tecnologias de informação e comunicação na educação de jovens e adultos

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Revisão Bibliográfica apresentada no Congresso Internacional da Cátedra Unesco de Educação de Jovens e Adultos, em julho de 2010.

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Tecnologias de Comunicação e Informação

na Educação (escolar e não escolar) de

Jovens e Adultos: uma revisão bibliográfica

Bianca Santanabiancasantana@gmail.com

Mestranda na FE-USP

Orientadora: Maria Clara Di Pierro

Tecnologias de Comunicação e

Informação na EJA?

Educaçao ao longo da vida desenvolvimento individual, direito decidadania, meio para a participação na transformação da sociedade (DiPierro; Torres; Flecha e Elboj)

“A educação capaz de responder a esse desafio (…) pergunta quais são suasnecessidades de aprendizagem no presente”, Di Pierro (2005).

Tecnologias de Comunicação e

Informação na EJA?

ouricuri\ pequando eu era criança tinha oito anos

minha vida foi luta com gado poriso não tive tenpo de ipa escola

fui crecendo tinha doze ano de idade fui para uma escola ficei um meis

com meu primo fiei uma semana de aula sai nao tina tempo

paajuda meu paichego meu tempo de me alistar

avida so eboa paa quem intendi

Www.portuguesilha.wordpress.com

Escolar e não escolar?

“ Uma [escolar] trata de todo processo educativo institucionalizado,

graduado em séries, hierarquizado. Outra [não escolar], que ocorre fora

deste marco oficial, pode ter como características, desde práticas

formalmente organizadas e sistemáticas até processos informais de ensino

e aprendizagem. A somatória do escolar com o não escolar constituiria

o universo da educação (Sergio Haddad, 2009, p. 4)”.

Escolar e não escolar?

De março de 2008 a março de 2010: buscas no Google, em periódicos acadêmicos, em bancos

de teses e bibliotecas de universidades.

Entre o finalde março e o início de junho de 2010:

13 palavras-chave: educação de jovens e adultos, tecnologias da informação e comunicação,

tecnologias educacionais, tecnologias digitais, informática educativa, uso de computadores na

educação, inclusão digital, letramento digital, alfabetização digital, cultura digital,

alfabetização, educação a distância, ambientes virtuais de aprendizagem.

em cinco bases de dados: Banco de Teses Capes, Domínio Público, Biblioteca Digital Brasileira

de Teses e Dissertações, o Scielo e Google Acadêmico.

Metodologia

1996 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 20090

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Quantidade de Estudos (artigos, dissertações e teses) X

Ano de Publicação/Defesa

Quantidade de Estudos (artigos, dissertações e teses)

PUC-SP

CEFET

-MG

UFRS

UEMPUC-RS

UFSC

Unicamp

UFPR

UFAP

UFMG

UFRJ

Ufscar

UFT-PR

UfbaUSP

UFJF-M

G0

1

2

3

4

5

6

7

Publicações x Universidade

Total de estudosArtigosDissertaçoesTeses

Qua

ntida

de d

e Pu

blica

ções

Haddad Di Pierro Beisiegel0

1

2

3

4

5

6

7

Autores mais utilizados para tratar da EJA

Total de estudosArtigosDissertaçoesTeses

Qua

ntida

de d

e Pu

blic

açõe

s

Levy

Castell

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Papert

Silve

ira

Valente So

rj

Taka

hashi

Negro

ponte0

1

2

3

4

5

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7

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9

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12

13

14

Autores mais utilizados para tratar das TICs

Total de estudosArtigosDissertaçoesTeses

Qua

ntida

de d

e Pu

blica

ções

Freire Gadotti Fernado Almeida Vigostky0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Autores mais utilizados para tratar das TICs na EJA

Total de estudosArtigosDissertaçoesTeses

Qua

ntida

de d

e Pu

blica

ções

Categorias de abordagem da temática (permitem identificar semelhanças e

diferenças gerais no tratamento do tema, mas não se detêm às especificidades de

cada estudo)

Ferramenta pedagógica na escola;

Significados das tecnologias na EJA

sistematização de práticas escolares

sistematização de práticas não-escolares

prescrições e políticas públicas

Curiosamente, as abordagens não estão relacionadas aos centros de produção do

estudo, aos períodos de publicação dos mesmos, nem aos principais referenciais

teóricos.

Prescrições e políticas públicas

Mônica Gardelli Franco procura, nas recomendações da UNESCO,

quais seriam as diretrizes para elaboração, a consolidação e o

aperfeiçoamento de políticas públicas que pressuponham a integração das

tecnologias de comunicação e informação em propostas de alfabetização de

jovens e adultos.

Ferramenta pedagógica na escola

Oito trabalhos em que as tecnologias são tratadas de maneira extremamente

otimista e sem criticidade. É como se, naturalmente, a utilização de determinada

ferramenta gerasse os benefícios a ela relacionados.

Questões econômicas e políticas são ignoradas. Todos os estudos são

baseados em empiria, portanto, apresentam as condições que permitiram alcançar

os objetivos esperados pela utilização das ferramentas. Mas não há alertas ou

ressalvas para o fato de que a simples opção pelas ferramentas não garante

resultados.

Significados das tecnologias na EJA

Cinco dissertações de mestrado que investigam os sentidos e significados

atribuídos por educandos, por educadores ou por ambos.

Na maioria dos trabalhos a tecnologia não é considerada naturalmente

positiva, como na abordagem da tecnologia como ferramenta.

Sistematização de práticas escolares

Dois artigos e três dissertações de mestrado apresentam retratos de como as

tecnologias estão vinculadas à EJA em ambientes de escolarização

específicos.

Sistematização de práticas não-escolares

Nove trabalhos: experiência em canteiro de obras, tentativa de alfabetização e

apropriação de tecnologias digitais em 20h ou 40h, usos que jovens fazem da

Internet em lanhouses, usos dos idosos, insvestigaçoes acerca da preparaçao

para o mundo do trabalho, telecentros.

O que não foi feito nos trabalhos

analisados

1. aprofundar os conflitos inerentes às tecnologias: software livre x

proprietário; padroes e formatos; controle e protocolos;

2. tratar do acesso (que não é tudo, mas é essencial): dificuldades de

conexão à internet rápida na maior parte do país, preços abusivos pagos

por conexão, a atual discussão sobre o Plano Nacional de Banca

Larga;

O que não foi feito nos trabalhos

analisados

3. analisar as polêmicas propostas de controle da internet (P2P,

downloads, Espanha, França, “AI-5 Digital”);

4. problematizar o tema propriedade intelectual (nova lei do direito

autoral em debate).

O que não foi feito nos trabalhos

analisados

5. investigar como as TICs e a arquitetura distribuída da internet inspiram

novas práticas educativas e se relaciona aos principais desafios

enfrentados pela escola?

• Materiais didáticos na EJA x recursos educacionais abertos (REA);

• Construçao do currículo e jornadas flexíveis;

• evasão;

• distância da escola do mundo da vida e do mundo do trabalho

• diferenças entre o escolar e o não-escolar;

O que não foi feito nos trabalhos

analisados

CONFINTEA V. Declaração de Hamburgo: agenda para o futuro , 1997.

CONFINTEA VI. Aprovechar el poder y el potencial del aprendizaje y la educación de

adultos para un futuro viable : marco de acción de Belém , 2009.

DI PIERRO, Maria Clara (coord). Alfabetização de jovens e adultos no Brasil: lições da

prática. Brasília: UNESCO, 2008.

____________________. Notas sobre a redefinição da identidade e das políticas públicas

de educação de jovens e adultos. Educucação & Sociedade, Campinas, vol. 26, n. 92, p. 1115-

1139, Especial - Out. 2005.

FLECHA, Ramon. ELBOJ, Carmen. La Educación de Personas Adultas en la sociedad de

la información. Revista de Educación XXI , 2000.

O que não foi feito nos trabalhos

analisados

HADDAD, Sergio. Apresentação. Revista e-curriculum. Pontifícia Universidade Católica

de São Paulo , 2009.

SILVEIRA, Sergio Amadeu da. A noção de exclusão digital diante das exigências de

uma cibercidadania. In: HETKOWSKI, Tânia Maria. Políticas Públicas & Inclusão Digital.

Salvador: EDUFBA, 2008.

TORRES, Rosa María. Aprendizaje ao largo de toda la vida: un nuevo momento y uma

nueva oportunidad para el aprendizaje y la educación básica de las personas adultas

(AEBA) en el Sur . Quito-Buenos Aires, Instituto Fronesis, 2002.

WARSCHAUER, Mark. Tecnologia e Inclusão Social: a exclusão digital em debate. São

Paulo: Senac, 2006.

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