdução: O vírus linfotrópico de células T humanas tipo 1 (HTLV-1) é um
retrovírus linfotrópico, descrito como agente causador da leucemia/linfoma de
células T do adulto (ATL) e paraparesia espástica tropical/mielopatia associada ao
HTLV-1 (HAM/TSP). Mesmo nos portadores aparentemente assintomáticos existem
evidências de comprometimento funcional da resposta imune celular. Os objetivos
do presente trabalho foram avaliar as subpopulações linfocitárias e células T
regulatórias em indivíduos infectados pelo HTLV-1 e comparar as populações de
células T (CD4+, CD8+), por dois kits comerciais diferentes disponíveis. Material e
Métodos: Este estudo foi aprovado pelo CEP-207/2009CPqGM/FIOCRUZ. Em
amostras de sangue periférico de 55 indivíduos infectados com HTLV-1
(soropositivos) e 80 controles (não infectados / HTLV soronegativos), foram
quantificados com os reagentes e kits Lymphogram (Cytognos-Espanha) e Tritest
(BD-USA), linfócitos T (CD4+, CD8+, CD25+), células NK e linfócitos B, por reagentes
de marcação simultânea, e avaliada a expressão de Foxp3 nas células T
CD4+CD25+. Resultado: Com os dados analisados, os indivíduos infectados pelo
HTLV-1 apresentam valores mais elevados de células T CD4+ e CD8+, redução na
frequência de células NK (p<0,05), sem diferença nas células B, quando
comparados aos controles. Observa-se uma menor expressão da proteína Foxp3 em
células T CD3+CD4+CD25+ de indivíduos infectados pelo HTLV quando comparados
aos não infectados/soronegativos (p<0,05). Discussão: Com base nos resultados,
pode-se concluir que o Lymphogram® é um método confiável, rápido e de baixo
custo para o diagnóstico e monitoramento de linfopatias como a infecção pelo HTLV-
1. Conclusão: As análises quantitativas mostraram que indivíduos infectados pelo
HTLV-1 apresentam uma contagem de células T CD4+ e CD8+ maior, mantendo a
proporcionalidade nas duas células, e valores menores de células NK, quando
comparados aos controles não infectados.
Palavras-chave: Vírus linfotrópico de células T humanas tipo 1 (HTLV-1);
imunofenotipagem; Foxp3. Lymphogram, TCD4+, TCD8+, Tritest.
6
ABSTRACT
Introduction : The human T lymphotropic virus type 1 ( HTLV - 1 ) is a cell
lymphotropic retroviruses described to cause leukemia / lymphoma adult T-cell ( ATL
) and tropical spastic paraparesis / HTLV-associated myelopathy - 1 ( HAM / TSP ) .
Even in apparently asymptomatic patients there is evidence of functional impairment
of the cellular immune response . The objectives of this study were to evaluate the
lymphocyte subsets and regulatory T cells in individuals infected with HTLV - 1 and
compare the populations of T (CD4+ , CD8+ ) by two different commercially available
kits . Material and Methods: This study was approved by CEP-
207/2009CPqGM/FIOCRUZ. In peripheral blood samples of 55 individuals infected
with HTLV -1 ( HIV + ) and 80 controls, non-infected ( HTLV seronegative ) were
measured with the reagents and kits Lymphogram ( Cytognos , Spain) and Tritest
(BD , USA ) , T lymphocytes (CD4+, CD8+, CD25+) , NK cells and B lymphocytes by
simultaneous marking reagents , and measured the expression of Foxp3 in CD4+
CD25+ . Results: With the data analyzed , individuals infected with HTLV - 1 show
higher values of CD4 and CD8 cells , reduction in the frequency of NK ( p < 0.05 ) ,
with no difference in cell B cells , when compared to controls . Observed a lower
expression of Foxp3 protein in T cells CD3+CD4+CD25+ HTLV -infected individuals
compared to uninfected / seronegative (p < 0.05) . Discussion: Based on the results
, we can conclude that the Lymphogram® is a reliable, fast and cost effective for the
diagnosis and monitoring of lymphopathies method as HTLV – 1. Conclusion : The
quantitative analysis showed that patients infected by HTLV - 1 show a count of
CD4+ and CD8+ cells greater , however proporcinal in two cells , NK cells and lower
values when compared to uninfected controls .
Keywords: Human T lymphotropic virus type 1 (HTLV-1) cells, immunophenotyping;
Foxp3. Lymphogram, CD4+, CD8+, Tritest.
7
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ADAB Ambulatório Docente Assistencial da Bahiana
Ag Antígeno
AgHBs Antígeno de Superfície da Hepatite B
AIDS Acquired Immune Deficiency Syndrome (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida)
APC Allophycocyanin (Aloficocianina)
APCs Antigen Presenting Cells (células apresentadoras de antígeno)
ATL Adults T-cell lymphoma (Linfoma de células T do adulto)
CD Cluster of differentation (marcador de diferenciação de grupo)
CREB cAMP response element-binding protein (proteína de resposta de ligação a
cAMP)
CTL Cytotoxic T Lymphocytes (células T citolíticas ou citotóxica)
DNA Deoxyribonucleic Acid (ácido desoxirribolucléico)
DST Doença Sexualmente Transmissível
EDTA Ethylene Diamine Tetracetic Acid (ácido etilenodiamino tetra-acético)
ELISA Enzyme-Linked-Immunosorbent Assay (ensaio imuno-enzimático)
EUA Estados Unidos da América
FITC Fluorescein Isothiocyanate (isotiocianato de fluoresceína)
Foxp3 Forkhead box P3 ( “suporte de forquilha” proteína intracelular)
FSC Forward scatter (dispersão frontal)
GITR Glucocorticoid-induced tumor necrosis factor receptor (Receptor do fator de
necrose tumoral induzida por glucocorticóides)
GLUT-1 Glucose transporter 1 (transportador de glicose-1)
GM-CSF Granulocyte macrophage colony-stimulating factor (Fator estimulador de
colônia de macrófagos e granulócitos )
gp Glicoproteína
HAM HTLV-I associated myelopathy (mielopatia associada ao HTLV-I)
8
HAM/TSP Human T-lymphotropic virus type-I-associated myelopathy / tropical spastic
paraparesis (Mielopatia humana associada as Víirus T-linfotrópico tipo I /
paraparesia espástica tropical)
HBZ HBZ (HTLV-I bZIP factor) - HTLV-1 basic leucine-zipper (bZIP) factor
HCV Hepatitis C vírus (vírus da Hepatite C)
HIV Human immunodeficiency vírus (vírus da imunodeficiência humana)
HLA Human Leukocyte Antigen (antígeno leucocitário humano)
HSPGs Heparan Sulfate Proteoglycans (proteoglicanos de sulfato de heparano)
HTLV-1 Human T lymphotropic virus type 1 (vírus linfotrópico de células humanas tipo1)
IFN Interferon (interferon)
IgG Imunoglobulina de classe G
IL-1 Interleucina-1
IL-2 Interleucina-2
IL-6 Interleucina-6
IL-15 Interleucina-15
IL-2R Receptor de Interleucina-2
LCR Líquido céfalo-raquidiano
LLTA Leukemia / lymphoma, adult T-cell (Leucemia / linfoma de células T de adulto)
LTR Long Terminal Repeat (terminal de longa repetição nucleotídica)
MoAb Monoclonal antibodies (anticorpos monoclonais)
mRNA Ribonucleic Acid messenger (ácido ribonucléico mensageiro)
MS Ministério da Saúde
NF-κB Factor nuclear kappa B
NK Natural killer (Células assassinas naturais ou celulas NK)
NKT Natural killer T cells (células NKT)
NRP-1 neuropilina-1
OMS Organização Mundial de Saúde
9
ORFs Open reading frames (quadros de leitura aberta)
pb Pares de bases
PBMC Peripheral blood mononuclear cells (células mononucleares do sangue
periférico)
PCR Polimerase chain reaction (reação em cadeia da polimerase)
PE Phycoerythrin (ficoeritrina)
PECy5 Phycoerythrin cyanine 5 (ficoeritrina cianina 5)
PerCP Peridinin chlorophyll protein (proteina clorofila peridinina)
PET Paraparesia espástica tropical
rgp Recombinant glicoprotein (glicoproteína recombinante)
RNA Ribonucleic Acid (ácido ribonucléico)
RT-PCR Real time PCR (reação em cadeia da polimerase em tempo real)
SNC Sistema nervoso central
SRF serum response factor (fator de resposta sérica)
SSC Side scatter (dispersão lateral)
T reg Célula T regulatória
Th Célula T helper
TNF Tumor necrosis factor (fator de necrose tumoral)
TNF-α Tumor necrosis factor-alpha (fator de necrose tumoral)
TSP Tropical spastic paraparesis (paraparesia espástica tropical)
WB Western-Blotting
10
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Representação esquemática da estrutura de uma partícula viral
do HTLV-1 e da estrutura genômica do vírus.
16
Figura 2: Critério de análise das subpopulações linfocitárias pelo kit
Lymphogram®. A-seleção por gate da população de linfócitos totais para o
estudo (tamanho-FSC versus granulosidade-SSC); B-Dot plot de
purificação/identificação (FL-FITC versus FL-PE); C- identificação de CD3+
através da análise de FSC versus padrão de fluorescência (CD56/CD3PE);
D- identificação de CD3+ através da análise do padrão de fluorescência
CD56/CD3PE versus CD4/PECy5; E- identificação de CD8+, CD56+ e
CD19+ através da análise do padrão de fluorescência CD56/CD3PE versus
CD8/CD19FITC. A distribuição das células é avaliada de acordo com
intensidades de fluorescência emitidas pela ligação dos anticorpos
monoclonais específicos, em ambos os eixos.
28
Figura 3: Critério de análise das subpopulações linfocitárias pelo kit
Tritest®. A população de linfócitos totais para o estudo (CD3PerCP) versus
granulosidade-SSC); B os subtipos de linfócitos CD3+ (CD4FITC versus
CD8PE).
29
Figura 4: Representação gráfica das médias±DP dos valores absolutos
(gráfico da esquerda) e relativos (gráfico da direita) de linfócitos T totais
(CD3+) em indivíduos infectados pelo HTLV e controles (não
infectados/soronegativos). Amostras de 55 pacientes infectados e 80
controles foram quantificadas utilizando os reagentes para teste de
imunofluorescendia direta Lymphogram® e Perfect Count® (ambos
Cytognos) por citometria de fluxo. (Significância estatística p<0,05; test t).
32
Figura 5: Representação gráfica das médias±DP dos valores absolutos
(gráfico a esquerda) e relativos (gráfico á direita) de de linfócitos T CD4+ em
indivíduos infectados pelo HTLV e controles não infectados. Amostras de
55 pacientes infectados e 80 controles foram quantificadas utilizando os
reagentes para teste de imunofluorescendia direta Lymphogram® e Perfect
33
11
Count® (ambos Cytognos) citometria de fluxo. (Significância estatística
p<0,05; test t).
Figura 6: Representação gráfica das médias±DP dos valores absolutos
(gráfico a esquerda) e relativos (gráfico a direita) de linfócitos T CD8+ em
indivíduos infectados pelo HTLV e controles não infectados. Amostras de
55 pacientes infectados e 80 controles foram quantificadas utilizando os
reagentes para teste de imunofluorescendia direta Lymphogram® e Perfect
Count® (ambos Cytognos) por citometria de fluxo. (Significância estatística
p<0,05; test t).
34
Figura 7: Representação gráfica das médias±DP da razão entre linfócitos T
CD4+/CD8+ em indivíduos infectados e controles negativos. Amostras de 55
pacientes infectados e 80 controles foram quantificadas utilizando os
reagentes para teste de imunofluorescendia direta Lymphogram® e Perfect
Count® (ambos Cytognos) por citometria de fluxo. (Significância estatística
p<0,05; test t).
35
Figura 8: Representação gráfica das médias±DP dos valores absolutos
(gráfico a esquerda) e relativos (gráfico a direita) de células NK em
indivíduos infectados e controles negativos. Amostras de 55 pacientes
infectados e 80 controles foram quantificadas utilizando os reagentes para
teste de imunofluorescendia direta Lymphogram® e Perfect Count® (ambos
Cytognos) por citometria de fluxo. (Significância estatística p<0,05; test t).
36
Figura 9: Representação gráfica das médias±DP dos valores absolutos e
relativos de linfócitos B em indivíduos infectados e controles negativos.
Amostras de 55 pacientes infectados e 80 controles foram quantificadas
utilizando os reagentes para teste de imunofluorescendia direta
Lymphogram® e Perfect Count® (ambos Cytognos) por citometria de fluxo.
(Significância estatística p<0,05; test t).
37
Figura 10: Representação gráfica das médias±DP dos valores relativos de
de linfócitos T CD3+CD4+CD25+ e análise da expressão de Foxp3 nesta
subpopulação linfocitária em infectados pelo HTLV-1 e controles negativos.
Amostras de 46 pacientes infectados e 64 controles foram quantificadas
utilizando os reagentes para teste de imunofluorescendia direta por
38
12
citometria de fluxo. (Significância estatística p<0,0001; test t).
Figura 11: Valores absolutos de células CD3+, CD4+ e CD8+ por citometria
de fluxo utilizando Lymphogram®/ (Cytognos) e Tritest®(BD) em 36
indivíduos infectados pelo HTLV-1, e 70 indivíduos controles. (Correlação
por Spearman e Significância por Wilcoxon test).
40
13
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Composição dos anticorpos monoclonais e fluorocromos utilizados
como reagentes de kits para quantificação de subpopulações linfocitárias.
27
Tabela 2: Características clínicas e epidemiológicas da população estudada. 30
Tabela 3: Aspectos leucometricos dos participantes voluntários soropositivos
para HTLV e soronegativos
31
Tabela 4: Valores de linfócitos T totais (CD3+), representado em Média± Desvio
Padrão, e o valor de p.
32
Tabela 5: Valores de linfócitos T CD4+, representado em Média± Desvio Padrão,
e o valor de p.
33
Tabela 6: Valores de linfócitos T CD8+, representado em Média± Desvio Padrão,
e o valor de p.
34
Tabela 7: Valores de células Natural Killer, representando em média±DP, valor
de p.
36
Tabela 8: Valores de linfócitos B, representando em média±DP, valor de p. 37
Tabela 9: Média±DP dos valores relativos das células T regulatórias. 38
14
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO GERAL 15 2. REVISÃO DE LITERATURA 16
2.1 ASPECTOS DO VÍRUS LINFOTRÓPICO DE CÉLULAS T HUMANAS 16 2.1.1 Estrutura e Genoma Viral 16
2.1.2 Aspectos Epidemiológicos da infecção pelo HTLV 18 2.1.3 Replicação Viral 19
2.2 CARACTERÍSTICAS DA INFECÇÃO PELO HTLV-1 20 2.2.1 Manifestações clínicas relacionadas a Infecção 19
2.2.2 Patogênese 20 2.2.2.1 PAPEL DOS LINFÓCITOS NA INFECÇÃO PELO HTLV 21
3. OBJETIVOS 22 4. Capítulo 1: artigo científico 1 : Frequência de subtipos linfocitários
periféricos e expressão de Foxp3 na infecção pelo vírus linfotrópico de células T humanas tipo 1 (HTLV-1).
23
4.1 INTRODUÇÃO 24 4.2 MATERIAIS E MÉTODOS 25
POPULAÇÃO DE ESTUDO 25
IMUNOFENOTIPAGEM LINFOCITÁRIA 26 Análises das aquisições por Lymphogram® 27
Análises das aquisições por Tritest® 28 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS 29
ANÁLISE ESTATÍSTICA 29 4.3 RESULTADOS 30
CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO ESTUDADA 30 ANÁLISE DAS SUBPOPULAÇÕES LINFOCITÁRIAS 32
4.4 DISCUSSÃO 41 4.5 CONCLUSÃO 44
4.6 REFERÊNCIAS 45 5 CONCLUSÃO GERAL 53
6 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 54 APÊNDICES (A, B, C e D) 61
ANEXOS (A e B) 64
15
1. INTRODUÇÃO GERAL
O vírus linfotrópico de células T humanas tipo 1 (HTLV-1) foi isolado em 1980
em células de sangue periférico de um doente que sofria de uma doença
linfoproliferativa de células T (POIESZ et al., 1980). Em 1981, foi relacionado com a
Leucemia das Células T do Adulto (ATL) pela demonstração de partículas de
anticorpos anti-HTLV-1 no soro de pacientes com ATL (HINUMA et al., 1981), a
partir daí assumiu-se a designação de vírus do Linfoma de células T do adulto
(ATLV). Em 1983, investigações levaram à descoberta da associação entre este
retrovírus e uma neuromielopatia crônica, e em 1985, na Martinica, houve a
constatação da presença de anticorpos anti-HTLV-1 no soro de mais de 60% dos
pacientes com paraparesia espástica tropical–TSP. Em 1986, foi descrita com a
denominação de mielopatia associada ao HTLV-I - HAM (OSAME et al., 1986). Em
1988, a Organização Mundial de Saúde (OMS), determinou que se tratavam da
mesma doença, denominando-a de HAM/TSP. Este vírus foi mais tarde associado
com outras condições clínicas, além da leucemia de células T do adulto e da
HAM/TSP, como a uveíte, dermatite infecciosa, miosite e poliartrites (FENG YU,
1991; PARKER, 1992).
Aproximadamente 10 a 20 milhões de pessoas estão infectadas pelo HTLV-1
em todo o mundo (EDLICH et al., 2000). Estimativas baseadas nas prevalências
conhecidas apontam 2,5 milhões de pessoas estão infectadas no Brasil (PROIETTI
et al., 2005). No estado da Bahia foi estimado que aproximadamente 40 mil pessoas
estejam infectadas (DOURADO et al., 2003; SANTOS et al., 2009). Na cidade de
Salvador Bahia -Brasil foi registrada uma taxa de 1,8% da população local,
infectados pelo HTLV-1 (GALVÃO-CASTRO et al., 2009)
Diversos fatores estão associados ao desenvolvimento da patologia
associada ao HTLV-1, porém a resposta imunológica do hospedeiro parece ter
importante influência na evolução da infecção. Embora as células T CD4+ sejam as
células alvo primárias para transformação por este vírus, aproximadamente 10%
dele é transportado por células T CD8+, com maior carga proviral do que células T
CD4+, em pacientes HAM/TSP e portadores assintomáticos (MATSUOKA, 2011;
KANNIAN, 2012). Assim as células T CD8+, células B, células dendríticas e células
16
Natural Killer podem ser reservatórios adicionais para o vírus in vivo (GESSAIN &
MAHIEUX, 2012).
Aspectos da celularidade e da distribuição dos subtipos celulares linfocitários
podem ser interessantes na observação do paciente portador do vírus, na condição
de assintomático ou sintomático para estudos futuros prognósticos ou de aspectos
clínicos associados à resposta imune.
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1 . ASPECTOS DO VÍRUS LINFOTRÓPICO DE CÉLULAS T HUMANAS
2.1.1 Estrutura e Genoma Viral
O HTLV-1 pertence à família Retroviridae, a subfamília Orthoretrovirinae e ao
género Deltaretrovirus. Apresenta-se numa conformação esférica, com 100nm de
diâmetros, composto de core central, envelope gliocoproteíco e duas fitas simples de
RNA, que necessitam de transcriptase reversa para se multiplicar.
O genoma proviral de HTLV-1 possui genes estruturais (gag, pol e env)
delimitados por sequências de repetições terminais longas (LTR). A LTR 5' serve
como o promotor viral para a transcrição. O gene pol codifica a transcriptase reversa,
endonuclease e protease. O gene gag (codifica (p19, p24) fornece as proteínas do
core do virion, e env (codifica gp46 e gp21) é utilizado para a infectividade viral. O
genoma do vírus tem uma região pX, que contém sequências reguladoras de fatores
virais (Tax, Rex, p12, p13, p30 e HBZ). (Figura 1) (GAUDRAY et al., 2002;
CAVANAGHET et al., 2006; KANNIAN, 2012; GESSAIN & MAHIEUX, 2012).
Figura 1: Representação esquemática da estrutura de uma partícula viral do HTLV-1 e da estrutura genômica do vírus. Fonte: adaptado de: LAIRMORE et al., “Mechanisms of human T-lymphotropic vírus
17
type 1 transmission and disease. Current opinion in virology, 2012; Adaptado de Matsuoka, et al. “Human T-cell leukemia virus type 1 (HTLV-1) and leukemic transformation: viral infectivity, Tax, HBZ and therapy”. Oncogene 2011.
Embora as proteínas acessórias p12, p30, p13 e HBZ sejam importantes para
a infectividade viral e replicação, não são necessários para a imortalização de
linfócitos, mas existem relatos de que a proteína viral p12, interage com cadeias
pesadas do complexo de histocompatibilidade de classe-I do humano, levando a
degradação deste último, e esse processo facilita o escape viral do sistema imune
do hospedeiro, e que a proteína HBZ parece ser indispensável para a proliferação e
sobrevivência de células ATL (LAIRMORE, 2012).
As proteínas reguladoras Tax e Rex, são essenciais para a replicação viral.
Enquanto Tax aumenta a síntese de mRNA viral pela transativação do promotor de
HTLV-1-LTR 5’, Rex controla a síntese das proteínas estruturais, a nível pós-
transcricional (JOHNSON et al., 2001).
A proteína Tax é um cofator de transcrição, que sequestra muitas vias de
sinalização relacionada à anti-apoptoses ou proliferação celular. Esta proteína viral
estimula e regula a expressão de genes virais e celulares interagindo com fatores de
transcrição celular e moléculas de sinalização que induzem a proliferação
espontânea dos linfócitos T e conseqüente produção de várias citocinas e
aumentam a expressão constitutiva de IL-2R. Mas, ao mesmo tempo, é conhecido
como um alvo principal do sistema imune do hospedeiro (YOSHIDA, 2001).
Por muito tempo, a investigação da patogênese mediada pelo HTLV-1 tem
sido focada em Tax, desde que foi vista como crítica para leucemogênese por causa
de seus efeitos pleiotrópicos, tanto viral como em genes celulares responsáveis para
a proliferação celular, instabilidade genética, a desregulação do ciclo celular e
apoptose. No entanto, a expressão de Tax não é detectada em cerca de 60% dos
casos de ATL (leucemia de Células T do Adulto) (SAITO, 2011).
Acredita-se que existe uma relação importante entre as células T CD8+ e a
proteína Tax, pois estas células parecem reconhecer diretamente a proteína Tax. Os
fatores que confirmam essa afirmação são que quando há depleção dos linfócitos T
CD8+, aumenta a expressão da Tax in vivo (HANON et al., 2000;), e quando o
inibidor de histonas, é usado na ativação da transcrição da Tax, a carga proviral do
HTLV-1 em individuos com HAM/TSP tornam-se reduzidos, assim a replicação do
18
vírus parece resultar na supressão in vivo da expressão da Tax. O resultado é que
células CTLs (células T citolíticas/linfócitos T CD8+) do hospedeiro, ativadas por
expressão a Tax, reduzem o número de células infectadas in vivo (LEZIN et al.,
2007).
2.1.2. Aspectos Epidemiológicos da infecção pelo HTLV
O tipo 1 do HTLV é o mais frequentimente observado em portadores deste
vírus, e mesmo quando isolados de regiões geográficas diversas, mantêm grande
homologia dentre os tipos (FERREIRA et al., 1997).
Essa estabilidade genética é uma característica incomum para um retrovírus.
A amplificação viral através da expansão clonal de células infectadas é a razão para
esta estabilidade genética notável. (MAHIEUX et al., 1997; VERDONCK et al.,
2007). Porém as poucas substituições de nucleotídeos observadas entre cepas do
vírus são específicas para a origem geográfica dos portadores, e não relacionada
com a patologia. Quatro principais subtipos geográficos (genótipos) têm sido
relatados, nestes incluem o: subtipo A: Cosmopolitan; subtipo B: Central African;
subtipo C: Melanesian; e subtipo D: Central African/Pygmies (GESSAIN. &
MAHIEUX, 2012).
Encontra-se maior soroprevalencia de mais elevadas no sul do Japão (18%
da população com anticorpos anti-HTLV-I circulantes) (OSAME et al., 1986) porém
está presente na região sudeste dos Estados Unidos nas ilhas do Caribe, na
América Central e na do Sul (EDLICH et al., 2003). No Brasil estima-se que 2,5
milhões de pessoas estão infectadas (PROIETTI et al., 2005).
As principais vias de transmissão do HTLV-1 são: contato sexual, transmissão
vertical e transfusão sanguínea e produtos hemoderivados. Apesar da infecção pelo
vírus se instalar principalmente na infância, o desenvolvimento da doença ocorre em
adultos após a quarta década de vida (SAGY et al., 1990).
19
2.1.3. Replicação Viral
O HTLV-1 tem sido descrito como capaz de infectar, tanto in vitro como in
vivo, um grande número de tipos celulares. Embora as células T CD4+ sejam as
células alvo primárias para transformação pelo HTLV-1, sabe-se que o este vírus
pode infectar uma grande variedade de tipos de células, incluindo células T, células
B, macrófagos, fibroblastos e células dendríticas (JONES et al., 2008).
O vírus entra em contato com as células do sistema imune,
preferencialmente, linfócitos T CD 4+ e CD8+, ligam-se ao receptor de membrana
celular, e inicia o ciclo de replicação (TAKENOUCHI et al., 2007).
Consequentemente ocorre a fusão da membrana do vírus com uma proteína
transmembrana celular, e o cerne viral é introduzido no citoplasma da célula
infectada. A transcrição do RNA viral para DNA ocorre com o auxilio da transcriptase
reversa viral, quando a transcrição estiver concluída , o core se rompe, permitindo a
entrada do DNA viral no núcleo celular e sua subsequente interação com o DNA da
célula hospedeira (LAIRMORE, 2012).
O genoma viral integrado passa a ser denominado DNA proviral, e é passível
a replicação quando a célula hospedeira sofrer mitose. A partir deste momento, no
núcleo celular, começa a síntese do RNA viral com auxilio da maquinaria celular,
utilizando como molde o provirus integrado. Então o RNA transcrito é processado
em RNAm e finalmente em genoma viral, assim as proteínas virais são sintetizadas
e ocorre o início da montagem e brotamento dos virions, que é posteriormente
direcionado a membrana celular para formação dos envelopes virais (MATSUOKA &
JEANG, 2011).
O principal mecanismo de disseminação deste retrovírus no hospedeiro é a
transmissão célula a célula, a partir de células infectadas. Isso é possível devido a
proteína viral Tax favorecer uma reprogramação na célula infectada, promovendo a
expressão de proteínas de adesão celular e produção de imunomoduladores na
célula infectada para a não infectada. Após o encontro da molécula de adesão, as
proteínas virais são transportadas por microtubos, e partículas do core viral, infectam
a nova célula (Figura 5) (JASSAL et al. 2001; DELAMARRE, et al., 1997; DERSE &
HEIDECKER, 2003).
20
2.2. CARACTERÍSTICAS DA INFECÇÃO PELO HTLV-1
2.2.1. Manifestações clínicas relacionadas à Infecção
O vírus linfotrópico de células T humanas tipo 1 (HTLV-1) é o agente
etiológico da Leucemia de células T do adulto (ATL) (HINUMA et al., 1981), da
mielopatia associada ao HTLV-I/paraparesia espástica tropical (HAM/TSP)
(GESSAIN et al, 1985; OSAME et al., 1986), da uveíte associada ao HTLV-1
(MOCHIZUKI, 1992) e de dermatites infecciosas (LA GRENADE, 1995). Atualmente
tem sido associado a uma série de manifestações clínicas, como artrites (IJICHI et
al., 1990) e polimiosites (MORGAN et al., 1989), ceratoconjutivite seca (MERLE, et
al., 1996) e doenças infecciosas como tuberculose, estrongiloidíase e escabiose
(MARINHO, et al., 2005; PORTO, et al., 2002; BRITES, et al., 2002; PEDRAL-
SAMPAIO, et al., 1997), demonstrando o caráter sistêmico desta infecção.
Relatos indicam que a infecção pode também estar associada à indução de
imunodeficiência, doenças inflamatórias crônicas persistentes e infecções
oportunistas como uveítes, artropatias inflamatórias, poliartrite, polimiosites e
pneumonia intersticial linfocítica (MOCHIZUKI et al.,1992; MOCHIZUKI et al.,1994;
MORGAN et al.,1989, NISHIOKA et al.,1992,; SANTOS et al., 2009). Tem sido
associado igualmente a uma maior prevalência de outras doenças infecciosas, como
a tuberculose, estrongiloidíase (PEDRAL-SAMPAIO et al., 1997;MARINHO et al.,
2005; PORTO, 2002), escabiose, e dermatite infecciosa em crianças (LAGRENADE
et al., 1990).
2.2.2. Patogênese
A patogenese da infecção pelo HTLV depende em parte da expansão clonal
persistente de células infectadas, que dependem principalmente do ciclo celular de
células CD4+ infectadas, e na prevenção da morte de células T CD8+. A expansão
clonal permite o armazenamento, persistência, e disseminação do vírus (ZANE,
2012).
21
Apesar de não estar totalmente definido o mecanismo patogênico desta
doença, admitem-se três hipóteses para explicar o papel do HTLV-1 no
desenvolvimento da HAM/TSP: a primeira hipótese aponta para um mecanismo de
citotoxicidade direta, onde células T citotóxicas CD8+, específicas para antígenos do
vírus, cruzariam a barreira hematoencefálica e destruiriam, por mecanismos
citotóxicos diretos ou via produção de citocinas, as células da glia infectadas pelo
HTLV-1; a segunda hipótese, denominada de autoimune, aponta para um processo
de mimetismo molecular no qual a semelhança entre uma proteína neuronal
(ribonucleoproteina nuclear heterogênea, hnRNP-A1) do hospedeiro e a mais
importante proteína do vírus, o antígeno Tax, acarretaria um processo inflamatório
de auto-imunidade com lesão neuronal; e a terceira e última hipótese, e a mais
aceita, também denominada de dano circundante ou “by stander” envolveria os
linfócitos T CD4+ infectados e os linfócitos T CD8+ específicos para a proteína viral
Tax, que juntos atravessariam a barreira hematoencefálica e produziriam grande
quantidade de citocinas pró-inflamatórias levando a um processo de intensa
inflamação e destruição tecidual. (ITOYAMA Y.,1988; LEVIN M.C., 2002; NDHLOVU
L.C., 2009; SANTOS B.S., et al, 2009).
A natureza desses fatores, e os mecanismos pelos quais eles se manifestam
precisam ficar claros. Alguns parâmetros como alta carga proviral, elevada
linfoproliferação espontânea in vitro, altos títulos de anticorpos e de linfócitos T CD8+
específicos para antígenos do HTLV-1 tanto no soro quanto no fluido cerebrospinal
parecem estar associados com a presença da manifestação neurológica (HAM/TSP).
No entanto com relação ao processo de progressão da forma clínica assintomática
para HAM/TSP, pouco se sabe, porém acredita-se ser conseqüência do
estabelecimento de mecanismos imunoprotetores, os quais de alguma maneira
conseguem criar um equilíbrio nas interações vírus-hospedeiro (PORTO et al.,
2002).
2.3. PAPEL DOS LINFÓCITOS NA INFECÇÃO PELO HTLV
Em portadores que desenvolvem HAM/TSP foi relatado um aumento da
produção de IFN-, TNF-α, GM-CSF e IL-1 (NISHIURA, Y., et al., 1996; WATANABE,
22
H., et al.,1995) e o aumento de células T CD4+ (GOON, P. K., E., et al, 2002;
GOON, P. K., E., et al, 2004; WU, et al., 2000; IWASAKI et al., 1992) e células T
CD8+ (JACOBSON, et al., 1990; ELOVAARA, et al., 1993; KUBOTA, et al., 1998;
NAGAI, et al., 2001; YAMANO, et al., 2002). Também são observados valores
reduzidos de células NK (Yu, et al., 1991; SAITO, et al., 2003; KITAJIMA, et al.,
1988) e células B (BRITO-MELO, et al., 2002). Nos indivíduos infectados com
Linfoma de Células T do Adulto (ATL) é observado um predomínio de células T
CD4+ maduras (TAKATSUKI, 2005; KARUBE, et al, 2004). Em portadores que
desenvolveram cerotoconjutivite seca (KCS) relacionado ao HTLV-1, foi relatado um
maior número de células T CD8+ em sangue periférico (PINHEIRO, et al., 2006).
Pacientes com Uveíte associada ao HTLV-1 exibem uma porcentagem elevada de
células T, tanto CD4+ quanto CD8+, em sangue periférico (MOCHIZUKI, et al.,
1992), porém apresentam um número elevado do subtipo CD4+ no olho (KIMITAKA,
et al, 1995).
3. OBJETIVOS
3.1 Geral
Avaliar entre os linfócitos periféricos, as subpopulações linfocitárias e células T
regulatórias de indivíduos infectados pelo HTLV-1.
2.2 Específicos
Quantificar subpupulações de linfócitos T (CD4+, CD8+ e CD4+CD25+Foxp3+),
linfócitos B, células NK;
Avaliar a expressão de Foxp3+ em células T CD4+CD25+
Comparar os valores de linfócitos T CD4+ e CD8+ analisados por dois reagentes de
marcação simultânea para imunofluorescência direta.
23
CAPÍTULO 1: Artigo Científico 1 :
Frequência de subtipos linfocitários periféricos e
expressão de Foxp3 na infecção pelo vírus linfotrópico de
células T humanas tipo 1 (HTLV-1).
24
4.1 INTRODUÇÃO
O vírus linfotrópico de células T humanas tipo 1 (HTLV-1) é o agente
etiológico da Leucemia de células T do adulto (ATL) (HINUMA et al., 1981), da
mielopatia associada ao HTLV-I/paraparesia espástica tropical (HAM/TSP)
(GESSAIN et al, 1985; OSAME et al., 1986), da uveíte associada ao HTLV-1
(MOCHIZUKI, 1992) e de dermatites infecciosas (LA GRENADE, 1995). Atualmente
tem sido associado a uma série de manifestações clínicas, como artrites (IJICHI et
al., 1990) e polimiosites (MORGAN et al., 1989), ceratoconjutivite seca (MERLE, et
al., 1996) e doenças infecciosas como tuberculose, estrongiloidíase e escabiose
(MARINHO, et al., 2005; PORTO, et al., 2002; BRITES, et al., 2002; PEDRAL-
SAMPAIO, et al., 1997), demonstrando o caráter sistêmico desta infecção.
O HTLV infecta cerca de 20 milhões de pessoas no mundo (EDLICH et al.,
2000), principalmente Nigéria, República Democrática do Congo, Japão, Gana,
África do Sul, Moçambique, Brasil e Peru (GERSSAIN & CASSAR 2012). O Brasil
representa uma das maiores áreas endêmicas para HTLV-1 e doenças associadas,
apresentando uma soroprevalência de 0.04 a 1%, dependendo da localização
geográfica (CATALAN-SOARES et al., 2005), com uma estimativa de 300 a 800 mil
infectados (GERSSAIN & CASSAR, 2012). No Brasil, a cidade brasileira com maior
prevalência mundial, Salvador em Bahia, apresenta uma soroprevalência de cerca
de 1,3% entre os doadores de sangue, e 1,8 % na população geral (GALVÃO-
CASTRO et al., 1997 e 2009; DOURADO, et al., 2003).
A principal célula alvo da infecção é o linfócito T CD4+ (RICHARDSON,
1990), em menor proporção os linfócitos T CD8+ (NAGAI M, et al., 2001), e células
dendríticas, (JONES, K. S., et al., 2008). Uma vez infectadas pelo HTLV-I as células
T proliferam intensamente, mesmo na ausência de estímulos exógenos, e
aumentam a expressão de IL-2R, consequentemente ocorre uma alta produção de
citocinas envolvidas na manutenção e proliferação celular como IFN-, TNF-α, IL-15
e IL-2 (YOSHIDA M., 2001; HOLLSBERG, 1999; CARVALHO, 2001). O vírus induz
25
ativação do sistema imunológico com expansão clonal de subpopulações
linfocitárias por isso possui um papel importante na regulação da resposta imune.
Em portadores que desenvolvem HAM/TSP foi relatado um aumento da
produção de IFN-, TNF-α, GM-CSF e IL-1 (Nishiura Y, et al., 1996; Watanabe H, et
al.,1995) e o aumento de células T CD4+ (GOON, P. K., E., et al, 2002; GOON, P. K.,
E., et al, 2004; WU, et al., 2000; IWASAKI et al., 1992) e células T CD8+
(JACOBSON, et al., 1990; ELOVAARA, et al., 1993; KUBOTA, et al., 1998; NAGAI,
et al., 2001; YAMANO, et al., 2002). Também são observados valores reduzidos de
células NK (Yu, et al., 1991; SAITO, et al., 2003; KITAJIMA, et al., 1988) e células B
(BRITO-MELO, et al., 2002). Nos infectados com Linfoma de Células T do Adulto
(ATL) é observado um predomínio de células T CD4+ maduras (TAKATSUKI, 2005;
KARUBE, et al, 2004). Em portadores que desenvolveram cerotoconjutivite seca
(KCS) relacionado ao HTLV-1, foi relatado um maior número de células T CD8+ em
sangue periférico (PINHEIRO, et al., 2006). Pacientes com Uveíte associada ao
HTLV-1 exibem uma porcentagem elevada de células T, tanto CD4+ quanto CD8+,
em sangue periférico (MOCHIZUKI, et al., 1992), porém apresentam um número
elevado do subtipo CD4+ no olho (KIMITAKA, et al, 1995).
A quantificação de linfócitos e suas subpopulações no sangue periférico por
citometria de fluxo tem sido utilizados no diagnóstico e acompanhamento clínico de
pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). No contexto da
infecção pelo HTLV esses biomarcadores não são utilizados na prática clínica. Os
objetivos do presente trabalho foram avaliar as subpopulações linfocitárias e células
T regulatórias em indivíduos infectados pelo HTLV-1.
4.2 MATERIAIS E MÉTODOS
4.2.1 POPULAÇÃO DE ESTUDO
Cinquenta e cinco indivíduos infectados com HTLV-1 (diagnosticados por
ELISA anti HTLV I/II+ e confirmados por Western Blot para HTLV+) do Centro de
HTLV do Ambulatório Docente Assistencial da Bahiana (ADAB) foram incluídos no
26
estudo. Os pacientes foram incluídos sequencialmente, no momento da consulta
médica, independente dos sintomas de doença. Amostras de sangue de 80
indivíduos soronegativos para HTLV do Laboratório de Patologia Clínica do ADAB
foram incluídos no grupo controle. Foram excluídos os participantes que
apresentaram soropositividade para HIV, HCV ou HBV. Este subprojeto faz parte de
um projeto maior, realizado pelo grupo de HTLV da ADAB, com aprovação no CEP-
207/2009 – CPqGM/FIOCRUZ (ANEXO A). Todos os participantes voluntários
assinaram previamente o termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO B).
4.2.2 IMUNOFENOTIPAGEM LINFOCITÁRIA
Amostras de sangue foram coletadas em tubo contendo EDTA, e dentro de 24
horas, foram marcadas com anticorpos monoclonais conjugados a fluorocromos
para identificação dos antígenos de superfície celular da linhagem de linfócitos B
(CD19+), linhagem linfócitos T totais (CD3+), linfócitos T CD4+ (CD3+CD4+CD8-),
linfócitos T CD8+ (CD3+CD8+CD4-), células NK (CD56+CD3-), de acordo com
recomendações dos kits Lymphogram® (Cytognos) e Tritest® (BD Biosciences)
(Tabela 1). Foi utilizado solução de lise Excellyse® (Exbio) para a remoção de
eritrócitos.
Para quantificação de Linfócitos T regulatórios utilizou-se anticorpos anti-CD3,
anti-CD4, anti-CD25 e anti-Foxp3 (todos BD Biosciences) conjugados a
fluorocromos, juntamente com solução fixadora e solução permeabilizante (ADG –
Andergrub & FixPerm).
As amostras marcadas foram adquiridas imediatamente após a marcação no
citômetro FACSCalibur (BD Biosciences- Immunocytometry Systems, San Diego,
CA, USA) utilizando-se o programa FACScomp (BD). A aquisição de cada amostra,
pelo software CellQuest (BD), foi finalizada após 20000 eventos terem sido
processados. As análises das aquisições foram feitas pelo software CellQuest (BD) e
pelo Summit (Dako).
27
Tabela 1: Composição dos anticorpos monoclonais e fluorocromos utilizados como reagentes de kits para quantificação de subpopulações linfocitárias.
Anticorpo Monoclonal X Fluorocromo
Lymphogram Tritest Linf. T Regulatórios Anti-CD3PE Anti-CD3PerCP Anti-CD25APC
Anti-CD4PECy5 Anti-CD4FITC Anti-CD3PECy5 Anti-CD8FITC Anti-CD8PE Anti-CD4FITC Anti-CD56PE Anti-Foxp3PE
Anti-CD19FITC
R-ficoeritrina (PE), R-ficoeritrina - cianina 5 (PECy5), isotiocianato de fluoresceína (FITC), proteina clorofila peridinina (PerCP), Aloficocianina (APC)
4.2.2.1 Análises das aquisições das células marcadas com kit
Lymphogram®
As análises das aquisições foram realizadas de acordo com Figura 2. Para
seleção da população de interesse, realiza-se seleção denominada “estratégia de
gate”, considerando-se tamanho e estrutura dos eventos, bem como a expressão de
moléculas de superfície. O kit Lymphogram® foi utilizado para quantificação relativa
das subpopulações linfocitárias.
Para o cálculo dos valores absolutos das subpopulações por microlitro de
sangue, indicado pelo fabricante, foi utilizado o reagente PerfectCount
Microspheres™ (Cytognos, Salamanca, Espanha), considerando-se o número de
microesferas por microlitro, fornecido pelo fabricante, conforme formula abaixo:
Fonte: bula do kit Lymphogram (Cytognos)
28
Figura 2: Critério de análise das subpopulações linfocitárias pelo kit Lymphogram®. A-seleção por
gate da população de linfócitos totais para o estudo (tamanho-FSC versus granulosidade-SSC); B-
Dot plot de purificação/identificação (FL-FITC versus FL-PE); C- identificação de CD3+ através da
análise de FSC versus padrão de fluorescência (CD56/CD3PE
); D- identificação de CD3+ através da
análise do padrão de fluorescência CD56/CD3PE versus CD4/PECy5; E- identificação de CD8+,
CD56+ e CD19
+ através da análise do padrão de fluorescência CD56/CD3PE versus CD8/CD19FITC.
A distribuição das células é avaliada de acordo com intensidades de fluorescência emitidas pela
ligação dos anticorpos monoclonais específicos, em ambos os eixos.
4.2.2.2 Análises das aquisições das células marcadas com kit Tritest®
Reagente de imunofluorescência composto por anticorpos monoclonais usado
com tubos de contagem absoluta contendo microesferas, para identificar e
determinar contagem absoluta de célula/µL de linfócitos T maduros humanos. As
análises das aquisições foram realizadas de acordo com Figura 3.
29
Figura 3: Critério de análise das subpopulações linfocitárias pelo kit Tritest®. A observa-se a
população de linfócitos totais para o estudo (CD3PerCP
versus granulosidade-SSC); B os subtipos de
linfócitos CD3+ (CD4
FITC versus CD8
PE).
4.2.3 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
O projeto foi aprovado no CEP-207/2009CPqGM/FIOCRUZ. (Anexo A) Os
pacientes foram convidados a participar do estudo, sendo informados sobre o
objetivo desta pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(Anexo B). A coleta da amostra de sangue, realizada na rotina durante o seu
atendimento e exames realizados no setor de coleta do laboratório, não implicou em
riscos adicionais à saúde dos pacientes.
Todas as informações coletadas foram mantidas sob sigílo, e armazenadas
em bancos de dados protegidos, acessíveis apenas aos investigadores. Os
resultados obtidos serão publicados sob a forma de artigos científicos em revistas
especializadas e comunicações em congressos. A identidade dos participantes será
preservada.
4.2.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Foi realizada a análise estatística descritiva. Para verificação de normalidade
dos dados, foram aplicados os testes de Kolmogorov-Smirnov, e teste t para
comparar os grupos. Para correlação dos reagentes de imunofluorescência, foi
30
aplicado teste de Spearman. Todas as análises/gráficos foram feitas com o software
GraphPad Prism 6.0 para Windows. Todos os dados estão apresentados em média
e desvio padrão. O intervalo de confiança para os testes estatísticos foi definido em
95% (p<0,05).
4.3 RESULTADOS
CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO ESTUDADA
Foram incluídos 135 indivíduos, dos quais 55 soropositivos para HTLV-1, sendo
84% do sexo feminino, com idade média de 43 ±13 anos; e 80 indivíduos
soronegativos para HTLV-1, sendo 79% do sexo feminino, com idade média de 47
±12 anos. Quarenta e sete por cento dos pacientes infectados pelo HTLV-1, eram
recém-matriculados (1ª consulta) no centro de HTLV/ADAB-EBMSP, e 53% já
realizavam acompanhamento por mais de 1 ano (Tabela 2).
Os resultados de leucócitos totais, neutrófilos e linfócitos dos dois grupos de
estudo estão representados na tabela 3. Observou-se um valor menor do número de
neutrófilos em pacientes infectados pelo HTLV-1: 3662±1743 céls/µl, comparado aos
valores obtidos em indivíduos não infectados: 4637±2250 céls/ul (p = 0,0117).
Tabela 2: Características clínicas e epidemiológicas da população estudada.
Infectados pelo HTLV Controles não infectados
N=55 N=80
Idade (MÉDIA±DP) 44 (±13) 47 (±12)
Sexo 16% Sexo Masculino 21% Sexo Masculino 84% Sexo Feminino 79% Sexo Feminino
* Primeira consulta; DP=Desvio Padrão.
31
Tabela 3: Aspectos leucometricos dos participantes voluntários soropositivos para HTLV e
soronegativos.
Infectados pelo HTLV Controles não infectados
N=55 N=80
Leucócitos Totais* (cél/µL) 6464 ±2464
7618 ±2528
Neutrófilos* (cél/µL) 3662 ±1743
4637 ±2250
(%) 54 ±10 57 ±12
Linfócitos Totais (cél/µL) 2306 ±903 2377 ±660
(%) 36 ±9 33 ±10
Nota: Os resultados estão representados em média±desvio padrão. * Estatísticamente significante
p<0,05 (teste t).
32
ANÁLISE DAS SUBPOPULAÇÕES LINFOCITÁRIAS
Observou-se um aumento estatisticamente significante na média de linfócitos
T totais (CD3+) (1708±795 células/µL) nos indivíduos infectados, comparado ao
grupo controle (1440±531 células/µL) (p = 0,0221). Na análise dos valores relativos,
verificou-se média de 75±9% da frequência de linfócitos T CD3+ em infectados e
67±8% nos controles (p<0,0001) (Figura 4 e Tabela 4). Todos os resultados deste
estudo encontram-se representados em tabela no Apêndice C.
Figura 4: Representação gráfica das médias±DP dos valores absolutos (gráfico da esquerda) e
relativos (gráfico da direita) de linfócitos T totais (CD3+) em indivíduos infectados pelo HTLV e
controles (não infectados/soronegativos). Amostras de 55 pacientes infectados e 80 controles foram
quantificadas utilizando os reagentes para teste de imunofluorescendia direta Lymphogram® e
Perfect Count® (ambos Cytognos) por citometria de fluxo. (Significância estatística p<0,05; test t).
Tabela 4: Valores de linfócitos T totais (CD3
+), representado em Média± Desvio Padrão, e o valor de
p.
33
A média de linfócitos T CD4+ foi 1103±665 células/µL + em indivíduos
infectados, e 882±354 células/µL nos controles (p= 0,0138). O mesmo aumento foi
observado nos valores relativos, a média de porcentagem de linfócitos T CD4+ foi
47±10% em infectados e 42±8% nos controles, (p = 0,0006) (Figura 5 e Tabela 5).
Figura 5: Representação gráfica das médias±DP dos valores absolutos (gráfico a esquerda) e relativos (gráfico á direita) de de linfócitos T CD4
+ em indivíduos infectados pelo HTLV e controles
não infectados. Amostras de 55 pacientes infectados e 80 controles foram quantificadas utilizando os reagentes para teste de imunofluorescendia direta Lymphogram® e Perfect Count® (ambos Cytognos) por citometria de fluxo. (Significância estatística p<0,05; test t). Tabela 5: Valores de linfócitos T CD4+, representado em Média± Desvio Padrão, e o valor de p.
34
Na quantificação de linfócitos T CD8+ foi observado um maior número de
células (média de 548±261 células/µL) nos infectados pelo HTLV-1, comparados aos
soronegativos (467±205 células/µL) (p= 0,0476). Na análise dos valores relativos
observou-se uma presença de 24±8% de linfócitos T CD8+ nos infectados, e 21± 6%
nos controles (p=0,0196) (Figura 6 e Tabela 6).
Figura 6: Representação gráfica das médias±DP dos valores absolutos (gráfico a esquerda) e relativos
(gráfico a direita) de linfócitos T CD8+ em indivíduos infectados pelo HTLV e controles não infectados.
Amostras de 55 pacientes infectados e 80 controles foram quantificadas utilizando os reagentes para teste de imunofluorescendia direta Lymphogram® e Perfect Count® (ambos Cytognos) por citometria de fluxo. (Significância estatística p<0,05; test t).
Tabela 6: Valores de linfócitos T CD8+,
representado em Média± Desvio Padrão, e o valor de p.
35
A razão entre linfócitos CD4+/CD8+ não apresentou diferença nos grupos
infectado pelo HTLV-1 (2,2±1,2) e controle (2,0±0,7) (p= 0,2629) (Figura 7).
Figura 7: Representação gráfica das médias±DP da razão entre linfócitos T CD4+/CD8
+ em indivíduos
infectados e controles negativos. Amostras de 55 pacientes infectados e 80 controles foram quantificadas utilizando os reagentes para teste de imunofluorescendia direta Lymphogram® e Perfect Count® (ambos Cytognos) por citometria de fluxo. (Significância estatística p<0,05; test t).
36
A contagem média de células NK nos indivíduos infectados pelo HTLV-1 (308±204
células/µL) foi inferior à média dos controles não infectados (383±216 células/µL)
(p=0,0463). Na análise dos valores relativos, verificou-se uma contagem de 14±8%
dessas células em infectados e 18±8% nos controles (p=0,0012) (Figura 8).
Figura 8: Representação gráfica das médias±DP dos valores absolutos (gráfico a esquerda) e
relativos (gráfico a direita) de células NK em indivíduos infectados e controles negativos. Amostras de
55 pacientes infectados e 80 controles foram quantificadas utilizando os reagentes para teste de
imunofluorescendia direta Lymphogram® e Perfect Count® (ambos Cytognos) por citometria de fluxo.
(Significância estatística p<0,05; test t).
Tabela 7: Valores de células Natural Killer, representado em Média± Desvio Padrão, e o valor de p.
37
Não foram observadas diferenças do número absoluto de linfócitos B entre os
indivíduos infectados pelo HTLV-1 (237±122 células/µL) e os controles não
infectados (276±157 células/µL) (p=0,1291). No entanto, uma diferença significante
foi obtida nos valores relativos de linfócitos B. Observou-se uma média de 11±5% de
linfócitos B nos indivíduos infectados e 14±7% nos controles não infectados
(p=0,0565) (Figura 9 Tabela 8).
Figura 9: Representação gráfica das médias±DP dos valores absolutos e relativos de linfócitos B em
indivíduos infectados e controles negativos. Amostras de 55 pacientes infectados e 80 controles
foram quantificadas utilizando os reagentes para teste de imunofluorescendia direta Lymphogram® e
Perfect Count® (ambos Cytognos) por citometria de fluxo. (Significância estatística p<0,05; test t).
Tabela 8: Valores de linfócitos B, representado em Média± Desvio Padrão, e o valor de p.
38
Na avaliação da subpopulação de células T CD4+ foram quantificadas células
com fenótipo CD3+CD4+CD25+ e dessas, as que expressavam Foxp3+, em 34
indivíduos infectados e 64 controles. Observou-se uma maior contagem de células T
CD3+CD4+CD25+ em indivíduos infectados pelo HTLV-1 (7,2±6,1%) comparados à
média (3,7±1,3%) em controles não infectados (p< 0,0001). A expressão de Foxp3
nesta subpopulação foi inferior nos pacientes infectados pelo HTLV-1 (18,2±19,6%)
comparados aos controles não infectados (44,3±30,5%) (p< 0,0001) (Figura 10).
Figura 10: Representação gráfica das médias±DP dos valores relativos de de linfócitos T
CD3+CD4+CD25+ e análise da expressão de Foxp3 nesta subpopulação linfocitária em infectados
pelo HTLV-1 e controles negativos. Amostras de 46 pacientes infectados e 64 controles foram
quantificadas utilizando os reagentes para teste de imunofluorescendia direta por citometria de fluxo.
(Significância estatística p<0,0001; test t).
Tabela 9: Médias±DP dos valores relativos das células T regulatórias.
Infectados pelo
HTLV-1
Controles Não
infectados
Valor de P
N=46 N=64
CD3+CD4+CD25+ 7,2±6,1 3,7±1,3 p< 0,0001
CD3+CD4+CD25+Foxp3+ 18,2±19,6 44,3±30,5 p< 0,0001
Média da porcentagem. Significância estatística p<0,0001; test t
39
Foram feitas análises de 36 dos indivíduos infectados e 70 dos indivíduos
controles pelo método Tritest®. A média de valores de linfócitos CD3+, linfócitos
CD4+ e linfócitos CD8+ obtida com o Lymphogram® desses 36 indivíduos infectados
foi semelhante à obtida pelo Tritest® (Tabela 10). Houve uma boa correlação de
Spearman entre a contagem de linfócitos Tpelo Lymphogram® e Tritest® (Figura
11).
Tabela 10: Dados (médias±DP) dos valores absolutos (cél/μL) e relativos (%) dos linfócitos T CD3+, CD4+, CD8+,
de indivíduos infectados pelo HTLV-1 e não infectados, quantificados por citometria de fluxo utilizando Lymphogram® e Triste®, seus respectivos valores de P (significância) e r (Correlação). E médias±DP dos valores
absolutos (cél/μL) e relativos (%) de células NK e linfócitos B, de indivíduos infectados pelo HTLV-1 e não infectados, quantificados por citometria de fluxo utilizando Lymphogram, seus respectivos valores de P (significância).
LYMPHOGRAM TRITEST
Infectados pelo HTLV-1
N=36
Controles Não
infectados N=70
Valor de P Infectados pelo HTLV-1
N=36
Controles Não
infectados N=70
Valor de P
Linfócitos CD3+ Cél/µL 1642±647 1576±569 P = 0,0221 1322±625 1404±566 P<0,0001
% 73±9 68±8 P < 0,0001 58±13 60±9 -
Linfócitos CD3+CD4+ Cél/µL 1027±428 940±359 P = 0,0138 802±406 788±323 P<0,0001
% 46±10 41±7 P = 0,0006 60±9 56±9 -
Linfócitos CD3+CD8+ Cél/µL 532±237 535±250 P = 0,0476 433±233 505±266 P<0,0001
% 24±6 23±6 P = 0,0196 33±8 35±8 -
Células NK (CD56+CD3-) Cél/µL 414±247 456±257 P = 0,0463 - - -
% 18±7 20±8 P = 0,0012 - - -
Linfócitos B (CD19+CD3-) Cél/µL 228±117 298±153 P = 0,1291 - - -
% 10±5 13±4 P = 0,0565 - - -
40
Figura 11: Valores absolutos de células CD3+, CD4
+ e CD8
+ por citometria de fluxo utilizando Lymphogram®/
(Cytognos) e Tritest®(BD) em 36 indivíduos infectados pelo HTLV-1, e 70 indivíduos controles. (Correlação por
Spearman e Significância por Wilcoxon test).
41
4.4 DISCUSSÃO
Os valores de linfócitos T obtidos do grupo controle no presente estudo foram
semelhantes aos valores descritos em populações de doadores de sangue e de
laboratório de hematologia quantificados com Lymphogram (GIUSTOLISI, et al.,
2001; e BELLIDO, et al., 1998) e aos valores em doadores de sangue descrito com o
Tristet (TORRES et al., 2013) (Apendice A). Nossas análises mostraram que
indivíduos infectados pelo HTLV-1 apresentam uma contagem de células T CD4+ e
CD8+ elevada e valores menores de células NK, quando comparados aos controles
não infectados. A razão entre linfócitos CD4+/CD8+ foi semelhante nos dois grupos,
indicando que os indivíduos infectados apresentam valores proporcionalmente
elevados de células T CD4+ e CD8+ nos portadores de HTLV. Os valores obtidos no
presente estudo forama semelhantes aos encontrados por Brito-Mello e col. (2002),
que avaliaram 74 indivíduos infectados pelo HTLV-1 utilizando diferentes paines
para quantificação das subpopulações celulares. Diferindo em parte do resultado
obtido por Sóuza e col. (2003), que observou uma relação CD4/CD8 menor no grupo
soropositivo sintomático, porém sem significância estatística. No entanto devemos
levar em consideração que o grupo de indivíduos infectados do presente estudo é
heterogêneo no que se refere a sintomatologia.
Copeland e Heeney (1996) sugerem que frequências mais elevadas de células
T CD8+ em pacientes HAM/TSP estejam relacionadas com a carga proviral elevada,
o que não é observado em pacientes com ATL. Resultados de Ndhlovu e col.
(2011), entre indivíduos infectados pelo HTLV-1, na população brasileira, mostraram
uma proporção significativamente elevada de células T CD4+, e níveis
significativamente baixos de células T CD8+ em indivíduos que desenvolveram
HAM/TSP, quando comparados a infectados sem HAM/TSP e não infectados. Porto
e col. (2002) sugerem também que células T CD8+ estão elevadas em indivíduos
infectados pelo HTLV-1 (com HAM/TSP e em assintomáticos), levando a uma razão
CD4+/CD8+<1,0. Essas observações apontam que a razão CD4+/CD8+ está
diretamente relacionada à manifestação clínica da infecção e a carga proviral. Para
esclarecer os resultados conflitantes de análise imunofenotípica de células T de
indivíduos soropositivos para HTLV são necessários análises dessas células
42
relacionando as manifestações clínicas e carga proviral, e adicionalmente estudos
qualitativos dessas subpopulações.
No presente estudo as médias das contagens de células NK de indivíduos
infectados pelo HTLV foram menores que a média do grupo controle. O estudo de
Brito-Mello e col. (2002) mostram também uma contagem de células NK (fenótipo
CD16+CD3-) menor em indivíduos infectados pelo HTLV-1 com HAM/TSP quando
comparado aos grupos assintomático, oligosintomático e não infectado. Norris e col.
mostram que além de células T, as células NK, também sofrem proliferação
espontânea significativa em indivíduos infectados pelo HTLV-1, e sugerem que a
proliferação espontânea de células NK está positivamente correlacionada com a
carga proviral (Apendice D).
Os valores delinfócitos B dos indivíduos infectados pelo HTLV-1 do presente
estudo foram menores que o intervalo de referência do Lymphogram®, observou-se
que as médias de células B de indivíduos infectados do nosso estudo foram
menores que os valores dos não infectados e dos valores indicados pelo kit. Porém
sem significância estatística. Morbach e col. (2010) numa população de 32
indivíduos com idades entre 26 e 50 anos, da Würzburg (Alemanha), sugerem como
valor de referência para linfócitos B (CD19+) a mediana dos valores absolutos 199
(169–271) cél/µL, dos valores relativos 9,2 (7,2–11,2)%. Portanto estes dados não
são indicados como referência para a população brasileira, visto que os valores
médios dessas células em indivíduos controles também são mais baixos que os
valores propostos por Morbach e col. (2010). Para ser aplicado clinicamente são
necessários maiores estudos a respeito dos valores de referencia desta célula na
população brasileira.
Com o Lymphogram® pode-se indenficar e quantificar os linfócitos T CD3+
pelo perfil de intensidade de fluorescência, que se observa na graficação dos
resultados, de acordo com a expressão dessa molécula nas células, por este
reagente pode-se identificar duas moléculas em único canal, observando a diferença
da intensidade de fluorescência entre as células. Algumas células NK expressam a
molécula CD3+, sendo denominadas células NKT. No Lymphogram® as células NKT
são localizadas no gate de células que apresentam CD56, sendo incluídas no grupo
de células NK, possibilitando uma determinação do valor de CD3+ mais exato. Por
43
outro lado, com o Tritest não se pode diferenciar as células NKT, é identificado CD3
total sem considerar a coexpressão de CD56.
No presente estudo, os indivíduos infectados pelo HTLV-1 apresentaram
menor número de leucócitos totais e neutrófilos em relação aos controles não
infectados, porém os valores médios da contagem absoluta e relativa de linfócitos
totais no sangue periférico não diferiram de forma significativa entre os grupos,
estando os dois grupos dentro dos limites de normalidade. Sóuza e col. (2003) em
população de doadores de sangue, no Ceará, com 35 indivíduos soropositivos para
HTLV e 26 controles observou uma contagem média maior de neutrófilos no grupo
soropositivo sintomático, embora sem neutrofilia, comparado aos grupos
assintomático e não infectado, assim como os valores médios da contagem de
linfócitos, porém ambos não alcançaram diferença significativa entre os grupos.
Porém Brito-Mello e col. (2002) anteriormente não observaram diferença significativa
no número de leucócitos totais, neutrófilos e linfócitos totais entre indivíduos
infectados e não infectados.
Estudos têm demonstrado uma redução significante na expressão de Foxp3
nas células T em várias doenças auto-imunes (SAKAGUCHI et al., 2006). Nossos
resultados mostram uma menor expressão da proteína Foxp3 em células T
CD3+CD4+CD25+ em indivíduos infectados pelo HTLV quando comparados aos
não infectados, mesmo apresentando uma frequência significativamente maior de
células T CD3+CD4+CD25+ nos infectados. Yamano e col. (2005) demonstraram a
redução da expressão de Foxp3 e outros biomarcadores em células T CD4+CD25+
de indivíduos infectados pelo HTLV-1 com HAM/TSP. Em 2009, os mesmos autores,
sugerem que o aumento da expressão do gene viral tax estaria associado à
diminuição da expressão de Foxp3+ em células T CD4+CD25+ em infectados com
HAM/TSP.
Adicionalmente, Sakaguchi e col. (2008) atentam que em indivíduos sadios,
as células T regulatórias são capazes, entre outras funções, de suprimir a
proliferação e produção de citocinas tanto de células T CD4+ quanto de células T
CD8+. Yamano e col. mostraram que células T CD4+CD25+ de pacientes HAM/TSP
mostraram baixa expressão de CD38, CD62L, CD69, CTLA-4, e GITR comparado a
células de indivíduos saudáveis, e diminuição na expressão de CD45RA, e um
44
aumento na expressão de CD45RO em células T CD4+CD25+ de pacientes
HAM/TSP, sugerindo que há alguma relação entre a redução dessas moléculas, em
particular GITR e CTLA-4, e a função de células T regulatórias em pacientes com
HAM/TSP. Sendo assim, mais estudos são necessários para pesquisa desses
subtipos celulares com biomarcadores de função, correlacionado a carga proviral,
expressão de Tax e manifestações clínicas.
4.5 CONCLUSÃO
Com base nos resultados, observamos que indivíduos infectados pelo HTLV-1
apresentam uma contagem de células T CD4+ e CD8+ maior, e valores menores de
células NK, quando comparados aos controles não infectados. Apesar de não
apresentar diferenças estatísticas nos valores de linfócitos B entre os dois grupos,
fica a indicação da a necessidade de estudos de padronização quantitativa dessas
células, bem como de células NK, na população brasileira. No presente estudo, a
observação da baixa expressão do regulador da transcrição gênica (Foxp3) em
células com fenótipo CD3+CD4+CD25+, pode-se inferir necessidade de estudos
voltados para este grupo de células, que pode estar relacionada em um mecanismo
fundamental para a compreensão da patogenicidade celular pelo HTLV-1.
45
4.6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BELLIDO, M. et al. Rapid and simple immunophenotypic characterization of lymphocytes using a new test. Haematologica; vol.83:681-685, 1998. BIDDISON, W.E., KUBOTA, R., KAWANISHI, T., TAUB, D.D., CRUIKSHANK, W.W., CENTER, D.M., CONNOR, E.W., UTZ, U., JACOBSON, S. Human T cell leukemia virus type I (HTLV-I)-specific CD8+ CTL clones from patients with HTLV-I-associated neurologic disease secrete proinflammatory cytokines, chemokines and matrix metalloproteinase. J.Immunol., v.159, n.4, aug. p2018-25. 1997. BRITO-MELLO, G.E.A., et al. Phenotypic Study of Peripheral Blood Leucocytes in HTLV-I-Infected Individuals from Minas Gerais, Brazil. Scand. J. Immunol. v.55, p. 621 – 628, 2002. CARVALHO, E. M., BACELLAR, O., et al. Cytokine profile and immunomodulation in asymptomatic human T-lymphotropic virus type 1-infected blood donors. J Acquir Immune Defic Syndr 27(1): 1-6, 2001. CASTRO, B. HTLV-I in the general population of Salvador, Brazil: a city with African ethnic and sociodemographic characteristics. J. Acquir. Immune. Defic. Syndr., v.34, n.5, Dec, p. 527-31. 2003. CASTRO-COSTA, C. M; et al. Proposal for Diagnostic Criteria of Tropical Spastic Paraparesis/HTLV-I-Associated Myelopathy (TSP/HAM). Aids Research And Human Retroviruses, v. 22, n. 10, pp. 931–935, 2006. COPELAND, K.F. T; HEENEY, J. L. T Helper Cell Activation and Human Retroviral Pathogenesis. Microbiological Reviews, v. 60, n. 4, p. 722–742, 1996. DELAMARRE, L., ROSENBERG, A.R., et al. A novel human T-leukemia virus type 1 cell-to-cell transmission assay permits definition of SU glycoprotein amino acids important for infectivity. J. Virol. v.71, 1997. DOURADO I., et al. HTLV-I in the general population of Salvador, Brazil\: a city with African ethnic and sociodemographic characteristics. J Acquir Immune Defic Syndr 34: 527–531, 2003. DOURADO, I., ALCANTARA, L.C., BARRETO, M.L., DA GLORIA TEIXEIRA, M., GALVÃO- DUYNE, R. V; et al. Localization and Sub-Cellular Shuttling of HTLV-1 Tax with the miRNA Machinery. PLoS ONE, v. 7 | Issue 7 | e40662; July 2012. EDLICH, R.F., ARNETTE, J.A., WILLIAMS, F.M. Global epidemic of human T-Cell lymphotropic virus type-I (HTLV-I). J. Emerg. Med., v. 18, n.1, Jan, p.109-19, 2000.
46
FUJIHARA, K., ITOYAMA, Y., et al. Cellular immune surveillance against HTLV-1 infected T lymphocytes in HTLV-1 associated myelophathy/tropical spastic paraparesis (HAM/TSP). journal of the Neurological Sciences, v.105-99-107. 1991. GALVÃO –CASTRO, A. V; BOA-SORTE, N; KRUSCHEWSKY R. A; GRASSI, M. F. R; GALVÃO –CASTRO, B. Impact of depression on quality of life in people living with human T cell lymphotropic virus type 1 (HTLV-1) in Salvador, Brazil. Qual Life Res, v.21: p.1545–1550, 2012. GALVÃO-CASTRO, B., ALCANTARA, L.C.,GRASSI, M.F.R., MOTA-MIRANDA, A.C.A., QUEIROZ, A.T.L, REGO, F.F.A., MOTA, A.C.A., PEREIRA, S.A., MAGALHÃES, T., TAVARES-NETO, J., GONÇALVES, M.S., DOURADO, I. HTLV-I Epidemiology and origin in Salvasdor, state of Bahia: The city with the highest prevalence of this infection in Brazil. Gazeta Médica da Bahia ;79:1(Jan-Dez):3-10. 2009 GASPAR-SOBRINHO, F .P; SOUZA-MACHADO, A; SANTOS, S. B; ORGE, G; LESSA, H.A; CRUZ A.A; CARVALHO, E.M. Clinical and immunological features of patients with atopy and concomitant HTL V -1 infection. Braz J Med Biol Res, v.43(12), p.1167-1172, December 2010. GESSAIN, A., BARIN, F., et al. Antibodies to human T-lymphotropic virus type-1 in patients with tropical spastic paraparesis. Lancet.v.2:407-410,1985. GESSAIN, A; MAHIEUX, R; Tropical spastic paraparesis and HTLV-1 associated myelopathy: Clinical, epidemiological, virological and therapeutic aspects. revue neurologique, v.168, p. 257 – 269, march 2012. GHEZZI S, ALFANO M, BISWAS P, MENGOZI M, DELFANTI F, COTA M, et al. Chemokines and HIV: morethan just supression. J Acquired Hum Defic Hum Retrov;15(Suppl 1):531-33. 1997. GIUSTOLISI, G.M. et al. Lymphogram: a rapid flow cytometry method for screening patients with lymphocytosis. Haematologica, vol. 86(11), 2001. GOON, P. K. C; BANGHAM, C.R. M; et al. Human T Cell Lymphotropic Virus Type I (HTLV-I)-Specific CD4+ T Cells: Immunodominance Hierarchy and Preferential Infection with HTLV-I. The Journal of Immunology, J. Immunol 2004; 172:1735-1743; this information is current as of November 17, 2012. GUERREIRO, J. B; SANTOS, S. B; CARVALHO, E. M; et al. Levels of serum chemokines discriminate clinical myelopathy associated with human T lymphotropic virus type 1 (HTLV-1)/tropical spastic paraparesis (HAM/TSP) disease from HTLV-1 carrier state. Clinical and Experimental Immunology, v. 145: p. 296–301, 2006. HANON, E., et al. Fratricide among CD8+ T Lymphocytes Naturally Infected with human T cell Lymphotropic virus type-1. Immunity. Vol.13, p. 657-664, 2000.
47
HINUMA, Y., NAGATA, K., et al. Adult T cell leukemia: antigen in an ATL cell line and detection of antibodies to the antigen in human sera. Proc Natl Acad Sci U S A. 78:6476-6480, 1981. IJICHI, S., MATSUDA T., et al. "Arthritis in a human T lymphotropic virus type I (HTLV-I) carrier." Ann Rheum Dis 49(9): 718-21, 1990. JACOBSON, S; et al, Circulating CD8+ cytotoxic T lymphocytes specific for HTLV-I pX m patients with HTLV-I associated neurological disease. Nature, v. 348: p.245-48,1990. JASSAL, S. R. LAIRMORE, M. D., et al. Soluble recombinant HTLV-1 surface glycoprotein competitively inhibits syncytia formation and viral infection of cells. Virus Res., v.78(1-2):17-34. 2001. JONES, K. S; et al. Cell-free HTLV-1 infects dendritic cells leading to transmission and transformation of CD4+ T cells. Nature medicine, v. 14, n. 4, april 2008. KANNIAN, P; et al. Distinct Transformation Tropism Exhibited by Human T Lymphotropic Virus Type 1 (HTLV-1) and HTLV-2 Is the Result of Postinfection T Cell Clonal Expansion. Journal of Virology, p. 3757–3766, January 2012. KAPLAN, J.E., OSAME, M., et al. The risk of development of HTLV-1 associated myelopathy/ tropical spastic paraparesis among persons in-fected with HTLV-1. J Acquir Immune Defic Syndr. V.3:1096-1101, 1990. KAPLAN, J.E., OSAME, M., et al. The risk of development of HTLV-I-associated myelopathy/tropical spastic paraparesis among persons infected with HTLV-I. Journal of Acquired Immune Deficiency Syndrome and Human Retrovirology 3: 1096-1101, 1990. KRESS, A.K., et al. Cell Superface Markers in HTLV-1 Pathogenesis. Viruses, v.3, p. 1439-1459, 2011. KUBOTA, R.; KAWANISHI, T; JACOBSON, S; et al. Demonstration of Human T Lymphotropic Virus Type I (HTLV-I) Tax-Specific CD8+ Lymphocytes Directly in Peripheral Blood of HTLV-I-Associated Myelopathy/Tropical Spastic Paraparesis Patients by Intracellular Cytokine Detection. The Journal of Immunology, 161: 482– 488, this information is current as of August 19, 2000. KUBOTA, R; FURUKAWA, Y; IZUMO, S; USUKU, K; OSAME, M. Degenerate specificity of HTLV-1–specific CD8+ T cells during viral replication in patients with HTLV-1–associated myelopathy (HAM/TSP). BLOOD, v.101:p. 3074-3081, 2003. LAGRENADE, L., HANCHARD B., et al. Infective dermatitis of Jamaican children: a marker for HTLV-I infection." Lancet 336(8727): 1345-7, 1990. LEZIN, A; OLINDO,S; et al. Human T Lymphotropic Virus Type I (HTLV-I) Proviral Load in Cerebrospinal Fluid: A New Criterion for the Diagnosis of HTLV-I–
48
AssociatedMyelopathy/Tropical Spastic Paraparesis?. The Journal of Infectious Diseases, v.191: p.1830–4, 2005. LUPI, O., STEPHEN, K. Tropical dermatoly: viral tropical diseases. J Am Acad Dermatol, v.49, n.6, p.979 – 1000, 2003. MARINHO, J., GALVÃO-CATRO, B., RODRIGUES, L.C., BARRETO, M.L. Increased Risk of Tuberculosis With Human T-Lymphotropic Vírus-1 Infection: a Case-Control Study. J. Acquir. Immune. Defic. Syndr., v. 40, p. 625-8. 2005. MASCARENHAS RE, BRODSKYN C, BARBOSA G, CLARENCIO J, ANDRADE-FILHO AS, FIGUEIROA F, GALVAO-CASTRO B, GRASSI F: Peripheral blood mononuclear cells from individuals infected with human T-cell lymphotropic virus type 1 have a reduced capacity to respond to recall antigens. Clin Vaccine Immunol, v.13: p. 547-552. 2006. MATSUI, M., NAGUMO, F., et al. Caracterization or humoral and cellular immunity in the central nervous system of HAM/TSP. Journal of the Neurologial Sciences. V.130, p 183-189, 1995. MATSUOKA, M; JEANG, K-T. Human T-cell leukemia virus type 1 (HTLV-1) and leukemic transformation: viral infectivity, Tax, HBZ and therapy. Oncogene,v. 30, p.1379–1389, 2011. MOCHIZUKI, M., TAJIMA, K., et al. Human T lymphotropic virus type I uveitis. Bristh Journal Ophtalmology 78: 149-154, 1994. MOCHIZUKI, M., YAMAGUCHI K., et al. HTLV-I and uveitis. Lancet 339(8801): 1110, 1992. MOCHIZUKI, M., YOSHIMURA, K., et al. HTLV-I uveitis. Anais do V International Conference on Human Retrovirology, HTLV, Kumamoto, Japão, p. W-23, 1992. MOENS, B; et al. Simultaneous RNA quantification of human and retroviral genomes reveals intact interferon signaling in HTLV-1-infected CD4+ T cell lines. Virology Journal, n.9:171, 2012. MORBACH, H., EICHHORN, E. M., LIESE, J. G., GIRSCHICK H. J. Reference values for B cell subpopulations from infancy to adulthood. Clinical and Experimental Immunology, British Society for Immunology, Clinical and Experimental Immunology, v.162: p.271–279. 2010. MORGAN, O. S., P.; RODGERS-JOHNSON, et al. "HTLV-1 and polymyositis in Jamaica." Lancet 2(8673): 1184-7. 1989. MUKAI, R; OHSHIMA, T. Dual effects of HTLV-1 bZIP factor in suppression of interferon regulatory factor 1. Biochemical and Biophysical Research Communications, v. 409, p.328–332, 2011.
49
MURPHY, E. L. The clinical epidemiology of human T-lymphotropic virus type II (HTLV-II). J Acquir Immune Defic Syndr Hum Retrovirology, v. 13, n. 1, S215-9, 1996. NAGAI, M., BRENNAN, M. B., et al. CD8+ T cells are an in vivo reservoir for human T-cell lymphotropic virus type I. BLOOD Immunobiology, v. 98, n. 6, 2001. NDHLOVU, L.C. et al. Lower numbers of circulating natural killer T (NK T) cells in individuals with human T lymphotropic virus type 1 (HTLV-1) associated neurological disease. Clinical and Experimental Immunology, v.158:294–299, 2009 NDHLOVU, L.C., et al. HTLV-1 Tax Specific CD8+T Cells Express Low Levels of Tim-3 in HTLV-1 Infection: Implications for Progression to Neurological Complications. PLOS Neglected Tropical Diseases. v. 5, n. 4, April 2011. NETTO E. C; BRITES, C. haracteristics of Chronic Pain and Its Impact on Quality of Life of Patients With HTLV-1-associated Myelopathy/Tropical Spastic Paraparesis (HAM/TSP). Clinical J Pain, v.27, n. 2, February 2011. NISHIOKA, K., NAKAJIMA, T., et al. Rheumatic manifestation of human leukemia virus infection. Rheumatic Diseases Clinics of North America 19: 489-503, 1992. NORRIS, P.J., HIRSCHKORN D.F., et al. Human T cell leukemia virus type 1 infection drives spontaneous proliferation of natural killer cells. Virulence; 1:19-28, 2010. OLIVEIRA, M. F. S. P; BITTENCOURT, A. L; BRITES, C; SOARES, G; HERMES, C; ALMEIDA, F. O. HTLV-I associated myelopathy/tropical spastic paraparesis in a 7-year-old boy associated with infective dermatitis. Journal of the Neurological Sciences, v.222 p.35–38, 2004. OSAME, M., USUKU, K., et al. HTLV-1 asso-ciated myelopathy, a new clinical entity. Lancet.v.1:1031-1032, 1986. PARKER, C.E., DAENKE, S., et al. Activated, HTLV-1-Specific Cytotoxic T-Lymphocytes are found in healthy seropositives as well as in patients with tropical spastic paraparesis. Virology, v.188, p.628-636, 1992. PEDRAL-SAMPAIO D.B., et al. Co-infection of tuberculosis and HIV/HTLV retroviruses: frequency and prognosis among patients admitted in a Brazilian Hospital Brazil. Clin Infect Dis1:31-35, 1997. PINTO, L. A; CASTRO; B. G; SOARES, M. B..P; GRASSI, M. F. R. An Evaluation of the Spontaneous Proliferation of Peripheral Blood Mononuclear Cells inHTLV-1-Infected Individuals Using FlowCytometry, International Scholarly Research Network Oncology, v. 2011, Article ID 326719, 2011.
50
PIQUE, C. & JONES, K. S. Pathways of cell–cell transmission of HTLV-1. Frontiers in Microbiology|Virolog. vol.3, article 378, pág. 1- 14. 2 October 2012. POIESZ, Bernard J. et al. Detection and isolation of type C retrovirus particles from fresh and cultured lymphocytes of a patient with cutaneous T-cell lymphoma. Proceedings Of The National Academy Of Sciences Of The United States Of America, Usa, p. 7415-7419. dez. 1980. PORTO, M.A.F., et al. Implicações clínicas e imunológicas da associação HTLV-1 e a estrogiloidíase. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 35 (6), p. 641-649, 2002. PROIETTI, F. A., et al, Global epidemiology of HTLV-I infection and associated diseases. Oncogene, 24, 6058–6068, 2005. SAITO, M., BRAUD, V. M., et al. Low frequency of CD94/NKG2A T lymphocytes in patients with HTLV-1–associated myelopathy/tropical spastic paraparesis, but not in asymptomatic carriers. BLOOD, v. 102, n. 215, 2003. SAITO, M; BANGHAM, C.R. M et al. Low frequency of CD94/NKG2A+ T lymphocytes in patients with HTLV-1–associated myelopathy/tropical spastic paraparesis, but not in asymptomatic carriers. BLOOD, v. 102, n. 2, p.577-584, 2011. SAKAGUCHI, S. Naturally arising Foxp3-expressing CD25+ CD4+ regulatory T cells in immunological tolerance to self and non-self. Nature Immunology, New York, v. 6, n. 4, p. 345–352, 2005. SAKAGUCHI, S., YAMAGUCHI, T., NOMURA, T., & Ono, M. Regulatory T cells and immune tolerance. Cell, 133, 5, 775–787.2008. SANTOS, S. B; MUNIZ, A. L; CARVALHO, E. M. Immunopathogenesis of HTLV-I-Associated Myelopathy/Tropical Spastic Paraparesis. Gazeta Médica da Bahia, 79:1(Jan-Dez):p. 11-17, 2009. SATOU, Y., UTSUNOMIYA, A., et al. HTLV-1 modulates the frequency and phenotype of FoxP3+CD4+ T cells in virus-infected individuals. Retrovirology, 9:46, 2012. SÓUZA, G. F; MAGALHÃES, S.M. M.; MOTA R.M. S. et al, Seroprevalence and immunophenotypic profile of T lymphocyte cells in human T lymphotropic virus seropositive individuals. Rev. bras. Hematologia hemoterapia, 25(1):33-38, 2003. SOUZA, L. A., LOPES, I. G.L., et al. Molecular characterization of HTLV-1 among patients with tropical spastic paraparesis/HTLV-1 associated myelopathy in Belém, Pará, Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 39(5):504-506, set-out, 2006.
51
SOUZA-MACHADO, A., CRUZ, A.A., et al. Imunopatogênese da infecção pelo HTLV-1: influência sobre a resposta imune tipo 2. Rev. bras. alerg. imunopatol. v.03. 2003. SWAIMS, A; et al. Activation of HTLV-1 expression in chronically-infected CD4+ T cells: mechanisms and implications for pathogenesis. Retrovirology, n. 8 (Suppl 1):A6, 2011. TAJIMA, K., “The 4th nation-wide study of adult T-cell leuke-mia/lymphoma (ATL) in Japan: estimates of risk of ATL and its geographical and clinical features,”International Journal of Cancer, vol. 45, no. 2, pp. 237–243, 1990. TATTERMUSCH, S., e BANGHAM, C. R.M. HTLV-1 infection: what determines the risk of inflammatory disease?. Trends in Microbiology. v.20, n. 10, 2012. TORRES, A. J. L. et al. Reference Range for T lymphocytes Populations in Blood Donors from Two Different Regions in Brazil. Braz J Infect Dis, Salvador, v. 13, n. 3, jun. 2009. TORRES, A. J. L. et al. establishing the reference range for t lymphocytes
subpopulations in adults and children from Brazil. Braz J Infect Dis, Salvador, v. 13,
n. 3, jun. 2013.
VINE, A. M; HEAPS, A. G.; BANGHAM, C. R. M. et al. The Role of CTLs in Persistent Viral Infection: Cytolytic Gene Expression in CD8+ Lymphocytes Distinguishes between Individuals with a High or Low Proviral Load of Human T Cell Lymphotropic Virus Type 1. The American Association of Immunologists, 173: 5121–5129, November, 2004. YAMANO, Y., ARAYA, N., SATO, T., UTSUNOMIYA, A., AZAKAMI, K., HASEGAWA, D., IZUMI, T., FUJITA, H., ARATANI, S., YAGISHITA, N., FUJII, R., NISHIOKA, K., JACOBSON, S. & NAKAJIMA, T.. Abnormally high levels of virus-infected IFN-gamma+ CCR4+ CD4+CD25+ T cells in a retrovirus-associated neuroinflammatory disorder. PLoS One, 4,8, e6517. 2009. YAMANO, Y., N. TAKENOUCHI, et al. Virus-induced dysfunction of CD4+CD25+ T cells in patients with HTLV-I-associated neuroimmunological disease. J Clin Invest 115(5): 1361-8, 2005. YOSHIDA, M., SEIKI, M., et al. Monoclonal integration of human T-cell leukemia provirus in all primary tumors of adult T-cell leukemia suggests causative role of human T-cell leukemia virus in disease. Proc Natl Acad Sci U S A. 81:2534-2537, 1984. YU F., ITOYAMA, Y., et al. Natural liller (NK) cells in HTLV-I-associated myelopathy/tropical spastic paraparesis – decrease in NK cell subset populations and activity in HTLV-I seropositive individuals. Journal or Neuroimmunology, v.33, p. 121-128, 1991.
52
ZANE, L; et al. HTLV-1 positive and negative T cells cloned from infected individuals display telomerase and telomere genes deregulation that predominate in activated but untransformed CD41T cells. International Journal of Cancer, v.131, p.821–833, 2012.
53
5. CONCLUSÃO GERAL
Nossas análises quantitativas mostraram que indivíduos infectados pelo
HTLV-1 apresentam uma contagem de células T CD4+ e CD8+ maior, porém
proporcinal nas duas células, e valores menores de células NK, quando comparados
aos controles não infectados. Apesar de não apresentar diferenças estatísticas nos
valores de linfócitos B entre os dois grupos, atentamos para a necessidade de
estudos de padronização quantitativa dessas células, bem como de células NK, na
população brasileira.
Destacamos a observação da baixa expressão do regulador da transcrição
gênica (Foxp3) em células com fenótipo CD3+CD4+CD25+, atentando para
necessidades de estudos voltados para este grupo células, que pode estar
relacionada em um mecanismo fundamental para a compreensão celular HTLV-1
patogenicidade.
Nossos resultados indicam que o Lymphogram® pode ser utilizado em
diferentes contextos de investigação, como o diagnóstico e monitoramento na
infecção pelo HTLV-1. A investigação de biomarcadores por citometria de fluxo é
uma técnica estabelecida na enumeração das subpopulações de linfócitos T para a
monitorização de pacientes com vírus da imunodeficiência humana (HIV). As
vantagens na utilização deste reagente é identificação simultânea, rápida e de baixo
custo das quatro principais subpopulações linfocitárias, porém é uma limitação do
reagente a dificuldade de identificação das células NKT, pois o anticorpo anti-CD3+
e o anti-CD56+ utilizam o mesmo fluorocromo, o R-ficoeritrina (PE). Essa limitação
pode ser solucionada, adicionanda anti-CD3+ conjugado ao fluorocromo
Aloficocianina (APC), para detecção intracelular de CD3+. Nossos resultados
corroboram com Giustolisi e col. e Bellido e col., que ao comparar imunofenotipagem
linfocitária realizada por painel de citometria de fluxo convencional e o
Lymphogram®, também mostraram que não haviam discrepâncias na
imunofenotipagem entre dois métodos.
54
6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BELLIDO, M. et al. Rapid and simple immunophenotypic characterization of lymphocytes using a new test. Haematologica; vol.83:681-685, 1998. BIDDISON, W.E., KUBOTA, R., KAWANISHI, T., TAUB, D.D., CRUIKSHANK, W.W., CENTER, D.M., CONNOR, E.W., UTZ, U., JACOBSON, S. Human T cell leukemia virus type I (HTLV-I)-specific CD8+ CTL clones from patients with HTLV-I-associated neurologic disease secrete proinflammatory cytokines, chemokines and matrix metalloproteinase. J.Immunol., v.159, n.4, aug. p2018-25. 1997. BRITO-MELLO, G.E.A., et al. Phenotypic Study of Peripheral Blood Leucocytes in HTLV-I-Infected Individuals from Minas Gerais, Brazil. Scand. J. Immunol. v.55, p. 621 – 628, 2002. CARVALHO, E. M., BACELLAR, O., et al. Cytokine profile and immunomodulation in asymptomatic human T-lymphotropic virus type 1-infected blood donors. J Acquir Immune Defic Syndr 27(1): 1-6, 2001. CASTRO, B. HTLV-I in the general population of Salvador, Brazil: a city with African ethnic and sociodemographic characteristics. J. Acquir. Immune. Defic. Syndr., v.34, n.5, Dec, p. 527-31. 2003. CASTRO-COSTA, C. M; et al. Proposal for Diagnostic Criteria of Tropical Spastic Paraparesis/HTLV-I-Associated Myelopathy (TSP/HAM). Aids Research And Human Retroviruses, v. 22, n. 10, pp. 931–935, 2006. COPELAND, K.F. T; HEENEY, J. L. T Helper Cell Activation and Human Retroviral Pathogenesis. Microbiological Reviews, v. 60, n. 4, p. 722–742, 1996. DELAMARRE, L., ROSENBERG, A.R., et al. A novel human T-leukemia virus type 1 cell-to-cell transmission assay permits definition of SU glycoprotein amino acids important for infectivity. J. Virol. v.71, 1997. DOURADO I., et al. HTLV-I in the general population of Salvador, Brazil\: a city with African ethnic and sociodemographic characteristics. J Acquir Immune Defic Syndr 34: 527–531, 2003. DOURADO, I., ALCANTARA, L.C., BARRETO, M.L., DA GLORIA TEIXEIRA, M., GALVÃO- DUYNE, R. V; et al. Localization and Sub-Cellular Shuttling of HTLV-1 Tax with the miRNA Machinery. PLoS ONE, v. 7 | Issue 7 | e40662; July 2012. EDLICH, R.F., ARNETTE, J.A., WILLIAMS, F.M. Global epidemic of human T-Cell lymphotropic virus type-I (HTLV-I). J. Emerg. Med., v. 18, n.1, Jan, p.109-19, 2000.
55
FUJIHARA, K., ITOYAMA, Y., et al. Cellular immune surveillance against HTLV-1 infected T lymphocytes in HTLV-1 associated myelophathy/tropical spastic paraparesis (HAM/TSP). journal of the Neurological Sciences, v.105-99-107. 1991. GALVÃO –CASTRO, A. V; BOA-SORTE, N; KRUSCHEWSKY R. A; GRASSI, M. F. R; GALVÃO –CASTRO, B. Impact of depression on quality of life in people living with human T cell lymphotropic virus type 1 (HTLV-1) in Salvador, Brazil. Qual Life Res, v.21: p.1545–1550, 2012. GALVÃO-CASTRO, B., ALCANTARA, L.C.,GRASSI, M.F.R., MOTA-MIRANDA, A.C.A., QUEIROZ, A.T.L, REGO, F.F.A., MOTA, A.C.A., PEREIRA, S.A., MAGALHÃES, T., TAVARES-NETO, J., GONÇALVES, M.S., DOURADO, I. HTLV-I Epidemiology and origin in Salvasdor, state of Bahia: The city with the highest prevalence of this infection in Brazil. Gazeta Médica da Bahia ;79:1(Jan-Dez):3-10. 2009 GASPAR-SOBRINHO, F .P; SOUZA-MACHADO, A; SANTOS, S. B; ORGE, G; LESSA, H.A; CRUZ A.A; CARVALHO, E.M. Clinical and immunological features of patients with atopy and concomitant HTL V -1 infection. Braz J Med Biol Res, v.43(12), p.1167-1172, December 2010. GESSAIN, A., BARIN, F., et al. Antibodies to human T-lymphotropic virus type-1 in patients with tropical spastic paraparesis. Lancet.v.2:407-410,1985. GESSAIN, A; MAHIEUX, R; Tropical spastic paraparesis and HTLV-1 associated myelopathy: Clinical, epidemiological, virological and therapeutic aspects. revue neurologique, v.168, p. 257 – 269, march 2012. GHEZZI S, ALFANO M, BISWAS P, MENGOZI M, DELFANTI F, COTA M, et al. Chemokines and HIV: morethan just supression. J Acquired Hum Defic Hum Retrov;15(Suppl 1):531-33. 1997. GIUSTOLISI, G.M. et al. Lymphogram: a rapid flow cytometry method for screening patients with lymphocytosis. Haematologica, vol. 86(11), 2001. GOON, P. K. C; BANGHAM, C.R. M; et al. Human T Cell Lymphotropic Virus Type I (HTLV-I)-Specific CD4+ T Cells: Immunodominance Hierarchy and Preferential Infection with HTLV-I. The Journal of Immunology, J. Immunol 2004; 172:1735-1743; this information is current as of November 17, 2012. GUERREIRO, J. B; SANTOS, S. B; CARVALHO, E. M; et al. Levels of serum chemokines discriminate clinical myelopathy associated with human T lymphotropic virus type 1 (HTLV-1)/tropical spastic paraparesis (HAM/TSP) disease from HTLV-1 carrier state. Clinical and Experimental Immunology, v. 145: p. 296–301, 2006. HANON, E., et al. Fratricide among CD8+ T Lymphocytes Naturally Infected with human T cell Lymphotropic virus type-1. Immunity. Vol.13, p. 657-664, 2000.
56
HINUMA, Y., NAGATA, K., et al. Adult T cell leukemia: antigen in an ATL cell line and detection of antibodies to the antigen in human sera. Proc Natl Acad Sci U S A. 78:6476-6480, 1981. IJICHI, S., MATSUDA T., et al. "Arthritis in a human T lymphotropic virus type I (HTLV-I) carrier." Ann Rheum Dis 49(9): 718-21, 1990. JACOBSON, S; et al, Circulating CD8+ cytotoxic T lymphocytes specific for HTLV-I pX m patients with HTLV-I associated neurological disease. Nature, v. 348: p.245-48,1990. JASSAL, S. R. LAIRMORE, M. D., et al. Soluble recombinant HTLV-1 surface glycoprotein competitively inhibits syncytia formation and viral infection of cells. Virus Res., v.78(1-2):17-34. 2001. JONES, K. S; et al. Cell-free HTLV-1 infects dendritic cells leading to transmission and transformation of CD4+ T cells. Nature medicine, v. 14, n. 4, april 2008. KANNIAN, P; et al. Distinct Transformation Tropism Exhibited by Human T Lymphotropic Virus Type 1 (HTLV-1) and HTLV-2 Is the Result of Postinfection T Cell Clonal Expansion. Journal of Virology, p. 3757–3766, January 2012. KAPLAN, J.E., OSAME, M., et al. The risk of development of HTLV-1 associated myelopathy/ tropical spastic paraparesis among persons in-fected with HTLV-1. J Acquir Immune Defic Syndr. V.3:1096-1101, 1990. KAPLAN, J.E., OSAME, M., et al. The risk of development of HTLV-I-associated myelopathy/tropical spastic paraparesis among persons infected with HTLV-I. Journal of Acquired Immune Deficiency Syndrome and Human Retrovirology 3: 1096-1101, 1990. KRESS, A.K., et al. Cell Superface Markers in HTLV-1 Pathogenesis. Viruses, v.3, p. 1439-1459, 2011. KUBOTA, R.; KAWANISHI, T; JACOBSON, S; et al. Demonstration of Human T Lymphotropic Virus Type I (HTLV-I) Tax-Specific CD8+ Lymphocytes Directly in Peripheral Blood of HTLV-I-Associated Myelopathy/Tropical Spastic Paraparesis Patients by Intracellular Cytokine Detection. The Journal of Immunology, 161: 482– 488, this information is current as of August 19, 2000. KUBOTA, R; FURUKAWA, Y; IZUMO, S; USUKU, K; OSAME, M. Degenerate specificity of HTLV-1–specific CD8+ T cells during viral replication in patients with HTLV-1–associated myelopathy (HAM/TSP). BLOOD, v.101:p. 3074-3081, 2003. LAGRENADE, L., HANCHARD B., et al. Infective dermatitis of Jamaican children: a marker for HTLV-I infection." Lancet 336(8727): 1345-7, 1990. LEZIN, A; OLINDO,S; et al. Human T Lymphotropic Virus Type I (HTLV-I) Proviral Load in Cerebrospinal Fluid: A New Criterion for the Diagnosis of HTLV-I–
57
AssociatedMyelopathy/Tropical Spastic Paraparesis?. The Journal of Infectious Diseases, v.191: p.1830–4, 2005. LUPI, O., STEPHEN, K. Tropical dermatoly: viral tropical diseases. J Am Acad Dermatol, v.49, n.6, p.979 – 1000, 2003. MARINHO, J., GALVÃO-CATRO, B., RODRIGUES, L.C., BARRETO, M.L. Increased Risk of Tuberculosis With Human T-Lymphotropic Vírus-1 Infection: a Case-Control Study. J. Acquir. Immune. Defic. Syndr., v. 40, p. 625-8. 2005. MASCARENHAS RE, BRODSKYN C, BARBOSA G, CLARENCIO J, ANDRADE-FILHO AS, FIGUEIROA F, GALVAO-CASTRO B, GRASSI F: Peripheral blood mononuclear cells from individuals infected with human T-cell lymphotropic virus type 1 have a reduced capacity to respond to recall antigens. Clin Vaccine Immunol, v.13: p. 547-552. 2006. MATSUI, M., NAGUMO, F., et al. Caracterization or humoral and cellular immunity in the central nervous system of HAM/TSP. Journal of the Neurologial Sciences. V.130, p 183-189, 1995. MATSUOKA, M; JEANG, K-T. Human T-cell leukemia virus type 1 (HTLV-1) and leukemic transformation: viral infectivity, Tax, HBZ and therapy. Oncogene,v. 30, p.1379–1389, 2011. MOCHIZUKI, M., TAJIMA, K., et al. Human T lymphotropic virus type I uveitis. Bristh Journal Ophtalmology 78: 149-154, 1994. MOCHIZUKI, M., YAMAGUCHI K., et al. HTLV-I and uveitis. Lancet 339(8801): 1110, 1992. MOCHIZUKI, M., YOSHIMURA, K., et al. HTLV-I uveitis. Anais do V International Conference on Human Retrovirology, HTLV, Kumamoto, Japão, p. W-23, 1992. MOENS, B; et al. Simultaneous RNA quantification of human and retroviral genomes reveals intact interferon signaling in HTLV-1-infected CD4+ T cell lines. Virology Journal, n.9:171, 2012. MORBACH, H., EICHHORN, E. M., LIESE, J. G., GIRSCHICK H. J. Reference values for B cell subpopulations from infancy to adulthood. Clinical and Experimental Immunology, British Society for Immunology, Clinical and Experimental Immunology, v.162: p.271–279. 2010. MORGAN, O. S., P.; RODGERS-JOHNSON, et al. "HTLV-1 and polymyositis in Jamaica." Lancet 2(8673): 1184-7. 1989. MUKAI, R; OHSHIMA, T. Dual effects of HTLV-1 bZIP factor in suppression of interferon regulatory factor 1. Biochemical and Biophysical Research Communications, v. 409, p.328–332, 2011.
58
MURPHY, E. L. The clinical epidemiology of human T-lymphotropic virus type II (HTLV-II). J Acquir Immune Defic Syndr Hum Retrovirology, v. 13, n. 1, S215-9, 1996. NAGAI, M., BRENNAN, M. B., et al. CD8+ T cells are an in vivo reservoir for human T-cell lymphotropic virus type I. BLOOD Immunobiology, v. 98, n. 6, 2001. NDHLOVU, L.C. et al. Lower numbers of circulating natural killer T (NK T) cells in individuals with human T lymphotropic virus type 1 (HTLV-1) associated neurological disease. Clinical and Experimental Immunology, v.158:294–299, 2009 NDHLOVU, L.C., et al. HTLV-1 Tax Specific CD8+T Cells Express Low Levels of Tim-3 in HTLV-1 Infection: Implications for Progression to Neurological Complications. PLOS Neglected Tropical Diseases. v. 5, n. 4, April 2011. NETTO E. C; BRITES, C. haracteristics of Chronic Pain and Its Impact on Quality of Life of Patients With HTLV-1-associated Myelopathy/Tropical Spastic Paraparesis (HAM/TSP). Clinical J Pain, v.27, n. 2, February 2011. NISHIOKA, K., NAKAJIMA, T., et al. Rheumatic manifestation of human leukemia virus infection. Rheumatic Diseases Clinics of North America 19: 489-503, 1992. NORRIS, P.J., HIRSCHKORN D.F., et al. Human T cell leukemia virus type 1 infection drives spontaneous proliferation of natural killer cells. Virulence; 1:19-28, 2010. OLIVEIRA, M. F. S. P; BITTENCOURT, A. L; BRITES, C; SOARES, G; HERMES, C; ALMEIDA, F. O. HTLV-I associated myelopathy/tropical spastic paraparesis in a 7-year-old boy associated with infective dermatitis. Journal of the Neurological Sciences, v.222 p.35–38, 2004. OSAME, M., USUKU, K., et al. HTLV-1 asso-ciated myelopathy, a new clinical entity. Lancet.v.1:1031-1032, 1986. PARKER, C.E., DAENKE, S., et al. Activated, HTLV-1-Specific Cytotoxic T-Lymphocytes are found in healthy seropositives as well as in patients with tropical spastic paraparesis. Virology, v.188, p.628-636, 1992. PEDRAL-SAMPAIO D.B., et al. Co-infection of tuberculosis and HIV/HTLV retroviruses: frequency and prognosis among patients admitted in a Brazilian Hospital Brazil. Clin Infect Dis1:31-35, 1997. PINTO, L. A; CASTRO; B. G; SOARES, M. B..P; GRASSI, M. F. R. An Evaluation of the Spontaneous Proliferation of Peripheral Blood Mononuclear Cells inHTLV-1-Infected Individuals Using FlowCytometry, International Scholarly Research Network Oncology, v. 2011, Article ID 326719, 2011.
59
PIQUE, C. & JONES, K. S. Pathways of cell–cell transmission of HTLV-1. Frontiers in Microbiology|Virolog. vol.3, article 378, pág. 1- 14. 2 October 2012. POIESZ, Bernard J. et al. Detection and isolation of type C retrovirus particles from fresh and cultured lymphocytes of a patient with cutaneous T-cell lymphoma. Proceedings Of The National Academy Of Sciences Of The United States Of America, Usa, p. 7415-7419. dez. 1980. PORTO, M.A.F., et al. Implicações clínicas e imunológicas da associação HTLV-1 e a estrogiloidíase. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 35 (6), p. 641-649, 2002. PROIETTI, F. A., et al, Global epidemiology of HTLV-I infection and associated diseases. Oncogene, 24, 6058–6068, 2005. SAITO, M., BRAUD, V. M., et al. Low frequency of CD94/NKG2A T lymphocytes in patients with HTLV-1–associated myelopathy/tropical spastic paraparesis, but not in asymptomatic carriers. BLOOD, v. 102, n. 215, 2003. SAITO, M; BANGHAM, C.R. M et al. Low frequency of CD94/NKG2A+ T lymphocytes in patients with HTLV-1–associated myelopathy/tropical spastic paraparesis, but not in asymptomatic carriers. BLOOD, v. 102, n. 2, p.577-584, 2011. SAKAGUCHI, S. Naturally arising Foxp3-expressing CD25+ CD4+ regulatory T cells in immunological tolerance to self and non-self. Nature Immunology, New York, v. 6, n. 4, p. 345–352, 2005. SAKAGUCHI, S., YAMAGUCHI, T., NOMURA, T., & Ono, M. Regulatory T cells and immune tolerance. Cell, 133, 5, 775–787.2008. SANTOS, S. B; MUNIZ, A. L; CARVALHO, E. M. Immunopathogenesis of HTLV-I-Associated Myelopathy/Tropical Spastic Paraparesis. Gazeta Médica da Bahia, 79:1(Jan-Dez):p. 11-17, 2009. SATOU, Y., UTSUNOMIYA, A., et al. HTLV-1 modulates the frequency and phenotype of FoxP3+CD4+ T cells in virus-infected individuals. Retrovirology, 9:46, 2012. SÓUZA, G. F; MAGALHÃES, S.M. M.; MOTA R.M. S. et al, Seroprevalence and immunophenotypic profile of T lymphocyte cells in human T lymphotropic virus seropositive individuals. Rev. bras. Hematologia hemoterapia, 25(1):33-38, 2003. SOUZA, L. A., LOPES, I. G.L., et al. Molecular characterization of HTLV-1 among patients with tropical spastic paraparesis/HTLV-1 associated myelopathy in Belém, Pará, Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 39(5):504-506, set-out, 2006.
60
SOUZA-MACHADO, A., CRUZ, A.A., et al. Imunopatogênese da infecção pelo HTLV-1: influência sobre a resposta imune tipo 2. Rev. bras. alerg. imunopatol. v.03. 2003. SWAIMS, A; et al. Activation of HTLV-1 expression in chronically-infected CD4+ T cells: mechanisms and implications for pathogenesis. Retrovirology, n. 8 (Suppl 1):A6, 2011. TAJIMA, K., “The 4th nation-wide study of adult T-cell leuke-mia/lymphoma (ATL) in Japan: estimates of risk of ATL and its geographical and clinical features,”International Journal of Cancer, vol. 45, no. 2, pp. 237–243, 1990. TATTERMUSCH, S., e BANGHAM, C. R.M. HTLV-1 infection: what determines the risk of inflammatory disease?. Trends in Microbiology. v.20, n. 10, 2012. TORRES, A. J. L. et al. Reference Range for T lymphocytes Populations in Blood Donors from Two Different Regions in Brazil. Braz J Infect Dis, Salvador, v. 13, n. 3, jun. 2009. VINE, A. M; HEAPS, A. G.; BANGHAM, C. R. M. et al. The Role of CTLs in Persistent Viral Infection: Cytolytic Gene Expression in CD8+ Lymphocytes Distinguishes between Individuals with a High or Low Proviral Load of Human T Cell Lymphotropic Virus Type 1. The American Association of Immunologists, 173: 5121–5129, November, 2004. YAMANO, Y., ARAYA, N., SATO, T., UTSUNOMIYA, A., AZAKAMI, K., HASEGAWA, D., IZUMI, T., FUJITA, H., ARATANI, S., YAGISHITA, N., FUJII, R., NISHIOKA, K., JACOBSON, S. & NAKAJIMA, T.. Abnormally high levels of virus-infected IFN-gamma+ CCR4+ CD4+CD25+ T cells in a retrovirus-associated neuroinflammatory disorder. PLoS One, 4,8, e6517. 2009. YAMANO, Y., N. TAKENOUCHI, et al. Virus-induced dysfunction of CD4+CD25+ T cells in patients with HTLV-I-associated neuroimmunological disease. J Clin Invest 115(5): 1361-8, 2005. YOSHIDA, M., SEIKI, M., et al. Monoclonal integration of human T-cell leukemia provirus in all primary tumors of adult T-cell leukemia suggests causative role of human T-cell leukemia virus in disease. Proc Natl Acad Sci U S A. 81:2534-2537, 1984. YU F., ITOYAMA, Y., et al. Natural liller (NK) cells in HTLV-I-associated myelopathy/tropical spastic paraparesis – decrease in NK cell subset populations and activity in HTLV-I seropositive individuals. Journal or Neuroimmunology, v.33, p. 121-128, 1991. ZANE, L; et al. HTLV-1 positive and negative T cells cloned from infected individuals display telomerase and telomere genes deregulation that predominate in activated but untransformed CD41T cells. International Journal of Cancer, v.131, p.821–833, 2012.
61
APÊNDICE A
Médianas dos valores absolutos de células T totais, T CD4+ e T CD8+ de indivíduos infectados pelo HTLV e controles não-infectados do presente estudo, e medianas encontradas por Torres e col. em 2013, incluindo no estudo 645 doadores adultos e 280 crianças saudáveis de 280 voluntários (148 na Bahia e 132 no Rio de Janeiro), utilizando o kit Multitest (Becton Dickinson Immunocytometry Systems,)+Trucount tubes, e analisando os anticorpos anti-CD3+, anti-CD8+, anti-CD45+ e anti-CD4+.
HTLV-1 Controles TORRES 2013 Não
infectados
Lymphogram Tritest Lymphogram Tritest Multitest
CD3+ 1642 1322 1576 1404 1585 CD4+ 1027 802 940 788 931 CD8+ 532 433 535 505 541
APÊNDICE B
Médias [mínimo e máximo] dos valores relativos de células T totais, T CD4+, TCD8+, células NK e linfócitos B de indivíduos infectados pelo HTLV-1 do presente estudo (segunda e terceira colunas), médias [mínimo e máximo] dos valores relativos de linfócitos T descritos por Torres e col. (quarta coluna) e médias [mínimo e máximo] dos valores relativos do intervalo de referência indicado Lymphogram® (última coluna).
Infectados HTLV
Não infectados HTLV
Torres et al.
Intervalo de Referencia Lymphogram®
CD3 74,88 [39,6-92,0] 67,75 [42,5-86,3] 77,9 76.6 [50,8-88,7]
CD3+CD4+CD8- 47,24 [21,3-76,6] 41,68 [28,0-64,1] 42,2 48.1 [24,4-67,1]
CD3+CD4-CD8+ 24,47 [9,6 - 51,0] 21,75 [11,0-34,0] 25,4 23.7 [12,6-53,6]
CD56+CD3- 13,83 [3,2 - 35,9] 18,43 [4,3 - 43,4] ----- 9.7 [2,07-24,4]
CD19+CD3- 10,8 [3,2 - 23,6] 13,8 [4,0 – 57,0] ----- 13.0 [4,98-25,5]
62
APÊNDICE C
63
Médias±DP dos valores relativos células T totais, T CD4+, TCD8
+, células NK e linfócitos B de
indivíduos infectados pelo HTLV-1 do presente estudo (primeira e segunda colunas), E médias±DP dos valores relativos de linfócitos T, NK e B descritos por Brito-Mello e col. (2002) (terceira, quarta, quinta e sextacolunas), em 74 indivíduos infectados pelo HTLV-1(18 assintomáticos,14 oligossintomáticos e 42 HAM/TSP definido) com 32 controles.
APÊNDICE D
64
ANEXO
65
ANEXO B
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Investigação:
Biomarcadores imunológicos no monitoramento da infecção pelo HTLV-1
Pesquisadores Responsáveis: Dra Maria Fernanda Rios Grassi
Médico Responsável: Dr. Bernardo Galvão
Prezado paciente:
O Sr(a) está sendo convidado para participar desta pesquisa que pretende verificar se pacientes
infectados pelo HTLV apresentam alguma diferença na atividade das células do sangue. A infecção pelo
vírus chamado HTLV-1 pode causar dois tipo de doença: uma leucemia (câncer de glóbulos brancos do
sangue) ou uma doença do sistema nervoso, que causa paralisia, porém muitas pessoas não apresentam
nenhuma doença. Este estudo pretende buscar diferenças nos exames das pessoas que são infectadas
por esse vírus e tem manifestações diferentes (tem doença ou não tem nenhum sintoma). Nesse
sentido, acreditamos que esse estudo poderá ser contribuir para que no futuro os pacientes possam ser
tratados antes de manifestarem a doença.
Para que isso seja possível realizar esta pesquisa pedimos a doação de uma amostra de sangue para
realizar exames de laboratório, sorologia (HIV, virus das hepatites C e B) e para ensaios de pesquisa das
células de defesa. Essas amostras serão obtidas no momento em que exames de sangue forem
necessários para o seu próprio acompanhamento clínico. Aproveitaremos o pedido de coleta de sangue
para o exame de rotina, e solicitaremos ao laboratório que retire um pouco a mais (25ml, cerca de 5
colheres de sopa) para esta pesquisa. Esta doação ocorrerá apenas uma vez. Assim sendo, o número de
vezes que o sangue será retirado não será maior do que o realmente necessário para o
acompanhamento de rotina e não será necessário vir ao Centro médico apenas com o objetivo de
participar da pesquisa.
A coleta de sangue será realizada por um profissional treinado, entretanto pode ocorrer uma dor ligeira
e um pequeno sangramento no local da picada, ficando o braço roxo. Esta mancha desaparece dentro
de 1 a 2 dias. Será realizada igualmente a coleta do líquido da coluna por um médico experiente. Para o
exame, o Sr (a) estará deitado (a) de lado, com o pescoço para baixo e as pernas encolhidas. O médico
limpa a coluna e anestesia o local e coloca a agulha de punção entre a quarta e a quinta vértebras
lombares. O líquido drenado é colocado nos tubos de ensaio e enviado para o laboratório para análise.
Após o exame, o médico comprime o local com as mãos e coloca um bandaid. Depois do exame a pessoa
pode ter dor de cabeça, 12 horas a 2 dias depois. Pode haver também dor na nuca e coluna, dormência
nas pernas, rigidez do pescoço, vômitos e náuseas, visão turva, tonturas, vertigem ou zumbido. TODOS
esses sintomas melhoram com medidas simples como ficar em deitar e beber muito líquido. Este exame
66
só será realizado se o médico detectar alterações no sistema nervoso qu precise ser diagnosticada com
este exame.
A sua participação neste estudo é voluntária e espontânea. A sua assistência médica não será
modificada em função da sua aceitação ou não em participar deste estudo. Também não envolverá
nenhum custo adicional. Caso necessite regressar ao hospital por razões ligadas ao estudo, suas
despesas com transporte e alimentação serão pagas pelos responsáveis pela pesquisa.
Além disso, você poderá desistir de participar a qualquer momento sem que isto interfira no tratamento
futuro neste hospital. O material obtido de sua amostra de sangue (plasma e células) será utilizado
apenas neste estudo. Toda a informação obtida ou disponibilizada neste estudo será considerada como
sigilosa de modo a garantir confidencialidade e não será divulgada sem a sua permissão.
Para que outros médicos possam no futuro ampliar seus conhecimentos sobre esta doença, gostaríamos
de mostrar os resultados obtidos neste projeto em congressos (pôster ou apresentação oral) e em
publicações em revistas científicas.
Por outro lado, nos comprometemos a não dizer seu nome e a utilizar os resultados obtidos apenas com
finalidade científica.
A equipe de pesquisadores (Dr Bernardo Galvão, Dra Fernanda Grassi) está disponível a qualquer
momento para qualquer esclarecimento no número 3176-2213.
Caso queira, o Sr (a) poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisas da Fiocruz pelo
telefone 3176-2285.
Eu _________________________________________________ aceito fazer parte do grupo de estudo
“Biomarcadores imunológicos no monitoramento da infecção pelo HTLV-1”
Recebi todas as orientações sobre este trabalho. Entendi o propósito do estudo, e compreendo que o
objetivo deste estudo é uma melhor compreensão dos mecanismos envolvidos na infecção causada pelo
vírus HTLV-1. Sei que este trabalho foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
Humana.
Estou recebendo uma cópia deste documento datada e assinada, e não estou abdicando de nenhum dos
meus direitos legais.
Salvador, ____ / ____ / ______.
Assinatura: _____________________________________________________
Assinatura da Testemunha: _________________________________________
67
ANEXO C
Figura: Intervalo de referência indicado pelo Lymphogram. Fonte: Prospecto do kit Lymphogram
Figura: Intervalo de referência indicado pelo Tritest. Fonte: Prospecto do kit Tritest.
top related