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Relatório Semestral da Intermediação de Mão-de-Obra em Curitiba
O presente relatório busca traçar um perfil georreferenciado da
intermediação de mão-de-obra no município de Curitiba a partir dos dados
disponibilizados pelo sistema público de intermediação de mão-de-obra. O
objetivo do trabalho é analisar a demanda de trabalho e a oferta de vagas de
emprego por região, de forma a subsidiar a política pública de emprego,
trabalho e renda de Curitiba. Nesse sentido, são considerados os atendimentos
das Agências do Trabalhador municipalizadas. Com o intuito de possibilitar
comparações, a análise subdivide-se entre o primeiro e o segundo trimestre de
2010 e também é apresentada a movimentação no semestre, como um todo.
Considerando que a municipalização dos postos de atendimento
aconteceu apenas no segundo semestre de 2009, não é possível traçar
comparações precisas entre os períodos (1º semestre de 2009 e 1º semestre
de 2010). Entretanto, como ferramenta para subsidiar a análise foram utilizadas
informações da intermediação de mão-de-obra no município de forma geral em
2009 (postos municipais e agência central, que permanece estadual).
No primeiro semestre de 2010, 25.056 vagas de emprego foram abertas
no sistema público de intermediação em Curitiba. Em relação ao primeiro
semestre de 2009, antes da municipalização, houve um crescimento de 60%
do número de vagas ofertadas por empresas que utilizaram a intermediação
pública de mão-de-obra. Em relação aos inscritos nas Agências do
Trabalhador, foram 15.372 novas inscrições e 159.442 retornos, totalizando
aproximadamente 175 mil atendimentos. No semestre, o posto do Pinheirinho
atendeu o maior número de pessoas que buscavam emprego, com 48.259
atendimentos que representaram 27,6% do total.
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No primeiro trimestre, 8.401 novos cadastros foram realizados nas
Agências do Trabalhador de Curitiba. Se somarmos aos novos cadastros o
número de retornos, foram 104.404 atendimentos nos postos municipais entre
janeiro e março de 2010. Em relação aos colocados, ou seja, às pessoas que
foram encaminhadas às vagas de emprego e efetivamente conseguiram o
posto, verificou-se que as Agências do Trabalhador de Curitiba colocaram
1.772 pessoas no mercado de trabalho formal no primeiro trimestre de 2010.
O aumento das vagas, dos inscritos e dos colocados no início de 2010
reflete a melhoria do mercado de trabalho e da economia, de forma geral. No
início de 2009, o país enfrentava um dos piores momentos da crise econômica
mundial deflagrada em setembro de 2008 e isso se refletiu no mercado de
trabalho local durante boa parte do ano de 2009. Nesse sentido, 2010 já
apresenta resultados melhores na intermediação de mão-de-obra, seja em
relação à oferta de vagas, ao número de inscritos e às colocações.
Já no segundo trimestre o número de novos cadastros foi de 6.971,
embora o número total de atendimentos (considerando os retornos) tenha sido
de 70.442. O número de colocados que efetivamente conseguiram o posto de
trabalho foi de 1.630. Essa redução após o primeiro trimestre é bastante
comum no município, e está associada tanto a movimentos sazonais da
economia quanto à menor divulgação, por parte da imprensa e, no último mês
do trimestre, à chegada do frio.
A análise por agência de atendimento mostra que o Pinheirinho
apresentou a maior procura de candidatos em busca de emprego no primeiro
trimestre, com 25.651 atendimentos que representaram 24,56% do total de
atendimentos do município. A agência da Fazendinha foi a segunda mais
procurada, com 24.480 atendimentos (23,44% do total). A agência do CIETEP
foi a menos procurada no trimestre, com 4.405 atendimentos. Em relação a
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esta agência, haverá uma reformulação que vai desde a forma de atendimento
ao público até o que diz respeito à captação de vagas.
Gráfico 1
Número de atendimentos das Agências do Trabalhador de Curitiba (por unidade), 1º trimestre de 2010
No que diz respeito aos colocados (pessoas que foram encaminhadas
às vagas de emprego e efetivamente conseguiram o trabalho) no primeiro
trimestre, percebe-se uma inversão em relação aos inscritos: a agência da
Fazendinha colocou mais candidatos (401) do que a agência do Pinheirinho
(313). Merece destaque, ainda, a agência do Boa Vista, que apresentou o
terceiro maior número de colocados (273).
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Gráfico 2 Número de colocações das Agências do Trabalhador de Curitiba (por
unidade), 1º trimestre de 2010
A taxa de colocação é uma relação entre o número de inscritos nas
agências do trabalhador e o número de colocados. Ela pode ser útil para
analisar a efetividade do sistema público de intermediação em dois aspectos,
pelo menos: o primeiro diz respeito aos trabalhadores e à sua qualificação, ou
seja, uma taxa de colocação muito baixa pode indicar que o trabalhador não
atinge o perfil solicitado pela empresa; o segundo diz respeito ao mecanismo
de captação de vagas e de encaminhamento dos trabalhadores, que pode
corresponder ou não ao que as empresas necessitam. Pode-se considerar,
ainda, que a oferta de salários muito baixos também desestimula o aceite do
emprego, por parte do trabalhador, o que pode diminuir a taxa de colocação.
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Isso posto, verifica-se que o primeiro trimestre de 2010 obteve uma taxa
de colocação total de 1,70%. Um valor 59 vezes maior de atendimentos
(104.404) em relação ao número de colocações (1.772).
A unidade com melhor taxa de colocação no primeiro trimestre foi a
agência do Boa Vista, com 4,73%. A unidade com a pior taxa de colocação no
primeiro trimestre de 2010 foi a agência do Bairro Novo. A Tabela a seguir
apresenta a taxa de colocação por agência do trabalhador.
Gráfico 3 Número de colocações das Agências do Trabalhador de Curitiba (por
unidade), 1º trimestre de 2010
1,64%
1,22%
4,73%
1,52%
1,07%
2,81%2,50%
0,00%
0,50%
1,00%
1,50%
2,00%
2,50%
3,00%
3,50%
4,00%
4,50%
5,00%
FAZENDINHAPINHEIRINHO
BOA VISTA
BOQUEIRÃO (CARMO)
BAIRRO NOVO
SANTA FELICIDADECIETEP (CIC)
Taxa de colocação Fonte: SETP Elaboração: SMTE
No segundo trimestre de 2010, a distribuição do número de
atendimentos se mantém inalterada entre as agências de atendimento de
Curitiba, embora haja uma redução generalizada do número de atendimentos.
O Pinheirinho apresentou novamente a maior procura de candidatos em busca
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de emprego, com 22.608 atendimentos que representaram 32,09% do total de
atendimentos do município. A agência da Fazendinha foi a segunda mais
procurada, com 11.128 atendimentos (15,79% do total). A agência do CIETEP
foi, novamente, a menos procurada no trimestre, com 3.909 atendimentos.
Gráfico 4 Número de atendimentos das Agências do Trabalhador de Curitiba (por
unidade), 2º trimestre de 2010
No que diz respeito aos colocados no segundo trimestre, o número total
de colocações dentre todas as unidades integrantes foi de 1.630, e mais uma
vez a agência da Fazendinha colocou mais candidatos (380) do que a agência
do Pinheirinho (299). Merece destaque, no segundo trimestre, a agência do
Boqueirão, que apresentou o terceiro maior número de colocados (256).
Gráfico 5
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Número de colocações das Agências do Trabalhador de Curitiba (por unidade), 2º trimestre de 2010
A taxa de colocação total foi de 2,31% no segundo trimestre (36%
superior à taxa de colocação do 1º trimestre) e a agência com melhor taxa de
colocação no trimestre foi a do Boa Vista, com uma taxa de 4,97%. Apesar do
número pequeno de atendimentos realizados (5.027), mostra que a agência foi
mais efetiva na colocação de candidatos no mercado de trabalho (250).
A unidade com a pior taxa de colocação no segundo trimestre de 2010
foi a do Boqueirão (Carmo) com 1,91%. O número total de atendimentos,
relativamente alto (13.422), foi muito superior às colocações realizadas (256).
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Gráfico 6 Número de colocações das Agências do Trabalhador de Curitiba (por
unidade), 2º trimestre de 2010
2,35%
4,97%
1,91%2,25%
3,41%
1,32%
2,65%
0,00%
0,50%
1,00%
1,50%
2,00%
2,50%
3,00%
3,50%
4,00%
4,50%
5,00%
BAIRRO NOVOBOA VISTA
BOQUEIRÃO (CARMO)CIETEP (CIC)
FAZENDINHAPINHEIRINHO
SANTA FELICIDADE
Taxa de colocação Fonte: SETP Elaboração: SMTE
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Algumas considerações
Conforme dados obtidos em 30 de Julho de 2010, os resultados
mostram que houve uma queda no número total de atendimentos no segundo
trimestre em relação ao primeiro trimestre do ano. A taxa de colocação no
mercado, ao contrário, é superior no segundo trimestre, quando comparada ao
número de atendidos no primeiro trimestre. A diferença entre os dois trimestres
não está no número de novos cadastros, que se mantém inalterado, mas sim
no alto grau de retorno, ou seja, no número de candidatos que já havia se
inscrito no sistema de intermediação anteriormente e apenas retornou para
procurar outra vaga de emprego. Apesar do número de retornos ter diminuído
entre os dois trimestres, ele se mantém elevado: foram 95.989 retornos no
primeiro trimestre e 63.453 no segundo trimestre.
Estes dados dão margem a algumas possíveis interpretações, a mais
passível de aceitação é a de que esta diferença se deve, em parte, a
sazonalidade, pois, no início do ano, geralmente há uma procura maior por
emprego. Um dos fatores de levam a isto é o de que na época do Natal, janeiro
e fevereiro com o Carnaval, cresce a oferta de empregos temporários e uma
grande campanha nas mídias é realizada para suprir estas vagas.
Em comparação com o ano de 2009, observa-se uma melhora tanto no
número de atendimentos quanto no número de colocações, o que reflete a
melhoria do mercado de trabalho e da economia, de forma geral.
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