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Regime de bens entre os cônjuges
Fontes:
Coelho, Fabio Ulhôa. Curso de Direito Civil: família, sucessões. Volume 5. 8ª ed. rev. atual. Ampl. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2016.
Diniz, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, volume 5: direito de família. 30ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2015.
Leite, Eduardo de Oliveira. Direito civil aplicado, volume 5: direito de família. 2ª ed rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2013.
Nery, Rosa maria de Andrade. Instituições do Direito Civil: volume V: família. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.
Regime de bens ü O regime de bens tem por objetivo regulamentar as relações
patrimoniais entre os cônjuges.
ü O art. 1639 CC consagra o princípio da autonomia da vontade –
liberdade de escolha.
ü O regime de bens começa a vigorar desde a data do casamento
(art. 1639 §1º CC).
ü Regime legal: comunhão parcial.
Regime de bens
1. Comunhão universal
2. Comunhão parcial
3. Separação total
4. Participação final nos aquestos
Pacto antenupcial arts. 1653 a 1657 CC
ü Um negócio jurídico de direito de família, mediante o qual os
nubentes determinam, antes do casamento, as disposições próprias
do regime de bens escolhido, distinto do regime legal de bens.
ü O pacto deve ser realizado necessariamente antes da celebração.
ü Condição suspensiva ( art. 1639 §1º e 1653 CC)
ü O pacto precisa ser feito por escritura pública (art. 1653 CC) –
condição para sua validade.
ü Nubentes menores de idade
ü Registro e averbação
Alteração do regime de bens
ü Art. 1639 §2º CC: admite a alteração
ü Prazo.
ü A modificação não é admitida na hipótese de casamento
submetido a regime obrigatório (art. 1641 CC)
ü Ação de alteração: vara de família / cônjuges de comum acordo,
representados por advogado / justificar o motivo da troca. Não é
admissível o processo litigioso para suprimento judicial do
consentimento.
ü A sentença deve ser registrada e averbada no Registro Civil das
Pessoas Naturais e no Registro de Imóveis.
REQUISITOS (cumulativos) DE ALTERAÇÃO DO REGIME DE BENS art. 1.639 §2º CC
PEDIDOMOTIVADODEAMBOSOSCÔNJUGES
RESSALVADOSDIREITOSDETERCEIROS
AUTORIZAÇÃOJUDICIAL
PROCEDÊNCIADASRAZÕESINVOCADAS
Administração e disponibilidade dos bens Podem os cônjuges, independente de autorização um do outro (arts. 1.642 e
1.643):
I. Praticar atos para desempenho da sua profissão
II. Administrar os bens próprios.
III. Desobrigar ou reinvidicar imóveis gravados ou alienados sem o seu
consentimento ou sem suprimento judicial.
IV. Anular fiança ou doação (exceto: regime de separação absoluta).
V. Anular doação de bens comuns, móveis e imóveis, feitas de um cônjuge
ao concubino, desde que provado que não foram adquiridos com
esforço comum, se o casal estiver separado de fato por mais de 5 anos.
VI. Comprar, à crédito, as coisas necessárias à economia doméstica.
VII. Fazer empréstimo para pagamento de despesas domésticas.
Administração e disponibilidade dos bens
Quando um dos cônjuges não puder exercer a administração dos
bens, segundo o regime de bens, caberá ao outro:
ü Gerir os bens comuns e os do consorte.
ü Alienar os bens móveis e imóveis comuns.
ü Alienar os bens móveis e imóveis do outro cônjuge, com prévia
autorização judicial.
Administração e disponibilidade dos bens
Nenhum cônjuge pode praticar sem autorização do outro (exceto
separação absoluta) – art. 1.647:
I. Alienar ou gravar de ônus real bens imóveis: obtida a autorização
do outro, o cônjuge fica legitimado.
II. Pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos: em
caso de perda do imóvel, o cônjuge prejudicado pode defender
seus direitos.
III. Prestar fiança ou aval: para evitar comprometimento dos bens do
casal.
IV. Fazer doação de bens comuns ou que possam integrar futura
meação.
Comunhão parcial de bens arts. 1658 a 1666 CC
ü Regime legal (a partir da Lei do Divórcio/77) - aplicável a todos
casamentos celebrados sem o pacto antenupcial, adotando outro
regime.
ü Caracteriza-se por estabelecer a separação quanto ao passado
(bens que cada um possuía antes do casamento) e comunhão
quanto ao futuro (bens adquiridos na constância do casamento).
Regime de comunhão parcial
ANTES DO CASAMENTO DEPOIS DO CASAMENTO
BENSCOMUNSDOMARIDOEDA
MULHER
BENSPARTICULARESDO
MARIDO
BENSPARTICULARESDA
MULHER
BENSPARTICULARESDA
MULHER
BENSPARTICULARESDO
MARIDO
Bens incomunicáveis
1) os bens que cada cônjuge possuir ao se casar.
2) os bens que lhe sobrevierem por doação ou sucessão.
3) os bens sub-rogados em seu lugar (decorrente de doação ou
sucessão) .
4) os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um
dos cônjuges e sub-rogados dos bens particulares.
5) as obrigações anteriores ao casamento (dependendo da natureza):
as obrigações negociais anteriores ao casamento são de
responsabilidade do cônjuge que as contraiu, respondendo com os
seus bens particulares.
Bens incomunicáveis 6) as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo se reverterem em
proveito do casal.
7) bens pessoais, livros e instrumentos de profissão. São considerados
de uso pessoal: livros, roupas, computadores, celulares, lembranças,
joias, arquivos pessoais e se há duplicidade, carro e televisor.
8) os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge: salário,
remuneração, aposentadoria, pro labore, honorários decorrentes da
atividade profissional.
9) pensões, meio-soldos e outras rendas semelhantes.
10) bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior ao
casamento (art. 1661 CC). São incomunicáveis os bens (móveis e
imóveis) comprados anteriormente ao casamento.
ANTES DO CASAMENTO
CASA R$ 400.000,00
DEPOIS DO CASAMENTO
APARTAMENTOR$200.000,00
APARTAMENTOR$200.000,00
TOTAL:R$400.000,00
Osdoisnovosapartamentoscontinuampertencendoaocônjuge
proprietáriodacasaantiga
Comunhão parcial de bens
bens incomunicáveis
Comunhão parcial de bens o limite da sub-rogação é o valor do bem particular
ANTES DO CASAMENTO
CASA
R$ 400.000,00
DEPOIS DO CASAMENTO
CASA
R$ 500.000,00
Excesso = R$ 100.000,00 R$ 50.000,00 – marido R$ 50.000,00 - mulher
Bens comunicáveis art. 1660 CC
1) os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso,
ainda que só em nome de um dos cônjuges.
2) os bens adquiridos por fato eventual, que ocorrem sem o decurso
de trabalho ou despesa anterior. Ex: ganho de loteria.
3) os bens adquiridos por doação, herança ou legado, desde que
expressamente manifestado o favorecimento de ambos os cônjuges.
4) as benfeitorias em bens particulares.
5) os frutos dos bens comuns (civis: aluguéis ou rendas) percebidos na
constância do casamento.
Comunhão parcial Administração do patrimônio
art 1663 CC
ü A administração dos bens comuns compete a qualquer dos
cônjuges.
ü A administração dos bens particulares compete exclusivamente ao
cônjuge titular (art 1665 CC), mas nada impede que se estipule de
forma diversa em pacto antenupcial.
ü Em caso de dívidas na administração de bens particulares, estas
ficam adstritas à responsabilização destes bens, não alcançando
bem comum (art 1666).
Comunhão parcial – dívidas arts. 1663 §1º a §3º CC
ü as dívidas contraídas no exercício da administração obrigam os
bens comuns e os particulares do cônjuge que os administra e os
do outro na razão do proveito que houver auferido.
ü não havendo bens comuns a dívida será paga com os bens
particulares de cada cônjuge.
ü dívida feita por um dos cônjuges, levando ele vantagem, o resgate
será feito com bens particulares.
ü em caso de má administração, o juiz pode atribuir a administração
a apenas a um dos cônjuges.
Comunhão universal de bens arts. 1663 e 1670 CC
ü Caracteriza-se pela comunicação de todos os bens, atuais e futuros, ainda
que adquiridos em nome somente de um, bem como as dívidas
posteriores ao casamento, salvo os excluídos expressamente em pacto
antenupcial.
ü Os bens adquiridos por meio de doação ou sucessão também tornam-se
comuns, salvo se houver cláusula de incomunicabilidade.
ü Cada cônjuge tem o direito à metade dos bens móveis e imóveis,
denominada meação.
ü Quando o cônjuge adquire um bem, é o casal e não somente ele que o
adquire.
METADEIDEALDOMARIDO
METADEIDEALDOMULHER
PATRIMÔNIOCOMUM
REGIMEDECOMUNHÃOUNIVERSAL
Comunhão universal Administração dos bens
arts. 1663 e 1670 CC ü Será conjunta, salvo se um concordar que o outro exerça
isoladamente, neste caso aplica-se o disposto no art. 1663 CC.
ü Em relação ao patrimônio, homem e mulher são considerados uma
unidade.
ü Quando um só cônjuge administra o patrimônio comum, as dívidas
contraídas presumem-se de interesse da família respondendo os
bens em comum por elas.
ü O administrador não pode sem a autorização do outro cônjuge:
vender, doar, permutar ou dar em pagamento bens imóveis, doar
bens móveis, prestar fiança ou aval.
Exceções quanto à comunicação dos bens art. 1668, I a V CC
a) os bens doados ou herdados com cláusula de incomunicabilidade e
os sub-rogados em seu lugar.
b) os bens gravados de fideicomisso.
c) as dívidas anteriores ao casamento, ficam a cargo do cônjuge que as
contraiu, salvo se provierem de despesas com seus preparativos ou
reverterem em proveito comum.
d) as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com
cláusula de incomunicabilidade.
e) os bens referidos no art. 1659 V a VII CC: os bens de uso pessoal
Regime de separação obrigatória de bens art. 1641 CC
Hipóteses:
1. pessoas que contraírem casamento com inobservância das causas
suspensivas (art. 1523 CC).
2. pessoa maior de 70 anos.
3. todos que dependerem de suprimento judicial do consentimento
para se casar.
Regime de separação de bens arts. 1687 e 1688 CC
ü Éaqueleemquecadacônjugeconservaodomínioeaadministraçãode
seus bens presentes e futuros, responsabilizando-se pelas dívidas
anterioreseposterioresaocasamento.
ü A completa separação do patrimônio não estabelece nenhuma
comunicaçãoentreasduasmassas(bensdomarido-bensdamulher).
ü É um regime escolhido livremente pelo casal, por meio de pacto
antenupcialeestabeleceumsistemadeincomunicabilidadedosbens.
ü Os cônjuges são tratados, quanto ao patrimônio, como se não fossem
casados.
Separação de bens ANTES DO CASAMENTO DEPOIS DO CASAMENTO
BENSPARTICULARESDOMARIDO
BENSPARTICULARESDAMULHER
BENSPARTICULARESDAMULHER
BENSPARTICULARESDOMARIDO
Administração dos bens
ü Cada cônjuge conserva seu próprio patrimônio original, mais as
benfeitorias.
ü Aquisição de um bem em comum: copropriedade.
ü Livre disposição dos bens particulares.
ü Contribuição de ambos nas despesas.
Regime de participação final nos aquestos arts. 1672 a 1686 CC
ü É um regime misto. Durante o casamento aplicam-se as regras da
separação total e, após a dissolução, as da comunhão parcial.
ü Neste regime ocorre a formação de massas de bens particulares
incomunicáveis durante o casamento mas que se tornam comuns
no momento da dissolução do matrimônio.
2 patrimônios
regime misto
Regime de participação final nos aquestos
inicial:oquecadacônjugepossuía+osqueelesforemadquirindoduranteocasamento.
final:verificávelnomomentodadissoluçãodocasamento
vigênciadocasamento=separaçãodebens
dissoluçãodocasamento=comunhãoparcialdebens
Regime de participação final nos aquestos
Duranteocasamento
Patrimôniodamulher
Bensdamulher
Bensdomarido
Patrimôniodomarido
Dissoluçãodocasamento
Bensparticularesdomarido
BensParticularesdamulher
Bensadquiridos
nocasamento
Administração do patrimônio inicial
ü Exclusiva de cada cônjuge, que administrará os bens que possuía
ao casar, os adquiridos (doação / herança / obtidos onerosamente)
durante a constância do casamento (art. 1673 CC), podendo aliená-
los, se forem móveis.
ü Quanto aos bens imóveis particulares do alienante, a livre
disposição deve constar no pacto antenupcial (art 1656 CC). Se não
houver convenção antenupcial, nenhum dos cônjuges pode alienar
ou gravar de ônus (dar um bem em garantia) os bens imóveis (art
1647, I) sem autorização do outro. Também não podem fazer
doação de imóveis.
Débitos
ü Débitos pessoais: oneram os bens particulares do cônjuge
devedor e não comprometem os do outro (art. 1677 CC).
ü Débitos contraídos durante o casamento: somente o cônjuge
devedor responde, a não ser que haja prova de que
reverteram em favor do outro. Ex: pagamento de
financiamento para aquisição de moradia familiar.
ü Se um dos cônjuges paga a dívida do outro utilizando
patrimônio próprio, esse valor deve ser revertido na meação
(art. 1678 CC).
Exemplo de cálculo
Patrimôniofinaldomarido:300Patrimôniofinaldomulher:500Bensexcluídos:200Bensexcluídos:300Ganhoouaquestos:100Ganhoouaquestos:200Dívidadamulherpagapelomarido:30Marido=300(patrimônio)–200(bensexcluídosdameação)=$100Mulher=500(patrimônio)–100-200(bensadquiridoscomrec.próprios)=$200300÷2(finaldosaquestos)Seriadivididoaomeiosenãohouvesseumempréstimodomaridoparaamulherde$30.Então:150+30(pagamentoempréstimo)=180marido150-30(pagamentoempréstimo)=120mulher
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