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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM
SAÚDE E GESTÃO DO TRABALHO / MESTRADO PROFISSIONAL
IVANI STELLO FARIAS
RELAÇÃO INTERGERACIONAL POR MEIO DO CULTIVO
DE HORTA DOMICILIAR
ITAJAÍ-SC
2016
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IVANI STELLO FARIAS
RELAÇÃO INTERGERACIONAL POR MEIO DO CULTIVO
DE HORTA DOMICILIAR
Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre do Programa de Mestrado Profissional em Saúde e Gestão do Trabalho da Universidade do Vale do Itajaí-UNIVALI. Área de Concentração: Educação na Saúde e Gestão do Trabalho. Orientadora: Dra. Juliana Vieira de Araujo Sandri
ITAJAÍ-SC
2016
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IVANI STELLO FARIAS
RELAÇÃO INTERGERACIONAL POR MEIO DO CULTIVO
DE HORTA DOMICILIAR
Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre do Programa de Mestrado Profissional em Saúde e Gestão do Trabalho da Universidade do Vale do Itajaí-UNIVALI. Área de Concentração: Educação na Saúde e Gestão do Trabalho. Data da defesa:
Banca Examinadora
_____________________________________________ Profª. Dra. Juliana Vieira de Araújo Sandri
Presidente/Orientadora
______________________________________________ Profª. Dra. Marilene Rodrigues Portella
Membro Avaliador Externo
______________________________________________ Profª. Dra. Tatiana Mezzadri Membro Avaliador Interno
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AGRADECIMENTOS
Gratidão a Deus, pela benção de viver, aprender e compartilhar o amor!
Sou grata
vizinhos e familiares.
Gratidão ao meu filho Lucas por compreender amorosamente a minha ausência e
dedicação na pesquisa e torcer pelo meu crescimento.
Gratidão ao Josi pela colaboração e apoio.
Sou grata a todos os participantes da pesquisa que permitiram minha entrada em suas
residências e em seus corações.
Muito obrigada à minha orientadora, pela sua atenção, paciência e orientação tornando
Gratidão aos colegas da Turma 12, do Programa de Mestrado Profissional em Saúde e
Gestão do Trabalho, pelo companheirismo e aprendizados durante o curso.
Agradeço à Coordenação e Professores do Programa de Mestrado Profissional em
Saúde e Gestão do Trabalho, pelo apoio e crescimento profissional.
Agradeço à Secretaria do Programa de Mestrado Profissional em Saúde e Gestão do
Trabalho pelo carinho e colaboração.
Obrigada às Bancas de Qualificação e Avaliação, pela disponibilidade e contribuição
para uma configuração de pesquisa de qualidade.
Gratidão a tudo e a todos que de alguma forma contribuíram direta ou indiretamente
para meu crescimento pessoal e profissional.
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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 7 1.1 OBJETIVOS ................................................................................................................ 10 1.1.1 Objetivo geral ........................................................................................................... 10 1.1.2 Objetivos específicos ................................................................................................ 11 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................. 12 2.1 RELAÇÃO INTERGERACIONAL ............................................................................. 12 2.2 HORTA DOMICILIAR ............................................................................................... 15 3 PERCURSO METODOLÓGICO ................................................................................ 18 3.1 CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA ........................................................................ 18 3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA ............................................................................. 18 3.3 O AMBIENTE DO ESTUDO ...................................................................................... 19 3.4 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE DADOS ................................................. 20 3.5 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DE DADOS ........................................................... 23 3.6 ASPECTOS ÉTICOS ................................................................................................... 24 4 MANUAL DE PREPARO E CULTIVO DE UMA HORTA DOMICILIAR ............. 27 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 40 6 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 42 7 APÊNDICES.................................................................................................................. 47 APÊNDICE 1 - TERMO DE ANUÊNCIA DE INSTITUIÇÃO PARA COLETA DE
DADOS DE PESQUISAS ENVOLVENDO SERES HUMANOS. ........... 48 APÊNDICE 2 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
PARA O AVÔ ......................................................................................... 49 APÊNDICE 3 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
PARA O RESPONSÁVEL PELA CRIANÇA .......................................... 51 APÊNDICE 4 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
PARA A CRIANÇA ................................................................................. 53 APÊNDICE 5 - TERMO DE ACEITE DE ORIENTAÇÃO ............................................... 54 APÊNDICE 6 - TERMO DE UTILIZAÇÃO DADOS PARA A COLETA DE
DADOS DE PESQUISA ENVOLVENDO SERES HUMANOS .............. 55 APÊNDICE 7 - PASSO A PASSO DO PREPARO E CULTIVO DA HORTA
DOMICILIAR. ......................................................................................... 56 8 ANEXOS ........................................................................................................................ 58 ANEXO 01 - PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP ................................................ 59 ANEXO 02 - HISTÓRIA: CHARALINA ............................................................................ 65 ANEXO 03 - O SANDUICHE DE MARICOTA ................................................................. 66
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INTRODUÇÃO
O processo de envelhecimento é uma realidade a nível mundial, fato constatado pela
expectativa média de vida das pessoas. O último levantamento do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE, divulgado em 2010, mostra que a população acima de 65
anos, que era de 4,8% em 1991, passou para 5,9% em 2000 e chegou a 7,4% em 2010 (IBGE,
2012).
Nessa perspectiva, o Brasil deve se preparar para entender e enfrentar essa realidade,
buscando alternativas para ampliar a qualidade de vida aos longevos.
Uma nova cultura para o envelhecimento da população se faz necessário, pois a
adoção de hábitos de vida adequados durante todo o curso de vida, possibilita uma
senescência saudável.
Através da minha própria experiência profissional, observei, que as exposições
nutricionais, ambientais e padrões de crescimento durante a vida intra-uterina e nos primeiros
anos de vida das pessoas, podem ter efeitos importantes e permanentes, predispondo o
desenvolvimento de diversas doenças na vida adulta. Nesse contexto, Seco e Matias (2009)
propõem alguns mecanismos para explicar a origem das doenças do adulto; o mais consensual
é o da programação fetal, segundo o qual um estímulo ou agressão num período crítico da
vida intra-uterina e ou nos primeiros anos de vida, produzem alterações no desenvolvimento
com consequências permanentes em longo prazo.
A ampliação dos anos na vida das pessoas está causando mudanças significativas na
sociedade contemporânea e nas relações familiares, sobretudo em analogia ao convívio entre
as gerações, possibilitando à criança de hoje conhecer os avôs, bisavôs e até mesmo os
tataravôs. Todavia, muitas vezes ocorre um distanciamento familiar, não havendo o convívio
esperado entre as gerações, em virtude das exigências no dia a dia dos seus membros. Os pais
trabalham fora de casa e muitas crianças estão em turno integral na escola, ocasionando
naturalmente o afastamento dos familiares e, consequentemente, das relações intergeracionais,
fragilizando os vínculos afetivos entre os seus.
Promover atividades intergeracionais entre crianças e idosos pode, em um primeiro
momento, causar certa estranheza para alguns, mas poderá ser uma das possibilidades e
oportunidades de convivência entre esses grupos, favorecendo o desenvolvimento integral da
criança, principalmente, nos aspectos cultural, psico-evolutivo e formativo. A percepção
positiva da vida, adquirida na infância, poderá influenciar beneficamente seu comportamento
nas idades seguintes (ANDRADE et al., 2008). Patrocínio e Todaro (2012) apontam que a
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educação para o envelhecimento deve ocorrer ao longo da vida, no lar, na escola e na
comunidade. Portanto, possibilitar o convívio entre gerações distintas é trazer para o meio
familiar lições de vida indubitavelmente benéficas para ambos. Contudo, é mister encontrar
um elo que possa proporcionar essa interação entre as gerações.
Acreditando que essa relação venha ser útil para as crianças que estão crescendo,
desenvolvendo sua personalidade e se tornando cidadão do mundo, que se viu a possibilidade
de ter como elo o cultivo de uma horta domiciliar preparada por avô(s) e neto(s).
A horta é um local onde são concentradas todas as atividades referentes à produção de
hortaliças, sua importância está na produção de alimentos de qualidade para suprir a demanda
diária de uma alimentação equilibrada (CLEMENTE, 2012). A horta domiciliar é preparada
em pequenos espaços, como sacadas, varandas, terraços, garagens e fundos do quintal, desde
que o local tenha luminosidade e que seja arejado e pode ser organizada em qualquer tipo de
recipiente: vasos, floreiras, canos de PVC1, potes de sorvete, pneus, garrafas PET2, caixas
tetra-plak3, canteiros, etc.
Os benefícios de produzir uma horta domiciliar com a participação de pessoas de
diferentes gerações é incomensurável. Corresponde uma oportunidade de troca de
conhecimentos, de atitudes e valores, por meio da interação das crianças com outras gerações
ou com a sua própria. No desenrolar das atividades, há o descobrimento do novo, permitindo
que ocorra naturalmente. As práticas de uma geração só são repetidas se forem reflexivamente
justificadas (DEBERT, 2010). Saber que o seu trabalho irá produzir alimentos saudáveis, e
mas, sobretudo a consciência em relação à preservação ambiental, por meio da utilização de
espaços alternativos e materiais recicláveis, os quais transformados em algo produtivo e até
decorativo, certamente será um elo forte para a concretude das relações e ampliação de
vínculos geracionais positivos.
Deste modo, o presente estudo baseia-se na premissa de que o cultivo de uma horta
domiciliar é uma ferramenta para fortalecer a relação intergeracional proporcionando para a
criança a ideia de valores para sua formação e/ou reflexão sobre os já existentes e para os
avôs, é uma oportunidade de aproximação, reafirmação de sua própria identidade e contato
poderão por meio do diálogo, falar da sua infância, das brincadeiras favoritas, das relações
com seus avôs, pais e filhos, da alimentação consumida, por exemplo, a aquisição dos gêneros
alimentícios, o preparo dos alimentos, além de descrever como era seu quintal, entre outros
1 Tubo de policloreto de vinil.2 Garrafas PET: São recipientes plásticos constituídos de Polietileno Tereftalato.3 Embalagens cartonadas para alimentos e bebidas.
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fatos vividos. Essa troca de experiência traz uma riqueza imensa para o universo imaginário
da criança, porque ela começa a perceber que seu avô um dia foi criança, assim como ela é.
Para explicar melhor o que me estimulou a pesquisar este tema, falarei um pouco
sobre a minha vivência. Nasci, cresci vendo e ajudando meus pais e avô no cultivo da horta
familiar. Quando adolescente morei na área urbana para estudar e trabalhar. E ao fazer
compras no setor de hortifrutigranjeiro, surgia uma inquietação, que me levava a pensar, “ Ah
como seria bom ter uma horta!” Ao pegar um ramo de salsinha sentia o cheiro e me reportava
às lembranças da infância, via-me na horta com meus familiares. Enxergava meu avô
descascando mandioca, batata, moranga. Sentia o cheiro e o sabor do milho verde cozido e, da
batata doce assada. Esse sentimento estimulou-me a fazer uma horta no quintal de casa.
Comecei a colher tudo o que plantava. A semente jogada na terra só necessitava de cuidados,
um pouco de dedicação, amor, espera e logo nascia, crescia e era servido na mesa da minha
família, além disso, sentia prazer em doar para os meus vizinhos e vê-los felizes.
Sentimento este intensificado durante minha formação como nutricionista, durante a
minha gravidez e nascimento do meu filho. Pensando nele e no desejo de proporcionar uma
alimentação com qualidade e que crescesse entendendo de onde vêm os alimentos, ou seja, ter
a possibilidade de oferecer uma vivência diferente e saudável no contexto da alimentação e na
interação com a natureza me estimulou ainda mais a manutenção da horta em minha casa. Isso
tudo continua presente na minha vida pessoal e profissional.
Dessa forma, justifica-se o interesse pelo tema, como profissional de saúde atuando na
área da Nutrição Clínica Funcional, desejo tornar público minha experiência pessoal, que esta
sirva de estímulo para as pessoas buscarem alternativas e auxiliar na escolha de uma
alimentação mais saudável, livre de agrotóxicos e de outros produtos similares. A Nutrição
Clínica Funcional é uma ciência integrativa e profunda, que possui como um de seus
princípios o balanço dinâmico entre fatores internos e externos, do corpo, mente e espírito
(PASCHOAL, 2007).
Mantenho em meu domicílio um consultório de atendimento nutricional e lá atendo
diversas pessoas que vêm buscar orientação e acompanhamento nutricional. Durante as
orientações costumo oferecer suco, água aromatizada ou chá de plantas colhidas na hora e
percebo o quanto as pessoas se sentem à vontade e felizes. Ao sentirem o aroma do alecrim,
manjericão, hortelã, alface, tomate, entre outras espécies cultivadas. Admiram-se ao ver o pé
de pitanga, romã, figo e jabuticaba floridos e com frutos e, demonstram interesse em ter um
lugar destes em suas residências. Tendo em vista que eles residem em espaços limitados,
principalmente, em apartamentos e que segundo depoimento deles “ como não pensei nesta
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possibilidade!” , “ quero fazer uma horta para minha família” . Dessa forma, incentivo o
preparo de hortas, mesmo em espaços pequenos e que é possível consumir aquilo que se
planta.
Hoje, temos a possibilidade da agricultura urbana e periurbana que, segundo o
Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - CONSEA (2013), é uma ação que
visa estimular a produção orgânica de alimentos nas grandes cidades, aproveitando as áreas
ociosas nas regiões metropolitanas para promover o plantio de hortaliças, ervas medicinais e
aromáticas e plantas ornamentais.
No município de Balneário Camboriú essa prática ainda está inacessível para a maioria
da população, desse modo, surgiu o interesse em repassar minha experiência não só para meus
consultantes, mas também para seus familiares, amigos e vizinhos, para a saúde destes. Dessa
forma, a pergunta da pesquisa foi: o cultivo de uma horta domiciliar proporciona o
fortalecimento dos laços afetivos e familiares entre avós e netos, por meio da troca de
experiências pessoais?
A dissertação está ordenada em oito partes: 1) a introdução juntamente com o
problema de pesquisa e seus objetivos; 2) a revisão da literatura com o sobre as relações
intergeracionais e horta domiciliar; 3) o percurso metodológico mostrando todo o desenho
investigativo; 4) a apresentação e compreensão dos resultados, que estão organizadas na
ordem cronológica do percurso metodológico. Portanto, temos a descrição da primeira oficina
de apresentação, preparo e cultivo da horta, a descrição de todas as visitas in loco domiciliar
das díades e tríades com suas devidas apresentações, a descrição da segunda oficina de
avaliação, a contribuições do cultivo de uma horta domiciliar na relação intergeracional entre
avôs e netos apresentada no modo de manuscrito e, o manual de preparo e cultivo da horta
domiciliar; 5) as considerações finais; 6) as referências; 7) os apêndices e; 8) os anexos.
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo geral
Avaliar a aplicação de uma horta domiciliar como meio para fortalecer os laços
afetivos entre avô(s) e neto(s).
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1.1.2 Objetivos específicos
Descrever a relação intergeracional por meio do uso de uma horta domiciliar;
Identificar se a horta domiciliar proporcionou uma relação intergeracional.
Produzir um manual de preparo de uma horta domiciliar.
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3 PERCURSO METODOLÓGICO
3.1 CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA
Esta estudo foi uma pesquisa de campo exploratória com análise qualitativa, que
descreveu o objeto por meio da observação e do levantamento de dados. Estudos qualitativos
respondem a questões particulares, preocupando-se com os aspectos que não podem ser
quantificados, pois se trabalha com um universo de significados, valores e atitudes
(MINAYO, 2000).
3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA
A população alvo do estudo foi composta, por pessoas de ambos os sexos, sendo
crianças a partir de cinco anos de idade e seu(s) avô(s), residentes no Bairro Centro, do
Município de Balneário Camboriú, SC. Os critérios de inclusão foram: ter vínculo familiar de
avô(s) e neto(s) e não só sanguíneo e, residirem próximo ao local da realização das oficinas
viabilizando a realização desse estudo.
Participaram duas díades (Moranguinho e Alecrim) e quatro tríades (Cafezinho,
Rabanete, Cactos e Pimentinha), configuradas da seguinte forma:
Diagrama das díades
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3.3 O AMBIENTE DO ESTUDO
A pesquisa ocorreu em Balneário Camboriú, um município da Região Metropolitana
da Foz do Rio Itajaí no litoral norte do estado de Santa Catarina, Brasil. Possui, segundo o
censo do IBGE (2014), uma população de 124. 557 habitantes, sendo o 11º município mais
populoso do estado e o 2º menor em área total. As principais atividades econômicas do
município são a prestação de serviços, a indústria, o turismo e a construção civil,
principalmente.
Destaca-se como o município com maior densidade demográfica de Santa Catarina,
com mais de 2 350 habitantes por quilômetro quadrado e possui um dos maiores volumes
de prédios do Brasil. Apesar de possuir pouco mais de 100 000 habitantes, sua estrutura de
edifícios comporta aproximadamente 1 000 000 de pessoas, marca frequentemente
ultrapassada na alta temporada.
Portanto, se caracteriza-se como um município urbano com construções de moradias
verticais, onde geralmente há poucos espaços privados para o preparo de hortas domiciliares.
O local de realização das oficinas foi no Espaço Teia - Consultório de Nutrição Clínica
Funcional e Terapias Complementares (Apêndice 01), local este, que tem no seu anexo uma
diversidade de modelagem de hortas domiciliares, com plantios de várias culturas, que
serviram como exemplos, além de ser um espaço adequado para o desenvolvimento das
oficinas, o que favoreceu as práticas de demonstração e preparo das hortas. Também há uma
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cozinha que foi utilizada para a realização das receitas advindas do plantio. As duas oficinas
ocorreram nesse local.
3.4 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE DADOS
Primeiramente, foi feito um convite verbal para as pessoas que residiam próximos ao
consultório de atendimento nutricional e, posteriormente, foi entregue um convite impresso
contendo informações sobre as atividades, reafirmando o convite verbal. Inicialmente não
houve um número estimado de pessoas, a participação ocorreu espontaneamente, desde que as
pessoas estivessem dentro dos critérios de inclusão, contudo, teve-se o cuidado para que não
ultrapasse a seis grupos geracionais. A coleta ocorreu no período de agosto a novembro de
2015.
No primeiro encontro, foi realizada uma dinâmica de apresentação e acolhimento dos
participantes, em seguida foram apresentados os objetivos da pesquisa e a operacionalidade de
sua execução foram mostrados. Sanadas as dúvidas, foi explicado e lido o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), o qual teve três modelos: um direcionado para os
avôs, outro para os pais ou responsáveis pela criança e um para a criança assinar (Apêndice 2,
3 e 4). Foi informando que, somente, após a assinatura destes é que poderiam participar da
pesquisa.
Na presença deles foi pactuada uma agenda para a segunda oficina e outra, para as
visitas in loco no seu domicílio. A agenda comum foi para a realização da segunda oficina
para avaliar se a atividade desenvolvida contribuiu na relação intergeracional, o que aconteceu
após a finitude das visitas. Já a agenda individual, para as visitas in loco, foi acordada de
modo particular e ocorreu sempre com a presença do(s) avô(s) e seu(s) neto(s). A seguir
foram apresentadas as etapas da execução das duas oficinas, de modo genérico, com a
descrição de cada uma e que foi relatada em um dos itens da apresentação e compreensão dos
resultados.
Primeira Oficina: demonstração do preparo e cultivo da horta domiciliar.
Acolhimento: Todos foram recepcionados num ambiente acolhedor com música, água
aromatizada e chá com ervas extraídas da horta existente no local. O objetivo nesse momento
era estimular e promover a interação dos participantes por meio do diálogo, para que se
conhecessem, pois eles, embora residentes no mesmo bairro não se conheciam.
Desenvolvimento: Foram apresentadas as orientações de como preparar a horta
domiciliar e o material necessário: tipo de terra, areia, pedra, cascalho para drenagem,
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sementes, mudas de hortaliças, flores ornamentais, temperos, plantas medicinais chás, além de
sugestões sobre recipientes para o plantio. Nesse momento, o intuito era instigar o tema
preservação ambiental com o reaproveitamento dos vasilhames para o plantio. Para isso, foi
sugerida a utilização de materiais recicláveis que tivessem em casa, evitando compra. Ao
mesmo tempo foi explanado sobre a importância da coleta seletiva dos resíduos domésticos
(lixo), como utilizar o lixo orgânico para fazer compostagem e adubar a horta e; do lixo
reciclável para fazer os vasos para as hortas. Foram fornecidos aos participantes todos os
materiais de consumo e teóricos necessários que pudessem instrumentalizá-los neste processo.
Toda demonstração foi conduzida com o auxílio de um manual (Apêndice 8)
elaborado para esse fim. Contudo, esse manual foi revisto, melhorado, no decorrer da
pesquisa, tornando-o mais funcional.
A ideia inicial de criar um manual foi para auxiliar no preparo e cultivo da horta
domiciliar, o mesmo foi organizado de modo empírico partindo da experiência prática do
atendimento no consultório, todavia após a sua aplicação percebeu-se a necessidade de
aprimorar as informações contidas nele. Desse modo, aproveitou-se da experiência aprendida
nesse estudo para melhorar e fundamentar a sua aplicabilidade, o qual está exibido na
apresentação e discussão dos resultados.
Finalização: Terminada a demonstração e a operacionalização do preparo e cultivo da
horta domiciliar, foi aberta aos grupos geracionais, um momento para perguntas,
esclarecimentos de dúvidas e sugestões. Estimulado a criatividade e respeito as preferências
individuais, e que estes fossem até onde conseguissem desenvolver, sem a preocupação
estética e teórica. Esclarecido que os encontros deveriam seguir a metodologia proposta no
projeto, mas que isso não impossibilitaria em mudanças no decorrer das atividades,
considerando o interesse, motivação deles, pois o desejo era promover a participação efetiva
entre pesquisadoras e participantes. Ao final de cada encontro foram acordados com os
participantes, os encaminhamentos do próximo encontro, levando-se em consideração as
etapas apresentada acima. Para celebrar o final da primeira oficina foi oferecido um lanche
com chá, suco, salada de frutas, torta de legumes e bolo de cenoura, com produtos oriundos
das hortas domiciliar da pesquisadora, com o intuito de promover a aceitação dos
participantes e para que todos pudessem ir sentindo o prazer e benefícios de cultivar seus
próprios insumos livres de qualquer produto químico.
As visitas in loco: o preparo da horta efetivando uma relação intergeracional.
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As visitas residenciais ocorreram com horário pré-agendado e após confirmação
antecipada e eventualmente com a presença de outros membros da família. As orientações
para o preparo da horta domiciliar, foi realizado sempre na presença dos grupo geracional. As
idas a domicílio ocorreram quantas vezes se fizeram necessário, até o grupo geracional
entender e solidificar a sua construção, todavia, todas elas foram acordadas antecipadamente.
Em ambas as oficinas (primeira e segunda) e nas visitas in loco foram utilizada a
técnica de observação participante. Segundo Minayo (2010), a observação participante
corresponde um processo pelo qual se mantém a presença do observador numa situação social
com a finalidade de realizar uma investigação científica. Assim o observador fica em relação
face a face com os observados e, ao participar da vida deles, no seu cenário cultural, coleta os
dados. Outra fonte de coleta correspondeu ao diário de campo, que segundo Minayo (2010,
p.70), oferece uma ferramenta imprescindível para as anotações da técnica de observação
participante:
Toda a observação deve ser registrada num instrumento que se convenciona chamar diário de campo. Nesse caderno, o investigador deve anotar todas as informações que não sejam o registro das entrevistas formais. Ou seja, observações sobre conversas informais, comportamentos, cerimoniais, festas, instituições, gestos, expressões que digam respeito ao tema de pesquisa. Fala, comportamentos, crenças, hábitos, usos, costumes, celebrações e instituições compõem o quadro das representações sociais.
Ao observador participante, é dada a oportunidade de formular conceitos gerais
relativos ao seu problema de investigação, da também oportunidade de consolidar ou
aperfeiçoar sua própria representação da realidade, de mapear, decodificar, coordenar
comportamentos, fatos, eventos vividos no campo (VERGARA, 2009).
É preciso considerar a observação participante como um processo construído
duplamente pelo pesquisador e pelos envolvidos. Esse processo tem momentos cruciais, que
devem ser encarados tanto do ponto de vista operacional quanto teoricamente (MINAYO,
2010). A apresentação de imagem, como: gravação, filmagem e fotos estão acordadas no
TCLE, Apêndice 2 e Apêndice 3.
Segunda Oficina: apresentação dos produtos com a partilha entre os grupos geracionais
e avaliação.
Correspondeu à partilha da produção dos grupos geracionais. Apresentado os produtos
de cada horta domiciliar. Ressalta-se que não houve a pretensão de avaliar a sua estética e que
correspondeu uma atividade de socialização, elaboração e preparo de receitas com os produtos
das hortas.
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Os produtos colhidos foram: salsinha, cebolinha, alface, orégano, manjerona,
manjericão, alecrim, couve, tomate cereja, cenouras, rabanetes e flores ornamentais. As
receitas foram pré-elaboradas pela pesquisadora e reelaboradas durante a partilha conforme,
gosto e criatividade dos participantes, sempre considerando uma alimentação equilibrada e
saudável. Estão descritas no manual, capitulo 4.5 da apresentação e compreensão dos
resultados.
O objetivo principal desta oficina foi avaliar se o preparo e o cultivo da horta
domiciliar viabilizou a troca de experiências e de valores familiares numa relação
intergeracional. Esta oficina foi gravada e fotografada, ocorrendo após três meses da primeira
oficina e após as visitas in loco.
3.5 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DE DADOS
As oficinas e as visitas in loco foram descritas na íntegra, as quais ilustram o processo
do início ao final do preparo e cultivo das hortas domiciliares, desenvolvidas pelos grupos
geracionais.
Para a análise dos dados, optou-se pela utilização da técnica da análise temática. Em
que o
de relações e pode ser graficamente apresentado at .
Fazer a análise temática consiste em descobrir os núcleos para compor uma comunicação,
cuja presença ou frequência signifiquem alguma coisa para o objetivo analítico visado. Essa
técnica exige uma análise de unidades de registro em busca de significados que definam os
dados coletados. Sua operacionalização se dá em três etapas:
1ª) Pré-análise: Nesta fase, foi realizado o trabalho de escolha dos documentos
analisado e confrontados com a dos objetivos da pesquisa. No desenvolvimento dessa fase,
foram inclusas: (a) Leitura Flutuante - que consistiu em um contato exaustivo com o material
coletado; (b) Constituição do Corpus que correspondeu à organização do material, de
maneira que respondeu a algumas normas de validade. Como modelo para organização, foi
utilizada a norma de validade da pertinência, cujos documentos analisados foram adequados
ao objetivo do trabalho. Nessa fase determinou-se, a unidade de registro, a unidade de texto,
os recortes, a forma de categorização, a modalidade de codificação e os conceitos teóricos que
orientaram a análise.
2ª) Exploração do Material: Esta fase consistiu em codificar os dados obtidos na fase
anterior, agrupando-os de tal modo a construir as categorias por meio das subcategorias.
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3ª) Tratamento dos Resultados Obtidos e Interpretação: Por se tratar de uma pesquisa
qualitativa, o resultado foi analisado, conforme aponta Gomes (2010), a partir da interpretação
de temas e da saturação de dados, os quais foram conferidos com o referencial teórico.
Trabalhar com categorização (classificação) abrange elementos ou aspectos com
características comuns ou que se relacionam entre si, denominadas de categorias (classes).
Esse procedimento pode ser utilizado em qualquer tipo de análise em pesquisa qualitativa.
As categorias foram estabelecidas na coleta dos dados, na fase exploratória da
pesquisa. Que segundo Gomes (2010) são dados mais específicos e concretos. Para isso, a
análise dos dados foi composta, separando-se as falas em unidades de registro, com
interpretação detalhada de cada uma destas unidades, posteriormente, foi realizada, a
codificação, com agregação das unidades de registros, resultando no conjunto de
subcategorias ou subtemas - promoção do diálogo e da afetividade; troca de experiências;
harmonização das relações e responsabilização; e aproximação com a divindade. Por meio
destas quatro subcategorias, foi determinada uma categoria - Relação intergeracional por
meio de uma horta domiciliar respondendo aos objetivos da pesquisa. Esta categoria está
apresentada no formato de manuscrito intitulado: Contribuições do cultivo de uma horta
domiciliar na relação intergeracional entre avôs e netos.
Classificar os elementos em categorias é investigar o que cada elemento tem em
comum com outros, permitindo o seu agrupamento, ou seja, a parte comum existente entre
eles. A categorização tem por objetivo fornecer, por condensação, uma representação
simplificada dos dados brutos (GOMES, 2010).
A análise do material coletado buscou atingir três objetivos, segundo Minayo (2010):
ultrapassar a incerteza do que o pesquisador percebe estar realmente contido na mensagem;
compreensão dos significados; e integração de dados brutos em descobertas finais, indo além
das aparências.
3.6 ASPECTOS ÉTICOS
Para o desenvolvimento desta pesquisa foram considerados os padrões éticos, contidos
na Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 466/12 sobre pesquisa envolvendo seres
humanos (Apêndice 6). O respeito devido à dignidade humana exige que toda pesquisa se
processe após Consentimento Livre e Esclarecido dos sujeitos, indivíduos ou grupos que por
si só e/ou por seus representantes legais manifestem a sua anuência à participação da
pesquisa. A autorização para uso dos dados coletados foi mediante o Termo de
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Consentimento Livre e Esclarecido TCLE, assinado pelos sujeitos e este foi adaptado para
os sujeitos da pesquisa, tendo em vista que temos duas ou mais gerações distintas. (Apêndice
2, 3 e 4). O trabalho foi aprovado no CEP/ Univali em 26 de junho de 2015 com o Parecer
Consubstanciado de n. 1.136.672. (Anexo 1)
- Oferecida liberdade aos participantes de recusarem a participar, da pesquisa a
qualquer momento que achassem necessário.
- Durante todo o processo de pesquisa os dados foram mantidos em sigilo e
manuseados somente pelas pesquisadoras, os grupos geracionais receberam codinomes
escolhidos por eles, relacionados com a espécie cultivada em sua horta. Os grupos foram
nomeados de acordo com o número de participantes em cada grupo, ou seja, de díade os
grupos compostos por pares e tríade os grupos compostos por três participantes. Segundo o
Dicionário de Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico (2003-2016), díade é um par, no
qual a individualidade é eliminada em detrimento da unidade desse par e, tríade é o conjunto
de três coisas, três pessoas ou trilogia. As díades e tríades receberam codinomes conforme o
seu cultivo produzido na horta domiciliar.
- Os resultados desta pesquisa foram apresentados no Curso de Mestrado em Saúde e
Gestão do Trabalho da Universidade do Vale do Itajaí; e sendo que os participantes foram
convidados para assistir à defesa da dissertação de mestrado.
- Riscos e benefícios: Os riscos possíveis estão relacionados à perda das informações
descritas em diário de campo, das gravações, filmagens e fotos e a desautorização das fontes
de coleta de dados, todavia, a pesquisadora tomou todo o cuidado para que isso não ocorresse,
por outro lado, em todos esses documentos não foram identificados os sujeitos. Haja vista que
foram utilizados codinomes/pseudônimos. Dentre os eventuais riscos que podemos pontuar
aos sujeitos da pesquisa, incluiu a situação de constrangimento do observado (avô(s)) e
neto(s)) perante o observador (pesquisadoras) durante o procedimento de coleta de dados.
Contudo, as pesquisadoras firmaram o compromisso ético de cumprir o que está estabelecido
na Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 466/12 respeitando as atitudes e habilidades
do observado e, quando necessário foram oportunizados momentos de diálogos privados e,
também, se colocaram à disposição para questionamentos sobre qualquer situação
apresentada. Assim sendo, o desenvolvimento desta pesquisa ocorreu dentro dos padrões
éticos, cumprindo as exigências éticas e científicas fundamentais.
Esta pesquisa foi orientada pela Profª Dra. Juliana Vieira de Araujo Sandri
(Apêndice 5). Tivemos como benefícios a convivência harmoniosa entre as gerações e
pesquisadora. Esta pesquisa proporcionou um espaço de aprendizado e reflexão para o
26
crescimento e desenvolvimento humano integral. Além disso, da contribuição com outros
profissionais que trabalham com grupos geracionais, tendo como referência a promoção de
saúde.
40
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegar às considerações finais da dissertação é um momento de gratidão e reflexão
pessoal, pois o desejo de tornar público uma experiência pessoal e foi alcançada; o que era
uma ideia tornou-se realidade e foi possível desenvolver um projeto intergeracional,
considerando a inclusão social de diferentes gerações, centradas numa educação
gerontológica, unindo crianças e idosos.
Ao refletir sobre o desenvolvimento e finalização deste estudo é possível responder à
questão de pesquisa: o cultivo de uma horta domiciliar proporciona o fortalecimento dos laços
afetivos e familiares entre avós e netos, por meio da troca de experiências pessoais?
Seguramente a resposta é afirmativa porque a horta domiciliar foi um instrumento promotor
que contribuiu para o desenvolvimento de relações intergeracionais saudáveis, seja nas díades
seja nas tríades participantes. Cada um teve um modo particular de demonstrar essa relação
ampliando o diálogo, a afetividade, a troca de experiências trazendo harmonização das
relações e responsabilização com o cuidado da horta, o qual muitas vezes se fez analogia com
o zelo da sua própria saúde por meio do consumo de uma alimentação saudável e a
preocupação com o meio ambiente.
A proximidade com a divindade, a fé, a crença em Deus aliado à espiritualidade
sempre estiveram presentes nas falas, demonstrando ser importante para que a
intergeracionalidade ocorresse positivamente, fortalecendo a relação afetiva entre eles.
A horta domiciliar como meio para promoção da relação intergeracional seja na díade
ou na tríade ou entre os grupos proporcionou um diálogo mais efetivo, elemento essencial,
precursor da aproximação, o que resultou em respeito, amorosidade, paciência, compreensão,
troca de experiência e vivência entre os participantes e pesquisadora. Nessa perspectiva,
afirma-se que o diálogo foi o mediador para o sucesso das atividades desenvolvidas.
Outro fato significativo foi a ampliação da rede de amizades entre os participantes
estimulando a convivência amorosa e solidária. Passaram a compartilhar de outras atividades
de interesse comuns como: prática de atividade física, passeios, participar de palestras e chás,
aulas de pintura, entre outras atividades. As crianças formaram laços de amizade, devido ao
contato e troca de experiências durante o cultivo da horta. Os avôs partilharam os mesmos
sentimentos perante suas experiências de vida.
Deste modo, considera-se que um trabalho intergeracional, deve ter como prioridade o
processo educativo formativo centrado na melhoria de uma comunidade e dos que nela
41
convivem, por meio da troca de experiências, de saberes, de forma harmônica e com objetivos
comuns e pré-determinados.
A experiência de entrar na privacidade dos participantes por meio das visitas in loco
permitiu visualizar o modo de vida, sua organização familiar e interesse pelo cultivo de
plantas. Inicialmente, houve certo acanhamento entre eles e a pesquisadora, mas na medida
em que as visitas se multiplicavam esse sentimento era dissipado e a troca acontecia
naturalmente. Em vários momentos o diálogo extrapolava o tema do cuidado com a horta
entrando em assuntos privados e até delicados, mas que foi ouvido com muita compreensão e
sem emissão de juízo. Fato que ocorreu a saída de uma das díades antes mesmo da finalização
da pesquisa.
No início da coleta de dados havia a preocupação de não conseguir espaços para a
elaboração das hortas porque acreditava que a maioria morasse em apartamentos sem a
possibilidade de cultivo. Todavia, durante as visitas e com o manual em mãos mostrando as
diversas possibilidades de preparo foi possível achar um modelo para cada um dos domicílios,
lembrando que a escolha final era deles.
O manual foi elaborado, especialmente, para apoiar a pesquisadora na demonstração
do preparo e cultivo da horta, bem como para apresentar os diversos tipos de hortas utilizando
materiais recicláveis; contudo, no transcorrer do processo investigativo outras informações
foram incorporadas ao manual, o qual se transformou em uma ferramenta explicativa e
ilustrativa de fácil compreensão para quem o utilizar. Junto ao manual há também
informações sobre como fazer compostagem e um receituário de utilização do cultivo. Para
facilitar, aos interessados, foi produzido um panfleto de bolso que explica o passo a passo da
elaboração da horta.
Considerando o exposto, deseja-se que esta pesquisa possa contribuir com outros
profissionais que trabalham com grupos geracionais, trazendo uma referência teórica, para a
promoção de saúde e qualidade de vida na perspectiva de práticas relacionadas a relações
intergeracionais.
42
6 REFERÊNCIAS
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47
7 APÊNDICES
48
APÊNDICE 1
49
APÊNDICE 2
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA O AVÔ
Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa.
Após ser esclarecido(a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do
estudo, rubrique a primeira folha e assine ao final deste documento, que está em duas vias.
Uma delas é sua e a outra é da pesquisadora responsável. Em caso de recusa você não será
penalizado(a) de forma alguma.
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA
Título do Projeto: RELAÇÃO INTERGERACIONAL POR MEIO DO CULTIVO DE UMA
HORTA DOMICILIAR.
Pesquisador Responsável: Juliana Vieira de Araujo Sandri.
Telefone para contato: (47) 9987-3129
Pesquisador colaborador: Ivani Stello Farias
Telefone para contato: (47) 8838-2880
Tem como objetivo avaliar a aplicabilidade de uma horta domiciliar como meio para
uma relação intergeracional entre avôs e netos. A sua atuação nesta pesquisa consiste em
participar dos encontros e das oficinas que terão como propósito as orientações para a
confecção da horta domiciliar, as datas serão agendadas previamente. Haverá também,
encontros na sua casa para verificar o espaço para a localização, tipo de cultivo e de
modelagem da horta, portanto pedimos autorização para entrar no seu ambiente privativo.
Contudo, o sr(a) saberá, antecipadamente, quando a visita in loco ocorrerá. Estes encontros
serão gravados, filmados e fotografados, sendo assim, solicitamos autorização para a obtenção
de imagens que constituirão publicações em trabalhos científicos e no manual. Todavia, as
imagens serão aprovadas antecipadamente por vocês. As oficinas e as visitas in loco ocorrerá
no período de agosto a novembro de 2015. A sua participação é voluntária, portanto sem
remuneração. O sigilo e anonimato serão mantidos em caráter confidencial de todas as
informações obtidas. Poderá fazer questionamentos a respeito do processo a qualquer
momento para qualquer um dos pesquisadores acima, bem como sair da pesquisa sem que
haja prejuízo a pesquisa e a você mesmo. Os dados serão utilizados para fins acadêmicos, tais
como: relatórios, trabalhos de conclusão de curso, artigos, livros e resumos. Os possíveis
riscos que podemos sinalizar é a desistência dos sujeitos selecionados para a pesquisa, perda
50
das informações descritas em diário de campo, das gravações, filmagens e fotos e a
desautorização das fontes de coleta de dados, todavia a pesquisadora tomará todo o cuidado
para que isso não ocorra, por outro lado, todos estes documentos não serão identificados os
sujeitos. Haja vista que será utilizado codinomes/pseudônimos. Dentre os eventuais riscos que
podemos pontuar aos sujeitos da pesquisa, inclui a situação de constrangimento do observado
avô(s) e neto(s) perante o observador durante o procedimento de coleta de dados, contudo as
pesquisadoras firma o compromisso ético de cumprir o que está estabelecido na Resolução do
Conselho Nacional de Saúde nº 466/12 respeitando as atitudes e habilidades do observado e,
quando necessário será oportunizado momentos de diálogos privados e, também, se colocará a
disposição para questionamentos sobre qualquer situação apresentada. Sendo assim, o
desenvolvimento desta pesquisa irá ocorrer dentro dos padrões éticos, cumprindo às
exigências éticas e científicas fundamentais. Os benefícios da participação na pesquisa,
corresponde a possibilidade de ampliar a relação saudável entre as gerações e que esta
experiência possa tornar o uso da horta domiciliar um espaço de aprendizado e reflexão para o
crescimento e desenvolvimento humano integral. Além disso, essa pesquisa pode contribuir
com profissionais que trabalham com grupos geracionais, tendo como referência a promoção
de saúde. Caso aceite participar, solicito que assine esse termo.
Nome do pesquisador: Juliana Vieira de Araujo Sandri e Ivani Stello Farias
Assinatura do pesquisador:__________________________________________
CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO DO SUJEITO
Eu,__________________________________________________________________,
RG________________________,CPF________________________ abaixo assinado
concordo em participar do presente estudo como sujeito. Fui devidamente informado e
esclarecido sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis
riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu
consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade.
Local e data:________________________________________________________
Assinatura do ou responsável:__________________________________________
Telefone para contato:________________________________________________
51
APÊNDICE 3
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA O
RESPONSÁVEL PELA CRIANÇA
Seu(a) filho(a) está sendo convidado(a) para participar, como voluntário (a), em uma
pesquisa junto com seu(s) avô(s). Após ser esclarecido(a) sobre as informações a seguir, no
caso de aceitar que ele faça parte do estudo, rubrique a primeira página e assine ao final deste
documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável.
Em caso de recusa você não será penalizado(a) de forma alguma.
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA
Título do Projeto: RELAÇÃO INTERGERACIONAL POR MEIO DO CULTIVO DE UMA
HORTA DOMICILIAR.
Pesquisador Responsável: Juliana Vieira de Araujo Sandri.
Telefone para contato: (47) 9987-3129
Pesquisador colaborador: Ivani Stello Farias
Telefone para contato: (47)8838-2880
Tem como objetivo avaliar a aplicabilidade de uma horta domiciliar como meio para
uma relação intergeracional entre avôs e netos. A sua atuação nesta pesquisa consiste em
participar dos encontros e das oficinas que terão como propósito as orientações para a
confecção da horta domiciliar, as datas serão agendadas previamente. Haverá também,
encontros na sua casa ou de seus pais para verificar o espaço para a localização, tipo de
cultivo e de modelagem da horta, portanto pedimos autorização para entrar no seu ambiente
privativo. Contudo, o sr(a) saberá, antecipadamente, quando a visita in loco ocorrerá. Estes
encontros serão gravados, filmados e fotografados, sendo assim, solicitamos autorização para
a obtenção de imagens que constituirão publicações em trabalhos científicos e no manual.
Todavia, as imagens serão aprovadas antecipadamente por vocês. As oficinas e as visitas in
loco ocorrerá no período de agosto a novembro de 2015. A participação, de seu filho(a) é
voluntária, portanto sem remuneração. O sigilo e anonimato serão mantidos em caráter
confidencial de todas as informações obtidas. Poderá fazer questionamentos a respeito do
processo a qualquer momento para qualquer um dos pesquisadores acima, bem como sair da
pesquisa sem que haja prejuízo a pesquisa e a você mesmo. Os dados serão utilizados para
fins acadêmicos, tais como: relatórios, trabalhos de conclusão de curso, artigos, livros e
52
resumos. Os possíveis riscos que podemos sinalizar é, a desistência dos sujeitos selecionados
para a pesquisa, perda das informações descritas em diário de campo, das gravações,
filmagens e fotos e a desautorização das fontes de coleta de dados, todavia a pesquisadora
tomará todo o cuidado para que isso não ocorra, por outro lado, todos estes documentos não
serão identificados os sujeitos. Haja vista que será utilizado codinomes/pseudônimos. Outros
riscos que podemos pontuar incluem a situação de constrangimento do observado avô(s) e
neto(s) perante o observador durante o procedimento de coleta de dados, contudo afirmamos o
compromisso ético de cumprir o que está estabelecido na Resolução do Conselho Nacional de
Saúde nº 466/12 respeitando as atitudes e habilidades do observado e, quando necessário será
oportunizado momentos de diálogos privados e, também, se colocará a disposição para
questionamentos sobre qualquer situação apresentada. Sendo assim, o desenvolvimento desta
pesquisa irá ocorrer dentro dos padrões éticos, cumprindo às exigências éticas e científicas
fundamentais. Já o benefício decorrente da participação de seu filho(a) na pesquisa poderá ser
a ampliação de relação saudável com seus avôs e, que esta experiência possa tornar o uso da
horta domiciliar como um espaço de aprendizado e reflexão para o crescimento e
desenvolvimento humano integral. Além disso, essa pesquisa pode contribuir com
profissionais que trabalham com grupos geracionais, tendo como referência a promoção de
saúde. Caso aceite participar, solicito que assine esse termo.
Nome do pesquisador: Juliana Vieira de Araujo Sandri e Ivani Stello Farias
Assinatura do pesquisador:__________________________________________
CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO DO SUJEITO
Eu,__________________________________________________________________,
RG________________________,CPF________________________ abaixo assinado
concordo em participar do presente estudo como sujeito. Fui devidamente informado e
esclarecido sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis
riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu
consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade.
Assinatura do ou responsável:__________________________________________
Telefone para contato:________________________________________________
53
APÊNDICE 4
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA A CRIANÇA
Nome: ___________________________________________
Você gostaria de participar juntamente com seu(s) avó(s) da pesquisa: RELAÇÃO
INTERGERACIONAL POR MEIO DO CULTIVO DE UMA HORTA DOMICILIAR?
Pesquisadoras:
Juliana Vieira de Araujo Sandri (contato: (47) 9987-3129)
Ivani Stello Farias (contato: (47)8838-2880)
Assinatura da pesquisadora: _____________________________________________
CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO DO SUJEITO
Eu
aceito participar desta pesquisa.
Assinatura: _____________________________________________________
54
APÊNDICE 5
TERMO DE ACEITE DE ORIENTAÇÃO
55
APÊNDICE 6
56
APÊNDICE 7
PASSO A PASSO DO PREPARO E CULTIVO DA HORTA DOMICILIAR.
57
58
ANEXOS
59
ANEXO 01
60
61
62
63
64
65
ANEXO 02
HISTÓRIA: CHARALINA
Era uma senhora chamada Dona Josefina, desde menina tinha mania de botar nome em todas as coisas. Bastava olhar um caldeirão para chamá-lo de Bastião. Olhava para uma panela e chamava de Amélia. E, por essa estranha mania, dona Josefina tinha uma chaleira que se chamava Charalina. Coisas e nomes loucos de dona Josefina. É claro! Pois a panela que se chamava Amélia, só servia para fazer arroz e logo depois era lavada e guardada, enquanto a esforçada Charalina quase abria o bico de tanto trabalhar, do fogo de lá para o fogo de cá. Fervia a água para a mulher fazer o café, cozia o ovo pro menino mais novo, fervia, depois, água pro arroz. Sem atraso fervia água pra lavar os pratos. Também, mais uma vez, fervia água pro chá das três, e pro Zé, prá não dar chulé, fervia água pra lavar o pé. Mas, a Charalina, que devia se chamar divina, não abria o bico e só chiava quando fervia. Até que um dia, quando ninguém esperava, surgiu um buraquinho, no fundo da Charalina, por onde a água vazava. E a dona Josefina gritou, chiou, ferveu, falou mal e jogou a velha chaleira no fundo do quintal. A Charalina, contudo, que deveria ficar uma fera, só ficou chorosa, próxima a um monte de terra: Eu trabalhei todos os dias da minha vida, merecia melhor aposentadoria! No outro dia, depois da janta, começou uma chuva forte... e choveu a noite inteira. Com a chuva, que era tanta, a terra toda do monte escorreu para a chaleira, que fora jogada sem tampa. Depois de alguns dias, a Charalina sentia que, na sua barriga, alguma coisa acontecia, e ficou ainda mais triste com o aquele novo fato... Estava medrosa e muito temia que sua barriga, que antes fervia, agora fosse uma casa de sapo. E a vida da Charalina tornou-se um pesadelo cheio de horror, até que, numa bela manhã, de sol muito bonito, na sua barriga uma semente germinou. Tinha um talo tão verde e bonito, só vendo que amor! Depois, duas folhinhas verdes e rapidamente, sem esperar a primavera, foi logo dando flor. Quando dona Josefina saiu para tomar banho de sol na varanda do fundo da casa, olhou para a Charalina e exclamou: Meu Deus, que amor! Correndo, Dona Josefina apanhou a Charalina e, como se pedisse perdão, limpou-lhe as paredes de fora, regou a flor sem demora e levou as duas para enfeitarem a mesa da sala. Hoje, Charalina está feliz e encantada com a nova situação. Anda até namorando um vaso da casa que faz parte da decoração.
(ALBISSÚ, 2001)
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ANEXO 03
O SANDUICHE DE MARICOTA
A galinha Maricota, preparou um sanduíche: pão, milho, quirera e ovo.
Mas, quando ia comer a campainha tocou.
Era o bode Serafim, que olhou o sanduíche e exclamou:
- Vixe! Falta ai um capim.
Ai chegou Kim, o gato, cumprimentou a galinha, e vendo o sanduíche, palpitou:
- Falta a sardinha.
João, o cão, também veio com seu jeito de bom moço.
E educado sugeriu:
Coloquem nele um bom osso.
Sempre zumbindo agitada, chegou a abelha Isabel.
Olhou o esquisito recheio:
- Melhor se puser mel.
Da janela, ouvindo o papo, muito metido a bacana, falou, convencido, o macaco:
- Claro que falta banana!
- Banana? Sardinha? Mel? - era o rato Aleixo.
- Milho? Osso? Capim? - Argh!!!
- Vocês esqueceram o queijo!
A brincadeira acabou quando a raposa Celina olhou para a Maricota e falou:
- Falta galinha.
Maricota ficou muito brava:
- Fora daqui, minha gente! - jogou fora o sanduíche e começou novamente.
Pão, milho, quirera e ovo. Como era pra ter sido.
Quem quiser que faça o seu com o recheio preferido.
(GUEDES, 2002)
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