teorias da comunicação digital - aula 03

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Material da terceira aula de Teorias da Comunicação Digital do curso de pós-graduação em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais da PUC Minas em Poços de Caldas.

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Teorias da Comunicação DigitalPós Graduação em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais

2012

Pablo Moreno Fernandes Viana

Aula 03Comunicação Digital e Contemporaneidade

Mídia locativa e territórios

informacionaisAndré Lemos. UFBA

Mídia locativa

Conceito

Conjunto de tecnologias e

processos infocomunicacionais

cujo conteúdo informacional

vincula-se a um lugar

específico.

Mídia Locativa

locativo

Categoria gramatical que

exprime lugar, indica

localização final ou o

momento de uma ação.

Mídia locativa

Dispositivos informacionais digitais cujo

conteúdo da informação está diretamente

ligado a uma localidade.

Mídia locativa

Processo de emissão e

recepção de informação a

partir de um determinado

local.

Estabelece uma relação

entre lugares e dispositivos

móveis até então inédita.

Mídia locativa

Conjunto de processos e

tecnologias caracterizado

por emissão de informação

digital a partir de

lugares/objetos.

Para que servem?

Para que servem as mídias locativas?

Servem para funções de

monitoramento, vigilância,

mapeamento,

geoprocessamento,

localização, anotações e

jogos.

Mídia locativa

Os lugares e objetos passam

a dialogar com dispositivos

informacionais, enviando,

coletando e processando

dados.

Mídias locativas

Têm sido bastante utilizadas

por empresas, artistas e

ativistas como forma de

marketing, publicidade, contr

ole de produto, escrita e

releitura do espaço

urbano, forma de apropriação

e ressignificação das cidades.

Mídias locativas

O termo foi proposto em

2003 por Karlis Kalnins, em

estudos com o objetivo de

distinguir as explorações

criativas do uso

corportativo dos “location-

based services”.

Antes de 2003 já havia

mídias locativas?É possível existir mídias locativas analógicas, desvinculadas das

tecnologias da comunicação digital?

Mídias locativas analógicas?

Uma placa de pizzaria, de um hotel, por exemplo. Contém

uma informação agregada a uma localidade.

Mídias locativas analógicas

No entanto, essa informação é estática. Não há processamento

de informação, não se sabe quando foi vista, nem por quem,

nem para que uso.

Mídia locativa digital Mídia locativa analógica

Personalização da informação,

identificação do usuário. Mídia

“smart”.

Informação massiva genérica sem

feedback ou processamento.

Dados digitais e bancos de dados com

informações de contexto local.

Dados primários estáticos

Emissão por redes sem fio e captação

em dispositivos móveis. Pervasiva e

sensitiva.

Estática, “vista ao acaso”.

Processamento e customização da

informação (controle,

monitoramento, personalização).

Não processa informação.

Dados variáveis e modificáveis em

tempo real.

Dados estáveis.

Mídia locativa: Classificação

Realidade Aumentada

Geotags

Mapeamento e

Monitoramento

Anotação urbana

Realidade Móvel Aumentada

Mobile Augmented Reality

Applications (MARA)

Visualização das informações

sobre determinada localidade

num dispositivo

móvel, “aumentando” a

informação.

Mapeamento e monitoramento

de movimento

Funções locativas aplicadas a

formas de mapeamento

(mapping) e monitoramento

do movimento através de

dispositivos móveis.

Amsterdam Realtime

Tem como objetivo mapear os

percursos dos usuários

mostrando que uma cidade é

feita de inúmeras cidades, e

que o percurso constrói uma

vivência específica.

As pessoas se adaptam ao

seu entorno e extraem

estrutura e identidade do

material ao seu alcance.

Geotags

O objetivo é agregar

informação digital em

mapas, podendo ser

acessadas por dispositivos

móveis.

Geotags

No Flickr, pode-se, a partir

de geotags, agregar

informação textual a mapas

de localidades específicas.

Geotags

Projeto CitMedia: Combinação

de geotags e

jornalismo, agregando

informações enviadas via SMS.

A informação é exibida em

mapas e os internautas podem

saber onde um evento

jornalístico está acontecendo.

Geotags

City of Santa Monica Parking: Utiliza geotag para mostrar, em

tempo real, vagas livres em um estacionamento.

Geotags

Ask City:

Informações

diversas

indexadas a

locais de

uma cidade.

Anotações urbanas

Formas de apropriação do

espaço urbano a partir de

escritas eletrônicas.

Anotações físicas: Cartazes,

bilhetes, outdoors,

grafites.

Anotações urbanas

As mídias locativas

permitem anotações

eletrônicas usando

celulares, palms, etiquetas

RFID ou redes bluetooth

para indexar mensagens

(SMS, vídeo, foto) a

lugares.

Anotações urbanas

Projeto Yellow Arrows:

projeto global de arte pública

dedicado ao

compartilhamento de

experiências locais.

o processo tem início quando um participante do projeto afixa em determinado ponto da cidade uma seta amarela com um código único e, em seguida, envia por SMS um pequeno texto à central do projeto.

Sempre inspirados por

elementos materiais dos

locais onde são

afixados, esses textos variam

entre pequenos fragmentos

poéticos, histórias pessoais e

propostas de ação.

Quando outra pessoa encontra a Yellow Arrow, ela envia uma

mensagem o código da seta para o número da central e imediatamente

recebe um SMS com o texto previamente cadastrado.

Anotações urbanas

Anotações urbanas

Undersound

Música + Compartilhamento +

Mobilidade. Os usuários do

metrô podem fazer upload de

músicas para sistemas e

podem baixar músicas

deixadas por outros usuários.

Anotações urbanas

Geonotes

Os usuários podem agregar

informações a um local a

partir de SMS. O sistema

localiza por GPS

automaticamente onde o

usuário está, mostrando as

mensagens indexadas.

Wireless Mobile Games

Trata-se de jogos realizados

nos espaços urbanos que

agregam várias funções das

mídias locativas.

Também são conhecidos como

jogos urbanos.

Wireless Mobile Games

Uncle Roy All Around

O objetivo é procurar pelo Tio

Roy pela cidade e encontrá-lo

em 60 minutos. Utiliza-se um

palmtop para receber as

informações sobre a

localização do seu alvo.

Wireless Mobile Games

O Uncle Roy envia mensagens

e instruções para o jogador e

os jogadores que estão na rua

interagem com os jogadores

que estão online.

No final do jogo o Uncle Roy

faz várias perguntas aos

jogadores, incluindo: "Quando

você pode começar a confiar

em um estranho?". Os

criadores do jogo afirmam

que seu objetivo é explorar os

limites entre estranhos.

Wireless Mobile Games

PAC-Manhattan

Versão de rua do pacman

original. Os jogadores

representam o Pacman e os

fantasminhas. A

coordenação se dá por

telefones celulares e redes

wi-fi.

Wireless Mobile Games

Cada jogador tem um

"general" que fica em uma

sala de controle, olhando num

mapa. Sempre que um

jogador atinge um

cruzamento, ele informa sua

posição ao general que, com

os dados, pode rastrear sua

localização no mapa.

O Pac-Man come as bolinhas

(que não existem de verdade)

simplesmente atravessando

um quarteirão inteiro da

cidade. Alguns cruzamentos

têm comprimidos de

energia, que tornam o Pac-

Man invencível e permitem

que ele coma fantasmas

durante dois minutos.

Pac-Manhattan

Todas estas informações são divulgadas

entre os jogadores e generais, para que

todos saibam o que está acontecendo.

Mídias locativasObjetos e espaços cotidianos tornam-se máquinas

comunicacionais, trocando informação e identificando objetos/pessoas

e movimentos.

Mídias locativas

Os indexadores eletrônicos passam a ser novas formas de

vigilância e controle do espaço urbano e da mobilidade social.

Território comunicacional

Espaços híbridos de controle

eletrônico-informacional e

físico em mobilidade no

espaço urbano.

Paisagem comunicacional

contemporânea

Formada por processos

massivos, com o fluxo

informacional centralizado, e

pós-

massivos, customizados, onde

qualquer um pode

produzir, processar, armazena

r e circular a informação

sobre vários formatos e

modulações.

Hibridação

Do espaço físico com o ciberespaço

O fluxo de comunicação se dá por redes sem fio e dispositivos

móveis, o que caracteriza a comunicação ubíqua, senciente e

pervasiva das mídias locativas.

O espaço urbano é

socialmente produzido

A cidade é o espaço físico das práticas sociais e o urbano é a

invenção dessas práticas.

As mídias locativas permitem a ressignificação dos ambientes.

O espaço urbano é

socialmente produzido

O urbano da cibercidade

Dimensão simbólica

imaginária, informacional das

cibercidades contemporâneas.

Ciberurbe

Novo lugar para as

trocas informacionais

A esfera midiática emerge de objetos que emitem localmente

informações que são processadas através de artefatos móveis.

Esp

aço +

mobilid

ade +

tecnolo

gia

Relação das mídias

locativas com a

ciberurbe

Mídias locativas e ciberurbe

As mídias locativas são, portanto formas de apropriação e

transformação do espaço urbano.

Andar como forma de criar território: apropriação do sistema

topográfico pelo pedestre. Formas de desterritorialização e, ao

mesmo tempo, novas territorializações pelo controle do fluxo

informacional.

Território Informacional

Área de controle do fluxo

informacional digital em uma

zona de interseção entre o

ciberespaço e o espaço

urbano.

É um espaço formado pela

relação entre o espaço

eletrônico e o espaço físico. É

um espaço movente, híbrido.

Território Informacional

Cria um lugar dependente dos

espaços físicos e eletrônicos.

O lugar se configura por

atividades sociais que criam

pertencimentos.

Mídia locativa e

territórios informacionais

A grande diferença: Sinergia

entre o espaço urbano, a

mobilidade social e o espaço

eletrônico.

O indivíduo controla o fluxo

de entrada e saída da

informação no espaço aberto.

O controle da informação em

mobilidade e no espaço

público constitui a grande

diferença em relação aos

meios massivos.

Cinco heterotopias do

controle informacional

A heterotopia é uma espaço real, formado na própria fundação

da sociedade (Foucault).

Cinco heterotopias do

controle informacional

1. Toda cultura cria

heterotopias.

A cibercultura cria

heterotopias do controle

informacional.

Cinco heterotopias do

controle informacional

2. A heterotopia

muda de função com

o tempo.

Redimensiona as

heterotopias do

desvio, do cumulativo.

Cinco heterotopias do

controle informacional

3. A heterotopia

sobrepõe vários

espaços em um só

espaço (ex: Cinema,

teatro).

O espaço informacional é

um exemplo dessa

reconfiguração de

espaços porque é uma

intersecção entre o

urbano e o eletrônico.

Cinco heterotopias do

controle informacional

4. A heterotopia está

ligada a pequenas

parcelas de tempo

(festivais, feiras).

Tempo real de acesso e

controle da informação.

Cinco heterotopias do

controle informacional

5. As heterotopias

tem um sistema de

abertura/fechamento

.

O acesso é para os que

possuem senhas

informacionais.

Cinco heterotopias do

controle informacional

Esses cinco princípios podem ser encontrados nos

territórios informacionais. Eles são, portanto, heterotopias

do controle informacional.

Mídia locativa e territórios

informacionais

Os rios informacionais o vinculados aos demais

rios, sejam eles culturais, ticos, subjetivos,

corporais, ficos, e o m utilizados para

monitoramento, vigila ̂ncia e controle sobre os duos e

seus movimentos na ciberurbe.

Mídia locativa e territórios

informacionais

Reconhecer os rios informacionais pode ser til

como instrumento tico, mas m tico e

comunicacional, já que se trata da o de direito

privacidade, a processos de vigila ̂ncia e controle.

Mídia locativa e territórios

informacionais

dia locativas, heterotopias

do controle informacional,

rios informacionais

o reconfigurando as

ticas comunicacionais nas

cidades.

Para m da publicidade

cil e do marketing das

empresas, deve-se

encorajar a o de

do, a o

criativa do espac ̧ourbano, a o para

com os processos de

o da privacidade, de

controle e de vigila ̂ncia.

Redes SociaisDenise Cogo e Liliane Dutra Brignol

Transformações da rede

Redes: Estratégias de

interações sociais, espaços

de intercâmbios flexíveis e

em constante movimento.

Não deixam de comportar

relações de poder

expressas nas disputas,

hierarquias e assimetrias

que constituem a esfera da

comunicação e da cultura.

As redes sociais

Podem apresentar-se como

redes informais ou podem

ser organizadas formal

/institucionalmente.

Ou ainda podem ser

híbridas, entre as duas

configurações.

Configuram interações

entre os sujeitos.

Complementaridade dos meios

As redes sociais permitem

uma nova lógica de

produção, na qual o sujeito

pode participar do

processo.

No entanto, ela não

representa o fim dos meios

de comunicação de massa.

A comunicação massiva

continua a existir, mas é

impactada (e transformada)

por um modelo de

comunicação que amplia o

espaço de participação do

público.

Nova lógica

Passa a existir uma

interdependência entre as

mídias, que vai ser

chamado de convergência

midiática, multimidialidade

ou remidiação*.

Como uma mídia usa

estéticas ou conteúdos

desenvolvidos para outra

mídia.

Remidiação e convergência

A novidade das mídias digitais estaria em suas estratégias

singulares de remidiação da televisão, do cinema, da

fotografia e da pintura, e de outros meios, através de

releituras, referências, adaptação dos seus

conteúdos, formatos e linguagens. (Bolter e Gruisin)

Convergência dos modos de codificação: possibilidade de

“empacotar”, em um único formato (no caso, o código

binário), enunciados originalmente pertencentes a categorias

semióticas distintas (texto, som e imagem). Essa

indiferenciação viabiliza a reunião de tipos distintos de

mensagens em um único suporte. (Fragoso)

Convergência

a convergência pode ser

pensada tanto como modo

de apropriação do

conteúdo, através do uso

combinado de diferentes

mídias, como padronização

do formato de

armazenamento e

distribuição, e como

referência de uma mídia

em outras, através da

aproximação de linguagens

e lógicas.

Ela pode ser

entendida, ainda, como

reconfiguração do sistema

econômico e organizacional

das mídias administrado

por grandes grupos que, na

maioria das

vezes, unificaram o

processo produtivo para

diferentes

mídias, gerando, frequente

mente, uma hibridação do

conteúdo.

A cultura da convergência

Jenkins: Fluxo de

conteúdos através de

múltiplas plataformas de

mídia, à cooperação entre

múltiplos mercados

midiáticos e ao

comportamento migratório

dos públicos dos meios de

comunicação.

O público passa a ir a quase

qualquer parte em busca de

experiências de

entretenimento.

Convergência

Envolve as mídias

tradicionais, o sujeito

comum e a apropriação

popular.

A convergência representa

uma transformação

cultural, à medida que

consumidores são

incentivados a procurar

novas informações e fazer

conexões em meio a

conteúdos de mídia

dispersos.

Participação

A convergência está no

cérebro dos consumidores

individuais.

A convergência está nas

interações sociais dos

consumidores com os

outros.

A convergência não

acontece a partir de

aparelhos, por mais

sofisticados que estes

venham a ser.

Coletivo

Até mesmo o consumo

virou uma experiência

coletiva, integrante de

uma inteligência

coletiva, como conceitua

Pierre Lévy.

É uma inteligência distribuída por

toda a parte, incessantemente

valorizada, coordenada em tempo

real, que resulta em mobilização

efetiva das competências.

Acrescentemos à nossa definição

este complemento indispensável: a

base e o objetivo da inteligência

coletiva são o reconhecimento e o

enriquecimento mútuo das pessoas

Inteligência Coletiva

Nenhum de nós pode saber

tudo; cada um de nós sabe

alguma coisa; podemos

juntar as peças, se

associarmos nossos recursos

e unirmos nossas

habilidades.

A inteligência coletiva pode

ser vista como uma fonte

alternativa de poder

midiático.

No entanto, esse poder tem

sido utilizado mais

frequentemente para fins

recreativos.

E o que é, afinal, a

convergência?

Convergência Midiática

É um processo tanto

corporativo, de cima para

baixo, quanto um processo

de consumidor, de baixo

para cima.

Consumidores estão

aprendendo a acelerar o fluxo

de conteúdo de mídia pelos

canais de distribuição para

aumentar as oportunidades de

lucros, ampliar mercados e

consolidar seus compromissos

com o público.

Convergência Midiática

Às vezes, convergência

corporativa e convergência

alternativa se fortalecem

mutuamente, criando

relações mais próximas e

mais gratificantes entre

produtores e consumidores

de mídia...

Convergência Midiática

Às vezes essas duas forças

entram em guerra, e essas

batalhas irão redefinir a

face da cultura popular.

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