proliferaÇÃo nuclear norte coreana e risco...

22
PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO POLÍTICO PROF. OSWALDO DEHON R. REIS IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Upload: lynhu

Post on 22-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO …soma.com.br/sia/arquivos/2017/soma/coreia_do_norte_-_nuclear... · OSWALDO DEHON R. REIS IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS . Programa

PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO POLÍTICO

PROF. OSWALDO DEHON R. REIS

IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Page 2: PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO …soma.com.br/sia/arquivos/2017/soma/coreia_do_norte_-_nuclear... · OSWALDO DEHON R. REIS IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS . Programa

Programa Nuclear Norte Coreano

• Início dos anos 50: cooperação com USSR

• 1956: treinamento de técnicos na URSS

• 1959: cooperação para criação do Centro de Pesquisas Nucleares de Yongbyon, que recebeu um reator de pesquisa IRT-2000 soviético

• Final dos anos 60: programa passa a ser civil-militar

• Anos 70: aquisição da tecnologia para reprocessar plutônio

• 1977: assinatura de acordo trilateral com AIEA, Coreia do Norte e USSR para salvaguardas em relação à Yongbyon.

Page 3: PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO …soma.com.br/sia/arquivos/2017/soma/coreia_do_norte_-_nuclear... · OSWALDO DEHON R. REIS IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS . Programa

Programa nuclear Norte Coreano

• Anos 80: período de significativa expansão: construção de plantas de mineração de urânio, complexo para produção de combustível nuclear e reator de 5 MW, bem como instituições de pesquisa e desenvolvimento. Início de experimentos e testes para construção de disparadores para armas nucleares.

• Meados dos anos 80: construção de um reator de 50 MW em Yongbyon. Expansão de plantas para produção de combustível nuclear.

Page 4: PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO …soma.com.br/sia/arquivos/2017/soma/coreia_do_norte_-_nuclear... · OSWALDO DEHON R. REIS IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS . Programa

• Desenvolvimento de tecnologia do reator de água-leve. Expansão do programa coreano de um reator, moderado com gás/grafite, similar aos britânicos dos anos 50.

• 1985: Pyongyang concorda com a assinatura do Tratado de não-proliferação nuclear (TNP), em troca de apoio soviético para construção de quatro reatores de água-leve.

• 1991: frente a remoção de armas nucleares americanas da Coreia do Sul, Seul e Pyongyang assinam a Declaração Conjunta de desnuclearização da Península Coreana (colapso na implementação).

Page 5: PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO …soma.com.br/sia/arquivos/2017/soma/coreia_do_norte_-_nuclear... · OSWALDO DEHON R. REIS IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS . Programa

• 1992: Assinatura e ratificação (Assembleia Suprema do Povo) do TNP com a AIEA. Início das 6 rodadas de inspeção, entre 1992-1993. AIEA indica reprocessamento de plutônio em 3 ocasiões. Ao demandar acesso a instalações de lixo atômico, CN nega acesso. AIEA pede apoio ao CS-ONU.

• 1993: CN anuncia a intenção de se retirar do TNP (90 dias). Pressão dos EUA impedem a saída, e com a ação intensa da CN após remoção de pastilhas de uranio. Clinton busca impor sanções econômicas.

Page 6: PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO …soma.com.br/sia/arquivos/2017/soma/coreia_do_norte_-_nuclear... · OSWALDO DEHON R. REIS IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS . Programa

• 1994: viagem de Carter a Pyongyang – Kim Il Sung – acordo para congelar o trabalho com o reator de gás-grafite. CN ficaria no TNP, em troca EUA construiriam dois reatores de água leve.

• 2001-2003: colapso no acordo. Atrasos na construção das plantas e impedimento de investigar processos e atividades nucleares passados.

• 2002: Cia informa descobertas de transferências de Urânio enriquecido do Paquistão para a Coreia e a existência de um programa secreto de enriquecimento. Venda de tecnologia para enriquecimento para CN, Líbia e Irã – Dr. Khan. CN não reconhece programa. EUA deixam de mandar petróleo e CN suspende congelamento das plantas, expulsa inspetores da AIEA e anuncia saída do TNP em Jan/2003.

Page 7: PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO …soma.com.br/sia/arquivos/2017/soma/coreia_do_norte_-_nuclear... · OSWALDO DEHON R. REIS IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS . Programa

• 2003 – 2006: novas crises: Inteligência EUA detecta atividades laboratório de Yongbyon – plutônio.

• 2003: Porta voz da CN anuncia que o pais já possuía plutônio para 6 artefatos nucleares.

• 2003: início do diálogo em Pequim. Inicialmente trilateral (China, CN e EUA), depois 6 partes (CS, Rússia e Japão).

• 2005: Declaração de Princípios para abandonar o programa e retornar ao TNP. CN demanda a transferência do reator de agua leve. Sem levantar as sanções a CN se nega a cumprir acordo, frente ao congelamento de recursos da CN vindas de instituições financeiras americanas em Macau (transferências ilícitas).

Page 8: PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO …soma.com.br/sia/arquivos/2017/soma/coreia_do_norte_-_nuclear... · OSWALDO DEHON R. REIS IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS . Programa

• 2006-2011: teste nucleares e negociações.

• 2006: primeiro teste nuclear com menos de 1 kiloton.

• 2006: Resolução 1718 (CS): sanções contra CN.

• 2007: 6 partes concordam com as Ações iniciais da Declaração Conjunta, que incluem assistência das demais partes com um plano de auxílio para a área de energia, em troca do abandono das armas e programas existentes. EUA concordam em levantar sanções sobre US 25 mi congelados em Macau. Banco Russo aceita transferir recursos congelados.

• 2007: CN sela suas plantas em Pyongbyon com supervisão da AIEA.

• 2008: Bush notifica Congresso dos EUA que retira a CN da lista de estados patrocinadores do terrorismo internacional e levanta algumas sanções. CN retira a torre de resfriamento de Yongbyon.

Page 9: PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO …soma.com.br/sia/arquivos/2017/soma/coreia_do_norte_-_nuclear... · OSWALDO DEHON R. REIS IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS . Programa

• 2008: Demora em retirar nome da lista faz CN anunciar retomada programa. Em Out/2008 EUA finalmente retiram a CN, e fazem o pais permitir acesso a inspetores e desabilitar o programa. Novo protocolo para desabilitar traz paralisia.

• 2009: Retorno ao reprocessamento de plutônio e realização do segundo teste nuclear. 4,7 escala Richter, com algo como 4 kilotons.

• CS lança a Res. 1874, após CN anunciar enriquecimento de urânio, saída das negociações das 6 partes e que não seria limitada por acordos anteriores.

• 2010: CN torpedeia navio CS com 46 marinheiros • 2011: CN anuncia que voltaria ao Diálogo com as 6 partes, sem

precondições e concordaria em discutir o programa de enriquecimento de urânio.

Page 10: PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO …soma.com.br/sia/arquivos/2017/soma/coreia_do_norte_-_nuclear... · OSWALDO DEHON R. REIS IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS . Programa

• 2010: construção de um LWR (25-30 MW) e término de uma instalação para enriquecimento de urânio com 2000 centrífugas P2, em seis cascatas.

• 2011 (Dez): morte de Kim Jong II.

• 2012: CN anuncia moratória completa do programa em troca de ajuda com alimentos, porém EUA recuam após o lançamento de um satélite em Abril. Foguete não seria diferente materialmente de um míssil balístico. Satélite chega à orbita.

• 2013: Terceiro teste nuclear. 5,1 Richter. CN anuncia que finalmente testou uma bomba miniaturizada.

• 2013: retorno das atividades do reator de gas-grafite e planta de enriquecimento em Yongbyon.

• 2015: Kim Jong Un anuncia capacidades termonucleares.

Page 11: PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO …soma.com.br/sia/arquivos/2017/soma/coreia_do_norte_-_nuclear... · OSWALDO DEHON R. REIS IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS . Programa

• 2016: anúncio de teste de dispositivo termonuclear. 5,1Richter, porém comunidade acredita em teste similar a 2013 (fissão).

• 2016: novas sanções impostas pela ONU.

• 2016: anúncio de restabelecimento de reprocessamento de plutônio para programa de armas.

• 2016 (março): CN libera foto do líder examinando dispositivo nuclear miniaturizado.

• 2016 (Set): 5º. Teste nuclear – 5,3 Richter. Anúncio que a CN dispõe de tecnologia de ogiva pequena o suficiente para colocação em mísseis.

• 2016: condenação pública - EUA e China .

Page 12: PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO …soma.com.br/sia/arquivos/2017/soma/coreia_do_norte_-_nuclear... · OSWALDO DEHON R. REIS IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS . Programa

2017: lançamento de míssil balístico intercontinental Hwasong-14

Page 13: PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO …soma.com.br/sia/arquivos/2017/soma/coreia_do_norte_-_nuclear... · OSWALDO DEHON R. REIS IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS . Programa

• Arsenal convencional – Coreia do Norte

• 70 submarinos

• 4,1 mil tanques

• 620 aviões de combate

• 300 helicópteros

• 336 navios guerra

Page 14: PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO …soma.com.br/sia/arquivos/2017/soma/coreia_do_norte_-_nuclear... · OSWALDO DEHON R. REIS IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS . Programa

Exportações – Coreia do Norte

Page 15: PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO …soma.com.br/sia/arquivos/2017/soma/coreia_do_norte_-_nuclear... · OSWALDO DEHON R. REIS IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS . Programa
Page 16: PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO …soma.com.br/sia/arquivos/2017/soma/coreia_do_norte_-_nuclear... · OSWALDO DEHON R. REIS IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS . Programa
Page 17: PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO …soma.com.br/sia/arquivos/2017/soma/coreia_do_norte_-_nuclear... · OSWALDO DEHON R. REIS IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS . Programa
Page 18: PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO …soma.com.br/sia/arquivos/2017/soma/coreia_do_norte_-_nuclear... · OSWALDO DEHON R. REIS IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS . Programa
Page 19: PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO …soma.com.br/sia/arquivos/2017/soma/coreia_do_norte_-_nuclear... · OSWALDO DEHON R. REIS IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS . Programa

PLANTAS NUCLEARES – COREIA DO NORTE

Page 20: PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO …soma.com.br/sia/arquivos/2017/soma/coreia_do_norte_-_nuclear... · OSWALDO DEHON R. REIS IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS . Programa

ALTERNATIVAS PARA A CRISE

• Tradicionais containment e detterence

• Deslocamento de sistema antimísseis (Thaad, etc) para a Península

• Programa de armas para a Coreia do Sul

• Guerra preventiva (EUA – Coreia do Sul) contra Coreia do Norte

• To do nothing, apenas novas sanções econômicas e guerra cibernética

Page 21: PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO …soma.com.br/sia/arquivos/2017/soma/coreia_do_norte_-_nuclear... · OSWALDO DEHON R. REIS IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS . Programa

FONTES PARA PESQUISA

• https://www.armscontrol.org/factsheets/dprkchron (Arms Control)

• https://www.38north.org/2016/04/yongbyon041516/ (Johns Hopkins)

• http://www.nti.org/learn/countries/north-korea/ (Nuclear Threat Initiative – Sam Nunn e Ted Turner)

• https://www.csis.org/analysis/web-book-military-balance-koreas-and-northeast-asia (Center for Strategic and International Studies).

Page 22: PROLIFERAÇÃO NUCLEAR NORTE COREANA E RISCO …soma.com.br/sia/arquivos/2017/soma/coreia_do_norte_-_nuclear... · OSWALDO DEHON R. REIS IBMEC – RELAÇÕES INTERNACIONAIS . Programa

OBRIGADO!

Prof. Oswaldo Dehon R. Reis

Curso de Relações Internacionais

IBMEC

[email protected]

Instagram: @dehonreis