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Tema do 14º Domingo do Tempo Comum

A liturgia deste domingo revela que Deus chama, continuamente, pessoas para serem testemunhas no mundo do

seu projecto de salvação. Não interessa se essas pessoas são frágeis e limitadas; a força de Deus revela-se através da fraqueza e da

fragilidade desses instrumentos humanos

que Deus escolhe e envia.

A primeira leitura apresenta-nos um extrato do relato da

vocação de Ezequiel. A vocação profética é aí

apresentada como uma iniciativa de Jahwéh, que

chama um “filho de homem” (isto é, um homem “normal”,

com os seus limites e fragilidades) para ser, no

meio do seu Povo, a voz de Deus.

A denúncia profética implica, tantas vezes, a perseguição, o sofrimento, a marginalização e, em tantos casos, a própria morte (Óscar

Romero, Luther King, Gandhi…).

Como lidamos com a injustiça e com tudo aquilo que rouba a dignidade dos homens?

O medo, o comodismo, a preguiça, alguma vez nos impediram de ser profetas?

Na segunda leitura, Paulo assegura aos cristãos de Corinto (recorrendo ao seu exemplo pessoal) que Deus

atua e manifesta o seu poder no mundo através de instrumentos

débeis, finitos e limitados. Na ação do apóstolo – ser humano, vivendo

na condição de finitude, de vulnerabilidade, de debilidade – manifesta-se ao mundo e aos

homens a força e a vida de Deus.

A consciência de que as suas qualidades e defeitos não são determinantes para o

sucesso da missão, pois o que é importante é a graça de Deus, deve levar o “profeta” a

despir-se de qualquer sentimento de orgulho ou de auto-suficiência.

O “profeta” deve sentir-se, apenas, um instrumento humano, frágil, débil e limitado,

através do qual a força e a graça de Deus agem no mundo.

. Quando o “profeta” tem

consciência desta realidade, percebe

como são despropositadas e

sem sentido quaisquer atitudes de vedetismo ou

de busca de protagonismo, no cumprimento da

missão…

A missão do “profeta” não é atrair sobre si próprio as luzes da ribalta, as

câmaras da televisão ou o olhar das

multidões; a missão do “profeta” é servir de veículo humano à proposta libertadora

de Deus para os homens.

O Evangelho, ao mostrar como Jesus foi recebido pelos seus

conterrâneos em Nazaré, reafirma uma ideia que aparece também nas outras

duas leituras deste domingo: Deus manifesta-Se aos homens na

fraqueza e na fragilidade. Quando os homens se recusam a

entender esta realidade, facilmente perdem a oportunidade de descobrir o

Deus que vem ao seu encontro e de acolher os desafios

que Deus lhes apresenta.

Jesus assume-Se como um profeta, isto é, alguém a quem

Deus confiou uma missão e que testemunha no meio dos seus

irmãos as propostas de Deus. A nossa identificação com Jesus

faz de nós continuadores da missão que o Pai Lhe confiou.

Sentimo-nos, como Jesus, profetas a quem Deus chamou e a quem enviou ao mundo para

testemunharem a proposta libertadora

que Deus quer oferecer

a todos os homens?

Nas nossas palavras e gestos ecoa, em cada

momento, a proposta de salvação que Deus quer

fazer a todos os homens?

BILHETE DE EVANGELHO.

Os ouvintes estão admirados, chocados… Como poderia Jesus

fazer milagres quando se punha em dúvida as suas palavras de profeta e

os seus atos de salvador? Com efeito, os seus conterrâneos olham-no apenas com os olhos de

carne, só vêem nele o filho do carpinteiro com quem tinham

jogado, trabalhado, escutado a lei na sinagoga…

Não reconhecem nele o enviado de Deus. Falta-lhes o olhar da fé para

ler no seu ensino a mensagem de Deus e

nos seus milagres sinais do Todo-

Poderoso.

E quanto a nós, como está o nosso olhar de fé, ao vermos Jesus e

os seus sinais de salvação?

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