trabalho da osteoporose
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Instituto Politécnico de Setúbal
Escola Superior de Educação de Setúbal
Ano Lectivo 2008/2009
Curso: Licenciatura em Desporto
Disciplina: Anatomofisiologia
Docente: Miguel Cruz
Ano 1º / 1º Semestre
Tema
Osteoporose
Grupo de Trabalho:
Atílio Martins
Bruno Mesquita
Cláudio Canas
Daniela Gordo
João Albino
Setúbal, 09 de Dezembro de 2008
Instituto Politécnico de Setúbal Escola Superior de Educação de Setúbal Osteoporose
Anatomofisiologia Licenciatura em Desporto – 1º Ano
1
Índice
Introdução ................................................................................................. 2
A Osteoporose ........................................................................................... 3
Tipos de osteoporose .................................................................. ...... 4
Sintomatologia da Osteoporose ................................................................. 5
Impacto da Osteoporose na qualidade de vida dos doentes ...................... 6
Osso e sua Remodelação ...................................................................... 7,8
Metabolismo fosfo-cálcico ........................................................... ...... 9
Desenvolvimento da Osteoporose .......................................................... 10
Factores de risco ...................................................................................... 11
Diagnóstico .............................................................................................. 12
Tratamento ...........................................................................................13,14
Impacto do exercicio fisico no tratamento da Osteoporose ..................15-17
Conclusão ................................................................................................ 18
Recursos bibliográficos ........................................................................... 19
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Anatomofisiologia Licenciatura em Desporto – 1º Ano
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Introdução
No trabalho proposto pelo Docente, no âmbito da disciplina de
Anatomofisiologia, propusemo-nos a estudar a Osteoporose.
Neste trabalho abordamos algumas noções importantes relacionadas
com a doença.
Começámos por expor a definição de Osteoporose e seus tipos.
Mencionamos a sua sintomatologia e o impacto inerente á qualidade de
vida dos doentes.
Referimos também aspectos do osso, sua remodelação e metabolismo
fosfo-cálcico.
Explicitamos como se desenvolve a Osteoporose, quais os factores de
risco, seu diagnóstico e tratamento.
Visto que somos estudantes do curso de Desporto, mencionamos de
uma forma um pouco mais aprofundada, o impacto do exercício físico no
tratamento da Osteoporose.
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A Osteoporose
A Osteoporose é uma doença óssea metabólica (doença sistémica do
esqueleto) caracterizada por uma diminuição da massa óssea e
consequentemente fragilidade e deformação do tecido ósseo.
Esta doença, por fragilizar bastante o tecido ósseo, é caracterizada por
provocar fracturas ósseas.
É uma doença mais comum nas mulheres do que nos homens e está
associada ao processo natural de envelhecimento.
A osteoporose é uma doença que progride lenta e silenciosamente e
raramente apresenta sintomas. É, actualmente, considerada um dos maiores
problemas de Saúde Pública da humanidade.
Podemos verificar na Fig.1, as diferenças entre um osso osteoporótico
(bastante poroso) e um osso normal.
Figura 1 – Legenda:
Observando as figuras e
comparando-as,
percebemos que o osso
osteoporótico é muito mais
frágil e poroso que o osso
normal.
(A) Osso Osteoporótico (B) Osso Normal
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Tipos de Osteoporose
Existem diversos tipos de Osteoporose:
Osteoporose primitiva:
- Osteoporose Pós – Menopáusica
- Osteoporose Senil
Osteoporose secundária
A Osteoporose Pós-Menopáusica acontece com o aparecimento da
menopausa e consequente redução da produção de estrógenio, a principal
hormona feminina que ajuda na regulação do fornecimento de cálcio aos
ossos.
A menopausa surge nas mulheres com idade compreendida entre os 50 e
os 65 anos e afecta o osso esponjoso ou trabecular provocando fracturas.
A Osteoporose Senil acompanha o processo natural de
envelhecimento, manifestando-se em pessoas de idade avançada, com mais
de 65 anos.
Esta doença atinge o osso trabecular e o cortical.
A Osteoporose Secundária afecta um menor numero de pessoas e é
provocada por certas perturbações de saúde e medicamentos:
Doenças hematológicas;
Endocrinopatias;
Doenças crónicas
Doenças gastro-enterológicas e hepáticas;
Medicamentos corticosteróides;
Barbitúricos;
Anti-convulsionantes;
Quantidades excessivas da hormona tiróideia.
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Sintomatologia da Osteoporose
A Osteoporose, em muitos casos, é assintomática, o primeiro sinal
poderá então ser uma fractura em consequência de uma pequena queda que
não produziria qualquer fractura num jovem adulto. Esta doença é considerada
silenciosa, pois durante a sua progressão pode ser assintomática, pode não
revelar sintomas evidentes, mas existem certos indícios observáveis que
indiquem a presença da doença:
Dores ósseas: habitualmente presentes na coluna vertebral, sobretudo,
nos segmentos dorsal e lombar do ráquis. Estas dores agravam-se com
os movimentos mais bruscos, e só acalmam em repouso;
Deformações: o dorso curvo (cifose dorsal) e a escoliose (curvatura
lateral) lombar e dorsal aparecem com grande frequência. Com a
progressão da cifose dorsal há projecção para baixo das costelas e
consequente aproximação à
bacia, provocando dor local. Nos
casos mais avançados, a
inclinação anterior da bacia leva
ao alongamento exagerado da
musculatura posterior de
membros inferiores e contractura
em flexão dos quadris e
consequentes distúrbios para
caminhar, dor articular e em
partes moles. (ver figura 2)
Fracturas ósseas: principal consequência e manifestação clínica da
Osteoporose. Apresentam uma maior frequência na extremidade distal
do rádio (fractura de Colles), nas vértebras (dorsais e lombares), no colo
do fémur, e na extremidade proximal do úmero.
Figura 2 – Legenda:
Deformações da coluna
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Impacto da Osteoporose na Qualidade de Vida dos Doentes
A descoberta da Osteoporose no paciente tem algumas consequências
no seu dia-a-dia, pois é uma doença bastante incapacitante.
Essas consequências reflectem-se em vários aspectos do dia-a-dia:
Não conseguir chegar aos armários como outrora;
Constata-se uma inadaptação do vestuário ao doente (a gola fica
mais afastada da nuca, os casacos e camisas levantam atrás);
O doente sente-se rapidamente enfartado, mesmo com pouca
comida;
Tem a sensação que as costelas a estão a perfurar;
Caminhar ou subir escadas é um castigo.
O doente osteoporótico pode ficar com uma qualidade de vida bastante
diminuída.
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Osso e sua Remodelação
O tecido ósseo:
É o resultado da diferenciação das células pluripotenciais do
mesenquima (tecido conjuntivo embrionário).
Apresenta duas funções: uma função estrutural (suporte, mecânica e
de protecção de órgãos vitais), e, também, uma função metabólica.
É constituído por uma matriz proteica (substância osteóide) e por uma
substância mineral, a hidroxiapatite.
A matriz proteica é, fundamentalmente, constituída por colagénio (95%),
glicosaminoglicanos, água e pelas células que são os osteoblastos,
osteoclastos e os osteócitos.
O tecido ósseo é um tecido vivo, metabolicamente activo, submetido a
fenómenos de formação e de destruição óssea.
Está submetido a uma constante remodelação óssea que vai-se
desenvolver por intermédio das unidades multicelulares básicas.
A Remodelação Óssea apresenta cinco fases:
1.ª Fase - dá-se a activação das unidades multicelulares básicas;
2.ª Fase - os osteoclastos iniciam a reabsorção óssea;
3.ª Fase - há uma inversão da proliferação celular, ou seja, os
osteoclastos começam a diminuir em número e em função e
aparecimento dos osteoblastos;
4.ª Fase - ocorre a formação óssea;
5ª Fase - acontece a mineralização óssea (mineralização da Matriz
Proteica).
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As células ósseas são (consultar Figura 3):
Os osteoclastos, células responsáveis pela reabsorção óssea,
provêm dos macrófagos e monócitos. São células de grandes
dimensões, apresentam vacúolos e vários núcleos.
Estas células actuam na superfície das trabéculas ósseas, mais
propriamente nas lacunas, erodindo-as, e apresentam também
propriedades fagocitárias.
Os osteoblastos, igualmente provenientes da mesenquima, são
responsáveis pela síntese do colagéneo da matriz proteica (a sua
produção) e mineralização do tecido osteóide.
Os osteócitos são células originárias dos osteoblastos após a
calcificação da matriz proteica, elas comunicam entre si através de
canalículos onde flui um líquido nutritivo responsável pela nutrição
do tecido ósseo.
Figura 3 - Legenda:
Células constituintes do
tecido ósseo
Osteoblastos
Osteoclastos
Osteócitos
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Metabolismo fosfo-cálcico
No metabolismo fosfo-cálcico intervêm três órgãos-alvo (o osso, o rim e o
tubo digestivo), três hormonas (PTH, calcitonina e os metabolitos da vitamina D
(calcitriol)) e dois iões (cálcio e fósforo).
A PTH é uma hormona hipercalcemiante e hipofosforemiante que, ao
nível ósseo, vai estimular a actividade dos osteoclastos e, assim, aumentar a
reabsorção óssea. A PTH promove a entrada do cálcio no interior das células.
A calcitonina actua sobre o osso diminuindo a actividade dos osteoclastos
dando-se então uma diminuição da reabsorção óssea e do cálcio.
Dos metabolitos da vitamina D, o calcitriol é o mais activo e importante no
processo de metabolismo ósseo.
O calcitriol estimula a actividade dos osteoclastos, consequentemente a
reabsorção óssea, provocando hipercalcemia. O calcitriol actua também na
mineralização do tecido osteóide.
O cálcio e o fósforo, iões bastante importantes no metabolismo fosfo-
cálcico, apresentam como principal função a mineralização óssea.
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Desenvolvimento da Osteoporose
Como já explicámos anteriormente, a remodelação óssea é um processo
contínuo de extracção de osso e de formação de osso novo.
Até aproximadamente 30 anos de idade, a quantidade de osso reposto é
igual á quantidade de osso removido, pode-se dizer que é uma remodelação
equilibrada.
A partir desses 30 anos de idade, a remodelação óssea torna-se muito
mais lenta, provocando assim, uma perda pequena mas significativa de massa
óssea.
A remodelação torna-se lenta porque os osteoclastos produzem lacunas
com menor ou igual profundidade e os osteoblastos encontram-se incapazes
de preenchê-las na sua totalidade.
A Osteoporose também se pode desenvolver devido a modificações
hormonais, mais propriamente diminuição da hormona denominada estrógenio.
A queda de estrogénios conduz a uma remodelação óssea onde existe
um maior número de osteoclastos em relação aos osteoblastos, e cada
osteoclasto prefaz uma lacuna mais profunda.
Um maior número de osteoclastos provoca um aumento da actividade dos
osteoblastos que tentam corrigir esse defeito, mas são incapazes.
A diminuição de estrógenios provoca uma remodelação óssea acelerada
onde há uma maior reabsorção óssea (há mais osso retirado do que reposto),
provocando assim uma diminuição da massa óssea.
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Factores de risco
Existem alguns factores de risco que é preciso ter em atenção, para
podermos prevenir a tempo, caso pertençamos a um grupo de risco.
Exemplos de alguns factores de risco na Osteoporose são:
Sexo feminino;
Raça branca ou asiática;
Idade avançada;
Estatura baixa;
Baixo peso;
Hereditariedade, historial familiar com osteoporose;
Tabagismo, álcool e cafeína;
Sedentarismo;
Dieta inadequada;
Deficiência de vitamina D e cálcio;
Níveis reduzidos de estrogénios;
Amenorreia (interrupção da menstruação);
Menopausa;
Doenças crónicas, como a artrite reumatóide;
Doenças endócrinas;
Alguns medicamentos, incluindo a heparina (um anticoagulante), anti-
convulsivantes, e uso prolongado de corticosteróides;
Entre outros.
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Diagnóstico
O diagnóstico da Osteoporose deve ser feito o mais rápido possível, de
modo a detectar uma massa óssea baixa antes que ocorra uma fractura óssea.
Existem equipamentos médicos, equipamentos modernos, que tornam
possível a medição de massa óssea ou a quantidade de osso.
O diagnóstico da doença pode ser efectuado através de uma
densitometria óssea ou raio-X.
A densitometria óssea é um exame que permite determinar a densidade
do osso através da absorção dos protões emitidos por uma fonte radioactiva
que atravessa o osso.
A quantidade absoluta de osso medida pela DMO (densitometria óssea)
está relacionada com a força óssea e a sua capacidade de suportar carga ou
peso. Medindo a densidade do osso, é possível diagnosticar o risco de fractura.
O critério actual para o diagnóstico de Osteoporose é perda de 25% de
massa óssea quando comparada com adulto jovem.
Os critérios para diagnóstico de Osteoporose, segundo a Organização
Mundial de Saúde são:
Normal: Valor para densidade óssea até 1 desvio-padrão abaixo da
média do adulto jovem de mesmo sexo e raça.
Osteopenia: Valor para densidade óssea entre 1 a 2,5 desvios-
padrão abaixo da média do adulto jovem de mesmo sexo e raça (1
desvio-padrão é igual a 10%).
Osteoporose: Valor para densidade óssea mais do que 2,5 desvios-
padrão abaixo da média do adulto jovem de mesmo sexo e raça (1
desvio-padrão é igual a 10%).
Osteoporose severa: Valor para densidade óssea mais do que 2,5
desvios-padrão abaixo da média do adulto jovem de mesmo sexo e
raça na presença de uma ou mais fracturas decorrentes de fragilidade
óssea (1 desvio-padrão é igual a 10%).
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Tratamento
Não se pode dizer que a osteoporose tem cura, mas é possível abrandar
ou reduzir os seus malefícios.
O tratamento é feito consoante o tipo de Osteoporose e sua gravidade.
Hoje em dia existem variadíssimos métodos de tratamento da doença.
O tratamento da doença pretende os seguintes efeitos:
Impedir o progresso da doença;
Se possível, regredir os danos causados;
Prevenir quedas e consequentes fracturas ósseas;
Aliviar a dor;
Contribuir para a qualidade de vida do doente
O tratamento pode ser feito com ajuda de:
Medicamentos
Devem ser utilizados medicamentos que impeçam ou retrocedam a
progressão da doença.
Os medicamentos que aumentam a sua massa óssea são os mais
importantes no tratamento da osteoporose, pois vão reduzir o risco de fractura
óssea.
No caso de existir dor, também são utilizados medicamentos analgésicos,
pois aliviam a dor.
Nutrição rica e saudável
É importante realizar uma alimentação saudável e rica em cálcio e
vitamina D.
O cálcio é bastante importante para os ossos pois ajuda a fortalecê-los.
A vitamina D regula o metabolismo ósseo e é fundamental para a
absorção de cálcio pelo organismo.
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Alimentos ricos em cálcio:
Lacticínios (leite e derivados, como iogurte e queijo)
Couve-flor, couve, repolho;
Algas marinhas, amêndoas, feijões.
O cálcio deve ser consumido com coerência, pois em excesso pode
causar pedras no rim e outros malefícios.
Alimentos ricos em vitamina D:
Gema de ovo;
Fígado;
Manteiga;
Alguns tipos de peixes como a cavala, o salmão e o arenque.
A vitamina D também pode ser admitida pelo organismo através da
exposição solar.
Como todas as vitaminas, deve ser consumida em quantidades
adequadas, evitando faltas e excessos.
Exercício físico
O exercício físico é um excelente complemento para o tratamento da
Osteoporose.
Contribui para o processo de ganho/manutenção de massa óssea,
melhora a postura, alivia a dor e aumenta a qualidade de vida a todos os
níveis.
A prática de exercício físico deve ser realizada com precaução pois nem
todas as actividades físicas podem ser realizadas pelo doente devido á sua
fragilidade óssea.
Os doentes osteoporóticos devem realizar exercícios de baixo impacto
que promovam o aumento da massa óssea.
A pratica deve ser realizada com segurança e monitorizada por um
profissional.
Todos estes métodos complementam-se uns aos outros, por isso o
tratamento deve ser realizado utilizando vários e não um só.
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Impacto do Exercício Físico no tratamento da Osteoporose
O exercício físico é bastante importante para que se desfrute de uma vida
saudável, pois contribui para um bem-estar físico e psicológico.
A prática de exercício físico muitas vezes é recomendada pelos médicos
para prevenir ou até ajudar a tratar algumas doenças.
O exercício físico, como complemento no tratamento da Osteoporose,
não só ajuda a atenuar a progressão da doença (atenuar a perda óssea) como
também consegue aumentar a massa óssea.
Parecendo que não mas os músculos têm um papel bastante importante
nos ossos.
A prática de exercício físico, onde inevitavelmente ocorrem forças
mecânicas impostas pelos músculos no tecido ósseo, contribui para a
qualidade óssea. Essas forças mecânicas tanto podem actuar de modo a
controlar ou a melhorar a qualidade óssea.
Se uma prática “normal” de exercício físico contribui para manter a
qualidade óssea, então se nessa prática for aplicada carga (utilizando pesos ou
o próprio peso do corpo) resulta numa possível modificação óssea consoante a
carga aplicada. Essa modificação denomina-se remodelação óssea.
As forças mecânicas se forem aplicadas repetitivamente (stress
mecânico) irão formar mini-lesões no tecido ósseo, como por exemplo fracturas
microscópicas, fracturas de fadiga.
Estas mini-lesões contribuem para a remodelação óssea, pois fazem com
que as células responsáveis pela remodelação actuem na lesão, cicatrizando-
a.
O exercício físico aumenta os níveis de hormonas sexuais no organismo,
logo também estimula a osteogénese (formação do osso).
Em relação aos exercícios adequados para os doentes osteoporóticos.
Os doentes osteoporóticos, por terem os ossos bastante frágeis, não
podem praticar qualquer tipo de exercícios.
Não só estão impedidos de fazer certos tipos de actividade física, como
não o devem fazer sem serem aconselhados pelos seus médicos.
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O doente osteoporótico deve praticar um leque variado e adequado de
exercícios físicos.
Os exercícios ideais a praticar são os de baixo impacto pois não esforçam
em demasia a coluna nem articulações. Deve praticar essencialmente
exercícios com carga, para promover a estimulação da massa óssea.
No doente osteoporótico o exercício físico vai ajudá-lo a:
Manter ou melhorar a massa óssea, reduzindo assim a
possibilidade de fracturas;
Melhorar a força muscular resultando numa melhor postura;
Melhorar o equilíbrio que por consequência diminui o risco de
quedas;
Reduzir as dores crónicas na coluna;
Prevenir ou até diminuir as deformações da coluna provocadas
pela osteoporose.
Os tipos de exercícios a praticar pelo doente devem visar os
seguintes objectivos:
Promover o equilíbrio
Aumentar a força muscular (aumenta a massa óssea)
Melhorar a coordenação
Diminuir as dores provocadas pela doença
Melhorar a postura
Tipos de exercícios ou modalidades que os doentes
osteoporóticos podem praticar:
Tai-chi, uma arte marcial bastante leve e suave que promove
bastante o equilíbrio, melhora a postura logo previne as quedas;
Standing Pilates, trata-se de exercícios do Método clássico
(exercícios semelhantes a alongamentos mas numa máquina própria),
adaptados para a posição de pé com a finalidade de aumentar alinhamento
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postural, desenvolver força, equilíbrio, concentração e aumentar a densidade
mineral óssea;
Hidroginástica suave, “ginástica dentro de água” reduz
significativamente o esforço necessário para a movimentação, logo reduz a dor
na sua execução, fortalece os músculos logo fortalece os ossos, poderá
também trabalhar o equilíbrio;
Natação, fortalece os músculos e promove a postura e equilíbrio;
Dança, melhora a coordenação e equilíbrio;
Aeróbica de baixo impacto, fortalece os músculos, melhora a
coordenação;
Bicicleta, aumenta a massa muscular e a condição física;
Caminhadas, jogging, aumentam a condição física e a
musculatura;
Exercícios com pesos, aumentam a massa muscular e óssea,
melhora a coordenação. São os mais indicados para os doentes com
osteoporose, pois ajuda bastante no aumento da massa óssea.
A prática de exercício físico não só ajuda no tratamento da Osteoporose,
como também se praticado desde uma idade jovem (incluindo nutrição
equilibrada e hábitos saudáveis) a previne.
O exercício físico deve fazer parte das nossas vidas.
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Conclusão
Verificámos, com este trabalho, que a Osteoporose é uma doença
degenerativa dos ossos, dificilmente reconhecida sem exame e que diminui
bastante a qualidade de vida do doente.
A população-alvo desta doença é maioritariamente idosa e feminina,
sendo as principais “vítimas” as mulheres na menopausa.
A Osteoporose é uma doença que não tem cura mas pode ser facilmente
prevenida e controlada, através de exercícios físicos adequados, uma
alimentação rica em cálcio e vitamina D e medicamentos próprios.
Este trabalho ajudou-nos também a perceber que a prática de exercício
físico contribui, não só para a prevenção da doença, mas também no seu
controlo, sendo os exercícios com carga os ideais para estimular a
Remodelação óssea.
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Recursos Bibliográficos
Livros:
BARATA, J. L. Themudo - “Mexa-se... Pela sua saúde”. Publicações
Dom Quixote, 2003 Lisboa.
QUEIROZ, M. Viana de – “Osteoporose”.
“Enciclopédia de Medicina”. Selecções de Reader’s Digest, 1992
Sites:
http://www.into.saude.gov.br/de_osteoporose.php;
http://www.osteoporose.com.pt/oquee/index.cfm;
http://www.profala.com/artfisio50.htm;
http://www.cdof.com.br/fisio5.htm;
http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/9477;
http://www.fisiculturismo.com.br/artigo.php?id=43;
http://www.aporos.pt/?idcms=17;
http://www.roche.pt/portugal/index.cfm/saude/osteoporose/ost-
tratamento/;
http://www.efdeportes.com/efd119/osteoporose-e-os-diferentes-tipos-de-
exercicios-fisicos.htm;
http://www.conteudoglobal.com/saude/osteoporose/index.asp?action=fat
ores_risco_osteoporose&nome=Fatores+de+risco+para+a+Osteoporose
http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?312;
http://www.manualmerck.net/?url=/artigos/%3Fid%3D73;
http://www.saudevidaonline.com.br/osteo.htm;
http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/content_files/cms/pdf/pdf_ff7d0f
525b3be596a51fb919492c099c.pdf;
http://max.uma.pt/~EdSenior/index_ficheiros/Page708.htm;
http://www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_frame.asp?
cod_noticia=72
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