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Segurança Alimentar e Nutricional Hoje no Brasil
Silvia do Amaral Rigon Dnut/UFPR - CONSEA
II SEMINÁRIO DA REGIÃO SUL DO PROGRAMA DE ANÁLISE DE RESÍDUOS DE AGROTÓXICOS EM
ALIMENTOS – PARA 2013
Alimento de qualidade e em quantidade suficiente:
Nutrição = Saúde = Qualidade de Vida!
INSEGURANÇA ALIMENTAR NO MUNDO
• Uma (1) em cada oito (8) pessoas no mundo vive
atualmente em situação de fome e insegurança alimentar e nutricional
• Em função de crise mundial de alimentos em 2009 o número de pessoas com fome no mundo chegou a um bilhão de pessoas
• O mundo tem um número crescente de obesos, na casa de 400 milhões atualmente e dentre estes 2/3 vive em países de média ou baixa renda
FAO, 2012
“Uma razão que explica o desastre humano que é a fome é de ordem política. A política tem a ver com a organização da sociedade, com o exercício do poder e com o bem comum. Já há séculos, no Ocidente, e hoje de forma globalizada, o poder político é refém do poder econômico, articulado na forma capitalista de produção.”
(BOFF, 2006,p.27)
Transformações dos Regimes Alimentares
Regime Alimentar: Liberal Produtivista • Globalização financeira • Capitais do sistema agroalimentar livres da regulação dos
Estados-nacionais • Maior integração vertical da produção • Intensificação do uso de tecnologias • Nicho de mercado x produção em massa: alimento como
mercadoria • Indivíduos/grupos encontram muitas dificuldades para realizar
uma alimentação adequada e saudável: problemas de saúde (dupla carga)
FRIEDMANN, 1989
Revolução Verde
• A mudança da base técnica da agricultura • Emergência do complexo agroindustrial • Transição de uma agricultura que dependia
da natureza para uma agricultura baseada no consumo intensivo dos bens e insumos industriais (DELGADOin SOTO, 2002, p.50).
Revolução Verde
• Busca do aumento da produtividade mediante o uso de sementes híbridas, adubos químicos, agrotóxicos, mecanização
• Criação animal sob o enfoque industrial
Repercussões negativas: degradação ambiental, êxodo rural, contaminação da água e dos alimentos por agrotóxicos e resíduos de drogas veterinárias; alteração da qualidade biológica dos alimentos. (SCHAPPF e AUBERT,1976, LAMARCHE, 1996; KATHOUNIAN, 2001; GUIDUCCI, 2008)
AGRONEGÓCIO
Fonte de foto: Banco de Imagens
CAUSAS DA INSEGURANÇA ALIMENTAR NO MUNDO
• Globalização da economia: concentração da riqueza e expansão da pobreza
• Comércio internacional x auto-suficiência alimentar/soberania alimentar
• Fronteiras agrícolas no limite: ocupação de terras para plantio de grãos destinados à alimentação animal
GREEN,2009
CAUSAS DA INSEGURANÇA ALIMENTAR NO MUNDO
• Mudanças climáticas/Insegurança hídrica • Patenteamento das sementes pelas
transnacionais/ Introdução do gene “terminator”
• Desenvolvimento e disseminação dos organismos geneticamente modificados (OGMs > alimentos transgênicos)
• Redução da biodiversidade alimentar GREEN,2009
CAUSAS DA INSEGURANÇA ALIMENTAR NO MUNDO
• Contaminação dos alimentos e do meio ambiente/ modificação da qualidade biológica
• Fortalecimento da indústria de alimentos • Aumento do consumo de alimentos industrializados
de baixa qualidade nutricional e com excesso de sódio, açúcar e gorduras
• Mudanças nas práticas alimentares e no modo de vida no campo e na cidade.
GREEN, 2009
Insegurança Alimentar e Nutricional no Brasil
As causas da Insegurança Alimentar e Nutricional no Brasil
Dificuldade de acesso ao alimento: . Concentração de renda por oligarquias . Falta de acesso aos bens de produção (forte concentração fundiária) . Insuficiente poder aquisitivo (renda) . Desigualdade social MENEZES, 1998
As causas da Insegurança Alimentar e Nutricional no Brasil
• Falta de acesso aos serviços públicos • Ameaça às tradições alimentares • Sistema agroalimentar estruturado segundo a
lógica da mercadorização do alimento • Ameaça à soberania alimentar MENEZES, 1998
Participação social, atuação governamental e a construção da Segurança Alimentar e Nutricional
Avanços no Brasil
Fonte: FESAN-PA
MARCOS HISTÓRICOS DO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA SAN
• 1993 - Ação da Cidadania contra a Fome, a Pobreza e pela Vida
• 1993 - Criação do Conselho Nacional de SAN – CONSEA
• 1994 - I Conferência Nacional de SAN
• 1995 - Extinção do CONSEA
• 1996 - Cúpula Mundial da Alimentação – FAO
• 2003 - Estratégia FOME ZERO
• 2003 - Reimplantação do CONSEA
• 2004 - Criação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
CONSEA, 2012
• 2004 - II Conferência Nacional de SAN • 2006 - Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional LOSAN,
Lei 11.346/2006 • 2007 - Criação da Câmara Interministerial de SAN – CAISAN,
Decreto n° 6.273/2007 • 2007 - III Conferência Nacional de SAN
• 2010 - Inclusão do direito humano à alimentação na constituição EC
nº 64 • 2010 - Publicação da Política Nacional de SAN, Decreto 7.272/2010 • 2011 - Publicação do I Plano Nacional de SAN • 2011 - IV Conferência Nacional de SAN CONSEA, 2012
MARCOS HISTÓRICOS DO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA SAN
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL (SAN)
É a realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam social, econômica e ambientalmente sustentáveis.
Lei Federal 11.346
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
• Garantia do direito à alimentação
.... de qualidade,
... em quantidade suficiente,
.... de modo permanente,
.... para todos.
Conceito de Alimentação Saudável (III CNSAN)
• A alimentação adequada e saudável é a realização de um direito humano básico, com a garantia ao acesso permanente e regular, de forma socialmente justa, a uma prática alimentar adequada aos aspectos biológicos e sociais dos indivíduos, de acordo com o ciclo de vida e as necessidades alimentares especiais, pautada no referencial tradicional local.
• Deve atender aos princípios da variedade, equilíbrio, moderação, prazer (sabor), as dimensões de gênero e etnia, e as formas de produção ambientalmente sustentáveis, livre de contaminantes físicos, químicos, biológicos e de organismos geneticamente modificado.
2006: Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006 - LOSAN Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional: SISAN
2007: DECRETO 6.273, de 23 de novembro de 2007 Cria, no âmbito do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - SISAN, a CAISAN e o CONSEA
MARCO LEGAL DO SISTEMA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
MARCO LEGAL DO SISAN
2010:
EC 64 de 5 de fevereiro : introduz o Direito Humano à
Alimentação na Constituição Federal Decreto 7.272 - regulamenta a LOSAN: - SISAN – avança no financiamento e nas relações
intersetorial e interfederativa - Institui a Política de SAN - Estabelece prazo para os planos de SAN
INTEGRANTES DO SISAN
SISAN
Conferências de SAN
CONSEAs
Órgãos e entidades de
SAN que atuam em todas as esferas da Federação
Instituições com ou sem
fins lucrativos
Câmaras Inter-
setoriais de SAN
Consea Nacional
Consea Estadual
Consea Municipal*
CAISAN
“CAISAN” Estadual
“CAISAN” municipal
Órgão responsável pela Secretaria da CAISAN
(Sesan/MDS)
Setores e sistemas de políticas públicas participantes - Sisan
Órgão responsável pela coordenação da gestão
estadual do Sisan
Setores e sistemas de políticas públicas participantes Sisan -
estadual
Órgão responsável pela coordenação da gestão
municipal do Sisan
Setores e sistemas de políticas públicas
participantes Sisan - municipal
Gestão Normativa e Administrativa
Gestão Política
Fonte: Carvalho, MFCC/2008, adaptado
FLU
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S D
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S
Fórum Tripartite
Fórum Bipartite
Política de Segurança Alimentar e Nutricional
•Intersetorialidade
• Ações conjuntas entre Estado e Sociedade
•Eqüidade, superando as desigualdades econômicas, sociais, de gênero e étnicas
• Articulação entre orçamento e gestão
• Abrangência e articulação entre ações estruturantes e medidas emergenciais
CONSEA, 2004
Política de Segurança Alimentar e Nutricional
• Nível Federal
• Nível Estadual
• Nível Municipal
DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE SAN
• I - promoção do acesso universal à alimentação saudável e adequada, mediante o enfrentamento das desigualdades, com prioridade para as famílias em situação de insegurança alimentar e nutricional;
• II - promoção do abastecimento e estruturação de sistemas justos, de base agroecológica e sustentáveis de produção, extração, processamento e distribuição de alimentos;
• III - instituição de processos permanentes de produção de conhecimento, educação e formação em soberania e segurança alimentar e nutricional e direito humano à alimentação adequada;
• IV - promoção, ênfase e coordenação das ações de segurança alimentar e nutricional voltadas para povos e comunidades tradicionais;
• V - fortalecimento das ações de alimentação e nutrição em todos os níveis da atenção à saúde, de modo articulado às demais políticas de segurança alimentar e nutricional;
• VI - apoio a iniciativas de promoção da soberania e segurança alimentar e nutricional em âmbito internacional;
• VII - promoção do acesso universal à água de qualidade e em quantidade suficiente para atender às necessidades das populações urbanas e rurais, com prioridades para as famílias em situação de insegurança hídrica, e promoção do acesso à água para a produção de alimentos da agricultura familiar, povos indígenas e outros povos e comunidades tradicionais.
DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE SAN
Produção e Abastecimento
Créditos institucionais: ABRANDH
CONAB CONSEA
IPEA MDS IBGE
PRODUÇÃO E DISPONIBILIDADE
DE ALIMENTOS INDICADORES 1.1. Produção de alimentos 2.1. Disponibilidade interna dos alimentos para consumo humano 2.2. Volume comercializado de frutas e hortaliças
POLÍTICAS
• PRONAF • PAA • PGPM • Reforma Agrária • Regularização Fundiária de Terras
Indígenas • Regularização das Terras Quilombolas • Política de Pesca e Aquicultura • PROHORT
• Agricultura familiar é a grande
responsável pela produção de alimentos voltada para o consumo interno
• Aumento do volume comercializado de frutas e hortaliças – mas consumo precisa triplicar
• Alta concentração geográfica
PRODUÇÃO E DISPONIBILIDADE
DE ALIMENTOS
PRODUÇÃO E DISPONIBILIDADE
DE ALIMENTOS
• Elevação da demanda por alimentos no país
• Há um aumento da produção de alimentos para exportação
• A área plantada dos grandes monocultivos aumentou mais do que as culturas de menor porte Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal/IBGE (SIDRA)
PRODUÇÃO E DISPONIBILIDADE
DE ALIMENTOS
• Os estoques públicos vem apresentando reduções – no limiar ou abaixo dos estoques de segurança
• Queda no consumo per capita de feijão de 27 para 18 kg/hab/ano
Arroz Evolução dos Estoques de Segurança e Públicos
Em mil toneladas
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
jan/87
out/8
7jul
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0jul
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out/9
6jul
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t/99
jul/00
abr/0
1jan
/02ou
t/02
jul/03
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4jan
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t/05
jul/06
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7jan
/08ou
t/08
jul/09
abr/1
0
Estoque de Segurança Estoques Públicos
FeijãoEvolução dos Estoques de Segurança e Públicos
Em mil toneladas
0
50
100
150
200
250
300
jan/87 fev/88 mar/8 abr/9 mai/9 jun/92 jul/93 ago/9 set/9 out/9 nov/9 dez/9 jan/00 fev/01 mar/0 abr/0 mai/0 jun/05 jul/06 ago/0 set/0 out/0
Estoque de Segurança Estoques Públicos
Estoques de Segurança Arroz Feijão
PRODUÇÃO E DISPONIBILIDADE
DE ALIMENTOS
• Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo • Existem 107 empresas com permissão para usar insumos banidos em
outros países • O país é o segundo maior plantador de OGMs • Aumento do registro de intoxicações
Produção e Abastecimento
Créditos institucionais: ABRANDH
CONAB CONSEA
IPEA MDS IBGE
Renda e gasto com alimentação
Créditos institucionais: CONSEA
IBGE Min. Planejamento
Sec. Executiva Consea
RENDA E DESPESA DAS FAMÍLIAS
COM ALIMENTAÇÃO
• Entre 1995 e 2008 – 12,8 milhões de pessoas deixaram de ser pobres e 13,1 milhões deixaram de ser extremamente pobres
• Entre 2004 e 2008 – houve redução da desigualdade de renda entre os mais ricos e os mais pobres (índice de Gini caiu de 0,56 para 0,53)
Taxas de pobreza absoluta e extrema nas Grandes Regiões em 1995 e 2008 (em %)
Fonte: IBGE - Pnad (Elaboração Ipea)
Cestas Básicas Adquiridas com 1 salário mínimo
1,021,14 1,23 1,22 1,25 1,28 1,37 1,42 1,38 1,47
1,6
1,91 1,931,74
2,012,23
0
0,5
1
1,5
2
2,5
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 jan/10
ano
nº d
e ce
stas
bás
icas
• Aumento real do rendimento
médio per capita de 22% entre 2004 e 2008
• Entre 2002 e 2010 – o salário mínimo teve um aumento real de 53,67%
• Entre 1995 e 2010 - o salário mínimo duplicou seu poder de compra de cestas básicas
050
100150200250300350400450500550
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
R$
Evolução do Salário Mínimo Real – 1988 a 2010
RENDA E DESPESA DAS FAMÍLIAS
COM ALIMENTAÇÃO
• Ainda é grande a
concentração de renda:
• O rendimento das famílias negras é metade das brancas
Rendimento real médio mensal domiciliar per capita dos domicílios particulares permanentes, por cor/raça das pessoas de referência, Brasil - 2004-2008
768
828
891913
951
369393
432 444481
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
2004 2005 2006 2007 2008
Branca Preta ou Parda
Rendimento real médio mensal per capita dos domicílios, por cor/raça das pessoas de referência, Brasil – 2004-2008
• O rendimento das famílias
negras é metade das brancas:
RENDA E DESPESA DAS FAMÍLIAS
COM ALIMENTAÇÃO
Créditos institucionais: CONSEA/Abrasco
FNDE IBGE MDS
Ministério da Saúde OPAS
Unicamp
ACESSO À ALIMENTAÇÃO
ADEQUADA INDICADORES
4.1. % de macronutrientes no total de calorias na alimentação domiciliar 4.2. Disponibilidade domiciliar de alimentos 4.3. Medida Domiciliar de Segurança Alimentar
POLÍTICAS • PNAE • PAT • Rede de Equipamentos Públicos de
Alimentação e Nutrição • Distribuição de Alimentos a Públicos
Específicos • Carteira Indígena • Programas de Acesso à Água para
Consumo Humano e Produção de Alimentos no Semiárido Nordestino
ACESSO À ALIMENTAÇÃO
ADEQUADA
• Entre 2004 e 2006 – redução da insegurança alimentar grave e moderada em 27% das famílias – maior redução na área rural
Participação relativa de alimentos e grupos de alimentos no total de calorias da aquisição alimentar domiciliar em Regiões Metropolitanas
Fontes: Pesquisas de Orçamentos Familiares (POF)
ACESSO À ALIMENTAÇÃO
ADEQUADA
Créditos institucionais: CONSEA/Abrasco
FNDE IBGE MDS
Ministério da Saúde OPAS
Unicamp
Saúde Créditos institucionais:
ABRANDH ANVISA
CONSEA CGPAN – Min. Saúde
FUNASA NUPENS/USP
OPAS
SAÚDE E ACESSO AOS SERVIÇOS
DE SAÚDE INDICADORES 5.1. Índices Antropométricos para todas as etapas do curso da vida
5.2. Baixo peso ao nascer 5.3. Prevalência do Aleitamento Materno 5.4. Acesso ao Pré-Natal 5.5. Taxa de mortalidade infantil 5.6. Prevalência da anemia ferropriva 5.7. Prevalência da hipovitaminose A 5.8. Monitoramento do teor do iodo no sal 5.9. Alimento Seguro 5.10. Saneamento Básico
POLÍTICAS 1. Política Nacional de Atenção Básica 2. Política Nacional de Alimentação e Nutrição 3. Suplementação da Vitamina A 4. Suplementação de Ferro 5. Promoção da alimentação saudável 6. Imunização e outras
SAÚDE E ACESSO AOS SERVIÇOS
DE SAÚDE
• Redução expressiva da desnutrição infantil, mas persistem desigualdades
• Causas da queda: escolaridade materna, acesso aos serviços de saúde,
saneamento básico e aumento da renda
• Rápido aumento do excesso de peso e da obesidade entre 1989 e 2009
SAÚDE E ACESSO AOS SERVIÇOS
DE SAÚDE
• Alimento inseguro – contaminação
dos alimentos por agrotóxicos • Anemia ferropriva em 21% das
crianças e 30% mulheres. Nas crianças indígenas é de 51%
• Saneamento básico – pior situação
no Norte e Nordeste • Redução do baixo peso ao nascer.
Há maiores percentuais em negros e indígenas
SAÚDE E ACESSO AOS SERVIÇOS
DE SAÚDE
Créditos institucionais: CONSEA/Abrasco
FNDE IBGE MDS
Ministério da Saúde OPAS
Unicamp
Saúde Créditos institucionais:
ABRANDH ANVISA
CONSEA CGPAN – Min. Saúde
FUNASA NUPENS/USP
OPAS
Educação Créditos institucionais:
ABRANDH CONSEA
IBGE
EDUCAÇÃO
INDICADORES
6.1. Anos de Estudo 6.2. Analfabetismo 6.3. Frequência à Escola
POLÍTICAS
• Política de Educação Básica • Combate ao Analfabetismo • Bolsa Família/Condicionalidade de
Educação
EDUCAÇÃO
Média de anos de estudo da população de 15 anos ou mais de idade, por Raça/Cor
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1992
1993
1995
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2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Ano
s de
est
udo
BrancaNegra
• Aumento da média de anos de
estudo - em 1992 era de 5,2 e em 2008 de 7,4
• Aumento da frequência escolar entre 1995 e 2008
• Os negros tem 1,9 anos a menos de estudo que os brancos e o analfabetismo nos negros (13,6%) é o dobro dos brancos (6,2%)
• Pior situação no Norte e Nordeste
Créditos institucionais:
ABRANDH CONSEA
SOF – Min. Planej.
POLÍTICAS PÚBLICAS, DIREITOS HUMANOS E ORÇAMENTO PÚBLICO
POLÍTICAS PÚBLICAS, DIREITOS HUMANOS E ORÇAMENTO PÚBLICO
• De modo geral, muitas das políticas
públicas parecem ser adequadas, com bons desenhos e com impactos positivos
• De outro lado, também verificamos que algumas políticas merecem ser avaliadas e aprimoradas para potencializar seus objetivos
• O orçamento de SAN dobrou entre 2004 e 2010, mas algumas ações precisam de aporte financeiro
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 (até04/11)ano
R$ m
ilhõe
s
Evolução do Orçamento da SAN
Fonte: Siafi - SOF / Ministério do Planejamento Elaboração: Consea
Macrodesafios da IV Conferência Nacional
de Segurança Alimentar e Nutricional (IV CNSAN)
2011
1. Soberania e segurança alimentar e nutricional como eixo da estratégia de desenvolvimento
2. Direito Humano à Alimentação Adequada e Saudável e a Atenção Integral em Saúde e
Nutrição em todo o curso da vida 3. Etnodesenvolvimento nas políticas públicas
universais e específicas
Macrodesafios da IV Conferência Nacional de SAN
4. Novas bases para um modelo de produção, comercialização e consumo no Brasil, segundo
os princípios de soberania alimentar, sustentabilidade, justiça social e climática, equidade de gênero, geração, raça e etnia,
participação social e economia solidária.
5. Papel regulador do Estado na proteção e promoção do Direito Humano à Alimentação
Adequada e da soberania alimentar
Macrodesafios da IV Conferência Nacional de SAN
7. Instituição e implementação da Política Nacional de Abastecimento Alimentar (PNAA),
com base na proposta em construção pela Câmara Interministerial de SAN (CAISAN)
8. Direito Humano à Alimentação Adequada
como uma das diretrizes da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano
Macrodesafios da IV Conferência Nacional de SAN
9. Incorporar a dimensão ético-social e os princípios da justiça social e climática no
enfrentamento da crise climática 10. Defesa do Direito Humano à Alimentação
Adequada e Saudável e da Soberania Alimentar nas relações internacionais
Macrodesafios da IV Conferência Nacional de SAN
Desafios do Plano Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional 2012-2015
1.Consolidação da intersetorialidade e da participação social na implementação da
Política e do Sistema Nacional de SAN para a realização do direito humano à alimentação
em todo o território nacional 2. Erradicação da extrema pobreza e da insegurança alimentar moderada e grave
3. Reversão das tendências de aumento das taxas de excesso de peso e obesidade
Desafios do PLANSAN 2012-2015
5. Ampliação da atuação do Estado na promoção da produção familiar agroecológica e
sustentável de alimentos e de valorização e proteção da agrobiodiversidade
6. Consolidação das políticas de reforma agrária, acesso à terra e o processo de
reconhecimento, demarcação, regularização e desintrusão de terras/territórios indígenas e
quilombolas e de demais povos e comunidades tradicionais
Desafios do PLANSAN 2012-2015
7. Instituição e implementação da Política Nacional de Abastecimento Alimentar de modo a promover o
acesso regular e permanente da população brasileira a uma alimentação adequada e saudável
8. Ampliação do mercado institucional de alimentos
para a agricultura familiar, povos indígenas e povos e comunidades tradicionais e titulares de direito dos programas de transferência de renda com
vistas ao fomento de circuitos locais e regionais de produção, abastecimento e consumo.
Desafios do PLANSAN 2012-2015
9.Enfrentamento das desigualdades socioeconômicas, étnico-raciais e de gênero,
das condições de saúde, alimentação e nutrição e de acesso às políticas públicas de
SAN. 10.Fortalecimento das relações internacionais
brasileiras, na defesa dos princípios do DHAA e da Soberania Alimentar
Desafios do PLANSAN 2012-2015
• Diretriz 2: Promoção do Abastecimento e Estruturação de Sistemas Descentralizados, de Base Agroecológica e Sustentáveis de Produção, Extração, Processamento e Distribuição de Alimentos
• Objetivo 11: Aperfeiçoar os mecanismos de gestão, controle e educação voltados para o uso de agrotóxicos, organismos geneticamente modificados e demais insumos agrícolas.
Metas do PLANSAN relacionadas a agrotóxicos para 2012/2015
• Elaborar e implementar plano de ação para gestão de estoques e resíduos de agrotóxicos considerados poluentes orgânicos persistentes (MMA).
• Garantir que a avaliação do risco ambiental esteja implementada para todos os ingredientes ativos novos que venham a ser registrados como agrotóxicos (Ibama).
Metas do PLANSAN relacionadas a agrotóxicos para 2012/2015
• Aumentar em 25% o número de culturas agrícolas a serem analisadas quanto aos níveis de resíduos de agrotóxicos no âmbito do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos (Para)(Anvisa).
• Disponibilizar à sociedade notas técnicas de 8 ingredientes ativos de agrotóxicos submetidos à reavaliação devido ao elevado perigo que representam para a saúde dos trabalhadores (Anvisa).
Metas do PLANSAN relacionadas a agrotóxicos para 2012/2015
• Fortalecer e ampliar o Grupo de Educação e Saúde sobre Agrotóxicos (Gesa) (Anvisa).
• Reproduzir e redistribuir, com auxílio de multiplicadores, 20.000 vídeos e 20.000 cartilhas sobre o uso de agrotóxicos.
• Criar um grupo intersetorial para a definição de estratégias de controle e uso dos agrotóxicos (Anvisa).
Metas do PLANSAN relacionadas a agrotóxicos para 2012/2015
• Ampliar a capacidade de avaliação e registro de agrotóxicos genéricos com a qualificação de mão de obra e sistemas eletrônicos (Mapa).
• Construir um índice de risco dos insumos agrícolas (Mapa).
• Aumentar o número de fiscalização de atividades com Organismos Geneticamente Modificados de 1.236 para 1.484 (Mapa).
Metas do PLANSAN relacionadas a agrotóxicos para 2012/2015
• Aprovar o Plano de Ações Estratégicas de Conservação e Uso Sustentável de Recursos Genéticos para a Agricultura e Alimentação (RGAA).
• Desenvolver e implementar campanha de sensibilização da sociedade para o valor e importância estratégica dos Recursos Genéticos para a Alimentação e Nutrição (RGAA) para o desenvolvimento nacional (Mapa).
Metas do PLANSAN relacionadas a agrotóxicos para 2012/2015
• Estabelecer 100 especificações de referência de produtos fitossanitários com uso aprovado para a agricultura orgânica, as quais representam do fomento ao registro, produção, comercialização e uso de produtos de menor impacto à saúde de trabalhadores e consumidores e ao meio ambiente (Mapa).
• Atualizar instrumentos de gestão e publicar relatórios para a melhoria da qualidade ambiental como o Perfil Nacional sobre a Gestão de Substâncias Químicas, elaborado em 2003 (MMA).
Metas do PLANSAN relacionadas a agrotóxicos para 2012/2015
• Garantir a prestação de informações relacionadas ao estado da qualidade do meio ambiente (MMA).
• Ampliar em 5% ao ano o número de operações de fiscalização, visando coibir os ilícitos, relacionados às atividades degradadoras e poluidoras do meio ambiente.
Metas do PLANSAN relacionadas a agrotóxicos para 2012/2015
• CONSELHO NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL. Recomendação de nº 006/2005. Recomenda medidas voltadas para a manutenção e aprimoramento das medidas de controle e fiscalização dos agrotóxicos. Brasília, 30 de agosto de 2005.
• CONSELHO NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL.
Exposição de Motivos nº 003/2009. Manifesta preocupação em relação à posição que o Brasil adotará nas negociações internacionais da Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes. Parte de uma análise dos impactos da Sulfluramida e do Sulfonato de Perfluorooctano (PFOS). Solicita que o Brasil promova o banimento do PFOS e estabeleça mecanismos rigorosos e transparentes de controle sobre a importação e produção dos agrotóxicos. Brasília, DF. 29 de abril de 2009.
Exposições de Motivos do CONSEA
• CONSELHO NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL. Exposição de Motivos nº 011/2005. Recomenda que não sejam feitas alterações na Lei nº 7.80, de 11 de julho de 1989 nos termos contidos na proposta de Medida Provisória elaborada pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados. Brasília, DF. 30 de novembro de 2005.
• CONSELHO NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL. Exposição de Motivos nº 007/2011. Encaminha recomendações ao Plano Plurianual referente a 2012-2015. Brasília, DF. 26 de maio de 2011.
Exposições de Motivos
• CONSELHO NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL. Exposição de Motivos nº 005/2012. Apoia a aprovação e efetiva implementação da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica que tem muito a dialogar com as diretrizes e metas da Política e do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e recomendamos medidas prioritárias. Brasília, DF. 28 de maio de 2012.
Exposições de Motivos
• Grupo Técnico sobre Agrotóxicos e Transgênicos • Seminário sobre Agrotóxicos: 20 e 21 de setembro de
2012: elaboração de relatório e de Exposição de Motivos sobre a questão e envio à Presidência da República e à CAISAN
• Convergência de esforços no enfrentamento dos agrotóxicos (GT Abrasco, Campanha pela Vida e contra Agrotoxicos, INCA, MS (ANVISA), MMA, Ministério da Fazenda, integrantes das CP3,CP4, CP7; Legislativo (Frentes Parlamentares).
CONSEA
• Pressionar para a obtenção da ressignificação do papel do governo em relação à questão dos agrotóxicos
• Fortalecer os objetivos da Campanha contra os Agrotóxicos e pela Vida:
• fim da pulverização aérea • fim das isenções fiscais • banimento dos agrotóxicos proibidos no
exterior.
Estratégias
• Fazer avançar a reconstrução ecológica da agricultura no Brasil, com a efetivação da Política Nacional de Produção Orgânica e Agroecologia (em vias de aprovação do seu decreto de instituição).
• Mobilizar a sociedade em uma atuação confluente com o Legislativo
• Deflagrar um processo nacional com os integrantes do SISAN com envolvimento dos CONSEAs estaduais
Estratégias
Obrigada! silviarigon@gmail.com
Depto. de Nutrição Universidade Federal do Paraná
Consea
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