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Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
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SIMULADO JUNHO 2018
Redação – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Ciências Humanas e suas Tecnologias
1. O tempo mínimo de permanência em sala é de 1h
2. Esta prova contém 90 questões de múltipla escolha, numeradas de 1 a 90, cada uma com 5 alternativas, das quais somente uma deve ser assinalada no cartão de respostas.
3. Confira os seus dados ou preencha abaixo.
4. Esta folha de respostas não será substituída.
5. Assinale as respostas, no cartão abaixo, somente com caneta esferográfica preta ou azul.
6. Mais de uma marcação anula a resposta.
Assinatura: ___________________________________________________________ Nº Matrícula _______________
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
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ROPOSTA DE REDAÇÃO
INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO
O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
O texto definitivo deve ser escrito a tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas copiadas
desconsiderado para efeito de correção.
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;
fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;
apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos;
apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.
______________________________________________________________________________________
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua for-
mação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa problematizado a
permanência do trabalho escravo no século XXI, no Brasil, apresentando proposta de intervenção, que res-
peite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa e seu ponto de vista.
______________________________________________________________________________________
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
Portaria assinada pelo Governo Temer muda normas para caracterizar o que é ou não uma atividade análoga à escravidão
Confira as principais mudanças que passaram a vigorar segundo a nova lei trabalhista:-
Como é hoje: O Art. 149 do Código Penal determina, desde 1940, que reduzir alguém a condição análoga
à de escravo significa submeter uma pessoa a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, condições degra-
dantes de trabalho, restrição de locomoção ou servidão por dívida. Essa lei foi sendo modificada ao passar
dos anos, com novas regras como quanto ao tráfico de pessoas (aliciamento, coação, dentre outros).
O que determina nova portaria: Agora a condição análoga à de escravo significa: obrigar o trabalhador a
realizar tarefas, com o uso de coação e sob ameaça de punição; impedir que o trabalhador deixe o local de
trabalho em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto; manter segurança armada a fim de
reter o trabalhador em razão da dívida; retenção de documento pessoal do trabalhador.
As demais variáveis – trabalho forçado, jornada exaustiva e condições degradantes – presentes no Código
Penal ganharam também um novo limitador. Elas só podem ocorrer se tiver o cerceamento da liberdade de
expressão ou de mobilidade do trabalhador.
Só é trabalho forçado “aquele exercido sem o consentimento por parte do trabalhador e que lhe retire a
possibilidade de expressar sua vontade”. Já jornada exaustiva se dá com a “submissão do trabalhador, con-
tra a sua vontade e com privação do direito de ir e vir”; e condição degradante é aquela caracterizada por
“violação dos direitos fundamentais da pessoa do trabalhador (...) no cerceamento da liberdade de ir e vir,
seja por meios morais ou físicos, e que impliquem na privação da sua dignidade”.
Risco embutido: Caso uma pessoa seja submetida a condições degradantes e jornadas exaustivas, ela
não poderá ser caracterizada mais como um trabalhador.
https://brasil.elpais.com/brasil/2017/10/19/politica/1508447540_501606.html
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TEXTO II
De acordo com o Observatório Digital do Trabalho Escravo, iniciativa do MPT, em parceria com a OIT (Or-
ganização Internacional do Trabalho), entre 2003 e 2017, 43.428 pessoas foram resgatadas em situações
análogas a escravidão no Brasil, com base no sistema Coete (de Controle de Erradicação do Trabalho Es-
cravo). Entre os resgatados, 77,28% são negros, pardos ou indígenas, 94,89% são homens e 72,56% são
analfabetos ou têm até o 5° ano incompleto.
https://www.campograndenews.com.br/cidades/com-31-vitimas-em-ms-campanha-mostra-efeito-do-trabalho-escravo
TEXTO III
O Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Norte ajuizou recentemente ação civil pública contra a
Guararapes Confecções S/A. A empresa, uma das maiores litigantes do Tribunal Regional do Trabalho
da 21ª Região, costuma terceirizar seus serviços têxteis por meio da contratação de facções situadas em
regiões pobres do sertão potiguar. Sobre a ação judicial, o MPT divulgou nota na qual afirma que:
“Realizou inspeção em mais de 50 facções, em 12 municípios, e constatou que os empregados das facções
recebem menor remuneração e têm menos direitos trabalhistas do que os empregados contratados direta-
mente pela Guararapes, inclusive quanto à saúde e segurança do trabalho. Na inspeção foram ouvidos
trabalhadores e faccionistas, que relataram as dificuldades financeiras pelas quais vêm passando para pa-
gar salários, 13º e férias, pois o preço da costura das peças, fixado pela Guararapes (atualmente R$ 0,35 o
minuto), não é suficiente para cobrir os custos operacionais”.
A Guararapes ou Grupo Riachuelo, como observado, tem lugar cativo no banco dos réus da Justiça do Tra-
balho. A empresa é conhecida por exaurir impiedosamente a força de trabalho de suas funcionárias, che-
gando a controlar suas idas ao banheiro para que possam atingir metas como as de mil peças de bainha
por jornada e a de costura de elásticos em 500 calças ou 300 bolsos por hora...
http://justificando.cartacapital.com.br/2017/09/19/grupo-riachuelo-e-ganancia-predatoria-dos-escravocratas-do-seculo-xxi/
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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
OPÇÃO: INGLÊS
QUESTÃO 1
BANSKY. Disponível em: www.weburbanist.com. Acesso em: 2 ago. 2012.
Bansky é um grafiteiro famoso. Na obra pintada
em um muro da cidade de Claremont, Califórnia,
em 2007, ele fez uso de um trocadilho com a pa-
lavra “change”, o que caracteriza seu grafite como
um protesto contra a
A) escolha da mendicância como forma de vida.
B) condição de vida das pessoas em miséria.
C) falta de solidariedade dos mais favorecidos.
D) marginalização das pessoas desabrigadas.
E) incapacidade de os mendigos mudarem de
vida.
QUESTÃO 2
AS A MAGICIAN, I entertain for local groups and
at parties. In one trick, I fold up a 20-dollar bill and
transform it into a dollar bill. I was performing this
trick for a club. When I opened the 20 and show
edit to have changed to 20 and show edit to have
changed to 1, a man in the audience yelled out,
"He's not a magician. He's a politician!"
Disponível em: http://www.rd.com. Acesso em: 5 jan. 2014.
Uma anedota é uma narrativa breve de um fato
engraçado. O humor do texto apresentado está
no fato de o
A) dinheiro ser transformado em notas de vinte
dólares.
B) mágico ser também um político e, assim, gas-
tar em excesso.
C) político comparar sua atuação com o truque
do mágico.
D) truque do mágico transformar um dólar em
vinte dólares.
E) espectador comparar o truque com o que
políticos fazem.
QUESTÃO 3
Eleanor Rigby
Eleanor Rigby picks up the rice
In the church where a wedding has been
Lives in a dream
Waits at the window, wearing the face
That she keeps in a jar by the door
Who is it for?
All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people
Where do they all belong?
Father McKenzie writing the words
Of a sermon that no one will hear
No one comes near
Look at him working, darning his socks
In the night when there’s nobody there
What does he care? […]
Eleanor Rigby died in the church
And was buried along with her name
Nobody came
Father McKenzie wiping the dirt
From his hands as he walks from the grave
No one was saved
THE BEATLES. Disponível em: http://letras.mus.br. Acesso em: 5 nov. 2015 (adaptado).
A letra da música do grupo The Beatles, conside-
rado um dos maiores de todos os tempos, reflete,
numa narrativa distanciada, sobre a
A) consequência do pecado.
B) tristeza na ausência de crenças.
C) solidão na vida humana.
D) transitoriedade da existência.
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
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E) visão idealizada do casamento.
QUESTÃO 4
The Cafe Run by Acid Attack Survivors
Close to the Taj Mahal, in Agra, India, in a small
cafe tucked between trinket shops, five women —
all maimed in acid attacks — are waiting tables
downstairs or cooking curries in the kitchen
upstairs.
Their work at Sheroes Hangout is designed to
give them the confidence to show their faces in
public after being disfigured.
And it goes the other way too.
If customers haven’t met someone with acid scars
before, they will have by the time they leave the
cafe. Pictures of the women’s faces adorn the
walls and their images are writ large in graffiti on
the exterior.
Disponível em: http://blogs.wsj.com. Acesso em: 5 nov. 2015 (adaptado).
Na Índia, um dos problemas sociais mais graves é
o da violência contra as mulheres. Segundo o
texto, o Sheroes Hangout é um café indiano que
tem por objetivo
A) alertar seus frequentadores para o problema
da violência crescente na Índia.
B) criar um espaço de convivência segura para
as mulheres vítimas de violência.
C) denunciar a violência contra as mulheres por
meio da exposição de suas cicatrizes.
D) empregar mulheres vítimas de ataques por
ácidos, devolvendo-lhes confiança.
E) expor trabalhos de mulheres vítimas de ata-
ques por ácidos em Angra, Índia.
QUESTÃO 5
7 Facts about Cyber Bullying
Welcome to DoSomething.org, one of the largest
orgs for young people and social change! After
you've browsed the 7 facts (with citations at the
bottom), take action and volunteer with our
millions of members. Sign up for a campaign and
make the world suck less.
I. Nearly 43% of kids have been bullied online. 1
in 4 has had it happen more than once.
II. 70% of students report seeing frequent bull-
ying online. Filling up your friends' Facebook
feeds with positive posts instead of negative
ones can boost school-wide morale. Start a
Facebook page for students to submit positive
acts they see in school to promote a culture of
positivity on and offline.
III. Over 80% of teens use a cell phone regularly,
making it the most common medium for cyber
bullying.
IV. 68% of teens agree that cyber bullying is a
serious problem.
V. Girls are about twice as likely as boys to be
victims and perpetrators of cyber bullying.
VI. About 58% of kids admit someone has said
mean or hurtful things to them online. More
than 4 out 10 say it has happened more than
once.
VII. About 75% of students admit they have visited
a website bashing another student.
Disponível em: https://www.dosomething.org. Acesso em: 30 out. 2015 (adaptado).
O bullying virtual é uma realidade da era das mí-
dias sociais que atinge de forma mais dramática
os adolescentes. Pode-se concluir que o objetivo
do texto é
A) conscientizar para o fato de que o bullying
virtual pode levar a vítima ao estresse.
B) convencer as pessoas a aderirem à campa-
nha pela diminuição do bullying virtual.
C) demonstrar que as mulheres são mais afeta-
das pelo bullying virtual que os homens.
D) desfazer o mito de que o bullying virtual é
menos nocivo que as agressões presenciais.
E) divulgar à comunidade dados e fatos pouco
conhecidos a respeito do bullying virtual.
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
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OPÇÃO: ESPANHOL
QUESTÃO 1
Disponível em: http://www.abretelibro.com. Acesso em: 7 fev. 2017 (adaptado).
No cartum do caricaturista espanhol El Roto, o
termo “todavía”
A) retifica a oração anterior.
B) apresenta o sentido de “ainda”.
C) significa “sempre”, “todo o tempo”.
D) equivale a “todavia”, em português.
E) denota uma ponderação.
QUESTÃO 2
“Cambiando los hábitos ya se podrían reducir el 40% de los tumores”
El 2015 se cerró con 248 000 nuevos
diagnósticos de cáncer en España. Muchos, de
hecho, más de los previstos para 2020, según el
doctor Josep Tabernero, director del Vall
d’Hebron Instituto de Oncología (VHIO).
Pregunta. Los casos de cáncer han crecido un
15% en cinco años y ya se superan los
diagnósticos previstos para 2020. ¿Qué sucede?
Respuesta. El diagnóstico de casos de cáncer ha
aumentado como se esperaba y un poco más,
pero porque envejece la población, no porque
haya más causas de las esperadas que generen
cáncer. Los casos aumentan conforme a las
expectativas, lo que pasa es que en estos años
no se han corregido variables como la migración.
Y también influye la detección precoz. El tumor
más frecuente es el colorrectal y se ha puesto en
marcha el programa de cribado de sangre en
heces, y esto hace que se diagnostiquen ahora
los tumores que presentan [sintomatología] clínica
y también los que no lo hacen, los que se
diagnosticarían en dos o tres años.
Disponível em: http://elpais.com/. Acesso em: 8 fev. 2017 (adaptado).
Segundo o oncologista Josep Tabernero, o au-
mento no número de casos de câncer, na Espa-
nha,
A) tem origem na recente onda migratória no
país.
B) ultrapassa as expectativas de forma preocu-
pante.
C) resulta da impossibilidade de testes precoces.
D) sugere a aparição de novos fatores cancerí-
genos.
E) decorre do envelhecimento da população.
QUESTÃO 3
Luto en la Academia por la muerte de Carlos Bousoño (1923-2015)
Luto en la corporación por la muerte del
académico, profesor y poeta Carlos Bousoño
(Boal, Asturias, 9 de mayo de 1923-Madrid, 24 de
octubre de 2015), fallecido hoy, a los 92 años.
El director de la Real Academia Española (RAE),
Darío Villanueva, ha expresado — en nombre de
la institución — la condolencia y el pesar de los
académicos por el fallecimiento de su compañero
de corporación. En declaraciones a la Agencia
EFE, y en un artículo publicado en El País, Darío
Villanueva ha señalado que Bousoño fue,
"además de un gran poeta, un gran teórico
literario".
La próxima sesión ordinaria del pleno se
suspenderá en señal de duelo, como es tradición
académica. Asimismo, la bandera de la RAE
ondeará a media asta en su memoria.
Una de sus últimas asistencias a las sesiones
académicas se produjo en octubre de 2014, con
motivo de la presentación de la 23ª edición del
Diccionario de la Lengua Española, presidida por
los reyes de España.
Disponível em: http://www.rae.es Acesso em: 26 out. 2015.
De acordo com a notícia, o motivo da suspensão
da próxima sessão ordinária do pleno da Real
Academia Española (RAE) é o(a)
A) declaração à Agência EFE de que o poeta
falecido foi um grande teórico literário.
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
7
B) ocupação do espaço acadêmico para a ceri-
mônia de luto pelo poeta.
C) manifestação do sentimento de lástima pela
perda de um de seus membros.
D) tradição acadêmica de hastear a bandeira da
RAE em memória de seus membros faleci-
dos.
E) fato de o poeta falecido ter participado de
uma sessão presidida pelos reis da Espanha.
QUESTÃO 4
El Partenón, consagrada a la diosa Atenea, fue en
su momento el edificio más importante del Estado
griego. Construido entre los años 447 y 432 a.C.,
estaba decorado por una serie de metopas o re-
tablos de piedra con pasajes de la mitología helé-
nica, como las peleas contra los centauros o la
guerra de Troya. Pero los combatientes presenta-
dos en la fachada oeste difieren notablemente de
los demás; no son hombres, o dioses, sino muje-
res cuya ferocidad em la lucha las inmoralizó: las
amazonas.
[...]
La existencia de una nación compuesta exclusi-
vamente por mujeres fue un tema que acaparó el
interés de los antiguos griegos. Prueba de ello
son los mencionados altorrelieves del Partenón.
Sin embargo, la visión que de ellas tenían los
habitantes del mundo clásico era muy diferente de
la que hoy impera en la cultura popular.
Revista Muy Interesante. Edición de coléccion, n. 1, jan. 2016 (adaptado).
Os dois termos sublinhados apresentam ideia de
A) conclusão, pois conduzem a ideia anterior a
um desfecho.
B) adição, uma vez que somam raciocínios se-
melhantes.
C) alternância, já que apresentam elementos
equivalentes.
D) oposição, destacando uma nova informação
no texto.
E) contraste, com destaque favorável à primeira
informação.
QUESTÃO 5
Mujeres: grandes inventoras
¿Qué tienen en común la máquina lavavajillas, los
pañales desechables, el corrector, el petróleo
refinado y el chaleco antibalas? Que fueron
inventados por mujeres. Aunque poco se sabe de
la aportación femenina en ramas del saber
humano, lo cierto es que el poder creativo del
llamado “sexo débil” ha estado presente desde la
Prehistoria.
Quizá por desconocimiento o por temor no se ha
dado a conocer, pero la mujer ha contribuido a
que el mundo se desarrolle; y, contrariamente a lo
que se piensa, las descendientes de Isis, la diosa
egipcia que dio a los pueblos del Nilo la escritura
y la medicina, no sólo son capaces de decorar
una habitación o cuidar de los niños.
Las ha habido matemáticas, astrónomas,
alquimistas, químicas, físicas, médicas, biólogas,
geólogas, zoólogas, botánicas, inventoras… […]
Disponível em: http://eldiamantecali.blogspot.com.br. Acesso em: 2 nov. 2015 (fragmento).
Durante anos, permaneceram no anonimato mui-
tas mulheres que, com seus descobrimentos,
fizeram este mundo mais habitável. O texto Muje-
res, grandes inventoras trata do(a)
A) desigualdade entre as mulheres, que criticam
umas às outras.
B) desconstrução do machismo, que abarca o
âmbito das ciências e dos descobrimentos.
C) diminuição do poder criativo dos homens, em
virtude da atuação das mulheres.
D) empobrecimento da ciência devido à negação
dos feitos femininos.
E) multiplicidade de tarefas femininas, que so-
brecarregam as mulheres.
QUESTÃO 6
O apanhador de desperdícios
Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
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Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.
BARROS, Manoel de. O apanhador de desperdícios. In. PINTO, Manuel da Costa. Antologia comentada da poesia
brasileira do século 21. São Paulo: Publifolha, 2006. p. 73-74.
É próprio da poesia de Manoel de Barros valorizar
seres e coisas considerados, em geral, de menor
importância no mundo moderno.
No poema de Manoel de Barros, essa valorização
é expressa por meio da linguagem
A) denotativa, para evidenciar a oposição entre
elementos da natureza e da modernidade.
B) rebuscada de neologismos que depreciam
elementos próprios do mundo moderno.
C) hiperbólica, para elevar o mundo dos seres
insignificantes.
D) simples, porém expressiva no uso de metáfo-
ras para definir o fazer poético do eu-lírico
poeta.
E) referencial, para criticar o instrumentalismo
técnico e o pragmatismo da era da informa-
ção digital.
QUESTÃO 7
Atente-se ao plano de significação do quadrinho a
seguir:
http://clubedamafalda.blogspot.com/
Considerando os dois níveis de significação dos
signos linguísticos, no diálogo entre Mafalda e
Felipe, o humor é produzido no fato de
A) Felipe indagar filosoficamente, utilizando a
palavra “sentido”, e Mafalda, quebrando a ex-
pectativa, responder considerando apenas o
aspecto denotativo do termo.
B) Mafalda não se preocupar em informar literal-
mente ao garoto o melhor caminho a ser segui-
do, desconsiderando, propositalmente, a inten-
cionalidade real do questionamento filosófico.
C) Mafalda conhecer bem aspectos reais de
localização e demonstrar isso a Felipe, pro-
vando-lhe sua objetividade bem como a ine-
xistência de polissemia do signo linguístico.
D) Felipe reconhecer e admirar o conhecimento
geográfico– denotativo – da garota , que se
manifestou independentemente da sua inten-
ção figurativa e filosófica –conotativa.
E) Felipe demonstrar dificuldade para a elabora-
ção da reflexão existencial pretendida, não se
fazendo entender pela insensível garota no
nível de significação desejável.
QUESTÃO 8
“Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.”
(Carlos D. de Andrade)
Nesses versos, o poeta, estabelecendo interlocu-
ção com quem deseje também fazer poesia, vol-
ta-se para o próprio universo da poesia e do fazer
poético. Dessa forma, mesmo trabalhando a fun-
ção Poética da linguagem, ele opera, também e
sobretudo, a metalinguagem.
Em muitos outros textos de função Poética, por
meio da metalinguagem e em interlocução, o
poeta apresenta a sua poesia. Além disso, ainda,
emotivamente, vincula a poesia à confissão de
sua própria vida e de suas experiências e emo-
ções reais, como se exemplifica em:
A) “Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente. . .
Tristeza esparsa... remorso vão...
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
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Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.”
(Manoel Bandeira)
B) O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
(Fernando Pessoa)
C) “Como pequenina moeda de prata perdida
para sempre na floresta noturna
Um poema sem outra angústia que a sua mis-
teriosa condição de poema
Triste
Solitário
Único
Ferido de mortal beleza.”
(Mario Quintana)
D) Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.
Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
De ourives, saia da oficina
Sem um defeito:
(Olavo Bilac)
E) “Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.”
(Cecília Meireles)
QUESTÃO 9
Não há vagas (fragmento)
Ferreira Gullar
O preço do feijão
não cabe no poema.
O preço do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema
o gás a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
– Porque o poema, senhores,
está fechado: "não há vagas"
(...)
GULLAR, Ferreira. In Toda Poesia. Civilização Brasileira. Rio de Janeiro. 1980
No poema metalinguístico “Não há vagas”, o poe-
ta, pensando a Literatura em sua função
A) cognitiva, valoriza a possibilidade de informar
sobre as grandes questões sociais e políticas
por meio da poesia - jornalismo.
B) estética e engajada, cria um paradoxo, pois
seu discurso é propositalmente contraditório:
afirma não ser o poema espaço de denúncia,
mas reiteradamente denuncia.
C) evasiva, constrói uma visível antítese entre o
fazer poético e a realidade política e social,
afastando a poesia da realidade circundante.
D) expressiva, nega o compromisso da poesia com
as causas sociais; propondo que todas as “va-
gas” poéticas estejam reservadas apenas para
a externalização dos sentimentos do eu lírico.
E) participativa, assume explicitamente uma bandeira: o poema se torna meio de protesto veemente do poeta em favor dos menos favo-recidos.
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QUESTÃO 10
Leia este poema de Cecília Meireles, intitulado
“Canção”:
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
depois abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito:
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
Nesse texto de função Poética, o predomínio é da
função Emotiva da linguagem pois
A) a imagem que introduz a terceira estrofe, por
exemplo, sugere tristeza e solidão, num belo
exemplo de como a linguagem lírica é sempre
emotiva e como produz efeitos poderosos e-
xatamente por ser sempre simbólica.
B) o eu lírico, que, por si, resolve naufragar seu
sonho/navio, é o foco do poema. Este, ao a-
brir mão do sonho, cessa a possibilidade de
sofrer, mas, ao mesmo tempo, cessa a possi-
bilidade de ser feliz.
C) o poema é um exemplar do gênero lírico, e,
nesse gênero, em função da musicalidade e
subjetividade da voz poética, todas as espé-
cies pertencem à função Emotiva da lingua-
gem.
D) o poeta, para construir seu pensamento, utili-
zou-se uma linguagem de alto teor conotativo,
que, ao causar estranheza, provoca reflexão
do leitor. Na símile “olhos secos como pe-
dras”, a pedra é símbolo de neutralidade e-
mocional.
E) os indícios de sonoridade são muitos: não é
por acaso que ele se intitula “Canção”. Além
da métrica regular e das rimas, estão presen-
tes muitas figuras de sonoridade, como a ali-
teração, no verso 9: “O vento vem vindo de
longe”.
QUESTÃO 11
Observe o fragmento abaixo, extraído de um con-
to de Machado de Assis:
Impossível! Nenhuma inspiração. Não exigia uma
peça profundamente original, mas enfim alguma
cousa, que não fosse de outro e se ligasse ao
pensamento começado. Voltava ao princípio,
repetia as notas, buscava reaver um retalho da
sensação extinta, lembrava-se da mulher, dos
primeiros tempos. Para completar a ilusão, deita-
va os olhos pela janela para o lado dos casadi-
nhos. Estes continuavam ali, com as mãos presas
e os braços passados nos ombros um do outro; a
diferença é que se miravam agora, em vez de
olhar para baixo. Mestre Romão, ofegante da
moléstia e da impaciência, tornava ao cravo; mas
a vista do casal não lhe suprira a inspiração, e as
notas seguintes não soavam.
Lá ...lá ... lá...
Desesperado, deixou o cravo, pegou do papel
escrito e rasgou-o. Nesse momento, a moça em-
bebida no olhar do marido começou a cantarolar à
toa, inconscientemente, uma cousa nunca antes
cantada nem sabida, na qual cousa um certo lá
trazia após si uma linda frase musical, justamente
a que mestre Romão procurara durante anos sem
achar nunca. O mestre ouviu-a com tristeza, aba-
nou a cabeça, e à noite expirou.
Esse texto pertence ao gênero literário narrativo
fundamentalmente porque
A) expõe uma série de ações em episódios que
se sucedem uns aos outros conduzidos por
um narrador. Nesse caso, trata-se do insu-
cesso criativo de Mestre Romão, o protago-
nista, sobre quem recai o foco do narrador
observador onisciente.
B) há um narrador que não participa do enredo
(de 3ª pessoa) e que consegue ser absoluta-
mente objetivo, pois não está afetivamente
envolvido com as ações, condição imprescin-
dível aos textos desse gênero também deno-
minado épico.
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11
C) privilegia a chamada análise psicológica: o
narrador se aproxima tanto do personagem
que chega a falar/pensar/reagir como ele
(“Impossível! Nenhuma inspiração.”), num
processo chamado de discurso indireto livre.
D) se configura com tempo, espaço e enredo
com um clímax. O clímax do trecho em análi-
se é exatamente quando Mestre Romão des-
cobre infeliz a frase musical que tanto busca-
va, cantarolada despretensiosamente pelos
amantes.
E) se apresenta com uma perspectiva sem idea-
lização, coerente com a desmitificação pro-
posta pela escola realista. O protagonista,
que “sabia música como gente” descobre que
a felicidade pode estar não onde queremos,
mas onde a vida acontece.
QUESTÃO 12
Observe o fragmento abaixo, pertencente à obra
“Eles não usam black-tie”, de Gianfrancesco
Guarnieri.
Tião – Papai ...
Otávio – Me desculpe, mas seu pai ainda não
chegou. Ele deixou um recado comigo, mandou
dizê pra você que ficou muito admirado, que se
enganou. E pediu pra você tomá outro rumo, por-
que essa não é casa de fura-greve!
Tião – Eu vinha me despedir e dizer só uma coi-
sa: não foi por covardia!
Otávio – Seu pai me falou sobre isso. Ele tam-
bém procura acreditá que num foi por covardia.
Ele acha que você até que teve peito. Furou a
greve e disse pra todo mundo, não fez segredo.
Não fez como o Jesuíno que furou a greve sa-
bendo que tava errado. Ele acha, o seu pai, que
você é ainda mais filho da mãe! Que você é um
traidô dos seus companheiro e da sua classe,
mas um traidô que pensa que tá certo! Não um
traidô por covardia, um traidô por convicção!
Tião – Eu queria que o senhor desse um recado a
meu pai ...
Otávio – Vá dizendo.
Tião – Que o filho dele não é um “filho da mãe”.
Que o filho dele gosta de sua gente, mas que o
filho dele tinha um problema e quis resolvê esse
problema de maneira mais segura. Que o filho é
um homem que quer bem!
Otávio – Seu pai vai ficá irritado com esse reca-
do, mas eu digo. Seu pai tem outro recado pra
você. Seu pai acha que a culpa de pensá desse
jeito não é sua só. Seu pai acha que tem culpa ...
Tião – Diga a meu pai que ele não tem culpa
nenhuma.
Otávio (perdendo o controle) – Se eu te tivesse
educado mais firme, se te tivesse mostrado me-
lhor o que é a vida, tu não pensaria em não ter
confiança na tua gente ...
Tião – Meu pai não tem culpa. Ele fez o que devi-
a. O problema é que eu não podia arriscá nada.
Preferi tê o desprezo de meu pessoal pra poder
querer bem, como eu quero querer, a tá arriscan-
do a vê minha mulhé sofrê como minha mãe so-
fre, como todo mundo nesse morro sofre!
Otávio – Seu pai acha que ele tem culpa!
Tião – Tem culpa de nada, pai!
Otávio (num rompante) – E deixa ele acreditá
nisso, se não, ele vai sofrê muito mais. Vai achar
que o filho dele caiu na merda sozinho. Vai achar
que o filho dele é safado de nascença. (Acalma-
se repentinamente). Seu pai manda mais um re-
cado. Diz que você não precisa aparecê mais. E
deseja boa sorte pra você.
Tião – Diga a ele que vai ser assim. Não foi por
covardia e não me arrependo de nada. Até um
dia. (Encaminha-se para a porta.)
Considerando-se a teoria clássica dos gêneros
literários e os elementos estruturais desse texto,
percebe-se que,
A) como o texto dramático visa à encenação
teatral, não há um narrador para contar a his-
tória; o relato será presentificado no palco, di-
ante de uma plateia espectadora. Na escrita
do texto, as rubricas apontam para o ideal da
representação.
B) como o texto narrativo visa à presentificação
dos fatos, a instância de enunciação desse
gênero é a própria fala das personagens, que,
por meio do seu discurso, conduz-nos pelos
acontecimentos.
C) como o texto dramático visa à representação
cênica, contribuem para a compreensão do
texto, além do narrador, outros elementos que
não estão inseridos nas falas dos persona-
gens: as rubricas.
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
12
D) como o texto dramático moderno estabelece
confluência com o gênero épico, existem as
rubricas- notações do autor indicando aos a-
tores, ao diretor e à produção detalhes im-
prescindíveis da cena, mas aparece também
um narrador.
E) como o texto dramático moderno infringe os
padrões clássicos, este, além da linguagem
coloquial marcantemente modernista, é reple-
to de elementos de poeticidade, típicos da
construção de textos do gênero lírico.
QUESTÃO 13
Dentre os recursos expressivos empregados nes-
te texto de Maria Ester Maciel, destaca-se a meta-
linguagem e o arranjo especial de palavras. Leia-
o atentamente.
GESTAÇÃO
Há de chegar o dia
de explodir a nuvem
chuvas de palavras
o dia de se dispersar
o maior poema
no espaço
puro e livre de papel
o dia de se amarem
os versos
e de tudo se consumar
na poesia pronta
para nascer.
MACIEL, Maria Ester, Dos Haveres do Corpo. Belo Horizonte. Editora Terra.
A metalinguagem, que consiste em fazer a lin-
guagem referir-se à própria linguagem, nesse
poema “Gestação”, configura, sobretudo, uma
A) apropriação intertextual pela qual o texto re-
toma e reelabora, pela relação, outros textos
também relacionados à criação poética.
B) conceituação subjetiva da gravidez humana,
que aborda o momento crucial e explosivo do
nascimento de um esperado ser humano.
C) criação poética em que a imagem combinada
com o texto verbal sugere o gestar e o nascer
de uma poesia como um parto de palavras.
D) estratégia cuidadosa de escolha das palavras,
visando à clareza e objetividade na exposição
do tema da criação humana e poética.
E) exposição detalhada e poética sobre a rela-
ção entre a gestação de um ser humano, re-
produzida na visualidade construída no texto.
QUESTÃO 14
Leia este excerto poético de Castro Alves:
Oh! Eu quero viver, beber perfumes
Na flor silvestre, que embalsama os ares;
Ver minh’alma adejar pelo infinito,
Qual branca vela n’amplidão dos mares.
No seio da mulher há tanto aroma...
Nos seus beijos de fogo há tanta vida...
– Árabe errante, vou dormir à tarde
À sombra fresca da palmeira erguida.
Mas uma voz responde-me sombria:
Terás o sono sob a lájea fria.
ALVES, Castro Os melhores poemas de Castro Alves. (Seleção de Lêdo Ivo) São Paulo: Global, 1983.
Esses versos do poema “Mocidade e Morte” te-
matizam a dor da morte iminente ainda na moci-
dade; a voz poética quer viver e lamenta não po-
der usufruir os prazeres da vida e o gozo do a-
mor.
A palavra morte não é mencionada nos versos,
mas sua imagem encontra suporte na expressão
“sono sob a lájea fria”, em um procedimento literá-
rio denominado
A) Antítese. D) Ironia.
B) Eufemismo. E) Prosopopeia.
C) Hipérbole.
QUESTÃO 15
Observe a imagem e leia sua legenda:
Luísa Beirão vestida por Azea.
Azea, a hidratação que fica bem na pele.
(Acessado em 18/04/2011 em www.multiculturas.comretoricaimagens.jpg)
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13
A função conativa pretende, com a linguagem,
transformar a consciência do possível comprador.
A mensagem publicitária do produto Azea é ma-
nipulada de modo a dizer que esse creme hidra-
tante é vestimenta.
O procedimento empregado para esse fim de
identificação entre seres de naturezas distintas
possui natureza figurativa comparativa e é reco-
nhecido na teoria da linguagem como
A) antitético, pois se evidencia o jogo de cla-
ro/escuro na imagem.
B) elíptico, pois apenas sugere a verdadeira
função do produto.
C) eufemístico, pois atenua a nudez da modelo e
desvia atenção para o produto.
D) hiperbólico, pois apela para a beleza da mo-
delo como resultado do produto.
E) metafórico, pois apela , pela semelhança,
para outra função do produto.
QUESTÃO 16
Lépida e leve
Língua do meu Amor velosa e doce,
que me convences de que sou frase,
que me contornas, que me vestes quase,
como se o corpo meu de ti vindo me fosse.
Língua que me cativas, que me enleias
os surtos de ave estranha,
em linhas longas de invisíveis teias,
de que és, há tanto, habilidosa aranha…
[…]
Amo-te as sugestões gloriosas e funestas,
amo-te como todas as mulheres
te amam, ó língua-lama, ó língua-resplendor,
pela carne de som que à ideia emprestas
e pelas frases mudas que proferes
nos silêncios de Amor!…
MACHADO, G. In: MORICONI, I. (org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 (fragmento).
Nessa poesia de Gilka Machado, identificam-se
as funções Metalinguística, Emotiva e Poética da
linguagem.
A organização artística da mensagem – Função
Poética – revela- se, sobretudo, na medida em
que a poeta,
A) buscando a liberdade formal, alcança a di-
mensão do erotismo e desmitifica a visão me-
tafórica e platônica do amor.
B) construindo versos livres e brancos, contesta,
por meio da metalinguagem, a poesia que
não seja livre e sinestésica.
C) explorando as sugestões eróticas dadas pela
polissemia da palavra “língua”, desnuda a es-
sência poética e a feminina .
D) negando a limitação imposta pela linguagem,
constrói a mulher como um ser livre, sem lin-
guagem que a escravize.
E) propondo a leveza e a simplicidade verbal, faz
nascer um modelo novo de erotização na líri-
ca amorosa.
QUESTÃO 17
Recursos ou procedimentos de Literatura são comumente empregados por emissores em quadrinhos ou
tirinhas, mas nem sempre compreendidos como tal pelos receptores, o que gera, naturalmente, o humor.
Os receptores destas tirinhas tiveram dificuldade em entender as figuras construídas por seus respectivos
interlocutores. A Metonímia, por exemplo, foi incompreendida em:
A)
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14
B)
C)
D)
E)
QUESTÃO 18
Quem é pobre, pouco se apega, é um giro-o-giro
no vago dos gerais, que nem os pássaros de rios
e lagoas. O senhor vê: o Zé-Zim, o melhor meei-
ro meu aqui, risonho e habilidoso. Pergunto: – Zé-
Zim, por que é que você não cria galinhas-
d’angola, como todo o mundo faz? – Quero criar
nada não... – me deu resposta: -Eu gosto muito
de mudar. […] Belo um dia, ele tora. Ninguém
discrepa. Eu, tantas, mesmo digo. Eu dou prote-
ção. […] Essa não faltou também à minha mãe,
quando eu era menino, no sertãozinho de minha
terra. […] Gente melhor do lugar eram todos des-
sa família Guedes, Jidião Guedes; quando saíram
de lá, nos trouxeram junto, minha mãe e eu. Fi-
camos existindo em território baixio da Sirga, da
outra banda, ali onde o de – Janeiro vai no São
Francisco, o senhor sabe.
ROSA, J. G. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: José Olympio (fragmento).
Na passagem citada, Riobaldo expõe uma situa-
ção decorrente de uma desigualdade social típica
das áreas rurais brasileiras marcadas pela
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15
concentração de terras e pela relação de depen-
dência entre agregados e fazendeiros. No texto,
destaca-se essa relação porque o personagem-
narrador
A) relata a seu interlocutor a história de Zé-Zim,
demonstrando sua pouca disposição em aju-
dar seus agregados, uma vez que superou
essa condição graças à sua força de trabalho
B) descreve o processo de transformação de um
meeiro – espécie de agregado – em proprietá-
rio de terra.
C) denuncia a falta de compromisso e a desocu-
pação dos moradores, que pouco se envol-
vem no trabalho da terra.
D) mostra como a condição material da vida do
sertanejo é dificultada pela sua dupla condi-
ção de homem livre e, ao mesmo tempo, de-
pendente.
E) mantém o distanciamento narrativo condizen-
te com sua posição social, de proprietário de
terras.
QUESTÃO 19
Guardar
Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília
por ela,
isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,
isto é, estar por ela ou ser por ela.
Por isso melhor se guarda o voo de um pássaro
Do que um pássaro sem voos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se
publica,
por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.
MACHADO, G. In: MORICONI, I. (Org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
A memória é um importante recurso do patrimônio
cultural de uma nação. Ela está presente nas
lembranças do passado e no acervo cultural de
um povo. Ao tratar o fazer poético como uma das
maneiras de se guardar o que se quer, o texto
A) ressalta a importância dos estudos históricos
para a construção da memória social de um
povo.
B) valoriza as lembranças individuais em detri-
mento das narrativas populares ou coletivas.
C) reforça a capacidade da literatura em promo-
ver a subjetividade e os valores humanos.
D) destaca a importância de reservar o texto
literário àqueles que possuem maior repertó-
rio cultural.
E) revela a superioridade da escrita poética co-
mo forma ideal de preservação da memória
cultural.
QUESTÃO 20
Ali começa o sertão chamado bruto. Nesses cam-
pos, tão diversos pelo matiz das cores, o capim
crescido e ressecado pelo ardor do sol transfor-
ma-se em vicejante tapete de relva, quando lavra
o incêndio que algum tropeiro, por acaso ou mero
desenfado, ateia com uma faúlha do seu isqueiro.
Minando à surda na touceira, queda a vívida cen-
telha. Corra daí a instantes qualquer aragem, por
débil que seja, e levanta-se a língua de fogo es-
guia e trêmula, como que a contemplar medrosa e
vacilante os espaços imensos que se alongam
diante dela. O fogo, detido em pontos, aqui, ali, a
consumir com mais lentidão algum estorvo, vai
aos poucos morrendo até se extinguir de todo,
deixando como sinal da avassaladora passagem
o alvacento lençol, que lhe foi seguindo os velo-
zes passos. Por toda a parte melancolia; de todos
os lados tétricas perspectivas. É cair, porém, daí
a dias copiosa chuva, e parece que uma varinha
de fada andou por aqueles sombrios recantos a
traçar às pressas jardins encantados e nunca
vistos. Entra tudo num trabalho íntimo de espan-
tosa atividade.
Transborda a vida. TAUNAY, A. Inocência. São Paulo: Ática, 1993 (adaptado).
O romance romântico teve fundamental importân-
cia na formação da ideia de nação. Considerando
o trecho acima, é possível reconhecer que uma
das principais e permanentes contribuições do
Romantismo para construção da identidade da
nação é a
A) possibilidade de apresentar uma dimensão
desconhecida da natureza nacional, marcada
pelo subdesenvolvimento e pela falta de
perspectiva de renovação.
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
16
B) consciência da exploração da terra pelos co-
lonizadores e pela classe dominante local, o
que coibiu a exploração desenfreada das ri-
quezas naturais do país.
C) construção, em linguagem simples, realista e
documental, sem fantasia ou exaltação, de
uma imagem da terra que revelou o quanto é
grandiosa a natureza brasileira.
D) expansão dos limites geográficos da terra,
que promoveu o sentimento de unidade do
território nacional e deu a conhecer os lugares
mais distantes do Brasil aos brasileiros.
E) valorização da vida urbana e do progresso,
em detrimento do interior do Brasil, formulan-
do um conceito de nação centrado nos mode-
los da nascente burguesia brasileira.
QUESTÃO 21
Ó meio-dia confuso,
ó vinte-e-um de abril sinistro,
que intrigas de ouro e de sonho
houve em tua formação?
Quem ordena, julga e pune?
Quem é culpado e inocente?
Na mesma cova do tempo
cai o castigo e o perdão.
Morre a tinta das sentenças
e o sangue dos enforcados...
— liras, espadas e cruzes
pura cinza agora são.
Na mesma cova, as palavras,
o secreto pensamento,
as coroas e os machados,
mentira e verdade estão.
[...]
MEIRELES, C. Romanceiro da Inconfidência. Rio de Janeiro: Aguilar, 1972. (fragmento)
O poema de Cecília Meireles tem como ponto de
partida um fato da história nacional, a Inconfidên-
cia Mineira. Nesse poema, a relação entre texto
literário e contexto histórico indica que a produção
literária é sempre uma recriação da realidade,
mesmo quando faz referência a um fato histórico
determinado. No poema de Cecília Meireles, a
recriação se concretiza por meio
A) do questionamento da ocorrência do próprio
fato, que, recriado, passa a existir como forma
poética desassociada da história nacional.
B) da descrição idealizada e fantasiosa do fato
histórico, transformado em batalha épica que
exalta a força dos ideais dos Inconfidentes.
C) da recusa da autora de inserir nos versos o
desfecho histórico do movimento da Inconfi-
dência: a derrota, a prisão e a morte dos In-
confidentes.
D) do distanciamento entre o tempo da escrita e
o da Inconfidência, que, questionada poeti-
camente, alcança sua dimensão histórica
mais profunda.
E) do caráter trágico, que, mesmo sem corres-
ponder à realidade, foi atribuído ao fato histó-
rico pela autora, a fim de exaltar o heroísmo
dos Inconfidentes.
QUESTÃO 22
TEXTO I
O Morcego
Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
“Vou mandar levantar outra parede...”
Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!
Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh’alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!
A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!
ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994.
TEXTO II
O lugar-comum em que se converteu a imagem
de um poeta doentio, com o gosto do macabro e
do horroroso, dificulta que se veja, na obra de
Augusto dos Anjos, o olhar clínico, o comporta-
mento analítico, até mesmo certa frieza, certa
impessoalidade científica.
CUNHA, F. Romantismo e modernidade na poesia. Rio de Janeiro: Cátedra, 1988 (adaptado).
Em consonância com os comentários do texto 2
acerca da poética de Augusto dos Anjos, o poema
O morcego apresenta-se, enquanto percepção do
mundo, como forma estética capaz de
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17
A) reencantar a vida pelo mistério com que os
fatos banais são revestidos na poesia.
B) expressar o caráter doentio da sociedade
moderna por meio do gosto pelo macabro.
C) representar realisticamente as dificuldades do
cotidiano sem associá-lo a reflexões de cunho
existencial.
D) abordar dilemas humanos universais a partir
de um ponto de vista distanciado e analítico
acerca do cotidiano.
E) conseguir a atenção do leitor pela inclusão de
elementos das histórias de horror e suspense
na estrutura lírica da poesia.
QUESTÃO 23
Estrada
Esta estrada onde moro, entre duas voltas do
caminho,
Interessa mais que uma avenida urbana.
Nas cidades todas as pessoas se parecem.
Todo mundo é igual. Todo o mundo é toda a gente.
Aqui, não: sente-se bem que cada um traz a sua
alma.
Cada criatura é única.
Até os cães.
Estes cães da roça parecem homens de negó-
cios:
Andam sempre preocupados.
E quanta gente vem e vai!
E tudo tem aquele caráter impressivo que faz
meditar:
Enterro a pé ou a carrocinha de leite puxada por
um bodezinho manhoso.
Nem falta o murmúrio da água, para sugerir, pela
voz dos símbolos,
Que a vida passa! que a vida passa!
E que a mocidade vai acabar.
BANDEIRA, M. O ritmo dissoluto. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967.
A lírica de Manuel Bandeira é pautada na apre-
ensão de significados profundos a partir de ele-
mentos do cotidiano. No poema Estrada, o lirismo
presente no contraste entre campo e cidade a-
ponta para
A) desejo do eu lírico de resgatar a movimenta-
ção dos centros urbanos, o que revela sua
nostalgia com relação à cidade.
B) a percepção do caráter efêmero da vida, pos-
sibilitada pela observação da vida dinâmica
da "roça"
C) a opção do eu lírico pelo espaço bucólico
como possibilidade de meditação sobre a sua
juventude.
D) a visão negativa da passagem do tempo, visto
que esta gera insegurança.
E) a profunda sensação de medo gerada pela
reflexão acerca da morte.
QUESTÃO 24
Disponível em: www.ccsp.com.br. Acesso em: 26 jul. 2010 (adaptado).
O anúncio publicitário está internamente ligado ao
ideário de consumo quando sua função é vender
um produto. No texto apresentado, utilizam-se
elementos linguísticos e extralinguísticos para
divulgar a atração “Noites do Terror”, de um par-
que de diversões. O entendimento da propaganda
requer do leitor
A) a identificação com o público-alvo a que se
destina o anúncio.
B) a avaliação da imagem como uma sátira às
atrações de terror.
C) a atenção para a imagem da parte do corpo
humano selecionada aleatoriamente.
D) o reconhecimento do intertexto entre a publi-
cidade e um dito popular.
E) a percepção do sentido literal da expressão
“noites do terror”, equivalente à expressão
“noites de terror”.
QUESTÃO 25
Nesta tirinha, a personagem faz referência a uma
das mais conhecidas figuras de linguagem para
A) condenar a prática de exercícios físicos.
B) valorizar aspectos da vida moderna.
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18
C) desestimular o uso das bicicletas.
D) caracterizar o diálogo entre gerações.
E) criticar a falta de perspectiva do pai.
QUESTÃO 26
Dentre os destaques nos trechos abaixo, apenas
um não sofreu alteração com as novas regras
ortográficas da língua portuguesa. Qual?
A) “A China impediu, nesta segunda-feira, um
encontro entre autoridades europeias e Liu
Xia, ...”
(Gazeta do Povo, 12 out. 2010)
B) “Abdullah Gul, o presidente turco, diz que, ao
mesmo tempo que a Turquia continua sendo
parte do Ocidente, é cada vez mais influente
no Oriente Médio...”
(Revista Época, 07 out. 2010)
C) “Com a viabilização desses voos para março
e abril, vamos tentar captar outros para o ve-
rão europeu, ...”
(Gazeta de Alagoas, 04 mar. 2010)
D) “O Brasil está, mais uma vez, inundado de
moeda estrangeira. O valor do dólar ante o
real não para de cair.”
(Jornal O Campista, 19 out. 2010)
E) “Conforme o definido pelos sindicalistas, a
garantia para o autoatendimento entraria co-
mo parte dos 30% de serviços essenciais
previstos em lei.”
(Gazeta de Alagoas, 29 set. 2010)
QUESTÃO 27
TEXTO I
280 novos veículos por dia no estado
Frota, que chega a quase 1,4 milhão, deve dobrar em 13 anos
A cada dia, uma média de 280 novos veículos
chega às ruas do Espírito Santo, segundo dados
do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-
ES). No final do mês passado, a frota já era de
1 395 342 unidades, 105 mil a mais do que no
mesmo mês de 2011. Os números incluem auto-
móveis, motocicletas, caminhões e ônibus, entre
outros tipos. De dezembro para cá, o crescimento
foi de mais de 33 mil veículos. E, se esse ritmo
continuar, a frota do Espírito Santo vai dobrar até
2025. O diretor-geral do Detran-ES relaciona o
crescimento desses números à facilidade encon-
trada para se comprar um veículo. “Há toda uma
questão econômica, da facilidade de crédito. Co-
mo oferecemos um transporte coletivo que ainda
precisa ser melhorado, inevitavelmente o cidadão
que pode adquire seu próprio veículo”.
Disponível em: http://gazetaonIine.g|obo.com. Acesso em: 10 ago. 2012 (adaptado).
TEXTO II
LIMA, A. Disponível em: http://amarildocharge.wordpress.com. Acesso em: 10 ago. 2012 (adaptado).
Os textos l e ll tratam do mesmo tema, embora
sejam de gêneros diferentes. Estabelecendo-se
as relações entre os dois textos, entende-se que
o Texto ll tem a função de
A) reprovar as medidas do governo de incentivo
a aquisição do carro próprio.
B) apontar uma possível alternativa para resolver
a questão do excesso de veículos.
C) mostrar a dificuldade de solução imediata para
resolver o problema do crescimento da frota.
D) criticar, por meio da sátira, as consequências
do aumento da frota de veículos.
E) responsabilizar a má qualidade do serviço de
transporte pelo crescimento do número de veí-
culos.
QUESTÃO 28
Edison não conseguia se concentrar de jeito ne-
nhum. Tinha sempre dois ou três empregos e
passava o dia indo de um para outro. Adorava
trocar mensagens, e se acostumou a escrever
recados curtos e constantes, às vezes para mais
de uma pessoa ao mesmo tempo. Apesar de ser
um cara mais inteligente do que a média, sofria
quando precisava ler um livro inteiro. Para com-
pletar, comia rápido e dormia pouco – e não con-
seguia se dedicar ao casamento conturbado, por
VOCÊ PODE ME DIZER
ONDE DOIS CORPOS
PODEM OCUPAR O
MESMO ESPAÇO AO
MESMO TEMPO?
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
19
falta de tempo. Se identificou? Claro, quem não
tem esses problemas? Passar horas no twitter ou
no celular, correr de um lado para o outro e ter
pouco tempo disponível para tantas coisas que
você tem que fazer são dramas que todo mundo
enfrenta. Mas esse não é um mal do nosso tem-
po. O rapaz da história aí em cima era ninguém
menos que Thomas Edison, o inventor da lâmpa-
da. A década era a de 1870 e o aparelho que ele
usava para mandar e receber mensagens, um
telégrafo. O relato, que está em uma edição de
1910 do jornal New York Times, conta que quan-
do Edison finalmente percebeu que seu problema
era falta de concentração, parou tudo. Se fechou
em seu escritório e se focou em um problema de
cada vez. A partir daí, produziu e patenteou mais
de 2 mil invenções. [...]
(Gisela Blanco. Superinteressante, julho/2012)
O emprego da vírgula no trecho, “A década era a
de 1870 e o aparelho que ele usava para mandar
e receber mensagens, um telégrafo.”, é seme-
lhante em:
A) Para quem busca uma diversão na tarde de
domingo, este filme é o mais recomendado.
B) Ainda que não sejam os de menor custo, os
alimentos orgânicos são os mais indicados
pelos nutricionistas.
C) O professor de desenho prefere os alunos
criativos e o de lógica, os ousados na teoria.
D) Os testes de QI (Quociente de Inteligência),
atualmente, são desacreditados por diversas
correntes teóricas da Psicologia.
E) Pôr circuitos eletrônicos em envoltórios é uma
prática comum, conhecida como encapsula-
mento.
QUESTÃO 29
A palavra e a imagem têm o poder de criar e des-
truir, de prometer e negar. A publicidade se vale
deste recurso linguístico-imagético como seu
principal instrumento. Vende a ficção como o real,
o normal como algo fantástico; transforma um
carro em um símbolo de prestígio social, uma
cerveja em uma loira bonita, e um cidadão co-
mum num astro ou estrela, bastando tão somente
utilizar o produto ou serviço divulgado. Assim,
fazer o banal tornar-se o ideal é tarefa ordinária
da linguagem publicitária.
ALMEIDA, W. M. A linguagem publicitária e o estrangeirismo. Língua Portuguesa, n. 35, jan. 2012.
Alguns elementos linguísticos estabelecem rela-
ções entre as diferentes partes do texto. Nesse
texto, o vocábulo “Assim” tem a função de
A) contrariar os argumentos anteriores.
B) sintetizar as informações anteriores.
C) acrescentar um novo argumento.
D) introduzir uma explicação.
E) apresentar um analogia.
QUESTÃO 30
Disponível em: www.superplacas.com.br. Acesso em: 3 ago. 2012.
A presença desse aviso em um hotel, além de
informar sobre um fato e evitar possíveis atos
indesejados no local, tem como objetivo implícito
A) isentar o hotel de responsabilidade por danos
causados aos hóspedes.
B) impedir a destruição das câmeras como meio
de apagar evidências.
C) assegurar que o hotel resguardará a privaci-
dade dos hóspedes.
D) inibir as pessoas de circular em uma área
específica do hotel.
E) desestimular os hóspedes que requisitem as
imagens gravadas.
QUESTÃO 31
A triste história de ESTÓRIA
Perdi a conta dos leitores que me perguntam so-
bre a famigerada estória. Uns querem saber se
realmente existe essa distinção entre estória e
história. Outros teriam ouvido que a palavra exis-
tiu outrora, mas hoje seria considerada arcaica.
[...]
Infelizmente, como nos piores pesadelos dos eco-
logistas, estória rompeu as cercas de segurança,
saiu do pequeno rincão do Folclore e invadiu nos-
sas vidas. O responsável por isso foi João Guima-
rães Rosa [...]. Como escreve meu mestre Celso
Pedro Luft, com uma ponta de inesperada ironia,
Rosa decidiu “glorificar, imortalizar a ausência do
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
20
agá: Primeiras Estórias. Corriam os anos de 1962.
Primeiras estórias… todos os fãs do mineiro imortal
ficaram absolutamente alucinados. E foi estória
para cá, estória para lá, estória para todos os la-
dos. Uma epidemia. Perdão, uma glória”.
MORENO, C. http://wp.clicrbs.com.br/sualingua. Acesso em: 30 nov. 2016 (adaptado).
No texto apresentado, o linguista Cláudio Moreno
demonstra que o termo “estória”
A) constitui uma forma antiga de “história”.
B) equivale às “lendas do folclore brasileiro”.
C) foi um equívoco cometido pelo escritor Gui-
marães Rosa.
D) popularizou-se devido ao uso realizado por
Guimarães Rosa.
E) era muito utilizado em artigos relacionados a
questões linguísticas.
QUESTÃO 32
Os ditados populares permanecem no tempo e
significam, na maioria das vezes, exemplos morais,
filosóficos, sem deixar de carregarem consigo certa
carga de humor e de ironia, sendo, por isso, co-
mumente utilizados na linguagem cotidiana.
VRÍSSIMO, L. F. As cobras: antologia definitiva. Rio de Janeiro: Objetiva, 201.
O ditado popular que sintetiza o que é exposto na
tirinha é
A) “Promessas não pagam dívidas”.
B) “Após a tempestade vem a bonança”.
C) “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho co-
me”.
D) “Quem nunca comeu mel quando come se
lambuza”.
E) “Não há mal que perdure, não há dor que não
se cure”.
QUESTÃO 33
Expansão em ritmo acelerado
Entre edições e reedições, publicaram-se em
2010 no Brasil quase 55 mil títulos, numa média
de 210 diferentes obras chegando ao mercado
por dia útil. Só o Grupo Record, adepto de uma
agressiva estratégia de publicar muito para que
os sucessos compensem os fracassos, coloca no
mercado todo mês 80 novos títulos. [...]
Esse tipo de pensamento incomoda editoras me-
nores. “Se por um lado essa variedade de títulos
parece boa, ao final, quando o gargalo é a distri-
buição, o problema fica ainda maior. A disputa por
espaço nas livrarias torna-se inviável”, diz Cristina
Warth, editora da Pallas. Com cerca de cem as-
sociadas, a Libre, entidade que reúne pequenas e
médias editoras, entende que o excesso de oferta
prejudica a bibliodiversidade. Foi o que constatou
também uma recente pesquisa divulgada na Es-
panha pela FGEE, a maior entidade editorial local:
naquele país, um novo título tem no máximo 30
dias para chamar a atenção do público leitor an-
tes de dar lugar a títulos ainda mais novos nas
estantes das livrarias.
COZER, R. Disponível em: http://blogs.estadao.com.br. Acesso em: 23 set. 2016 (adaptado).
Neologismo é um fenômeno que consiste na cria-
ção de uma palavra ou expressão que enriquece
o patrimônio linguístico de um povo.
No texto apresentado, o neologismo “bibliodiver-
sidade”, utilizado pela colunista do Estadão, Ra-
quel Cozer, indica o(a)
A) abundância de bibiotecas no Brasil.
B) aumento na quantidade de livrarias na Espa-
nha.
C) crescimento no número de editoras no mer-
cado.
D) variedade de livros que chegam aos leitores.
E) pluralidade quanto ao perfil dos leitores.
QUESTÃO 34
TEXTO I
Disponível em: http://alimentandoadiscussao.com/2014/02/04/ carmim-de-cochonillha-insetos-na-minha-comida/.
Acesso em: 30 ago. 2016.
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
21
TEXTO II
Cochonilha – Você come insetos?
Se você come produtos industrializados com a cor
vermelha, marrom, laranja ou rosada, como biscoi-
tos, bolachas recheadas de chocolate e, se não for
vegano e ingerir laticínios como iogurtes sabor mo-
rango, iogurtes sabor uva, sim, você come insetos –
come o pigmento vermelho produzido a partir de
cochonilhas (Dactylopiuscoccus). Esse aditivo é
normalmente especificado como “corante natural
carmim de cochonilha”, “corante natural”, “C.I.
75470”, “E 120”, “vermelho 3”.
Eticamente não é aceitável a morte de milhões des-
ses animais apenas para dar “cor” a alguns alimen-
tos para humanos se deleitarem. Veganos e várias
organizações em defesa dos direitos dos animais
alertam para o fato de ser essa matança brutal e
extremamente fútil. Importantíssimo é conhecer todo
esse processo de fabricação e boicotar alimentos
que contenham o corante carmim.
Disponível em: http://www.anda.jor.br/06/11/2014/ cochonilha-voce-come-insetos. Acesso em: 30 ago. 2016
(fragmento adaptado).
Embora muitas pessoas acreditem na falsa pre-
missa de que a cor vermelha dos alimentos indus-
trializados é decorrente de produtos de origem
vegetal ou sintética, é comum o uso de corantes
de origem animal.
Ambos os textos apresentados relacionam-se por
abordar essa questão e ter como motivação em
comum
A) associar produtos de sabor morango à pre-
sença do inseto na sua composição de ingre-
dientes.
B) conscientizar o público sobre a composição
real dos alimentos industrializados que usam
o corante vermelho obtido a partir da morte
dos insetos.
C) criticar a postura indiferente dos produtores
de itens alimentícios industrializados que não
descrevem na embalagem a composição dos
alimentos.
D) evidenciar a propaganda enganosa que pro-
dutores de iogurte de morango fazem para
seus clientes.
E) informar que, apesar de haver insetos na
composição dos alimentos, isso não oferece
risco à saúde dos consumidores.
QUESTÃO 35
Disponível em: www.dukechargista.com.br. Acesso em: 15 ago. 2016.
A tirinha de Duke tem como objetivo principal questionar a comparação absoluta entre pessoas oriundas de
realidades diferentes. Para isso, o autor utiliza possíveis falas do senso comum, nas quais uma suposição é
associada a um julgamento. O elemento que estabelece essa associação é
A) a conjunção “mas”.
B) o ponto de exclamação.
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
22
C) os desenhos dos personagens.
D) os nomes dos atletas.
E) o advérbio “não”.
QUESTÃO 36
Para o leitor brasileiro, soará talvez estranho que
falemos aqui do português como uma língua de
EMIGRANTES, pois o Brasil foi antes de mais
nada um país para o qual se dirigiam em massa,
durante mais de dois séculos, pessoas nascidas
em vários países europeus e asiáticos; assim,
para a maioria dos brasileiros, a representação
mais natural é a da convivência no Brasil com
IMIGRANTES vindos de outros países.
ILARI, Rodolfo; BASSO, Renato. O português como língua de emigrantes. In:______. O português da gente: a língua
que estudamos a língua que falamos. São Paulo: Contexto, 2006. p. 42-43.
As ideias veiculadas em um texto se organizam
estabelecendo relações que atuam na construção
do sentido. Podemos utilizar diversos mecanis-
mos linguísticos para exercer a coesão em um
texto. A esse respeito, identifica-se que a troca de
“assim” por “por conseguinte” mantém
A) a ideia conclusiva contida no segmento.
B) a ideia explicativa expressa no segmento.
C) a relação de sentido entre Brasil e brasileiros.
D) a relação de contraste estabelecida entre as
frases.
E) a relação de subordinação causal entre as
orações.
QUESTÃO 37
KUCZYNSKI, P. Disponível em: http://www.armandoaentenore.com.br.
Acesso em: 20 jun. 2016.
O cartum representado é obra do artista polonês
Pawel Kuczynski. A partir de sua leitura, conclui-
se que a postura do autor é
A) crítica, no que diz respeito a determinado uso
do Facebook.
B) neutra, representando a atualidade sem jul-
gamentos.
C) favorável à internet, por anular o fanatismo
religioso no mundo.
D) crítica, em relação à força das religiões na
sociedade atual.
E) favorável ao Facebook, que mereceria adora-
ção religiosa.
QUESTÃO 38
O mundo da ciência e da técnica
Duzentos anos atrás, apenas 3% da população
mundial vivia em cidades. Há um século, na estei-
ra da Revolução Industrial, a porcentagem tinha
subido para 13% – ainda uma minoria em um
planeta essencialmente rural. Em algum momento
deste ano, de acordo com estimativas das Na-
ções Unidas, pela primeira vez na história o nú-
mero de pessoas que vivem em áreas urbanas
ultrapassará o de moradores do campo. Segundo
o mesmo estudo, nas próximas décadas pratica-
mente todo o crescimento populacional do planeta
ocorrerá nas cidades, nas quais viverão sete em
cada dez pessoas em 2050. A população rural
ainda deve aumentar nos próximos dez anos,
antes de entrar em declínio gradativo. A atual
migração para as cidades é de tal ordem que se
pode compará-la, de forma alegórica, a um novo
salto na evolução. O Homo sapiens cedeu lugar a
seu sucessor, o Homo urbanus.
O Planeta Urbano, Veja, 16 abr. 2008 (fragmento).
Entre as estratégias empregadas no texto para
dar a ele consistência e maior credibilidade, le-
vando o leitor a crer no que lê, encontra-se
A) o emprego de verbos no presente, em substi-
tuição ao pretérito.
B) o apelo à sensibilidade do leitor, para que
mude de atitude.
C) a citação de dados estatísticos e informações
provenientes de organismo internacional.
D) a adoção de um estilo didático, enfatizando a
memorização de dados.
E) a menção ao futuro, fazendo prognósticos
pessimistas.
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
23
QUESTÃO 39
Na charge apresentada, a conjugação dos verbos
é feita de forma diferenciada para realizar crítica
e construir o humor. Pode-se deduzir, pela análi-
se verbal e não verbal, que a correlação entre os
sujeitos da conjugação e os sujeitos na realidade
seria:
A) Eu – o aluno; tu – a família; eles – a institui-
ção de ensino.
B) Eu – o aluno; tu – o professor; eles – os polí-
ticos.
C) Eu – o eleitor; tu – o Judiciário; eles – os candidatos eleitos.
D) Eu – o Judiciário; tu – o Legislativo; eles – o Executivo.
E) Eu – o mau aluno; tu – o bom aluno; eles – os professores.
QUESTÃO 40
Esse infográfico resume as conclusões de diversas pesquisas científicas sobre a adolescência. Tais conclu-
sões
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
24
A) desconstroem os estereótipos a respeito dos
adolescentes.
B) estabelecem novos limites de duração para
essa fase da vida.
C) reiteram a ideia da adolescência como um
período conturbado.
D) confirmam a proximidade entre os universos
adolescente e adulto.
E) apontam a insegurança como uma caracterís-
tica típica dos adolescentes.
QUESTÃO 41
A companhia telefônica Claro trabalha com a lin-
guagem não verbal como foco para a sua campa-
nha, que objetiva
A) construir uma imagem mais próxima da em-
presa com seus clientes, apresentando produ-
tos que serão desenvolvidos para resolver o
problema.
B) prevenir acidentes de trânsito causados pelo
uso do celular ao volante, pois isso prejudica
de forma significativa o ritmo das vendas de
smartphones no Brasil.
C) proibir o envio de torpedos enquanto o moto-
rista está no volante, prevenindo acidentes
com consequências graves.
D) provocar as operadoras de celular da concor-
rência, pois a Claro oferece produtos que
permitem que o motorista apenas fale ao tele-
fone e não digite enquanto dirige.
E) sensibilizar os motoristas, pois utiliza-se a
tipografia na representação da distância per-
corrida enquanto os condutores digitam, além
das graves consequências desse ato.
QUESTÃO 42
Escola
[...] O primeiro jardim de infância foi criado em
1837 pelo alemão Frederick Froebel, na cidade de
Blankenburg. Antes disso, em Paris, no ano 1000,
apareceu a primeira Universidade. Os alunos que
haviam concluído seus cursos ensinavam aos
colegas menos adiantados.
DUARTE, Marcelo. Guia das invenções. São Paulo: Companhia das Letras, p. 98.
A estrutura do texto de Marcelo Duarte permite
inferir que
A) a expressão “jardim de infância” recebe ação
de “cidade de Bankerburg”.
B) a palavra “adiantado” pertence à mesma famí-
lia de “tempo”.
C) a substituição do segundo ponto final por “na
qual” altera o sentido do texto.
D) o termo agente “Frederick” indica ação, mes-
mo com o sujeito paciente.
E) o vocábulo “disso” apresenta o que será ex-
plicitado: a primeira universidade.
QUESTÃO 43
“Ela é muito dival”, gritou a moça aos amigos,
com uma câmera na mão. Era a quinta edição da
Campus Party, a feira de internet que acontece
anualmente em São Paulo, na última terça-feira,
7. A diva em questão era a cantora de tecnobrega
Gaby Amarantos, a “Beyoncé do Pará”. Simpáti-
ca, Gaby sorriu e posou pacientemente para to-
dos os cliques. Pouco depois, o rapper Emicida,
palestrante ao lado da paraense e do também
rapper MV Bill, viveria a mesma tietagem. Se
cenas como essa hoje em dia fazem parte do
cotidiano de Gaby e Emicida, ambos garantem
que isso se deve à dimensão que suas carreiras
tomaram através da internet – o sucesso na rede
era justamente o assunto da palestra. Ambos
vieram da periferia e são marcados pela disponi-
bilização gratuita ou a preços muito baixos de
seus discos, fenômeno que ampliou a audiência
para além dos subúrbios paraenses e paulistanos.
A dupla até já realizou uma apresentação em
conjunto, no Beco 203, casa de shows localizada
no Baixo Augusta, em São Paulo, frequentada por
um público de classe média alta.
Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acesso em: 28 fev. 2012 (adaptado).
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
25
As ideias apresentadas no texto estruturam-se em
torno de elementos que promovem o encadea-
mento das ideias e a progressão do tema aborda-
do. A esse respeito, identifica-se no texto em
questão que
A) a expressão “pouco depois”, em “Pouco de-
pois, o rapper Emicida”, indica permanência
de estado de coisas no mundo.
B) o vocábulo “também”, em “e também rapper
MV Bill”, retoma coesivamente a expressão “o
rapper Emicida”.
C) o conectivo “se”, em “Se cenas como essa”,
orienta o leitor para conclusões contrárias a
uma ideia anteriormente apresentada.
D) o pronome indefinido “isso”, em “isso se de-
ve”, marca uma remissão a ideias do texto.
E) as expressões “a cantora de tecnobrega Gaby
Amarantos, a ‘Beyoncé do Pará’”, “ambos” e
“a dupla” formam uma cadeia coesiva por re-
tornarem as mesmas personalidades.
QUESTÃO 44
Língua
Esta língua é como um elástico
que espicharam pelo mundo.
No início era tensa,
de tão clássica.
Com o tempo, se foi amaciando,
foi-se tornando romântica,
incorporando os termos nativos
e amolecendo nas folhas de bananeira
as expressões mais sisudas.
Um elástico que já não se pode
mais trocar, de tão gasto;
nem se arrebenta mais, de tão forte.
Um elástico assim como é a vida
que nunca volta ao ponto de partida.
TELES, G. M. Disponível em: http://www.infoescola.com. Acesso em: 1º dez. 2015.
Um dos métodos de coesão é a referenciação.
Por meio dela, um termo recupera ou antecipa
outro, contribuindo com a solidez semântica e a
fluidez do texto. No poema Língua, a análise dos
referentes demonstra que o (a)
A) pronome “Esta”, no primeiro verso, refere-se a
“língua”, e seu uso fere a norma culta, pois o
registro formal exigiria o emprego de “essa”.
B) forma verbal “espicharam” remete a um termo
extratextual que, por sua vez, só se torna ex-
plícito ao final da leitura.
C) termo “se”, no verso “Com o tempo, se foi
amaciando”, remete ao adjetivo “clássica”,
que aparece no verso anterior.
D) gerúndio “amolecendo”, presente no oitavo
verso, permite que se deduza a frase implícita
“a língua foi-se amolecendo”.
E) passagem “Um elástico que já não se pode”
admite que se possa antepor a ela na leitura a
frase “Esta língua é”.
QUESTÃO 45
Pesquisadores querem aposentar 'motorzinho' do dentista
Estudo desenvolvido numa cooperação do Centro
Nacional de Pesquisas Estratégicas do Nordeste
(Cetene) traz grandes esperanças para quem tem
horror ao motor do dentista usado no tratamento
de cáries. Em vez do aparelho que rouba o sono
de muitas crianças (e de adultos), pesquisadores
testam uma fórmula com nanopartículas de prata
– partículas 50 mil vezes menores do que a es-
pessura de um fio de cabelo –, que têm ação
bactericida. Os trabalhos mostram que o produto
foi capaz de interromper 85% dos processos de
cárie uma semana depois da aplicação. [...]
Disponível em: http://noticias.uol.com.br. Acesso em: 8 nov. de 2015 (adaptado).
O vocábulo que apresenta variadas possibilidades
de uso na construção da informação textual. Ao
analisar seu emprego no trecho apresentado,
observa-se que ele
A) indica uma característica, em “que rouba o
sono de muitas crianças (e de adultos)”.
B) apresenta comparação por superioridade, em
“50 mil vezes menores do que a espessura de
um fio de cabelo”.
C) completa diretamente o sentido de “fio de
cabelo”, em “que têm ação bactericida”.
D) complementa o termo “trabalhos”, em “que o
produto foi capaz de interromper 85% dos
processos de cárie”.
E) deve substituir o pronome “quem” em “gran-
des esperanças para quem tem horror ao mo-
tor”.
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
26
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
QUESTÃO 46
Essa figura aparece em um mapa feito à época
das Grandes Navegações (autoria de Sebastien
Muster (1489 -1552)).
A informação que a figura apresenta, tendo em
vista o momento histórico indicado,
A) exaltava as vantagens econômicas que o
Novo Mundo oferecia.
B) alertava o navegante sobre os perigos dos
mares distantes.
C) relatava as maravilhas do reino do Preste
João.
D) impedia que os navegantes se afastassem da
costa africana.
E) associava as monstruosidades aos habitantes
da periferia do mundo.
QUESTÃO 47
O humanismo foi um movimento artístico e inte-
lectual surgido na Península itálica no século XIV
e que valorizou a Antiguidade Clássica. Para os
humanistas, o homem era a medida de todas as
coisas e estava no centro do universo. Assim,
consideravam o homem não só uma criatura es-
pectadora da obra de Deus, mas, dotado de ra-
zão, era autor de grandes realizações. Essa visão
contrariava a Igreja Romana que via o homem
marcado pelo pecado e dependente da fé para a
salvação da alma. Entretanto, os humanistas bus-
cavam o equilíbrio entre os autores pagãos da
Antiguidade e os ensinamentos cristãos da Bíblia.
Inspirados pelos humanistas, artistas italianos
iniciaram um movimento cultural conhecido como
Renascimento. O grande interesse dos renascen-
tistas era recuperar elementos da cultura greco-
romana para os seus dias.
(Disponível em http://educacao.globo.com/historia/assunto/modernidade-na-europa/humanismo-renascimento-e-revolucao-cientifica.html.
Acessado em 20/02/18)
O Humanismo e Renascimento podem ser identi-
ficados como parte de um movimento
A) antropocêntrico.
B) teocêntrico.
C) escolástico.
D) iconoclasta.
E) medievalista.
QUESTÃO 48
O chamado Santo Ofício ou Inquisição foi uma
instituição formada pelos tribunais da Igreja Cató-
lica Romana para perseguir, julgar e punir pesso-
as acusadas de terem se desviado de seus ensi-
namentos – os hereges. Inquisição é um conjunto
de instituições criadas para suprimir as heresias
que apareceram e qualquer tipo de sincretismo
religioso. A Inquisição atuou, de forma persecutó-
ria e violenta, praticamente até o século 19, insta-
lando tribunais sempre que surgiam casos de
heresia.
(https://www.infoescola.com/autor/armando-araujo-silvestre/3322/ - Texto adaptado)
Tendo em vista o cenário internacional nos anos
iniciais da Idade Moderna, a Inquisição Católica
A) foi dura com os cristãos novos e moderada
com os protestantes.
B) atuou somente nas áreas coloniais, onde
havia maior incidência de heresias.
C) preconizava o amor cristão para a superação
das divergências entre os povos.
D) contribuiu para a consolidação dos poderes
espiritual e temporal.
E) abominava a pena capital, pois a Igreja de-
fendia o direito à vida.
QUESTÃO 49
“Creio que seriam desejáveis ambas as coisas,
mas como é difícil reuni-las, é mais seguro ser
temido do que amado”.
A frase é de Nicolau Maquiavel (1469 – 1527),
pensador político italiano, e indica que o autor, ao
analisar a atuação do governante, considerava
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
27
A) fundamental que o Príncipe praticasse a cari-
dade cristã.
B) primordial a criação de leis que amparassem
os direitos humanos.
C) necessário que o Estado agisse com justiça e
equidade.
D) impossível ao soberano praticar atos de amor
com os súditos.
E) o regime autoritário como mais adequado ao
poder do Estado.
QUESTÃO 50
Martinho Lutero (1483-1546) foi um sacerdote
católico alemão. Para evitar a exploração da po-
pulação ignorante, elaborou 95 teses sobre a
venda de indulgências e, no dia 31 de outubro de
1517, afixou-as na porta da igreja. Em 1520, o
Papa Leão X dá um prazo de sessenta dias para
Lutero se retratar, Lutero queima publicamente a
bula papal e em consequência é excomungado.
(Disponível em https://www.e-biografias.net/martinho_lutero/ Acesso em 14 Out. 2012)
João Calvino (1509-1564) nasceu em Noyon, na
França, onde começou a se interessar por teolo-
gia e o estudo da Bíblia. Em 1535, uniu-se a Nico-
las Cop, reitor da Universidade de Paris, quando
este anunciou seu apoio a Martinho Lutero. Acu-
sados de heresia, ambos foram obrigado a fugir.
Em 1536, Calvino publicou A Instituição da Religi-
ão Cristã, um conciso e provocativo estudo que o
colocou na vanguarda do protestantismo europeu.
(Disponível em https://www.sohistoria.com.br/biografias/calvino/
Acesso em 14 Out. 2012)
Os trechos das biografias de Lutero e Calvino
indicam que ambos
A) condenavam ações da Igreja Católica Roma-
na.
B) defendiam a supremacia do poder real sobre
o poder papal.
C) rejeitavam a venda de indulgências, mas acei-
tavam o poder papal.
D) foram importantes pregadores protestantes
alemães.
E) capturados pela Igreja, foram executados em
autos de fé.
QUESTÃO 51
Do mesmo modo que a invenção do telescópio
por Galileu Galileu (1564 – 1642), no século
XVII, revolucionou a astronomia, a invenção da
máquina de impressão em tipos móveis, mais
conhecida como imprensa, pelo alemão Johan-
nes Gutenberg (1398 – 1468), no século XV,
provocou uma enorme revolução na modernida-
de.
A invenção da imprensa é um fato considerável,
na medida em que
A) facilitou o acesso às informações e saberes.
B) aumentou as ações censuradoras de cunho
religioso.
C) possibilitou o avanço da contestação protes-
tante.
D) liquidou os últimos vestígios feudais.
E) contribuiu para o surgimento das primeiras
universidades.
QUESTÃO 52
Figura I
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
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Figura II
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/01/charge-do-charlie-
hebdo-sobre-garoto-sirio-afogado-causa-revolta.html
A figura 1 é a imagem de uma criança síria que se
afogou nas praias da Turquia, quando sua famí-
lia tentava fugir da Guerra Civil que devasta a
Síria desde 2011. Milhares de refugiados, os
novos bárbaros, tentam entrar na Europa e muitos
encontram a morte no meio do caminho.
A figura 2 é uma charge do jornal francês Charlie
Hebdo, que ironiza a morte da criança. A charge
ironiza sobre o fato de que, se o menino sobrevi-
vesse, ele seria um estuprador de mulheres euro-
peias.
A postura do jornal expressa uma visão, acerca
dos refugiados,
A) grosseira e preconceituosa.
B) associada aos princípios da ONU.
C) radical quanto à religião
D) compatível com os direitos humanos.
E) humanitária.
QUESTÃO 53
“É a vontade de Deus”, clamou o papa à multidão.
Seu grito foi saudado com empolgação e rapida-
mente se espalhou por todo o mundo cristão.
A Igreja estava em crise, rachada, acuada pela
expansão do Islã. Estamos em Clermont, na
França, o ano é 1095, e Urbano II convocava
clérigos e nobres a iniciar a retomada da Terra
Santa, conquistada pelos muçulmanos. Prome-
tendo indulgência plena para quem partisse para
Jerusalém, Urbano II iniciou a Primeira Cruzada.
“O Senhor continua precisando de vocês, jovens,
para a sua Igreja… Não sejam covardes. Saiam
às ruas como fez Jesus”, diz o papa.
Dessa vez, o papa é Francisco e o ano, 2013. Di-
ante dele, 3 milhões de pessoas fazem vigília em
Copacabana. Outros milhões o assistem pela tele-
visão ou pela internet. Novamente a Igreja está em
crise. Francisco convoca os seus soldados na últi-
ma noite da Jornada Mundial da Juventude do Rio
de Janeiro. É o início da Nova Cruzada.
(Disponível em https://super.abril.com.br/historia/a-nova-cruzada/. Acessado em 06/03/18)
A análise dos textos demonstra que a Igreja Ro-
mana
A) conclamou, na Jornada Mundial da Juventu-
de, os jovens para enfrentarem o Islã.
B) reconheceu que o Islã é o maior inimigo dos
cristãos.
C) adotou uma postura extremista e intolerante
quanto aos infiéis.
D) adota discurso demagógico para atrair o a-
poio de seus fieis.
E) reconheceu os avanços das ações científicas.
QUESTÃO 54
Texto I
Jacques DeMolay, nascido no ano de 1244, na
França, aos 21 anos, ingressa na Ordem dos
Cavaleiros Templários, ordem religiosa cuja finali-
dade era proteger as rotas dos romeiros para a
Terra Santa.
Popular, respeitada, e apoiada pela Igreja Roma-
na, a Ordem dos Cavaleiros Templários possuía
muitos recursos e ricas propriedades. Em conse-
quência, atraía nobres e cobiça de toda a Europa.
DeMolay foi executado por determinação do rei
francês Felipe, o Belo, em 1314.
Texto II
A Ordem DeMolay é uma das maiores organiza-
ções juvenis do mundo, de fins filosóficos, filan-
trópicos, e sem fins lucrativos. Trabalha alicerça-
da na máxima de que “educando-se o jovem esta-
remos nos eximindo da tarefa de ter que castigar
o adulto”. Fundada em 1919, nos EUA, tem como
objetivo formar jovens melhores cidadãos e líde-
res através do desenvolvimento e fortalecimento
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
29
da personalidade e enfatizando virtudes para a
boa conduta social.
A comparação entre as informações fornecidas
pelos textos destaca que Jacques DeMolay
A) fundou a Ordem DeMolay, em função de suas
preocupações com a formação cristã dos jo-
vens.
B) viveu em um contexto das Cruzadas, expedi-
ções militares cristãs que enfrentavam os mu-
çulmanos no Oriente.
C) serviu de referência de valores para a criação
da Ordem dos Templários e para a Ordem
DeMolay.
D) demonstra que o medievalismo cristão é con-
siderado sectário e, por isso, não tem segui-
dores na atualidade.
E) preocupou-se com a criação de uma Ordem
militar cristã, formada por jovens idealistas
que pudessem retomar a Terra Santa dos in-
fiéis.
QUESTÃO 55
De 1450 a 1750, poucas pessoas ousariam con-
tradizer essa doutrina, repetida em tom de amea-
ça nos púlpitos dos pregadores católicos, assim
como nos sermões protestantes depois da Re-
forma religiosa de Martinho Lutero no século XVI.
Bruxaria era uma calamidade tão real quanto
tempestades ou pestes, e intimamente ligada à
natureza feminina. Com exceção de Portugal e
Espanha, onde os principais perseguidos eram
cristãos novos e judeus, em quase toda a Europa
a porcentagem de mulheres excedeu 75% dos
casos. Em algumas localidades, como o condado
de Namur (atual Bélgica), elas responderam por
90% das acusações.
Disponível em https://super.abril.com.br/historia/inquisicao-idade-moderna-e-as-bruxas-as-mulheres-em-
chamas/.Acessado em 07.03.18)
A presença maciça de mulheres como rés nos
processos que investigavam bruxaria, indica que
A) a população feminina era muito superior à
masculina na Europa nas Idades Medieval e
Moderna.
B) a nudez das índias, maioria da população,
estimulava, no Novo Mundo, o preconceito
contra o sexo feminino.
C) a figura feminina estava relacionada ao prazer
maléfico e demoníaco e, portanto, natural-
mente eivada de pecado.
D) os ibéricos atribuíam às mulheres um compor-
tamento lascivo e pecaminoso porque leva-
vam os homens à perdição.
E) o feminismo na época era perturbador para as
autoridades eclesiásticas, formadas por ho-
mens.
QUESTÃO 56
Tribos que têm pouco contato ou nunca tive-ram contato com populações não índias de-vem, então, ser incorporadas à sociedade?
Sim, mas essa incorporação não se pode fazer
bruscamente. Ela importa numa modificação mui-
to profunda de padrões culturais. Por isso que eu
digo que em lugar de criar reservas indígenas, eu
falaria em áreas de aculturamento, em que pes-
soas especializadas entrem em contato com os
indígenas e os encaminhem para sua adaptação
à cultura brasileira.
Esse contato colocaria a cultura indígena em risco?
Isso certamente, porque nenhuma cultura primiti-
va subsiste no âmbito de uma cultura civilizada. É
uma falácia pensar que se pode fazer um jardim
antropológico, preservando culturas no âmbito de
uma cultura superior. Antropológica e historica-
mente isso não tem sentido.
Disponível em http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,, OI2959687-EI6586,00-Jaguaribe+demarcacao+nao+protege+
cultura+indigena.html. Acessado em 10/03/18).
O trecho mostra parte da entrevista concedida
pelo sociólogo Hélio Jaguaribe, em 2008, ao Jor-
nal Terra Magazine.
Polêmica, com certeza, a fala do sociólogo sugere
A) a preservação da cultura nativa e a proteção
das reservas destinadas aos índios.
B) que o termo primitivo é preconceituoso com
relação ao legado da cultura indígena.
C) que a aculturação é parte inevitável do conta-
to entre os indígenas e a civilização.
D) que a internacionalização da Amazônia é a
melhor alternativa para os povos nativos.
E) a municipalização das ações de preservação
e aculturação das tribos indígenas.
QUESTÃO 57
Os europeus buscavam especiarias nas regiões
do sul e sudeste asiático. O comércio de especia-
rias existe deste a Antiguidade, mas foi expandido
a partir das Cruzadas. As especiarias eram utili-
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
30
zadas para conservar e melhorar o sabor dos
alimentos. Eram utilizadas também como perfu-
me, afrodisíaco e incenso. Elas tinham longa du-
rabilidade, suportavam meses de viagem sem
perder suas propriedades.
Após a Tomada de Constantinopla (1453), o co-
mércio de especiarias ficou mais difícil, pois a rota
dos mercadores cristãos foi bloqueada a partir do
domínio turco. Os países ibéricos – Portugal e
Espanha – procuraram uma rota alternativa para
chegar às especiarias. Portugal explorou a rota
oriental, contornando a África. A Espanha, por
sua vez, explorou a rota ocidental, e acabou che-
gando à América. Com a colonização do território
americano, os europeus introduziram nas regiões
tropicais o plantio de especiarias, barateando o
custo.
Disponível em https://historiadigital.org/curiosidades/5-especiarias-usadas-durante-a-expansao-maritima/.Acessado
em 20/02/18 – texto adaptado)
Em conformidade com o texto, as especiarias
A) foram introduzidas no comércio europeu no
final da Idade Média.
B) deixaram de ser comercializadas na Europa
em função das invasões bárbaras.
C) perderam significância no comércio intercon-
tinental em função das guerras cruzadistas.
D) eram fornecidas aos orientais pelos comerci-
antes de Veneza e Gênova.
E) estimularam, entre os ibéricos, a busca de um
caminho marítimo para as Índias.
QUESTÃO 58
A Cavalhada é uma celebração portuguesa tradi-
cional que teve origem nos torneios medievais,
onde os nobres exibiam em espetáculos públicos
a sua destreza e valentia. Era um torneio que
servia como exercício militar nos intervalos das
guerras e onde aristocratas e guerreiros cultiva-
vam a praxe da galantaria.
As cavalhadas recriam os torneios medievais e as
batalhas entre cristãos e mouros, algumas vezes
com enredo baseado no livro Carlos Magno e Os
Doze Pares da França, uma coletânea de histó-
rias fantásticas sobre esse rei. No Brasil, regis-
tram-se desde o século XVII e as cavalhadas
acontecem durante a festa do Divino, nas regiões
Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.
O folclore, via de regra, reflete a tradição e a his-
tória de um povo ou nação. Nesse sentido, a Ca-
valhada
A) foi introduzida no Brasil, pelos portugueses,
como festejo que consagrava a supremacia
da cultura europeia sobre a colonial.
B) existe desde a Idade Média como uma cele-
bração da vitória dos ibéricos contra os sarra-
cenos na Reconquista.
C) apesar de ser um evento folclórico, está des-
vinculada da história de Portugal, constituin-
do-se num evento fantasioso.
D) retrata a dominação que a aristocracia feudal
exercia sobre a massa populacional, notada-
mente os servos camponeses.
E) indica o caráter estamental da sociedade
feudal, na qual os homens bons exerciam po-
sição de privilégio em relação aos servos e
escravos.
QUESTÃO 59
Na Baixa Idade Média, o desenvolvimento das
Cruzadas abriu portas para que os cristãos vies-
sem a conhecer o açúcar, já consumido pelos
árabes. No próprio Velho Mundo, a presença dos
árabes na Península Ibérica permitiu que, no sé-
culo XII, os espanhóis de Andaluzia também co-
nhecessem o doce produto.
Quando adotado pelos ocidentais, o açúcar era
raramente utilizado como tempero, tendo maior uso
para a conservação de frutas e a fabricação de re-
médios contra a Peste Negra. O raro emprego era
em boa parte justificado pelo valor elevado que o
açúcar tinha no mercado da época. Um relato britâ-
nico do século XIV dizia que a libra do açúcar era
vendida pelo valor de dois xelins. Em valores atuais,
isso significa dizer que um quilo de açúcar era ven-
dido a aproximadamente cem dólares.
(Disponivel em https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/historias-acucar.htmAcessado em 20/02/18 – texto adaptado)
A inserção do açúcar no mercado europeu
A) ocorreu na Idade Média, onde logo o produto
foi largamente consumido com tempero.
B) foi fruto do contato entre os cristãos e os is-
lâmicos.
C) foi amplamente rejeitada pelos cristãos por
ser oriundo dos infiéis.
D) atendeu à demanda dos cozinheiros da aris-
tocracia, necessitados de remédios.
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
31
E) foi fundamental para combater a dissemina-
ção da Peste Negra e evitar seus efeitos na
Europa.
QUESTÃO 60
No fim da Idade Média, a função de banqueiro se
tornou algo muito comum na Europa. Nas feiras,
quando as pessoas chegavam com valores em
ouro para trocar por outro produto, era o banquei-
ro quem fazia a pesagem de moedas, avaliação
da autenticidade e qualidade dos metais, em troca
de uma comissão.
O florescimento da atividade bancária está vincu-
lado
A) ao revigoramento comercial e urbano.
B) à ruralização da vida europeia.
C) às demandas da aristocracia cortesã.
D) ao interesse da Igreja Romana por recursos
financeiros.
E) aos temores dos europeus diante das cons-
tantes invasões bárbaras.
QUESTÃO 61
A figura, de origem medieval, retrata a morte na
Peste Negra, que atingiu a Europa no século XIV.
Essa epidemia
A) provocou muitas mortes, já que muitos euro-
peus não aceitavam a vacinação como méto-
do eficaz no seu combate.
B) chegou à Europa por intermédio de comerci-
antes italianos oriundos da Criméia.
C) atingiu a Europa na Alta Idade Média e ceifou
aproximadamente um terço das vidas de seus
habitantes.
D) gerou um clima de profunda depressão entre
os europeus, como atestam as crônicas da
época, mas não prejudicou o comércio com o
Oriente.
E) promoveu um clima de harmonia entre os
europeus, que ficaram mais tolerantes com as
minorias religiosas.
QUESTÃO 62
A palavra "Jacquerie" passou a ser sinônimo de
rebelião camponesa e, por séculos, a nobreza
viveu sob o temor de uma repetição do episódio.
Na memória popular, a "Jacquerie" é vista como
uma série de massacres feitos pelos camponeses
contra a nobreza. Na realidade, porém, os servos
rebeldes estavam mais preocupados com apilha-
gem, a comida e a bebida dos castelos do que
com o assassinato de seus ocupantes. Frequen-
temente, se esquece de que padres, artesãos e
pequenos mercadores ocasionalmente se junta-
ram aos camponeses durante estas rebeliões.
A Jacquerie, ou revolta dos Jacques, foi uma
insurreição camponesa que teve lugar no Norte de
França, em 1358, durante a Guerra dos Cem Anos.
A designação deriva de Jacques Bonhomme,
expressão francesa, de conotação paternalista,
que designava genericamente um camponês e
que posteriormente foi usada pejorativamente,
equivalendo a "joão-ninguém".
No contexto medieval, a Jacquerie
A) foi uma rebelião de servos camponeses e
contou com a participação de outros segmen-
tos da população.
B) resultou na concessão de vários direitos aos
servos camponeses franceses, entre os
quais, a carta de franquia.
C) alastrou-se na Europa Ocidental e repercutiu
na Inglaterra, onde o parlamento editou a Car-
ta Magna, em atendimento às reivindicações
pobres.
D) retratou a divergência entre os poderes tem-
poral e espiritual, uma vez que a Igreja apoiou
maciçamente os camponeses.
E) culminou na abolição da servidão na França
e em outras regiões europeias, com exceção
da Rússia, onde a servidão permaneceu até o
sec. XVIII.
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
32
QUESTÃO 63
Na solidão dos mosteiros procuravam os monges
ficar mais perto de Deus. Mas estas casas religio-
sas acabaram por ter uma ação civilizadora no
ocidente. Entre o trabalho espiritual e manual, as
comunidades monacais tiveram um papel valioso
no repovoamento, na transmissão da fé e de um
legado cultural e artístico, como a produção de
manuscritos. Vejamos o que se passava no Mos-
teiro do Lorvão, existente na Península Ibérica
antes da formação de Portugal.
Os mosteiros medievais tiveram um importante
papel na cultura europeia, na medida em que
A) preservaram a cultura clássica por intermédio
do trabalho dos monges copistas.
B) divulgaram, por meio de impressão de livros
populares, os clássicos greco-romanos.
C) possibilitaram a alfabetização em massa da
população europeia, inclusive camponesa.
D) abriram espaços para uma posição mais criti-
ca em relação à ortodoxia da Igreja Romana.
E) favoreceram uma postura critica por parte dos
monges letrados contra os privilégios da aris-
tocracia.
QUESTÃO 64
A cartografia trata da confecção, produção e dis-
seminação dos mapas e tem uma importância
para a Geografia ao auxiliar no estudo do espaço
geográfico tanto na localização como orientação.
Sobre localização e orientação é CORRETO afir-
mar que
A) os povos antigos utilizavam-se dos astros
para localização e orientação.
B) a bússola foi a maior invenção para facilitar a
localização e até hoje é o instrumento de ori-
entação mais utilizado.
C) os rádios, radares e satélites utilizam-se da
mesma tecnologia de orientação da bússola.
D) a partir do conhecimento do norte que a bús-
sola proporcionou surgiram os rumos leste,
oeste e sul.
E) a localização e a orientação na superfície
terrestre só foram possíveis a partir do siste-
ma global de posicionamento GPS.
QUESTÃO 65
O processo de Eratóstenes (276-194 a.C.) consis-
tiu em medir a diferença vertical da incidência da
luz solar em Alexandria e em Syene (atual Assu-
ã), ambas no Egito. Sabendo que a distância en-
tre as duas cidades era aproximadamente 5000
estádios (1 estádio = 185 m) e que a diferença
angular entre as posições do Sol nas duas cida-
des, no mesmo horário de um determinado dia,
equivalia a 7º12’, aproximadamente 1/50 do círcu-
lo completo, foi possível estimar o valor de 46250
km, apenas 15% maior do que realmente é esse
perímetro, o que, para os métodos da época, é
bastante razoável.
(Paulo M. L. de Menezes e Manoel do C. Fernandes. Roteiro de cartografia, 2013. Adaptado.)
Considerando os dados apresentados, é correto
afirmar que o valor calculado por Eratóstenes
referia-se, aproximadamente, ao perímetro
A) do Trópico de Câncer.
B) do Círculo Polar Antártico.
C) do Círculo Polar Ártico.
D) do Trópico de Capricórnio.
E) do Equador.
QUESTÃO 66
A partir da observação do planisfério somente
podemos afirmar que:
A) O continente americano é atravessado por
diversas linhas de latitude norte e sul.
B) A África é um continente cuja maior parte
encontra-se na latitude oeste da Terra.
C) A Ásia encontra-se a oeste da Europa, que
por sua vez está ao norte da África.
D) A Oceania possui as linhas de mais elevados
valores de latitude e longitude.
E) A América do Sul extende-se pelos hemisfé-
rios ocidental e oriental da Terra.
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
33
QUESTÃO 67
A análise do mapa, aliada aos conhecimentos sobre orientação e coordenadas geográficas, permite concluir:
A) O Brasil é o país mais tórrido do planeta, sendo cortado por todos os paralelos, e está localizado, total-
mente, no hemisfério Meridional.
B) A Ásia, o mais extenso dos continentes, localiza-se ao norte da África, está situada, astronomicamente,
no hemisfério Oriental e limita-se, ao oeste, pelo Oceano Índico.
C) A Oceania, composta por países insulares, localiza-se nos hemisférios Oriental e Setentrional e, por ser
cortada pelo Equador, possui grandes áreas desérticas.
D) A Europa está situada nas mesmas latitudes da Ásia Meridional, possui estações definidas, baixa ampli-
tude térmica e, astronomicamente, está totalmente localizada no hemisfério Oriental.
E) O continente americano se localiza nos hemisférios Norte, Meridional e Ocidental, ao oeste do GMT, e,
devido à sua grande expansão territorial, possui terras em baixas, médias e altas latitudes.
QUESTÃO 68
Fonte: LUCCI, Elian Alabi. Território e Sociedade no mundo globalizado. 1ª Ed. São Paulo: Saraiva. 2005
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
34
Considerando as informações do mapa e outros conhecimentos sobre o assunto, assinale a afirmativa IN-
CORRETA.
A) As cidades asiáticas, Manila, Mumbai e Tóquio, estão localizadas na zona temperada do norte.
B) A África possui terras nos hemisférios setentrional, meridional, oriental e ocidental.
C) Rio de Janeiro e Fortaleza estão no mesmo fuso, mas durante o período em que o Brasil adota o horá-
rio de verão, o Rio de Janeiro tem uma hora adiantada em relação a Fortaleza.
D) O Oceano Atlântico banha as terras orientais da América e ocidentais da Europa e África.
E) Um avião que sai de Sidney em direção a Mumbai, em linha reta, toma o sentido noroeste, e seus pas-
sageiros terão de atrasar os seus relógios ao chegar à Índia.
QUESTÃO 69
A projeção cartográfica do mapa configura-se como hegemônica desde a sua elaboração, no século XVI.
Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br. Acesso em: 12 ago. 2012.
A sua principal contribuição inovadora foi a
A) redução comparativa das terras setentrionais.
B) manutenção da proporção real das áreas representadas.
C) consolidação das técnicas utilizadas nas cartas medievais.
D) valorização dos continentes recém-descobertos pelas Grandes Navegações.
E) adoção de um plano em que os paralelos fazem ângulos constantes com os meridianos.
QUESTÃO 70
A bandeira da ONU é uma representação produzida por uma projeção carto-
gráfica que
A) possui mais valor científico do que simbólico.
B) representa com exatidão as formas e áreas terrestres.
C) possui forte influência política do período da sua formação.
D) demonstra a influência eurocêntrica nas suas formas.
E) equivale ao tamanho das áreas dos continentes meridionais.
Bandeira da ONU
Disponível em: www.un.org. Acesso em: 14 out. 2015.
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
35
QUESTÃO 71
Os mapas e a tabela apresentam dados de recen-
tes medições dos rios Amazonas e Nilo divulga-
dos por cientistas do Instituto Nacional de Pesqui-
sas Espaciais (INPE) em julho deste ano, as
quais permitiram concluir que o rio Amazonas é o
mais longo rio do mundo.
Revista Veja, 9 jul. 2008.
Esses dados retratam um avanço no conhecimen-
to geográfico alcançado devido ao uso de técni-
cas como
A) cartografia temática.
B) escala geográfica.
C) trabalho de campo.
D) aerofotogrametria.
E) sensoriamento remoto.
QUESTÃO 72
Examine, com atenção, o mapa a seguir, confec-
cionado a partir de uma cuidadosa superposição
de imagens de satélite, com recursos tecnológi-
cos modernos da Cartografia
É CORRETO afirmar que a área clara nele conti-
da representa
A) a expansão urbana em quatro macrorregiões
brasileiras.
B) a destruição da cobertura vegetal.
C) o avanço da semiaridez do Nordeste em dire-
ção à Região Amazônica.
D) a ação de um sistema atmosférico, denomi-
nado Zona de Convergência Intertropical.
E) os focos de incêndio ocorridos em 2010, no
território brasileiro.
QUESTÃO 73
Antípodas são pessoas que se encontram em
meridianos e paralelos opostos, ou seja, em rela-
ção à outra pessoa, vive do outro lado da Terra,
em um ponto diametralmente oposto.
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
36
O antípoda de uma pessoa localizada no ponto A,
mostrado no mapa da figura, estará nas coorde-
nadas
Dispnível em: <http://www.freewebs.com>. Acesso em: 3 nov. 2015.
A) 20º N e 180º E.
B) 20º S e 140º W.
C) 70º N e 140º E.
D) 70º S e 180º E.
E) 90º S e 180º W.
QUESTÃO 74
Em um exercício militar, ao planejar um desloca-
mento, o comandante responsável identificou dois
pontos para os quais deverá deslocar sua tropa.
Estes pontos apresentam as seguintes coordena-
das geográficas:
Ponto “A” - Latitude: 29° 49' 30" S
Longitude: 54° 54' 00" W
Ponto “B” - Latitude: 29° 45' 00" S
Longitude: 54° 55' 30" W
Após a chegada ao ponto “A”, um grupo de milita-
res dessa tropa será deslocado para o ponto “B”,
tendo que seguir em que direção?
A) leste
B) oeste
C) nordeste
D) Sudeste
E) noroeste
QUESTÃO 75
Nos meses de junho e julho é comum ocorrer
queda de temperatura nas porções sul e sudoeste
de Mato Grosso e, esse fato, também atinge es-
tados da região norte do país onde se observa
queda de temperatura, inclusive no Acre. Assim,
depara-se com pessoas agasalhando-se com
vestimentas diferentes das corriqueiras. Neste
contexto, o comércio de vestuário rapidamente se
rearticula e uma nova dinâmica espacial se efeti-
va, mesmo que por um curto período.
Sobre a queda de temperatura que ocorre neste
período nas regiões mencionadas, pode-se afir-
mar que ela se justifica
A) pelo movimento das isotermas que avançam
sobre o território mato-grossense, através da
Massa Tropical Continental.
B) por um conjunto de processos sucessivos, a
começar pelo movimento de translação da Ter-
ra que, provocando o solstício de inverno, faz
deslocar de forma mais intensa massas pola-
res frias que passam pela Argentina e entram
em Mato Grosso pela baixada paraguaia.
C) pelo movimento das isóbaras de baixa pres-
são que, quando carregadas pelos ventos alí-
sios do sul, provocam quedas de temperatu-
ras nas regiões por onde passam, entre as
quais, Mato Grosso.
D) pela entrada e atuação da Massa Equatorial
Continental Anticiclônica, responsável pela
dinâmica climática das porções sul e sudoes-
te de Mato Grosso.
E) pela ocorrência e ação temporária do fenô-
meno El nino, que faz ocorrer instabilidade
climática em todo o território brasileiro, inclu-
sive nas porções sul e sudoeste de Mato
Grosso.
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
37
QUESTÃO 76
O território brasileiro se divide em quatro fusos horários, conforme representado no mapa.
Disponível em: skyandobservers.blogstpot.com. Acesso em: 05 jun. 2015.
Supondo que um passageiro saia às 7h da manhã de Fernando de Noronha (PE) com destino a Campo
Grande (MS) para uma reunião e sabendo-se que a viagem teve duração de 6 horas e 30 minutos, o horário
local em que o passageiro deve chegar a Campo Grande (MS) é às
A) 5h30min. D) 11h30min.
B) 9h30min. E) 13h30min.
C) 10h30min.
QUESTÃO 77
Em um mapa, a distância entre duas cidades é de
3,1 cm. Sabendo-se que a escala do mapa é de
1: 500.000, assinale a alternativa que indica cor-
retamente, em linha reta, a distância real (em km)
entre as cidades.
A) 150 km.
B) 15,5 km.
C) 155 km.
D) 155,5 km.
E) 15,0 km.
QUESTÃO 78
Tendo como objetivo a elaboração de uma repre-
sentação de um bairro de uma cidade interiorana,
considerando o tamanho da área a ser represen-
tada, deve-se usar como escala cartográfica uma
escala
A) 1:100.000. D) 1:10.000.
B) 1:750.000. E) 1:250.000.
C) 1:1.500.000.
QUESTÃO 79
Os mapas árabes ainda desenhavam o sul em
cima e o norte embaixo, mas no século XIII a
Europa já havia restabelecido a ordem natural do
universo. O norte estava em cima e o sul embai-
xo. O mundo era um corpo, ao norte estava o
rosto, limpo, que olhava o céu. Ao sul estavam as
partes baixas, sujas, onde iam parar as imundí-
cies e os seres escuros que eram a imagem in-
vertida dos luminosos habitantes do norte.
Simulado ENEM Extensivo, Intensivo e Ensino Médio
38
Disponível em: http//infoescola.com. Acesso em: 3 jun. 2011. GALEANO, E. Espelhos: Sul. Porto Alegre:
L &PM, 2008 (adaptado).
A confecção de um mapa pode significar uma
leitura ideológica do espaço. Assim, a Projeção
de Mercator, muito utilizada para a visualização
dos continentes, caracteriza-se por
A) apresentar um hemisfério terrestre envolvido
por um cone. As deformações aumentam na
direção da base do cone.
B) partir de um plano tangente sobre a esfera
terrestre. Seus paralelos e meridianos são
projetados a partir do centro do plano.
C) conservar as formas, mas distorcer as super-
fícies das massas continentais. Seus parale-
los e meridianos formam ângulos retos.
D) alterar a forma dos continentes, preservando
a área. Seus paralelos e meridianos formam
ângulos retos.
E) representar as formas e as superfícies dos
continentes proporcionais à realidade. As li-
nhas de meridianos acompanham a curvatura
da terra.
QUESTÃO 80
Um menino que mora em uma cidade localizada
sobre a linha do Equador (latitude 0º) quer cons-
truir uma casa para a morada de pássaros, de
forma que possa aproveitar melhor a entrada de
raios de Sol.
O menino deve colocar a entrada da casa orien-
tada no sentido
A) norte, pois assim terá Sol na maior parte do
ano.
B) oeste, pois terá sempre o Sol da manhã nas
estações de inverno e verão.
C) sul, pois terá sempre o Sol na estação do
inverno, mas não no verão.
D) norte, pois terá sempre o Sol na estação do
inverno, mas não no verão.
E) leste, pois sempre terá o Sol da manhã nas
estações de inverno e verão.
QUESTÃO 81
A imagem retrata o início do solstício de verão no
hemisfério Norte e foi publicada em 21 de junho
de 2012, acompanhada do seguinte texto:
Hoje é dia de solstício de verão no hemisfério
Norte, que este ano ocorreu às 0h09 (hora legal
de Portugal Continental). Nessa hora, o Sol atin-
giu o ponto mais a Norte do Equador Celeste e
atingiu, ao meio-dia solar, o ponto mais alto do
céu de todo o ano. Por isso, hoje é também o dia
mais longo do ano, com o Sol acima do horizonte
durante cerca de 14h15m na Madeira, mais de
14h45m nos Açores e em Faro, e a ultrapassar as
15h de luz no Norte de Portugal. Esse solstício
marca o início do Verão no hemisfério Norte e
Inverno no hemisfério Sul, estação que se prolon-
ga por 93,65 dias até ao equinócio, que ocorre às
15h49 do dia 22 de setembro de 2012.
Considerando a localização “A” de uma pessoa e
as estações do ano representadas na imagem,
pode-se constatar que
A) a pessoa está na zona temperada, no hemis-
fério Norte, pois o Sol não incide perpendicu-
lar ao solo e está mais voltado para o Sul ao
longo do ano.
B) o lugar onde está a pessoa na imagem, du-
rante o solstício de verão, não vê o Sol se
pondo, pelo fenômeno sol da meia-noite.
C) o movimento aparente do Sol ao longo do ano
indica que a pessoa na imagem pode estar
em qualquer lugar que seja bem quente o ano
todo.
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39
D) os dias de solstício são sempre mais longos
que as noites e, por isso, é nesse período que
se aplica o horário de verão.
E) os dias dos equinócios de Outono e de Pri-
mavera registram maior inclinação dos raios
solares ao longo do ano e, por isso, o dia tem
a mesma duração da noite.
QUESTÃO 82
O aparecimento da pólis, situado entre os séculos
VIII e VII a.C., constitui, na história do pensamen-
to grego, um acontecimento decisivo. Certamente,
no plano intelectual como no domínio das institui-
ções, a vida social e as relações entre os homens
tomam uma forma nova, cuja originalidade foi
plenamente sentida pelos gregos, manifestando-
se no surgimento da filosofia.
VERNANT, J.P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 2004 (adaptado).
Segundo Vernant, a filosofia na antiga Grécia foi
resultado do(a)
A) constituição do regime democrático.
B) contato dos gregos com outros povos.
C) desenvolvimento no campo das navegações.
D) aparecimento de novas instituições religiosas.
E) surgimento da cidade como organização
social.
QUESTÃO 83
Milhões de seres humanos trabalharam para criar
esta civilização de que hoje nos orgulhamos; ou-
tros milhões, disseminados na superfície da Ter-
ra, trabalharam para mantê-la. Mesmo o pensa-
mento, mesmo a invenção são fatos coletivos
nascidos do passado e do presente. Milhares de
inventores mortos na miséria prepararam a inven-
ção de cada uma dessas máquinas, em que o
homem admira o seu gênio. Milhares de escrito-
res, poetas e sábios, trabalharam na elaboração
do saber, em criar a atmosfera do pensamento
científico, sem a qual nenhuma das maravilhas do
nosso século teria aparecido. Mas todos esses
sábios, poetas e filósofos já tinham sido suscita-
dos pelo trabalho dos séculos anteriores; tinham
sido mantidos, física e moralmente, por legiões de
trabalhadores e artistas de toda espécie.
KROPOTKIN, Piotr. A conquista do pão. Trad. Cesar Falcão. Disponível em: http://dwardmac.pitzer.edu.
Acesso em: 8 mar. 2017 (adaptado).
O texto caracteriza os produtos da civilização
como
A) construções ideais, separadas das condições
materiais de cada sociedade.
B) heranças coletivas, ancoradas em um passa-
do de contribuições anônimas.
C) obras radicalmente distintas da ciência, inde-
pendentes do conhecimento.
D) recursos escassos, que devem ser concen-
trados para haver progresso.
E) trabalhos individuais, advindos do esforço
exclusivo de grandes pessoas.
QUESTÃO 84
[...] O SERVIDOR – Diziam ser filho do rei...
ÉDIPO – Foi ela quem te entregou a criança?
O SERVIDOR – Foi ela, Senhor.
ÉDIPO – Com que intenção?
O SERVIDOR – Para que eu a matasse.
ÉDIPO – Uma mãe! Mulher desgraçada!
O SERVIDOR – Ela tinha medo de um oráculo
dos deuses.
ÉDIPO – O que ele anunciava?
O SERVIDOR – Que essa criança um dia mataria
seu pai.
ÉDIPO – Mas por que tu a entregaste a este ho-
mem?
O SERVIDOR – Tive piedade dela, mestre. Acre-
ditei que ele a levaria ao país de onde vinha. Ele
te salvou a vida, mas para os piores males! Se és
realmente aquele de quem ele fala, saibas que
nasceste marcado pela infelicidade.
ÉDIPO – Oh! Ai de mim! Então no final tudo seria
verdade! Ah! Luz do dia, que eu te veja aqui pela
última vez, já que hoje me revelo o filho de quem
não devia nascer, o esposo de quem não devia
ser, o assassino de quem não deveria matar!
SÓFOCLES. Édipo Rei. Porto Alegre: L&PM. 2011
O trecho da obra de Sófocles, que expressa o
núcleo da tragédia grega, revela o(a)
A) condenação eterna dos homens pela prática
injustificada do incesto.
B) legalismo estatal ao punir com a prisão perpé-
tua o crime de parricídio.
C) busca pela explicação racional sobre os fatos
até então desconhecidos.
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40
D) caráter antropomórtico dos deuses na medida
em que imitavam os homens.
E) impossibilidade de o homem fugir do destino
predeterminado pelos deuses.
QUESTÃO 85
As origens de lendas povoadas por deuses e
mortais perdem-se na memória do tempo. Essas
lendas surgiram de forma espontânea, da imagi-
nação popular, quando os registros da linguagem
verbal eram muito diferentes da escrita de hoje. O
conhecimento era passado oralmente através de
gerações, por isso a matriz necessariamente da
mitologia. Se hoje não precisamos mais dos mitos
para responder às questões elucidadas pela pre-
cisão científica, eles ainda são fontes para pes-
quisas e para conhecer o percurso do pensamen-
to humano. Nesse sentido, narrativas mitológicas
são exemplos ricos de textos que podem ser es-
tudados e neles aplicadas metodologias científi-
cas diversas.
Disponível em: http://www.uniesp.edu.br. Acesso em: 3 fev. 2014.
Ao discutir aspectos das narrativas mitológicas
muito comuns nas sociedades da região da Me-
sopotâmia, na Antiguidade, o texto procura desta-
car que os mitos
A) eram transmitidos principalmente através de
registros escritos, o que facilitava sua preser-
vação, divulgação e seu consequente impacto
no imaginário popular.
B) impossibilitaram a construção de uma identi-
dade comunitária enraizada em um passado
histórico por conta do tipo de conhecimento
que promoviam.
C) possuem ampla relevância nos dias de hoje,
pois possibilitam o acesso a explicações pre-
cisas sobre importantes processos históricos
das antigas civilizações.
D) surgiram com o objetivo de estabelecer rela-
tos históricos sobre os acontecimentos mais
importantes que marcam a formação da iden-
tidade cultural dessas comunidades.
E) surgiram como tentativas de explicar elemen-
tos do passado dessas comunidades, bem
como fenômenos da natureza que ainda não
eram compreendidos cientificamente.
QUESTÃO 86
A origem do homem branco, segundo os índios Kayapó
Uma vez uma lagarta entrou na aldeia dos índios
Kayapó e fez amor com uma jovem. Bem cedo, a
lagarta saiu e foi dormir em cima da árvore. Os
pais da jovem descobriram e queimaram a árvore
onde estavam várias lagartas, porém os índios
puseram pouca lenha e algumas delas escapa-
ram por um rio. As lagartas fundaram uma aldeia
e se transformaram em homens brancos. A jo-
vem índia ficou grávida e deu à luz um menino.
Todas as tardes, o menino se transformava em
várias lagartas que dormiam ao lado da mãe. Os
pais da jovem queimaram as lagartas novamente,
porém ela acordou e salvou uma delas. A jovem e
seu filho foram embora da aldeia e juntaram-se à
aldeia dos homens brancos.
Livro de História, volume I: Parque Indígena do Xingu. Publicação do Instituto Socioambiental de março/1998,
resultado do Curso de Formação de Professores Indígenas do Parque Indígena do Xingu para o Magistério.
A narrativa Kayapó no texto evidencia qual aspec-
to fundamental do discurso mitológico?
A) A fundamentação racional, que distingue pro-
fundamente a narrativa mitológica e a filosófi-
ca.
B) A sacralidade das histórias, dado que estas
são passadas de geração a geração sem mu-
dar.
C) O caráter explicativo, pois busca dar sentido a
novos elementos no mundo daquele povo.
D) O ímpeto científico, em razão de tentarem
fundamentar-se em fenômenos da natureza.
E) O teor fantástico, visto que se utiliza apenas
de elementos de outro mundo na narrativa.
QUESTÃO 87
Art. 7° - São direitos dos trabalhadores urbanos e
rurais, além de outros que visem a melhoria de
sua condição social:
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependen-
tes, desde o nascimento até 5 (cinco) anos de
idade, em creches e pre-escolas; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 53, de 2006).
Disponível em: www.jusbrasil.com.br. Acesso em: 20 fev. 2013 (adaptado).
A inclusão do direito a creche e a pré-escola na
Constituição da República Federativa do Brasil
pode ser explicada pela
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41
A) redução da taxa de fecundidade no país.
B) precarização das redes de escolas públicas
brasileiras.
C) mobilização das mulheres inseridas no mer-
cado de trabalho.
D) atuação da iniciativa privada consoante às
demandas sociais da população.
E) constatação dos elevados índices de maus-
tratos sofridos pelas crianças no Brasil.
QUESTÃO 88
A atividade atualmente chamada de ciência tem
se mostrado fator Importante no desenvolvimento
da civilização liberal: serviu para eliminar crenças
e práticas supersticiosas, para afastar temores
brotados da ignorância e para fornecer base inte-
lectual de avaliação de costumes herdados e de
normas adicionais de conduta.
NAGEL, E. et al. Ciência: natureza e objetivo. São Paulo: Cultrix, 1975. (adaptado)
Quais características permitem conceber a ciên-
cia com os aspectos críticos mencionados?
A) Apresentar explicações em uma linguagem
determinada e isenta de erros.
B) Possuir proposições que são reconhecidas
como inquestionáveis e necessárias.
C) Ser fundamentada em um corpo de conheci-
mento autoevidente e verdadeiro.
D) Estabelecer rigorosa correspondência entre
princípios explicativos e fatos observados.
E) Constituir-se como saber organizado ao per-
mitir classificações deduzidas da realidade.
QUESTÃO 89
Quando refletimos sobre a questão da justiça,
algumas associações são feitas quase intuitiva-
mente, tais como a de equilíbrio entre as partes,
princípio de igualdade, distribuição equitativa,
mas logo as dificuldades se mostram. Isso porque
a nossa sociedade, sendo bastante diversificada,
apresenta uma heterogeneidade tanto em termos
das diversas culturas que coexistem em um mun-
do interligado como em relação aos modos de
vida e aos valores que surgem no interior de uma
mesma sociedade.
CHEDIAK, K. A pluralidade como ideia reguladora: a noção de justiça a partir da filosofia de Lyotard. Tranlorm/Ação, n.
1, 2001 (adaptado).
A relação entre justiça e pluralidade, apresentada
pela autora, esta indicada em:
A) A complexidade da sociedade limita o exercí-
cio da justiça e a impede de atuar a favor da
diversidade cultural.
B) A diversidade cultural e de valores torna a
justiça mais complexa e distante de um parâ-
metro geral orientador.
C) O papel da justiça refere-se à manutenção de
princípios fixos e incondicionais em função da
diversidade cultural e de valores.
D) O pressuposto da justiça é fomentar o critério
de igualdade a fim de que esse valor torne-se
absoluto em todas as sociedades.
E) O aspecto fundamental da justiça é o exercí-
cio de dominação e controle, evitando a de-
sintegração de uma sociedade diversificada.
QUESTÃO 90
Uma fábrica na qual os operários fossem, efetiva
e integralmente, simples peças de maquinas exe-
cutando cegamente as ordens da direção pararia
em quinze minutos. O capitalismo só pode funcio-
nar com a contribuição constante da atividade
propriamente humana de seus subjugados que,
ao mesmo tempo, tenta reduzir e desumanizar o
mais possível.
CASTORIADIS, C. A instituição imaginária da sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
O texto destaca, além da dinâmica material do
capitalismo, a importância da dimensão simbólica
da sociedade, que consiste em
A) elaborar significações e valores no mundo
para dota-lo de um sentido que transcende a
concretude da vida.
B) estabelecer relações lúdicas entre a vida e a
realidade sem a pretensão de transformar o
mundo dos homens.
C) atuar sobre a vivência real e modifica-la para
estabelecer relações interpessoais baseadas
no interesse mútuo.
D) criar discursos destinados a exercer o con-
vencimento sobre audiências, independente-
mente das posições defendidas.
E) defender a caridade como realização pessoal,
por meio de praticas assistenciais, na defesa
dos menos favorecidos.
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Folha de Redação – Rascunho
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