satisfaÇÃo no trabalho · 2016. 3. 5. · ao trabalho executado e aos colegas. um dos teóricos...
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SATISFAÇÃO NO TRABALHO
Área temática: Gestão Estratégica e Organizacional
Suelen da Silva Balieiro
suelen@ufpa.br
Leticia da Costa Borges
ticiaborges@ufpa.br
Resumo: O objetivo deste artigo foi avaliar a satisfação dos funcionários da Universidade Federal do Pará do
Campus Universitário do Marajó-Breves. Tomando como referência cinco variáveis da satisfação no trabalho: a
satisfação com os colegas de trabalho, com o salário, com a chefia, com a natureza do trabalho e com as promoções.
Para tanto, foi realizada uma pesquisa exploratória descritiva, que teve como objetivo diagnosticar os problemas
organizacionais relativos ao tema abordado, coletando-se os dados através de questionário aplicado junto aos
servidores. Os resultados demonstraram que, de modo geral, os servidores estão satisfeitos com seu trabalho, mas
foram destacados alguns pontos de insatisfação e de total insatisfação, que pedem novos projetos de motivação para os
servidores, posto que estes demonstraram um nível muito baixo de interesse pelas suas tarefas. Para que assim estes
possam alcançar maior satisfação no trabalho e garantir a melhoria de seu desempenho.
Palavras-chaves: Gestão
ISSN 1984-9354
XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015
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1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa verificar o grau de satisfação no trabalho com os servidores federais
do município de Breves, levando em consideração como essas instituições promovem essa satisfação.
O outro objetivo deste trabalho seria fazer uma revisão de algumas concepções de satisfação no
trabalho para tentar identificar quais os determinantes para a satisfação ou insatisfação no trabalho,
para isso foi feito levantamento de algumas teorias de alguns teóricos como: (LOCKE, AZEVEDO,
BERGAMINI, HERZBERG, ROBBINS, SIQUEIRA, SPECTOR E ZANELLI).
A satisfação dos clientes é um indicador de que as decisões organizacionais foram bem
escolhidas. O objetivo deste estudo portanto é medir esta satisfação dos servidores da Universidade
Federal do Pará, Campus do Marajó/Breves, para que assim possa se fazer uma avaliação sobre as
estratégias que estão sendo usadas e porque estão gerando os efeitos esperados, como também para
obter informações ao respeito dos ajustes que por ventura possam ser necessários para obtenção de
uma melhor satisfação no trabalho, ou seja para que aquele ambiente de trabalho torne-se mais
atraente.
O Campus da UFPa em Breves é uma referência em ensino superior no Marajó, é reconhecido
como importante formador de capital humano na região. Desta forma, esta pesquisa torna-se relevante
antes de tudo, na avaliação dos servidores quanto sua satisfação no seu ambiente de trabalho. Portanto,
esta pesquisa justifica-se pela importância de saber que, quanto mais os servidores desta instituição
forem satisfeitos, melhores produtos e serviços podem oferecer aos seus clientes.
Este artigo foi estruturado em cinco tópicos. A introdução que apresenta uma visão geral sobre
estudo proposto e destacando os objetivos propostos. O segundo tópico trata da revisão da literatura,
seus conceitos e teorias. O terceiro tópico aborda a metodologia utilizada, como foi feita a coleta e o
tratamento dos dados, além da classificação da pesquisa. O quarto tópico nos mostra a análise dos
resultados da pesquisa e por último o quinto tópico que nos traz as considerações finais do estudo.
2. REVISÃO DA LITERATURA:
2.1 - Gestão de pessoas no setor público
Em toda organização ou empresa um fator de grande importância para uma boa qualidade dos
serviços prestados é a atitude das pessoas que trabalham na mesma e que são parte da instituição, por
isso é importante que elas tenham a atitude e a responsabilidade em trabalhar em prol do
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desenvolvimento da instituição e da melhoria da qualidade do atendimento aos usuários com isso
melhorando também a imagem da instituição.
E para que os servidores possam desenvolver um bom trabalho dentro da instituição é essencial
que primeiramente eles se sintam valorizados pelos gestores, que entendam a importância do seu
trabalho e que sejam treinados para isso.
Segundo Barçante e Castro (1995, p.20), ao ouvir a voz do cliente interno, ou seja, dos
funcionários, a empresa estará tratando-o como um aliado e não só como um mero cumpridor de
ordens, estará vendo que dele dependem os seus bons resultados.
A partir desse pensamento de valorização das pessoas, e reconhecimento de que os servidores
de uma organização configuram-se como peça fundamental para o cumprimento da missão a que se
propõe alcançar a mesma. É que surge a discussão acerca da gestão de pessoas por competência.
Para se falar de gestão por competência vamos primeiro conceituar competência. Segundo
Fleury (2001, p.1) “Competência é uma palavra do senso comum, utilizada para designar uma pessoa
qualificada para realizar alguma coisa”
Já durante a década de 80, Richard Boyatziz realizou um estudo que conceitua competências
como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que juntos são responsáveis por um alto
desempenho dos servidores. (Fleury 2001, p.2)
A introdução do conceito de gestão por competência no serviço público se deu através da
Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal (PNDP) que foi instituída pelo decreto 5.707, de
23 de fevereiro de 2006, e que define competência como “um conjunto de conhecimentos, habilidades
e atitudes necessários ao desempenho das funções dos servidores, visando ao alcance dos objetivos da
instituição”.
Analisando o conceito de competências observa-se que não se trata apenas de uma
característica que deve estar presente nos servidores mais de um conjunto de características que são
importantes para o alto desempenho do servidor. Porém é importante frisar que a vontade desse
servidor em contribuir com a instituição é primordial para que este esteja engajado em adquirir
conhecimentos, desenvolver habilidades e ter atitudes condizentes com as funções de vem
desempenhar dentro da instituição. A partir desse conceito é que a (PNDP), define-se que a gestão da
capacitação dos servidores da administração pública seja orientada com bases nas competências,
conforme consta no art 2º parágrafo II da lei que define que a gestão da capacitação seja orientada para
o desenvolvimento do conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao desempenho
das funções dos servidores, visando ao alcance dos objetivos institucionais.
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Ao definirmos a gestão por competências vimos que está já foi institucionalizada no setor
público tendo portanto que ser aplicada nas organizações públicas. Um fato importante a se considerar,
ao falarmos em gestão de pessoas, é que deve-se levar em consideração a complexidade das mesmas,
pois sendo necessário o seu comprometimento com os objetivos da organização para que estes sejam
alcançados com sucesso, antes de tudo estas devem estar satisfeitas com o trabalho em vários aspectos,
conforme estudos sobre esse tema que serão abordados ao longo deste trabalho.
2.2 - Conceituação de satisfação no trabalho
O tema satisfação no trabalho vem despertando o interesse dos pesquisadores desde o início do
séc. XX com a revolução industrial do pós-guerra com o intuito de aumentar a produtividade dos
trabalhadores. Este tema é atemporal e cada vez mais se torna importante sua compreensão para a uma
boa gestão organizacional. No entanto este é um objeto de estudo que tem uma variedade de
indicadores específicos, o que causa confusão na hora de organização dos dados, isto se dá por se tratar
de um tema muito pessoal, a satisfação do trabalho é compreendida de formas diferentes a cada
trabalhador, o que teoricamente não permite uma definição exata.
De acordo com Locke (1969) satisfação no trabalho é o resultado da avaliação que o
trabalhador tem sobre o seu trabalho ou a realização de seus valores por meio dessas atividades, sendo
uma emoção positiva de bem-estar. Ou seja, para ele a satisfação no trabalho é um estado de emoção
pelo qual o trabalhador passa, que pode ser influenciado por fatores internos e externos, tais fatores
podem levar a satisfação como também a insatisfação.
Para Herzberg (1971, p.XX) “a concepção que aborda insatisfação e satisfação no trabalho são
fenômenos distintos, sendo que a insatisfação está relacionada aos fatores que determinam o trabalho,
como ambiente, recompensas e chefia”. Os aspectos individuais da satisfação com o trabalho
aumentam a complexidade de sua investigação, pois se trata de um fenômeno complexo e
multifacetado e a presença do subjetivismo torna sua conceituação ainda mais complexa o que pode
variar em seus aspectos e definições dependendo do ambiente e das circunstâncias em que o indivíduo
passa ao longo do tempo.
A satisfação no trabalho adentra o século XXI, como um dos múltiplos conceitos que abordam a
afetividade no ambiente de trabalho ou mais especificamente, como um vínculo afetivo do
indivíduo com o seu emprego, sendo apontada como um dos três componentes psicossociais do
conceito de bem-estar no trabalho, ao lado de envolvimento e comprometimento organizacional
afetivo. (SIQUEIRA e PADOVAN apud, SIQUEIRA 2008).
Uma definição que hoje ainda tem um grande impacto no conceito de satisfação no trabalho,
como afirma Locke (apud ZANELLI et al.i, 2004, p. 302) é de que se trata de “um estado emocional,
positivo ou de prazer, resultante de um trabalho ou de suas experiências”, De acordo com esta visão o
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homem utiliza de sua vasta experiência, de suas crenças e de seus valores para realizar avaliação de
seu trabalho, onde está poderá gerar um estado emocional, que se for agradável gera a satisfação e se
for desagradável leva a insatisfação. O que nos leva novamente a ideia de que as experiências do
indivíduo tornam-se a variável na conceituação de definição da sua satisfação no trabalho, portanto
para este autor a satisfação no trabalho torna-se uma variável de natureza afetiva e, portanto se
constitui em um processo de avaliação das experiências no trabalho.
A questão central aqui é verificar se a satisfação no trabalho reflete em pontos chave no sucesso
ou no insucesso da organização, bem como no sucesso e no alcance dos objetivos pessoais do
empregado. Ou seja, para que os objetivos de uma organização sejam alcançados é necessário que haja
uma interação entre seus objetivos e os objetivos dos empregados. De acordo com Zanelli et all (2004)
quanto para Spector (2003), os empregados devem estar ligados ao desempenho individual, grupal e
organizacional para que os objetivos da organização sejam alcançados.
Existem várias correntes teóricas e que cada uma delas definem o tema de forma diferentes,
porém, segundo Leite (2013) as correntes teóricas podem se encaixar em dois grandes grupos:
Satisfação como estado emocional: resultados afetivos – nesse grupo estão teóricos que veem o
tema satisfação no trabalho enquanto respostas emocionais, ou seja, o que conta para satisfação no
trabalho é o estado emocional do trabalhador, como ele se sente em relação ao ambiente de trabalho,
ao trabalho executado e aos colegas. Um dos teóricos mais importantes dessa corrente é (LOCKE
1969) ele define satisfação no trabalho como “um estado emocional, porque a emoção deriva da
avaliação dos valores do indivíduo, e por tratar-se de um estado emocional, a satisfação possui dois
fenômenos: o de alegria (satisfação) e o de sofrimento, desprazer (insatisfação)”.
Satisfação como atitude generalizada em relação a trabalho: essa conceituação tem três partes
que se unem na tentativa de dar uma teoria cabal, as partes são cognitiva, comportamental e afetiva. A
parte cognitiva tem o conhecimento acerca da tarefa executada pelo trabalhador, ou seja, é a avaliação
do trabalhador sobre o seu trabalho a partir de seu conhecimento. A afetiva é a forma com que o
trabalhador se sente em relação ao seu trabalho (ambiente, tarefa e pessoas). E por fim o aspecto
comportamental que são as intenções do trabalhador em relação ao objeto de trabalho.
Ainda não tem uma teoria que dê conta de englobar toda a complexidade do tema por ter várias
influencias e vários fatores que mudam de pessoa para pessoa, ambiente para ambiente, contexto para
contexto porém:
“Existem ideias comuns que nos levam a concluir que na satisfação no trabalho estão implícitas
as atitudes e comportamentos, os sentimentos e emoções que cada indivíduo emerge num
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determinado momento. Isto é, a satisfação no trabalho não é algo constante e imutável, o
indivíduo satisfeito hoje não implica individuo satisfeito amanhã. Existem variados fatores que
contribuem inequivocamente para esta mutação de nível de satisfação”. (MARQUIZE,MORENO 2005, p.72).
2.3 - Satisfação ou insatisfação no trabalho: algumas teorias
De acordo com Bergamini (2008) o fracasso da maioria de nossas empresas, não está na falta
de conhecimento técnico e sim na maneira como lida com as pessoas. Estar motivado, gostar de seu
trabalho e ter um bom relacionamento com sua chefia (O líder) pode ser um fator gerador de
satisfação. Para Robbins (2010, p. 75) “Trabalhos interessantes que fornecem treinamento, variedade,
independência e controle, satisfaz a maioria dos funcionários”.
Para o empregado estar satisfeito com o trabalho ele precisa estar satisfeito também com seu chefe,
seu superior. É ele quem exerce a função de líder do grupo. O líder é quem tem a capacidade de
influenciar pessoas para alcançar determinada meta ou objetivo. O chefe deve saber conduzir,
trazer motivação aos seus subordinados, pois isso pode refletir positiva ou negativamente nos
índices da organização. (AZEVEDO; MEDEIROS, 2003, p.5).
Dada a dificuldade de dar ao tema uma teoria cabal, há vários métodos e teorias acerca do tema
que se complementam entre si.
2.3.1 - Teoria da hierarquia das necessidades humanas
Seu teórico fundador é Maslow (1940), essa teoria tem como base uma escala de necessidades
humanas que tem em primeiro lugar as necessidades fisiológicas, que são as necessidades básicas de
sobrevivência; em segundo as necessidades de segurança (física e emocional), o trabalhador deve-se
sentir seguro enquanto ao seu emprego como também de sentir-se seguro enquanto ao ambiente e local
de trabalho; em terceiro vem as necessidades sociais, as relações sociais saudáveis enquanto ao grupo
social e ambiente de trabalho, sentimento de estima dos outros em relação a si; Em quarto as
necessidades de estima, é a forma como o trabalhador se sente consigo mesmo, auto estima, auto
realização, sentir-se útil e em quinto lugar vem as necessidades de auto realização, necessidades de
realização dos objetivos pessoais.
“À medida em que as primeiras, ou necessidades mais básicas, fossem satisfeitas, surgiriam as
necessidades dos níveis seguintes, até se chegar às mais elevadas. Porém, esta hierarquia não é
rígida: necessidades mais elevadas podem surgir antes das mais básicas terem sido
completamente satisfeitas, pois estes níveis podem ser interdependentes e justapostos”
(MARINEZ, PARAGUARY, 2003, p.62).
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Este modelo teórico é importante para compreender o comportamento do indivíduo no
ambiente de trabalho. Os aspectos psíquicos sociais são importantes para o trabalhador e são
definidores da satisfação no trabalho à medida que tais aspectos ajudam ou impedem a satisfação das
necessidades humanas.
2.3.2 - Teoria da motivação e higiene
Esta teoria difere das outras enquanto satisfação e insatisfação. Insatisfação está ligado a fatores
de higiene que são fatores ambientais: remuneração, supervisão do ambiente de trabalho, políticas da
empresa, condições de trabalho, e relações interpessoais. Satisfação está ligado à motivação individual,
fatores motivadores, reconhecimento, conteúdo do trabalho, responsabilidade e conhecimento
profissional.
2.3.3 -Teoria da equidade
Esta teoria trata do senso de justiça, apresentada por General Eletric Company da área
comportamental, ele diz que o censo de justiça influencia na satisfação no trabalho. Desigualdade entre
os colegas de trabalho, a exemplo de exercer a mesma função, porém com disparidades salariais, é um
fator que pode causar insatisfação ao trabalhador (outputs), também como a disparidades com a
contribuição do trabalhador para com o seu trabalho, quantidade de horas trabalhadas, nível de
formação do trabalhador e qualificação (intputs).
2.4 - Escala de satisfação no trabalho – EST
Segundo (Siqueira 2008) a EST foi construída com o objetivo de medir o grau de satisfação dos
trabalhadores dentro do ambiente organizacional, levando em consideração cinco dimensões:
a) satisfação com os colegas de trabalho (contentamento com a colaboração, a amizade, a
confiança e o relacionamento com os colegas).
b) satisfação com o salário (contentamento com os ganhos financeiros comparado com a
carga de trabalho, com a capacidade profissional, como o custo de vida e com os esforços
para a realização da tarefa)
c) satisfação com a chefia (contentamento com a organização e capacidade profissional do
chefe, com seu interesse pelo trabalho dos subordinados e entendimento entre eles)
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d) satisfação com a natureza do trabalho, (contentamento com o interesse despertado pelas
tarefas, com a capacidade de elas absorverem o trabalhador e com a variedade das
mesmas)
e) satisfação com as promoções (contentamento com o número de vezes que já recebeu
promoções, com as garantias oferecidas a quem é promovido, com a maneira de a empresa
realizar promoções e com o tempo de espera pela promoção).
Cada dimensão compreende cinco itens a serem respondidos pelos entrevistados totalizando um
questionário composto por 25 itens, que tem por objetivo medir o grau de satisfação com o trabalho
dos trabalhadores de uma organização.
3 - METODOLOGIA
A nossa pesquisa foi baseada e estruturada a partir da revisão bibliográfica sobre o tema
satisfação no trabalho, as fontes de busca foram somente em sites de pesquisa de artigos científicos na
internet. Sua elaboração teve como finalidade realizar análise do nível de satisfação no trabalho dos
servidores federais da Universidade Federal do Pará do Campus Universitário do Marajó em Breves.
Os resultados dessa pesquisa poderão contribuir para a definição do quadro de satisfação no trabalho
em que se encontram os servidores desta Universidade.
O universo desta pesquisa correspondeu ao total de servidores desta unidade, totalizando 56
servidores, sendo que a amostra foi não probabilística por acessibilidade, esse tipo de amostra não
possibilita calcular o erro amostral, e correspondeu a 20 servidores. Markoni e Lakatos (2009, p.41)
definem o universo da pesquisa como “um conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam
pelo menos uma característica em comum”. Neste caso a característica comum foi serem servidores
desta universidade no Marajó.
Foi utilizado como instrumento de coleta de dados o questionário estruturado contendo duas
seções. Sendo a primeira contendo 13 questões para análise do perfil do entrevistado e a segunda
contendo 25 questões referente a escala de satisfação do trabalho que possui cinco dimensões e para
cada pergunta do questionário referente as dimensões da EST havia duas escalas de 1 a 5, uma para
verificar o grau de satisfação e outra para indicar o grau de importância. Os questionários foram
aplicados no período de dezembro de 2014 à janeiro de 2015.
Tendo em vista os objetivos propostos neste artigo, a pesquisa classifica-se como descritiva e
exploratória. Considera-se descritiva porque visa descrever as percepções de determinada população
ou fenômeno investigado (Gil, 2012). Esse modelo de método é utilizado nas pesquisas que tem o
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objetivo de investigação. “o nível de atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade” (GIL,
2012, p.28). Podemos inserir neste grupo as pesquisas que procuram investigar as opiniões, atitudes e
crenças de determinada população. Já em relação aos aspectos exploratórios, esta pesquisa foi
elaborada visando “proporcionar uma visão geral, de tipo aproximativo acerca de determinado fato”
(GIL, 2012, p.28).
Com a finalidade de analisar o grau de satisfação no trabalho dos servidores e poder compará-
lo com o grau de importância de cada dimensão da escala EST, as respostas foram sistematizadas
utilizando-se uma escala de 1 a 5 para satisfação (equação 1), onde temos (1) totalmente insatisfeito,
(2) insatisfeito, (3) indiferente, (4) satisfeito e (5) totalmente insatisfeito e para a importância
(equação 2), onde temos (1) sem importância, (2) pouco importante, (3) regular, (4) importante, (5)
muito importante.
Dessa forma os dados foram tratados através da distribuição de frequência e o cálculo de um
índice de 0 a 1 para cada dimensão pertencente a escala de satisfação EST, em seguida foram aplicados
na matriz de importância e desempenho aqui modificada para importância e satisfação. Então teremos
um gráfico para cada dimensão da EST com a finalidade de analisar o grau de satisfação e de
importância dos respondentes com o tema em questão.
Equação 1: Satisfação: T.I: totalmente insatisfeito, Ins.: Insatisfeito, Ind.: indiferente, S: satisfeito,
T.S. : totalmente satisfeito.
I = ((Σ T. I X 0) + (Σ Ins. X 0,25) + (Σ Ind. X 0,5) + (Σ S. X 0,75)+ (Σ T. S. X 1))
Tamanho da amostra
Equação 2: Importância: S.I: sem importância, P.I.: pouco importante. REG: Regular, I:
Importante, M.I: muito importante.
I = ((Σ S.I X 0) + (Σ P.I. X 0,25) + (Σ REG X 0,5) + (Σ I X 0,75) + (Σ M.I. X 1))
Tamanho da amostra
A Matriz de Importância X Desempenho é uma ferramenta que será utilizada neste trabalho
para comparar o desempenho esperado com o obtido. Isso possibilita no nosso caso avaliar a satisfação
(desempenho) dos servidores alvo da pesquisa e realizar uma comparação com os principais pontos
fortes e fracos da organização em relação às expectativas dos servidores (importância). Essa matriz foi
apresentada inicialmente por Slack, Chambers e Johnston (2009).
A escala apresenta quatro áreas que são chamadas zonas: de excesso, de aceitabilidade, de melhoria
e de ação urgente. Onde no nosso caso a zona de acesso dirá respeito a fato dos servidores demonstrarem
total satisfação como todos os aspectos estudados referente ao trabalho dentro da organização. A
aceitabilidade significa que os servidores estão satisfeitos e que consideram também que a organização está
tendo um desempenho adequado. Referente a zona denominada melhoria significa dizer que os servidores
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não estão totalmente satisfeitos e que a organização necessita realizar melhorias, mas que não se configura
uma situação extrema insatisfação. No caso da última área denominada de ação urgente pode ser analisada
no contexto dessa pesquisa como uma situação grave em que a organização deve tomar medidas urgentes
para elevar esse índice.
4 - ANÁLISE DOS RESULTADOS
4.1 - Análise do perfil dos respondentes
Após análise dos dados da pesquisa observamos que a faixa etária dos entrevistados
compreende entre 26 e 47 anos, 40% são casados, 40% são solteiros e 20% responderam outros. A
maioria dos entrevistados é do sexo masculino, e o tempo de serviço na organização da maioria dos
entrevistados está na faixa de 4 anos, e também a maioria já é efetivo no cargo. Em relação a
naturalidade a grande maioria é paraense sendo que um servidor somente declarou ser natural do Rio
de Janeiro.
Enquanto a titulação 4 servidores possuem nível superior, 6 possuem especialização, 9 são
mestres e 1 é Doutor. Referente a formação acadêmica 8 são Pedagogos, 4 Matemáticos, 1 com
formação em Tecnologia da Informação, 1 Físico, e 1 com formação em Letras. E para finalizar o
perfil dos entrevistados a maioria não exerce cargo de chefia e os ganhos salariais encontram-se na
faixa de R$ 4.681.
4.2 - Analise das Dimensões da EST
a) Satisfação com os colegas
Referente a satisfação com os colegas, podemos perceber através da análise do gráfico 1
referente as variáveis (V14, V19, V27, V34 e V37), que todas encontram-se na area de aceitabilidade
dentro da matriz, dentre as variáveis a que teve o maior indice foi a 37 que diz respeito ao
relacionamento entre colegas o que indica nesse estudo que o relacionamento entre os servidores
pesquisados encontra-se em um nível adequado.
Gráfico 1 – Satisfação com os colegas de trabalho
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Legenda
Aceitabilidade: (V14) satisfação com o espirito de colaboração, (V19) satisfação com o tipo de amizade, (V27) satisfação
com a quantidade de amigos entre os colegas de trabalho, (34) com a confiança entre os colegas de trabalho, (37) satisfação
com o relacionamento com os colegas.
b) Satisfação com o Salário
Gráfico 2 – satisfação com o salário
No que diz respeito a satisfação com o salário, podemos perceber através da análise do gráfico
2 referente as variáveis (V18, V21, V25, V31 e V38), que assim como o item anterior encontram-se na
area de aceitabilidade dentro da matriz, dentre as variáveis a que teve o maior indice foi a 18 que
indica a satisfação dos ganhos salariais comparado a quantidade de trabalho que este exerce dentro da
organização, este item significa dizer no nosso caso que os ganhos salariais estão equiparados com
nivel de trabalho que estes exercem. Em seguida tivemos a variável 25 que mede a satisfação dos
ganhos salariais equiparado ao custo de vida. Logo após vemos a variavel 38 que refere-se a satisfação
com o valor monetário recebido mensalmente. A partir dessa analise podemos concluir nesse caso que
os servidores estão satisfeitos com os ganhos salariais.
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Legenda
Aceitabilidade: (V18) Com o meu salário comparado com o quanto eu trabalho, (V21) Com o meu salário
comparado à minha capacidade profissional, (V25) Com o meu salário comparado ao custo de vida,
(V31) Com meu salário comparado aos meus esforços no trabalho. (V38) Com a quantia em dinheiro
que eu recebo desta organização ao final de cada mês.
c) Satisfação com a chefia
Analisando os resultados da pesquisa referente a esta dimensão, aqui representada através do
gráfico 3 referente as variáveis (V15, V22, V29, V32 e V35), todas encontram-se na area de
aceitabilidade dentro da matriz, dentre as variáveis a que teve o maior indice foi a 32 que indica a
satisfação com a maneira como o servidor é tratado pela chefia, isto significa dizer no nosso caso que
o relacionamento dos servidores encontra-se também em nivel adequado dentro da organização. Logo
em seguida temos a variável 15 que diz respeito ao modo como o chefe organiza o trabalho do setor ao
qual é responsável, que nesse estudo também teve um bom indice de desempenho. Representando
assim que a satisfação com a chefia na organização pesquisada está em nivel aceitavel de satisfação.
Indica que os servidores tem um bom relacionamento com seus superiores que estão satisfeitos com a
forma que o trabalho é organizado e com a capacidade do seu chefe e o seu interesse pelo trabalho.
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Gráfico 3 – Satisfação com a chefia
Aceitabilidade: (V15) contentamento com o modo que o meu chefe organiza o trabalho, (V22) contentamento com o
interesse do meu chefe pelo meu trabalho, (V29) contentamento como o entendimento entre eu e o meu chefe, (V32)
contentamento com a maneira como meu chefe me trata, (V35) contentamento com a capacidade profissional do chefe.
d) Satisfação com a natureza do trabalho
Esta dimensão, aqui representada através do gráfico 4 referente as variáveis (V28, V33, V36,
V24 e V20), diferente das outras dimensões já analisadas não estão todas dentro da area de
aceitabilidade da matriz, dentre as variáveis somente a 28, a 33 e a 36 encontram em um nivel
adequado. A variável 24 encontra-se na area de melhorias e a variável 20 está na area de ação urgente.
A variavel que teve o maior indice dentro da area de aceitabilidade foi a 36 que diz respeito a
satisfação com a oportunidade que o servidor tem de fazer o tipo de trabalho que este exerce dentro da
organização. Referente a variavel 24 que refere-se capacidade de meu trabalho absorver-me está
dentro da area de melhoria e isto quer dizer que os servidores não estão satisfeitos com esse aspectos
dessa dimensão necessitando a gestão da referida organização usar de estratégias para melhorar este
aspecto. Já a variavel 20 que refere-se ao grau de interesse que minhas tarefas me despertam está na
area mais baixa da matriz o que indicar estado de urgência, ou seja de total insatisfação dos servidores.
E precisa ser colocada como prioridade pela gestão, que deverá realizar ações urgentes para solucionar
esse problema.
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Gráfico 4 – satisfação com a natureza do trabalho
Legenda
Aceitabilidade: (V28) Com as preocupações exigidas pelo meu trabalho, (V33) Com a variedade de tarefas que realizo,
(V36) Com a oportunidade de fazer o tipo de trabalho que faço. Ação de melhoria: (V24) Com a capacidade de meu
trabalho absorver-me. Ação Urgente: (V20) Com o grau interesse que minhas tarefas me despertam.
e) Satisfação com as promoções
Analisando os resultados referentes a esta dimensão, com base no gráfico 5 referente as
variáveis (V16, V17, V23, V26 e V30), todas estão dentro da area de aceitabilidade da matriz, dentre
elas a que teve o maior indice foi a 23 que refere-se a maneira como a organização realiza as
promoções. Identifica-se então que o grau de satisfação dos servidores com as promoções
principalmente com a maneira como esta promoção é realizada encontra-se em uma nivel adequado.
Tendo portanto a organização um bom desempenho nesse aspecto.
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Gráfico 5 – satisfação com as promoções
Aceitabilidade: (V16) Com o número de vezes que já fui promovido nesta empresa, (V17) Com as garantias que a
organização oferece a quem é promovido, (V23) Com a maneira como esta organização realiza promoções de seu pessoal,
(V26) Com as oportunidades de ser promovido nesta organização, (V30) Com o tempo que eu tenho de esperar para
receber uma promoção nesta organização.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se a partir da análise dos dados coletados e apresentados através da matriz de
importância X desempenho que os servidores do Campus Universitário do Marajó-Breves da
Universidade Federal do Pará, com algumas exceções estão satisfeitos na maioria das dimensões aqui
analisadas. Temos portanto apenas que salientar na análise realizada na dimensão satisfação com a
natureza do trabalho. A insatisfação com a capacidade do meu trabalho absorver-me, e a total
insatisfação com o interesse que minhas tarefas me despertam. Poderemos então perceber com esse
resultado que os servidores provavelmente estão em sua maioria assumindo muitas tarefas, o que deve
estar fazendo com que estes se sintam absorvidos pelo seu trabalho, e ainda de acordo com a pesquisa
apresentando total insatisfação, ou seja, falta de interesse pelas tarefas realizadas. Sugere então que o
gestor atente para a aplicação de estratégias voltadas a dimensão natureza do trabalho principalmente
no que refere-se a falta de interesse dos servidores pelas suas tarefas.
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