romantismo - arteearquitetura.weebly.com · lord byron (1768-1825) arte romÂntica o romantismo foi...
Post on 01-Jun-2020
5 Views
Preview:
TRANSCRIPT
INTRODUÇÃO
❖ A história da arte oitocentista foi marcada pelo retorno a
fontes históricas (HISTORICISMO), as quais inspiraram
todas as correntes estéticas da Europa e das Américas.
❖ No decorrer do século XIX, partindo do Neoclassicismo e
cada vez mais, os artistas rejeitaram a autoridade das
ACADEMIAS, o que conduziu a novas experimentações,
especialmente na França e na Inglaterra.
❖Sentindo-se mais livres para
explorar os limites da arte,
todos os artistas foram
influenciados pelos ideais de
LIBERDADE e REBELDIA
defendidos desde meados do
século XVIII pelo filósofo
francês Jean-Jacques
Rousseau (1712-78).
Maurice-Quentin de La Tour (1704-88)
Portrait de J. J. Rousseau
(c.1753)
❖ Os românticos estavam convencidos
de que o indivíduo era a força-motriz da
história e do progresso, enfatizando o
emocional, o irracional e o intuitivo.
❖Houve também as contribuições da
Alemanha, as quais procuraram retratar
a força descomunal da NATUREZA, o
que atestava a frágil condição humana.A Árvore dos Corvos (c.1822) - 59x73cm
Caspar D. Friedrich (1774-1840)
J. M. W. Turner (1827-75)Manhã Gelada (1814)
114x175cm
❖ Deslocou-se o interesse do mundo exterior ao interior do indivíduo, levando a novas experiências
estéticas em literatura e artes visuais, que se direcionaram ao mundo sobrenatural e à
exploração da psicologia humana.
J. W. von
Goethe
(1749-1832)
Victor Hugo
(1802-85)
Honoré de Balzac
(1799-1850)
Edgar Allan Poe
(1809-49)
Lord Byron
(1768-1825)
ARTE ROMÂNTICA
❖O ROMANTISMO foi um movimento bastante amplo que
se desenvolveu desde 1820 contra a arte neoclássica,
valorizando as emoções humanas em detrimento das
abordagens racionais baseadas em normas acadêmicas.
❖ Iniciou o processo de LIBERTAÇÃO dos artistas quanto
à autoridade das academias, à utilidade social e ao peso
da opinião pública, do convencional e do bom gosto.
❖ Em seu sentido mais amplo, o
termo ROMÂNTICO refere-se à
qualquer obra de arte em que os
estados de alma subjetivos – como
sentimentos, disposições e
intuições – são dominantes.
❖ Embora também busque o IDEAL,
este se diferencia do clássico por ser
expressão exclusivamente individual.Napoléon s'éveillant à l'immortalité
(1845/47) - 2,51m (Fixin-lés-Dijon)
François Rude (1784-1855)
❖ O ROMANTISMO negava
as avaliações racionais da arte
acadêmica, rejeitando a crença
de que o homem podia ser
perfeito através da razão.
❖Seus defensores rejeitavam as
atitudes utilitárias que existiam
em relação à arte, em especial
da Igreja e da Filosofia.
Eugène Delacroix
(1798-1863)
Christ sur la croix
(1845) - 25x35cm
La mort de Sardanapalus (1827) - 392x496cm
❖ Criticavam o ILUMINISMO por ter falhado em não aceitar a
importância do que é subjetivo – o irracional, o emocional e
o espiritual –, salvando a arte de sua “utilidade” burguesa.
Caspar David
Friedrich
(1774-1840)
Mar de gelo
ou Naufrágio
da Esperança
(1824)
96,7x126,9cm
Cruz nas montanhas (1812)
❖ Os românticos romperam
com as regras em voga e
enfatizaram o SUBLIME,
este visto como um encontro
com a imensidão da
natureza, na qual o ser
humano reconhece a sua
própria transitoriedade e o
seu verdadeiro caráter.
John Constable (1776-1837)
Salisbury Cathedral from
the Bishop's Grounds (c.1825)
❖ O PAVOR e o
SOBRENATURAL também
adquiriram papel importante,
em parte como resultado do
sofrimento causado pelas
Guerras Napoleônicas; e em
parte devido ao significado
que passaram a ter o mito e
a fantasia como fontes de
inspiração artística.The nightmare (1780/81) - 101x128cm
Henry Fuseli (1741-1825)
PINTURA ROMÂNTICA
❖Opondo-se ao rigor neoclássico em desenho e
composição, o ROMANTISMO na pintura explorava a cor
e o movimento em suas telas, voltando-se em especial à
natureza, à sentimentalidade e ao individualismo.
❖ Apresentava criações livres, com pinceladas pastosas e
irregulares, além de planejamentos ondulados,
movimentação das formas e temática emocional.
❖ O ROMANTISMO
desenvolveu-se em uma
época marcada pela
ampliação dos meios de
comunicação e expressão
artística, através de
exposições individuais,
colecionismo burguês e
empastamento das tintas.
Justice et vengeance divine
poursuivant le crime (1808)
Pierre-Paul Prud’hon (1758-1832)
Dessin
au pastel
❖ São os elementos característicos
da PINTURA ROMÂNTICA:
✓Sentimentalismo: Ênfase nas
emoções e nas atitudes guiadas
de forma intuitiva e/ou experimental;
✓Orientalismo: Interesse por temas do
Oriente Próximo, destacando prazeres
exóticos, opulência ou crueldade; e
✓Medievalismo: Inspiração nostálgica
na Idade Média por suposição de uma
vida mais simples, sincera e pura. Rue Ezbekiyah au Caire (1833)
Prosper Marilhat (1811-47)
❖ Na França, os maiores
românticos foram Théodore
Géricault (1791-1824), que
retratava cavalos e momentos
de perigo ou incerteza; e
Eugène Delacroix (1798-1863),
que trabalhou com a emoção
exacerbada, através da
sexualidade, luta e morte.
Théodore Géricault (1791-1824)Un officier des chasseurs commandant
une charge (1812) - 266x349cm
Théodore Géricault
(1791-1824)
Le radeau de la Méduse (1818/19) - 491x716cmEsclaves arrêtant
un cheval (1817) |
Courses de chevaux
sans cavalier (1819)
45x60cm
Eugène Delacroix (1798-1863)
La Liberté guidant
le peuple (1830)
260x325cm
Autoportrait
(c.1837)
La barque de Dante
(1822) - 189x246cm
❖ Outro destaque francês foi o retratista
romântico Pierre-Paul Prud’hon
(1758-1832), além dos orientalistas
Prosper Marilhat (1811-47) e
Théodore Chassériau (1819-56).
❖ Já a pintura de paisagens
desenvolveu-se bastante devido ao
fascínio romântico pela NATUREZA e
seus aspectos selvagens e intocados.
Théodore Chassériau (1819-56)Nu dans un harem (1850/52)
❖ Os ingleses foram os que
mais exploraram a beleza da
NATUREZA; vista como
extensão dos sentimentos,
seja retratada de forma sutil
e tranquila, com John
Constable (1776-1837), seja
apresentada como terrível e
ameaçadora, no caso de
Joseph Mallord Wiliam
Turner (1775-1851).The Hay-Vain (1821) - 130x185cm
Jonh Constable (1776-1837)
J. M. Wiliam Turner
(1775-1851)
Snow Storm:
Steam-Boat off a
Harbour's Mouth (c.1842)
91x122cm
Rain, Steam and Speed: The Great
Western Railway (1844) - 91x122cmThe Fighting Témérarie
(1938/39) - 91x122cm
Self-Portrait
(c.1799) - 74x58cm
❖ Outros pintores românticos da Inglaterra foram Henry Fuseli (1741-
1825), John Martin (1789-1854), Richard P. Bonington (1802-28) e
Samuel Palmer (1805-81), além do poeta William Blake (1757-1827),
que escreveu e ilustrou mais de 20 livros com suas fantastic paintings.
Manfred and the Alpine Witch
(1837) - 388x558cm
Approaching Storm: Beach near Newport
(1861/62) - 71x148cm
John Martin (1789-1854)
Henri III (1827/28) - 54x64cm
Richard P. Bonington
(1802-28)
Samuel Palmer
(1805-81) The shadowy
stream (1861)
The Ancient of Days (1793)Gravura em papel c/ tinta e aquarela
Satan watching the
caresses of Adam and
Eve (1808) - 38x50cm
Isaac Newton (1795)Gravação em cobre
c/tinta e aquarela
46x60cm
William Blake
(1757-1827)
❖ O ROMANTISMO espanhol foi
dominado por Francisco Goya
(1746-1828), cujo trabalho singular
explorou temas sombrios da psique,
como a loucura, a superstição, o
sobrenatural e o macabro. Das
gravuras dos caprichos às pinturas
negras de sua velhice – só reveladas
ao público após 1878 –, abordou o
sofrimento e não as glórias humanas.
Vuelo de brujas
(1797)
31,5x43,5cm
Francisco de Goya
y Lucientes (1746-1828)
El parasol (1776/78) - 104x152cm
La maja desnuda y vestida
(1799/1803) - 97x190cm
Saturno
devorando
um de seus filhos
83x146cm
Duelo a
Bordoadas
112x366cm
PINTURAS
NEGRAS
(1819-1823)
14 óleos
al secco da
Quinta del Sordo (Madrid, d.1909)
❖ A ESCOLA ALEMÃ romântica
foi liderada por Caspar David
Friedrich (1774-1840), Philipp
Otto Runge (1777-1810) e Karl
Blechen (1798-1840).
❖ Muito influenciados pelo
medievalismo, os alemães
buscaram uma ligação indissolúvel
entre os mundos físico e espiritual.
Karl Blechen (1798-1840)Schlucht bei Amalfi (1831) - 78x110cm
Caspar David Friedrich
(1774-1840)
As idades da vida (c.1835)
72,5x94cm
Mulher na janela (1822)
37x44cm
O viajante sob o mar de névoa
(1817/18) - 75x95cm
Philipp Otto Runge (1777-1810)
Os pais do artista
(1806) - 131x196cm
Sua Esposa
Pauline com
o filho de 2
anos (1807)
73x97cm
Cristo caminha sobre o mar
(1806/07) - 116x157cm
ESCULTURA ROMÂNTICA
❖ Assim como os pintores, os escultores românticos
elegeram o SENTIMENTO e a IMAGINAÇÃO como
fontes criadoras, passando a explorar as emoções.
❖ Suas composições abordavam o movimento e ação das
figuras em temas de orientais ou medievais a históricos
ou religiosos, buscando sempre grande expressividade,
inclusive para explorar questões sociopolíticas da época.
❖ Entre os escultores
românticos, destacaram-se
os franceses François Rude
(1784-1855), Jean-Pierre
Cortot (1787-1843) e Antoine
Étex (1808-88), os quais
migraram do neoclássico e
consagraram-se com suas
obras no Arc de Triomphe.
François Rude
(1784-1855)Le Départ de 1792
ou Marche des
volontaires ou
La Marsellaise
(1833/36)
1,26m
Le Triomphe de 1810 (1833)
Jean-Pierre Cortot (1787-1843)
La Résistance de 1814 (1839)
La Paix de 1815 (1839)
Antoine Étex (1808-88)
❖ Contudo, o maior nome da escultura
romântica foi o de Jean-Baptiste
Carpeaux (1827-75), que expressou como
ninguém seus ideais libertadores.
Ugolino et ses fils
(1865/67)
1,96mLes quatre coins du monde soutenant
la sphère céleste (1868/72) - 2,80m
La Danse (1868) - 2,32m
ARTS & CRAFTS
❖ De bases românticas, o Movimento das Artes e Ofícios
surgiu na segunda metade do século XIX a partir da ação
de um grupo de artesãos britânicos, que visava a
renovação do artesanato em menosprezo à indústria.
❖ Buscando inspiração da Idade Média, seus expoentes
tentaram romper com o ecletismo, através de uma maior
sensibilidade, simplicidade formal e sentido de unidade.
❖Seus fundamentos estavam nas ideias
do crítico, escritor e pintor inglês John
Ruskin (1819-1900), que buscava
soluções para a “degenerescência” da
arte de seu tempo, denunciando seu
materialismo exacerbado.
❖Atacando a MÁQUINA, que seria a
principal vilã da era industrial, defendia
a volta ao artesanato, propondo a
reforma do sistema socioeconômico
pela renovação das artes aplicadas.
Rochas em movimento (1845/55)
John Ruskin (1819-1900)
Retrato aos
44 anos
(1863)
❖Considerado o maior discípulo
de Ruskin, o arquiteto, ilustrador
e ativista social William Morris
(1834-96) procurou aplicar na
prática os ideais de seu mestre,
defendendo uma “arte do povo
para o povo” e organizando
grupos para a revificação do
trabalho artesanal em Londres.
Philip Webb(1831-1915)
Red House’s W. Morris(1859/60, Kent GB)
Morris Armchair(1880)
❖Através de sua firma, fundada em 1861 na George Edmund St., Morris
passou a criar para interiores e a vida cotidiana (papéis de parede, tecidos,
tapeçarias, vitrais, móveis e ilustrações de livros), com grande unidade
estilística e defendendo que o belo é o útil, mesmo ornamentado.
Ilustrações
(1860)
Vitral da Red House(1859/60)
Papeis de parede (1860/90)
William Morris (1834-96)
❖Além de Morris, os maiores
expoentes do movimento
foram: os artífices Ernest
Gimson (1864-1920) e sir
Ambrose Heal (1872-1959);
os pintores e ilustradores
Walter Crane (1845-1915) e
Charles R. Ashbee (1863-
1942) e o arquiteto Arthur H.
Mackmurdo (1851-1942).
Utensílios (1870/88)
Charles R, Ashbee (1863-1942)
Walter Crane (1845-1915)
Swans, rush and Irises (1877)
Century GuildChair (1883)
A. H. Mackmurdo(1851-1942)
❖Embora sua ação tenha sido limitada,
o ARTS & CRAFTS já anunciava alguns
pressupostos do modernismo, como:
✓Defesa da originalidade a todo custo, abandonando preferências historicistas;
✓Ênfase do trabalho simples e dedicado junto à natureza própria dos materiais; e
✓Desenvolvimento de novas e criativas padronagens estilizadas, límpidas e geométricas.
Ernest Gimson (1864-1920)
Inglewood House
(1892, Leicester GB)
Bookcase (1904)
Close Stool & Highboy (1888)
Sir Ambrose Heal (1872-1959)
BIBLIOGRAFIA
❑BROCVIELLE, V. Petit Larousse da História da Arte. São Paulo: Lafonte, 2012.
❑DICKINS, R.; GRIFFITH, M. Introdução à arte. São Paulo: Ciranda Cultural, 2012.
❑GOMBRICH, E. H. A história da arte. 12. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Editora, 2012.
❑LITTLE, S. Ismos: entender a arte. Lisboa: Lisma, 2006.
❑MASON, A. História da arte ocidental. São Paulo: Rideel, 2009.
top related