revista ambr 138
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AMBr revista > JANEIRO 2012 1
Publicação Mensal da Associação Médica de Brasília - Ano XII - número 138 - janeiro 2012 - ISSN 2179-0140
ImpressoEspecial
000343/2005-DR/BSB
AMBr
Curso de medicina do GDF está entre os melhores do país
Comissão de Assuntos Políticos discute projetos prioritários que tramitam no Congresso Nacionalp.18
Demografi a médica:Pesquisa do CFM em parceria com o Cremesp revela desigualdades regionaisp.12
r e v i s t a
DIS
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IBU
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RATU
ITA
AMBr revista > JANEIRO 20122
AMBr revista > JANEIRO 2012 3
Ano novo, vida nova, diz o surrado bordão utilizado sempre que se quer
fazer referência à mudança de vida com o início de um novo período.
Recorremos a esta máxima também com grande expectativa sobre os
próximos meses. Temos um ano inteirinho pela frente, em que nos é per-
mitido escrever uma nova história, ou pelo menos uma um pouco dife-
rente da vivida em 2011.
Se erramos ano passado, temos agora outros 12 meses para acertar, corrigir a peque-
na falha ou o grande defeito. Se acertamos, é hora de fazer melhor e nos superarmos. É
com esse espírito que a AMBr Revista inicia 2012.
E começamos o ano com o pé direito, comemorando a nota máxima obtida pela Es-
cola Superior de Ciências da Saúde no Enade. A ESCS é mantida pela Fundação de Ensino
e Pesquisa em Ciências da Saúde, que consolidou-se como mantenedora de centros de
formação de médicos e enfermeiros, de técnicos de saúde e de reciclagem profi ssional.
Hoje, tem um dos cursos de medicina mais bem avaliados do país, fruto, entre outras
coisas, de uma metodologia que se tornou referência em ensino de excelência.
Em entrevista, o diretor-geral da ESCS, Mourad Ibrahim Belaciano, fala das bases que
sustentam o sucesso da Escola Superior de Ciências da Saúde e avalia a qualidade do
ensino médico brasileiro.
Na página dedicada às Sociedades de Especialidades, é a vez da Sociedade Brasileira
de Dermatologia, seção Distrito Federal, mandar o seu recado.
Esta edição da AMBr Revista traz também um retrato não muito feliz da distribuição
de médicos no país. Quem tem plano de saúde tem quatro vezes mais médicos à dispo-
sição do que quem só pode recorrer ao Sistema Único de Saúde. As discrepâncias são
imensas e, a depender da região do país, nos faz sentir como se estivéssemos na Europa
ou na África. Por outro lado, temos mais mulheres assumindo a profi ssão e um número
cada vez maior de profi ssionais entrando no mercado de trabalho.
A Comissão de Assuntos Políticos é tema de um dos destaques desta edição, com a
defi nição dos assuntos prioritários que estão sendo ou vão ser discutidos pelo Congres-
so Nacional em 2012. As entidades médicas se organizaram em torno de uma agenda
comum e vão pressionar o Legislativo para ver os assuntos de interesse da categoria
aprovados na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Para completar esta edição, temos o calendário de eventos e datas comemorativas da
Associação Médica de Brasília. As festas tradicionais estão confi rmadas, como o baile de
carnaval e o Arraiá do Dotô. A AMBr também já divulgou as datas do Happy Hour e do
Sarau. Essas e outras atrações prometem levantar o astral de 2012.
Junte-se a nós! Vamos construir um ano defi nitivamente melhor.
Boa leitura!
e d i t o r i a l
Começar de novo
AMBr revista > JANEIRO 20124
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s u m á r i o
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editorial
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notas
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opinião
atualidades
medicina e arte
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Biblioteca da Fepecs: especí-fica a todos os servidores da Secretaria de Saúde do DF
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c a p a
O curso de Medi-
cina da Escola
Superior de Ci-
ências da Saú-
de, da Fundação de Ensino
e Pesquisa em Ciências da
Saúde, tirou nota máxima
em mais um Exame Nacio-
nal de Desempenho de Es-
tudantes (Enade).
Com 10 anos de exis-
tência, essa é a terceira
avaliação do curso, sen-
do que, em todas, obteve
a nota máxima de acordo
com o Índice Geral de Cur-
sos (IGC) do Ministério da
Educação. A ESCS é a úni-
ca instituição de ensino
de medicina a obter esse
ESCS tem o quarto melhor rendimento entre cursos de medicina de todo o país
resultado no Distrito Fe-
deral.
O Enade avalia o rendi-
mento dos alunos dos cur-
sos de graduação, ingres-
santes e concluintes, em
relação aos conteúdos pro-
gramáticos dos cursos em
que estão matriculados.
A última nota do Ena-
de foi divulgada pelo Mi-
nistério da Educação em
novembro de 2011. Nela,
o curso de Medicina tirou
4,88 (numa escala de 0 a
5), ocupando a quarta po-
sição entre os cursos mais
bem avaliados do país.
Para o diretor-geral da
ESCS, Mourad Ibrahim
Belaciano, o resultado se
deve ao fato de a ESCS ter
sido criada já com um cur-
rículo inovador, perfilado
às diretrizes curriculares
anunciadas pelo Ministé-
rio da Educação em 2001.
Para comemorar – Os
resultados enchem de or-
gulho o ex-aluno Rafael
Vinhal, que se formou na
quinta turma do curso de
Medicina da ESCS, há um
ano. Para ele, são três os
fatores que fazem o cur-
so ter sucesso: a inserção
precoce dos estudantes no
serviço de saúde; a utiliza-
ção de metodologias ativas
de ensino; e o modelo do
centro docente assisten-
cial. “Somos o único curso
de Medicina do país que
está inserido dentro de
uma Secretaria de Saúde.
Isso faz toda a diferença
porque os professores já
conhecem os serviços. Sa-
ímos da faculdade mais
bem formados”, afirma.
O egresso também des-
taca como ponto positivo
do curso de Medicina da
ESCS a carga horária, de
mais de 10 mil horas-aula,
uma das maiores do país
- a exigência do MEC é de
7.200 horas-aula.
A mesma opinião é
Formatura dos alunos da sexta turma do curso de Medicina da ESCS, em dezembro de 2011
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Pela terceira vez consecutiva, curso de Medicina recebe nota máxima no Enade
compartilhada pelo ex-
-aluno Leonardo Esteves
Ramos, que participou da
terceira turma do curso de
Medicina da ESCS e agora
está concluindo a residên-
cia em Ginecologia e Obs-
tetrícia. Leonardo ressalta
que o quadro de professo-
res, formado por médicos
da Secretaria de Saúde, foi
fundamental no proces-
so de aprendizagem. “Eles
não são de um mundo es-
tranho. Se fossem outros
professores, a interação
seria mais difícil. Além
disso, nosso campus é
toda a Secretaria de Saú-
de”, afi rmou Leonardo.
Bruno Nogueira Cé-
sar veio de Fortaleza para
estudar Medicina no DF.
Quando passou na ESCS,
olhou com desconfi ança
para a metodologia de en-
sino, mas diz que foram
necessários apenas seis
meses para se apaixonar
pelo curso e decidir fi -
car na capital.
Agora, Bruno
está no quinto
ano, cumprin-
do o internato.
“No começo,
você fi ca com
medo. Assusta
um pouco saber
que os alunos
vão ‘dar aula’,
mas depois não
tem como não se
apaixonar pelo
método”, afi r-
mou.
Seleção – Em
dezembro de
2011, 77 alunos
da sexta turma
do curso de Me-
dicina da ESCS
se formaram. O
ingresso no cur-
so é feito anualmente, por
meio de vestibular. São
oferecidas 80 vagas, sendo
40% delas reservadas para
estudantes de escolas pú-
blicas. O curso é seriado e
tem duração de seis anos.
A ideia é formar profi ssio-
nais críticos, com posição
refl exiva, humanista e res-
ponsável socialmente, va-
lores trabalhados dentro
da grade curricular.
Saiba mais sobre a Fepecs
Vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, a Funda-
ção de Ensino e Pesquisa em Saúde (Fepecs) é uma instituição sem fi ns lu-
crativos e de caráter científi co – tecnológico e educacional. Fazem parte da
Fundação a Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), a Escola Técnica de
Saúde de Brasília (ETESB) e a Coordenação de Desenvolvimento de Pessoas,
além da Biblioteca Central e do Comitê de Ética em Pesquisa.
A instituição é resultado de um processo que se desenrolou por mais
de quatro décadas e que buscava o desenvolvimento de habilidades e com-
petências dos servidores e profi ssionais ligados ao Sistema de Saúde do
Distrito Federal. “A história da Fepecs se confunde com a própria história da
Saúde na capital federal”, afi rma o presidente da Fundação, Luciano Carvalho.
Em 2001, ano de fundação da Fepecs e da ESCS, foi autorizado o funcionamento do curso de graduação em Medicina,
reconhecido pelo Ministério da Educação em 2006. Já em 2009, a Escola Superior de Ciências da Saúde começou a oferecer
o curso de graduação em Enfermagem, cuja primeira turma se forma este ano.
Hoje, a Fepecs mantém cursos técnicos, superiores, de extensão, pós-graduação, além das pesquisas acadêmicas.
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AMBr Revista – Como o
senhor caracteriza o ensino
médico da ESCS?
Dr. Mourad – Primeiro,
vem o que a gente chama
de metodologias ativas de
ensino-aprendizagem, que
signifi ca uma estrutura
curricular não baseada em
disciplina, em especialida-
de. É um currículo integra-
do, apresentado sob a for-
ma de módulos temáticos
interdisciplinares e exe-
cutado em módulos de di-
nâmica tutorial. Com isso,
você permite que o aluno
busque a informação para
resolver um problema. De
modo geral, reúne-se um
grupo de 7 a 9 alunos, sob
a orientação de um tutor,
discute-se um problema
e, ao longo de 3 ou 4 dias,
o aluno vai buscar respos-
tas para esse problema. Na
sessão seguinte, ele com-
partilha o conhecimento
adquirido com os colegas e
a sistematização acontece
em grupo. Essa metodolo-
gia está baseada no Cons-
trutivismo, que parte da
premissa que o conheci-
mento não se transmite, se
constrói. E é uma constru-
ção individual, que pode
ser facilitada em peque-
nos grupos. O resultado é
a formação de alunos com
raciocínio integrado e ca-
pazes de buscar respostas.
AMBr Revista – Essa é a
base do sucesso do curso de
Medicina da ESCS?
Dr. Mourad – Uma das
bases. A outra é o fato des-
se curso não estar ancora-
do num único serviço ou
hospital, mas numa rede
de prestação de serviços
de saúde. Nossos alunos se
formam dando importân-
cia a uma rede de atenção.
Eles estagiam no progra-
ma Saúde da Família, nos
programas prioritários da
Secretaria de Saúde, na
área de saúde mental, de
urgência e emergência, em
ambulatórios, nos centros
de saúde, nos hospitais e
UTIs. Hoje, nós ocupamos
cinco hospitais, em quatro
regionais de saúde. O alu-
Diretor da ESCS defende Medicina mais humanizada
Desde a fundação da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), há 11 anos,
Mourad Ibrahim Belaciano responde pela diretoria-geral da instituição. Em
vinte anos de experiência com educação médica, ele também ocupou o car-
go de presidente da Associação Brasileira de Ensino Médico e participou das
discussões nacionais sobre a grade curricular do curso de Medicina.
A história do Dr. Mourad com a ESCS começou em 2000, quando ele foi convida-
do pelo secretário de Saúde do Distrito Federal para montar um curso de Medicina
que formasse profi ssionais para serem incorporados à rede pública local. Junto
com o convite, veio a carta branca para montar um currículo inovador, mais hu-
manizado e que privilegiasse a integração do aluno com a rede pública de saúde.
Havia também, na época, uma outra discussão que dominava o cenário de en-
sino médico no país. O Conselho Nacional de Educação avaliava novas diretrizes
curriculares para o curso de Medicina. As mudanças acabavam com o defasado
currículo mínimo, por disciplinas, estabelecido em 1969 e que pautava os cur-
rículos de todas as universidades brasileiras. As discussões acabaram por abrir
caminho para o surgimento do curso da ESCS.
Graduado em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1974),
especialista em Epidemiologia e Estatística da Saúde pela Escola Nacional de Saú-
de Pública (1976), mestre em Serviço Social pela Universidade Federal da Paraíba
(1982), o Dr. Mourad também é professor-adjunto da Universidade de Brasília, cedi-
do ao Governo do Distrito Federal. Na entrevista que se segue, ele faz uma avalia-
ção do ensino médico no país e explica o diferencial do curso de Medicina da ESCS.
AMBr revista > JANEIRO 2012 9
cado passa pela residência.
Se a residência não tiver
uma estrutura semelhan-
te à mudança que se está
propondo na graduação, o
aluno vai regredir na for-
mação dele. Costumamos
dizer que o mercado for-
ma, deforma e reforma o
profi ssional. O mercado
está voltado para os deter-
minantes econômicos da
profi ssão e a necessidade
da população é uma neces-
sidade da sociedade. Quem
tem que fazer uma vincu-
lação entre essas necessi-
dades e esse mercado é o
governo. E quando falo em
regulação de mercado, não
estou falando de regular só
o salário. Estou falando do
perfi l desse profi ssional,
de um perfi l técnico, bem
capacitado, mas também
de um perfi l humanísti-
co, de compromisso com a
sociedade, com os pacien-
tes, que é o resgate daqui-
lo que a medicina tem de
mais caro, que é o valor
da medicina como catego-
ria profi ssional, para que
a sociedade possa voltar a
se orgulhar dela. O gover-
no tem que ter capacidade
de dialogar com as cate-
gorias, chamar para uma
discussão nesse patamar.
É esse esforço que vai fazer
as mudanças, para que a
gente possa ter uma saú-
de integral, humanística
e atingir outro patamar de
resultado do nosso sistema
de saúde.
Na próxima edição, va-
mos falar sobre o curso de
medicina da Universidade
de Brasília. Não perca!
no participa desse cená-
rio desde o primeiro ano.
Aprende a conviver com
os servidores, com o servi-
ço, com a população, com
todos os problemas, mas
também com todas as ten-
tativas e soluções efetivas
que se dá a cada caso. É
onde ele aprende a se re-
lacionar com o paciente,
com a família e com a co-
munidade.
AMBr Revista – E como
é trabalhada a humanização
do médico?
Dr. Mourad – Isso é
inerente à relação do pro-
fi ssional com a família, a
comunidade e o próprio
paciente. A abordagem do
paciente - e não apenas
da doença - é trabalhada
pelos nossos professores,
valorizando essa relação.
Você prepara o aluno para
uma relação profi ssional.
Ninguém nasce tendo as
atitudes que são necessá-
rias a um profi ssional de
saúde. Essa questão é tra-
balhada.
AMBr Revista – Falta al-
guma coisa para que o curso
de Medicina da ESCS seja en-
carado como aliado na solu-
ção da crise enfrentada pela
Saúde no DF?
Dr. Mourad – Falta os
governantes estarem aten-
tos a essa escola, saberem
que ela é colaboradora das
respostas. Ela tem condi-
ções de ajudar a Secretaria
a sair dessa crise e dar o
suporte devido. Acontece
que a crise é tão grande
que eles não conseguem
olhar para a educação,
para a formação. Eles tem
que ter consciência que
não vão conseguir se fi ca-
rem só resolvendo os pro-
blemas emergenciais, sem
partir para novos modelos.
O que não é um problema
só de Brasília, é um pro-
blema do modelo nacio-
nal. Estamos numa fase de
transição para a universa-
lização e os sistemas de
todos os estados estão so-
frendo em função disso.
AMBr Revista – Como o
senhor avalia o ensino médi-
co no Brasil?
Dr. Mourad – O ensino
médico está atravessando
uma fase de transição, fru-
to das grandes discussões
dos anos 1990 e da implan-
tação das diretrizes cur-
riculares, há dez anos. As
escolas médicas começam
a tomar consciência da
necessidade de mudança
e começam a surgir novas
lideranças em educação
médica, em várias escolas
brasileiras. Nunca se estu-
dou, pesquisou, publicou e
se discutiu tanto educação
médica no Brasil como nos
últimos dez anos. O fato
de o Ministério da Educa-
ção (MEC) está exigindo
que as escolas mudem os
seus currículos tem sido
o motor de uma discussão
que vem sendo capitane-
ada pela ABEM (Associa-
ção Brasileira de Educação
Médica). Paralelo a isso, a
política indutiva do Minis-
tério da Saúde vem colo-
cando recursos fi nancei-
ros e técnicos à disposição
dessas mudanças, para
que elas ocorram na dire-
ção de uma rede de aten-
ção à saúde. E o MEC está
trabalhando em conjunto
com o Ministério da Saú-
de, avaliando as diretrizes
com as respostas obtidas
no Enade, o que tem esti-
mulado as escolas a pro-
moverem mudanças mais
efetivas. Os resultados evi-
denciam isso. Por exem-
plo, na primeira edição do
Enade, em 2004, apenas o
curso de Medicina da ESCS
obteve escore máximo.
Em 2007, foram 8 escolas.
Já nesta última edição, de
2010, 22 instituições con-
seguiram escore máximo.
Isso mostra que as escolas
estão se dirigindo para as
diretrizes, assim como nos
dirigimos desde o começo.
AMBr Revista – Quais
reparações o senhor faria no
esino médico nacional?
Dr. Mourad – Precisa-
mos alcançar três novos
avanços. Em primeiro lu-
gar, a estrutura da escola
tem que mudar para ela
ter uma estrutura mais
próxima do serviço de saú-
de e não ser uma estrutura
departamental. Segundo,
está faltando o Estado re-
gular mais o mercado e
aproximar as escolas do
mercado. Terceiro, en-
quanto não mudar o aces-
so e a forma de organiza-
ção da residência médica,
toda mudança que eu fi zer
dentro da graduação será
limitada. Por mais que
você mude a formação do
aluno, ele olha o professor
e o currículo com um olho
só, o outro olho dele está lá
fora. É o mercado e o mer-
FOTO: CARLOS SIMÕES
AMBr revista > JANEIRO 201210
A Sociedade Brasi-
leira de Derma-
tologia, Regional
Distrito Federal (SBD-DF),
realizou, em parceria com
a Sociedade Brasileira de
Cirurgia Dermatológica,
Regional Dis trito Federal
(SBCD-DF), seis reuniões
científi cas em 2011, que
contaram sempre com au-
las teóricas e práticas. As
teóricas foram realizadas
nos auditórios da Asso-
ciação Médica de Brasília
(AMBr) e as práticas em
locais diferentes, como o
Hospital Universitário de
Brasília (HUB).
Com assuntos diversi-
fi cados, a Sociedade, preo-
cupada com a atualização
de seus especialistas, pro-
curou abordar temas que
são os maiores motivos de
procura nos consultórios,
como laser e cosmiatria.
Estes foram tratados nos
dois últimos encontros,
que recebeu dermatologis-
tas de todo o Brasil.
População – A preocu-
pação da Sociedade não se
limita aos associados. A
população está sempre pre-
sente nas ações realizadas
e apoiadas pela SBD-DF,
como a campanha contra
o câncer de pele, que é re-
e s p e c i a l i d a d e s
A população também está
no foco da SBD-DFEm ações direcionadas aos associados, o objetivo
é manter a qualidade do ensino continuado
alizada nos dois últimos
meses do ano, próximo do
início do verão.
Segundo a Sociedade,
até 2010, em sua 12ª edição,
mais de 357 mil pessoas fo-
ram atendidas durante as
campanhas. Para chamar
a atenção da população
de uma forma diferente
e continuar o trabalho de
conscientização, pontos tu-
rísticos, como o Congresso
Nacional, foram ilumina-
dos de laranja, cor que sim-
boliza essa luta.
A SBD-DF também de-
senvolve ações para a me-
lhoria da qualidade de vida
dos portadores de psoría-
se. São realizadas ações
de conscientização, princi-
palmente no Dia Mundial
da Psoríase, 29 de outubro,
mostrando como identifi -
car a doença.
Divulgação – desde a
edição de dezembro de
2011, a AMBr Revista pas-
sou a dedicar uma página
para divulgação das ações
e programas das Socieda-
des de Especialidades. As
informações podem ser
enviadas para o e-mail re-
dacaoambr@luancomuni-
cacao.com.br .
O diretor de Comunica-
ção da AMBr, Paulo Feitosa,
afi rma que é necessário
estreitar a interface entre
a Associação e as Socie-
dades, visando uma maior
capilarização do conheci-
mento.
Os métodos de depilação a laser foi um do assuntos abordados nos encontros promovidos pela SBD-DF
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AMBr revista > JANEIRO 201212
d e s t a q u e
Relatório aponta desigualdades na assistência
à saúde no Brasil
A rede particular
tem quatro vezes
mais médicos que
o Sistema Único de Saúde.
A conclusão é da pesquisa
“Demografia médica no Bra-
sil: dados gerais e descrições
de desigualdades”, realizada
pelo Conselho Federal de
Medicina (CFM) em parceria
com o Conselho Regional
de Medicina do Estado de
São Paulo (Cremesp). Quase
145 milhões de brasileiros
são atendidos pelo SUS. Na
outra ponta, mais de 46,6
milhões dispõem de plano
de saúde privado, segundo
dados de 2011 da Agência
Nacional de Saúde Suple-
mentar.
Segundo o estudo, co-
ordenado pelo pesquisador
Mario Scheffer, para cada
mil usuários de planos de
saúde, existem 7,6 postos
de trabalho ocupados por
médicos. Enquanto isso, no
SUS, há 1,96 posto preenchi-
do para cada mil pacientes
da rede pública. A diferença
maior está na Bahia, onde
89% da população tem aces-
so somente à rede pública.
Em média, o serviço público
no estado oferece 1,25 mé-
dico para cada mil pessoas,
enquanto a rede particular
tem 15,14 médicos.
Demografia – O Brasil é
o quinto país do mundo em
número absoluto de mé-
dicos. Em outubro de 2011,
os conselhos de medicina
tinham registrado em seus
cadastros a existência de
371.788 médicos em ativi-
dade no Brasil. Nos últimos
40 anos, essa quantidade
cresceu 530%, cinco vezes
mais que o aumento da po-
pulação brasileira no perí-
odo. E a expectativa é que
esse número continue cres-
cendo, com a formação, em
2011, de 16.800 novos profis-
sionais.
De acordo com o estudo,
de 1940 a 1970, enquanto a
população cresceu 126,2%,
o número de médicos pas-
sou de 20.745 para 58.994
(aumento de 184,4%). Nos
30 anos seguintes, o total de
médicos chegou a 291.926
(salto de 394,8%), contra um
crescimento populacional
de 82,3%. Na última década,
o efetivo de médicos chegou
a 364.757 (alta de 21,3%),
enquanto o aumento popu-
lacional foi de 12,3%.
O estudo revela ainda a
formação de uma reserva
de profissionais à qual se
agregam, ano a ano, novos
médicos. Segundo o docu-
mento, isso acontece por-
que as séries históricas da
evolução de saídas e entra-
das de médicos indicam que
o número dos que deixam a
atividade é sempre menor
que o número dos que in-
gressam no mercado de tra-
balho. Essa diferença man-
tém a tendência natural de
crescimento do grupo.
Desigualdades – Apesar
do contínuo aumento no
número de médicos, a dis-
tribuição desses profissio-
nais é bastante irregular. As
regiões Sul e Sudeste têm o
dobro de médicos das regi-
ões Norte, Nordeste e Cen-
tro-Oeste.
O número de médicos
na rede particular fica aci-
ma da média nacional no
Centro-Oeste, Nordeste e
Sul – 10,3; 9,6; e 9,5 para mil
usuários, respectivamente.
Mesmo em estados onde
a taxa de cobertura dos
planos de saúde é elevada,
como São Paulo, onde 44,5%
da população tem plano de
saúde, é grande a diferen-
ça de médicos entre os sis-
temas público e privado. A
população paulista usuária
de planos de saúde conta
com 6,23 postos de trabalho
médico ocupados por 1.000
habitantes clientes. Já os
usuários do SUS no estado
têm menos da metade: 3,04
postos ocupados por 1.000
habitantes.
De modo geral, o Distri-
to Federal é a unidade da
federação que mais possui
médicos proporcionalmente
à população. São 4,02 médi-
cos por mil habitantes. Em
seguida, vem Rio de Janeiro
(3,57), São Paulo (2,58) e Rio
AMBr revista > JANEIRO 2012 13
Principais conclusões do Relatório:
Número de Médicos
sulta de uma conjugação de fatores. Entre eles, estão as crescen-
tes necessidades em saúde, as mudanças no perfi l de morbidade
e mortalidade, as garantias de direitos sociais, a incorporação de
tecnologias médicas e o envelhecimento da população. Também
não podem ser ignorados fatores como a expansão do sistema de
saúde e a oferta de mais postos de trabalho médico, entre outros.
habitante. Em 1980, havia 1,13 médico para cada grupo de 1.000
residentes no país. Essa razão sobe para 1,48, em 1990; para 1,71,
no ano 2000; e atinge 1,89, em 2009. Em 2011, o índice chega a
1,95 médico por 1.000 habitantes, ou seja: no período, o aumento
foi de 72,5%.
Mulheres na Medicina
pela primeira vez, o número de mulheres que ingressaram no
mercado de trabalho superou o número de homens estreantes.
Em 2011, dos 48.569 médicos com 29 anos ou menos, 53,31%
eram mulheres e 46,69% eram homens.
nece predominantemente masculino. Do total de 10.799 profi s-
sionais com 70 anos ou mais, apenas 18,08% são mulheres.
Jovens Médicos
total de profi ssionais na ativa.
uma grande concentração, tanto de homens como mulheres, na
base (24 a 40 anos).
Cursos de Medicina
dicos é a abertura desenfreada de escolas médicas. O país tinha,
em 2009, um total de 185 escolas médicas, com uma oferta de
16.876 vagas.
te. Do total de vagas disponíveis, 58,7% são oferecidas por insti-
tuições privadas e 41,3% por escolas públicas.
Postos Médicos
mentos de saúde no Brasil chega a 636.017, enquanto o país tem
371.788 profi ssionais registrados nos CRMs.
mais posto de trabalho para população médica brasileira.
Gastos com Saúde
mais de 65% dos gastos com saúde são públicos, a exemplo de
Reino Unido (83,6% de gastos públicos), França (76,7%), Alema-
nha (75,7%), Espanha (72,1%), Portugal (69,9%) e Canadá (68,7%).
No Brasil, o total de gastos públicos atinge apenas 45,7% do total
destinado à saúde, situação agravada pelo subfi nanciamento crô-
nico e pela não regulamentação da Emenda Constitucional nº 29.
Grande do Sul (2,31). Esses
indicadores estão próximos
ou são superiores aos de pa-
íses da União Europeia.
Na outra ponta, estão
estados do Norte (Amapá
e Pará) e do Nordeste (Ma-
ranhão) com menos de um
médico por 1.000 habitan-
tes, índices comparáveis aos
de países africanos.
É nas cidades de maior
porte, especialmente nas
capitais, que se concentram
a maioria dos médicos bra-
sileiros. Essa situação refl e-
te a tendência do profi ssio-
nal se fi xar e trabalhar na
cidade ou região onde fez
graduação e residência.
Metodologia – As taxas
foram calculadas com base
nos postos de trabalho ocu-
pados em hospitais priva-
dos que atendem planos de
saúde e em unidades fi nan-
ciadas pelo governo, como
instituições públicas, fi lan-
trópicas ou conveniadas.
Não foram contabilizados
consultórios particulares.
O inédito trabalho foi
apresentado na abertura do
II Fórum de Ensino Médico,
em dezembro, e responde
cientifi camente a questões-
-chave para o futuro da
medicina no Brasil. O do-
cumento foi encaminhado
a lideranças do movimen-
to médico, parlamentares,
gestores e especialistas em
ensino. A previsão é que
também fosse entregue aos
ministros da Educação, Fer-
nando Haddad, e da Saúde,
Alexandre Padilha.
AMBr revista > JANEIRO 201214Tel: 3242-1100
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Matinê infantil das 16h às 20h
AMBr revista > JANEIRO 201216
n o t a s
Adiada – A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados adiou mais uma vez
a votação do substitutivo da Casa ao Projeto de Lei do Senado 268/02, que dispõe sobre o exercício da medicina e
das atividades consideradas privativas do médico, mais conhecido como Ato Médico. A votação estava prevista para
acontecer no dia 21 de dezembro. O adiamento aconteceu logo após a apresentação do relatório favorável do sena-
dor Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), que afi rmou que “esse texto procura atender ao máximo aos interesses das
categorias envolvidas com o projeto”.
Cuidado – Cerca de 20% dos casos de feridas nos pés de pes-
soas diabéticas podem evoluir para a amputação, segundo da-
dos da Associação Médica de Podiatria Americana. A estimativa é
que, anualmente, 42 mil pessoas nessas condições têm os mem-
bros inferiores amputados. Pensando nisso, o diretor Científi co e
de Ensino Médico Continuado da AMBr, Sydney Abrão Haje, orga-
nizou uma mesa redonda para debater o tema.
O evento, que acontece no dia 18 de junho, de 19h30 às 22h,
na sede da Associação, vai contar com a participação do cirurgião
vascular Antônio Carlos de Souza, que vai falar sobre a Avaliação da Doença Arterial Obstrutiva Periférica; da en-
docrinologista Hermelinda Pedrosa, que trará as novidades na abordagem diagnóstica e terapêutica, sob o ponto de
vista endocrinológico; e o ortopedista Davi Haje, que vai falar sobre a avaliação e conduta ortopédica.
As inscrições podem ser feitas na Secretaria da AMBr. Os associados da AMBr não pagam. Para os não-associa-
dos, o valor da taxa é de R$ 30.
Infecção – Sob a coordenação da professora Glória Maria Andrade, será realizada na AMBr o Curso de Infecções
Hospitalares Adquiridas em Serviços de Saúde, nos meses de maio e junho. Entre os assuntos que serão tratados
estão: principais conceitos de infecção; surtos de infecção; prevenção
e controle; germicidas hospitalares: uso racional; arquitetura hospi-
talar e controle das infecções; e medidas de precaução e isolamento.
As inscrições já podem ser feitas na Secretaria da AMBr. Os as-
sociados pagam R$ 30, não-associados, R$ 60, e os residentes devem
apresentar um comprovante do Coreme para receber a isenção da
taxa. Será fornecido certifi cado para quem tiver 100% de frequência.
INVESTIMENTO:
R$ 30,00 - Associado AMBr | R$ 60,00 - Não Associado
Residentes - Sem ônus (Comprovante COREME/SES)
Vagas Limitadas
SERÁ CONFERIDO CERTIFICADO
AO PARTICIPANTE COM 100%
DE FREQUÊNCIA.
CURSO DE INFECÇÕES HOSPITALARES ADQUIRIDAS EM SERVIÇOS DE SAÚDE
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��2&2672��3�� �����1� ��,���� �� �4������&$�����1���������9�!&;�
Inscrições e informações: Secretaria AMBr 2195-9707 / www.ambr.org.br
Mesa Redonda
PÉ DIABÉTICO
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Dr. Antonio Carlos de Souza (Cirurgião Vascular)
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(a confirmar)
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Dra. Hermelinda Pedrosa (Endocrinologia)
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Dr. Davi Haje (Ortopedia)
18 de junho de 2012das 19h30 às 22h
Investimento:Associado AMBr - Sem ônus | Não Associado - R$ 30,00 Vagas limitadas
Local: Associação Médica de Brasília - AMBr (SCES Trecho 03 Conj. 6)
Inscrições e informações: Secretaria AMBr (61) 2195-9707 www.ambr.org.br
��2&2672��3�� �����1� ��,���� �� �4������&$�����1���������9�!&;�
122�345!672��3����<�� <�!�����*= �(Diretor Científico e de Ensino Médico Continuado – AMBr)
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diagnóstico de mama
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AMBr revista > JANEIRO 201218
Em reunião realizada
no dia 16 de dezem-
bro, na sede da AMBr,
a Comissão de Assuntos Po-
líticos (CAP), que tem inte-
grantes do Conselho Federal
de Medicina (CFM), da As-
sociação Médica Brasileira
(AMB) e da Federação Nacio-
nal dos Médicos (FENAM),
analisou os novos projetos
de lei e avaliou aqueles que
estão em tramitação no
Congresso Nacional.
Waldir Cardoso, inte-
grante da Comissão e Se-
cretário de Comunicação
da FENAM, destacou o PL
2203/2011 como um dos
mais importantes em tra-
mitação no Congresso Na-
cional. “O Projeto trata da
redução, em 50%, da remu-
neração dos médicos ser-
vidores federais”, explicou.
Contrária ao PL, a CAP con-
d e s t a q u e
seguiu marcar uma audiên-
cia com o relator da matéria,
deputado Ronaldo Nogueira
(PTB/RS), na reabertura dos
trabalhos do Congresso, em
fevereiro.
Além do PL 2203/2011, a
Comissão definiu os projetos
que serão acompanhados
com prioridade durante este
ano. São eles:
- PL 2203/2011, que re-
duz a remuneração dos mé-
dicos federais em 50%;
- PLS 268/2002, que re-
gulamenta o exercício da
Medicina;
- PLP 472/2009, que trata
da aposentadoria especial;
- PL 3734/2008, PL
2750/2011 e PLS 140/2009,
que definem o salário míni-
mo profissional dos médicos;
- PLC 39/2007, PLS
380/2011 e PL 6964/2010,
que tratam, prioritariamen-
te, da garantia do reajuste
anual dos honorários pro-
fissionais dos médicos que
trabalham para operadoras
de planos de saúde;
- PL 7811/2010, que re-
gulamenta o exercício da
atividade e define as atribui-
ções do Perito Judicial;
- PEC 454/2009, que esta-
belece a Carreira de Estado
para os médicos;
- PL 65/2003, que esta-
belece uma moratória de 10
anos para abertura de esco-
las médicas;
- PL 2598/2007, que esta-
belece o Serviço Civil Obri-
gatório;
- PLs 2090/2011 e
2141/2011, que tratam da
Contribuição Sindical Obri-
gatória; e os cinco projetos
que querem estabelecer o
Exame de Ordem para mé-
dicos.
Outro objetivo da CAP
para 2012 é traçar a estraté-
gia para criar e implementar
as CAPs Estaduais.
O que é? – A Comissão
de Assuntos Políticos atua
no Congresso Nacional com
o objetivo de fazer a triagem
dos novos projetos de lei da
área da saúde que tramitam
na Câmara e no Senado.
Além disso, os integrantes
dão pareceres elaborados,
muitas vezes, junto às So-
ciedades de Especialidade e
Comissões sobre cada maté-
ria que está em fase de apro-
vação, que será justificado e
debatido junto aos relatores
dos projetos.
O trabalho da Comissão
pode ser acompanhado por
meio da Agenda Parlamen-
tar da Saúde Responsável,
que contém mais de 90 pro-
jetos de lei ligados direta-
mente à medicina e seus
pacientes.
Em 2007, a Comissão
participou de 59 audiências
públicas de esclarecimento.
No ano seguinte, o número
caiu para 42, mas, em 2009,
subiu novamente para 53
encontros com deputados e
senadores.
Projetos de Lei serão
acompanhados
de perto pela CAPA Comissão de Assuntos Políticos é formada
por médicos do CFM, AMB e FENAM
Conheça os integrantes
da Comissão de
Assuntos Políticos:
Alceu José Peixoto Pimentel (CFM) – coordenadorDalvélio de Paiva Madruga (CFM)Edson Gutemberg (Fenam)Jeancarlo Fernandes Cavalcante (CFM)José Antônio Ribeiro Filho (CFM)José Luiz Dantas Mestrinho (AMB)Jurandir Marcondes Ribas Filho (AMB)Lázaro Fernandes de Miranda (AMB)Luc Louis Maurice Weckx (AMB)Luiz Carlos Beyruth Borges (CFM)Márcio Costa Bichara (Fenam)Waldir Cardoso (Fenam)Wirlande Santos da Luz (CFM)Consultoria parlamentar: Napoleão Puente de Salles
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AMBr revista > JANEIRO 2012 19
AMBr revista > JANEIRO 201220
n o t a s
Novidade nos planos de saúde – A Comissão de Assuntos
Sociais do Senado discutiu o PLS 352/11 no dia 15 de dezem-
bro. O projeto trata da ampliação da cobertura dos planos
de saúde para inclusão do tratamento oral de quimioterapia.
Uma das principais vantagens desse tipo de tratamento é a
opção do paciente se tratar em casa, onde está perto da famí-
lia e tem menos riscos de contrair outras doenças, quando no
ambiente hospitalar. O relator do projeto, senador Waldemir
Moka (PMDB-MS) (foto ao lado), afirmou que os pacientes de-
vem ter direito ao acesso do “que há de melhor”. “Não posso colocar no mercado um plano de saúde e, após 20 anos,
quando o cliente mais precisa, dar a informação de que, infelizmente, o seu caso não tem cobertura”, disse.
A representante da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Martha Regina de Oliveira, que esteve pre-
sente na audiência, disse que os medicamentos orais possuem eficácia muitas vezes superior à dos tratamentos
tradicionais endovenosos.
Já para o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Florentino Cardoso, que também participou da reu-
nião, a quimioterapia oral já tem larga aceitação e resultados excelentes em vários tipos de câncer, como de mama,
pulmão e rim. Além disso, ele explica que existem situações em que a quimioterapia oral tem custos inferiores a
determinados tratamentos convencionais.
Inauguração – O Laboratório Sabin inaugurou mais um
LabCell Automation Solution, que realiza a análise das rea-
ções imunológicas e hormonais no material coletado. Com
a inauguração do segundo equipamento da Siemens, que
está instalado na sede, o Sabin dá início a mais uma eta-
pa da expansão do laboratório. O aparelho tem capacidade
para analisar 400 amostras por hora, em média, 1,3 milhão
de exames por mês. A expectativa é que, em três anos, a
capacidade de atendimento dobre.
Composto por uma esteira de sete metros de compri-
mento e um gerenciador que distribui automaticamente
as amostras nos equipamentos responsáveis pelos procedimentos de análise, o LabCell reduz em 30% o tempo de
análise de um exame.
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Contra proibição - Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 2431/11, do deputado Felipe Bornier (PHS-
-RJ), que proíbe a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de vetar a produção e comercialização de remé-
dios para emagrecer. A medida valerá para os medicamentos anfepramona, femproporex, mazindol e sibutramina.
Esses medicamentos estão proibidos ou com uso restrito desde outubro de 2011 por decisão da Anvisa.
A proposta será analisada pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição, Justiça e Cidada-
nia. O Conselho Federal de Medicina (CFM) entrou na Justiça Federal, em novembro de 2011, com Ação Civil Pública
contra a decisão da Anvisa de proibir a venda de algumas substâncias usadas no tratamento da obesidade. O CFM
defende o uso dessas fórmulas como auxiliares no tratamento de pacientes e pede o fortalecimento de mecanis-
mos de controle de seu uso, sempre sob supervisão de médico qualificado na prescrição e na supervisão de cada
tratamento. Na argumentação do CFM consta que o uso indevido de medicamentos é uma questão que está ligada
ao controle e à fiscalização de sua prescrição, “não diz respeito especificamente aos medicamentos anorexígenos
em si”.
AMBr revista > JANEIRO 2012 21
O Câncer é a segunda maior causa de óbitos no mundo e os
avanços ocorridos no tratamento desta doença aumentaram
a expectativa de vida de milhões de pessoas. A seguir serão
discutidos os progressos obtidos no tratamento das neopla-
sias nas últimas quatro décadas:
Quimioterapia: No início da década de 70 poucas drogas
quimioterápicas estavam disponíveis para uso. Não havia in-
dividualização do tratamento, ou seja, diferentes tipos de cân-
cer eram tratados com a mesma composição de medicações,
com poucas variações. Os efeitos colaterais eram frequentes
e intensos, necessitando internação hospitalar em muitos ca-
sos. Os resultados clínicos estavam abaixo do aceitável. Até o
ano de 2011 muito se evoluiu com advento de novas drogas,
menos tóxicas e mais eficazes, novas combinações de trata-
mento, inclusive com quimioterápicos orais. O tratamento
passou a ser personalizado, ou seja, direcionado para um sub-
tipo específico de células que compõe um tumor. Consequen-
temente aumentaram as taxas de resposta e a sobrevida dos
pacientes.
Radioterapia: Os primeiros aparelhos de radioterapia (co-
baltoterapia) destruíam não só as células tumorais como
também os tecidos vizinhos, aumentando o risco de infec-
ções, sangramentos e inflamações. No passado, as pacientes
com câncer de mama submetidas à radioterapia tinham ele-
vada incidência de problemas cardíacos e pneumonite, am-
bos causados pela irradiação excessiva. Aparelhos e técnicas
modernas de radioterapia, tais como o IMRT e o IGRT, além
da braquiterapia, permitem hoje um tratamento direcionado
às células do câncer, com um mínimo de irradiação para as
células vizinhas, permitindo concentrações maiores de doses.
Cirurgia: A cirurgia tem um papel fundamental no controle
do câncer, pois muitos tumores só são curados se a cirurgia
puder ser realizada. Tradicionalmente a cirurgia oncológica
é conhecida como uma cirurgia radical, onde estruturas vi-
zinhas, incluindo órgãos e músculos, tem que ser removidos
para evitar a disseminação da doença. Estudos mais recentes
tem mostrado que cirurgias mais conservadoras e menos in-
vasivas têm o mesmo resultado de controle em comparação a
cirurgias de grande porte. Técnicas sofisticadas de reconstru-
ção cirúrgica também estão disponíveis, além do emprego da
videolaparoscopia e cirurgia robótica para casos selecionados.
Terapias-alvo: Há 40 anos, nenhuma terapia específica para
o tumor estava disponível. Todo tratamento sistêmico visava
não só as células cancerosas como também as células sadias,
com isso efeitos colaterais (alopécia, vômitos, diarréia, muco-
o p i n i ã o
40 Anos de Progresso Contra o Câncer
por Igor A. Protzner Morbeck, Oncologista Clínico da Onco-Vida, Brasília- DF.
Mestre em Ciências. Professor de Medicina Interna da Universidade Católica de Brasília.
Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, regional do Distrito Federal.
sites e infecções) eram muito frequentes. Nos últimos 20 anos
houve um rápido desenvolvimento do conhecimento molecu-
lar do câncer. Desde então se passou a estudar possíveis alvos
terapêuticos contra as células tumorais. Hoje em dia existem
dezenas de tipos diferentes de drogas-alvo. Como vantagens
em relação à quimioterapia estão: menor incidência de efeitos
colaterais, maior eficácia e maior comodidade de uso.
Imunoterapia/Vacinas: Esta surgiu a poucas décadas e tem
como principal mecanismo de ação, aumentar a resposta
imune contra as células cancerosas. A imunoterapia tem sido
o tratamento padrão para o melanoma, carcinoma renal, cân-
cer de bexiga e alguns linfomas.
Qualidade de Vida: A manutenção da qualidade de vida é
uma premissa muito importante em qualquer modalidade
de tratamento oncológico. Os avanços neste campo incluem
medicamentos eficazes contra náuseas e vômitos, fatores de
crescimento da medula óssea, drogas que evitam a toxicidade
cardíaca relacionada a quimioterápicos, além de todo um ar-
senal de medicamentos analgésicos de última geração. Orien-
tação nutricional especializada, fisioterapia, acompanhamen-
to psicológico, acupuntura e ioga também podem contribuir
efetivamente na busca do melhor viver.
Sobreviventes de câncer: Na década de 70 haviam nos Es-
tados Unidos cerca de três milhões de sobreviventes de algum
tipo de câncer. Hoje este número se aproxima de 12 milhões.
Com o aumento no número dos sobreviventes, torna-se ne-
cessário evitar todos os estigmas relacionados ao tratamento,
tais como traumas psicológicos, depressão e sequelas físicas.
Foco na preservação da fertilidade, follow-up, avaliação car-
diológica periódica e aconselhamento genético são hoje con-
siderados como rotina nos centros oncológicos.
Câncer Infantil: Ao final da década de 70, apenas a meta-
de das crianças e adolescentes sobreviviam por mais de cin-
co anos. Atualmente as taxas de sobrevida atingiram 80% a 5
anos e quase 75% a 10 anos. A participação de pacientes pe-
diátricos em estudos clínicos contribuiu para este importante
incremento nas taxas de cura do câncer infantil.
Conclusão: Inegavelmente ocorreram avanços no cuidado e
manejo das neoplasias, principalmente pela melhor compre-
ensão dos mecanismos biológicos dos tumores. Entretanto, há
um longo caminho a ser percorrido, uma vez que a possibili-
dade de cura é ainda remota nos próximos anos. O foco atual
tem sido tornar o tratamento o mais personalizado possível
com o intuito de proporcionar melhores resultados com me-
nor toxicidade.
AMBr revista > JANEIRO 201222
a t u a l i d a d e s
A Diretoria da Asso-
ciação Médica de
Brasília já defi niu
o calendário de eventos so-
ciais para 2012.
O diretor Social e de Ati-
vidades Culturais, Fernan-
do Fernandes, explica que
os eventos foram planeja-
dos para privilegiar o pro-
jeto Médicos em Destaque
- que contempla os happy-
-hours e os saraus - e ainda
a festa junina, em junho, e
a festa do médico, em ou-
tubro.
“Estamos trabalhando
para que os eventos que já
estão consolidados atraiam
mais público e temos pro-
jetos novos, como o Car-
naval do Médico, que está
marcado para o dia 7 de
abril”, completa Fernando
Fernandes.
Mais uma edição de su-
cesso – O primeiro evento
da AMBr para 2012 será a
matinê infantil de Carna-
val. Em mais uma edição
que deve repetir o sucesso
das anteriores, o público-
-alvo é o associado mirim,
que todos os anos compare-
ce para uma tarde de mui-
ta diversão. O diretor Ad-
ministrativo, Jorge Araújo,
afi rma que a matinê já se
consagrou entre os médi-
cos - associados ou não -
que encontram no ambien-
te oferecido pela AMBr um
local tranquilo para levar
os fi lhos. “E não são só as
crianças que se divertem
ou vão fantasiadas. Mui-
tos adultos aproveitam o
embalo carnavalesco para
dançar”, completa.
Para renovar as ener-
gias – como nos anos an-
teriores, a matinê infantil
será realizada na terça-fe-
ria de Carnaval, dia 21 de
fevereiro, das 16h às 20h.
Uma banda vai animar a
festa e serão distribuídos
kits com confete e serpen-
tina para a criançada.
Para garantir a energia
nas quatro horas de fes-
ta, muito cachorro quente,
crepe, pipoca, picolé e algo-
dão-doce. Agora é preparar
a fantasia e esperar o dia 21
de fevereiro.
Atenção para elas – As
crianças terão um segun-
do evento dedicado exclu-
sivamente a elas: o Dia da
Criança, comemorado no
dia 12 de outubro. Brinca-
deiras, jogos, brinquedos
infl áveis e um cardápio es-
pecial estão sendo prepa-
rados para que os mini-só-
cios aproveitem bastante o
dia dedicado a eles.
Agenda cheia, programe-se
Eventos sociais já têm data marcada
No ano de 2011 o Sarau foi um sucesso
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AMBr revista > JANEIRO 2012 23
Data Evento
21/fev Matinê infantil de Carnaval
09/mar Sarau
30/mar Happy Hour
07/abr Carnaval do Médico - Sábado de Aleluia
27/abr Happy Hour
11/mai Sarau
25/mai Happy Hour
09/jun Arraiá do Dotô - festa junina
27/jul Happy Hour
10/ago Sarau
31/ago Happy Hour
28/set Happy Hour
12/out Dia da Criança
20/out Homenagem ao Dia do Médico
26/out Happy Hour
09/nov Sarau
30/nov Happy Hour
Para os mais velhos –
Atendendo a muitas soli-
citações, a AMBr planejou
para este ano o Carnaval do
Médico - baile adulto, à noi-
te -, marcado para o dia 7 de
abril, Sábado de Aleluia.
Fernando Fernandes ex-
plica que, mesmo aprovei-
tando o embalo da criança-
da, os adultos querem um
AMBrAssociação Médica de Brasília
HappyHour
momento de maior descon-
tração e, por isso, a AMBr re-
solveu-se organizar o baile.
Outros eventos – Além
dos já conhecidos Happy-
-Hour e Sarau, que já tem
datas defi nidas, a AMBr
marcou para o dia 9 de ju-
nho a festa junina - Arraiá
do Dotô. “Esse é um evento
tradicional da Associação,
que traz muita preocupa-
ção, já que acompanhamos
todo o planejamento - desde
o repertório das bandas até
a elaboração do cardápio -
e, ao mesmo tempo, muita
satisfação, porque sabemos
que estamos oferecendo ao
médico a melhor festa juni-
na da cidade e a mais bem
organizada”, explica Jorge
Araujo.
Atenção com a popula-
ção – Em setembro, a AMBr
vai promover a tradicional
Feira de Saúde. A última
edição, realizada em 2010,
na área externa do shop-
ping Pátio Brasil, foi um su-
cesso e contou com grande
participação da população,
que buscou esclarecimen-
tos nas mais diversas espe-
cialidades.
Em outubro, a AMBr
também homenageia o
médico. Está sendo prepa-
rado um evento para o dia
20. “Estamos analisando o
que iremos fazer, se vamos
manter o churrasco, como
foi em 2011, ou se vamos
voltar ao formato antigo,
uma festa com banda, jan-
tar e coquetel. O certo é
que vamos comemorar o
Dia do Médico em grande
estilo”, afi rma Fernando
Fernandes.
Patrocínios – A AMBr
conta com a colaboração
dos parceiros institucionais
para a realização dos even-
tos sociais e científi cos. Em
2012 não vai ser diferente.
“Estamos organizando um
plano de marketing, que
será enviado às agências
de comunicação de Brasí-
lia e aos nossos parceiros,
com os valores das cotas de
patrocínio e as contrapar-
tidas. Assim, esperamos
garantir a realização dos
eventos com qualidade e
com a marca de sucesso da
AMBr”, argumenta Carlos
Sabino, diretor Econômico-
-Financeiro da Associação
Médica de Brasília.
Alguns dos eventos mais badalados da AMBr
AMBr revista > JANEIRO 201224
Katie Hathorn e o
marinheiro sue-
co Johan Olauson
casaram-se e resolveram
tocar a vida como agricul-
tores na cidade de Cushing,
no estado do Maine, Estados
Unidos.
Katie e seu marido, ago-
ra com o nome americani-
zado de John Olson, viram
nascer no dia 3 de maio de
1893 a filha primogênita
Anna Christina Olson. O ca-
sal teve mais três filhos ho-
mens. Tudo ia bem, exceto
as queixas de Christina com
relação a uma fraqueza nas
pernas.
À medida que o tempo
ia passando, as quedas fo-
ram se tornando frequen-
tes. Preventivamente Katie
costurou umas almofadas
que serviam como joelhei-
med i c i n a e a r t e
A DOENÇA DE ANNA CHRISTINA
ras protegendo os joelhos
da filha contra as quedas e
consequentes esfoladuras.
Por volta de 1918, quan-
do o mundo comemorava o
término da Primeira Gran-
de Guerra, Christina já não
conseguia ficar de pé sem
ajuda. Não andava, arrasta-
va-se pelo chão. Negava-se
a ser cadeirante. Examinada
por médicos, inclusive no
Boston City Hospital, ficou
sabendo que se tratava pos-
sivelmente de uma sequela
de poliomielite ou de uma
doença neuromuscular
degenerativa lentamente
progressiva, lembrando a
neuropatia de Charcot-Ma-
rie-Tooth.
Para complicar, em 1927
morreu sua mãe e, oito anos
depois, o seu pai.
Apesar dos transtornos,
preferiu continuar morando
e administrando a fazenda
com o seu irmão Álvaro.
Não perdeu a alegria
de viver. A seu modo, pro-
curava estar presente nas
festinhas da sua igreja e do
clube da cidade. Frequen-
temente convidava amigas
para passarem férias de ve-
rão na fazenda, em Cushing.
Certa vez, quem aceitou
o convite para uma tem-
porada em companhia dos
Olson foi Betsy Merle James,
então com dezessete anos
de idade. Chegou trazendo o
namorado, um jovem pintor
realista chamado Andrew
Newell Wyeth (1917–2009)
Betsy e Andrew casa-
ram-se em 15 de maio de
1940 e tornaram-se hospe-
des tão frequentes da fazen-
da que Christina reservou
um quarto no primeiro an-
dar da casa, com vista privi-
legiada para uma plantação
de mirtilo, somente para
servir de ateliê de pintura
para Andrew.
Certa vez Andrew esta-
va apreciando a paisagem e
viu Christina arrastando-se
com seu bonito vestido rosa
pela plantação em frente
ao casarão da fazenda. Era
1948. Decidiu então pintar O
Mundo de Christina, época
em que a amiga estava com
55 anos de idade.
Essa têmpera sobre pai-
nel tornou-se uma obra-
-prima da arte norte-ameri-
cana. Curiosamente e para
poupar Christina em razão
de sua paralisia, Andrew
usou como modelo para o
quadro sua mulher, Betsy.
Na pintura, vê-se Chris-
FO
TO
S: A
RM
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J. C
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RA
por Armando J. C. Bezerra
Médico
e Simônides Bacelar
Médico
O Mundo de Christina, 1948
AMBr revista > JANEIRO 2012 25
tina, cujo rosto não é mos-
trado, arrastando-se e
olhando em direção ao ca-
sarão da fazenda onde sem-
pre morou.
Christina faleceu em 27
de janeiro de 1968, com 75
anos de idade, um mês de-
pois da morte do seu que-
rido irmão Álvaro. Christi-
na e Wyeth, o pintor que a
imortalizou, estão sepulta-
dos no cemitério da família
situado próximo ao casarão
dos Olson.
A casa de Christina é
presentemente o museu de-
nominado Casa Olson. Este
faz parte do complexo de
artes chamado Farnsworth
Art Museum.
A obra O Mundo de
Christina, que mede 81,9
cm por 121,3 cm, encontra-
-se exposta no Museu de
Arte Moderna (MoMA), de
Nova Iorque.
O MoMA é considerado
por muitos como o mais
importante museu de arte
moderna do mundo. Apesar
de especializado, abriga, no
seu acervo, desde pinturas
impressionistas até obras
de arte contemporâneas.
A ideia da criação do
MoMA surgiu da mente bri-
lhante de Abby Rockefeller,
a esposa de John Rockfeller
Jr. Graças ao seu empenho
e ao dos amantes das ar-
tes que a ela se juntaram,
o museu foi inaugurado no
dia 7 de novembro de 1929,
ano trágico para as finanças
dos Estados Unidos da Amé-
rica.
A família Rockfeller, com
destaque para os irmãos
David e Nelson Rockfeller,
teve fundamental impor-
tância para que o MoMA se
tornasse uma maravilhosa
realidade.
Recebendo em média dois
milhões de visitantes por ano,
este museu está localizado
na Rua 53, entre a Quinta e a
Sexta Avenida, ou seja, está
pulsando no coração da Ilha
de Manhattan.
Seu acervo está formado
por milhares de desenhos,
fotografias, maquetes, fil-
mes, peças de design, escul-
turas, pinturas e outros tra-
balhos.
Alguns dos artistas que,
dentre outros, têm suas
obras expostas no MoMA
são Rodin, Frida Kahlo, Seu-
rat, Kandinsky, Chagall, Kli-
mt, Gaugin, Munch, Mon-
drian, Braque, Duchamp,
Magritte, Monet e Toulouse-
-Lautrec.
As obras de arte mais
apreciadas pelos visitan-
tes são Noite Estrelada, de
Vincent van Gogh; A Dança,
de Henri Matisse; Latas de
Sopa Campbell e Marilyn
Monroe, ambas de Andy
Warhol; O Banhista, de Paul
Cézanne; As Senhoritas de
Avignon, de Pablo Picasso;
A Persistência da Memória,
de Salvador Dali e O Mun-
do de Christina, de Andrew
Wyeth.
Entrada principal do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque
Pormenor de O Mundo de Christina, 1948
FO
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AMBr revista > JANEIRO 201226
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AMBr revista > JANEIRO 201228
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fl uorescência (FISH) e PCR quantitativo.
Confi ra os novos exames que serão oferecidos pelo Sabin:
San
dra
Cos
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402
www.sabinonline.com.br | @labsabin | Laboratório Sabin | Central de Atendimento:
Pesquisa de clonalidade de células e
Dr. Rafael Jácomo
Internacional em LeucemiaAguda (IC AL)
do Laboratório Sabin
Investigaçãode Leucemias
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