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Série FASE Entrevista | Tarcísio Feitosa SilvaSérie FASE EntrevistaEsta edição da Série FASE Entrevista conversou com
o mestre em Agricultura Familiar e Desenvolvimento
Sustentável pela Universidade Federal do Pará (UFPA)
Tarcísio Feitosa Silva, atualmente radicado no Rio de
Janeiro (RJ), sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR),
uma ferramenta importante destinada a apoiar a ges-
tão com o monitoramento de imóveis rurais, mas que
no Brasil se converte, na prática, em um instrumento
de legalização da grilagem e é usado como mecanis-
mo para garantir os interesses dos que expropriam as
populações tradicionais da Amazônia de suas terras.
Confira nas próximas páginas.
CAR é usado na legalização
da grilagemEntrevista com
Tarcísio Feitosa SilvaMestre em Agricultura Familiar e Desenvolvimento Sus-
tentável pela Universidade Federal do Pará (UFPA)
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3 FASE Entrevista - O que vem a ser o CAR?
3 Tarcísio Feitosa da Silva - O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é uma das ferramentas na
gestão e monitoramento de territórios e unidades de produção rural (imóveis rurais), e pode
contribuir com a proteção das Terras Indígenas, Unidades de Conservação, Territórios Quilom-
bolas e florestas públicas não destinadas.
Não colocamos em xeque a importância da ferramenta (CAR), mas ela deve servir ao seu pro-
pósito máximo que é garantir o planejamento territorial com as retaguardas ambientais de pro-
teção aos ecossistemas e sua biodiversidade, de uso racional da terra e a recuperação de áreas
degradadas quando for o caso.
A base jurídica do CAR situa-se na Lei 12.651/12, no
artigo 29, com um foco principal no controle do desma-
tamento, mas também como subsídio de informações ao
Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente
(Sinima). A lei tornou obrigatória a criação de um regis-
tro público eletrônico de âmbito nacional, no qual deve-
Cadastro Ambiental Rural vira artifício pararegularizar terra ilegal “
Não colocamos em xeque a importân-cia da ferramenta (CAR), mas ela deve servir ao seu propósito máximo
Série FASE Entrevista | Tarcísio Feitosa Silva
rão ser inseridas informações georreferenciadas dos imóveis rurais, e
promovida a integração de informações ambientais das propriedades
e posses rurais.
O CAR irá fortalecer o Sistema Nacional de Informação sobre Meio
Ambiente (Sinima) criado pela Política Nacional da Meio Ambiente,
previsto no inciso VII do artigo 9º da Lei nº 6.938/81, assim como o
Cadastro Nacional de Florestas Públicas.
Teremos uma base de informações geoespaciais destinada a proteger e
recuperar as florestas, garantir eficiência na produção e no transporte
de alimentos, organizar a distribuição de postos de saúde e escolas na
zona rural ou até mesmo definir o traçado de uma rodovia com pou-
cos danos aos rios na região.
3 FASE - O CAR garante a posse da terra?
3 Tarcísio - Não garante. O CAR não foi criado com este objetivo.
Este foi o grande problema que contaminou negativamente o CAR,
principalmente na Amazônia. O discurso do reconhecimento da posse
e regularização da propriedade rural foi feito como uma forma de
convencer principalmente grandes e médios detentores de terras (os
produtores rurais) a aderirem ao CAR.
Tal discurso de convencimento nasce no que chamamos hoje de
“República de Paragominas”, onde a suposta política do desenvol-
vimento verde teve sua raiz no Pará, seguiu principalmente à região
da Ilha do Marajó, onde ganhou aceitação com essa possibilidade de
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regularização de grandes latifúndios por três motivos. O primeiro pelo
desespero de regularizar áreas acima do limite constitucional. O segun-
do, pelo surgimento de territórios coletivos (principalmente Territórios
Quilombolas). E o terceiro pela aproximação do poder presente na
Capital das Mangueiras (Belém).
As resistências ao CAR estão localizadas exatamente onde o poder da
capital paraense é mais distante e tem pouca presença e há intermi-
tentemente operações de controle e fiscalização por parte do órgão
federal de proteção ambiental.
Um exemplo é o município de
Novo Progresso, na BR-163,
com a presença constante da
fiscalização do Ibama (Insti-
tuto Brasileiro do Meio Am-
biente e dos Recursos Naturais
Renováveis). Há o temor que
o CAR seja usado para delatar
os desmatadores, mas houve um investimento maciço de recursos de
doação internacional no convencimento para registro dos imóveis no
CAR.
Por outro lado, com o discurso de garantir a regularização com a
utilização do CAR, essa ferramenta se tornou um câncer malig-
no na Amazônia, induzindo à violência pela disputa da terra. E,
o que é pior, o CAR foi o grande indutor do desmatamento nos
últimos anos.
“(...)essa ferramenta se tornou um câncer maligno na Ama-zônia, induzindo à violência pela disputa da terra.
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A frase “Faz o CAR que o governo vai garantir a tua terra” foi e é
usada em vários lugares. Um exemplo claro é o Projeto de Desen-
volvimento Sustentável (PDS) Liberdade no município de Portel. Lá,
no interior deste PDS, há uma área de manejo florestal sob contrato
de transição junto ao Serviço Florestal Brasileiro (SFB) que hoje se
tornou basicamente um grande pasto em cima de um CAR. Nem o
Serviço Florestal, nem o Incra (Instituto Nacional da Colonização e
Reforma Agrária) e nem a antiga empresa que explorou os recursos
florestais nessa área impediram o avanço do desmatamento em flores-
ta que pela legislação brasileira deveria guardar o pousio* por um ciclo
de 30 anos.
O restante do PDS Liberdade foi retalhado pelo desmatamento e um
tabuleiro de CAR que de certa forma autorizou a destruição da flores-
ta nessa região.
3 FASE - De quem é a responsabilidade pela elaboração do CAR de
Projeto de Assentamento (PA), PDS, Projeto de Assentamento Agro-
extrativista (PAE) e Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS),
áreas quilombolas e tradicionais? As populações precisam pagar por
esse serviço?
3 Tarcísio - Os territórios quilombolas são áreas protegidas, de uso
coletivo por populações humanas. Mesmo sendo matriculadas como
propriedade em nome de uma associação, tais áreas deveriam ser
inseridas automaticamente no sistema do CAR, no Cadastro Nacional
de Floresta, em qualquer base oficial de dados geográficos, da mesma
forma que são inseridas as Terras Indígenas e Unidades de Conserva-
1 Descanso ou repouso proporcionado às terras cultiváveis.
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ção, por um único motivo: terras quilombolas são consideradas áreas
protegidas similares às unidades de conservação de uso sustentável.
Em defesa dessa afirmação podemos convocar o Decreto nº
4.339/02, que institui princípios e diretrizes para a implementação da
Política Nacional da Biodiversidade e afirma o princípio da manuten-
ção da diversidade cultural nacional, citando os povos quilombolas
como tendo um papel importante na conservação e na utilização
sustentável da biodiversidade brasileira e o Decreto Legislativo nº 2,
de 1994, que aprova o texto da Convenção Internacional sobre Di-
versidade Biológica, invocando a necessidade de respeitar, preservar e
manter o conhecimento, inovações e práticas das comunidades locais
e populações indígenas como estilo de vida tradicional relevante à con-
servação e à utilização sustentável da diversidade biológica.
O problema é que a base de informações cartográficas consolidadas
dos Territórios Quilombolas é inexistente hoje no Brasil. E quando
há alguma informação, elas não estão disponíveis para acesso rápido.
Quando estão disponíveis há erros cartográficos absurdos e existe
uma série de sobreposições de CAR sobre tais territórios. Um exem-
plo disso é ocorre no Território Quilombola de Gurupá, em Cacho-
eira do Arari, na Ilha do Marajó. É emblemático: pelo menos 80% do
território onde há as florestas nativas de açaí estão sob o domínio de
fazendeiros de famílias ricas da capital.
Com o uso destes CARs e de documentos que não atestam a segu-
rança fundiária dos imóveis dentro do TQ, os fazendeiros arren-
dam o Território Quilombola do Gurupá para grupos de explo-
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radores de açaí, que em sua maioria usam
homens armados.
Nos assentamentos onde há lotes individuais
que ainda não foram emancipados pelo órgão
de gestão fundiária, assim como nos assen-
tamentos coletivos, a responsabilidade neste
caso é do Estado Brasileiro através de aporte
financeiro e técnico destinado as empresas
de assistência técnica para execução do CAR
coletivo ou individual.
3 FASE - Que aspectos positivos e negativos você identifica na exe-
cução/implantação do CAR?
3 Tarcísio - O aspecto positivo é que se o CAR for levado a sério,
tiver uma base de informações importante para o planejamento do
território, conservação da biodiversidade, garantir a recuperação de
áreas degradadas e impactos menores de abertura de estradas vicinais
há uma série de atividades que podem ser desenvolvi-
das com a base CAR.
O negativo é que o CAR foi contaminado na Amazô-
nia, passou a ser uma ferramenta de grilagem das terras
públicas e indutora de conflitos agrário e fundiário.
3 FASE - O CAR pode se tornar um instrumento
para legalização de grilagem de terra na Amazônia? Por
quê?
3 Tarcísio - O CAR erroneamente vem se tornan-
do este instrumento de legalização da grilagem na Amazônia. Há
processos judiciais em que a prova material de ocupação da terra
por um fazendeiro é a apresentação do CAR. Tal documento é
aceito sem questionamento na peleja judicial, pois de certa forma
é um documento oficial dentro de um cadastro eletrônico mantido
pelo poder público.
Tá ai a diferença. O CAR é um cadastro, não é um registro ou um
“O CAR foi contami-nado na Amazônia, passou a ser uma fer-ramenta de grilagem das terras públicas e indutora de conflitos agrário e fundiário.
Série FASE Entrevista | Tarcísio Feitosa Silva
documento emitido pelo órgão ambiental. O órgão ambiental apenas recepciona as infor-
mações e as coloca em uma base de dados.
O CAR é como um cadastro que podemos fazer em uma farmácia do bairro com ob-
jetivo de conseguir descontos no remédio ou ser avisado de uma promoção. Nada mais
que isso, é declaratório, as informações não são
checadas em campo e não são validadas para
entrar em um registro. No máximo se cruzam
informações de imagens de satélite para aferir
as informações presentes no cadastro. Mas ele
não informa se há comunidades tradicionais,
quilombolas, de ribeirinhos, de castanheiros
que usam aqueles territórios agora transforma-
dos em um imóvel rural pelo CAR.
3 FASE - Muitas organizações da sociedade
civil da Amazônia estão engajadas em processos
de elaboração de CAR. Quais os riscos e possi-
bilidades a partir desse engajamento?
“O CAR é como um cadastro que podemos fazer em uma farmácia do bairro com objetivo de conseguir descontos no remédio ou ser avisado de uma promoção. Nada mais que isso, é declara-tório, as informações não são checadas em campo e não são validadas para entrar em um registro.
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3 Tarcísio - Temos um problema sério. Recentemente ouvi uma
frase que pode explicar: “A ambientalização do movimento agrário
é interessante, mas a agrarização do movimento ambiental pode ser
complicada”. É exatamente isso que estamos assistindo na Amazônia.
O movimento ambiental, que não tem aprofundamento nas comple-
xidades das questões agrárias, tornou o CAR o único instrumento de
trabalho e vai mais além: passa a propor ao órgão de gestão de terras
utilizar este cadastro como base para se iniciar a regularização fundiária
de um imóvel rural. Isso é um risco grande, pois embaixo deste CAR
em que só podemos ver de imagens de satélite, ou transformando
shape files em KML, com todas as distorções no Google Earth, há
ribeirinhos, quilombolas, indígenas, castanheiros, seringueiros e muitos
outros que não aparecem nas imagens.
Gosto muito da frase que
ouvi do seu Afonso Alves,
um velho sertanista da Funai
(Fundação Nacional do Índio),
durante uma viagem de uns
seis dias. Ele sempre dizia que sempre há alguém morando nas beiras
dos rios na Amazônia. Eu tinha uns 18 anos, e no final de tarde nessa
viagem sempre encontrávamos uma casa para pousar.
Uma família de ribeirinho usa uma média de 5 a 10 quilômetros de
floresta adentro para sobreviver. Lá tem caça, coleta frutas, se tira óleo,
etc. A Amazônia não é um vazio. Muito pelo contrário. Em cada pal-
mo dessa terra há alguém utilizando a floresta.
“(...) sempre há al-guém morando nas beiras dos rios na Amazônia.
FOTO: ARQUivO FASE
Série FASE Entrevista | Tarcísio Feitosa Silva
3 FASE - O governo Jatene fala agora em Siscarf (Sistema de Ca-
dastro Rural Fundiário)? O que vem a ser esse sistema?
3 Tarcísio - Uma orga-
nização ambientalista muito
próxima do governo Jatene
vem realizando várias reuni-
ões com o órgão de gestão
fundiária no Estado do Pará.
O propósito dessas reuniões
é criar um sistema que possa
acelerar a regularização fundi-
ária no Estado do Pará.
Segundo as informações le-
vantadas pela Promotoria de
Justiça da Região Agrária de
Castanhal, que representa 75
municípios dos 144 do Estado
do Pará, o novo sistema apresentado pelo Iterpa (Instituto de Terras
do Pará) usa o CAR como base para regularização fundiária.
O próprio presidente do órgão de gestão fundiária do Estado do Pará
disse que o CARF (Cadastro Rural Fundiário) é um modelo ampliado
do Cadastro Ambiental Rural. Este novo sistema acendeu as luzes de
alerta do Ministério Público do Estado do Pará.
“(...) o CARF (Cadastro Rural Fundiário) é um modelo ampliado do Ca-dastro Ambiental Ru-ral. Este novo sistema acendeu as luzes de aler-ta do Ministério Público do Estado do Pará.O CAR não mostra os territórios das comunida-des tradicionais. A base deste novo sistema irá ampliar os conflitos agrá-rios e fundiários.
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O CAR não mostra os territórios das comunidades tradicionais. A
base deste novo sistema irá ampliar os conflitos agrários e fundiários.
A preocupação com esse novo sistema teve tal impacto que todos os
promotores agrários do Estado do Pará recomendaram conjuntamen-
te ao Instituto de Terras do Pará a readequação do sistema, a retira-
da do CAR como pressuposto de iniciar a regularização fundiária, a
suspenção da operação do
sistema, a realização de consul-
ta a especialistas, pesquisado-
res, órgão de gestão fundiária,
operadores do direito agrário
e fundiário, juízes, promotores
de justiça, defensores públicos
e técnicos para estabelecer as
bases de arquitetura do progra-
ma de suporte do sistema a ser
desenvolvido e as organizações
da sociedade civil e a população interessada para estabelecer as bases
para criação da arquitetura do programa de suporte do sistema a ser
desenvolvido.
Não é comum que todos os promotores agrários assinem recomen-
dações em conjunto. Só quando o problema é bastante grave e pode
causar danos a paz no campo.
3 FASE - O CAR pode se tornar um instrumento para fortalecer
“Não é comum que todos os promotores agrários assinem recomendações em conjunto. Só quando o problema é bastan-te grave e pode cau-sar danos a paz no campo.
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as lutas em defesa dos territórios?
3 Tarcísio - Este é o papel fundamental do CAR. Ser um instrumen-
to de gestão e de fortalecimento do território, observando, é claro, a
conservação da biodiversidade e a produção de alimentos saudáveis,
mas também identificar os territórios invisíveis que estão na Ama-
zônia. O CAR deve se comunicar com outras bases, por exemplo: a FOTO: ARQUivO FASE
Série FASE Entrevista | Tarcísio Feitosa Silva
“O CAR deve se co-municar com outras bases, por exemplo: a Cartografia So-cial, com a qual pes-quisadores se lançam com as comunidades para identificar seus territórios.
Cartografia Social, com a qual
pesquisadores se lançam com
as comunidades para iden-
tificar seus territórios. É um
grande avanço na academia
brasileira, que por muito tem-
po ficou entre muros na Ama-
zônia. Nessas bases há muitas
informações de territórios de
populações tradicionais, for-
mas de uso, sistema de orga-
nização local. Cruzando dados eliminaremos sérios problemas, como
encontramos na Região Metropolitana de Belém, onde um Aterro
Sanitário foi licenciado pelo órgão ambiental e implantado a menos de
2.000 metros de uma comunidade quilombola.
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Série FASE Entrevista | Tarcísio Feitosa Silva
* Tarcísio Feitosa da Silva nasceu em 1971 na região do Médio Xingu, no município de Altamira. Aos 17 anos ingres-sou na equipe do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) da Prelazia do Xingu e trabalhou com povos indígenas da região. Em 2003 passou a integrar a equipe da Comissão Pastoral da Terra (CPT), atuando com a Irmã Dorothy Mae Stang. Foi assessor técnico da GTZ (Agência de Cooperação Alemã), é graduado em Licenciatura em Ciências Exatas e Naturais e tem mestrado em Agricultura Familiares e Desenvolvimento Sustentável pela Universidade Federal do Pará (UFPA) no Núcleo de Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Susten-tável. Sua atuação é ligada aos movimentos sociais e orga-nizações não governamentais (ONGs) na defesa dos povos tradicionais e suas florestas. Pelo trabalho que desenvolve, foi um dos nomes incluídos na lista de lideranças ameaçadas de morte na Amazônia. Entre 2011 e fevereiro de 2017 foi assessor do Ministério Público do Estado do Pará na temática agrária, fundiária e socioambiental. Atualmente estuda Direito no Rio de Janeiro.
A Série FASE Entrevista é uma iniciativa da Ong FASE Programa Amazônia, com o apoio da Fundação Heinrich Böll (HBS). Ela tem como objetivo divulgar ideias, posicio-namentos e/ou avaliações de lideranças de movimentos sociais, pesquisadores(as) e de membros de Ongs acerca de temas que consideramos relevantes para o melhor conhecimento das novas dinâmicas socioterritoriais em andamento na nossa região, bem como de experiências coletivas executadas por organizações da sociedade civil e que merecem ser conhecidas mais amplamente.Dessa forma, esperamos contribuir para a construção e/ou fortalecimento de um pensamento crítico sobre o modelo hegemônico de desenvolvimento imposto à Ama-zônia, da democracia e de suas instituições e a afirmação de direitos individuais e coletivos.Os pontos de vista dos entrevistados não refletem necessariamente o posicionamento institucional da FASE e dos seus apoiadores.
FASE: Rua Bernal do Couto, 1329. Umarizal. CEP 66.055-080. Telefone: (91) 4005-3773. Fax: (91) 4005-3750. E-mail: amazonia@fase-pa.org.br. Site: www.fase.org.br.
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