sÃo paulo, 21 de marÇo de 2013 - prefeitura.sp.gov.br filecrônica e enfisema, são as que mais...
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25/01
PARQUE LINEAR: SEMEADOR PLANTA 5 MIL ÁRVORES E DEMONSTRA A
CARINHO QUE TEM PELA CIDADE
http://books.boxnet.com.br/books/visualizacao_clipping_new.aspx?ID_CLIPPING=37366525&I
D_BOOK=445536&ORDEM=91&QTDE_CLIPPINGS=92&NM_ARQUIVO=0&ID_DISPARO=&ID_US
UARIO=&ID_MESA=5&ID_TEMPLATE=730
25/01
Repórter Eco: Piloto sobrevoa de ultraleve o rio Tietê
http://www2.boxnet.com.br/pmsp/Visualizacao/RadioTv.aspx?IdClipping=37366526&IdEmpre
saMesa=&TipoClipping=V&Commodities=0
23/01
Poluição e calor transformam São Paulo em um caldeirão químico
Nas últimas semanas, estamos com a impressão de que o Brasil foi colocado em uma
panela quente. Andar pelas ruas é um exercício de sudorese, os ônibus lotados fazem
as vezes de sauna e dormir passou a ser uma experiência desafiadora.
Além do desconforto pessoal, a presente situação climática introduziu em nosso
cotidiano importantes temas ambientais. O aspecto ambiental mais facilmente
percebido é a imagem de reservatórios de água quase vazios. O nível diário do sistema
Cantareira passou a ocupar as primeiras páginas dos jornais e a frequentar conversas
de rodas de amigos.
Há, no entanto, outras consequências menos evidentes desse período de clima bicudo:
os frutos da combinação das emissões de poluentes (usinas térmicas e emissões
veiculares) aliada às altas temperaturas e radiação solar, que resultam na deterioração
da qualidade do ar.
A mistura complexa desses diversos poluentes liberados para a atmosfera faz da nossa
cidade um verdadeiro caldeirão químico que, sob o efeito da radiação solar, forma
outros poluentes, sendo o ozônio seu integrante mais ilustre.
Vale ressaltar que o ozônio é formado naturalmente nas camadas mais altas da
atmosfera, onde ajuda a proteger a vida na terra filtrando raios ultravioleta.
Entretanto, na superfície terrestre o ozônio é altamente danoso à saúde humana.
Muitas pessoas se surpreenderam recentemente com a indicação de qualidade do ar
da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo),
exposta nos relógios digitais espalhados por São Paulo, indicando nível ruim ou
péssimo, seu pior nível.
No gráfico abaixo, dados diários de ozônio e temperatura estão correlacionados. Em
São Paulo, de janeiro de 2008 até a metade de janeiro de 2015, é evidente o aumento
deste poluente fotoquímico nos dias mais quentes como os que vivemos atualmente
(círculo em vermelho).
Altas temperaturas favorecem a formação de ozônio na atmosfera
Hoje, sabemos que a exposição a níveis moderados e elevados de ozônio está
associada a uma grande variedade de efeitos negativos sobre a saúde, desde uma
simples irritação na garganta até a redução de expectativa de vida. Crianças, idosos e
pessoas que tenham alguma doença pulmonar pré-existente, como asma, bronquite
crônica e enfisema, são as que mais sofrem.
Além do acúmulo dos poluentes produzidos pelas reações químicas na atmosfera, há o
efeito direto da temperatura em nossa saúde. Importante ressaltar que a faixa de
conforto térmico varia de região para região do planeta, não sendo a mesma, por
exemplo, para Teresina ou Copenhague.
Em particular, para a cidade de São Paulo, a média da zona de conforto térmico é de
22 a 25ºC. A faixa de conforto térmico é definida tanto pelo padrão construtivo de
nossas casas, como também pelos sistemas que regulam a nossa temperatura
corpórea.
Nós, seres humanos, temos que manter nossa temperatura corporal em uma faixa
muito estreita, entre 36,5 e 37,2°C, e para isso temos um sistema que funciona como
um "termostato", mas que possui um limite de tolerância. Indivíduos mais idosos e
crianças são aqueles que têm a saúde mais comprometida quando a temperatura
ambiente fica fora da zona de conforto térmico, pois seu intervalo de tolerância é
geralmente menor.
Pessoas portadoras de doenças como diabetes, desordens cerebrovasculares ou
cardiovasculares também devem tomar mais cuidado com as altas temperaturas, pois
o risco nessas condições é maior. No calor nossos vasos dilatam e perdemos muita
água corporal para mantermos nossa temperatura estável, por isso, ficamos
desidratados mais rapidamente.
Isso pode provocar um aumento da viscosidade sanguínea e outras mudanças
fisiológicas que, quando agravadas, podem levar a morte. Alterações de mecanismos
de regulação endócrina, de arquitetura do sono, de pressão arterial e do nível de
estresse também podem ser relacionadas com esses dias mais quentes.
A atual condição climática tem feito com que nós sejamos frequentemente compelidos
a conviver com temperaturas muito acima da nossa faixa de conforto térmico, com
potencial prejuízo à nossa saúde.
Portanto, nestes dias mais quentes e muito ensolarados, associados a uma qualidade
do ar ruim, alguns cuidados podem ser tomados para proteger sua saúde. Por
exemplo, evite exposições ao ar livre nos períodos mais quentes do dia, concentre as
atividades físicas no período da manhã e ao anoitecer. Beba muita água ao longo do
dia para manter-se hidratado.
Uma dica simples para verificar o nível de hidratação é olhar a cor da urina. Uma urina
mais escura do que o habitual deve acender uma luz dizendo beba mais água, se ainda
este raro fluido for disponível em nossos anêmicos reservatórios.
25/01
Minhocão volta ao centro do debate: paulistanos querem parque ou desmonte?
Daniel quer que o Minhocão vire parque, José Geraldo não vê a hora em que a via seja
desmontada, João acha que o que vier será só para as futuras gerações, Francisco
prefere que nada mude.
Neste domingo (25), aniversário de São Paulo, uma série de imagens de áreas verdes
será projetada nos prédios que beiram o elevado Costa e Silva. A intervenção "Ver o
Parque Minhocão" será mais uma etapa na disputa sobre o futuro do viaduto.
Desde 1º de agosto do ano passado, quando, entre as 350 páginas do suplemento do
Diário Oficial em que foi publicado o novo Plano Diretor da cidade, um pequeno
parágrafo, na folha 18, definiu a desativação gradual do elevado, o debate esquentou.
Desmonta? Vira parque? Fica do jeito que está?
Nos debates públicos, dois grupos têm tido forte atuação: os que querem o parque e
os que querem o desmonte. Os favoráveis à manutenção observam de longe, alguns
um pouco descrentes do que possa acontecer.
O texto do parágrafo único do artigo 375 do novo Plano Diretor tem 37 palavras: "Lei
específica deverá ser elaborada determinando a gradual restrição ao transporte
individual motorizado no Elevado Costa e Silva, definindo prazos até sua completa
desativação como via de tráfego, sua demolição ou transformação, parcial ou integral,
em parque."
Ainda de acordo o texto do Plano Diretor, os objetivos previstos na lei "devem ser
alcançados até 2029".
Conquista
Athos Comolatti, 61 anos, fundador da associação Parque Minhocão, afirma que a lei
foi uma grande conquista, considerando o tempo de articulação entre os interessados
em transformar o Minhocão em parque.
- Essa ideia é antiga. Na década de 1980, o arquiteto Pitanga do Amparo já havia
proposto um parque no lugar do elevado. Mas começamos a nos articular durante as
eleições de 2012. Eu e a Renata Falzoni, cicloativista, de quem fui colega de escola no
Dante Alighieri, começamos a conversar sobre o assunto e fomos conhecendo outros
interessados. O fato de, em dois anos, algo sobre o qual pouco se falava, um parque no
elevado, aparecer em uma lei importante como o Plano Diretor é surpreendente.
O texto foi fruto da conversa da associação com vereadores que discutiam o novo
Plano Diretor.
Morador do terceiro andar de um prédio rente ao Minhocão, José Geraldo Santos
Oliveira, vice-presidente do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) Santa Cecília
e um dos articuladores do grupo a favor do desmonte do elevado, também elogia o
artigo, mas com ressalvas.
- Quem mora à beira do Minhocão ficou, ao mesmo tempo, feliz e apreensivo com esse
artigo. Feliz porque vislumbramos, pela primeira vez, a real possibilidade de o elevado
ser desmontado. Mas também tememos a possibilidade do parque.
Esperança
Concebido na década de 1960, durante a gestão do prefeito Faria Lima, e
desengavetado pelo prefeito Paulo Maluf, o Minhocão foi finalizado em 1971. Já na
época, era alvo de debates acalorados. Ao longo do tempo, foi palco de diversos fatos
históricos (veja galeria de imagens acima).
Desde muito cedo, moradores de rua também fizeram moradia no canteiro central das
rua Amaral Gurgel e da aveinda General Olímpio da Silveira, protegidos da chuva (veja
acima vídeo sobre o dia a dia do minhocão). Sem se identificarem, alguns comerciantes
disseram à reportagem pagar a seguranças particulares para retirar quem dorme em
frente às suas lojas - o grupo de seguranças é chamado de "milícia".
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Outros comerciantes parecem já não ter esperaça de que a desativação ocorra de
modo rápido. É o caso do sapateiro João Batista Correia da Paixão, de 63 anos.
- Eu queria que derrubasse. Mas estou há 40 anos aqui. Agora, o que for feito, se é que
vai ser feito alguma coisa, vai ficar para as próximas gerações. Isso demora. Esse
viaduto degradou tudo aqui, as lojas fecharam, não sobrou quase nada do que tinha
antes. Até minha sapataria era maior no começo. Eu tinha uma loja mesmo e
trabalhava no subsolo.
No final do ano passado, em audiência pública na Câmara foram postos argumentos de
ambos os lados: a favor do desmonte e da criação do parque. A reunião, de mais de
três horas, foi quente.
Alguns apoiadores do desmonte disseram que preferiam o Minhocão como está do
que o parque. Herondina Aparecida de Souza Oliveira, de 63 anos, mulher de Oliveira,
concorda.
- Aos domingos, quando o Minhocão fecha, também há ruído. Há ruído das pessoas
que passam pelo elevado e há ruído dos ônibus embaixo. Não adianta transformar o
Minhocão em parque. Esse ruído vai continuar. A poluição vai continuar. E pior: a falta
de intimidade vai continuar.
Herondina diz que, quando abre a janela, tem de aguentar gestos e brincadeiras feitas
por quem passa, seja a pé no domingo, seja de carro ou moto nos dias úteis.
- Nessa época do ano, o calor é demais. Comprei até um ventilador portátil, que alivia
um pouco, mas é um paliativo. Quem é a favor do parque não mora aqui, não tem essa
experiência.
Comollati de fato não mora rente ao Minhocão. Mas comprou um apartamento bem à
beira da via, derrubou as paredes e o transformou a sede da associação.
Ele discorda da questão do barulho e da poluição.
- O que faz barulho mesmo são os ònibus. Por que não se propõe substituir os ônibus
comuns por ônibus elétricos? Não polui, não faz barulho.
High Line
Em 2013, uma exposição sobre a High Line foi montada no apartamento da associação
durante a Bienal de Arquitetura. Diferentemente das bienais anteriores, aquela não
ocorreu no pavilhão do Ibirapuera, mas em locais da cidade perto do metrô. Um
seguraça ficou na porta e o apartamento aberto a quem quisesse saber mais sobre a
área que inspira os defensores do Parque Minhocão. O High Line, linha de trem
suspensa de Nova Iorque transformada em parque, é constantemente citada pelos
defensores do parque para mostrar que é possível um solução diferente do desmonte.
Daniel Guth, outro integrante da associação Parque Minhocão, costuma andar de
bicicleta e passear com o cachorro à noite no elevado perto da praça Roosevelt e diz
que a pista nova-iorquina é um exemplo.
- Não precisamos ficar, o tempo todo, derrubando e construindo, derrubando e
construindo. Podemos dar soluções criativas para o que existe na cidade. O Minhocão
é um ícone de uma política "carrocêntrica" [voltada para os carros]. Transformá-lo em
parque é muito simbólico.
Trânsito
A bienal acabou, mas a exposição continua lá, aos olhos de que passa pela via.
Francisco Matos Silva, taxista que na última terça-feira (20) abastecia em um posto do
largo Padre Péricles conhece o escritório.
- É uma coisa que chama a atenção quando a gente passa.
Ele, porém, é dos que não abrem mão da via.
- Há muito se fala em acabar com o Minhocão. Mas não dá para acabar. Imagine o
trânsito... Como as pessoas vão se locomover? Eu sou contra.
Entre urbanistas, há quem defenda o parque e quem defenda o desmonte. Em 2006,
um concurso foi feito Prefeitura: venceria o melhor projeto para revitalizar a via.
Venceu o projeto de José Alves e Juliana Corradini, que previa manter o Minhocão,
mas como túnel. E, segundo a proposta, haveria um parque em cima.
Vai ser realmente desativado?
Mas qual a real chance de o projeto de desativação ir para frente? Professor emérito
da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Flavio Jose Magalhaes Villaça,
especialista em planos diretores, acredita que a determinação pode não sair do papel.
- O Plano Diretor serve para normatizar a ocupação do solo. Para isso, ele funciona
bem. Mas desde o último plano, de 2002, foram incluídas uma série de obras. Isso
depende do executivo. Não há lei que obrigue um prefeito a fazer uma obra.
Veja o vídeo:
http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/videocasts/2015/01/1579049-designer-
faz-banco-de-7-toneladas-para-aniversario-de-sp-veja-video-acessivel.shtml
26/01
Festa em São Paulo
http://www2.boxnet.com.br/pmsp/Visualizacao/RadioTv.aspx?IdClipping=37375162&I
dEmpresaMesa=&TipoClipping=V&Commodities=0
26/01
Último dia do show da fonte multimídia do Parque Ibirapuera
http://www2.boxnet.com.br/pmsp/Visualizacao/RadioTv.aspx?IdClipping=37373948&I
dEmpresaMesa=&TipoClipping=A&Commodities=0
25/01
Site da Sabesp vai informar horários e locais em que deve faltar água
A Companhia Estadual de Saneamento Básico (Sabesp) informou que vai disponibilizar
em seusite, a partir da próxima semana, uma lista com horários e locais onde haverá
diminuição da pressão na rede de abastecimento. A manobra provoca falta d'água em
diferentes regiões da cidade. O órgão reconhece que as localidades mais altas e longe
dos reservatórios são as que mais sofrem com a medida. A empresa informou que faz
ajustes para evitar que a população fique mais de 24 horas sem água e orienta que os
moradores adquiram caixa d’água e façam uso racional do recurso.
Uma das medidas adotadas pela Sabesp para combater a crise hídrica no estado é o
fornecimento gratuito de caixas-d’água a clientes de baixa renda. De acordo com o
órgão, o objetivo é manter o abastecimento nos imóveis por até 24 horas. Podem
participar do programa clientes com rendimento familiar de até três salários mínimos e
residentes em áreas reconhecidas pela Sabesp com socialmente vulneráveis.
Entre as ações emergenciais, a companhia apontou que houve um incremento da
produção de água de reúso. Atualmente, 0,504 metro cúbico/segundo (m3/s) é
produzido nas estações de Tratamento de Esgotos (ETEs). Essa água atende a
aproximadamente 50 clientes, como prefeituras e empresas que prestam serviço para
prefeituras, empreiteiras, indústrias de papel e celulose, têxtil e petroquímicas. A
Sabesp espera entregar, em dezembro deste ano, duas estações de Produção de Água
de Reúso (Epars). Uma delas vai tratar o esgoto coletado na região de Interlagos e a
outra em Barueri. A primeira deve produzir 2 m3/s e a segunda, 1 m3/s.
A Sabesp destacou que a interligação dos sistemas de distribuição permitiu um socorro
ao Cantareira. Com o deslocamento de água do Guarapiranga, Alto Tietê e Rio Grande,
3 milhões das 9 milhões de pessoas que eram atendidas pelo Cantareira passaram a
ser abastecidas por outros sistemas. O órgão espera ampliar a produção de água com
o Sistema Produtor de Água São Lourenço, que tem previsão de entrega para 2017.
Cerca de 1,5 milhão de pessoas da região oeste da região metropolitana devem ser
contempladas com o acréscimo de 4,7 m3/s.
Mesmo com a entrada do volume morto, que acrescentou 290 bilhões de litros ao
Cantareira, o sistema acumula perdas sucessivas, tendo chegado na sexta-feira (23) a
5,3% da capacidade. A companhia informou que a produção média de água para a
região metropolitana de São Paulo está em 53 metros cúbicos por segundo (m3/s). Em
janeiro de 2014, o volume produzido chegava a 71 m3/s. A produção atual do Sistema
Cantareira é 18 m3/s. Antes, o volume chegava a 33 m3/s.
26/01
Pesquisa inédita na América Latina busca baratear tratamento de água
Pesquisador da UFSCar, em São Carlos, mira auxiliar o semiárido
nordestino.
Apesar da tecnologia, ele faz alerta sobre a poluição e o desperdício no
Brasil.
http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2015/01/pesquisa-inedita-na-
america-latina-busca-baratear-tratamento-de-agua.html
Um professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está desenvolvendo uma
pesquisa inédita na América Latina para a dessalinização da água. Estudos baseados na
‘deionização capacitiva’ já existem nos Estados Unidos e na Europa, mas são uma novidade
por aqui, onde a intenção é desenvolver um processo mais barato para a transformação da
água salobra em potável, auxiliando regiões como o semiárido nordestino.
Professor pesquisa tratamentos da água desde o mestrado (Foto: Divulgação/Enzo Kuratomi)
Luis Augusto Martins Ruotolo pesquisa tratamentos da água desde o mestrado. Começou
estudando a remoção de metais pesados, depois remoção de poluentes orgânicos e, em
um pós-doutorado nos Estados Unidos, foi convidado e estudar a dessalinização (retirada
do sal para produzir água potável).
Ele explicou que o processo consiste no uso de placas (eletrodos) de carbono que,
mediante a aplicação de uma baixa voltagem (1,2V), removem o sal (NaCl), retendo-o sobre
a superfície dos eletrodos. Eletrodos positivos atraem o cloreto - Cl (íon de carga negativa),
eletrodos negativos atraem o sódio - Na (íon de carga positiva) e a água sai dessalinizada.
“O processo remove os íons (partículas eletricamente carregadas) da água e ela fica limpa”,
afirmou.
A diferença do procedimento, desenvolvido em parceria com o professor Marc Anderson,
da University of Wisconsin-Madison (EUA), o mestrando Rafael Linzmeyer Zornitta e com o
pesquisador espanhol Julio Jose Lado Garrido está nos custos. “A deionização capacitiva é
mais simples do que a osmose reversa, sua maior concorrente, não requer muita
manutenção e consome pouca energia, o que permitiria o uso de painéis solares
fotovoltáicos. E a luz solar é abundante no semiárido”, comentou Ruotolo.
Segundo o professor, o governo já instalou equipamentos de osmose reversa para
dessalinização da água salobra no semiárido, mas muitos estão parados devido à
dificuldade de manutenção. “A gente espera que empresas e que o governo se interessem
pela tecnologia. Nos EUA, por exemplo, a Marinha financia pesquisas para ter água potável
nos navios”.
Processos
Na osmose reversa ocorre uma espécie de filtração por membranas. O problema é que,
com o tempo, essas membranas, além de possuírem um custo relativamente elevado, vão
entupindo e precisam de manutenção adequada ou então ser trocadas. Além disso, para
que a água permeie o sistema, o mesmo tem que trabalhar com pressões muito altas, o
que exige maior gasto de energia.
Outra forma de retirar o sal da água é a destilação, baseada nos diferentes pontos de
ebulição das substâncias – uma evapora e a outra fica armazenada, por exemplo. “É um
processo que consome muita energia. É feito, por exemplo, em alguns países do Oriente
Médio, onde há abundância de petróleo e, portanto, energia barata”, explicou Ruotolo.
"Daqui a pouco não vai adiantar ter água e não poder usar", alerta Ruotolo (Foto: Divulgação/Enzo Kuratomi)
Consciência
O pesquisador enfatizou que os processos devem ser condizentes com a realidade de cada
país e de cada região, mas que, por mais barata que seja a tecnologia desenvolvida, ela
nunca vai ter custos mais baixos do que o tratamento convencional, de transformar a água
limpa e abundante em potável. E isso reforça a necessidade de cuidar desse recurso.
“Nenhum processo é mais barato do que o convencional. Se há água, vamos cuidar e não
poluir, porque daqui a pouco não vai adiantar ter água e não poder usar”, afirmou,
indicando ainda que a água pode ficar mais cara e que é fundamental repensar o consumo.
“A visão de que tratamento de resíduos industriais é custo tem que acabar. Reuso e
reciclagem de água é investimento. Por que não tratar, reutilizar e ao mesmo tempo evitar
o desperdício? Uma coisa não anula a outra. Elas têm que caminhar juntas e o
conhecimento deve ser usado para isso”.
Entre os pontos que deveriam ser combatidos, Ruotolo citou os vazamentos na rede de
distribuição e o uso de água tratada para atividades como lavar a calçada e dar descarga.
“Como nunca faltou, não sentimos na pele. Se há um ponto positivo na estiagem é começar
a repensar a questão do uso da água, como no apagão. Rever nossa postura. A gente nunca
se antecipa ao problema. Espero que as indústrias e o governo comecem a repensar suas
responsabilidades, assim como a população”.
25/01
'Crise da água não é problema técnico, mas de gestão'
Especialista da Universidade de Ciências Aplicadas de Colônia diz que
Brasil tem todo o conhecimento técnico para gerir o abastecimento, mas
intervenção política afeta execução do planejamento no setor
Vagner Campos/ A2 FOTOGRAFIA
Sistema Cantareira sofre com falta de água
"A falha está na gestão. O problema não é de ordem técnica, mas político-
administrativa". Jackson Roehrig, professor de gestão de recursos hídricos da
Universidade de Ciências Aplicadas de Colônia, na Alemanha, resume a crise hídrica no
Sudeste do país a falhas de gestão.
O especialista, que já atuou como pesquisador na Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental de São Paulo (Cetesb), afirma que a influência política na
administração dos recursos hídricos abre brechas para o não cumprimento de planos
estabelecidos para o setor, como a construção de novos reservatórios.
Em entrevista à DW Brasil, Roehrig explica como funciona o modelo alemão de gestão
de recursos hídricos, que se baseia em associações de bacias compostas por diversos
setores, como a indústria, o ramo agrícola e ONGs.
No estado da Renânia do Norte-Vestfália, que abriga o maior sistema integrado de
abastecimento de água da Alemanha, essas bacias são uma espécie de "parlamentos
da água". Os governos estaduais ficam de fora do processo administrativo, mas atuam
como fiscalizadores do sistema.
"O problema do Brasil é que o Estado é fiscalizador dele mesmo", observa.
A experiência da Alemanha na gestão dos recursos hídricos pode servir de alguma
forma para o Brasil, nesse momento de escassez de água na região Sudeste?
As soluções que foram implementadas na Alemanha e em toda a Europa são
conhecidas no Brasil. Não falta aplicar o conhecimento técnico. A solução mais
eficiente é de ordem político-administrativa.
Quais conhecimentos não são bem aplicados no Brasil por falhas administrativas?
O sistema de abastecimento da Grande São Paulo é muito complexo e avançado. O
problema é que ele não satisfaz a demanda, principalmente, por falta de chuvas nos
últimos anos. Várias medidas precisam ser tomadas: aumentar a capacidade de oferta
e proteger mananciais dos rios da poluição, da erosão e das ocupações irregulares. O
problema maior são os investimentos e o cronograma de implementação, que não são
cumpridos.
Como funciona a gestão dos recursos hídricos na Alemanha?
A legislação do setor é muito forte e ela tem sido cumprida. No estado da Renânia do
Norte-Vestfália, as grandes companhias de abastecimento têm sistemas de
reservatórios semelhantes aos de São Paulo, que atendem uma população grande
[17,5 milhões de pessoas, segundo o departamento alemão de estatísticas], mas
funcionam sem intervenção política. O governo estadual atua como fiscalizador do
cumprimento das leis relativas ao abastecimento hídrico. No Brasil, o Executivo
influencia as operações e os investimentos das empresas.
O setor também é operado por concessionárias?
Não. Aqui, foram criadas associações de bacia, como a "Ruhrverband", umas das mais
antigas e tradicionais do mundo, com cem anos de existência. Essa agência de bacia,
que cuida do abastecimento e do saneamento básico na região do vale do rio Ruhr
[onde fica o maior complexo industrial da Europa], está sob uma lei especial, que a
torna como um "parlamento da água", um governo autônomo de gestão hídrica. O
consórcio é formado por centenas de membros do setor industrial, agrícola, de
abastecimento público (prefeituras) e ONGs de proteção ambiental. Eles decidem
como será o plano de investimento, o financiamento e as taxas a serem pagas pelos
associados.
Essa não interferência do Estado é positiva?
É positiva, porque o Estado atua como um regulador, um fiscalizador das leis. O
problema do modelo brasileiro é que a gestão é compartilhada. O Estado é fiscalizador
dele mesmo. E isso abre espaço para uma intervenção política muito grande. Na
Alemanha, a gestão das bacias varia de estado para estado, mas essas associações
estão bem propagadas.
O governo de São Paulo tem tomado medidas de curto prazo, como a diminuição da
pressão da água no período da noite, bônus para quem economiza no uso, e ainda
estuda a possibilidade de aumentar a tarifa. O que deve ser feito?
Com a proximidade do período de seca, a medida mais efetiva é diminuir o consumo,
aumentando o preço da água e dando bônus para quem economizar. São medidas
paliativas necessárias no curto prazo. Reduzir a pressão da água é eficiente, mas há o
risco de contaminação. Uma ação primordial é diminuir as perdas nas tubulações [em
São Paulo, a perda é de 30%]. Na Alemanha, as perdas estão por volta de 10%.
E no longo prazo?
O aumento no número de reservatórios, bem como o volume deles, e a interligação de
bacias são necessários. O problema é que São Paulo está atrasado. Eles sabem o que
funciona, o que deve ser feito, já está tudo planejado e aprovado, mas eles atrasam as
obras mais importantes.
25/01
Seca e falta de água foram previstos em relatório da ONU
Mudanças climáticas geraram problemas no Brasil e em outros países do
mundo nos últimos anos
Notícias da estiagem na Região Sudeste do Brasil impressionam por causa dos dados
cada vez mais alarmantes sobre a escassez de água. Apesar da situação parecer mais
grave para os paulistanos, outros estados da região começam a sentir na pele os
mesmos problemas pelos quais passam os habitantes das cidades do estado de São
Paulo.
No Rio, o secretário de Ambiente, André Corrêa, admitiu, na sexta-feira, que pode
haver racionamento de água. No entanto, o governador Luiz Fernando Pezão
descartou a medida e o possível aumento de tarifa no estado e fez um apelo para que
os moradores passem a economizar.
Em Minas Gerais, o Centro do estado passa pelo janeiro mais quente desde 1910.
Algumas cidades estão à beira do colapso, por causa da falta de água e 63 cidades do
estado já estão fazendo racionamento ou usando o modelo de rodízio de água. A
Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) admitiu “o elevado nível de
criticidade” da água no estado e emitiu comunicado pedindo que a população e as
empresas economizem cerca de 30% no consumo de água.
Situações como essas são cada vez mais comuns no mundo. No ano passado, alguns
países da da América Latina passaram por períodos de seca e mudanças climáticas que
afetaram a produção agrícola da região. Na época, a ONG alemã Germanwatch, que
avalia os países mais frágeis quanto a essa questão, situou Honduras, Haiti e
Nicarágua, respectivamente, como os países que mais sofreram com mudanças
climáticas e períodos de seca, durante o ano de 2014.
Em 2011, a região conhecida como “Chifre da África”, no leste do continente, sofreu
com a pior seca dos últimos 60 anos. Em dois anos, o nível de chuvas no local estava
abaixo do necessário. Lavouras inteiras foram perdidas, enquanto o gado morreu de
fome e sede.
Na época, a Organização das Nações Unidas (ONU) chegou a afirmar que os países do
“Chifre da África” não viviam uma situação de fome, mas sim uma emergência
humanitária que piorava rapidamente.
Relatório do IPCC prevê que impactos mais graves no clima virão de secas e cheias
Lançado no Japão, em novembro do ano passado, o relatório do Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), apontou que um dos principais
efeitos das mudanças climáticas no país seriam as secas persistentes, em algumas
regiões, e cheias recordes, em outras. Tudo isso, segundo o relatório, é resultado das
emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, que aumentaram em 2ºC a
temperatura do planeta, até 2100.
Apesar do “prazo”, a situação alarmante já começa a se refletir principalmente nos
países da América Latina, mesmo sendo os que menos emitem gases de efeito estufa.
No Brasil, cada região está sendo afetada de forma diferente, devido a sua extensão
territorial. O relatório enumera ainda que os resultados das mudanças no ecossistema,
devido ao aumento de temperatura, afetam a geração de energia, a agricultura e até
mesmo a saúde da população.
Na época do lançamento do relatório, em novembro do ano passado, o professor da
USP Marcos Buckeridge, que foi um dos autores do relatório do IPCC, afirmou que os
principais problemas brasileiros vão decorrer da falta de água. Onde houver problemas
com a água, outras questões serão geradas a partir daí.
Um dos exemplos apontados pelo relatório, foi a alteração nos padrões de chuva na
Amazônia, quando a cheia do rio Madeira atingiu 25 m, o nível mais alto da história e
afetou cerca de 60 mil pessoas.
No Nordeste, o ano de secas sucessivas, por causa das mudanças climáticas,
preocupou os especialistas envolvidos na elaboração do relatório. Segundo eles os
períodos de seca podem se intensificar e, uma das maiores preocupações apontadas, é
que o semi-árido nordestino se torne árido permanentemente.
Além da listagem de riscos, o relatório tentou apresentar soluções para os problemas
que parecem estar mais próximos do que se imagina. Algumas soluções seriam a
diminuição do uso de combustíveis fosseis e investimentos do governo em fontes de
energia renovável, além de investimentos em transportes públicos modais nas cidades.
26/01
SP celebra 461 anos com festa cultural
São Paulo. Não teve bolo oficial e as filas enormes, o calor e o atraso nos shows até
ameaçaram, mas nada tirou o ânimo nas comemorações dos 461 anos de São Paulo,
ontem.
Ao menos 50 mil pessoas, segundo a Prefeitura, se aglomeraram para ouvir o samba-
rock de Jorge Ben Jor no Centro Esportivo e de Lazer Tietê, na zona norte, e a Nação
Zumbi, no Largo da Batata, em Pinheiros.
No centro, havia filas de até 50 pessoas para saborear hambúrgueres e brigadeiros
especiais em carrinhos de rua.
Ben Jor abriu seu show - quando 30 mil pessoas estavam no Tietê - cantando Jorge da
Capadócia e emendou com A Banda do Zé Pretinho.
Ele pegou um público já animado por shows anteriores, também de samba-rock, com
destaque para a abertura feita pelo Clube do Balanço.
"A gente está mais acostumado a dançar no salão, mas é bem gostoso dançar aqui.
Estou gostando da festa, porque é difícil ter um evento que reúna tantas bandas de
samba-rock", afirmou a professora de dança Pauline Marcelino, de 28 anos.
Na zona sul, os independentes adotaram o espaço do antigo Hospital Francisco
Matarazzo, onde havia cinco palcos. Até a cantora Queen Latifah apareceu de surpresa
por lá, para conhecer o espaço, adquirido por seu amigo francês Alexandre Allard.
Já na zona oeste apresentações circenses que antecederam a Nação Zumbi atraíram
hipsters, veganos e descolados em geral ao Largo da Batata - 20 mil pessoas foram
assistir o grupo pernambucano. "O que realmente desanima é a falta de lugar para ir
no banheiro", disse a estudante Renata Almeida.
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