relativismo e subjetivismo moral

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Trabalho efetuado no âmbito da disciplina de Filosofia. Foi uma apresentação que fiz com dois colegas do 10º Ano (ano letivo 2009/2010) na Escola Secundária Alves Martins de Viseu.

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TRABALHO DE FILOSOFIARELATIVISMO E SUBJECTIVISMO MORAL

TRABALHO REALIZADO POR:INÊS OLIVEIRA Nº 18JOÃO SOUSA Nº 19JORGE LOPES Nº 22 10ºN ESCOLA SECUNDÁRIA ALVES MARTINS (2009/2010)

Subjectivismo Moral

As duas formas básicas de subjectivismo moral:

Subjectivismo moral;

Relativismo ético cultural.

Subjectivismo moral:

Não há verdades ou princípios morais absolutos e universais;

A verdade dos juízos é relativa às opiniões, sentimentos e preferências de cada indivíduo.

Relativismo Ético Cultural

Não há verdades ou princípios morais absolutos e universais;

A verdade dos juízos é relativa às crenças que os membros de uma cultura partilham.

Argumentos a favor do subjectivismo moral O subjectivismo moral parece promover a

tolerância:

Os subjectivistas morais alegam que os indivíduos devem ser tratados com tolerância. O subjectivismo ético afirma que todas as opiniões devem ser consideradas igualmente boas. A tolerância parece ser um elemento central do subjectivismo moral.

Argumentos a favor do subjectivismo moral (cont.) O subjectivismo ético parece respeitar a

liberdade e a autonomia das pessoas:O subjectivista não admite que alguém tenha o

direito de julgar no lugar dos outros o que é certo e errado.

Cada um de nós é capaz de distinguir o certo do errado conforme as normas de cada um.

Ninguém é melhor que os outros em assuntos morais, não devemos julgar os outros, cada um deve ter a liberdade e a autonomia para decidir o que é moralmente correcto ou incorrecto.

Argumentos contra o subjectivismo moral O subjectivismo moral é contraditório ou

auto-refutante:

O subjectivismo moral nega que haja verdades objectivas e absolutas em ética.

Nenhum princípio ético é verdadeiro para todos.

Argumentos contra o subjectivismo moral (cont.) Crenças opostas acerca de uma questão

podem ser erradas (ou podem nem todas ser verdadeiras):

Se dois indivíduos não estão de acordo, têm ambos razão.

Se as duas opiniões se negam uma à outra, então não podem ser ambas verdadeiras.

Exemplos de contradição

1º exemplo: RACISMO

Dois indivíduos discutem o racismo. Um diz que o racismo é correcto enquanto o outro diz que não.

2º exemplo: ABORTO ou IVG

Um grupo de pessoas acha o IVG como sendo correcto. Outro grupo acha que é errado.

Exemplos de contradição (cont.) 3º exemplo: PENA DE MORTE

Dois grupos de indivíduos intelectuais discutem a pena de morte. Um grupo diz que a pena de morte é muito favorável para aqueles criminosos que cometem crimes bastante graves enquanto um outro grupo diz que a pena de morte é considerado um crime de humanidade fazendo matar criminosos sem piedade.

Relativismo moral cultural

Tal como o subjectivismo moral, o relativismo moral cultural baseia-se no facto de não haver acordo sobre as questões morais para concluir que não há verdades morais objectivas, aceites por todas as sociedades e culturas, assim como defende que os juízos morais tem valor de verdade, isto é, podem ser verdadeiros ou falsos.

Relativismo moral cultural (cont.) O relativismo moral cultural é a teoria segundo a

qual o valor de verdade dos juízos morais é sempre relativo ao que cada sociedade acredita ser verdadeiro ou falso.

Para o relativismo moral cultural devemos julgar as acções dos membros de uma sociedade pelas normas morais estabelecidas no interior dessa sociedade e não mediante as crenças morais de outras sociedades. Cumprir essas normas é agir bem, não as respeitar é agir imoralmente.

O argumento central do Relativismo Moral Cultural O argumento central do Relativismo Moral

Cultural pode ser formulado do seguinte modo: 1ª premissa: O que é considerado moramente

correcto ou incorrecto varia de sociedade para sociedade.

2ª premissa: O que é moralmente correcto ou incorrecto depende do que cada sociedade acredita ser moralmente correcto ou incorrecto.

Conclusão: Logo, não há juízos morais objectivos (aceites independentemente do contexto cultural).

Exemplos de premissas do Relativismo Moral Cultural 1º exemplo: A diversidade de crenças e práticas morais é

um facto que já foi por nós suficientemente ilustrado. Esta premissa diz simplesmente que as pessoas discordam acerca do que é certo ou errado.

2º exemplo: Afirma que o certo e o errado em termos morais depende da aprovação cultural. Se uma dada sociedade aceita como «válidos» ou correctos determinados princípios e normas morais, então esses princípios e normas serão correctos para os membros dessa cultura. Se não aceita tais princípios e normas estes serão incorrectos para os membros dessa sociedade, pelo menos para a maioria. É a aprovação social e cultural que determina que juízos morais são correctos ou não. O que uma sociedade acredita ser correcto ou incorrecto constitui o critério último do que é moralmente certo ou errado.

Exemplos de premissas do R.M.C. (cont.) Conclusão: Destas duas premissas parece

seguir-se a conclusão de que não há verdades morais objectivas. Em assuntos morais cada sociedade tem a sua verdade.

Outras objecções ao Relativismo Moral Cultural O relativismo moral é auto-refutante.

O Relativismo Moral Cultural afirma que não há verdades morais objectivas, ou seja, que todas as verdades morais são relativas. O relativismo refuta-se a si próprio. É a teoria segundo a qual tudo é relativo excepto o próprio relativismo.

Outras objecções ao R.M.C. (cont.) O relativismo moral torna incompreensível o progresso

moral.

É verdade ou pelo menos parece que não há acordo entre os seres humanos sobre muitas questões morais mas também é verdade que a humanidade tem realizado progressos no plano moral. Falar do progresso moral parece implicar que haja um padrão objectivo com o qual confrontamos as nossas acções. Se esse padrão objectivo não existir, não temos fundamento para dizer que em termos morais estamos melhor agora do que antes. Se para o R.M.C. nenhuma sociedade esteve ou está errada nas suas crenças e práticas morais, então torna-se difícil compreender a ideia do progresso moral.

Outras objecções ao R.M.C. (cont.) O Relativismo Moral Cultural reduz a verdade ao que a

maioria julga ser verdadeiro.

Quase nenhuma sociedade é culturalmente homogénea. Actualmente, a maioria das sociedades é multicultural. No interior de uma cultura existe subculturas. Podem-se questionar e debater sobre posições que a nossa sociedade defende sobre temas tabu (por exemplo). Assim sendo, temos de concluir que, quando falamos do código moral ou das crenças morais de uma sociedade, estamos a falar das crenças da maioria dos seus membros. De acordo com a R.M.C., é moralmente correcto o que é aprovado pela sociedade e isso dá a ideia de que então é moralmente correcto o que a maioria considera moralmente correcto.

Outras objecções ao R.M.C. (cont.) Partindo do facto de que há discórdia entre as várias sociedades

acerca do que é moralmente certo ou errado, o R.M.C. acaba por tornar impossível um real debate moral entre sociedades ou entre membros de sociedades diferentes.

Imagina-se, que na sociedade A, é prática moralmente aceitável que as crianças brinquem com pássaros até os matarem. A cultura da sociedade a que pertence condena essa prática considerando-a cruel. Para o relativista não podemos dizer que os membros da sociedade A estão errados, ou seja, que a acção das crianças é errada em si mesma. É errada segundo os nossos padrões, mas não é errada segundo os seus padrões. Se considerarmos que o relativismo moral é correcto, ninguém pode provar que a sociedade tem razão numa disputa moral. Não podemos dizer que uma delas está objectivamente errada e a outra certa.

Argumentos a favor do Relativismo Moral Cultural O R.M.C. parece favorecer a tolerância entre

sociedades e grupos.

R.M.C., tolerância e diálogo entre culturas Durante muitos séculos, a maioria das

sociedades humanas viveram isolada uma das outras, desconhecendo-se. Informações de terras distantes eram escassas. Em tais condições, parecia razoável pensar que as crenças e as práticas morais da nossa cultura eram a forma correcta de pensar e de agir. Hoje em dia, na época da comunicação global, não é razoável pensar que as nossas crenças e práticas são as únicas práticas culturais correctas. Significa isto que temos de ser relativistas?

R.M.C., tolerância e diálogo entre culturas (cont.) Uma das principais razões da popularidade

do R.M.C. é a ideia de que promove a tolerância e o respeito pela diversidade cultural.

O relativismo moral nega que haja princípios morais universais, que haja padrões de avaliação moral transculturais, independentes e aplicáveis ao juízo moral que faríamos sobre as diversas práticas culturais.

R.M.C., tolerância e diálogo entre culturas (cont.) Para o R.M.C. os juízos morais sobre a correcção moral das

acções não são independentes do contexto cultural. Julgamos sempre a partir do que é socialmente aprovado na cultura a que pertencemos. O modo como olhamos para as crenças e práticas de outras culturas é habitualmente condicionado pelo nosso modo de ver. Ora, devemos evitar a falsa e intolerante convicção de que o nosso modo de ver é a única forma de ver.

A tese da tolerância que o relativismo diz promover é geralmente assim defendida:

Premissa – As diversas culturas tem concepções diferentes sobre o que é moralmente bom ou mau.

Premissa – Se diferentes sociedades tem crenças morais diversas, não há verdades morais objectivas e universais.

Conclusão – Logo, devemos adoptar uma atitude de tolerância face às crenças morais de outras culturas (devemos aceitar o que é aceite em outras sociedades).

R.M.C., tolerância e diálogo entre culturas (cont.) Para o R.M.C. cada cultura tem a sua própria

perspectiva sobre o que é moralmente certo ou errado. Nenhuma cultura é autoridade incontestável em assuntos morais. A tolerância significa, para o relativista, que temos de aceitar o que os membros de outras culturas pensam e fazem sem tentar corrigi-los.

Objecções ao R.M.C., tolerância e diálogo entre culturas O relativismo moral pode promover a

intolerância.

O R.M.C. afirma que aquilo que uma sociedade pensa ser moralmente correcto é moralmente correcto para ela. Se moralmente correcto é igual a cultural e socialmente aprovado, então essa atitude intolerante é moralmente correcta. Assim, apesar de pretender promover o diálogo entre culturas, o R.M.C. pode promover o conflito e a agressão.

A teoria dos mandamentos divinos Para a teoria dos mandamentos divinos as

verdades morais são estabelecidas por Deus. Assim, um acto é errado porque Deus disse que era errado. É por Deus o proibir que é errado. É esta a resposta desta teoria à questão: uma acção é boa porque Deus a aprova ou Deus aprova-o porque ela é boa? Deus é a fonte da verdade moral. Nenhum critério moral é independente da sua vontade.

A teoria dos mandamentos divinos (cont.) A teoria dos mandamentos divinos é considerada como

sendo uma teoria convencional.

Para os defensores da T.M.D., se Deus não existisse, nada seria moralmente certo ou errado. Como a vontade de Deus é absoluta as normas morais que ela institui são absolutas, isto é, valem para qualquer ser humano em qualquer época e em qualquer lugar, não admitem excepções. Por outras palavras, se Deus existe, há um código moral absoluto que são as leis ou mandamentos de Deus que se constituem como sendo o critério fundamental que nos permite avaliar as diversas crenças e práticas humanas.

Segundo a T.M.D., há respostas correctas e incorrectas, verdadeiras e falsas às questões morais. Só há um código moral verdadeiro: a lei divina.

Objecções à Teoria dos Mandamentos Divinos Nem todos acreditamos que Deus existe. Para os defensores da T.M.D., as verdades

morais resultam da vontade de Deus. As noções de bem e de mal têm origem divina. Esta crença depende de uma crença básica e fundamental: a existência de Deus. Quem não acredita que Deus existe não tem de aceitar a teoria de que a moral depende da religião. Os ateus (aqueles que acreditam que Deus não existe) e os agnósticos (os que suspendem o juízo sobre a questão de saber se Deus existe ou não) não aceitam a teoria dos mandamentos divinos.

Objecções à Teoria dos Mandamentos Divinos (cont.) Mesmo os que acreditam na existência de Deus discordam

quanto ao que Deus permite e proíbe.

Admitindo que é Deus que tem o poder de estipular o que é certo e errado, fica contudo um problema por resolver: como saber que Deus definiu como certo e errado, onde encontrar orientação moral? A resposta do crente será a de que Deus revelou a sua vontade nas escrituras sagradas. Assim, os cristãos podem consultar a Bíblia e os muçulmanos consultar o Corão. Contudo, nem todos os cristãos concordam sobre o que é a vontade de Deus em questões morais. Acresce que os livros sagrados das várias religiões transmitem ideias muito diferentes sobre questões como o uso legítimo da violência, o tratamento adequado dos animais, etc.

Valores e princípios comuns a todas as sociedades Apesar da diversidade cultural, vários

filósofos contemporâneos defendem que há valores e princípios universais e que essa universalidade é necessária.

De acordo com um filósofo norte-americano, é afirmado que há pelo menos tres princípios morais que são universais:

1) Devemos proteger as crianças;

2) Mentir é errado;

3) O assassínio é errado.

Valores e princípios comuns a todas as sociedades(cont.) O comportamento dessas normas é considerada

essencial para assegurar a sobrevivência de uma sociedade ou a saúde do corpo social e só em circunstâncias extraordinárias é admissível violá-las.

Outra forma de defender que há verdades morais objectivas consistiria em dizer que tal como há verdades lógicas evidentes por si mesmas, também há verdades morais desse tipo.

Uma verdade lógica auto-evidente é por exemplo esta: «Cada coisa é idêntica a si mesma». Esta verdade fornece a sua própria evidencia sem necessidade de mais justificações.

Valores e princípios comuns a todas as sociedades(cont.) Há verdades morais que também parecem gostar

desse estatuto. Eis duas delas: «Pessoas iguais devem ser tratadas igualmente» e «O sofrimento desnecessário é errado».

A primeira norma diz que quando pessoas iguais são desigualmente tratadas se comete um erro moral. Para quem sabe o que são a igualdade e a moralidade, esta verdade é evidente por si, ou seja, dispensa que se adicionem justificações.

Estes dois princípios morais – o princípio da justiça e o da misericórdia – parecem ser auto-evidentes e qualquer comportamento e teoria ética deve ser compatível com eles.

FIM DO TRABALHO

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