saldo da balança de pagamentos portuguesa

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Saldo da Balança de Pagamentos Portuguesa

É um sistema de contas onde se registam todos os fluxos económicos que entram e saem

de um país. É um instrumento de análise económica que permite tirar conclusões sobre a

situação económica do país e a sua maior ou menor dependência do exterior.

Esta balança subdivide-se em:

Balança Corrente , que inclui:

- mercadorias

- serviços

- rendimentos

- transferências correntes

Balança de Capital , que inclui:

- Transferências de Capital (perdão de dívidas entre países, património que os

emigrantes trazem quando regressam definitivamente, fundos da UE)

- aquisição/cedência de ativos não produzidos não financeiros (compra de franchises,

patentes, marcas)

Balança Financeira , que inclui:

- investimento direto

- investimento de carteira

-derivados financeiros

-outros investimentos

-ativos de reserva

As estatísticas da balança de pagamentos são compiladas pelo Banco de Portugal.

Estas estatísticas registam de forma sistemática, para um determinado período de tempo, o conjunto de transações económicas de Portugal face ao Resto do Mundo, sendo produzidas segundo os princípios metodológicos constantes no Manual da balança de pagamentos do FMI.

Evolução da Balança de Pagamentos Portuguesa

Portugal antes da adesão à União EuropeiaNo período anterior à adesão à União Europeia, as relações económicas internacionais condicionavam fortemente a economia portuguesa, de uma maneira negativa. Devido a este facto, a balança de pagamentos portuguesa era compensada pelas remessas de emigrantes. No entanto a economia portuguesa estava cada vez mais condicionada quer pela baixa competitividade das exportações portuguesas quer pela elevada dependência energética portuguesa. Assim a balança de pagamentos portuguesa deixou de ser compensada pelas remessas de emigrantes. Como consequência, a balança de pagamentos portuguesa não era, de todo, favorável, e a economia portuguesa apresentava um carácter de recessão económica.

Portugal após a adesão à União Europeia (86-91)Após a adesão à Comunidade Europeia, em 1986, o desempenho da economia portuguesa passa a ser influenciado pela evolução positiva das suas relações económicas internacionais, que atingem um novo patamar. Esta evolução positiva deve-se sobretudo ao reforço da

abertura comercial (destacando-se o aumento das trocas comerciais com Espanha, que até aí foram muito escassas) acompanhada por um aumento de entradas de capital (com relevo para o aumento do investimento direto estrageiro proveniente dos países da U.E). Com efeito, o peso relativo do IDE reforçou-se consideravelmente, uma vez que, sendo inferior a 2% no início da década, já rondava os 14 % do total da formação bruta de capital fixo em 1990 (ano em que atingiu um máximo histórico de cerca de 2200 milhões de dólares, representando 3,8% do produto interno bruto). Começou a verificar-se então, pela

primeira vez com alguma expressão, investimentos diretos por parte de empresas portuguesas. Também nos movimentos migratórios se verificou uma mudança - o fluxo de imigrantes tornou-se superior ao de emigrantes. Em termos de balança de pagamentos, as transferências de fundos comunitários para Portugal passaram a assumir a importância que tinham tido as remessas dos emigrantes portugueses.

Nos primeiros cinco anos de pós-adesão às Comunidades Europeias o Produto Interno Bruto cresceu cerca de 4,6% por ano. A partir de 1991 o ritmo do crescimento do PIB apresenta uma quebra (alcançou apenas 2,5%). No mesmo período o PIB da CE apenas crescera cerca de 3,1%

por ano, tendo tido após 1991 um abrandamento para 1,3%. Este crescimento da economia portuguesa revelou-se, no entanto bastante desequilibrado na medida em que as componentes da procura cresceram a um ritmo superior ao do produto, o que exigiu uma forte aceleração do ritmo das importações (que cresceram 3 vezes mais do que o PIB).

Portugal após a adesão à União Europeia (96-2013)Em 1996, o investimento direto em Portugal não apresentava as características favoráveis do período logo após a adesão à União Europeia. Como se pode observar no gráfico, a posição do investimento internacional evolui de uma situação aproximadamente equilibrada no 1º trimestre de 1996 (de cerca de -7,7% do PIB), para -107,5% do PIB no final de 2010. Ou seja, veio a deteriorar-se significativamente neste período. Este facto vai refletir-se na balança financeira, que vai consequentemente refletir-se na balança de pagamentos.

Apesar de desta evolução negativa, em cerca de 2009, o investimento começa a evoluir de uma maneira mais positiva (no entanto não suficiente). Este tendência positiva deu-se noutros setores, o que se refletiu nas diferentes balanças.

A evolução negativa do saldo conjunto da balança corrente e de capital, apresenta a partir de 2008 uma tendência crescente. Esta tendência fez com que o saldo das balanças, em 2012, tenha sido significativamente diferente do observado nos anos anteriores. Nesse ano verificou-se que a economia portuguesa registou uma capacidade líquida de financiamento externo, correspondente a 0.8% do PIB. Na sequência desta tendência, o saldo conjunto destas balanças apresenta-se positivo em 2012, correspondendo a 539.

Balança Corrente + Balança de Capital2011 2012-9 883 539

Nota: valores líquidos

Contrariando esta tendência a balança financeira não se encontra favorável. Como podemos observar no gráfico, desde 2002 que a evolução do saldo da balança financeira apresenta uma tendência maioritariamente crescente, com valores positivos. Após uma ligeira diminuição em 2003 (que passou de 6,7% em 2002 para 4,4% do PIB em 2003), a balança apresenta uma tendência estável com ligeiros aumentos e diminuições. De 2002 em adiante, o ano em que a balança financeira foi mais favorável foi no ano de 2008 (em que o saldo desta correspondeu a 11,1% do PIB). A partir desse ano verificou-se uma tendência decrescente, atingindo valores negativos em 2012 (o saldo foi de -1,1% do PIB).

Balança Financeira2011 20129 766 -53

Portugal atualmente (2013)

Balança CorrenteMercadorias Serviços Rendimentos Transferências

CorrentesTotal

-7 080 9 925 -5 925 3 961 881

Balança de Capital3 412

Balança FinanceiraInvestimento direto

Investimento de carteira

Derivados financeiros

Outro investimento

Ativos de reserva

Total

1 271 -943 -1 017 -3 338 -436 -4 464

Erros e Omissões170

Nota: valores líquidos

Na sequência da tendência de 2011 para 2012, atualmente o saldo conjunto da balança corrente e de capital encontra-se positivo (correspondendo a 4293). Na sequência da tendência negativa de 2011 para 2012, a balança financeira, em 2013, apresentou-se significativamente desfavorável, correspondendo a -4 464.

Deste modo a balança de pagamentos encontra-se desfavorável, cujo saldo corresponde a -171.

Importações e Exportações Portuguesas

Importações Portuguesas antes e pós-adesão à União EuropeiaO aumento da procura e a insuficiente oferta após a adesão às Comunidades Europeias levou a um aumento das importações em todos os setores. No entanto são os setores das mecanicas, do material elétrico e do material de transporte que contituem o maior peso das importações (inclusivamente tendo tido os maiores aumentos após a entrada à U.E).

Entre 1996 e 2010 a constituição das importações manteve-se no que toca ao tipo de bens/serviços importados, tendo as máquinas e aparelhos o maior peso nas importações. Verifica-se também um grande peso por parte dos veículos e dos combustíveis nas importações, o que demonstra a grande dependência energética por parte de Portugal.

Importações portuguesas atualmenteAtualmente os bens/serviços mais importados continuam a ser os mesmos, mas no entanto estes adquiriram pesos diferentes. Atualmente os bens/serviços mais importados na sua ordem são os combustíveis minerais, os veículos automóveis e os aparelhos mecânicos.

Podemos então concluir o aumento da dependência energética portuguesa, o que condiciona bastante o saldo comercial.

Exportações portuguesas antes e pós-adesão à União Europeia

Como é possível observar no gráfico, no geral, desde a adesão de Portugal à União Europeia que as exportações portuguesas aumentaram, tendo tido uma evolução irregular. Destacam-se positivamente os anos de 1885 e o de 1989, pois foram os anos em que as exportações atingiram o valor de 30% do PIB. Destaca-se também o ano de 2008 onde as exportações atingiram o maior valor no período em análise no gráfico (cerca de 32,5% do PIB).

Desde o século XIX que os produtos alimentares constituem um grande peso nas exportações. Estas tinham um baixo teor de transformação industrial e representavam mais de 2/3 das exportações de mercadorias. Ao longo do século XX, o vinho vai perdendo gradualmente expressão, mas é principalmente a partir do desenvolvimento e diversificação industrial e das melhores possibilidades de exportação que certos produtos passaram a ter para os mercados da EFTA, que a estrutura das exportações se começa a alterar significativamente no sentido de produtos mais diversificados e de maior valor acrescentado, como é o caso dos bens de consumo não alimentar relativamente aos alimentares. A diversificação das exportações não deixa de ser, no entanto, algo limitada. A especialização no calçado e, principalmente, vestuário, atinge, no último quartel do século XX, uma dimensão relativa comparável ao vinho do Porto no final do século anterior, ou seja, cerca de 1/4 do total das exportações.

Assim a fraca inovação tecnológica e a pouca modernização fazem com que a competitividade de Portugal em relação ao exterior fique limitada, tal como a sua posição no contexto internacional.

Exportações portuguesas atualmente

Atualmente a composição das exportações portuguesas difere, sendo os produtos mais exportados os veículos automóveis, os materiais elétricos e os aparelhos mecânicos. Apesar de ter havido uma maior industrialização nos produtos exportados, Portugal continua condicionado pela sua fraca inovação e modernização, limitando a sua competitividade em relação ao exterior.

Sites Visitados:

http://www.pordata.pt/Portugal/Balanca+de+pagamentos+saldos-499

http://www.bportugal.pt/pt-PT/Estatisticas/Dominios%20Estatisticos/Paginas/EstatisticasdaBalan%C3%A7adePagamentos.aspx

http://www.bportugal.pt/pt-PT/Estatisticas/PublicacoesEstatisticas/BolEstatistico/Publicacoes/C0.pdf

http://www.bportugal.pt/pt-PT/Estatisticas/PublicacoesEstatisticas/NIE/Lists/FolderDeListaComLinks/Attachments/84/NIE_6_2014%20AP.pdf

http://comum.rcaap.pt/bitstream/123456789/4546/1/13_2006_Complementos-Te%C3%B3ricos-EPE_mimeo(ESCE).pdf

https://www.bportugal.pt/pt-PT/Estatisticas/PublicacoesEstatisticas/NIE/Lists/FolderDeListaComLinks/Attachments/68/NIE_BOP_Fev%202013.pdf

http://www.notapositiva.com/resumos/economia/11contabilidadenacional.htm

http://www.dinheirovivo.pt/Graficos/Detalhe/CIECO324021.html

http://www.gpeari.min-financas.pt/arquivo-interno-de-ficheiros/economia-portuguesa/2006/Economia-Portuguesa-Julho2006.pdf

http://desmitos.blogspot.pt/2011/01/exportar-ou-nao-eis-questao.html

http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1223054629Q6yOU5pa6Gx45OK0.pdf

http://www.ffms.pt/upload/docs/a8719b83-9c17-4a00-9ba3-e9c04efef23c.pdf

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