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GRAZIELA VIEIRA CORRÊA
REFLEXÕES E PROPOSIÇÕES SOBRE O CONCEITO DE ATIVIDADE PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES DE CRIANÇAS
DE 4 A 6 ANOS
Itajaí (SC)
2008
UNIVALI UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
Centro de Ciências Humanas e da Comunicação – CEHCOM Curso de Pós - Graduação Stricto Sensu
Programa de Mestrado Acadêmico em Educação – PMAE
GRAZIELA VIEIRA CORRÊA
REFLEXÕES E PROPOSIÇÕES SOBRE O CONCEITO DE ATIVIDADE PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES DE CRIANÇAS
DE 4 A 6 ANOS
Dissertação apresentada ao colegiado do PMAE como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Educação – área de concentração: Educação – (Linha de Pesquisa: Desenvolvimento Infantil, Grupo de Pesquisa: Contextos Educativos e Prática Docente). Orientadora: Profª. Dra. Valéria Silva Ferreira.
Itajaí (SC) 2008
v
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado espírito de luta, sabedoria e
temperança.
No decorrer do mestrado, pessoas tiveram papéis importantes e devem ser
lembradas com muito carinho:
Meus pais Osmar José Vieira e Maria Odete da Silva Vieira que auxiliaram-
me nos momentos em que necessitei de suas experiências;
Meu esposo Márcio Eduardo Serafim Corrêa, grande incentivador na
caminhada do mestrado;
A orientadora Profª Drª Valéria Silva Ferreira, militante da infância, sua
compreensão foi fundamental nesta pesquisa;
Meus colegas do mestrado, especialmente do Grupo de Pesquisa Contextos
Educativos e Práticas Docentes;
A Profª Dra Maria Amélia do Rosário Santoro Franco, e a Profª Dra Verônica
Gesser pelas sugestões à pesquisa durante a qualificação e defesa;
A Núbia, Mariana e Luíza pelo apoio de Secretaria do Programa de Mestrado
Acadêmico em Educação;
A Prefeitura de Itajaí e a Secretaria Municipal de Educação de Itajaí, pelo
apoio, especialmente as colegas do Departamento de Educação Infantil: Alice,
Letícia, Geisa, Giseli, Marúzia, Marilene, Maria Vanderléia, Roseti e Simone;
As Professoras da Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Itajaí,
que possibilitaram a realização desta pesquisa;
vi
A mim a criança ensinou-me tudo
A mim a criança ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar paras as coisas.
Aponta-me para todas as coisas
que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são
engraçadas quando a gente as têm
nas mãos e olha devagar para elas.
A Criança Eterna acompanha-me
sempre. A direção do meu olhar, é o
seu dedo apontando o meu ouvido
atento alegremente a todos os sons,
são as cócegas que ela me faz,
brincando nas orelhas.
Ela dorme dentro da minha alma e às
vezes acorda de noite e brinca com
os meus sonhos.
Vira uns de perna para o ar, põe uns
em cima dos outros e bate as palmas
sozinha sorrindo para o meu sono...
A Criança Nova que habita onde vivo
dá-me uma mão a mim e a outra a
tudo que existe assim vamos os três
pelo caminho que houver, saltando,
cantando, rindo, gozando o nosso
segredo comum que é o de saber por
toda a parte que não há mistério no
mundo e que tudo vale a pena.
(ALBERTO CAEIRO)
vii
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Saberes dos professores........................................................................34 Quadro 2 - Característica das 08 professoras, de crianças de 4 a 6 anos, graduadas, da Rede Municipal de Ensino de Itajaí, quanto à formação, C.E.I, faixa etária das crianças, idade das professoras e tempo de serviço .......................46 Quadro 3 - Característica das 08 professoras, de crianças de 4 a 6 anos, pós-graduadas, da Rede Municipal de Ensino de Itajaí, quanto à formação, C.E.I, faixa etária das crianças, idade das professoras e tempo de serviço .............47 Quadro 4 – Quadro demonstrativo da freqüência das palavras mais utilizadas para explicar o conceito de atividade pedagógica das professoras ..........51 Quadro 5 - Quadro Comparativo dos conceitos de atividade pedagógica das professoras graduados em pedagogia e das professoras pós-graduadas................57
viii
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE A - Transcrição dos questionários das Professoras...............................79 APÊNDICE B – Transcrição das entrevistas das Professoras de 4 à 6 anos, Graduadas em Pedagogia.........................................................................................91 APÊNDICE C – Transcrição das entrevistas das professoras Pós-Graduadas ......117 APÊNDICE D - Pontos de destaque das atividades pedagógicas para cada tema abordado e análise conceitual, das Professoras Graduadas em Pedagogia ...............................................................................................................142 APÊNDICE E – Pontos de destaque das atividades pedagógicas para cada tema abordado e análise conceitual, das Professoras Pós-Graduadas em Pedagogia ...............................................................................................................146 APÊNDICE F - Termo de Consentimento e Livre Esclarecido................................150
ix
LISTA DE ANEXOS
ANEXO A - Gráfico dos professores que consideram pedagógica, todas as atividades realizadas no Centro de Educação Infantil.............................................152 ANEXO B - Gráfico das atividades consideradas pedagógicas pelas professoras..............................................................................................................153
x
RESUMO
A Educação Infantil tem uma responsabilidade para com as crianças, seu desenvolvimento e sua aprendizagem. Para uma ação efetiva há necessidade de um trabalho intencional e de qualidade. A questão problema elaborada para esta investigação foi: como as professoras de crianças de 04 a 06 anos definem o que é atividade pedagógica? Os objetivos foram: Identificar os conteúdos e as atividades desenvolvidas consideradas pedagógicas, verificar o conceito de atividade pedagógica nas falas das professoras e verificar se existe diferença no conceito de atividade pedagógica entre as professoras graduadas e as pós-graduadas. Os subsídios teóricos foram divididos em quatro temas: Um breve histórico sobre o conceito de atividade pedagógica: Ghiraldeli (1996); Rech (2005); Cambi (1999); Cerizara (1990); Arce (2002); Eby (1976); Luzuriaga (1976); Barbosa (2006); Saberes Docentes: Tardif, Lessard e Lahaye (1991); Ponte (1992) Charlot (2000), Raymond (2000) Monteiro (2001) Perrenoud (1993, 1996); Schön (1995); Shulman (1986); Tardif (1999), A Questão da Profissionalização: Charlot e Bautier (1991) Cunha (1999), Sacristán (1998) Imbernón (2000); Ramalho, Nuñez e Gauthier (2003); A atividade pedagógica e os saberes pedagógicos: Asbahr (2005); Basso (1994); Franco (2005); Moura (2001); Saviani (2000). No primeiro momento, aplicou-se um questionário com 134 professores (de crianças de quatro a seis anos) da Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Itajaí. Estes dados foram coletados individualmente, cada professora respondeu às seguintes questões: Cite 05 atividades de sua rotina e quais dessas atividades você considera que são atividades pedagógicas. Justifique-as. Tivemos um retorno de 94 questionários. No segundo momento da pesquisa foi realizada uma entrevista com dezesseis professoras, em onze Centros de Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Itajaí. As questões da entrevista foram formuladas conforme os dados dos questionários. As entrevistas foram áudio gravadas e transcritas na íntegra, analisadas e categorizadas. As categorias foram definidas durante processo de análise conforme a freqüência. Minha tentativa foi a de estabelecer uma relação como campo de conhecimento dos professores da primeira infância em relação às atividades pedagógicas. Na análise dos dados, evidenciou-se que não há diferenças entre os conceitos de atividades pedagógicas entre as professoras graduadas e as professoras pós-graduadas. O conceito de atividade pedagógica está intimamente ligado ao trabalho de conteúdos específicos, as atividades que estão ligadas a algum tipo de conteúdo curricular tradicional, ganham o status de pedagógica. Os dados demonstraram que as professoras trabalham mais com as condutas de comportamento e atividades motoras. Palavras-chave: educação infantil, atividades pedagógicas, formação de conceitos.
xi
ABSTRACT
Early childhood education has a responsibility to children, their development and their learning. For an effective action, there must be an intentional, quality work. The question dealt with in this investigation was: How do teachers of children aged 4 to 6 define teaching activity? The objectives were: To identify the contents and activities considered as teaching activities, to determine the concept of teaching activity, in the view of the teachers, and to investigate whether there is any difference in the concept of teaching activity among graduate and post-graduate teachers. The theoretical background is divided into four areas: A brief history of the concept of teaching activity: Ghiraldeli (1996), Rech (2005), Cambi (1999), Cerizara (1990), Arce (2002), Eby (1976), Luzuriaga (1976), Barbosa (2006), Teachers` Knowledge: Tardif, Lessard e Lahaye (1991); Ponte (1992) Charlot (2000), Raymond (2000) Monteiro (2001) Perrenoud (1993, 1996); Schön (1995); Shulman (1986); Tardif (1999), The Question of Professionalization: Charlot e Bautier (1991) Cunha (1999), Sacristán (1998) Imbernón (2000); Ramalho, Nuñez e Gauthier (2003); , Teaching Action and Teaching Activity: Hoyssaye (1981), Asbahr (2005), Saviani (2000), Moura (2001), Basso (1994), Franco (2005), Libâneo (1998), Oliveira (2002). The data were collect in two separate stages. The first consisted of a questionnaire which was applied to 134 teachers (of children aged four to six) of the Municipal Education Network of Itajaí These data were collected individually, with each teacher responding to the following questions: Name five activities in your daily routine, and state which of these activities you consider to be teaching activities. Justify your answer. We received 94 of the questionnaires back. The second stage of the research consisted of an interview with sixteen teachers, from ten Children’s Education Centers in the Municipal Education Network of Itajaí. The interview questions were formulated based on the data from the questionnaires. The interviews were recorded on audio. They were then transcribed in full, analyzed and categorized. In the analysis, the categories were defined according to frequency. My attempt was the to establish a relationship with the field of knowledge of early education teachers in relation to the pedagogical activities. The data analysis showed that there is no difference in the concept of pedagogical activity held by the graduate and post graduate teachers. The concept of pedagogical activity is closely linked to the teaching of specific contents, i.e., when the activities are linked to some type of traditional curricular content, thereby gaining the status of pedagogy. The data demonstrate that the teachers work more with the behavioral conducts and motor activities. Key words: Early childhood education, teaching activities, formation of concepts.
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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................12 2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................16 2.1 Um breve histórico sobre o conceito de atividade pedagógica ....................16 2.2 Saberes docentes..............................................................................................31 2.3 A questão da profissionalização......................................................................36 2.4 A atividade pedagógica e os saberes pedagógicos.......................................40 3 METODOLOGIA ....................................................................................................44 3.1 Sujeitos ..............................................................................................................44 3.2 Coleta de dados.................................................................................................46 3.2.1 O questionário .................................................................................................46 3.2.2 A entrevista ......................................................................................................47 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS.......................................................50 4.1 Os dados das entrevistas .................................................................................50 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................63 REFERÊNCIAS.........................................................................................................72 APÊNDICES .............................................................................................................78 ANEXOS .................................................................................................................151
1 INTRODUÇÃO
A Educação Infantil no Brasil tem recebido atenção especial, tanto no plano
das pesquisas como no debate teórico, quanto no plano legal, principalmente desde
a Constituição de 19881 que reconhece o dever o Estado e o direito da criança a ser
atendida em creches e pré-escolas, vinculando esse atendimento à área
educacional. Em 1990 o Estatuto da Criança e do Adolescente ratifica os
dispositivos enunciados nesta Constituição.
Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases 2 foi promulgada, contribuindo de forma
decisiva para a instalação no país de uma concepção de Educação Infantil vinculada
e articulada ao sistema educacional como um todo. Na condição de primeira etapa
da Educação Básica, imprime-se uma outra dimensão à Educação Infantil, na
medida em que passa a ter uma função específica no sistema educacional: a de
iniciar a formação necessária a todas as pessoas para que possam exercer sua
cidadania.
Atualmente a Educação Infantil já não é mais pensada como uma etapa
destacada da escolaridade formal e de menor importância, mas sim como parte
integrante da educação formal.
Em 1998, foi elaborado o Referencial Curricular Nacional para a Educação
Infantil (RCNEI) no contexto da definição dos Parâmetros Curriculares Nacionais que
atendiam ao estabelecido no art. 26 da LDB em relação à necessidade de uma base
nacional comum para os currículos. Já em 2001, foi aprovado o Plano Nacional de
Educação. A Educação Infantil tem seu horizonte de expansão e melhoria definida
como obrigação dos Sistemas de Ensino da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos municípios.
O documento Política Nacional de Educação Infantil: pelo direito da criança
de 0 a 6 anos à educação, 2005, tem o objetivo de propiciar o cumprimento do
preceito constitucional da descentralização administrativa, bem como a participação
dos diversos atores da sociedade envolvidos com a educação infantil na formulação
das políticas públicas voltadas para as crianças de 0 a 6 anos.
O Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, 2007, destaca como
objetivo promover autonomia das escolas públicas, este plano é definido como ação
1 A constituição de 1988 menciona a criança como portadora de direito à educação. 2 A LDB 9394/96 assegurou que a Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica.
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de melhoria da gestão, fundamentada na participação da comunidade escolar,
incluindo metas de qualidade para a Educação Básica.
O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, 2007, substitui o Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do
Magistério - FUNDEF, passando a contemplar a educação infantil.
Assim, foi evidenciado que a educação e os cuidados de boa qualidade na
primeira infância, tanto na família, como em programas mais estruturados, têm um
impacto positivo na sobrevivência, crescimento e desenvolvimento do potencial de
aprendizagem das crianças.
Neste período de ênfase, nas políticas de expansão de vagas, expressaram a
preocupação dos educadores com a qualidade do atendimento na Educação Infantil.
Na última década do século XX, o discurso sobre a qualidade da educação ocupou
um espaço significativo no debate educacional, (HADDAD, 1991; ZABALZA, 1998;
DAHLBERG; MOSS; PENCE, 2003; BONDIOLI, 2004), de forma geral, esses
estudos direcionaram as políticas implantadas no quadro das reformas educacionais
nos diversos países.
Um dos critérios utilizados para avaliar a qualidade em qualquer nível de
ensino é o tipo de formação do professor. Considerando que o professor têm um
papel extremamente importante na garantia da qualidade do trabalho realizado na
Educação, a LDB trata da formação inicial dos profissionais da Educação Infantil:
nível superior em curso de licenciatura, admitindo-se como formação mínima, a
graduação em educação.
Como professora efetiva na Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino
de Itajaí, venho acompanhando a trajetória da Educação Infantil no país. No ano de
dois mil e três, quando passei a atuar com crianças, comecei a estabelecer contato
com as professoras da Educação Infantil. No momento do planejamento, as
professoras falavam em planejar a hora da atividade pedagógica, os esforços na
ação pedagógica, eram voltados para a atividade pedagógica que resultava num
produto concreto, e os demais momentos vividos na instituição eram considerados,
como momentos de rotinas. Existia um discurso muito presente de que pela manhã
as crianças brincavam e à tarde desenvolvia-se uma atividade pedagógica,
principalmente porque algumas crianças freqüentavam o Centro de Educação
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Infantil somente no período vespertino, já pela manhã a turma não se constituía
integralmente. No planejamento das professoras percebia-se uma prática que
valorizava um produto concreto. As professoras de período integral diziam organizar
o tempo em atividades de brincadeiras e pedagógicas.
O discurso das professoras começou a me inquietar e uma questão passou a
me acompanhar: O que é considerada atividade pedagógica para os professores?
Qual seria este trabalho? O que identifica um trabalho de cunho pedagógico? Estas
questões tornaram-se pano de fundo para proposta deste estudo.
Em recente trabalho, Ferreira e Corrêa (2007) constataram que o conceito de
atividade pedagógica, para as professoras de crianças de zero a três anos, está
associado inicialmente como formas e estímulo para o ensino. Algumas atividades,
que são mais tradicionais como músicas e contação de histórias, as professoras
citam como conteúdo. Outras atividades tais como: refeição e banho, elas não
relacionam a um conteúdo específico. Neste estudo verificou-se que as professoras
consideram todas as atividades realizadas no Centro de Educação Infantil como
atividades pedagógicas, mas, ao tentarem explicar como fazem para tornar uma
atividade pedagógica, a fala fica muito vaga. Parece que falta clareza para explicar
os motivos para uma atividade ser pedagógica.
Diante dos resultados deste estudo, a necessidade de estudarmos o conceito
de atividade pedagógica com professoras de Educação Infantil que atuam com
crianças de quatro a seis anos tornou-se fundamental. A hipótese inicial é que as
professoras desta faixa etária estariam mais preocupadas com “conteúdos” mais
escolarizados a separação das atividades pedagógicas e outras seriam mais
evidentes.
Conceituar atividade pedagógica não é uma tarefa simples. Ostetto (2000,
p.192) afirma que
o pedagógico não está relacionado somente àquelas atividades coordenadas ou dirigidas pelo educador, realizadas geralmente, na mesa, com todas as crianças, envolvendo materiais específicos, em regra: papel, lápis, canetas, resultando num produto observável. O pedagógico também envolve o que se passa nas trocas afetivas, em todos os momentos do cotidiano com as crianças, perpassa todas as ações: limpar, lavar, trocar, alimentar, dormir. Enfim, o pedagógico envolve cuidado e educação, os tais objetivos colocados hoje, claramente, para a instituição de Educação Infantil.
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Ao que parece, há um consenso que as professoras do Ensino Fundamental
devem ensinar os conteúdos formais. E as professoras da Educação Infantil? O que
elas pensam sobre esta questão? Há diferença no conceito de atividade pedagógica
entre as professoras graduadas e as pós-graduadas?
A partir destas inquietações, surgiu a necessidade desta investigação, que
apresenta como questão principal: “Como as professoras de crianças de 04 a 06
anos definem o que é atividade pedagógica?”
Para viabilizar essa investigação os objetivos foram: Identificar os conteúdos
e as atividades desenvolvidas consideradas pedagógicas; Verificar o conceito de
atividade pedagógica nas falas das professoras; Verificar se existe diferença no
conceito de atividade pedagógica entre as professoras graduadas e as pós-
graduadas.
Este estudo pretende contribuir com as discussões sobre o conceito da
prática pedagógica e as decorrências deste conceito, na organização escolar.
Acreditamos, também, que este estudo trará elementos para contribuir com a
formação inicial, uma vez que o cenário do atendimento às crianças da Educação
Infantil requer práticas compatíveis com as prerrogativas inerentes às necessidades
e características das crianças e a questão dos saberes pedagógicos para a ação
docente que na Educação Infantil tornou-se um grande desafio.
Espera-se, também, que este estudo contribua com os profissionais da
Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação de Itajaí, inspirando o
delineamento e a implementação de projetos de formação continuada, propiciando a
aquisição de uma competência específica para o trabalho junto às crianças que
delas se encarregam, direta ou indiretamente, desta forma, contribuindo com a
melhoria da qualidade do atendimento prestado à criança de 0 a 6 anos de idade.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Um breve histórico sobre o conceito de atividade pedagógica
A pedagogia, como a conhecemos hoje, possui suas características básicas
estabelecidas com o advento do mundo moderno. Nos clássicos da pedagogia, do
século XVI ao XX, encontramos contribuições acerca das atividades pedagógicas.
Embora os pensadores não tenham efetivamente apresentado uma proposta
educativa para as crianças de zero a seis anos, entendemos que essas idéias têm
repercutido e repercutem ainda hoje, na elaboração dos projetos pedagógicos para
essa faixa etária.
Segundo Ghiraldelli (2005) no século XVI houve uma alteração dos
sentimentos dos adultos para com as crianças. Antes, tratadas com indiferença ou
com paparicação, a partir dessa época elas eram objetos de discurso.
Quando se fala de uma escola em que as crianças são respeitadas como
seres humanos dotados de inteligências, aptidões, sentimentos e limites, logo
pensamos em concepções modernas de ensino. Também acreditamos que o direito
de todas as pessoas à educação é um princípio que só surgiu há algumas dezenas
de anos. De acordo Rech (2005) essas idéias se consagraram apenas no século XX,
assim mesmo, não em todos os lugares do mundo. Mas elas já eram defendidas em
pleno século XVII.
Vários teóricos pensaram uma educação para a criança, dentre os quais
destacaram-se Comenius (1592-1657), no século XVII, onde através de sua obra
Didática Magna, atribuiu aos pais a tarefa pela educação da criança pequena.
Encontramos, em Comenius uma contribuição acerca da infância, a educação da
infância começa a ser pensada e a criança reconhecida como ser diferente do
adulto, que possui especificidade, que necessita ser pensada. Assim sendo, a
educação começa com o nascimento, e o lar é a primeira escola. Comenius
considerava a escola maternal para a infância, a mais importante, a que preparava o
“terreno da inteligência” e à qual está ligada toda esperança da reforma universal
das coisas (CAMBI, 1999).
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Comenius em sua visão metafísica da educação, não deu ênfase à questão
da atividade, pois sua concepção educativa era destacar a divindade na natureza do
homem.
As atividades educativas, para ele, estavam nas rotinas cotidianas das
crianças, de caráter lúdico e sério, ressaltando o espontaneísmo e o aprender que
ocorria no “fazer fazendo”, ousou ser um dos teóricos que valorizava a inclusão, pois
ressaltava a importância de ensinar “tudo a todos” incluindo portadores de
deficiência mental e as meninas.
Trazia, em suas idéias, as diferenças entre as crianças, lembrando as
condições e o jeito de ser de cada um. Para ele, era necessário confiar na coerência
dos pais para formação das crianças pequenas.
Apontava a necessidade de haver uma escola em cada casa, e de cuidar
principalmente do “exercício dos sentidos”. Pode-se apontar o início da
sistematização das atividades para as crianças, quando afirmava que “as escolas
maternais têm, como funções específicas, o exercício dos sentidos externos, o
treinamento social inicial e a instrução na religião” (EBY, 1976, p. 161). Cabia aos
pais ou às “amas” aproveitar situações do dia-a-dia para exercitarem os sentidos de
forma intencional.
Na proposta de Comenius, o meio familiar era o mais adequado para educar
as crianças, propôs orientações para esta educação, destacava a condução da
criança no contato com os elementos da natureza, incluindo, além da terra, água,
fogo, animais e plantas, nas ciências físicas, a astronomia, a geografia, os
fundamentos da cronologia, as raízes da aritmética e rudimentos de geometria, artes
mecânicas, a arte dialética, a gramática, música e poesia.
Observa-se, que na época já era valorizado o contato com a natureza, a
importância deste para o desenvolvimento da criança, porém as atividades eram
conduzidas de forma tradicional. Rech (2005, p. 79), constata que
a sistematização de atividades para as crianças já era pensada e organizada, principalmente quando afirmava que as crianças devem ser exercitadas em trabalhos e ocupações contínuas, quer de caráter sério ou lúdico, para que não apreciem a ociosidade.
Comenius ressaltava que a função da escola era trabalhar o campo de
interesse e espontaneidade das crianças. Era um defensor entusiasta dos contos de
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fadas, histórias de carochinha e narrativas, jogos, construtividade manual, música. O
aprender fazendo é um marco em suas idéias de educação: “o que deve ser feito
deve ser aprendido pela prática. Nas escolas, deixai os estudantes aprender a
escrever escrevendo, a falar falando, a cantar cantando, a raciocinar raciocinando”.
(COMENIUS, 1995 apud EBY, 1976).
Da filosofia renascentista – que a época exerceu influência nos vários campos
da ciência – deriva a concepção dinâmica e evolutiva da natureza e a do homem
como microcosmos, gestor e mediador nas relações com a natureza, com a tarefa
de reconduzi-lo a Deus (CAMBI, 1999). Toda a construção pedagógica é
caracterizada por uma forte tensão mística, que sublinha um caráter ético-religioso e
a decidida conotação utópica. A educação, neste quadro, é a criação de um modelo
universal de homem virtuoso. O homem é a mais alta e perfeita entre todas as
criaturas do universo, aquela que possui por natureza “as sementes da ciência, da
moral e da piedade”. Comenius, defendia o acesso irrestrito à escrita, à leitura e ao
cálculo, com objetivo de favorecer aos alunos, contato constante com a bíblia.
Segundo Rech (2005, p. 80)
são estes elementos que, em última análise, fazem de Comenius um sonhador visionário e utopista. As dimensões religiosas e a de todo saber humano-universal são reconhecidas como aspectos fundamentais do pensamento de Comenius, também no tocante às reflexões educativas e didáticas, tradicionalmente consideradas centrais em sua pedagogia.
A partir do século XVIII, outro movimento passou a atuar. Menos rígido que o
renascentista e com propositura de liberdades e direitos, teve, em Rousseau (1712-
1772), o seu expoente maior no que se refere à educação. Rousseau no século
XVIII, ressaltou a necessidade de se compreender a infância como um período
distinto. Ele era um revolucionário para a época, considerando o contexto histórico
em que viveu, transição do mundo feudal para o mundo liberal burguês, em cujo
contexto a classe burguesa ascendente trazia um novo referencial de homem e de
sociedade.
Para Rech (2005, p. 80), “em oposição à rigidez educacional dos moralistas
da corte e da burguesia conservadora, Rousseau tece críticas à falta de tratamento
específico para a infância e coloca sua visão específica sobre a criança e as formas
naturais de educá-la”. Para ele, a criança deve ser pensada a partir de sua natureza,
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sendo respeitada em suas características específicas, valorizando necessidades
espontâneas e o livre processo de crescimento. Chamava a atenção para a
consciência da particularidade infantil. Foi o primeiro a ver claramente a diferença
entre a mente da criança e a do adulto e em reconhecer a infância como idade
distinta, como fase de caracteres peculiares. Neste sentido, “a infância tem maneiras
de ver, de pensar, de sentir, que lhe são próprias” (LUZURIAGA, 1976, p. 165).
Segundo Rech (2005, p. 80), Rousseau afirmava que
a personalidade da criança é resultante das inter-relações que ela estabelece com seu meio, é uma personalidade a ser construída, porém tal transformação só ocorre por meio da educação que começa ao nascer e, até aos cinco anos, diz respeito basicamente ao crescimento do corpo, às atividades motoras, à percepção sensorial e ao sentimento.
A educação não vem de fora, ela surge de dentro. A coisa mais importante é
que se permita à criança obedecer ao impulso interior de agir e que ela experimente
diretamente os resultados de seu comportamento. A criança deve ser deixada livre
para desenvolver seus movimentos, em um ambiente rico de objetos sensíveis.
Alertava que nada deve ser feito pela criança que ela não possa fazer por si mesma.
Este é o único princípio que deve orientar o tratamento da infância.
A aprendizagem deveria propiciar felicidade à criança enquanto ela vivia a
infância, para tanto devia ser educada em liberdade e viver cada fase da infância na
plenitude de seus sentidos. Para ele a liberdade era a independência do ser, na
conquista de sua necessidade.
A idéia de Rousseau era revolucionária, para ele a educação deveria ocorrer
de modo natural, longe das influências corruptoras do ambiente social, sob a direção
de um pedagogo iluminado, que orientasse o processo formativo do menino para
finalidades que reflitam as exigências da própria natureza. A criança devia agir na
natureza sob orientação, esta é uma forma de demonstração de intencionalidade na
educação das crianças, na proposta de Rousseau. A educação há de ensinar a
viver, há de ser ativa e realizar-se em ambiente de liberdade (CAMBI, 1999).
Rosseau defendia a criação de um ambiente com objetos sensíveis como
ingrediente básico para estimular a aprendizagem das crianças pequenas, apontava
a necessidade de transportá-las para diferentes espaços, a fim de enriquecer sua
experiência do mundo, vendo, nas atividades espontâneas das crianças, o meio
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mais eficiente para educá-las. Não se percebe em sua fala nenhum momento
específico em que as crianças demonstrariam sua capacidade criativa ou
imaginativa, porém, falava em corrigir, direcionar, acompanhar, agir.
De acordo com Rech (2005), Rousseau considerava a educação natural, as
atividades desenvolvidas com as crianças seriam aquelas de seu mundo, feitas a
seu modo, a idéia de tempo para aprender não tem a mesma conotação do tempo
fabril, estabelecido por programas escolares ou atividades rígidas como forma de
aprender. Sua preocupação com a infância e com a atividade das crianças era para
conduzi-las de modo que resultassem em adultos bons e felizes, iguais em direitos
aos seus pares, a atividade era para despertar o aspecto natural do homem, o uso
da razão.
Rosseau tinha como objetivo formar o homem, tornando-o capaz de cumprir o
seu papel de homem, tal ocorreria por meio do ensinamento de algumas noções
essenciais de propriedade, pelas experiências diretas das crianças sem pressioná-
las para aprender qualquer noção que não fosse compatível com sua idade. Para
ele, professor devia abolir de seu dicionário os termos obedecer, mandar, dever e
obrigar. Afirmava “mestres zelosos, sejam simples, discretos, comedidos, nunca se
apressem em agir, a não ser para impedir a ação dos outros” (ROUSSEAU, 1979
apud CERIZARA, 1990, p. 107). Quando delegava ao professor o papel de impedir a
ação nociva, conferia-lhe um outro papel de extrema importância: o de proteger a
criança o máximo possível da coerção social, devendo ser influenciada apenas pelo
preceptor. Neste sentido, a relação entre ambos, preceptor e criança, pressupunha
a igualdade de direitos e deveres, embora distinto de cada um. “A própria
necessidade do preceptor põe em cheque a questão do espontaneísmo, uma vez
que se rejeita não a necessidade dessa orientação, mas a forma como ela é levada
a efeito” (CERIZARA, 1990, p. 48).
Para Rech (2005), não há, por parte de Rousseau, a organização da prática
educativa em escolas maternais ou infantis, mas poder-se-ia dizer que traçou um
conjunto de princípios para nortear a ação educativa possível. Sua teoria deu
impulso direto à formação clara das concepções: psicológica, sociológica e científica
da educação. É um dos pensadores que explicava o mundo pela matéria em
desenvolvimento, defendia que os conhecimentos provinham do mundo real, pelo
caminho da sensação, proclamava o valor integral da ciência, era humanista, pois
23
desejava o pleno desenvolvimento e a felicidade do ser humano. Esse pensador foi
fundamental no movimento de reconhecimento da infância de sua época.
Rech (2005), sinaliza que Rousseau é freqüentemente apontado como um
dos precursores do movimento escolanovista, da pedagogia centrada na criança,
oferecendo à tradição pedagógica alguns novos “mitos”, tais como: bondade da
infância e a pouca intervenção educativa, que tiveram ampla e longa influência.
Depois de Rousseau, problemas que antes eram desconsiderados, ou
substancialmente ignorados, tornaram-se sensíveis aos olhos da pedagogia, seja
pelo papel de “revolução” que o seu tratado romântico exerceu no fim do século
XVIII, propondo uma nova concepção de infância e uma nova atitude pedagógica, ou
pelas questões inovadoras que veio introduzir no debate educativo (CAMBI, 1999).
Contemporâneo de Rousseau, Pestalozzi (1746-1827), ainda no século XVIII,
enfatizou que era preciso propiciar à infância a aquisição dos primeiros elementos
do saber de forma natural e intuitiva. Foi um pensador político que se propôs a
realizar reformas educacionais e a implementar várias experiências pedagógicas. Ao
referir-se às crianças, apresentava-as como seres de impulsos, que não têm
consciência de suas ações nem vontade. “A criança já tem em si todas as
faculdades na natureza humana: ela é como um botão que ainda não se abriu, mas,
quando se abre, cada pétala se expande e nenhuma permanece no seu interior, e
assim deve ser o processo da educação” (CAMBI, 1999, p. 418).
De acordo com Rech (2005), Pestalozzi acreditava que as crianças conhecem
o mundo e a si através dos sentidos, por meio deles devem ser estimuladas a
apreender o mundo, desde que se respeite seu desenvolvimento natural. Para ele,
quando a educação reconhece este fato, descobre que a criança possui muitos
conhecimentos que necessitam ser despertados: afinal, toda criança repete, em sua
vida, os estágios de desenvolvimento de toda a humanidade. Assim, a criança se
tornará humana, naturalmente, com o desenvolvimento que possui dentro de si.
A nova vida não é outra coisa que não o instante no qual é atingida a
maturação da faculdade de receber essas impressões, não é outra coisa, que o
instante do despertar do físico que atingiram a perfeição, que empregarão todas as
suas forças para prosseguir no desenvolvimento de sua própria organização; não é
outra coisa, que o despertar do animal, agora completo, que quer e deve chegar a
ser homem (PESTALOZZI, 1959 apud ARCE, 2002).
24
Os poderes infantis brotam de dentro, devido ao despertar de impulsos inatos,
não são externos como os materialistas querem nos fazer crer. Uma vez
despertados, os impulsos inatos lutam para se desenvolver até a maturidade, como
a semente se transforma, naturalmente, num carvalho. O desenvolvimento deve ser
livre e espontâneo e toda a instrução educativa deve ser extraída das próprias
crianças e nascer dentro delas. Todas as tentativas para forçar a criança antes que
seus próprios poderes estejam prontos para desenvolver, são prejudiciais
(PESTALOZZI, apud EBY, 1976).
Pestalozzi considerava a criança imortal, pura, boa em sua essência, em sua
natureza, divina, uma criança de Deus, que deve ser descoberta e cultivada para
atingir a plenitude, e o homem deve se tornar capaz de exercitar a paciência, a
modéstia e a humildade. Assim, toda criança nasce boa, fruto do divino, é portadora
da divindade que deve ser cultivada. A educação é importante, pois ajuda o homem
a sair de seu estado animal e descobrir-se como ser humano, mas é limitada,
porque a natureza “falará mais alto”. “A natureza possui uma unidade que é Deus,
todo o ser vivo possui dentro de si a consciência dessa unidade e a necessidade de
torná-la cada vez maior” (PESTALOZZI, 1959 apud ARCE, 2002).
O autor não definiu uma instituição infantil, desenvolveu nas diversas
instituições que fundou e as influências que estas tiveram sobre a educação dos
pequenos, para ele, a educação não deveria mover-se em atmosfera abstrata, irreal,
mas a partir das circunstâncias reais, imediatas do homem. Defendia que a ação é
importantíssima para a aquisição de conhecimentos, agindo é que se conhece, o
homem é ação, a vida é ação, a vida deve ser base da escola e da educação.
O método de Pestalozzi, é fundado na ação, porque os elementos dos
conhecimentos e seu desenvolvimento sucessivo são encontrados na própria
criança. Depois, porque é ela que, em si mesma, produz os signos representativos
dos objetos e instrumentos que sirvam à ação. Deve substituir o ensino livresco pela
própria criança, ou por sua experiência pessoal. A criança não se instrui senão pelo
exercício, devendo assim, mais praticar que estudar. Quando os elementos da
educação e da instrução caminharem juntas, eles se tornarão vivos e animados
(PESTALOZZI, 1959 apud LOURENÇO, 1978). Assim, a educação, que toma como
base a natureza, conduz à perfeição, à plenitude das capacidades humanas.
25
A família era o ponto de partida da educação, base de toda a formação do
homem. Uma ambição de Pestalozzi “era dar às mães um método de educação tão
simples e definido, que qualquer uma pudesse desenvolver seu próprio filho no
santuário do lar” (EBY, 1976, p. 399).
Para Pestalozzi os professores e crianças deveriam saber o que ensinar e
aprender, estabelecendo a metodologia mais indicada para realizar as atividades de
ensino. O professor deveria preservar a inocência da criança, assumindo um
comportamento antiautoritário, agindo orientado pelo sentimento, que é o verdadeiro
motor da “educação espiritual” – o amor ou o jogo, visto como atividade “séria” e
típica da infância.
Pestalozzi percebia a atividade como o empreendimento de levar às crianças
a serem educadas para o divino. Ele era influenciado por ideais humanistas,
presentes nos homens de seu tempo.
No século XIX, destaca-se Froebel (1782-1852), reconhecido como o criador
dos Jardins de Infância, defensor de uma educação pautada no desenvolvimento
espontâneo da criança, uma educação que não impusesse a criança àquilo que não
fosse resultado natural de seu desenvolvimento. Sua concepção de infância, partia
de um pressuposto religioso, que vê Deus eminentemente presente e coincidente
com a natureza, mas também transcendente a ela, como unidade e seu centro
motor. A manifestação divina é mais nítida na infância. Se na infância está
depositada a voz de Deus, a educação devia apenas deixá-la se desenvolver,
agindo de modo que se reconheça como o divino, o espiritual, o eterno, por meio de
uma comunicação profunda com a natureza e a constituição de uma harmonia entre
o eu e o mundo, reforçando a sua capacidade criativa.
Segundo Rech (2205) Froebel via a infância como uma etapa do
desenvolvimento humano repleta de potencialidade, criatividade, a semente do
homem, o germe do futuro. Não de se despertar algo, mas de contemplar e deixar
livre, em um ambiente familiar adequado, para que a semente se torne flor e depois
fruto do divino. Por isso, precisava ser educada de forma a garantir um futuro. Para
ele tudo que a criança tornar-se está nela própria e só poderia ser atingido através
do desenvolvimento de dentro para fora. Educar, portanto, é despertar na criança,
por meio da atividade, a consciência que sua natureza tem da existência de Deus,
orientando para uma vida “santa e pura”. Desta forma, era necessário trabalhar o
26
interior da criança através de seu corpo e sentidos, os fatos do dia-a-dia ajudam a
tornar exterior todo o seu interior.
Froebel definiu o desenvolvimento infantil em dois períodos: o período da
infância (zero a dois anos), em que se desenvolvem os sentidos e as atividades
motoras, pois estas darão à criança as condições para o desenvolvimento da
linguagem, sem a qual não pode haver desenvolvimento da natureza espiritual e o
período da puerícia (três a seis ou sete anos), fase em que começa a verdadeira
educação, e a criança apresenta maior desenvolvimento sensorial da linguagem e
brinquedo. A divisão do desenvolvimento humano em estágios caracteriza os
primeiros passos rumo à utilização de uma psicologia do desenvolvimento. As falas
e as brincadeiras das crianças são observadas pelo adulto as quais lhe permitem
apreender o nível de desenvolvimento e a forma de relacionamento infantil com o
mundo exterior. Por intermédio da atividade, as crianças exteriorizam Deus, para
atingir e viver com plenitude, já que este está dentro delas próprias. Respeitar o
desenvolvimento espontâneo da criança é respeitar a ação de Deus nela. A
educação vigia e protege as energias naturais da vida.
Com Froebel surge a educação para as crianças em instituições. É na
Escola Nova que a idéia de um momento específico para a atividade fica mais
evidente, pois o fazer deve ser a tônica da ação educativa. Para ele a educação
deveria estar alicerçada na Unidade Vital (homem, Deus e natureza) e os processos
de exteriorização deveriam nortear qualquer metodologia que viesse a ser utilizada
com as crianças. Este processo de exteriorização e interiorização precisam da ação
para mediá-los, necessitam de vida e atividade, não de palavras e conceitos.
Froebel via, na exteriorização e na interiorização, a concretização de algo natural da
criança, devendo o educador estar sempre atento a esses dois processos, pois toda
a atividade externa da criança é fruto de sua atividade interna.
Para Froebel, o melhor método era agir pensando e pensando agindo, para
evitar que o ensino, por demais abstrato, prejudicasse o desenvolvimento dos
talentos dos alunos, o que os levaria à compreensão da tríade que guia todas as
suas vidas, abrindo, portanto, as portas para se atingir a perfeição enquanto ser
humano. O aprender fazendo, proposto por Froebel, respeita, antes de tudo, a
metodologia natural das crianças. Segundo Froebel, “[...] observar, apenas observar,
pois a criança mesma te ensinará” (apud COLE, 1907, p. 16), eis a máxima que
27
deve reger a educação, pois só assim o professor será capaz de conhecer
realmente seu aluno, entendendo sua dinâmica interna e descobrindo sua essência
humana, seu potencial, seu talento.
Para Froebel todo o esforço da educação deveria estar voltado para o
favorecimento do desenvolvimento livre e espontâneo do indivíduo, o qual, como um
ser que foi criado por Deus, também possui imensa criatividade e capacitação de
criação.
Froebel não bania totalmente das escolas a educação prescritiva, a qual
deveria ser utilizada, mas somente quando alguma criança se encontrasse desviada
de seu processo natural de desenvolvimento. Retornando a criança ao caminho
correto, esta educação deveria ser abolida.
Montessori (1870-1952) surge entre os educadores clássicos, ao final do
século XIX. Suas idéias educativas foram primeiramente aplicadas à criança de
quatro a seis anos, em jardins de infância. A concepção da educação é de
crescimento e desenvolvimento mais que de ajustamento ou integração social. Mais
que o ser social, Montessori vê o ser biológico e psicológico. A vida é
desenvolvimento, e educar será permitir esse desenvolvimento.
Segundo Barbosa (2006), Montessori desenvolveu um método para a
educação das crianças pequenas que se espalhou de forma considerável por todo o
mundo. Duas características da pedagogia montessoriana eram particularmente
apreciadas pelos observadores da época: uma delas era a criação de um ambiente
especialmente pensado para atender às necessidades das crianças com móveis e
objetos nas suas dimensões e a outra era a formação específica dos educadores.
Essas características tornavam os freqüentadores de sua casa dei bambini mais
disciplinados, silenciosos, obedientes e adequados que as demais crianças
(POLLARD, 1993). Para Montessori, a disciplina estabelecida nas casas das
crianças não era a da coerção, mas a disciplina ativa.
Segundo Montessori, para poder obter um bom comportamento das
crianças é importante que elas sejam independentes e que saibam discernir entre as
boas e a más ações. Para que isso aconteça, os adultos não devem ser servis,
atendendo-as constantemente, mas ensinar-lhes as atividades práticas para que
possam ter liberdade de escolher e agir. Para ela, as crianças têm um senso natural
28
de dignidade e, por isso, gostam de comportar-se adequadamente (POLLARD,
1993).
A metodologia do trabalho de Montessori organizava-se em torno de uma
rotina predeterminada sobre as ações que devem ser realizadas pelas crianças e
pelos adultos no seu dia-a-dia, as regras de vida.
Segundo Barbosa (2006) entre as características marcantes da metodologia
montessoriana, encontra-se a criação de um ambiente para os exercícios de vida
diária com materiais concretos, mobílias, banheiros adaptados aos tamanhos das
crianças e muitos objetos que convidam a trabalhar e realizar atividades que tem
objetivos reais e predeterminados. Pode-se exemplificar com atividades como abrir e
fechar gavetas, abotoar, transpor líquidos, tirar o pó, mover a cadeira, dobrar o
guardanapo, pôr a mesa, lavar pratos, lavar as mãos, lavar o piso, lustrar sapatos,
dar nó, costurar e outras atividades domésticas realizadas por meninos e meninas.
Além dos materiais de vida prática, Montessori elaborou materiais com o
objetivo de desenvolver as percepções, as sensações e o intelecto. Esses materiais
até hoje usados em várias salas de educação infantil, tem características próprias:
são materiais autocorretivos, que trabalham cada grupo sensorial de uma vez, o que
resultou, segundo Santomé (1991) em uma crítica de Dewey e Decroly sobre a sua
concepção fragmentada das percepções e do intelecto e da vida real dissociada da
vida na sala de educação infantil.
Todos os afazeres são confiados às crianças na medida do possível e,
assim, elas planejam suas atividades, desenvolvendo responsabilidade e paciência.
O papel do professor é o traço de união entre a criança e o ambiente educativo
preparado para a sua atividade.
Os conteúdos na formação das professoras montessorianas eram os
conhecimentos dos materiais didáticos e a forma de usá-los; saber dar as lições
seguindo sempre a seqüência de ações previamente planejadas e também aprender
a zelar pela ordem, pois a professora, além de pôr a criança em contato com os
materiais e os conhecimentos, também a coloca em relação com a ordem que há no
ambiente, isto é, ensina-a a submeter-se a uma organização disciplinar externa –
mesmo que esta seja muito simples, como garantir um trabalho tranqüilo.
Para Montessori, a ação pedagógica deveria se inspirar na natureza e seus
fundamentos teóricos seriam os corpos das informações científicas sobre o
29
desenvolvimento infantil. Individualidade, atividade e liberdade do aluno eram as
bases de sua teoria, com ênfase para o conceito de indivíduo como,
simultaneamente, sujeito e objeto do ensino. Montessori defendia uma concepção
de educação que se estende além dos limites do acúmulo de informações. A filosofia
e os métodos elaborados pela médica italiana procuram desenvolver o potencial
criativo desde a primeira infância, associando-o à vontade de aprender - conceito
que ela considerava inerente a todos os seres humanos.
Montessori acreditava que nem a educação nem a vida deveriam se limitar
às conquistas materiais. Os objetivos individuais mais importantes seriam: encontrar
um lugar no mundo, desenvolver um trabalho gratificante e nutrir paz e densidade
interiores para ter capacidade de amar. A meta coletiva é vista até hoje por seus
adeptos como a finalidade maior da educação montessoriana. Ao defender o
respeito às necessidades e aos interesses de cada criança, de acordo com os
estágios de desenvolvimento correspondentes às faixas etárias, argumentava que
seu método não contrariava a natureza humana.
Por causa dessa perspectiva desenvolvimentista, elegeu, como prioridade,
os anos iniciais da vida. Para ela, a criança não é um pretendente a ser adulto e,
como tal, um ser incompleto. Desde seu nascimento, já é um ser humano integral, o
que inverte o foco da sala de aula tradicional, centrada no professor.
Nas escolas montessorianas, os espaços internos eram e são,
cuidadosamente preparado para permitir aos alunos movimentos livres, facilitando o
desenvolvimento da independência e da iniciativa pessoal. Assim como o ambiente,
a atividade sensorial e motora desempenha função essencial, ou seja, dar vazão à
tendência natural que a garotada tem de tocar e manipular tudo o que está ao seu
alcance.
Montessori defendia que o caminho do intelecto passa pelas mãos, porque
é por meio do movimento e do toque que os pequenos exploram e decodificam o
mundo ao seu redor. Muitos dos exercícios desenvolvidos pela educadora objetivam
chamar a atenção dos alunos para as propriedades dos objetos (tamanho, forma,
cor, textura, peso, cheiro, barulho).
O ensino religioso é proposto estabelecendo visitas das crianças às igrejas,
lições com miniaturas de objetos sacros e observação de imagens sacras. A religião
é vista como uma educação do simbólico e deve ser feita pelo encantamento.
30
As idéias de educação de Montessori refletem a concepção positiva do
conhecimento que caracterizou a época em que viveu, sobretudo, a virada do século
XIX para o XX, marcada por efervescência intelectual e fascínio pela mente humana.
Outro pensador que se interessou por Rousseau, Pestalozzi, foi Freinet
(1896-1966), que começou a questionar a eficiência das normas rígidas: filas,
horários e programas oficiais.
A importância da Pedagogia é que ela é muito atual. Foi Freinet mesmo que
deu o nome de sua Pedagogia: “Escola Moderna”, porque ele achava que estaria
sempre moderna.
Para Freinet, que iniciou a carreira docente em 1920, a educação deveria
proporcionar ao aluno a realização de um trabalho real. Sua carreira docente teve
início construindo os princípios educativos de sua prática, onde enfocava que
"ninguém avança sozinho em sua aprendizagem, a cooperação é fundamental". Ele
propunha uma mudança da escola, pois a considerava teórica e, portanto desligada
da vida. Suas propostas de ensino estão baseadas em investigações a respeito da
maneira de pensar da criança e de como ela construía seu conhecimento. Através
da observação constante ele percebia onde e quando tinha que intervir e como
despertar a vontade de aprender do aluno. Para ele, a aprendizagem através da
experiência se faz mais eficaz, porque se o aluno faz um experimento e dá certo, ele
o repetirá e avançará no procedimento; porém não avançará sozinho, precisará da
cooperação do professor.
As práticas atuais de jornal escolar, troca de correspondência, trabalhos em
grupo, aula-passeio são idéias defendidas e aplicadas por Freinet, desde os anos 20
do século passado. O professor deve mesclar seu trabalho com a vida em
comunidade, criando as associações, os conselhos, eleições, enfim as várias formas
de participação e colaboração de tudo na formação do aluno, direcionando o
movimento pedagógico em defesa da fraternidade, respeito e crescimento de uma
sociedade cooperativa e feliz. Há princípios no saber pedagógico que Freinet
considerava invariáveis, ou seja, independente do local ou período histórico, certos
pressupostos deveriam sempre ser levados em conta na prática educacional. Desta
forma, postulou as chamadas "Invariantes Pedagógicas", consideradas como pilares
de sua proposta Pedagógica.
31
Desde sua origem, o movimento sempre se manteve aberto a todas as
experiências pedagógicas através de documentos, revistas, circulares, cartas e
boletins. Freinet buscava formas alternativas de ensino, pois não conseguia se
adaptar a forma tradicional, fazia também relatórios diários de cada criança. Ao que
se refere às cartilhas, ele questiona seu valor, pois os conteúdos nada tinham a ver
com a realidade da criança, portanto, não traziam nenhum estímulo à aprendizagem
da leitura.
Freinet dava muita importância ao trabalho, pois este deveria ser o centro
de toda atividade escolar, enfatizando-o como forma do ser humano ascender,
exercer seu poder. Ele não desvalorizava o aprender, mas achava que tudo deveria
passar pela experiência de vida, para que o aprendizado fosse integrado ao que se
aprendia, e isso só é possível pela ação, através do trabalho. O trabalho desenvolve
o pensamento, até o pensamento lógico e inteligente, que se faz a partir de
preocupações materiais, sendo que esta é um degrau para abstração no e pelo
trabalho o ser humano se exprime e se realiza eficazmente.
Para ele, a disciplina escolar se resumia executando uma atividade que
envolve a criança e automaticamente se torna disciplinada. Freinet apresentava
meios para crescer e ascender: a liberdade. Sendo que esta é relativa e não pode
existir fora da vida e do trabalho de cada um. Para ele, a liberdade era a
possibilidade do ser humano vencer obstáculos.
Freinet buscou técnicas pedagógicas que pudessem envolver todas as
crianças no processo de aprendizagem, independentemente da diferença de caráter,
inteligência ou meio social (lembrando-se mais uma vez que ele afirmava que o
conteúdo estudado no meio escolar deveria estar relacionado às condições reais de
seus alunos). Ao estudar o problema da educação, ele propunha que ao mesmo
tempo em que o professor almejasse a escola ideal, criativa e libertadora, deveria
também estudar as condições concretas que estariam impedindo a sua realização.
A leitura dos pensadores a que fizemos referência nos possibilitou entender
como a infância foi caracterizada em diferentes reflexões sobre a sua educação e
como os pensadores perceberam a atividade na construção do sujeito, na sua
relação com o mundo. Creches, escolas maternais e jardins-de-infância fizeram
parte do conjunto de instituições modelares de uma sociedade civilizada, propagada
32
a partir dos paises europeus centrais, durante a Era dos Impérios, na passagem do
século XIX ao XX.
A educação da criança por muito tempo foi considerada responsabilidade
unicamente da família e do grupo social ao qual pertencia. Era com os adultos e
demais crianças que aprendia a se tornar membro deste grupo, participar das
tradições consideradas importantes e apropriar-se de conhecimentos que lhes
seriam necessários para a vida adulta. Por um bom período da história da
humanidade, nenhuma instituição incumbiu-se de compartilhar a responsabilidade
pela criança com seus pais e com a comunidade da qual estes faziam parte. O fato é
que, historicamente, o papel da criança sempre foi definido pelas expectativas dos
adultos.
A infância é construção histórica e por isso nós, profissionais da infância,
também estamos no processo de construir concepções e representações das
crianças. É preciso aprofundar que crianças são essas, o que elas têm em comum, o
que partilham entre si em várias regiões do Brasil e em outros países e o que as
distingue umas das outras. É preciso romper com representações hegemônicas.
Elas se distinguem umas das outras no tempo, no espaço, nas diversas formas de
socialização, no tempo de escolarização, nos trabalhos, nos tipos de brincadeiras,
nos gostos, nas vestimentas, enfim, nos modos de ser e estar no mundo, como bem
define Smolka (2002):
imagens de crianças que brincam, que trabalham, que estudam, que aprendem (ou não). Imagens de crianças amáveis e amadas; crianças bem comportadas; crianças diferenciadas; crianças confinadas ou abandonadas, subjugadas, autônomas, libertadas. Imagens de crianças que crescem e que deixam de ser crianças. Imagens de crianças quase adultas nos seus modos de ser. Imagens que participam do imaginário social de nossa época.
Importa-nos refletir, entre outros aspectos, sobre a concepção de infância que
perpassa aquelas propostas de políticas de educação para a infância. Resgatamos a
idéia tradicional, oficial e hegemônica de infância que, modificando-se ao longo dos
anos, vem definindo novas práticas educativas. Pelas ações das políticas públicas
que se expressam, por exemplo, em documentos e produções oficiais, parece que
se busca efetivar a passagem de uma educação da infância pautada no
assistencialismo rumo a uma educação de qualidade. Por certo, podemos adiantar
33
que essa reflexão nos levará a um ponto em comum: a intencionalidade pedagógica
e a qualificação da relação entre o “cuidar” e o “educar”, proposta pelo nosso modelo
de sociedade.
2.2 Saberes docentes
Nos últimos anos, esforços têm sido realizados por pesquisadores em
educação, com objetivo de refinar o instrumental teórico disponível para realizar
investigações sobre os saberes docentes.
Entre os autores que têm pesquisado os saberes que os professores
mobilizam quando ensinam, destacamos Tardif, Lessard e Lahaye (1991), Charlot
(2000), Perrenoud (1993, 1996), Schön (1995), Shulman (1986), os aspectos e
características desses trabalhos representam contribuições significativas para nossa
pesquisa.
Tardif, Lessard e Lahaye (1991) chamam a atenção para o fato de que o
saber docente é plural, estratégico e desvalorizado, constituindo-se em um
amálgama, mais ou menos coerente, de saberes oriundos da formação profissional,
dos saberes das disciplinas, dos currículos e da experiência.
Os primeiros “saberes docentes” têm sua origem na contribuição que as
ciências humanas oferecem à educação e nos saberes pedagógicos, concepções
sobre a prática educativa, arcabouço ideológico, algumas formas de saber-fazer e
algumas técnicas. Os saberes das disciplinas são aqueles difundidos e selecionados
pela instituição universitária, correspondendo aos vários campos de conhecimento;
os saberes curriculares, os quais a instituição escolar apresenta como aqueles a
serem ensinados, resultado de um processo de seleção cultural ou de transposição
didática. Já os saberes da experiência são os constituídos no exercício da prática
cotidiana da profissão, fundados no trabalho e no conhecimento do meio. "São
saberes que brotam da experiência e são por ela validados. Incorporam-se à
vivência individual e coletiva sob a forma de habitus e de habilidades, de saber fazer
e de saber ser" (MONTEIRO, 2001, p. 130-131). Esses saberes não provêm
somente das instituições de formação ou dos currículos, esses saberes não se
34
encontram somente nas teorias: eles são saberes práticos, são a cultura docente em
ação.
Os autores Tardif, Lessard e Lahaye (1991), ao realizar o trabalho de análise
do saber docente, destacam sua complexidade, demonstrando seu caráter plural. É
interessante observar que eles buscam superar o modelo da racionalidade técnica
chamando a atenção para a existência dos saberes da experiência, que não são
para e sim da prática, aqueles que têm origem na prática cotidiana do professor em
confronto com as condições da profissão.
Ponte (1992) aborda o papel das crenças na caracterização dos saberes e
ressalta que as crenças são condicionadas pelo grau de impregnação da cultura
social, pelo conhecimento científico e profissional e pelas vivências pessoais. Para o
autor, as diferenças entre os diversos tipos de saberes traduzem-se pela diferente
articulação entre as crenças e os outros tipos de pensamento, baseados no
raciocínio e na experiência. Segundo ele, a crença é
como uma parte do conhecimento relativamente ‘pouco elaborada’ [...]. Nas crenças predominaria a elaboração mais ou menos fantasista e a falta de confrontação com a realidade empírica. No conhecimento mais elaborado de natureza prática predominariam os aspectos experienciais. No conhecimento de natureza teórica predominaria a argumentação racional (PONTE, 1992, p. 195-197).
Para Tardif e Raymond (2000) os saberes provêm de lugares sociais
anteriores à carreira, ou seja, fora do trabalho cotidiano. Esses saberes têm origem
na família do professor, da escola que o formou e de sua cultura pessoal; outros
vêm das universidades; outros são decorrentes da instituição ou do estabelecimento
de ensino (programas, regras, princípios pedagógicos, objetivos, finalidades, etc);
outros, ainda provêm dos pares, cursos de reciclagem, etc. Nesse sentido, o saber
profissional está, de um certo modo, na confluência entre várias fontes de saberes
provenientes da história de vida individual, da sociedade, da instituição escolar, dos
outros atores educativos, dos lugares de formação.
O quadro organizado por Tardif (2002) mostra, também, a natureza social do
saber profissional, sintetiza as fontes dos saberes (Quadro 1):
35
Saberes dos professores Fontes de aquisição Modos de integração no trabalho docente
Saberes pessoais dos professores
A família, o ambiente de vida, a educação no sentido lato, etc.
Pela história de vida e pela socialização primária.
Saberes provenientes da formação escolar anterior
A escola primária e secundária, os estudos pós-secundários não especializados, etc.
Pela formação e pela socialização pré-profissionais.
Saberes provenientes da formação profissional para o magistério
Os estabelecimentos de formação de professores, os estágios, os cursos de reciclagem, etc.
Pela formação e pela socialização profissionais nas instituições de formação de professores.
Saberes provenientes dos programas e livros didáticos usados no trabalho
A utilização das “ferramentas” dos professores: programas, livros didáticos, cadernos de exercícios, fichas, etc.
Pela utilização das “ferramentas” de trabalho, sua adaptação às tarefas.
Saberes provenientes de sua própria experiência na profissão, na sala de aula e na escola
A prática do ofício na escola e na sala de aula, a experiência dos pares, etc.
Pela prática do trabalho e pela socialização profissional.
Quadro 1 - Saberes dos professores Fonte: TARDIF (2002).
Esse quadro nos mostra várias situações, fatos, experiências, referência e
fenômenos importantes relacionados ao saber docente. Em primeiro lugar, ele
afirma que todos os saberes nele identificados são utilizados pelos professores no
contexto de sua prática pedagógica, ou seja, os professores utilizam constantemente
seus conhecimentos pessoais e um saber-fazer próprio. Trabalham com programas
e livros didáticos, como também se baseiam em saberes escolares relativos às
matérias ensinadas. Integram-nos em sua experiência e recorrem a elementos de
sua formação profissional.
Segundo Charlot (2000) para analisar a relação com o saber é necessário
analisar uma relação simbólica, ativa e temporal. Nesse sentido, o autor mostra que
a relação com o saber é uma relação com o meio e enquanto relação social não
deve ser feita independentemente da análise das dimensões epistêmica e identitária,
mas através delas. Portanto, para identificar quais saberes norteiam a organização
da prática pedagógica cotidiana de educadoras da pequena infância é necessário
levar em consideração: o seu perfil profissional; a sua formação; o sistema
educacional na qual está inserida; como também, as suas ações e relações nesse
contexto social.
Schön (2000) oferece uma contribuição importante para o estudo dos saberes
dos professores que, segundo ele, criam um conhecimento específico e ligado à
36
ação, que só pode ser adquirido através do contato com a prática. É um
conhecimento pessoal, tácito e não sistemático, espontâneo, intuitivo, experimental,
quotidiano, do tipo que leva a pessoa a agir sem saber como age, em concepção
oposta à da racionalidade técnica.
Coerentemente com sua proposta voltada para a ação, ele criou a categoria
de professor-reflexivo e o conceito de reflexão-na-ação, segundo o qual o professor
analisa e interpreta a sua própria realidade no ato, e o de reflexão-sobre-a-ação, que
implica o olhar retrospectivo e a reflexão sobre o que foi realizado.
Sua proposta radicaliza a questão da importância da ação prática que quase
se autonomiza, podendo fazer sugerir o risco de volta ao espontaneísmo do
voluntarismo empirista.
Outro autor que oferece uma contribuição importante é Perrenoud.
Preocupado em entender a atividade docente, ele discute suas características
particulares que oscilam entre a rotina e a improvisação regulada, num movimento
que implica uma complexidade que a racionalidade técnica não tem condições de
dominar. Aprofundando a reflexão sobre a profissão docente, Perrenoud (1996)
alerta para os limites e riscos de se analisar os recursos cognitivos de uma pessoa
que desenvolve uma ação apenas em termos de saberes e conhecimentos (para ele
os dois termos são intercambiáveis). Do seu ponto de vista, é necessário enfrentar o
problema das competências que englobam os saberes, mas não se reduzem a eles.
Competências são capacidades de ação, que mobilizam saberes para a ação, que
estabelecem relações com os saberes teóricos que não são de reverência ou de
dependência, mas ao contrário, são críticas, pragmáticas, até mesmo oportunistas
(PERRENOUD, 1996).
Perrenoud (1999), ao propor a utilização do conceito de competência,
apresenta uma proposta consistente para se pensar o conhecimento tácito da
prática do professor. Ele consegue discutir e relativizar o papel dos saberes
discutindo as várias facetas do problema tais como a relação entre saberes sábios e
científicos, saberes científicos e saberes da experiência (mostrando que eles não
são opostos, mas que o saber científico pesquisa e busca objetos na experiência).
O autor distingue saberes declarativos e procedimentais (que explicam como agir,
fazer ou ser) das competências que podem vir a ser codificadas em saberes
procedimentais.
37
Perrenoud (1999), portanto, enriquece o potencial de análise. Da mesma
forma que os demais, ele prioriza o conceito de saber da experiência ou da prática,
estratégicos no trabalho do professor, mas oferece um instrumental conceitual mais
rico para dar conta da complexidade (conceito por ele também utilizado) do saber
docente.
Outro trabalho que gostaríamos de mencionar é o de Shulman (1986), que
estuda os diferentes tipos e modalidades de conhecimento que os professores
dominam, configurando uma epistemologia própria. Sua contribuição é importante,
em nosso entender, porque traz de volta ao centro da discussão a questão do
conhecimento que os professores têm dos conteúdos de ensino e do modo como
estes conteúdos se transformam no ensino.
Acreditamos que tanto do ponto de vista do trabalho de base disciplinar
como nas tentativas voltadas para a interdisciplinaridade, esses estudos se fazem
urgentes para que possamos lançar luz sobre aspectos ainda obscuros da prática
docente. Muitas tentativas de reforma educacional fracassaram, em nosso entender,
devido a um desconhecimento de características próprias da atividade docente,
consideradas por técnicos e teóricos apriorísticamente como defeituosas e
equivocadas e, portanto, necessariamente superadas. Deixavam, assim, de ser
considerados artifícios já impregnados na cultura profissional, e utilizados para lidar
com os constrangimentos e imperativos didáticos da cultura escolar que, de alguma
forma, oferecem aos professores alternativas preciosas para lidar com situações
imprevistas e imponderáveis que fazem parte do cotidiano escolar e que precisam
ser controladas para a realização das tarefas propostas.
A questão dos saberes pedagógicos, ação docente na Educação Infantil é
um grande desafio. É possível estruturar um fazer pedagógico que contemple tanto
os cuidados necessários ao desenvolvimento da criança, quanto os conhecimentos
a serem por ela apropriados. Cerizara (1990) lembra que os profissionais da
Educação Infantil ainda estão enfrentando o desafio de organizar um trabalho
docente que não separe as atividades de cuidado das atividades consideradas
pedagógicas e, ao mesmo tempo, mostre a intencionalidade educativa delas.
A pergunta essencial é quais seriam os saberes necessários para uma ação
docente na educação infantil? O que caracteriza uma atividade pedagógica nesta
modalidade educativa?
38
2.3 A questão da profissionalização
O discurso da profissionalização docente, que há alguns anos começou a
tomar corpo nos países desenvolvidos, parece estar definitivamente entre os mais
abordados nas discussões pedagógicas da atualidade, no Brasil.
Em princípio, a idéia que em geral temos de profissionalização é positiva.
Dizer que alguém tem um comportamento profissional é dizer que tem competência
técnica, discernimento emocional, responsabilidade e capacidade para resolver
problemas no âmbito da sua profissão. É ainda, ressaltar uma conduta que se
distingue das demais, geralmente baseada num código de ética, explícito ou não. O
profissionalismo opõe-se aos procedimentos improvisados e pouco eficientes.
Segundo Cunha (1999), o profissionalismo tem sido um valor perseguido
pelos professores em seus discursos e proposições. A idéia de profissional também
estabelece uma relação com o respeito e a dignidade requeridos por aqueles que
exercem determinado ofício, passando pela justa remuneração e controle do
exercício da profissão.
Na literatura sociopedagógica atual, é fácil encontrar distintas organizações
discursivas para caracterizar a profissão do professor e a chamada
profissionalidade, que seria essa profissão em ação.
Para Cunha (1999) a profissionalização é um processo histórico e evolutivo
que acontece na teia das relações sociais e refere-se ao conjunto de procedimentos
que são validados como próprios de um grupo profissional, no interior de uma
estrutura de poder. Isso significa admitir que sua configuração ou extinção resulta de
lutas concorrenciais que se instalam nos espaços de produção e nos espaços de
conhecimento. Se há profissões que se distinguem, é porque há estruturas que
provocam esse resultado, assim como o mesmo se dá quando novos espaços
profissionais se articulam.
Sendo assim a profissionalidade pode ser percebida como a expressão da
especificidade da atuação dos professores na prática, isto é, o conjunto de atuações,
destrezas, conhecimentos, atitudes e valores ligados a ela, que constituem o
específico de ser professor. Evidencia-se, nessa conceituação, que a
profissionalidade contempla muito mais a subjetividade do professor inserido na
prática; trata dele enquanto um sujeito histórico, exercendo uma profissão.
39
Para Cunha (1999) a profissionalidade constrói a profissão, se tomarmos a
idéia de que o constructo profissional de saberes específicos do professor só é
legítimo quando se considera o universo das subjetividades na construção do
conhecimento.
Charlot e Bautier (1991) diferenciam o profissional do homem da ciência, do
empirista, do burocrata, do militante/voluntário, utilizando os seguintes critérios para
o profissional: base de conhecimentos; prática na situação; capacidade para
demonstrar seus conhecimentos, seu saber-fazer e seus atos; autonomia e
responsabilidade no exercício de suas competências; adesão às representações e
às normas coletivas da identidade profissional; pertencer a um coletivo que
desenvolve estratégias de promoção e discursos de valorização e de legitimação.
Olhar o professor como profissional segundo Imbernón (2000, p. 21)
[...] implica em considerar o professor como um agente dinâmico, cultural, social e curricular, capaz de tomar decisões educativas, éticas e morais, de desenvolver o currículo em um contexto determinado e de elaborar projetos e materiais curriculares com a colaboração dos colegas, situando o processo em um contexto específico controlado pelo próprio coletivo.
Para Imbernón (2000) a profissionalização é um processo socializador de
construção das características da profissão, fundamentada em valores de
cooperação entre os indivíduos e o progresso social.
Ramalho, Nuñez e Gauthier (2003) sinalizam que a profissionalização é
entendida como o desenvolvimento sistemático da profissão, fundamentada na
prática e na mobilização/atualização de conhecimentos especializados e no
aperfeiçoamento das competências para a atividade profissional. É um processo não
apenas de racionalização de conhecimentos, e sim de crescimento na perspectiva
do desenvolvimento profissional. A profissionalização reúne em si todos os atos ou
eventos relacionados direta ou indiretamente para melhorar o desempenho do
trabalho profissional. A autora afirma que o processo de profissionalização da
docência representa uma mudança de paradigma no que se refere a formação, o
que implica sair do “paradigma dominante” baseado na racionalidade técnica, no
qual o professor é um técnico executor de tarefas planejadas por especialistas, para
se procurar “um paradigma emergente”, ou da “profissionalização”, no qual o
professor é construtor da sua identidade profissional, segundo os contextos
40
específicos de produção dessa identidade. Os saberes não são regras pré-
estabelecidas para sua execução, e sim referências para a ação consciente sob
determinados princípios éticos. Portanto, nesse caminho para a profissionalização
docente, um componente essencial é mobilizar o pensamento do professor, procurar
ajudar a criar junto aos professsores novas referências e, conseqüentemente, seu
agir.
Através da profissionalidade o professor adquire os conhecimentos
necessários ao desempenho de suas atividades docentes, adquire os saberes
próprios de sua profissão. São os saberes das disciplinas e também os saberes
pedagógicos. De posse desses saberes, na sua prática ele vai construíndo as
competências para atuar como profissional. Sacristán (1999) tem insistido que é
preciso fundamentar as bases morais da profissionalidade docente, além de
enfatizar as competências culturais e pedagógicas necessárias à sua formação.
Se é certo que os saberes docentes são constituídos do conhecimento que o
professor veicula e dos aportes técnicos da área pedagógica, sua possibilidade
profissional será sempre limitada se não for privilegiada a base moral da profissão,
especialmente em tempos em que a ideologia de mercado deixa a educação e seus
profissionais ao sabor das demandas externas, manifestas pela lógica da
produtividade.
Os saberes constitutivos da profissão docente implicam consciência,
compreensão e conhecimento. Sobre estas bases é que se pode estabelecer a
reflexividade e, com ela, uma perspectiva mais emancipatória da profissão.
Cunha (1999) alerta que é preciso ter cuidado quando se coloca a
profissionalização como “tábua salvadora” da condição do professor, especialmente
quando esse conceito está tão impregnado do Estado Neoliberal: corre-se o risco
de, com ela, produzir um efeito perverso. Ao invés de ressaltar as condições que a
singularizam, podemos nos alinhar às forças que a querem sob controle, num estado
de maior alienação. Para a autora, cabe continuar discutindo as questões da
profissionalização. Não para combatê-las; muito menos para fazer delas uma
panacéia. Os desafios são para reinterpretá-las e entendê-las de forma como nos
ensina Popkewitz (1995, p. 34), quando diz que “a ordem natural, sem dúvida, não é
natural nem inevitável, senão que tem sido construída social, histórica e
politicamente”.
41
Se toda profissão possui um saber que lhe é próprio, é preciso discutir a
profissionalização docente a partir desse referencial e compreender a repercussão
de tal contigência. No entanto, é necessário alertar para o fato de que essas
discussões só acontecerão se as instituições formativas se profissionalizarem nos
marcos das novas políticas educacionais que valorizem o papel docente como
profissional e criem condições para essa profissionalização.
2.4 A atividade pedagógica e os saberes pedagógicos
Como condição indispensável à humanização, a educação se faz presente a
todo o momento. Nosso objetivo, aqui, não é discutir a atividade educativa de forma
geral, e sim a atividade pedagógica.
Pesquisas de autores como Asbahr (2005), Basso (1994), Moura (2001),
Saviani (2000), têm investigado o significado da atividade pedagógica, ação
elaborada e mobilizada durante a ação pelos professores.
Segundo Asbahr (2005), como cristalizações da experiência humana, as
significações sociais expressam as sínteses históricas dos produtos culturais, sejam
eles palavras, objetos, conceitos ou o conhecimento de forma geral, isso fica ainda
mais evidente quando nos referimos a significações de cunho diretamente político,
como é o caso da atividade pedagógica.
Saviani (1999), nos mostra que, muitos são os significados da atividade
pedagógica no decorrer do tempo, e estes variam de acordo com o momento
histórico, político e econômico em que a educação está sendo engendrada, diferem
em suas concepções filosóficas de homem e de mundo, diferem de acordo com as
gestões educacionais representantes de um ou outro ideário pedagógico.
Para Asbahr (2005), entender o significado da atividade pedagógica impõe-
se como um elemento importante na pesquisa, pois é fundamental para a
compreensão do que motiva a atividade docente, isto é, qual é o sentido pessoal
atribuído a essa atividade, já que o sentido relaciona-se diretamente com a
significação social.
42
Saviani (2000, p. 17) sintetiza o objetivo da atividade educativa: "o trabalho
educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular,
a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens".
Entendemos a escola como a instituição social cuja especificidade é a
interação, de forma intencional. O professor é o responsável por essa interação, o
significado do seu trabalho é formado pela finalidade da ação de ensinar, isto é, pelo
seu objetivo, considerando as condições reais, objetivas na condução do processo
de apropriação do conhecimento do aluno (BASSO, 1994).
A significação social da atividade pedagógica do educador é justamente
proporcionar condições para que os alunos aprendam, ou melhor, engajem-se em
atividades de aprendizagem. Para tanto, o professor é responsável por organizar
situações propiciadoras da aprendizagem.
Se a significação social da atividade pedagógica é garantir que os alunos se
apropriem do conhecimento não-cotidiano, e a finalidade direta de sua ação é
produzir desenvolvimento, cabe ao professor organizar sua prática de maneira a dar
conta desses objetivos, planejando as atividades pedagógicas.
Moura (2001) chama de atividade orientadora de ensino aquela que se
estrutura de modo a permitir que os sujeitos interajam, negociando significados, com
o objetivo de solucionar coletivamente uma situação problema.
[...] A atividade orientadora de ensino tem uma necessidade: ensinar; tem ações: define o modo ou procedimentos de como colocar os conhecimentos em jogo no espaço educativo; e elege instrumentos auxiliares de ensino: os recursos metodológicos adequados a cada objetivo e ação (livro, giz, computador, ábaco etc.). E, por fim, os processos de análise e síntese, ao longo da atividade, são momentos de avaliação permanente para quem ensina e aprende (MOURA, 2001, p. 155).
Além de garantir a apropriação do conhecimento pelo aluno de forma
planejada, outro elemento da significação social da atividade pedagógica é a
formação da postura crítica do aluno, possibilitando que o educando tenha acesso
também ao processo de produção do conhecimento. O aluno não é só objeto da
atividade do professor, mas é principalmente sujeito, e constitui-se como tal na
atividade de ensino/aprendizagem na medida em que participa ativamente e
43
intencionalmente do processo de apropriação do saber, superando o modo
espontâneo e cotidiano de conhecer (BASSO, 1994, 1998).
Recentemente, Ferreira e Corrêa (2007), verificaram que as professoras
consideram atividade pedagógica, todas as atividades desenvolvidas por elas,
porém, ao tentarem explicar como fazem para torná-las pedagógicas, parece que
falta clareza para explicitar os motivos.
A partir da revisão das pesquisas feitas pelos autores, entendemos que
atividade pedagógica é um conjunto de ações intencionais, consciente, portanto,
planejada pelo professor, a fim de atingir determinados objetivos.
A dimensão que a atividade pedagógica assume na Educação Infantil,
coloca-se numa relação extremamente vinculada aos processos gerais de
constituição da criança: a expressão, o afeto, a sexualidade, a socialização, a
brincadeira, a linguagem, o movimento, a fantasia, o imaginário, no qual os ideais
educacionais precisam estar atentos para atender as necessidades e interesses das
crianças.
Contribuindo com a questão da atividade pedagógica, foram realizados
estudos sobre os saberes pedagógicos. Para Franco (2005) os saberes pedagógicos
são, muitas vezes, compreendidos pelos docentes, como sinônimos de saberes
decorrentes do exercício repetitivo dos procedimentos metodológicos. Para se
acreditar que os saberes pedagógicos podem e devem existir, é preciso verificar,
inicialmente que prática educativa e prática pedagógica são instâncias
complementares, mas não sinônimas. A prática educativa pode existir sem o
fundamento da prática pedagógica; existirá de forma espontaneísta, fragmentada, às
vezes até produtiva, outras vezes não. Aquilo que transforma uma prática educativa
em uma prática compromissada (práxis), intencional, relevante é o filtro da ação dos
saberes pedagógicos, transformados pedagogicamente em conhecimentos.
Segundo Franco (2005) aquilo que antecede a possibilidade de produção de
conhecimentos sobre a prática são os saberes pedagógicos, que permitem ao
sujeito colocar-se em condição de dialogar com as circunstâncias, de compreender
as contradições, de articular teoria e prática. É possível, portanto, se falar em
saberes pedagógicos, como a possibilidade de criar, na prática, conhecimentos
sobre a condução, a criação e a transformação dessas mesmas práticas.
44
Para a autora, o saber pedagógico só pode se constituir a partir do próprio
sujeito, que deverá ser formado como alguém capaz de construção e de mobilização
de saberes. A grande dificuldade, em relação à formação de professores, é que, se
quisermos ter bons professores, teremos que formá-los como sujeitos capazes de
produzir ações e saberes, conscientes de seu compromisso social e político. Não dá
para formar professores como objetos dotados de habilidades e competências,
instaladas de fora para dentro, sob forma de fazeres descobertos por outros, que
nada significam na hora da prática.
Na perspectiva de Franco (2005) os saberes pedagógicos só são possíveis
em um sujeito que vai, gradativamente, assumindo uma posição política frente ao
compromisso de ser professor, engajando-se, criticamente, em suas circunstâncias,
cercando e acercando-se de sua realidade existencial, transformando-a em direção
às suas intencionalidades. Assim assumido, esse sujeito vai fazer uso do necessário
conhecimento didático, metodológico, cultural, servindo-se desse aparato teórico-
prático, para ir construindo, em ação, seus saberes disciplinares, didáticos,
metodológicos. A capacidade de articular o aparato teórico-prático, a capacidade de
mobilizá-lo na condição presente, a capacidade de organizar novos saberes a partir
da prática, essas capacidades em conjunto, estrutura aquilo que chama de saberes
pedagógicos.
Neste sentido, o profissional da educação tem que trabalhar articulando-se
com as novas exigências sociais e educacionais, revendo seus procedimentos,
quanto às abordagens de ensino, suas visões sobre a aprendizagem, avaliação, e
de posturas pessoais profissionais, e de relacionamento com alunos, colegas,
instituições e comunidades.
O professor deve estar atento às exigências sociais, legais, e educacionais,
revendo os seus recursos profissionais, tais como a atualização de seus
conhecimentos, para que possa responder, de forma competente, às expectativas
sociais e de seus alunos.
Em síntese, a atividade pedagógica, requer um planejamento apurado do
profissional da educação, que tenha objetivos e intencionalidade pedagógica. O
professor deve ter a consciência de que o trabalho pedagógico envolve todo o
cotidiano de um Centro de Educação Infantil, que ao atender a crianças nas suas
45
necessidades, o professor não lhe provém apenas os cuidados mais também o
insere no processo educativo de forma geral.
Assim, coloca-se como desafio para nós, profissionais da educação infantil,
direcionar o foco das atividades pedagógicas nas crianças, a forma como elas
ocupam os espaços, como se relacionam com ele, obtendo as possíveis pistas que
elas mesmas nos fornecem para subsidiar a atividade pedagógica. Ao observar as
crianças com todos os nossos sentidos e sensibilidades, aprendemos, pelo modo de
ser e de estar a criança no Centro de Educação Infantil, que quanto mais dermos a
elas espaços e tempo para expressar seus saberes infantis, mais elas nos
apontarão novidades, mais conheceremos suas manifestações e consolidaremos a
atividade pedagógica que queremos.
3 METODOLOGIA
Esta é uma pesquisa de caráter qualitativo, pois consideramos as referências
pessoais para a compreensão do conceito de atividade pedagógica das professoras
pesquisadas. Nosso interesse foi identificar as possíveis variedades de conceitos
dessas professoras constituídas nas suas vivências, durante sua formação e ação
docente.
Na pesquisa qualitativa, segundo Flick (2004) as subjetividades do
pesquisador e daqueles que estão sendo estudados são parte do processo da
pesquisa. Portanto, acreditamos que é importante considerar a dimensão expressiva
de toda narrativa de cada sujeito, embora tenhamos consciência que as narrativas
podem produzir distorções dos fatos reais, no entanto “elas são factuais como
narrativas e assim devem ser consideradas” (GASKEL, 2005, p. 109).
Nesta pesquisa buscamos identificar o conceito de atividade pedagógica das
professoras de crianças de quatro a seis anos e comparar se os conceitos de
atividades pedagógicas são diferentes entre as professoras graduadas e as
professoras pós-graduadas.
3.1 Sujeitos
Os sujeitos foram professoras da Rede Municipal de Itajaí que atuam com
crianças de 4 a 6 anos. De acordo com o Centro de Processamento de Dados da
Secretaria Municipal de Educação de Itajaí, no ano de 2006, o total de professoras
de 4 a 6, consistia em 134. Todas as 134 professoras receberam o questionário.
Obtivemos uma devolutiva de 94 professoras.
A partir daí passamos para a etapa da entrevista, a fim de apurarmos com
mais detalhes os dados obtidos no questionário. Para tanto, foi necessário
estabelecermos critérios de seleção dos sujeitos para esta nova etapa. A seleção
das professoras entrevistadas atendeu ao seguinte critério: ser efetiva na Educação
Infantil da Rede Municipal de Ensino de Itajaí.
Das 94 professoras que responderam questionário, 75 eram efetivas. Destas
identificamos as que eram graduadas e as que eram pós-graduadas.
46
No início desta pesquisa estávamos interessadas nas professoras graduadas,
pois consideramos que estas teriam o domínio de um referencial teórico agregado a
experiência profissional. Como este trabalho visa contribuir também com os cursos
formação inicial, fizemos esta opção.
No decorrer da pesquisa fomos observando que muitas das professoras
tinham pós-graduação e que isto seria um dado interessante para incluir em nossa
investigação.
Para tanto, definimos que entrevistaríamos 16 professoras. Consideramos
que este é um número viável e suficiente para o detalhamento das questões do
questionário. Realizamos, então, um sorteio de oito professoras entre todas as
graduadas e da mesma forma procedemos com as professoras pós-graduadas.
A seguir, apresentamos um quadro das professoras selecionadas para
entrevista (Quadros 2 e 3).
Nome Graduação Centro de Educação Infantil
Faixa Etária das crianças
Idade das professoras
Tempo de Serviço
Silvana Pedagoga Julieta Moura 04 anos 23 anos 01 ano Telma Pedagoga Renata Nunes 05 anos 40 anos 17 anos Cássia Pedagoga Renata Nunes 04 anos 46 anos 12 anos Marisa Pedagoga Joana Mattos 06 anos 37 anos 18 anos Carla Pedagoga Roberto Martins 04 anos 32 anos 05 anos Rosiane Pedagoga Mauro A. Pontes 04 anos 25 anos 05 anos Vanessa Graduada Humberto Cabral 04 anos 27 anos 03 anos Márcia Pedagoga Mauro A. Pontes 05 anos 38 anos 03 anos Quadro 2 - Característica das 08 professoras, de crianças de 4 a 6 anos, graduadas, da Rede Municipal de Ensino de Itajaí, quanto à formação, C.E.I, faixa etária das crianças, idade das professoras e tempo de serviço Fonte: Banco de dados da Secretaria Municipal de Educação de Itajaí.
47
Nome Pós-Graduação Centro de Educação
Infantil
Faixa Etária
das cças
Idade das
professoras
Tempo de
Serviço
Paula Ed. Inf. Séries Iniciais Renata Nunes 05 anos 36 anos 13 anos Carol Ed. Inf. Séries Iniciais Humberto Cabral 06 anos 29 anos 05 anos Fabíola Ed. Inf. e Processos de Alf. Marcos A. Pereira 05 anos 35 anos 05 anos Elizete Ed. Inf. Séries Iniciais Marcos Nalbucki 06 anos 47 anos 12 anos Taysa Ed. Inf. Séries Iniciais Marcos Nalbucki 04 anos 34 anos 15 anos Luciane Ed. Inf. Séries Iniciais Jucélia Silva 05 anos 32 anos 03 anos Gabriela Psicopedagogia Mauro A. Pontes 06 anos 29 anos 10 anos Ana C. Ed. Inf. Sér. In. e Ges. Esc João Fontes 04 anos 28 anos 01 ano Quadro 3 - Característica das 08 professoras, de crianças de 4 a 6 anos, pós-graduadas, da Rede Municipal de Ensino de Itajaí, quanto à formação, C.E.I, faixa etária das crianças, idade das professoras e tempo de serviço. Fonte: Banco de dados da Secretaria Municipal de Educação de Itajaí.
3.2 Coleta de dados
Essa pesquisa teve dois grandes momentos de coleta de dados. O primeiro
momento foi a aplicação do questionário. Este instrumento foi importante porque
apontou as atividades mais utilizadas pelas professoras como atividade pedagógica.
E foi a partir deste dado que formulamos a estratégia e roteiro da entrevista.
No segundo momento foi realizado as entrevistas (Apêndices B e C), a fim de
obtermos detalhamento sobre as atividades mais citadas no questionário.
3.2.1 O questionário
Flick (2004), afirma que para uma discussão geral que ultrapasse a sua
própria abordagem, sugere a utilização de um pequeno questionário que, juntamente
com uma entrevista, considera uma forma produtiva. A entrevista possibilita ao
pesquisador coletar dados (por exemplo, dados demográficos) que sejam menos
relevantes do que os tópicos da própria entrevista, antes da entrevista real. Isso
permite ao pesquisador reduzir o número de questões e – o que é particularmente
valioso em um programa, com espaço de tempo, limitando-se utilizar o curto tempo
da entrevista para tópicos mais essenciais. Na pesquisa optamos pelo uso de um
48
questionário, a fim de saber se os professores considerariam as atividades de rotina
como atividades pedagógicas.
Como já dito anteriormente, todas as 134 professoras foram convidadas a
responder o questionário, durante o ano letivo de 2006. O questionário foi entregue
em envelopes individuais para cada Centro de Educação Infantil. Tivemos um
retorno de 94 questionários (Apêndice A).
As questões do questionário foram as seguintes:
1- Cite 05 atividades de sua rotina.
2- Quais dessas atividades você considera que são atividades pedagógicas.
Justifique.
Como podemos visualizar, no gráfico (Anexo A), das 94 professoras que
responderam o questionário, 75 professoras, ou seja, 79,98%, afirmaram que as
atividades de rotina são atividades pedagógicas, ou seja, todas as atividades
realizadas no Centro de Educação Infantil (CEI) são pedagógicas. Das atividades
pedagógicas, mais citadas, 19 professoras, ou seja, 20,21%, citaram atividades
específicas, como por exemplo: história, roda de conversa, conversas informais,
dentre outras, conforme o Anexo A.
Analisamos as respostas do questionário da seguinte forma: realizamos um
levantamento das atividades mais citadas, ou seja, pelo número de vezes em que
apareciam nas respostas e a partir daí identificamos que as atividades mais citadas
foram: higiene, refeição, roda de conversa, parque, música, conforme o Anexo B.
3.2.2 A entrevista
Segundo Gaskell (2005), nas ciências sociais empíricas, a entrevista
qualitativa é um método de coleta de dados e o emprego desse, possibilita
compreender “o mundo da vida dos respondentes”.
Segundo o autor, a entrevista qualitativa fornece dados básicos para
“compreensão detalhada das crenças, atitudes, valores e motivações, em relação
aos comportamentos das pessoas em contexto sociais e específicos” (GASKELL,
2005, p. 65). No caso desta pesquisa, o objetivo foi compreender os conceitos de
atividade pedagógica das professoras no contexto de sua ação docente.
49
Para esta pesquisa, a combinação entre os dados coletados no questionário e
os dados coletados na entrevista foi fundamental para fornecer informações para as
interpretações necessárias.
A pesquisadora foi a campo, num período de dois meses e meio (março, abril
e maio no ano letivo de 2007), em 11 Centros de Educação Infantil. As entrevistas
com as 16 professoras foram áudio gravadas e transcritas.
Vale ressaltar que, ao chegar ao Centro de Educação Infantil, a pesquisadora
conversava com as professoras, solicitando a permissão para uma entrevista.
Explicava brevemente do que se tratava a pesquisa. Foi entregue o Termo de
Consentimento (Apêndice F), contendo as informações da pesquisa. A identidade de
cada professora foi preservada. Os nomes das professoras e dos Centros de
Educação Infantil que aparecem nos textos desta pesquisa são fictícios. Todas as
professoras entrevistadas são do sexo feminino.
Houve uma situação em que a professora negou-se ser entrevistada. Neste
caso a opinião da professora foi respeitada, fizemos um sorteio de uma nova
professora. Durante a entrevista, a pesquisadora deixou claro que não havia
respostas “certas e erradas”, e que se sentissem à vontade para falar o que
pensassem sobre o assunto em questão.
Segundo Rosa e Arnoldi (2006) a cordialidade entre entrevistador e
entrevistado é um aspecto relevante no processo de confiabilidade da pesquisa.
“Nessas circunstâncias, após a dificuldade inicial para interagir-se no diálogo, a
alteridade entre ambos deixa de ser obstáculo para a aproximação e constituir-se
num fundamento desta” (p. 22).
As questões da entrevista foram formuladas conforme os dados dos
questionários. Desta forma, as respostas do questionário serviram de base para
elaboração do roteiro das entrevistas. Conforme consta no Anexo B as cinco
atividades mais citadas, higiene, refeição, roda de conversa, parque e música. A
partir dessas atividades elaboramos um roteiro para as entrevistas:
1- No questionário que fizemos anteriormente sobre o que é considerada
atividade pedagógica, a atividade mais citada foi à higiene. Você concorda que a
higiene é uma atividade pedagógica? Quando você acha que a higiene é
pedagógica? Queremos saber por que você considera pedagógica, qual é a
diferença entre uma mãe fazer esta atividade e a professora?
50
2- A segunda atividade mais citada foi a refeição. Você concorda que a
refeição é uma atividade pedagógica? Quem faz a atividade de refeição? Quando
você acha que a refeição é pedagógica? Qual é a diferença entre uma mãe fazer
esta atividade e a professora?
3- A terceira atividade mais citada foi a roda de conversa. Você concorda
que a roda de conversa é uma atividade pedagógica? Quem faz esta atividade?
4- A quarta atividade mais citada foi o parque. Você concorda que o parque
é uma atividade pedagógica? O que a professora precisa saber para fazer deste
momento, um momento pedagógico? Qual a diferença de uma professora ou
qualquer outra pessoa estar realizando este momento?
5- A quinta atividade mais citada foi a música. Você concorda que a música
é uma atividade pedagógica?
6- Você gostaria de falar uma outra atividade que não foi citada aqui, que
consideras pedagógica?
Vale ressaltar que esse roteiro é semi-estruturado, ou seja, as perguntas
seguiram de forma flexível, seguimos a dinâmica da conversa estabelecida. O roteiro
orientou esta conversa. Foi utilizado ainda um diário de anotações com detalhes da
entrevista e do contexto. Por exemplo, se a pessoa transmitiu inseguranças,
dúvidas, irritação, etc.
No próximo capítulo será explicado os procedimentos utilizados no
tratamento e análise dos dados utilizados na entrevista com as professoras.
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Os dados que contribuíram para a compreensão das questões desta
pesquisa foram obtidos na entrevista com oito professoras graduadas e oito
professoras pós-graduadas, num total de dezesseis professoras.
Neste estudo optamos por uma análise qualitativa, pois acreditamos que a
construção do conhecimento pode se dar a partir do discurso, que por sua vez não é
transparente, nem tampouco neutro. Ele é historicamente construído, de modo a
estabelecer relações de sentido com outros dados, para os quais aponta ou dos
quais advém.
Entendemos, conforme Gaskell (2005) que relatar os métodos e os
procedimentos utilizados na investigação são meios de prestar contas das
evidências da pesquisa. No caso desta pesquisa, como já foi dito, fizemos opção
pela entrevista com um roteiro semi-estruturado.
4.1 Os dados das entrevistas
As respostas de toda a entrevista foram transcritas na íntegra,
cuidadosamente. A pré-análise ocorreu da seguinte forma: destacamos os pontos
relevantes para cada questão, conforme o Apêndice D - Pontos destaque das
atividades para cada tema abordado e análise conceitual.
A partir desses pontos relevantes elaboramos um quadro de análise
conceitual, conforme Apêndices D e E.
Palavras Utilizadas Freqüência Número de professoras que citaram Trabalhar 45 13 Ensinar 24 09
Aprender 20 10 Estimular 11 04 Orientar 09 05
Conversar 07 06 Dirigir 06 02
Intenção 05 01 Cuidar 05 04
Interagir 05 04 Atenção 05 04 Centrar 04 02 Brincar 03 02 Outros 14
Quadro 4 – Quadro demonstrativo da freqüência das palavras mais utilizadas para explicar o conceito de atividade pedagógica das professoras
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A palavra “trabalhar” foi mencionada por 13 professoras. Duas professoras
citaram sete vezes a palavra trabalho (Quadro 4). No discurso dessas professoras, a
palavra trabalho parece ter haver com uma ação relacionada ao repasse de
conteúdos como: número, alimentação e partes do corpo.
Esta palavra apareceu com mais freqüência na fala das professoras durante a
tentativa de justificar a atividade de música como sendo uma atividade pedagógica.
Isso fica ilustrado nos exemplos que seguem:
“Dependendo da música a gente trabalha tudo, matemática, citamos os
numerais. As crianças aprendem as matérias, os assuntos. Quando
trabalhamos alimentação, procuro uma música que fale sobre alimento”
(Telma/Graduada).
“Todas as propostas geralmente sou eu que trago. Trabalho o corpo
com a música do corpo” (Carla/Graduada).
“Trabalho o vocabulário ilustrado, dobraduras, gravuras nas revistas. É
bem interessante, adoro trabalhar com a música” (Vanessa/Pós-Graduada).
Outras professoras ao justificaram que a atividade refeição deve ser
considerada como pedagógica, utilizaram a palavra “trabalhar” relacionando a um
conteúdo específico.
“A refeição também é pedagógica, a partir do momento que a gente
trabalha a importância dos alimentos. O professor deve está sempre junto
então se torna pedagógico, a maneira que vai trabalhando a rotina também é
pedagógico” (Carla/Graduada).
“Às vezes eu trabalho projeto alimentação, acho que é pedagógico”
(Fabíola/Pós-graduada).
Utilizar a palavra “trabalhar” parece dar o sentido pedagógico, para atividades
como música e refeição, que são apontadas como atividades rotineiras, ou seja,
aquelas que aparentemente não seriam pedagógicas. Mas quando estão ligadas a
algum tipo de conteúdo curricular tradicional, ganham o status de pedagógica. Aqui
percebe-se que o pedagógico está intimamente ligado a trabalhar conteúdos
específicos.
Esta constatação é contraditória a afirmação das professoras que todo o
trabalho o é pedagógico. Nas falas das professoras vemos uma dualidade na ação
entre o que é considerado rotina e atividade pedagógica:
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“A refeição também é bem pedagógica, mais só que assim, com tudo,
aqui a gente tem que cuidar para não cair na rotina, porque às vezes se torna
tudo mecânico, a gente não faz todo dia” (Taysa/Pós-graduada).
Esta professora considera rotina aquilo que já tornou-se mecanizado, ou seja,
sem intenção, portanto, não pedagógico.
Já a professora Paula/Pós-graduada, ao responder se concorda que a higiene
é uma atividade pedagógica, fala:
“Pedagógica eu acredito que exatamente não, dá para estar unindo uma
ação pedagógica numa ação de rotina, eu penso dessa forma. Para mim
soninho, refeição e parque são atividades que entram no contexto da rotina” .
“A higiene agora para mim é só questão de rotina. Porque é um trabalho
de rotina, é pedagógico mais, é rotina mesmo” (Carla/Graduada).
Ao que parece esta professora também faz uma diferença entre pedagógico
e rotina. Talvez seja uma referência entre o que é cuidar e educar.
Barbosa (2006) baseada em uma revisão de literatura brasileira sobre rotina
indica que a rotina, muitas vezes, está diretamente relacionada aos aspectos de
organização e do funcionamento das turmas de crianças. Esta autora classifica dois
tipos de rotina, anual e diária. A justificativa da rotina é estabelecer uma
regularidade, uma constância nos horários e atividades para poder estabelecer
determinados hábitos, segurança e conforto para as crianças. A autora também
ressalta que alguns autores apresentam rotina como importante para a necessidade
das crianças e também do professor, como “ferramenta pedagógica”. Isto nos faz
pensar que a rotina como instrumento da intenção pedagógica, ou seja, a própria
atividade pedagógica. Esta compreensão justificaria a dificuldade dessas
professoras em definir estas ações. Ora diferenciam, ora unificam.
Barbosa (2006) encontrou pontos de vista diferentes sobre a rotina. O
primeiro trata-se da rotina como organização institucional e administrativo, com
objetivo de facilitar o trabalho adulto, traduzida pela rigidez de horários impostos,
gerando tensões. Um segundo ponto de vista da rotina como um instrumento de
auto regulação das crianças, integração das experiências prévias das crianças ao
planejamento do professor, o melhor uso do tempo e espaço para o
desenvolvimento das crianças. Para tanto, deveria-se considerar a rotina como
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“espinha dorsal” da organização da proposta educacional, para a formação do
educador, assim como para definição do papel do coordenador (DUDOIT, 1995).
Nesta pesquisa, a questão do pedagógico estar ligado a trabalhar conteúdos
específicos, se repete também na segunda palavra mais freqüente nos discursos:
“ensinar”. A palavra ensinar parece estar relacionado ao ensino das condutas de
comportamento.
“Tudo o que eu faço, eu acredito que seja pedagógico. Sentar direito
no banco ensina. Ter a consciência que a criança, e nós também, não
aprendemos nada sozinhos, sempre tem alguém para ajudar. Acho que o
professor tem que ter a consciência de ajudar a criança, de explicar para ela o
certo, eu sou muito rígida quando tem que ser, mais eu tenho muito coração
também” (Márcia/Graduada).
Na fala das professoras evidencia-se uma barreira em transpor suas ações
com intenção pedagógica, ora, se a atividade pedagógica é algo intencional,
ficaríamos o ano inteiro acreditando que uma atividade pedagógica somente ensina
as boas maneiras? O que dá para ser feito além disto? Isto está sendo discutido nas
formações, ou as formações continuadas não estão contribuindo para esta
“libertação” na ação das professoras.
“A higiene é pedagógica porque você está ensinando lavar as mãos,
escovar os dentes, ir ao banheiro, como é que tem que se limpar. Ensinamos
como devem se higienizar. Ensinamos isso para eles para fazerem a todo o
momento” (Juliana/Graduada).
“Concordo que a refeição é pedagógica porque ensinamos as boas
maneiras, o jeito de comer, pegar no talher, e desta forma eles vão
aprendendo” (Telma/Graduada).
“Na refeição ensinamos as crianças a se comportarem: falarem baixo na
mesa, comer sentado, a maneira correta de segurar o garfo e a faca,
ensinamos a troca da colher para o garfo e a faca” (Fabíola/Graduada).
“Considero a refeição pedagógica, porque neste horário estamos
ensinando a criança a ter bons modos à mesa, comer de boca fechada,
arrumar os talheres, comer certo com os talheres. Estimulamos as crianças a
comer direito, creio que é uma atividade pedagógica porque estamos
ensinando”(Carol/Pós-graduada).
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“A atividade de higiene é pedagógica. Para ensinar as crianças a
professora tem que levar ao banheiro, porque se não for junto, e não dizer
como é, a criança não vai saber. Tem que mostrar para criança, ensinar junto
para ela aprender” (Luciana/Pós-graduada).
“A refeição é pedagógica, ensinamos ter bons modos, como sentar a
mesa. Converso com a criança sobre o que eles vão comer, estimulamos eles
a comer direito, ensinamos a usar o talher, creio que é uma atividade
pedagógica porque estamos ensinando” (Carol/Pós-graduada).
Percebe-se em todas as falas das professoras um repasse de
comportamentos. Em nenhum momento constatou-se que as crianças estão sendo
ouvidas, ou até mesmo uma ação diferenciada, planejada pela professora, ou que a
professora planeja momentos diferenciados para cada dia, ou ao menos uma ou
duas vezes por semana. Parece estar tudo estancado, os discursos são os mesmos,
parece não haver diferença entre uma instituição e outra.
Ao que parece, as professoras, ao contrário do que afirmaram que tudo é
pedagógico, parece que a rotina não as ajuda a estruturar uma proposta
pedagógica.
A terceira palavra mais freqüente foi “aprender”. Ao que parece a palavra
aprender está relacionada às regras que as crianças devem seguir:
“Eles comem de colher, aprendem a pegar no talher, ensinamos a
colocar a comida no canto do prato, ensinamos a picar a carne, deixar as
sobras da comida ao lado do prato” (Vanessa/Pós-graduada).
A palavra estímulo foi a quarta atividade mais citada:
“A atividade de refeição é pedagógica !?... Em certos momentos pode
se dizer que sim, mais faz parte da criança, a alimentação, como ela come,
como ela é estimulada com os alimentos” (Elisete/Pós-graduada).
“Eu acho que a higiene é pedagógica, porque a criança precisa se
adaptar no ambiente, se ela não faz isso em casa, tem que ser estimulada na
escola” (Elisete/Pós-graduada).
“Com certeza a refeição é uma atividade pedagógica, percebemos atos,
atitudes, trocamos, discutimos, questionamos como se faz uma boa
alimentação, trabalhamos o valor do alimento, estimulamos o que eles estão
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comendo. Isso é muito bom, coisas que eles não comiam, estimulamos a
comer” (Marisa/Graduada).
“A roda de conversa é uma atividade pedagógica, para mim é uma das
mais significativas, porque da roda vai surgir todo um contexto da aula, uma
manhã, uma tarde, é ali que o professor vai estimular, vai organizar propor a
turma, o que vai ser feito naquela manhã ou tarde, eu acho que dali sai muitos
questionamentos” (Marisa/Graduada).
“A refeição só é pedagógica, quando a professora faz perguntas,
interage, estimula, observa se a criança está fazendo certo” (Gabriela/Pós-
graduada).
A palavra orientar foi a quinta atividade mais citada, percebe-se que para
algumas professoras a palavra “orientar” não está relacionada a uma mediação, uma
negociação com a criança, mais sim a um cuidado.
“O adulto, só está ali para orientar, olhar para não se machucarem, a não
ser se eu tenho uma atividade direcionada” (Silvana/Graduada).
“Durante a refeição não tem intervenção pedagógica, é livre para
refeição, só oriento o uso da faca e do garfo” (Rosiane/Graduada).
Já para estas professoras a orientação está relacionada a um objetivo, como
podemos constatar em suas falas.
“Na atividade de higiene, além da intenção de cuidar da criança a gente
tem a intenção, de orientar a criança fizemos com intencionalidade, por isso
que eu acho que tem diferença entre eu e uma mãe realizar esta atividade”
(Fabíola/Pós-graduada).
“A refeição é assim, se é só servir os pratos e não orientar não é
pedagógica, ela é, quando a professora busca uma meta, têm uma orientação
diferente em cada atitude que tu faz com teus alunos, eu acho que isso é o
diferente isso é diferencial” (Paula/Pós-graduada).
A seguir apresentaremos um quadro (Quadro 5) comparativo dos conceitos
identificados nas falas das professoras graduadas e pós-graduadas.
Este quadro tem objetivo de possibilitar observar as possíveis diferenças
entre as professoras graduadas e as com nível de pós-graduação.
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Professoras Graduadas em Pedagogia Professoras Pós-Graduadas Unidade de Análise Freqüência Unidade de Análise Freqüência
Trabalhar 19 Trabalhar 26 Ensinar 11 Ensinar 13
Aprender 08 Aprender 12 Intenção 05 Estimular 07 Atenção 05 Orientar 05 Dirigir 05 Interagir 05
Orientar 04 Conversar 03 Cuidar 04 Passar 02
Conversar 04 Ordenar 02 Estimular 04 Incentivar 02 Centrar 02 Educar 02
Respeitar 02 Brincar 02 Dominar 02 Objetivo 02
Concentrar 02 Outros 08 Outros 10
Quadro 5 - Quadro Comparativo dos conceitos de atividade pedagógica das professoras graduados em pedagogia e das professoras pós-graduadas.
As professoras graduadas e pós-graduadas relacionaram as palavras:
trabalhar, ensinar e aprender, ao conceito de atividade pedagógica.
Não percebemos no discurso das professoras diferenças entre as que são
graduadas e as pós-graduadas, como podemos observar nas falas a seguir:
“Concordo que a música é uma atividade pedagógica, estimula a
linguagem, comunicação, desenvoltura, trabalha o movimento do corpo”
(Marisa/Graduada).
“A refeição também é pedagógica, a partir do momento que trabalhamos
a importância dos alimentos. O professor deve estar sempre junto, então se
torna pedagógico. A maneira que trabalha a rotina também é pedagógica”
(Carla/Graduada).
“Trabalho a música com as crianças, a questão corporal, a letra da
música, textos, conhecemos as vogais, interagimos com personagens”
(Paula/Pós-graduada).
“A higiene é uma atividade pedagógica, porque a criança têm
necessidade da higiene. Se fizermos de uma forma pedagógica: ensinando a
importância de escovar os dentes. Estando sempre junto da criança
orientando e cuidando” (Fabíola/Pós-graduada).
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“A música é uma atividade pedagógica, porque com ela a criança
aprende mais, ela se solta, mostra gestos na brincadeira” (Elisete/Pós-
graduada).
Ao analisarmos os discursos nas cinco atividades mais citadas: higiene,
refeição, roda de conversa, parque e música, percebe-se que as professoras
graduadas relacionam estas atividades a um conteúdo, como o corpo, já as
professoras pós-graduadas ficam mais relacionadas ao cuidado.
“A higiene é uma atividade pedagógica, ensinamos lavar as mãos,
escovar os dentes, trabalhamos o corpo, o cuidado com o corpo. Isso é
pedagógico” (Silvana/Graduada).
“Eu acho que a higiene é uma atividade pedagógica, porque a criança
precisa se adaptar no ambiente, se ela não faz isso em casa, tem que ser
estimulada na escola. Acho importante a higiene: escovação, limpeza”
(Elisete/Pós-graduada).
“Gosto de trabalhar a música, todo tema que trabalhamos
encontramos uma música, ou fizemos uma letra, eles se envolvem, eles
adoram, eles aprendem mais rápido” (Silvana/Graduada).
“Considero a música uma atividade pedagógica, a criança interage
com o grupo, adoram cantar, expressar sentimentos, nos abraçamos,
cantamos, fizemos massagens, toques” (Taysa/Pós-graduada).
“Concordo que a roda de conversa é pedagógica. Fazemos todos os
dias no primeiro momento para nos reunirmos. A gente combina o que a gente
vai fazer na tarde, organizamos o que vai ser trabalhado na sala. Esse
momento é precioso às crianças sugerem um tema para montarmos um
trabalho, um projeto. Então esse momento é bem legal” (Telma/Graduada).
“Considero a roda da conversa, uma atividade pedagógica, a partir
dali sai o que vamos trabalhar no decorrer da manhã e da tarde, a atividade
que vamos fazer, o que eles querem fazer, o que já sabem. Cantamos uma
música. Se vamos ao parque... se não vamos eu falo o porque. Tem a
chamada, se esqueço de alguém eles lembram, o calendário, é bem
interessante, a gente aprende, eles falam o que aconteceu em casa, o que o pai
e a mãe fizeram. A gente deixa eles falarem” (Vanessa/Pós-graduada).
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Analisando as falas das professoras nas atividades de parque, refeição,
higiene, percebe-se que para algumas professoras estas atividades, não estão
relacionadas com o pedagógico. Talvez haja uma “confusão conceitual”, pois no
questionário descrevem que toda atividade é pedagógica, porém na entrevista não
conseguem justificar os motivos. Podemos constatar esta “confusão conceitual” nas
falas das professoras:
“O parque, geralmente é o brincar livre deles. Geralmente quando estou
no parque não interfiro no brincar, é mais o brincar livre deles”
(Juliana/Graduada).
“Eu acho que é rotina a atividade de alimentação” (Juliana/Graduada).
“A atividade de higiene é rotina, é fora parte do pedagógico. Está dentro
da educação mais para mim é como falei, é uma rotina, é um cuidado”
(Rosiane/Graduada).
“A atividade de higiene é mais rotina. Também é uma atividade
pedagógica..?! Mais é rotina” (Carla/Graduada).
Outra questão interessante que observamos é que para algumas professoras
não existe diferença entre a professora e a mãe realizar a atividade de higiene ou
refeição. Podemos constatar na fala da professora Marisa:
“Não vejo diferença entre eu e a mãe, porque a gente tem orientações.
Elas contribuem muito e fazem o que é para ser feito” (Marisa/Graduada).
“Pela experiência que tenho com meu filho, é a mesma, a gente ensina e
incentiva, mostra qual a importância da higiene, eu concluo que é a mesmo”
(Taysa/Pós-graduada).
Percebe-se na fala das professoras que no parque, não existe um
planejamento. Isso nos faz questionar: “O parque é uma atividade para as crianças
ou um momento livre para as professoras”? Ao que parece, para a professora
Carla/Graduada, é um momento para ela:
“O parque não é uma atividade pedagógica. A criança tem que ter o
momento do parque. Trato o parque com os meus alunos como um momento
livre, eles precisam desse momento. Acho que o professor precisa desse
momento para desligar-se. Não trato o parque como pedagógico”.
“O parque é mais o brincar. É claro que têm o pedagógico por causa do
cuidado. Mais na verdade é mais o brincar” (Cássia/ Graduada).
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“Eu fico só no cuidado mesmo. Alguns professores fazem com que seja
pedagógico, só que eu deixo livre para brincarem mesmo” (Carol/Pós-
graduada).
“A roda de conversa é pedagógica, mas pode ser também uma
recreação. A criança pode contar uma novidade uma coisa não pedagógica
naquela hora fica apenas uma conversa” (Cássia/Graduada).
“Acho o parque recreativo, porque eles estão livres. É mais o olhar do
cuidar, porque é o momento deles estarem livres para fazerem o que quiserem,
dentro dos limites é obvio. Neste ano não fiz nenhuma atividade pedagógica
no parque” (Rosiane/Graduada).
Após as análises percebemos que, o que faz a diferença para uma atividade
ser pedagógica, é quando a professora encara todos os momentos vivenciados no
Centro de Educação Infantil, com intenção pedagógica, profissionalismo, quando a
compreende que o Centro de Educação Infantil não é uma extensão de casa.
Podemos perceber esta intenção na fala da professora Cássia/Graduada:
“Não é só receber bem, cheguei tem que trabalhar. Não é uma rotina de
casa, aqui é trabalho, claro que se faz o possível que se tornar uma coisa tão
gostosa para criança, como se elas tivessem em casa, mais a gente sabe, que
não é como em casa, e a criança quando ela vem ela sabe que não está em sua
casa, por mais que ela seja bem acolhida, bem recebida, mais mesmo assim
ela sabe que ela está vindo para escola”.
Ramalho, Nuñez e Gauthier (2003) nos indicam que a formação do professor
como profissional de perfil amplo deve garantir uma sólida formação teórica, como
ferramenta de reflexão, de crítica e construção da prática, para a participação
consciente no desenvolvimento de projetos profissionais, sociais e individuais.
A profissionalização da docência está ligada a sua competência, e é esta
categoria que passa a ser uma referência norteadora dos processos formativos.
Porém o que percebe-se é que as formações continuadas são as mesmas, para
todas as professoras em todas as idades.
Outra questão apontada na análise dos dados é que as professoras separam
a rotina do pedagógico, talvez por conta das orientações do Referencial Curricular
Nacional para a Educação Infantil. Ao que parece não há entre as professoras, uma
preocupação com a compreensão do uso do tempo, que a rotina tem muito mais a
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intenção de criar hábitos e de organizar o trabalho pedagógico. Percebe-se nas
falas das professoras que rotina é mecânica, sem intenção pedagógica:
“A rotina não é pedagógica, porque repete todo dia para criança, é
massacrante, é uma rotina. A roda de conversa é rotina. Todo mundo fica
dentro de uma escola, todos sabem que precisa fazer o calendário, escovar os
dentes, soninho” (Rosiane/Graduada).
“Para mim soninho, refeição, parque são atividades que entram no
contexto da rotina” (PAULA - Pós-graduada).
A maioria das professoras tanto as graduadas quanto as pós-graduadas
consideram a rotina como uma atividade à parte na instituição. Segundo Barbosa
(2006, p. 108):
[...] a respeito da rotina, foi sendo constituído um discurso de flexibilidade, de instrumento de apoio ao trabalho, e não de regulação, de integração entre as experiências prévias das crianças e das rotinas institucionais, de alternância de tipos de atividades, de usos de espaço, de pensar tempos adequados para a execução de tarefas, de ouvir o saber especializado sobre qual a melhor forma de organizar a rotina, de fazê-lo com a participação dos professores e uma série de indicações interessantes que serão discutidas posteriormente.
Na análise, evidenciou-se que o conceito de atividade pedagógica para as
professoras pesquisadas está relacionado à elas, as propostas que apresentam para
as crianças:
“Todas as propostas geralmente sou eu que trago” (Carla/Graduada).
“O professor deve está sempre junto, então se torna pedagógico”
(CARLA - Graduada).
Para as professoras, uma atividade ganha o status de pedagógica quando
está aliada a um projeto, ou a algum tipo de conteúdo curricular mais tradicional:
“A partir da música nós temos muitos conhecimentos das coisas,
principalmente quando fala das frutas, das cores com alfabeto, é bem
produtivo. Eles gostam. Trabalhamos as estrelas, fazendo colagem e pintura. A
parte pedagógica é a contagem, aprendizagem da leitura, essa para mim é a
pedagógica” (Rosiane/Graduada).
“Às vezes eu trabalho projeto alimentação acho que é pedagógico”
(Fabíola/Graduada).
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Os dados demostraram que existe contradições, no discuso das professoras.
Ao contrário do que dizem de que tudo o que fazem no Centro de Educação Infantil
é pedagógico, das oito professoras graduadas e pós-graduadas, apenas cinco delas
consideram ter diferença no trabalho que uma professora desempenha para uma
mãe. Percebe-se que a questão da profissionalização, dos saberes, não estão
sendo levados em consideração.
Outra questão é que, das oito professoras graduadas, apenas duas
consideram a rotina pedagógica e das oito professoras pós-graduadas apenas três
consideram a rotina pedagógica. E das oito professoras graduadas, cinco separam
a rotina de atividade pedagógica, e das oito professoras pós-graduadas apenas
duas fazem a separação. A autora Batista (1998) mostra-nos que as creches estão
estruturadas sob rotinas rígidas, uniformes e homogeneizadoras, as quais dificultam
a expressão das singularidades e especificidades de cada criança, nas quais não há
espaço para escolhas. Ao chegarem nas instituições da Educação Infantil as
crianças encontram uma rotina diária que é comum a todos os grupos e em todas as
instuições: hora de entrar na creche, hora de entrar na sala, hora do lanche, hora do
parque, hora da higiene, hora do almoço, hora do descanso e, assim
sucessivamente até o final do dia. Segundo, Tristão (2005), neste espaço não há
lugar para escolhas: as ações dos adultos acabam subordinadas a esta seqüência
hierárquica, cabendo-lhes adequar os diferentes ritmos das crianças ao ritmo único
da rotina da instituição. Enfim, essa rigidez caracteriza-se pela previsibilidade dos
acontecimentos, partindo da concepção de uma criança também previsível.
A idéia aqui defendida é a de que podemos subverter os determinismos
presentes na inflexibilidade da rotina.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Educação Infantil “tem como finalidade o desenvolvimento integral da
criança até seis anos de idade em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e
social, complementando a ação da família e da comunidade” (Art. 29 da LDB
9394/96). A Política Nacional de Educação Infantil parte dessa finalidade para
estabelecer como uma de suas diretrizes a indissociabilidade entre o cuidado e a
educação no atendimento as crianças da Educação Infantil.
Os professores e os demais profissionais que atuam nas instituições de
Educação Infantil devem, portanto, valorizar igualmente atividades de alimentação,
leitura de histórias, troca de fraldas, desenho, música, banho, jogos coletivos,
brincadeiras, sono, descanso, entre outras tantas propostas realizadas
cotidianamente com as crianças.
Esta pesquisa teve como ponto de partida a seguinte questão: Como as
professoras de crianças de 04 a 06 anos definem o que é atividade pedagógica?
Os objetivos foram: Identificar os conteúdos e as atividades desenvolvidas
consideradas pedagógicas; Verificar o conceito de atividade pedagógica nas falas
das professoras; Verificar se existe diferença no conceito de atividade pedagógica
entre as professoras graduadas e as pós-graduadas.
Os dados dessa pesquisa confirmaram a hipótese inicial de que as
professoras fazem a separação entre a rotina e atividade pedagógica. Nas falas das
professoras identificamos uma dualidade na ação entre o que é considerado rotina e
atividade pedagógica, algumas professoras consideram rotina aquilo que tornou-se
mecanizado, ou seja, sem intenção, portanto, não pedagógico.
Na análise dos dados, evidenciou-se que não há diferença entre o conceito
de atividade pedagógica entre as professoras graduadas e as professoras pós-
graduadas. A princípio consideramos que a formação em nível de pós-graduação,
poderia apresentar diferença na fala das professoras. Essa diferença não foi
constatada, talvez pelos conteúdos recebidos nos cursos de especialização não
trabalharem com as especificidades da Educação Infantil. Desta forma os estudos
empreendidos na pós-graduação não promoveram uma outra compreensão ou não
ampliaram as reflexões das professoras pós-graduadas em relação as graduadas.
64
Um dado constatado, é que muitas delas freqüentaram cursos de final de
semana e algumas nem terminaram a graduação e já freqüentam os cursos de pós-
graduação. Diante deste fato a qualidade desses cursos é questionável.
Verificamos nesta pesquisa que a atividade pedagógica, segundo as
professoras, não ocorre apenas em momentos especialmente planejados e horários
específicos. Segundo elas tudo é pedagógico. Parece em primeiro momento que
elas têm uma concepção ampliada e incluem as brincadeiras e os passeios das
crianças ou os momentos de higiene sem distinção. Mas ao apurar estas atividades
consideradas pedagógicas, as dúvidas e contradições apareceram.
As professoras entrevistadas demonstraram dificuldade para justificar o
motivo das atividades citadas serem pedagógica e não incluíram em suas
justificativas o que se passa nas trocas afetivas entre adultos e crianças, durante o
banho, às refeições, no horário de entrada e em outras situações. As interações
entre o educador e o bebê enquanto este está tomando banho, ou as crianças
conversando durante o almoço, não foram consideradas nas justificativas das
professoras. As trocas e experiências significativas entre as crianças também não
foram consideradas para a ampliação do repertório de ações.
Atividade pedagógica para estas professoras está ligada ao ensino de
condutas, comportamentos. Ao que parece, as atividades são apenas um esquema
que prescrevia o que se tem que fazer na rotina diária e em que momento fazer. A
preocupação desses momentos é direcionada às necessidades únicas e exclusivas
dos adultos que trabalham nessas instituições.
Acreditamos que ao apresentar a intencionalidade pedagógica, também é
necessário escolher e apontar as ações necessárias para efetivar essa
intencionalidade: como tornar real a nossa projeção? Quais passos, recursos,
tempo, condições materiais, por exemplo, serão fundamentais? Além de permitir
organizar o nosso fazer pedagógico em face dos objetivos propostos, planejar
possibilita, permanentemente, revisitar esse processo.
Consideramos nesta pesquisa que, explicitar a intencionalidade da atividade
pedagógica e seu modo de operar, é uma atitude importante, pois tendo a
professora essa visão, ela se torna mais consciente, passível de análise crítica e
transformação. As atividades foram vistas nesta pesquisa, como um dos elementos
integrantes das práticas pedagógicas, porém, ao que parece na fala das
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professoras, as atividades não eram previamente pensadas, planejadas e reguladas,
com objetivo de ordenar e operacionalizar o cotidiano dos Centros de Educação
Infantil, e, constituir a subjetividade das crianças.
Arrisco a dizer que há um “senso comum”, no caso dessas professoras, que
se inicia na formação inicial, com jargões do tipo “tudo é pedagógico”, sem
compreender o que exatamente estão dizendo e que continua nos cursos de
formação continuada. O discurso não foi diferente, considerando a diversidade
existente numa Rede Municipal de Ensino. O saber acadêmico não está sendo
suficientemente refletido em relação à prática dessas professoras. Falta uma
integração reflexiva sobre a prática, tanto na formação inicial quanto na formação
continuada.
Não percebemos uma sólida formação profissional, e isso só é possível
quando a professora assume gradativamente uma posição política frente ao
compromisso de ser professora, engajando-se criticamente em suas atividades
docentes, cercando-se da realidade, transformando suas ações com
intencionalidade.
É interessante que o professor tenha o conhecimento de seus direitos e
deveres, o compromisso com a ética profissional e a dedicação constante ao seu
aperfeiçoamento pessoal e profissional. Estas características a serem consideradas
pelo profissional que trabalha nos Centros de Educação Infantil.
Considerando esses aspectos, é possível inferir que a questão da
profissionalização ou dos saberes docentes é um aspecto que precisa ser
considerado pelos professores, através de contribuições dos gestores públicos, dos
técnicos da Secretaria Municipal de Educação, bem como outros segmentos que
atuam nos municípios como as universidades e ou Instituições que trabalham com a
formação inicial e continuada dos professores, formulando e executando políticas de
formação para a Educação Infantil, mantendo um importante papel, no sentido de
contemplar as especificidades da Educação Infantil.
Ao que parece, as professoras não fazem conexão entre a teoria e a prática,
afirmam que toda atividade é pedagógica, porém não conseguem justificar os
motivos pelas quais, uma atividade é pedagógica, assim como Tardif, Lessard e
Lahaye (1991) nos falam, que os saberes provenientes da formação profissional são
adquiridos nas formações de professores, nos estágios, nos cursos de reciclagem, e
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seu modo de integração acontece pela formação e pela socialização profissionais
nas instituições de ensino. Concordamos com Tardif (2002), que ao realizar o
trabalho de análise do saber docente, destacam sua complexidade, demonstrando
seu caráter plural, oriundos da formação profissional, dos saberes das disciplinas,
dos currículos e da experiência.
Os dados demonstraram que as professoras trabalham com as condutas de
comportamento, na qual as crianças sequer são protagonistas do processo de suas
aprendizagens.
Na fala das professoras evidencia-se uma barreira para transpor suas ações
com intenção pedagógica. Ora, se a atividade pedagógica é algo intencional,
ficaríamos o ano inteiro acreditando que uma atividade pedagógica somente ensina
as boas maneiras? O que dá para ser feito, além disto? Isto está sendo discutido
nas formações, ou as formações continuadas não estão contribuindo para as
reflexões dessas professoras?
Para Franco (2005) a capacidade de articular o aparato teórico prático, a
capacidade de mobilizá-lo na condição presente, a capacidade de organizar novos
saberes a partir da prática, essas capacidades em conjunto, estrutura o que ela
chama de saberes pedagógicos. Para ela, os saberes da docência não podem se
organizar no vazio teórico, o que lhes daria a concepção de aplicação tecnológica de
fazeres. A prática docente, que produz saberes, precisa ser epistemologicamente
assumida e isso se faz pelo seu exercício enquanto práxis, permeada por
sustentação teórica, que fundamenta o exercício crítico-reflexivo de tais práticas.
Esse conteúdo, para a reflexão crítica, é retirado dos fundamentos da ciência
pedagógica, apenas tais fundamentos permitem a organização do círculo dialético
teoria/prática, versus prática/teoria, num processo transformador das práticas e das
teorias; processo esse, fundador dos saberes pedagógicos.
Portanto, só a ação docente, realizada como prática social pode produzir
saberes: saberes disciplinares, saberes referentes a conteúdos e sua abrangência
social, ou mesmo saberes didáticos, referentes às diferentes formas de gestão de
conteúdos, de dinâmicas da aprendizagem, de valores e projetos de ensino.
Na ação pedagógica é fundamental conhecer a realidade concreta, apreender
a educação e a escola na dinâmica histórica e social. Na maior parte das vezes, isso
envolve vários procedimentos, inclusive o de tornar a nossa prática pedagógica
67
objeto de nosso próprio olhar. Neste esforço, temos a chance de avaliar e questionar
nossas posições. O resultado desse movimento de apreender a realidade ganha o
corpo de relatos embebidos de dúvidas, angústias, enfim, problematizações
diversas.
Ao manter uma relação consciente com o seu trabalho, o professor é
impulsionado a explicitar sua intencionalidade pedagógica e suas convicções sobre
a responsabilidade profissional da docência. O que falta para esta consciência ser
fortalecida? Como conduzir as relações de trabalho para constituir a consciência
social e moral do professor?
Acreditamos que a elaboração de um planejamento depende da concepção de
infância, de educação, de processo educativo que temos e que queremos. Esse
novo olhar sobre a infância, no qual vem sendo discutido recentemente pela
sociologia da infância. Diante disto, acreditamos que o professor e a criança são
protagonistas do processo educativo na escola.
Portanto, consideramos que no processo de elaboração do planejamento, o
professor vai aprendendo e exercitando sua capacidade de perceber as
necessidades do grupo de crianças, localizando manifestações de problemas e indo
a busca das causas. Vai aprendendo a caracterizar o problema para, aí sim, tomar
decisões para superá-lo. O ato de planejar pressupõe o olhar atento à realidade.
Assim, podemos dizer, inicialmente, que o planejamento da prática pedagógica
representa uma necessidade inerente a este tipo de intervenção social que nos leva
inexoravelmente a explicitação da nossa intencionalidade: o que pretendemos? Isso
quer dizer que, na ação de planejar, já manifestamos nossas opções,
compromissos, princípios, enfim, nossas posições político-pedagógicas. Além disso,
a intencionalidade também emerge das situações concretas: nossas angústias,
dificuldades, insatisfações, enfim, desafios da nossa prática pedagógica.
Na análise dos dados, foi evidenciado que a questão do pedagógico está
ligado a trabalhar conteúdos disciplinares tradicionais. Atualmente, defendemos uma
postura de que o Centro de Educação Infantil pode ser educacional e adotar práticas
e cuidados que ocorrem no interior da família, sem precisar escorar-se em uma
divisão disciplinar que compartimenta a criança. A instituição pode ser escolar e
compreender que para a criança, a vida é algo que se experimenta por inteiro, sem
divisões em âmbitos hierarquizados, que para ela, a ampliação do seu universo
68
cultural, o conhecimento do mundo, ocorre na constituição de sua identidade e
autonomia.
Quando se indica a necessidade de tomar a criança como ponto de partida,
quer-se enfatizar a importância da formação profissional de quem irá educar essa
criança nas instituições de educação infantil. Não é a criança que precisaria dominar
conteúdos disciplinares, mas as pessoas que as educam. Tomar a criança como
ponto de partida exige da professora a compreensão de que para a criança,
conhecer o mundo envolve o afeto, o prazer e o desprazer, a fantasia, a brincadeira
e o movimento, a poesia.
Para as professoras pesquisadas, as atividades de música e refeição, são
apontadas como atividades rotineiras, ou seja, aquelas que aparentemente não
seriam pedagógicas. Mas quando estão ligadas a algum tipo de conteúdo curricular
tradicional, ganham o status de pedagógica. Percebe-se que o pedagógico está
intimamente ligado a trabalhar conteúdos específicos, ao contrário de pensar a
rotina como instrumento da intenção pedagógica, ou seja, a própria atividade
pedagógica. Esta compreensão justificaria a dificuldade destas professoras em
definir estas ações. Ora diferenciam, ora unificam. A polarização entre o assistencial
e educacional, apresentada pelas professoras durante a entrevista, opõe a função
de guarda e proteção à função educativa, como se ambas fossem incompatíveis,
uma excluindo a outra.
Talvez seja uma referência entre o que é cuidar e educar, apontada pelo
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil- RCNEI. Sabe-se que, o
RCNEI, teve um grande impacto, na formação continuada das professoras da Rede
Municipal de Ensino de Itajaí, bem como de todo o cenário educacional brasileiro,
apresentando-se como uma das perspectivas possíveis de se pensar a educação
infantil, a ampla distribuição de exemplares às pessoas que trabalham com esse
nível educacional, significa, de fato, a concretização de uma proposta que se torna
hegemônica, como se fosse a única.
Se o cuidado deve ser observado nos mais diferentes níveis educacionais,
trata-se de um elemento fundamental na educação infantil. Segundo Kuhlmann
(2005) a caracterização da instituição de educação infantil como lugar de cuidado e
educação, adquire sentido quando segue a perspectiva de tomar a criança como
ponto de partida para a formulação das propostas pedagógicas. Adotar essa
69
caracterização como se fosse um dos jargões do modismo pedagógico, esvazia seu
sentido e repõe justamente o oposto do que se pretende. A expressão tem o objetivo
de trazer à tona o núcleo do trabalho pedagógico conseqüente com a criança
pequena. Educá-la é algo integrado ao cuidá-la.
Considerando todas essas reflexões, pode-se dizer que há necessidade de os
professores refletirem sobre suas ações pedagógicas, no sentido de organizar as
atividades, na qual as crianças desenvolvam a imaginação, a curiosidade e a
capacidade de expressão em suas múltiplas linguagens (linguagem dos gestos, do
corpo, plástica, verbal, musical, escrita, virtual, etc). As atividades podem ser
realizadas, de forma que as crianças sejam desafiadas a ampliar seus
conhecimentos a respeito do mundo e da natureza, com atividades diversificadas
com escolhas e interações.
A qualidade não pode ser pensada exclusivamente em função do que é
oferecido em cada instituição de Educação Infantil, pois depende do apoio e da
orientação oferecidos pelo poder público. Dessa forma, um sistema educacional de
qualidade é aquele em que as instâncias responsáveis pela gestão respeitem a
legislação vigente, têm papéis definidos e competências delimitadas e apóiam
financeira, administrativa e pedagogicamente as Instituições de Educação Infantil a
ele vinculados.
Refletir sobre a questão da atividade pedagógica requer um estudo mais
aprofundado, considerando a emergência do tema e sua complexidade em torno da
ação pedagógica. Nesse sentido, torna-se fundamental a continuidade deste tema,
observando e orientando os professores da Educação Infantil na ação pedagógica,
fazendo-os refletir sobre propostas pedagógicas que contemplam princípios éticos,
políticos e estéticos, que promovam as práticas de cuidado e educação na
perspectiva da integração dos aspectos físicos, emocionais, afetivos,
cognitivo/lingüístico e sociais da criança, entendendo que ela é um ser completo,
total e indivisível.
Sugerimos para futuras pesquisas à investigação sobre a prática das
professoras, pois nesta pesquisa os dados foram levantados por meio de entrevista.
Sabemos que nenhum discurso é neutro, porém a constatação da prática traria
elementos enriquecedores para esta área de estudo.
70
É fato que permanece o problema relativo ao conhecimento da atividade
pedagógica, porém descrevemos a atividade pedagógica de modo conjunto, sem
hierarquizar, sem isolar umas e outras, no sentido de desmistificar a atividade
pedagógica como o assunto, o tema, o conteúdo, exclusivamente a ser trabalhado.
O importante é que o professor exercite o olhar atento, o escutar comprometido dos
desejos e necessidades dos grupos revelados em seus gestos, falas, expressões,
em suas linguagens.
É importante reafirmar que a história da construção da Educação Infantil no
Brasil já percorreu muitos caminhos, já contou com muitos protagonistas, faz-se
necessário obter consensos a serem sempre revistos e renovados, de forma
democrática, contemplando as necessidades sociais em constante mudança e
incorporando os novos conhecimentos que estão sendo produzidos sobre as
crianças, seu desenvolvimento em Instituições de Educação Infantil.
Portanto, espera-se que o professor possua uma sólida formação profissional,
atendendo às dimensões educacionais, na qual a sua criatividade é fator relevante e
fundamental na ação pedagógica. Desta forma as crianças pensarão de forma
própria, autônoma, participativa e interativa, envolvendo a turma nos diferentes
trabalhos a serem produzidos, analisados e discutidos entre os colegas.
É importante que os professores de Educação Infantil, definam, nas suas
ações o que é uma atividade pedagógica. Nesse sentido, tornam-se fundamental a
continuidade da pesquisa nesse campo, com a finalidade de conhecer, por meio da
observação, a prática das professoras que atuam com as crianças na Educação
Infantil, levando as mesmas a reflexão da sua ação pedagógica. Desta forma
reconheceremos o direito das crianças à educação de qualidade, com profissionais
“preparados”, ou “refletidos” para exercer tal função. É também demostrar que os
espaços de um Centro de Educação Infantil, se caracterizem como espaços de
experiências, de trocas, de respeito, de alegria, enfim que corroborem o direito das
crianças de terem uma infância digna.
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APÊNDICE A - Transcrição dos questionários das Professoras
Centro de Educação
Infantil/ Professores
1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.
C.E.I Natália do Nascimento Professora 01
Assembléia inicial Higiene Cantos Conversa em roda Brincadeira livre
Todas as atividades acima citadas são justificadas como atividades pedagógicas, sabendo-se que através da observação, exploração, participação, discussão, comunicação e interação, a criança terá oportunidades de ampliar o seu processo de aprendizagem.
Professora 02 Hora do lanche, refeição (almoço, jantar);
Horário de brincar livre no parque; Higiene: escovar os dentes, lavar as mãos; Momento do brincar livre, com brinquedos: dentro ou fora da sala de aula; Os jogos pedagógicos: peças de encaixe (lego), blocos de madeira, jogo da memória;
Estão desenvolvendo a linguagem, praticando a mastigação, reforçando os músculos faciais, e aprendendo a apreciar alimentos saudáveis para o seu desenvolvimento; O brincar livre, fora da sala de aula, com alguém observando, interferindo se necessário; desenvolve na criança suas coordenações motoras, emocionais, intelectuais; A criança descobre o seu corpo, desenvolve sua autonomia e seu auto estima, alem de adquirir hábitos básicos de higiene; Estimula o desenvolvimento psicomotor, o auto –estima, a linguagem, a coordenação motora, a socialização; Estimula o intelecto, faz com que raciocine, aprenda a resolver problemas, buscando soluções, estimula a criatividade também;
Professora 03 Higiene
Lanche, almoço, janta Chamada ou assembléia inicial Soninho
Todas. É também através das atividades de rotina, que as crianças estão desenvolvendo o seu aprendizado, proporcionando momentos de interação, aprendizagem e desenvolvendo sua identidade e autonomia.
Professora 04 Leitura
Escrita Músicas Danças Brincadeiras dirigidas
Todas são atividades pedagógicas, porque através delas tenho uma aprendizagem.
Professora 05 Leitura
Músicas Escrita Roda de conversas Brincadeiras dirigidas ou não
Considero todas as atividades pedagógicas, tendo entendimento que tudo aquilo feito na escola, com intenção de aprendizagem é pedagógico, essas atividades possibilitam situações de aprendizagem, desde uma conversa até a leitura de um vocabulário, história ou texto.
C.E.I Camile da Silva Professora 06
Assembléia; Lanche /Almoço; Parque; Organização da sala;
Todas são indiscutivelmente pedagógicas. Justificação: Durante a assembléia é explorado as músicas, a conversa informal, e a opinião da criança. Na hora do lanche / Almoço eu procuro estimular a postura da criança em frente do seu prato, como se senta a mesa, como segurar os talheres etc... Isso é trabalhar a identidade e a autonomia das crianças. Na higiene se desenvolve o bom hábito de escovar os dentes, a língua, a limpeza das mãos, etc...No parque as crianças brincam livremente onde se estimula a criatividade e a imaginação durante a brincadeira da casinha, pique –esconde ,pega- pega, entre outras.E por fim a organização da sala que desenvolve a atenção, a concentração, a organização espacial e permite que a criança perceba o quanto é importante permanecer num ambiente organizado, respeitado os espaços e a individualidade de cada um.
Professora 07 Contação de histórias
Atividades livres Parque ou pátio Conversa na grande roda Conversa informal Atividades de registro.
Entendo que todas; até nas refeições, tudo tem um objetivo, tudo é pensado. Inclusive quando cobramos tarefas, horários, materiais, a autonomia e responsabilidade.
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Centro de Educação
Infantil/ Professores
1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.
Professor 08 Escovação dos dentes Hora do parque História Conversa em roda Música
Histórias e conversa em roda. Pois através da história eles conhecem personagem e vive no mundo da fantasia. Com a conversa em roda faz com que a criança coloca para fora o desejo de expressar suas fantasias, curiosidade e versos até o que apreciam durante o dia, deixando sua aprendizagem compartilhar com a dos seus amigos.A música também traz paz e deixando a criança com dia alegre.
Professor 09 Conversas informais (literatura, música, etc).
Escovação Parque Alimentação Hora do descanso
Penso que as conversa informais são uma atividade pedagógica, onde estimulamos as linguagens orais, a criatividade, a identidade da criança, explorando assim o conhecimento delas. Nas outras atividades de rotina também são exploradas as atividades pedagógicas onde também é trabalhado o desenvolvimento do grupo.
Professor 10 Escovação
Roda de conversas (histórias, cantigas, novidades) Parque Hora da alimentação Soninho.
É na hora da roda de conversas que exploro ao máximo o conhecimento e apresento algum tema do qual vou trabalhar. Acredito que é contada várias cantigas e expondo algumas, novidades, acontecimentos, que fazem com que a criança desenvolva seus aspectos cognitivos, a criatividade e o próprio interesse. Também não posso também é trabalhado vário aspecto que é importante para o desenvolvimento da criança.
C.E.I Paulo Roberto da Silva Professor 11
Escolha do ajudante do dia; Leitura das palavras estudadas; Hora do conto; Momento da música; Momento do jogo;
Todas, pois todo momento pode ser pedagógico, desde que o professor saiba interagir com a turma e mediar a construção do conhecimento.
Professor 12 Calendário;
Condições do tempo; Contagem do nª de alunos; Chamada; Higiene; escovação / higiene;
Todas, pois todas promovem o desenvolvimento e são importantes para a criança.
C.E.I Renam Vieira de Maria Professor 13
Assembléia (conversa, chamada, calendário). Escovação Literatura Parque Higiene das mãos, antes e após as refeições.
Todas as atividades eu considero pedagógicas, tendo em vista que todas são realizadas com intencionalidade de ensiná-los.
Professor 14 Bingo de letras;
Massinha de modelar; Parque; Bolinha de números; Literaturas Infantis;
A atividade pedagógica tem intenção de ensinar alguma coisa; nestes moldes o bingo de letras de maneira lúdica acaba ensinando as letras do alfabeto. O parque proporciona através de seus brinquedos o desenvolvimento da coordenação motora ampla, a massinha de modelar explora a coordenação motora fina, criatividade, noções do lógico matemático assim como o boliche de números. As literaturas promovem o desenvolvimento sócio-afetivo, na hora do faz de contas, da expressão corporal, da imaginação e criatividade, na oralidade ao recortar ou criar uma história.
C.E.I Carlos Gomes da Costa Professor 15
Chamada em ordem alfabética / letras e números Linhas do tempo Calendário individual Higiene (escovação) Alimentação (Almoço, lanche e janta).
Chamada; Identifica o seu nome, a inicial de cada nome, e segue uma seqüência com os números. Calendário individual; Passam a conhecer os números, noção do tempo- espaço, identificam em que semana está (domingo –terça etc..) Quantas têm, em que mês estamos e outras maneiras desenvolver a noção do tempo.
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Centro de Educação
Infantil/ Professores
1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.
Professor 16 Linha do tempo Presença Refeições: café da manhã, almoço, lanche e jantar. Higiene das mãos, utilização dos sanitários e escovação dentária. Hora do brinquedo, jogos.
Considero todas como atividades pedagógicas. Exemplo: Na linha do tempo, Há marcação do tempo, noções de dias da semana, mês, ano, representação numérica do dia. Na presença, há a identificação do seu nome escrito e o de seus colegas, a contagem oral dos presentes e ausentes com a representação escrita de tais qualidades. Há também as noções de gênero (total de masculinos e de femininos). Durante as refeições trabalha se a importância de uma alimentação sadia e variada e os sanitários e o modo correto de escovar os dentes e suas importância também são atividades pedagógicas. Durante as brincadeiras e os jogos as oportunidades são inúmeras para observação e aprendizagem.
Professor 17 Hora da música
Hora da higiene Hora do almoço e lanches Hora do conto Hora do brinquedo
Todas, pois em cada uma delas a criança está aprendendo e desenvolvendo suas habilidades, seja da relação professor x aluno, aluno x aluno ou aluno x objeto, experimentando e vivenciando cada situação.
C.E.I Pedro Paulo Rebello Professor 18
Brincadeiras no espaço interno e externo Rodas de conversas Uso do calendário (linha do tempo). Roda de histórias Oficinas de desenho, pintura, modelagem e música.
Penso que todas as atividades relatadas a cima, são pedagógicas. Pois promovem aprendizagens e satisfação para as crianças, desenvolvendo também a criatividade e a livre expressão de cada criança.
Professor 19 Calendário
Cartaz do tempo Escovação Roda de conversa Desenho modelagem Pintura Música
Todas elas, pois em todo o tempo estamos ensinando e aprendendo algo; em tudo a criança esta se desenvolvendo.
C.E.I Carlos Fagundes Professor 20
Roda de conversa Contagem Histórias Brincadeiras Música
Considero todas, pois estão incluídas no nosso planejamento diário.
Professor 21 Roda de conversa
Roda da história Calendário Quantos somos hoje? Cartaz de Matemática Momento do brinquedo
Todas, pois nesses momentos e em outros também importantes às crianças estão em interação com seus pares.
Professor 22 Momentos dos brinquedos didáticos,
Calendário Atividade diária do tema trabalhado Parque Tarefas 3x por semana Orações de agradecimento
Acredito como pedagoga, que todas estas atividades são pedagógicas, incluindo principalmente a brincadeira, pois essa atividade é fundamental e de mera importância no mundo da criança. Seja ela brincadeiras dirigidas ou mesmo aquelas que eles mesmos se organizam entre eles acho todas essas atividades muito produtivas.
Professor 23 Alimentação
Higiene Atividades Dirigidas Brincadeiras livres Parque
Todas as atividades têm caráter pedagógico, pois compreendem a orientação e acompanhamento do profissional de educação
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Centro de Educação
Infantil/ Professores
1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.
C.E.I João Augusto Professor 24
Música História Roda de conversa Higiene Brinquedos e brincadeiras
Todas as atividades são importantes, pois contribuem para o desenvolvimento integral da criança, valorizando sua criatividade e tornando-os seres capazes de manifestar suas opiniões e socializar-se, para enriquecer e ampliar seus conhecimentos.
Professor 25 Escovação
Lavação de mãos repouso Contação de histórias Cantar
Todas envolvem o fazer pedagógico, pois nesta faixa etária a criança está em constante aprendizado. Toda a atividade deve ter um fundo pedagógico com o olhar voltado á criança, ao que ela faz, ao que consegue co a ajuda do adulto.
Professor 26 Roda de conversa
Contação de história Atividade escrita Blocos de encaixe Músicas variadas
Acredito que todas as atividades que são realizadas no espaço escolar têm função pedagógica, deste a hora em que recebemos nossas crianças com amor e atenção, nos momentos de conversa, na orientação nos horários de refeições até no brincar livremente, sua no parque ou qualquer outro espaço do C.E.I. Sendo assim acredito que toda e qualquer atividades tem sua importância para o desenvolvimento de nossas crianças.
Professor 27 Contagem oral (na hora da chamada) sendo esta
realizada no quadro com desenhos. Estudo, do tempo. Calendário Higiene Soninho
Todas as 4 são atividades pedagógicas( Contagem oral, estudo do tempo, calendário e a higiene) e a hora do soninho é indispensável para que ao criança se sinta renovada para as atividades vespertinas. Na contagem oral / trabalhamos a matemática com adição/ subtração, qualidade. No estudo do tempo / trabalha-mos o tempo como está, o hoje, amanhã e o ontem. No calendário trabalhamos os dias da semana, a matemática, os meses e o ano. E a higiene também é de grande importância para nós, professores e crianças, pois com ela evitamos muitas doenças e aprendemos a cuidar bem do nosso corpo.
C.E.I. Marcos Pontes Professor 28
Assembléia inicial (roda de conversa) Registro (desenho e escrita) Brincadeiras coletivas envolvendo a unidade temática em estudo Brincadeiras “livres” (parque, pátio, campo de futebol) Reprodução de trabalhos em equipe.
Acredito que todas as atividades acima descritas são atividades pedagógicas. Todo e qualquer trabalho realizados com as crianças que envolvam troca, conhecimento, sentimento, atenção, aprendizado é um trabalho pedagógico porque ajuda a cada um que faz parte do processo a crescer como ser e para contribuir no que se refere á vivências e aprendizados. “Contribuir com o ensinar e aprender” é preparar o ser humano para o amanhã “.
Professor 29 Recepção com músicas
Roda de conversa Chamada através do cartaz de pregas Contagem oral de número de alunos(meninos, meninas e total) utilizando os símbolos de identificação Exploração do Calendário (linha do tempo) Higiene bucal por meio da escovação Trabalhar oralmente e através da escrita o nome da cidade, para relembrar onde moramos (cidade).
Acredito que todas as atividades elencadas a cima são de total importância para o ato educativo; desde que tenha uma intencionalidade do professor. Qualquer atividade pode ser pedagógica; numa perspectiva onde aconteça uma pré-elaboração, pré-planejamento, com metas (objetivos) a alcança. Sendo esses aspectos de responsabilidade do professor para dar base para o aluno construir, recriar e aprender.
Professor 30 Atividades dirigidas
Roda de conversa Refeição Higiene Socialização de deveres Brincadeiras livres e dirigidas
Não há como separar ou discriminar algumas delas como pedagógicas. Em todas há o acompanhamento do professor, a orientação dando á elas um caráter pedagógico.
C.E.I Giseli do Nascimento Professor 31
Arrumação da sala Parque, Lanche Higiene Recepção e entregas das crianças, comemoração...
Todas as atividades que envolvem a rotina de um centro de ed. Infantis são pedagógicas. É na rotina que colocamos em prática os pressupostos do mec; Educar, cuidar e brincar. Em todas as atividades, de forma que dos seus alunos.
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Infantil/ Professores
1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.
Professor 32 Calendário (onde entra: o tempo, o dia da semana, mês e ano.) Chamada; através de fichas: (os alunos identificam o seu nome e devolvem ao quadro de pregas.) Atividades do dia: (pintura, auto –retrato, colagem etc....) Escovação dos dentinhos Histórias dramatizadas( de acordo com o tema estudado)
Todas são pedagógicas; pois as atividades de rotina trabalham o aluno diariamente pedagogicamente.
Professor 33 Banho
Troca de fraldas e roupas Sono e repouso Alimentação Brincadeiras
Para mim, estas atividades que fazem parte de minha rotina diária, são todas pedagógicas.
C.E.I Alice Fagundes Professor 34
Lanche Higiene Parque Chamada Descanso
Penso que todas são atividades pedagógicas, pois a cada atividade de rotina aprendem algo diferente. Cabe aos professores estar presente em todas os momentos incentivando e ensinando seu aluno.
Professor 35 Chamada
Tempo Música Higiene Atividades recreativas
Chamada trabalha a matemática através de quantidade, crianças que faltaram e que vieram. Tempo faz com que a criança perceba as mudanças que ocorrem durante o dia em sua vida Música permite fazer com que a criança conheça outros ritmos e melodias, melhores seu vocabulário, ordenando as palavras na formação de frases onde estimulam o raciocínio lógico e a memória infantil. Higiene se torna necessário e importante nesta fase da vida. Desde pequenos já devem adquirir hábitos de higiene para que no futuro tenha melhor qualidade de vida, e, se tornem cidadãos conscientes. Atividades recreativas são atividades que exigem trabalho corporal das crianças, onde tornam – se fundamentais nesse período da infância , pois, além de serem uma forma de diversão, ajuda a desenvolver a coordenação motora e a agilidade de raciocínio.
Professor 36 1ª Construção da data do dia e contagem dos
colegas 2ª Alimentação 3ª Escovação de dentes 4ª Parque 5ª Organização da sala e dos materiais
1ª Trabalhar – se dia, mês, ano. Matemática concreta e percepção do colega que faltou.. Reconhecimentos dos nomes dos colegas. 2ª Importância dos alimentos, cores dos alimentos (todos comem de tudo no pré, isto é vitorioso) 3ª Trabalhamos higiene, saúde, hábitos. 4ª Brincando se aprende, cada dia que passa vamos inserindo brincadeiras novas. 5ª Sabendo que precisam organizar vão crescendo em suas responsabilidades a cada dia.
C.E.I Maria Isabel Professor 37
Leitura do Alfabeto Oração Linha do tempo Contagem de meninos e meninas Jogos de encaixe
A leitura do alfabeto, porque diariamente é estimulado a alfabetização. A linha do tempo, pois é trabalhado a percepção (noção de tempo e espaço).
Professor 38 Assembléia inicial o dia, mês, ano, dia da
semana, chamada, contagem meninos meninas, e o total. Leitura de literatura Conversa informal referente o assunto a ser trabalhado. Brinquedos ou jogos pedagógicos Músicas
Penso que são todas, pois cada uma tem um objetivo que acrescentará na formação do docente. Sendo no social, cultural, intelectual, enfim um ser completo de bem com a vida.
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Infantil/ Professores
1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.
C.EI. Nicolas Machado Professor 39
Chamada Cartaz do tempo Ajudante do dia Música Calendário Leitura do alfabeto e dos numerais
Todas. Porque todas elas trabalham o desenvolvimento intelectual e cognitivo da criança.
Professor 40 Leituras diárias do alfabeto, numerais.
Contagem das crianças Identificação do dia e mês Jogos de encaixe Música
Todas são atividades pedagógicas e importantes para o desenvolvimento da criança onde cada uma tem uma função mais pedagógica a outra trabalha mais a interação e socialização.
C.E.I Márcio Corrêa Professor 41
Chamada através do quadro de pregas Contagem das crianças Recapitulação de aulas anterior, em forma de assembléia. Previsão do tempo (dia, mês, ano), Oração de agradecimento
Considero todas, pois têm objetivos específicos a serem explorados, fazendo assim com que as crianças adquiram e desenvolvam conhecimentos.
C.E.I. Carlos Figueira Professor 42
Música Brincadeira Roda de conversa Higiene (Valorização da limpeza e aparência pessoal). Chamada (nome traz também uma história, um significado).
Explora e identificar elementos da música para se expressar, interagir com outras e ampliar seu conhecimento de mundo. Brincadeiras é uma ação que ocorre no plano da imaginação isto implica que aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica. Na roda de conversa surge o domínio da linguagem em múltiplas circunstâncias, nas quais as crianças podem perceber a função social que ela exerce e assim desenvolver diferentes capacidades.
C.E.I Lauro Silva Professor 43
Brincadeiras de montar (peças) Jogos diversos Música Recorte e colagem Teatro
Nas brincadeiras de montagem com peças desenvolver o raciocínio e a lógicas matemática. Nos jogos a observação a auto – estima. Na música a oralidade e a expressão corporal No recorte e colagem a coordenação motora ampla e fina. No teatro além da oralidade e a expressão corporal também desenvolvo as diferentes expressões, a escolha de personagens.
Professor 44 Assembléia (planejamento cooperativo)
Recreação Linguagem escrita (nome, palavras...). Matemática (contagem, registros, nª) Linguagem oral (música, poema, distórias)
Estas atividades registradas no item anterior são pedagógicas, pois tem como objetivo desenvolver algumas habilidades planejadas com antecedência, visando um desenvolvimento integral do aluno.
Professor 45 Jogos educativos
Pinturas (guache, lápis, giz de cera) Recorte e colagem Escrita Brincadeiras ao ar livre
Todas estas atividades são pedagógicas, pois todas são planejadas com antecedência visando o desenvolvimento do aluno em todas os sentidos, bem com a sua socialização.
Professor 46 Assembléia
Recreação Parque História Jogos
Todas as atividades desenvolvidas são atividades pedagógicas, pois na medição e aprendizagens significativas acontecem.
Professor 47 Roda de conversa
Contação de história Atividades dirigidas Brincar Refeição e higiene
No meu ponto de vista, em todas elas há um cunho pedagógico, uma aprendizagem. Em qualquer uma delas o processo de ensino e aprender se caracteriza.
C.E.I. Carlos Pereira Professor 48
Calendário Higiene Assembléia Descanso Parque
Calendário, porque trabalham a noção de tempo, números, contagem. Higiene a importância da higiene para a saúde, autonomia. Assembléia participação nas atividades. Parque brincar desenvolvimento cognitivo e motor.
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1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.
Professor 49 Calendário Hora do conto Roda de música Higiene Parque
Considero todas estas atividades pedagógicas, pois todas são realizadas com objetivos a serem alcançados. Os objetivos relacionados a estas atividades são: Forma de tempo, contagem, números e numerais, Expressão corporal, criatividade, leitura, produção de textos, Expressão corporal, sensibilidade; Autonomia, autoridade, cooperação, solidariedade, Interação, e vários outros. As atividades quando realizadas com objetivos, pode se considerada a uma atividade pedagógica.
C.E.I Marcelo Corrêa Professor 50
Trabalho sobre a data, tempo, lua, números de meninos e meninas e o total de cada dia. Refeições (café, almoço, lanche e janta) Escovação Hora do soninho Recreio (parque)
Todas! Porque ao trabalhar data, tempo, etc... Desenvolve noções de matemática, tempo, gênero, fenômenos da natureza, etc. Nas refeições, a forma adequada de se alimentar, os alimentos saudáveis, as boas maneiras... Na escovação, a saúde bucal, a maneira correta de escovar os dentes... Na hora do soninho, o controle sobre o próprio corpo e a necessidade do descanso até para um bom aprendizado e no recreio as regras de grupo e socialização!
Professor 51 Trabalho com calendário para as crianças
adquirem noção de seqüência numérica dias da semana e meses (passado, presente, futuro) Ficha com o nome completo Leitura de notícias (jornal, revistas, panfletos) Alfabeto móvel para formar palavras do interesse da criança ou de acordo com o contexto. Pinturas e desenhos livres para aflorar o potencial artístico.
Tudo que planejo para minhas aulas são atividades pedagógicas por estarem ligadas a um objetivo que vai desencadear uma aprendizagem. Até as atividades livres ou aquelas quer são pedida pelas crianças considero pedagógica também porque sempre se desenvolve alguma habilidade ou algum tipo de prazer e descontração.
Professor 52 Colocamos a data no quadro: dia, mês e ano.
Marcamos o dia no calendário. Chamada no quadro de presença. Higienização diária (lavar as mãos antes da refeições/ escovação) Recreio.
Todas, pois através destas trabalha - se vários eixos principalmente matemática e linguagem oral e escrita.
C.E.I. Julieta Moura Professor 53
Alimentação; Higiene; Roda de conversa ou da história; Música ou cantigas; Atividades dirigidas ou temas ou projetos trabalhado;
Apesar da rotina ás vezes ser um tanto cansativo e desgastante para as crianças ou até mesmo para nos professores, na minha opinião todas estas citadas acima são atividades pedagógicas, pois muitas vezes nessas atividades nos dão novas informações, idéias, suportes para serem trabalhadas com a necessidade da criança, do que ela realmente quer aprender e tem interesse em aprender.
C.E.I. Miguel Corrêa Professor 54
Lanche (café da manhã) Almoço e Janta Higiene das mãos e higiene bucal; Parque Hora do soninho (organização dos colchões e cobertores) Hora do cantinho (história, desenho, fantoches, brincadeiras, fantasias)
A cada atividade realizada sempre tem um cunho pedagógico. Citei a hora do soninho, pois as crianças ajudam os cobertores, guardam os travesseiros, esta rotina irá construir para que a criança faça esta organização no seu dia a dia em casa arrumando seu quarto; e conseqüentemente levará para vida futura.
Professor 55 Parque
Brincar soninho Escovação Refeições
O parque, o brincar, escovação, refeições e soninho, o parque e o brinca trabalha a socialização, noções espaciais. A escovação fala da higiene, o cuidado. As refeições relaciona com o prazer, prazer de comer, de sente na mesa e ver o amigo. Todas estas contribui na construção pedagógicas da criança.
C.E.I. Marcio Eduardo Professor 56
Chamada Calendário Hora do conto “história” Refeições Conversa informal
Todas fazem parte do pedagógico, pois, o pedagógico não é só a ministração de conteúdos didáticos.Mais uma globalização de noções básicas para a vida da criança nessa faixa etária.
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1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.
Professor 57 A chamada e calendário Leitura de uma história Brincadeiras no parque O soninho Roda de conversa Refeição
Eu considero pedagógica, a chamada e o calendário, pois, trabalhamos as letras do nome, o tempo, clima, estação do ano, eu acho essa parte muito legal, pois podemos ensinar as crianças. O uso de roupas de cada estação, hábitos, o que sentimos de diferente entre uma estação e outra. Através da leitura podemos explora a imaginação das crianças, leitura não é só ler, é levar a criança ao mundo da fantasia, a pós a leitura podemos fazer Roda de conversa, textos coletivos, desenhos sobre a história, entre outras, na educação infantil.
Professor 58 Roda de conversa
Música Jogos Brincadeiras Hora do canto
Todas as vivências do cotidiano da criança são oportunidades de aprendizagem. Na escola, todas as situações e ambientes, devem permiti atividades pedagógicas, com base nos seus conhecimentos prévios, nas suas relações afetivas, nas experiências e desafios, na sua interação com o mundo, nos movimentos e brincadeiras, que proporcionarão o desenvolvimento de suas potencialidades.Na mediação, o professor irá interação entre as crianças, com atividades hídicas, de faz – de - conta, entre outras, permitindo que elas compreendam o mundo de forma prazerosa.
C.E.I Maria Simas Santoro Professor 59
Roda de conversa Alimentação Higiene Escovação dentária Brincar em grupo ou individualmente.
Como estamos trabalhando com a educação infantil, acredito que a palavra “educar” significa desenvolver situações, atividades que envolvam o cuidar, a brincadeira, e a aprendizagem de forma integrada para que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis.
Professor 60 Roda de conversa
Hora de cantar Contação de histórias Calendário (dia, mês, ano). Quantos somos hoje? (meninos, meninas)
Considero que todas estas atividades estão ligadas ao pedagógico, pois não tem como separa - lo. Em todas os momentos da nossa prática o pedagógico se faz presente permeado todo o trabalho voltado para a Ed. Infantil.
Professor 61 Roda de conversa
Assembléia inicial; recepção jogos quebra cabeça; Histórias Calendário.
Acredito que todas essas atividades são pedagógicas pois trabalho todos os eixos, matemática, identidade e autonomia, enfim; Muitas vezes inconsciente mais trabalhadas.
C.E.I Roseti Romualdo Professor 62
Desenho Jogos Brincadeiras Literatura infantil Música
Através do desenho a criança reflete suas impressões do meio circundante. Ela representa seus gestos, sentimentos, movimentos através do desenho. O brinquedo e a brincadeira são métodos e procedimentos educativos. A atividade imaginativa é uma atividade criadora e através da leitura infantil a criança interage e se expressa.
Professor 63 Roda de conversa
Parque Brincadeiras rítmicas dirigidas Interpretação e contação de histórias Pintura e escrita do nome.
Todas. A roda de conversa é um momento que o professor e o aluno tem para discutir fatos acontecidos no dia - a - dia, contar amigos que compareceram, observa o tempo e o calendário, assim a criança trabalha linguagem, números, noção de tempo e qualidade. O parque é propício para brincadeiras na área de faz de conta, onde a criança utiliza bastante a imaginação como também utiliza movimentos psicomotores (subir, descer e ter imaginação) Nas brincadeiras rítmicas, a expressão corporal é muito bem explorado, através da música, atenção e concentração. Na interpretação e contação de historias, o enterece, a atenção, a concentração e a imaginação, são explorados de diversas maneiras, tanto na linguagem oral, onde a criança repete a história que ouviu, quando nos desenhos, representados de maneira criativa. A pintura, além de proporcionar prazer, trabalha cor, ordenação de tamanho e coordenação motora. E por fim a escrita do nome, é importante para o reconhecimento das letras.
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Infantil/ Professores
1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.
C.E.I Jucélia Silva Professor 64
Refeições Assembléia do dia, linha do tempo e sorteio do ajudante. Horário de parque Escovação Hora do descanso.
Nas atividades de rotina também há intervenção das professoras com comentários referentes á questionários das crianças e comportamento, conseqüentemente há troca de conhecimento e aprendizagem. Tudo o que se faze com as crianças tendo significado para ela provoca aprendizagem. Muitas vezes o retorno demora.
Professor 65 Roda da história
Assembléias Recreação Calendário Alimentação (café, almoço, lanche, janta)
Todas, pois em todo momento o profª é mediador do conhecimento e interage juntamente com as crianças. Desde que a criança chega no C.E.I. até a hora da despedida ela está envolvida em um planejamento pedagógico desenvolvido pela profª.
Professor 66 Hora do café
Roda de conversa Roda da história Almoço Parque
Todas as atividades são pedagógicas, as crianças estão em constante aprendizado. No momento de todas as rotinas é trabalho do todas as formas de ensino aprendizagem.
C.E.I Jacqueline Moraes Professor 67
Contação de história Ilustração Brincadeiras com jogos educativos Brincadeiras livres no pátio e no parque Música Roda de conversas
Penso que todas as atividades são pedagógicas, pois todas são direcionadas as crianças da ed. Infantil. Sendo assim as mesmas desenvolve o raciocínio, a afetividade, a comparação, a linguagem oral, a criatividade e a imaginação de todos.
Professor 68 Roda de conversa
História Cantigas Recreação livre ou dirigida Escovação dentária
Todas são atividades pedagógicas, pois induz a criança a criar, expor seus pensamentos possibilita a discussão e o envolvimento.
Professor 69 Atividades de escrita
Coordenação motora Chamada Calendário Parque Brincadeiras livres.
Todas, pois trabalham com o cuidar, brincar. Todas estimulam o desenvolvimento global do aluno.
C.E.I Mauro Augusto Pontes Professor 70
Artes Leitura Matemática Tempo Brinquedos e jogos.
Todas. Considero atividades pedagógicas. Desta atividade a criança viverá programa que a auxiliará aprender por si e se fazer, ela própria o guiar de sua educação e atender aos seus reais objetivos.
Professor 71 Escrita no caderno
Contação de História Pintura Modelagem com massinha (de acordo com que é trabalhado) Desenho livre e direcionado Contagem de alunos
As atividades mencionadas a cima. São pedagógicas, desde o momento que ela está sendo aplicada de forma, na qual está é direcionada para o desenvolvimento de aprendizagem do aluno de forma divertida e prazerosa.
Professor 72 Distribuição dos crachás com o nome
Calendário Nome do município no quadro Contagem é verificação dos nomes de quem não veio Trabalho com tampinhas.
Eu considero todas como pedagógicas, pois em cada uma delas é possível de se desenvolver os eixos principais para o desenvolvimento saudável das crianças.
C.E.I Simone Chagas Professor 73
Organização Roda da conversa Atividades dirigidas. Roda de história Hora de brincar “livre”
Penso que todas as atividades realizadas dentro do C.E.I. são Pedagógicas, pois tudo é aproveitado para educar, cuidar e informar ou até descontrair as crianças.
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1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.
C.E.I. Graziela Corrêa Silva Professor 74
Roda da conversa Momento literário Músicas Jogos livres Recreio, Refeição Escovação dos dentes.
Considero atividades pedagógicas todos os momentos em que posso estar avaliando meu aluno, orientando e proporcionando a assimilação e o aprimoramento de novos conhecimentos.
Professor 75 Roda da conversa
Roda de história Brincadeiras em sala e fora da sala Café matinal Música Jogos pedagógicos
Penso que a parti do momento que estou junto do meu aluno orientando – o nas diversas atividades, posso considerar atividades pedagógica.
Professor 76 Roda da conversa
Roda de histórias Músicas Jogos livres Atividade dirigida. Recreio, escovação.
Todas são importantes, pois todas dão oportunidades da criança ampliar seus conhecimentos, e com elas, (através delas) posso avaliar, observar acompanhando assim o processo do desenvolvimento, de cada um.
C.E.I Letícia Mafra Professor 77
Recepção das crianças com brinquedo. Alimentação. Assembléia; Contagem, Calendário. Roda de conversa; Atividades Parque. Hora do sono.
Se estamos fazendo a mediação todas as atividades são pedagógicas, pois até na hora da alimentação estamos lembrando os modos de se comportar, falando dos alimentos saudáveis,etc.
Professor 78 Brinquedos no espaço interno
Roda de conversa Roda de histórias Chamadas/ Calendário Cuidado com o corpo e higiene.
Roda de conversa: Ocorre a troca de conhecimentos, experiências e vivências.Ampliando assim o conhecimento do aluno. Chamada /Calendário: Conhecimento das letras, iniciais do nome, noções de quantidade. Jogos educativos: Que desenvolvam noções de espaço, quantidades, regras, cooperação.
C.E.I Antônio Müller Professor 79
Parque Escovação Atividades Dirigidas Brincadeiras livres Alimentação.
As atividades dirigidas e as brincadeiras livres, pois é nesses momentos que exploro; A capacidade de cada criança, que acontece a troca de experiências de alunos professor e aluno com aluno são nessas atividades de que podemos perceber quais os limites de nossos alunos, e como estamos construindo para a aprendizagem deles.
Professor 80 Calendário
Escovação Refeição Atividade dirigida Atividades livres
Todas são importantes em cada momento orientação sobre determinadas atividades, uma é o gancho da outra, calendário é trabalhando matemática, linguagem oral e escrita, artes. Refeição a importância do alimento e como devemos comer, escovação hábitos de higiene, atividade dirigida é alimentação, mediadora e na atividade livre e regras de conversa social de como devemos seguir.
Professor 81 Roda de conversa
Calendário Refeição Atividades dirigidas Escovação
Todas, pois em todo momento estou intervindo e orientando para que todo momento seja um momento de aprendizado significativo.
C.E.I Iara da Luz Professor 82
Chamada Alimentação Parque Escovação Hora do soninho.
Todos essas atividades podem ser consideradas pedagógicas. Justificativa: Por ter objetivos, e ao serem desenvolvidas diariamente proporcionam as crianças um melhor rendimento nas atividades subseqüentes.
89
Centro de Educação
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1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.
Professor 83 Lanche Chamada Linha do tempo Parque Escovação Almoço
Linha do tempo: trabalha noção de quantidade Ontem hoje amanhã formas cores enfim trabalha tudo que você quiser. Chamada: Vogais concordâncias símbolos cores formas tipo de letra Escovação: coordenação motora tato gosto quantidade. Lanche e almoço: trabalha a importância da alimentação, cores formas quantidade leve pesado azedo salgado doce amargo. Parque coordenação motora ampla e fina.
Professor 84 Refeição diária
Chamada Roda de conversa Escovação
No meu entendimento todas implicam momentos de aprendizagem.
C.E.I Marúzia Nascimento Professor 85
Leitura e interpretação de estórias infantis; Conversas em roda contação de vivências, Canto (trabalhando a oralidade e a escuta) Estudo de palavras novas tentativas de escrita; Organização do espaço, pertences e higiene pessoal (ex: escovação) Jogos e brincadeiras;
Acredito que todas são, pois trabalhamos de forma a contextualizar os conteúdos, sempre preocupada em desenvolver alguma habilidade, incentivar a autonomia, contribuir para o crescimento pessoal e do grupo.
C.E.I. Marilene Silva Professor 86
Musicalização; Alfabeto; Conversa informal; Brincar; Lateralidade;
Todas as atividades pedagógicas faz-se necessário
Professor 87 Refeição;
Escovação; Parque; Roda de conversa; Leitura do alfabeto;
Roda de conversa e leitura do alfabeto. Porque trabalhamos o conhecimento a troca de experiências e a autonomia.
Professor 88 Refeição;
Escovação; Parque; Leitura do alfabeto; Roda de conversas;
Leitura do alfabeto e roda de conversa. Porque trabalhamos o conhecimento, a troca de experiências e a autonomia.
Professor 89 Musicalização;
Assembléias; Histórias; Desenho livre; Brincadeiras;
Todas as intervenções realizadas dentro do C.E. I são pedagógicas.
C.E.I Cláudio Sena Professor 90
Musicalização; Assembléias; Histórias; Desenho livre; Brincadeiras;
Todas as intervenções realizadas dentro do C.E. I são pedagógicas.
Professor 91 Musicalização;
Alfabeto; Conversa informal; Brincar; Lateralidade;
Todas as atividades pedagógicas fazem necessários
C.E.I. Marisa Rocha Professor 92
A escrita; Colagem e recorte; Literatura infantil; Brincadeiras; Refeição Higiene;
Considero todas pedagógicas, através desses fatos estamos passando conhecimento para as crianças.
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1- Cite cinco atividades de sua rotina. 2- Quais dessas você considera que são atividades pedagógicas. Justifique.
Professor 93 Assembléia inicial; Lanche; Higiene; Momentos da leitura (literatura) envolvendo dramatizações; Recreação (parque- pátio) +DVD etc...
Literatura. Pois è onde a criança amplia sua imaginação em diferentes momentos e gêneros, observo que todos têm um grande valor em si mesmos, a freqüência das leituras possibilita o decifrar de palavras e letras, é importante ouvir histórias, contos etc... A participação e dramatização a partir da leitura envolvem a criança a explicar e argumentar suas idéias e pontos de vista no mundo de faz de conta. Pois no dia a dia ela associa a realidade das suas falas contidas valorizando a comunicação.
Professor 94 Calendário, (dias da semana, do mês, ano);
Alimentação Higiene; Assembléia final; Assembléia inicial; Brincadeiras diversas; Cantigas;
Todas têm o objetivo de agregar e ou ampliar conhecimentos das crianças, inclusive no período de alimentação e higiene.
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APÊNDICE B – Transcrição das entrevistas das Professoras de 4 à 6 anos,
Graduadas em Pedagogia
1- Professora Silvana
CEI: Julieta Mora
Data: 21/03/07
Graziela: Silvana, eu apliquei um questionário com os professores de
quatro a seis anos, no ano passado das atividades pedindo que eles citassem cinco
atividades de sua rotina, e quais dessas consideravam atividade pedagógica, a
primeira atividade mais citadas foi à higiene. Você concorda que a higiene é uma
atividade pedagógica?
Silvana: Com certeza, com a higiene você está ensinando a etapa de lavar
as mãozinhas. Temos que estar ensinando a higiene das mãos, a escovação dos
dentes, é uma atividade pedagógica, a gente está trabalhando o corpo, o cuidado
com o corpo então isso é pedagógico.
Graziela: Dê-me um exemplo do que você faz para este momento ser
pedagógico? Quem faz a atividade de higiene é você?
Silvana: Eu que levo eles para lavar as mãozinha, agora no momento nos
não estamos fazendo escovação, por causa do tumulto do banheiro a pia está
quebrada.
Graziela: Quem faz a atividade de higiene?
Silvana: Geralmente sou eu.
Graziela: Qual é a diferença de você fazer essa higiene e uma mãe?
Silvana: Bom, eu não sei por eu não sou mãe, mais geralmente a mãe vai
lá lavar a mão da criança, lavar a pele da criança limpa, ensinamos como deve estar
fazendo, eles mesmos se higienizarem. Ensinamos como lavar as mãos, escovar os
dentes, ir ao banheiro, como é que tem que se limpar. Geralmente as mães é quem
limpam nessa idade. Ensinamos como devem se higienizar, como dar a descarga.
Ensinamos isso para eles para fazerem a todo o momento.
Graziela: A atividade de refeição foi a segunda mais citada como atividade
pedagógica. Você concorda?
Silvana: Bom. Na refeição? Pedagógica?
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Graziela: O momento da alimentação você considera pedagógico?
Silvana: É. Eles se alimentam, é porque a gente faz com autonomia,
ensinamos a pegar a colher. Porque muitos aqui nessa idade costumam pegar com
a mão.
Graziela: Você não considera que é pedagógico é uma atividade de rotina?
O que você considera
Silvana: Eu acho que é de rotina a atividade de alimentação.
Graziela: Quem dá a refeição?
Silvana: Nós duas levamos, vamos fazer a higeinização, depois eles
sentam. Servimos eles. Eles escolhem o que querem comer e eles mesmos se
servem.
Graziela: A roda de conversa foi a terceira atividade mais citada como
atividade pedagógica. Você concorda?
Silvana: Concordo. Estamos sempre conversando com eles. A roda de
conversa é uma atividade muito utilizada. Todos os dias sentamos para conversar
sobre o tema que a gente vai trabalhar, as dúvidas deles, sobre tudo que ta
acontecendo na sala, tem que ta conversando.
Graziela: O que é uma roda de conversa com uma orientação pedagógica,
o que a professora faz para ser um momento pedagógico?
Silvana: Geralmente eu estou dirigindo. Quando eu estou dirigindo a
conversa.
Graziela: Dirigindo, como assim? Dê-me um exemplo.
Silvana: Por exemplo, quando a gente conversa sobre o final de semana,
sentamos na roda eu vou dirigindo, questionando o que eles fizeram, eles falam ao
mesmo tempo, vai ser acumulando, então eu dirigindo, questionando cada um fala
de uma fez , os outros ouvem, cada um fala um pouquinho.
Graziela: Silvana, o parque também foi considerado uma atividade
pedagógica você concorda?
Silvana: O parque, geralmente é o brincar livre deles, geralmente quando
estou no parque não interfiro no brincar, olho para não se machucarem, estou
sempre em cima cuidando, mais é o brincar livre deles, a não ser, se a gente tiver
uma atividade direcionada para fazer, vamos fazer um circuito todo mundo para cá,
todo mundo desce ali, agora desce a escada, ai sim eu acho pedagógico.
93
Graziela: Você acha que tem diferença se uma outra pessoa for brincar,
uma merendeira, ou a zeladora tem diferença ou não?
Silvana: Sim, este momento é livre, sendo livre eu acho que não tem
diferença. O adulto, só está ali para orienta para olhar, para não ser machucarem, a
não ser se eu tenho uma atividade direcionada.
Graziela: A música também foi considerada atividade pedagógica, você
concorda?
Silvana: Concordo. Gosto de trabalhar a música, todo tema que a gente
trabalha encontramos uma música, ou fizemos uma letra, eles se envolvem, eles
adoram, eles aprendem até mais rápido.
Graziela: Dê-me exemplo ?
Silvana: Faz duas semanas que estamos trabalhando o corpo, cantamos
várias músicas: -“Fui ao mercado comprar café, veio à formiguinha e subiu no meu
pé”. É uma música que a gente conhece faz muito tempo, trabalhamos o corpo,
apontando as partes do corpo, estou trabalhando pedagogicamente, ensinando as
partes do corpo. Eles se envolvem, adoram a musica, não adianta falar, a esse aqui
é o teu pezinho, na musica eles já tão aprendendo.
2- Professora: Telma
C.E.I. Renata Nunes
Data: 15/03/07
Graziela: Telma, eu realizei um questionário com os professores de quatro
a seis anos, no ano passado das atividades pedindo que eles citassem cinco
atividades de sua rotina, e quais dessas consideravam atividade pedagógica, a
primeira atividade mais citada foi à higiene. Você concorda que a higiene é uma
atividade pedagógica?
Telma: Concordo porque na refeição ensinamos as boas maneiras, o jeito
de comer, pegar no talher, e desta forma eles vão aprendendo.
Graziela: Tem diferença você fazer a refeição ou outra pessoa a mãe ou a
merendeira, por exemplo?
Telma: Acredito que tenha porque a gente está mais próxima, convivemos
mais com eles, puxamos mais com eles para ensinar, para passar o nosso
conhecimento para eles. Uma outra pessoa até ensina, mais a gente puxa mais.
94
Graziela: Dê- me um exemplo o que você faz para esse momento ser
pedagógico?
Telma: O que tem quer fazer ?
Graziela: O que tem que saber, por exemplo?
Telma: A maneira de conversar com as crianças, ensinar para eles
entenderem minha fala. Porque não adianta eu ir lá dar a merenda para eles e ficar
calada olhando. Se é uma sopa explico o que vai na sopa, para que serve as
vitaminas, os nutrientes , a importância da merenda para eles, para o crescimento
deles , para a saúde.
Graziela: A roda de conversa também foi citada como atividade
pedagógica. Você concorda?
Telma: Concordo, fazemos todos os dias no primeiro momento para gente
ser reunir, eles contam a gente investiga como foi em casa e depois como é que foi
na sala, a gente combina o que a gente vai fazer na tarde, organizamos o que vai
ser trabalhado na sala. Esse momento é precioso às crianças sugerem um tema pra
gente montar um trabalho um projeto. Então esse momento é bem legal.
Graziela: O parque também foi considerado atividade pedagógica, você
concorda?
Telma: Concordo porque ali eles estão aprendendo com os amigos, um não
machucar o outro, como brincar e respeitar os amigos, a socialização também, um
brincar com o outro ou então o grupo inteiro.
Graziela: O que você faz para que esse momento ser pedagógico? Você vê
diferença se uma outra pessoa trabalhar com as crianças?
Telma: Eu vejo como professora, porque a gente ensina. No memento que
eles estão aqui no CEI, ensinamos alguma coisa, então o momento do parque a
gente trabalha as regras do grupo.
Graziela: A musica também foi citada. Você concorda que a musica é uma
atividade pedagógica?
Telma: Concordo porque dependendo da música a gente trabalha tudo,
matemática citamos os numerais. Trabalhamos com música e as crianças aprendem
as matérias o assuntos, quando trabalhamos alimentação, procuro uma musica que
fale sobre alimento. Trabalhar o corpo. Tudo é para ajudar a criança no
conhecimento dela uma coisa está integrada na outra.
95
3- Professora: Cássia
CEI: Renata Nunes
Data: 29/03/07.
Graziela: Cássia, eu realizei um levantamento sobre o que os professores
consideram atividade pedagógica. A atividade mais citada foi à higiene, você
concorda que a higiene é uma atividade pedagógica?
Cássia: Creio que sim, porque até mesmo na hora da higiene, a criança
está desenvolvendo alguma coisa naquele momento.
Graziela: Quem faz a atividade de higiene?
Cássia: Eu faço. Eles sabem que antes de se alimentarem têm que lavar as
mãos, após a alimentação toda criança sabe que tem a escovação, isso também é
um ato pedagógico. Aquela criança que não tem esse hábito em casa, aqui ele vai
adquirir, então não deixa de ser um ato pedagógico.
Graziela: Tem diferença se você fizer essa atividade, ou uma merendeira,
uma mãe?
Cássia: Depende da pessoa que vai fazer, talvez possa ser uma
merendeira, se for uma pessoa bem consciente que sabe, eu acho que não tem
essa diferença. Claro que não tem essa porque “eu sou professora”, não tem.
Graziela: Então outra pessoa pode assumir?
Cássia: Pode. Depende da pessoa, tem pessoa que não tem muito essa
vontade, essa obrigação, vai servi, pronto já acabaram. Tem aquelas que pensam
assim,eu sou uma merendeira e esse papel não é meu. Eu vou servir, terminaram já
pode ir, mas tem merendeiras que não, tem aquela consciência que aquilo ali é
importante, então depende muito da pessoa lógico.
Graziela: A refeição foi considerada atividade pedagógica, você concorda?
Cássia: Também, porque tem o fato da criança pegar na colher, tem criança
que não sabe, levar a colher na boca, tem a questão de estar ali orientando, porque
as vezes a criança não tem modos nenhum em casa, a gente sabe podemos
intermediar “não segura acolher assim”, a gente não leva a boca ate a colher, trás a
colher até a boca, principalmente os menores , eles precisam mais dessas
condições , é um momento pedagógico por mais que a criança não tem essa
consciência, mais é pedagógico.
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Graziela: Como que a refeição é pedagógica, o que você faz para tornar um
ato pedagógico? Dê-me um exemplo do teu dia-a-dia?
Cássia: Como estou dizendo, por exemplo, agora é hora do café, nós
vamos para o lanche eles se acomodam na mesa, olha agora não é hora de barulho,
vamos respeitar a hora do lanchinho, na hora do lanche a gente tem que dar o
respeito, eu acho que isso ai é o momento, já é o meu horário de trabalho eu já
comecei. Que dizer desde que a gente os leva para sala eu já comecei, começo
iniciar o momento pedagógico. Desde o momento de receber, isso também é um ato
pedagógico. Não só o pedagógico, mas só pra mim já se torna.
Graziela: O que você quis dizer não é o pedagógico? Tem algum momento
que não é pedagógico?
Cássia: Não, eu digo assim porque não é só receber bem, cheguei tem que
trabalhar. Não é uma rotina de casa, aqui é à hora do trabalho, claro que se faz o
possível que se tornar uma coisa tão gostosa para criança, como se elas tivessem
em casa, mais a gente sabe, que não é com em casa, e a criança quando ela vem
ela sabe que não está em sua casa, por mais que ela seja bem acolhida, bem
recebida, mais mesmo assim ela sabe que ela está vindo para escola.
Graziela: A roda de conversa, também foi uma das atividades mais citadas.
Você concorda que à hora de conversa é uma atividade pedagógica?
Cássia: Ela é, mas pode ser também uma recreação, porque derrepente à
criança trás um assunto, “ai professora na minha casa aconteceu assim...”. Aquele
ato pedagógico, que estávamos fazendo, derrepente pode ser quebrado, sai dessa
rotina diária, do pedagógico, porque vai ser um bate papo. Ela pode até sair do ato
pedagógico, a criança trouxer aquilo, está ansiosa para contar, e eu estou
trabalhando alguma coisa, quebrei aquilo que estava fazendo, entramos no clima da
criança, então deixamos aquele momento e entramos no um bate papo. A criança
pode contar uma novidade uma coisa não pedagógica naquela hora fica apenas
uma conversa.
Graziela: O parque também foi considerado uma atividade pedagógica,
você concorda?
Cássia: O parque, acho que é mais o brincar. É claro que têm o pedagógico
por causa do cuidado, então têm, mais na verdade é mais o brincar. Claro que o
cuidado têm que estar bem presente toda hora. E pedagógico ele é, não deixa de
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ser, porque quando a criança está subindo ou descendo, quando ela está
comentando: “fui no balanço, o balanço era vermelho”, tudo isso ai.
Graziela: Quem vai ao parque com as crianças?
Cássia: Nós duas vamos.
Graziela: Você vê diferença se outra pessoa for brincar com as crianças no
parque, a mãe ou a coordenadora?
Cássia: Não sei se é um defeito, com relação a parque, eu vejo assim que
nessa hora tenho que estar presente, tem que ter um cuidado. Talvez eu não tenha
aquela confiança. Por exemplo, você vai, não é conhecida pelas crianças, tu vai lá
cuidar para mim não é a mesma coisa, se eu estivesse presente.
Graziela: Por que não?
Cássia: Não sei, porque eu sinto mais segurança quando estou ali,
entende?
Graziela: Por que, o que você faz?
Cássia: Porque eu sou assim, eu vou ao parque, eles brincam a vontade,
estou toda hora atenta, se eles não passam na frente do balanço, se eles caem se
machucam. Na hora do escorregador, eu fico muito atenta, pareço um guarda não
que eu proíba eles brincarem, mais eu cuido para não passarem atrás do balanço,
ou não escorregarem assim porque podem virar.
Graziela: Você é cuidadosa?
Cássia: Quando a Salete fica não é a mesma coisa se eu estivesse, porque
eu tenho uma preocupação. Grazi, tu já foste professora, tu sabes que as mães em
casa, elas têm um ou dois filhos e não dão conta. Mas se você leva vinte cinco
crianças, ao parque, se acontece um acidente tem aquela mãe que é compreensiva,
mais já tem aquela que não pensa assim, porque em casa ela não da conta de duas,
mas aqui tu és obrigada a dar, então a minha preocupação maior é essa. Veja só,
às vezes as meninas podem me achar meio chata, porque não é a questão que eu
não confio Grazi, como aconteceu segunda, a gente veio tomar café e elas ficaram
as duas atendentes, mas na minha mente, será que eu deveria ter deixado a Izolete
lá com eles. Não tem, é uma preocupação minha talvez eu tenha um defeito como
eu também posso cuidar bem elas também podem, eu sei que a Izolete cuida bem,
mais não é a mesma coisa se eu estiver.
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Graziela: A música também foi considerada atividade pedagógica você
concorda?
Cássia: Ela ajuda tanto na linguagem como no psicomotor, através, de
gestos, a linguagem principalmente, porque ele desenvolve muito a linguagem da
criança, eu creio que ajuda até aquela criança, que tem problema de dicção, se ela
tem um problema de fala, a própria musica, não precisa ficar corrigindo, na própria
musica ela já vai. Estamos trabalhando o coelho janjão, tem aquela criança que tem
aquela dificuldade e fala errado, mais no ouvir, no cantar ela está pegando a letra da
musica, ela pode falar janjão errado, ela não tem ninguém corrigindo, ela vai
cantando a musica, então não tem ninguém ajudando. Os gestos por que tem
aquela criança que é muito presa, ela está vendo que os outros vão se soltando ela
nota nela mesma que ela é um pouquinho presa, mais com o tempo ela vai se
soltando, eu penso assim que a musica é importante que ajude, é ajuda muito.
4- Professora: Rosiane.
CEI: Mariana Graciola
Data: 18 de abril de 2007.
Graziela: No questionário que fiz anteriormente sobre o que é considerada
atividade pedagógica a atividade mais citada foi à higiene. Você concorda que a
higiene é uma atividade pedagógica?
Rosiane: Eu concordo.
Graziela: Por quê?
Rosiane: É porque é partindo dela que a gente começa instruir a criança,
porque a criança tem que saber cuidar do seu corpo, dê tudo, para está na escola,
eu acredito assim, não sei muito bem as palavras.
Graziela: Quem faz a atividade de higiene?
Rosiane: Agora são as meninas (as agentes) , no começo eu expliquei
como é que faz, estou fico orientando as crianças na janta ou no almoço, elas (as
agentes) vão vindo com as crianças que estão terminando e vão orientando eles.
Graziela: Como é essa orientação?
Rosiane: Elas ficam aqui no lado de fora com eles , e eles estão
escovando, ficamos orientando, escovar os dentes para um lado, para o outro, em
cima, em baixo, essas orientações básicas, e sempre que esta escovando deixar a
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torneira fechada para não gastar muita água, então já não esquecem mais de fechar
a torneira, acaso um esqueça eles viram para o amigo e pedem para fechar a
torneira.
Graziela: Você acha que tem diferença se a professora for fazer essa
atividade de higiene, ou a zeladora, uma merendeira, ou uma mãe?
Rosiane: Eu acredito que sim. Uma que as crianças sabem e não sabem.
Se vier uma pessoa de fora que eles não conhece, vão brincar na água, vão colocar
a escova na cabeça deles como já aconteceu no começo, eu acredito que vai
atrapalhar bastante.
Graziela: Tem a diferença?
Rosiane: Tem.
Graziela: A segunda atividade mais citada foi à refeição. Você concorda
que a refeição é uma atividade pedagógica?
Rosiane: Ela é uma atividade pedagógica, mais só tipo assim, eu achei
dificuldade esse ano para apresentar os talheres: garfo e faca. Foi o primeiro ano
que eu comecei a trabalhar com o garfo e faca. É pedagógico mas seria a parte dos
pais ensinar em casa. Uma que com quatro anos, eles não tem muita
responsabilidade com as coisas, então eles passam a língua na faca, é uma coisa
perigosa para ensinar, tem bastante crianças na sala.
Graziela: Você que realiza esta atividade?
Rosiane: Eu que realizo, eu acho bem complicado.
Graziela: Você fica cuidando?
Rosiane: Eles passam à faca na língua, nós explicamos que o garfo a faca
é só para encostar o alimento.
Graziela: Nesse momento é só a refeição?
Rosiane: Só, fazer a refeição.
Graziela: Não tem intervenção pedagógica?
Rosiane: Não, é livre para refeição, só oriento o uso da faca e do garfo.
Graziela: A terceira atividade mais citada foi à roda de conversa. Você
concorda que é uma atividades pedagógicas?
Rosiane: Eu concordo com a roda pedagógica, só que não uso a roda,
deixo eles sentados nas cadeiras e conversamos tudo que é o assunto, o tema que
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vai ser trabalhado, alguma coisa que eles sugerem na sala, converso eu não sento
com eles e faço a roda.
Graziela: O que você acha que o professor precisa de conhecimento pra
fazer desse momento um momento pedagógico?
Rosiane: Assim na rotina ou no tema que a gente vai trabalhar?
Graziela: Por que você separa a rotina?
Rosiane: Porque não costumo usar mais, tem gente que costuma usar a
rotina faz a roda de conversa, eles contam como foi o final de semana, só por aquilo,
vai pro quadro faz uma atividade de calendário isso ai é uma rotina.
Graziela: Não é pedagógico?
Rosiane: Acho que não, porque repete todo dia para criança, é
massacrante, é uma rotina. Uso mais para conversar sobre o que vamos aprender,
explorando o assunto. Acho interessante assim, é uma maneira deles centrarem em
mim, prestando a atenção no que tem que fazer, eu mostrando, do que a gente vai
tratar o assunto.
Graziela: E no planejamento o que o professor precisa saber?
Rosiane: Na hora do nosso planejamento que é um relatório diário, eu não
costumo relatar a rotina diária, eu não coloco todo dia após o almoço escovamos os
dentes, depois da janta escovamos o dente , não costumo colocar.
Graziela: Isso é rotina?
Rosiane: Eu acho rotina, eu acho quando todo mundo fica dentro de uma
escola, todos sabem que precisar fazer o calendário com eles, que precisa escova
os dentes, que tem o momento do sonhinho o momento do parque, então eu acho
que é rotina
Graziela: Deixas claro, que é uma atividade de rotina?
Rosiane: Sim.
Graziela: O que é pedagógico para você?
Rosiane: Pedagógico para mim é a parte do ensinar a criança, passar para
ela os conhecimentos.
Graziela: O que é esse ensinar, dê-me um exemplo?
Rosiane: Por exemplo, partimos do corpo humano, do alimento, então eu
passei para eles que a alimentação é importante como eu passei para eles o nosso
corpo, separei com eles o que era fruta, verdura, eles foram dando exemplos, trouxe
101
para sala as frutas para eles estarem manuseado, uma criança que trouxe limão
para fazermos limonada, a parti daí vou puxando a parte pedagógica e vou
trabalhando as atividades com eles.
Graziela: Que atividades?
Rosiane: Trabalho manual, recorte, colagem, quebra cabeça das frutas,
letras, para eles apresentarem experimentos com receitas que estamos fazendo em
sala. A parte oral eles são pequenos, o que está mais dificultoso para eles é o nome,
para passarem por cima da coordenação motora fina eles tem bastante dificuldade.
Graziela: Como você faz?
Rosiane: Faço pontinhos para passarem por cima, eles têm bastante
dificuldade, alguns que têm quase quatro anos são mais espertos, mais os outros
estão com bastante dificuldade, acho que nunca pegaram no lápis. Não dá para
puxar muito por eles, porque agora é a idade deles descobrirem as coisas.
Graziela: A quarta atividade mais citada foi o parque. Você concorda que o
parque é uma atividade pedagógica?
Rosiane: Eu acho que é recreativa, porque a criança está sendo
monitorada por mim e pelas agentes, no intuito de não deixar se machucarem, eles
ficam livres.
Graziela: Para você é uma rotina com cuidado e observação?
Rosiane: Isso.
Graziela: Tem diferença se outra pessoa fizer a atividade do parque ?
Rosiane: No momento do parque eu acredito que não porque eles estão
livres.
Graziela: É o olhar cuidadoso?
Rosiane: É mais o olhar do cuidar, porque é o momento deles estarem
livres para eles fazerem o que quiserem dentro dos limites é obvio.
Graziela: Você já fez uma atividade pedagógica no parque?
Rosiane: Não, não cheguei a fazer nenhuma.
Graziela: Deixa a criança livre para?
Rosiane: Isso, bem isso mesmo.
Graziela: A quinta atividade mais citada foi à música. Você concorda que a
música é uma atividade pedagógica?
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Rosiane: Sim, a partir dela nós temos muitos conhecimentos das coisas,
principalmente quando fala das frutas, das cores com alfabeto, é bem produtivo, eles
gostam.
Graziela: Como é que você torna esse momento pedagógico?
Rosiane: Deixa eu lembrar. Esse ano quase não trabalhei com a musica.
Trabalhei a musica no nome do grupo peguei um livro só com a letra, e botei um
ritmo, porque não tinha fiz tipo, atirei o pau no gato, eles adoraram, porque o nome
do grupo é estrela, e assim o todos os dias, quando eles chegam na sala vamos
cantar a música do nosso grupo: estrelinha, estrelinha, já começam a cantar.
Trabalhei a letra da musica com eles repetindo oralmente até conseguirem cantar.
Trabalhamos a estrela, fazendo colagem e pintura.
Graziela: Você gostaria de fala uma outra atividade?
Rosiane: De rotina?
Graziela: Você considera rotina, rotina, e pedagógico a contagem, desenho,
historia e escrita?
Rosiane: Sim, essa parte pedagógica é essa parte que você falou a
contagem, aprendizagem da leitura, essa para mim é a pedagógica.
Graziela: E a de rotina?
Rosiane: É fora parte assim, está dentro da educação mais para mim é
como falei, é uma rotina, é um cuidado. Eu acho quem é isso.
5- Professora: Marisa
CEI: Lausimar Laus
Data: 26 de abril de 2007
Graziela: No questionário que fiz anteriormente sobre o que é considerada
atividade pedagógica a atividade mais citada foi à higiene. Você concorda que a
higiene é uma atividade pedagógica?
Marisa: Eu concordo que ela seja uma atividade pedagógica, mais não a
mais importante que eu trabalho na rotina diária. Para mim a atividade mais
significativa é a assembléia, através dela discutimos, trocamos, vem os
questionamentos, as dúvidas, as sugestões. Dali é que surgem as nossas aulas,
propriamente dita, atividades escrita, aula dirigida, ou na atividade da brincadeira,
não deixa de se uma atividade de rotina e também de extrema importância.
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Graziela: Tem diferença entre a professora fazer atividade de higiene, ou a
agente?
Marisa: Não vejo diferença porque, a gente tem orientações elas
contribuem muito e fazem o que é para ser feito. Eu particularmente, como aqui, que
são período que não é integral, é parcial, eu não me atenho muito, esta questão eles
fazem a higiene, mais tem alguns combinados.
Graziela: A segunda atividade mais citada foi à refeição. Você concorda
que a refeição é uma atividade pedagógica?
Marisa: Sim, com certeza é uma atividade pedagógica, percebemos atos,
atitudes, trocamos, discutimos, questionamos como se faz uma boa alimentação,
trabalhamos o valor do alimento, estimulamos o que eles estão comendo. Isso é
muito bom, coisas que eles não comiam, estimulamos a comer. Com certeza é uma
atividade de aprendizagem.
Graziela: A terceira atividade mais citada foi à roda de conversa. Você
concorda que é uma atividades pedagógicas?
Marisa: Sim, para mim é uma das mais significativas, porque é dali que vai
surgir todo um contexto de uma aula, uma manhã, uma tarde, é ali que o professor
vai estimular, vai organizar propor a turma, o que vai ser feito naquela manhã ou
tarde, eu acho que dali sai muitas coisas, questionamentos. As crianças são muito
questionadoras, eu aprendo muito com elas nesse momento da roda.
Graziela: O que você acha o que o professor precisa ter ou saber para
transformar esse momento pedagógico?
Marisa: Na hora de planejar, pensar o que ele quer, qual o objetivo dele
naquele dia, naquele momento que ele teve com aquelas crianças, o que ele quer
contribuir com as crianças naquele dia, até onde ele que chegar. Dali tu vai estimular
na conversa e vai surgi o tema, a atividade proposta do dia. Acho que dar espaço
para criança fazer do jeito dela, é para mim o mais importante ainda, é deixar cada
um fazer da sua maneira é a carinha de cada um.
Graziela: A quarta atividade mais citada foi o parque. Você concorda que o
parque é uma atividade pedagógica?
Marisa: Concordo, todo espaço no CEI tu tens que saber utilizar. No parque
brincamos, converso muito com meus alunos. No parque temos os brinquedo, tem
que saber usa-los, e aproveita-los, que é o momento de troca, saber como se sobe
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como se desce, se naquele escorregado a gente pode utilizar como brinquedo como
aprendizado, quantas vezes a gente subiu na casinha, fomos juntos ler um livrinho
de historinha, brincar. Trabalhamos a expressão corporal, se soubermos utilizar o
espaço no parque, com certeza é um momento de aprendizado.
Graziela: A quinta atividade mais citada foi à música. Você concorda que a
música é uma atividade pedagógica?
Marisa: Concordo. A musica estimula a linguagem a comunicação, a
desenvoltura, trabalha o movimento do corpo. Eles se expressam através da musica.
Graziela: Dê-me um exemplo de uma atividade com a música?
Marisa: Eu trabalho muito com musica instrumental, em que a criança faz
um momento de relaxamento. Vamos ao contexto do trabalho naquele dia. A música
pode ser utilizada como um veículo de trabalho. Buscamos músicas suaves.
Trabalho dessa maneira, deitamos, imaginamos, criamos, fantasiamos, ouvimos,
resgatamos o barulho, o som, o lugar que a gente ta ouvindo, transpor da sala de
aula, isso acalma e trás tranqüilidade para turma, trabalho sempre com musica
relaxante.
Graziela: Você gostaria de falar outra atividade ou essas são as que você
considera atividade pedagógica?
Marisa: Todas as atividades que foram citadas para mim são pedagógicas,
acho que desde que a criança entra no CEI, todo momento deve ser valorizado, é
enriquecedor, porque a gente aprende a gente ensina a gente troca saberes, eu
acho que tudo é valido.
6- Professora: Carla
C.E.I. Roberto Martins
Data: 4 de maio de 2007.
Graziela: No questionário que fiz anteriormente sobre o que é considerado
atividade pedagógica a atividade mais citada foi à higiene. Você concorda que a
higiene é uma atividade pedagógica?
Carla: Também, mais não que ela seja uma das principais, a higiene que a
gente faz no CEI serve para a educação. Muitas crianças não têm em casa uma
higiene correta, e como aqui eles ficam mais tempo aqui a nossa função é também
faze-la, não que essa seja a principal, eu uso ela como atividade também.
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Graziela: Você considera mais como rotina?
Carla: É mais rotina, também é uma atividade pedagógica, mais é rotina.
Graziela: Você vê diferença se a mãe for fazer essa atividade?
Carla: Depende se colocamos dentro de um projeto no CEI, esse ano ainda
não deu tempo de parar com as crianças, gosto de parar com eles, e falar sobre a
higiene, que tem que ser feita não só aqui, mais em casa também, só que não deu
tempo. A higiene agora para mim, é só questão de rotina.
Graziela: Quem faz a atividade de higiene você ou a agente?
Carla: Nessa atividade de rotina, na alimentação, trabalhamos juntos. Na
hora da refeição, sento almoço junto com as crianças. A escovação é escovar os
dentes com eles, para verem a maneira certa. Mais ainda não tive tempo, porque é
um trabalho de rotina, é pedagógico mais, é rotina mesmo.
Graziela: A refeição também foi considerada atividade pedagógica
concordas?
Carla: Também é pedagógica, a partir do momento que a gente trabalha a
importância dos alimentos, que eu sento para comer. Tem que ter educação na
mesa, nossa função abrange muita coisa, diferente de uma escola que tem a hora
do lanche, que o professor está sempre junto então se torna pedagógico, a maneira
que vai trabalhando a rotina também é pedagógico.
Graziela: Como tornas esse momento pedagógico professora?
Carla: Torno pedagógico sentando com eles na mesa, digo como devem se
comportar, fizemos oração. Durante as aulas falamos sobre alimentação, o que é
bom comer, sempre surge esse tipo de fala.
Graziela: Está no seu planejamento este momento?
Carla: Coloco dependendo do que a gente está trabalhando, o que vai
sendo trabalhado durante a semana é colocado sim.
Graziela: A roda de conversas foi considerada atividade pedagógica,
concorda?
Carla: Concordo, sem a roda de conversa não consigo dar aula, é o
primeiro momento, é a acolhida do aluno, então é um momento mais longo que
tenho. As crianças centram que estão na escola, vão concentrar mais. Se não faço a
roda de conversa, não tenho domínio deles, é ali que começo a dominar os alunos,
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eles começam a conversar sobre as nossas regras, que foram construídas com nós
mesmos, em grupo.
Graziela: Que conhecimento o professor precisa ter para planejar essa
roda?
Carla: Temos que conhecer primeiro o grupo para colocar na roda de
conversa que vai mediar o resto do trabalho, por que quando comecei nesse grupo,
era bem diferente de todos os grupos que eu trabalhei, era um grupo bem agitado e
eles não sentavam na roda, para fazer a conversa, então tive que colocar sempre
eles para estarem prestando a atenção em mim, para que eles parem de conversar,
então a roda nesse turminha serve para focar a atenção deles no professor, para
passar as coisas que eu quero para eles, e eles também me retornarem alguma
coisa, então é a partir deles, criança que solicita o que eu vou colocar na roda na
verdade o comportamento deles que fazem eu escolher as musicas que eu vou
colocar, o assunto que a gente vai tratar, essas coisas assim.
Graziela: Qual é a diferença da professora fazer esse momento da roda, ou
um convidado uma mãe?
Carla: Tomar o meu lugar na roda? Tem muita diferença, eu tive estagiárias
por duas semanas, e foi bem difícil porque quando eles estavam se acostumando
elas tiveram que sair, mais eles não prestavam a atenção porque elas trouxeram
outras propostas, que grupo de estagiaria trouxe coisas mais agitadas, outra trouxe
coisas mais calmas, precisas, então umas conseguiram chamar a atenção deles
outras não, isso dependeu de como elas trataram o grupo.
Graziela: A quarta atividade mais citada foi o parque. Você concorda que o
parque é uma atividade pedagógica?
Carla: Não, a criança tem que ter o momento do parque, eu trato o parque
com os meus alunos como um momento deles brincarem livre, eles precisam desse
momento eu acho também que o professor precisa desse momento também para
desliga-se e ficar só cuidando deles naquele momento, deixando eles brincar, eles
gostam muito de brincar no pneu, então eu deixo eles, livres brincarem com o pneu,
observo bastante eles nesse momento do parque, mais eu não trato o parque como
pedagógico, é a diversão, um momento livre, recreativos para eles.
Graziela: A quinta atividade mais citada foi à música. Você concorda ?
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Carla: A musica sim, por que até a música entra na roda, eu trato a música,
junto com a roda. A questão da fila também, geralmente trabalho uma música para
cada momento.
Graziela: Quem faz esta atividade, sua agente também participa?
Carla: Ela interage bastante comigo, eu dou bastante liberdade para ela,
todas as propostas geralmente sou eu que trago, mais eu dou bastante liberdade
para ela estar interagindo inclusive no planejamento, porque ela faz faculdade, e é
bom pra ela aprender.
Graziela: Dê-me um exemplo de um trabalho com a música
Carla: Eu trabalho bastante a música no inicio da roda. A musica no corpo,
eu já trabalhei na roda, a questão da música do abraço eu senti que eles não eram
um grupo afetivo, eu nunca tinha visto crianças assim, aí peguei uma musica que
trata do abraço, é bem interessante. No início eles não se abraçavam me apavorei
nos primeiros momentos que eu introduzi esta canção pra eles, e eles não se
abraçavam. Eles tinham dificuldades de tocar o outro, fiz uma atividade de musica
com uma pena, coloquei a musica e dei uma pena para cada um, e eles sentiram a
pena no corpo, passaram a pena no colega a partir dessa atividade eles
começaram, a perder o medo de tocar o outro, de abraçar o outro, de sentir o outro,
foi bem interessante e bem significativo pra eles. Sinto que eles não sabem se
expressar como um adulto, eles se expressam através das ações, e a criança que
não abraça, que eu senti esse grupo não se abraçar, esse grupo é pouco afetivo,
eles só se expressavam com o outro batendo, foi nessa parte que eles passavam a
pena, batia a pena de leve no outro e neles mesmos, então a partir daí eu senti que
começaram a se quebrar um pouco.
Graziela: Você gostaria de citar outra atividade que não foi falada?
Carla: Trabalho com culinária com eles, sempre preparo alguma coisa,
atividade com modelagem assim, com argila ou com sucata, mais o que eles mais
gostam mesmo é modelagem e a culinária. Nós fizemos biscoito na páscoa, eles
foram bem sucedidos na atividade.
7- Professora: Márcia
CEI: Mauro Augusto Pontes
Data: 18 de abril de 2007.
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Graziela: Ano passado realizei um levantamento do que é considerado
atividade pedagógica, a atividade mais citada foi a atividade de higiene. Você
concorda que a higiene é uma atividade pedagógica ?
Márcia: Na minha opinião tudo o que eu faço é pedagógico, e essa parte eu
não vou descartar , acredito que essa parte deve ser também.
Graziela: Na sua opinião têm diferença se a professora for fazer essa
atividade ou uma outra pessoa: a mãe, ou a merendeira?
Márcia: Tem diferença sim, por que sendo uma mãe de um aluno a fazer
isso, eles não vão fica prestando atenção no que está sendo feito, ou não vão ficar
quietos, não vão fazer silencio, e a professora não, tem criança que já tem um
respeito, que a professora fazendo acaba sendo melhor.
Graziela: Quem faz a atividade de higiene na tua turma?
Márcia: Eu, mais quando eu não tenho tempo, por que tenho que fazer
outras coisas, minha agente ajuda.
Graziela: Quais são as atividades de higiene que você mesmo direciona?
Márcia: A escovação dos dentes, que eu não falho, todos os dias a gente
lava as mãozinha muito bem, escova os dentes, lava o rosto, principalmente na hora
de dormir, então eu fico muito em cima nesse sentido, nessa higiene.
Graziela: Como é que você faz esse momento pedagógico? O que você
pensa pra fazer esse momento pedagógico?
Márcia: Quando eu chamo uma criança para lavar as mãos, penso que ela
deve lavar bem as mãos, que não deixe a torneira ligada, principalmente que nós
estamos devemos economizar a água, na hora da escovação, colocar a escova
debaixo da torneira, já desliga, se conscientizar destes pequenos detalhes, que não
pode ficar com a torneira ligada, e penso que eles escovem os dentes direitinho, e
como eu já mostrei pra eles a escova o dente a dentadura , mostrei como devem
escovar os dentes, então as crianças que estavam escovando os dentes errado,
percebeu e começou a escovar direitinho, tudo por causa daquela dentadura, antes
eles escovavam só a parte da frente, eu dizia: não crianças, ai eu fazia assim:
vamos escovar a janelinha, a nossa casa tem janelas então a gente tem que limpar
bem as janelas, então os nossos dentes é como se fosse as janelas da nossa casa,
e depois que a gente limpa bem por fora, por dentro direitinho, ainda falta uma coisa,
o que será? Ai eles ficam pensativos, o que a gente na nossa casa que a gente
109
limpa também? Uns mais espertinhos falam: o tapete. O que a nossa língua é? É um
tapete, então nós também vamos limpar a nossa lingüinha pra deixar limpa, pra
gente não fica com mau hálito, e ficar com uma boca bem sadia. Ai todos eles
escovam os dentes por dentro e por fora , no final me chamam, colocam a língua pra
fora: oh to escovando a lingüinha. Eu faço sempre nesse sentido, é até no curso que
eu aprendi isso. Eu achei interessante pra criança, isso chamou muito a atenção
deles, eles tão fazendo corretamente, isso funciona.
Graziela: A refeição foi à segunda atividade mais citada,como atividade
pedagógica. Você concorda?
Márcia: Eu concordo, como eu falei anteriormente, tudo o que eu faço, eu
acredito que seja pedagógico. Principalmente na refeição você tem que colocar a
criança sentada direito no banco pra eles saberem. Eles estão na idade de usar o
garfo e a faca, então a gente ensina, e quando a gente ver que tem alguém usando
mal os talheres a gente dá uma ajuda: não amigo é assim corta a carne assim, tem
criança que mal a gente dá os talheres estão pegando com a mão.
Graziela: Eles comem com garfo e faca?
Márcia: Garfo e faca, os meus já comem, e já tem aqueles que não
esperam de 4 a 5, então tem alguns que ainda não conseguem pegar direito ai
pegam com a mão, eu falo assim: não queridos não é assim, vocês tem os talheres,
a gente não precisa usar as mãos pra pegar a comida, então a gente fala sempre,
pego o talher coloco na mão deles, o garfo na mão esquerda, a faca na mão direita,
“é assim: corta a carne, vamos colocar a comida no prato”... e assim eles vão
fazendo certo, e a gora por ultimo eles estão fazendo certo, eu nem preciso falar
mais nada, eles estão pegando direito a faca e o garfo.
Graziela: O que o professor precisa saber para tornar esse período
pedagógico?
Márcia: Ter a consciência que a criança, e nós também, não aprendemos
nada sozinhos, sempre tem alguém para ajudar, então eu acho que o professor tem
que ter a consciência de ajudar a criança, de explicar pra ela o certo, não sei se o
que eu vejo por ai é o certo, mais eu vejo por ai. Porque tem professores que
simplesmente deixam a criança lá e a criança se vira sozinha, e geralmente quando
acontece isso a criança não consegue comer direito, porque em casa é feito de
qualquer jeito a mãe não tem tempo para ensinar aquela coisa toda, então eu acho
110
assim você tem que ter um carinho com a criança, porque eu sou muito rígida
quando tem que ser, mais eu tenho muito coração também, então se eu vejo que a
criança não está conseguindo, eu ajudo com todo carinho, não precisa brigar com a
criança, só chegar com carinho e explicar.
Graziela: A roda de conversa também foi considerada atividade
pedagógica. Você concorda?
Márcia: Concordo porque é ali que eu começo meu planejamento, eu
converso com as crianças, sabe o que elas gostam, conversar sobre tudo o que elas
gostariam de saber mais. Estou trabalhando com eles a alimentação, pergunto para
eles, que tipo de alimentação que eles gostam mais, então a gente conversa muito,
ate chegar a uma atividade : ai pró eu gosto de maça. Então vamos procura na
revista, onde nós vamos procura maça aqui, ai nós vamos no calendário também,
que mês é o mês da maça? Então a gente vai pesquisando tudo direitinho até pra
eles terem essa noção também, porque tem muitos pais que não sabem quando vai
vim a maça , que mês tem maça, tudo isso, então a gente conversa tudo nessa roda
de conversa , ali é a horinha deles pararem para pensa, quando aparece uma
pergunta eles ficam pensando até que surge uma idéia , um fala o outro fala e assim
vai indo. A roda de conversa para mim é muito importante por é daí que se tirá as
idéias, se não tiver essa roda .
Graziela: O parque também foi considerado uma atividade pedagógica
concorda?
Márcia: Eu concordo, porque no parque eles estão na sala eles estão
fazendo atividade , então ate para eles se descontrairem é bom eles esta no parque,
brinca, as vezes a gente faz roda de alguma brincadeira ovo choco...alguma coisa
assim, o parque é pra te ....como criança tem muita energia , gastar um pouco de
energia , se eles não desgastam eles ficam eletro o tempo inteiro, chega a hora do
soninho eles não dormem, o parque é muito importante para eles, nesse sentido e
para as brincadeiras.
Graziela: Como é essas brincadeiras cantadas?
Márcia: A gente brinca muito de ovo choco. É...
Graziela: Eles gostam?
Márcia: Adoram é só pergunta quem que brinca de ovo choco, todos gritam,
eu não faço o que eu quero mais eu converso com eles e brincamos do que eles
111
mais gostam, outra coisa que eles mais gostam telefone sem fio , e por ultimo
estamos brincando de jogo da velha no quadro, e é uma coisa que tem que se
pensa jogo da velha, e no começo eles não estavam conseguindo , agora eles
fazem de tudo para ganhar, então eu acho muito bom esse tipo de brincadeira com
as crianças assim , também fazem eles pensa,
Graziela: E a musica você considera pedagógica?
Márcia: A musica pra mim é pedagógica. Fiquei triste, porque no CEI onde
eu trabalhava ano passado eu dava muita musica para as crianças, aeróbica , e eles
adoram dançar aeróbica, então eu peguei então eu vou tente aqui, então eu fui
coloca o Cd, mais o som não aceito . eu dança aeróbica mesmo, o que eu fazia, eles
também fazia, os meus gestos, na hora da respiração eles faziam juntos
Graziela: Você tem formação em educação física?
Márcia: Não. Mais assim ó , é que eu fiz dies quando eu era mais nova
jovem, então a gente pega alguma coisinha mesmo que seja pouca , então tu vai
criar uma musica que tu aprendeu der repente, tu pode inventa o ritmo que tu quiser
mais no ritmo da musica, então tinha crianças que era do pré, professor deixa eu ver
a professora dança, pediam par ir na minha sala.
Graziela: Quando a musica é pedagógica?
Márcia: Eu acho que é pedagógico desde o momento que tu chama as
crianças para dança , para conhecer um ritmo novo, porque geralmente, eu acredito
que as crianças tem que conhecer todos os ritmos que existe no mundo, então é por
ai que eu acho que é pedagógico e o conhecimento das crianças.
Graziela: Qual é o seu papel /?
Márcia: De conversar muito com elas sobre a dança, convidar elas para
dançarem, deixar elas dançarem do jeito que eles entendem , não precisam me
copiar, mais do jeito que eles sabem dançar para mim esta ótimo , mais geralmente
eles querem copiar o que o professor está fazendo, e eles fazem direitinho. Ate teve
no passado ano passado aquele 15 minutos de dança eu fui convidada pra fazer a
dança fiz com as crianças todas.
Graziela:Gostaria de cita alguma atividade que você considera pedagógica?
Márcia: Essas fazem parte da minha rotina... Eu já trabalhei a massagem
com as crianças em um outro CEI, e eles se acalmavam eles gostavam muito disso.
Graziela: Você considera a massagem uma atividade pedagógica ?
112
Márcia: Relaxa a criança, deixa descansada, e na hora de uma atividade,
matemática seja o que for, a criança vai ta com a mente mais tranqüila.
Professora: Fabíola
C.E.I. Mauro Augusto Pereira.
Data: 18 de abril de 2007.
Graziela: Ano passado eu fiz um levantamento com os professores da rede,
perguntava cinco atividades de sua rotina, e dessas quais você considera
pedagógica. A atividade mais citada foi à higiene. Você concorda que a higiene é
uma atividade pedagógica?
Fabíola: Concordo, porque a criança tem necessidade de higiene, e se tu
fizer de uma forma pedagógica sempre ensinando, o que ta fazendo qual a
importância. A importância que tem que escovar os dentes, porque ela precisa
escova os dentes? E tu está sempre junto orientando e cuidando daquela criança. E
uma atividade pedagógica.
Graziela: Tem diferença de você fazer essa atividade e a zeladora, a
merendeira t, ou a mãe ?
Fabíola: Eu acho que tem diferença, porque a gente faz com a intenção.
Além da intenção de cuidar da criança a gente tem a intenção, de orientar a criança
fizemos com intencionalidade, por isso que eu acho que tem diferença.
Graziela: A refeição também foi considera atividade pedagógica, você
concorda?
Fabíola: A forma de segurar os talheres, fora da escola ela usa muito, o que
comer, comer é importante, às vezes eu trabalho projeto alimentação acho que é
pedagógico.
Graziela: Você aproveita o cardápio?
Fabíola: Quando a gente está trabalhando um projeto que envolve a
alimentação, por exemplo, o que faz bem as verduras, as frutas, tu está mais
integrada naquele projeto, claro que tu vai falar mais na hora da comida, olha come
a cenoura, tem vitamina tu acaba comentando mais, por causa do que tu ta
aprendendo Quando tu não ta envolvida em um projeto de alimentação, eu também
procuro trabalhar também. Ensina a se comporta fala baixo na mesa, que não é bom
comer falando alto no teu ouvido, é bom comer sentado que é a maneira correta de
113
segura o garfo, a maneira de come se segura a faca, por que eles ainda, sai da
colher, que o garfo e pela a faca.
Graziela: Eles usam o garfo e a faca?
Fabíola: Agora não a gente ainda, todos tem que sai da colher ao mesmo
tempo e usar o gafo e a faca. A gente vai fazendo gradativo no grupo, as idades
deles são diferente dentro do grupo, eu tenho crianças que já tem três, quatro, e
cinco, e crianças que a mãe ainda da mamadeira em casa. Só que a gente sabe que
isso não é certo, só que as mães da mamadeira em casa, e daí tu vai ter que
contorna a situação, né, conforme tu vai seguindo no teu dia a dia. Então eu acho
que é pedagógico.
Graziela: A roda de conversa também foi considerada uma atividade
pedagógica concorda?
Fabíola: Eu concordo também.
Graziela: O que o professor precisa entende para fazer esse momento
pedagógico. O que é uma roda de conversa pedagógica?
Fabíola: Olhar eu acho que ate a postura do professor nessa roda, até a
maneira que o professor falar, a maneira que ele se comporta é pedagógico, se ele
fala corretamente, se ele fala muito alto se ele grita, se ele fala de maneira
inadequada com a criança, também vai se pedagógico, por que a criança conforme
o exemplo ela vai aprendendo.
Graziela: E você utiliza a roda de conversa?
Fabíola: Utilizo
Graziela: Como ?
Fabíola: A gente têm um quatro de chamada, costumamos fazer perto do
quadro de chamada, para poder estar lendo quando tem uma historia, na roda de
conversa olha a historia que a professora leu pra vocês, as vezes um problema que
a gente tem na sala, a gente conversa nessa roda, as vezes um projeto novo que a
gente começa, faz uma roda de conversa, as vezes assim, a gente até trabalha em
roda, as vezes trabalho em grupo as vezes, é uma roda onde junta os dois grupos, é
claro que eles vão conversa ali, eles acabam conversando naquela atividade,
atividade coletiva eles acabam conversando. Claro que naquele momento eles
também fazem coisa errada, um bate no outro, se soca, morde, acontece em uma
roda, claro que tu vai pontuando o que é certo, e o que é errado.
114
Graziela: O parque também foi considerado atividade pedagógica. Você
concorda ?
Fabíola: Eu concordo. A questão do parque é assim, é o momento não que
eles estão livre, mais é o momento que eles estão mais em atividade, movimento do
corpo. Às vezes eles esquecem que tem um adulto, que tem outras crianças eles se
soltam, correm, extravasam, daí a gente pega aquela criança olha não pode bate no
amiguinho, não pode emburra o amiguinho vamos aprende a dividi os brinquedos,
isso eles tem dificuldade por a causa da idade , a gente sempre tem que estar
acompanhando e fazer de uma forma prazerosa para eles, porque as vezes é difícil
não é fácil , para eles saírem de um balanço por exemplo, é difícil para eles , mais
eles têm que começar a aprender que tem hora de se balança, e eles vão pegando,
eles já diz: olha o Diego já foi muito no balanço, eles se cobram , que tem que dividi
o balanço eles mesmo vão se a costumando com a forma de trabalho.
Graziela: Para você, a atividade do parque tem um olhar pedagógico?
Fabíola: Sempre, sempre tem uma intenção.
Graziela: Tens um objetivo naquele espaço?
Fabíola: Claro eles tem que aprende a dividir os brinquedos, é importante
eles usarem os brinquedos para coordenação motora deles, é importante eles
subirem na escada, no escorregador, eles saberem que tem a vez deles é
importante, é importante o exercício físico para eles, para eles crescerem a
atividades físicas, é importante o ar puro que eles pegam ali fora, porque eles vão
ficar tanto tempo trancado na sala, então não pode eles também tem o tempo deles
da rua. Quando eles estão no parque passa bichinhos na rua, passa cachorro,
carroça, um passarinho: olha lá o passarinho. Eles já estão aprendendo, mais eles
estão trancado eles não vêem a vida passa.
Graziela: Você concorda que a musica é uma atividade pedagógica?
Fabíola: Concordo.
Graziela: Quando a musica é pedagógica?
Fabíola: A musica eu acho pedagógica. Ela deve ser trabalhada de forma
intencional, Eu acho difícil de trabalhar, talvez uma das disciplinas de se trabalhar,
porque em não domino em si, eu acho difícil trabalhar .
Graziela: Como você faz para trabalhar?
115
Fabíola: Nas elaborações de atividades comuns, ai eu tenho dificuldade de
trabalhar. Eu sei que é pedagógico, eu sei que é importante trabalhar a musica, o
silencio, o som, tu trabalhar é muito importante, só que eu acho difícil pra mim. Eu
tenho dificuldade, mais eu sei que é pedagógico, tu acaba cantando com os amigos,
tu acaba fazendo alguma atividade, mais também quando tu não domina muito é
difícil
Graziela: Tu acha que somente cantar não é pedagógico?
Fabíola: Não. Eu acho que é pedagógico também , mais eu acho que uma
pessoa que toca um instrumento, eu acho que ela faz de forma mais aplicada ,
porque ele entende mais, acho assim o quando tu constrói um instrumento com eles
envolve a musica , tais trabalhando os pedagógicos também, mais agora se tu sabe
canta aquele instrumento fica muito mais rico
Graziela: O que são atividade pedagógicas depois dessa nossa conversa, é
tudo o tudo é rotina, ou rotina também é pedagógico, o é mais assim a questão do
instrumento qualquer, então um aprendizado como a letra . ou tu acha que tudo é
pedagógico, ou rotina são rotinas ou não?
Fabíola: Eu acho que todas as coisas que acontecem no C.E.I, são
pedagógicas, e quanto melhor tu faz, quanto tu serve melhor uma refeição, quanto
melhor tu canta uma musica com eles, mais atenção tu da no parque, o teu olhar pra
criança tu tem que falar o quanto ela ta se desenvolvendo , e tu pode fazer isso de
uma maneira pedagógica, pode fazer de uma maneira certa se tu fizer bem fito a
criança vai se desenvolver melhor ela vai presta mais atenção naquilo que ele ta
vendo que tu também esta prestando a atenção nela , então o que acontece dentro
da escola é pedagógico, se não é feita de uma maneira bem feita deveria se feita.
As vezes não é pedagógico só o que aparece, são os cartazes, aprende o nome, na
minha opinião, eu acho assim que tem outra coisas que também são pedagógicas
Graziela: Gostarias de falar uma atividade que não foi citada?
Fabíola: Uma coisa que eu gostaria de coloca é o soninho
Graziela: Você acha o soninho pedagógico?
Fabíola: É bem importante, é importante que ela durma , que ela descanse,
mais assim o na minha opinião o sono nas creches, ele não olhar pra criança, ele
olhar pra uma troca de profissionais, um horário que a atendente ta sozinha, que a
sala ta com muita criança, eu não sei coma hora do soninho é feita, ta longe na
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creche, todos tem que dormi, que a hora de descansa, principalmente pros maiores.
Eu acho que deveria se pedagógico, mais eu acho que aconteça de forma
pedagógica.
Graziela: É feito para o professor, é não para a criança?
Fabíola: É . é a hora que o professor não ta na sala, porque geralmente
quando o professor sai, deixa todos deitados, já escovaram os dentes, já foram ao
banheiro, e esse o horário que coloca pra dormi, porque a atendente vai fica só,
então é assim é pego sistema em si, porque assim será que aquela criança ta com
sono naquela hora?, a maioria não esta e é obrigada a dormi.
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APÊNDICE C – Transcrição das entrevistas das professoras Pós-Graduadas
1-Professora: Vanessa
CEI Humberto Cabral
Data: 16/03/07
Graziela: Vanessa, eu realizei uma pesquisa com os professores da rede
municipal do ensino, no ano passado do que eles consideram atividade pedagógica.
Uma das atividades mais mencionadas pelos professores foi à hora da refeição.
Você concorda que a refeição é uma atividade pedagógica?
Vanessa: Sim.
Graziela: Porque você acha que é uma atividade pedagógica?
Vanessa: Eu acho muito importante pelo fato de eles saberem sentar-se à
mesa. Eles comem de colher, assim aprendem a pegar no talher, a saber comer
direito. Porque uns pegam com as mãos, ou não querem o legume a verdura, jogam
fora do prato, a gente ensina a botar num cantinho, ensina a picar a carne, deixar ao
lado do prato.
Graziela: Têm diferença se uma mãe fazer a refeição, e você como
professora?
Vanessa: Tem diferença sim.
Graziela: Porque?
Vanessa: Tem por que com a mãe eles ficam mais manhosos, a mãe deixa
eles fazeres o que querem, agora com a gente não, eles sentam direitinho, eles
pegam com talher, mais se a mãe vê eles já ficam assim “bobinhos”, pegam com a
mão, já não pegam direito a canequinha, jogam a caneca fora, e com a gente eles
fazem tudo direitinho. O pratinho eles mesmos raspam. Eles mesmos escolhem as
saladas.
Graziela: O parque também foi considerado atividade pedagógica. Você
concorda ?
Vanessa: Eu acho que sim, porque ali eles interagem melhor eles
aprendem a repartir os brinquedos, saber esperar a hora.
Graziela: Como você faz na hora do parque, para ser uma atividade
pedagógica?
118
Vanessa: Eu ensino eles a dividir os brinquedos, quando eu vejo uma briga,
as vezes tiro os brinquedos e deixo só no parque no balanço, trepa- trepa. No outro
dia só nos brinquedos na área, todo dia tem um objetivo. Hoje nos vamos interagir
melhor com os amiguinhos, tu brinca nessa com rodinha melhorando assim o
entrosamento.
Graziela: Tem diferença com outra pessoa?
Vanessa: Tem. Quando a gente sai muda totalmente, já saí do lugar e eles
ficaram mais agressivos, não sei se eles têm medo quando a gente chega, mais já
ficam com medo, pelo fato do papel do professor.
Graziela: E a música você considera uma atividade pedagógica?
Vanessa: Também considero, porque através da musica aprendemos muita
coisas, tanto a gente como eles, através da música, fazemos atividades com
dobraduras, daquela musica que a gente canta e observa-se o cantar, o dançar, no
gesto. Depois eles cantam sozinhos, trabalhando o vocabulário ilustrativo,
dobraduras, gravuras nas revistas. É bem interessante, adoro trabalha com a
musica.
Graziela: A roda da conversa, você considera uma atividade pedagógica?
Vanessa: Considero, porque a partir dali sai o que vamos trabalhar no
decorrer da manhã e da tarde, a atividade que vamos fazer, o quer eles querem
fazer, o que já sabem, a gente canta musiquinha, se a gente vai no parque, se não
vamos eu falo o porque, tem a roda da chamadinha, se esqueço eles me lembram, o
calendário, é bem interessante, a gente aprende, eles falam o que aconteceu em
casa, o que o pai e a mãe fizeram, comentam que foram no circo, fatos de casa. A
gente os deixa falarem.
Graziela: O que o professor precisa saber para tornar a roda conversa uma
atividade pedagógica?
Vanessa: Precisa conhecer bem a criança, e na roda você vai conhecer a
criança, e o professor tem que vir bastante instruído, preparado, porque eles fazem
muitas perguntas que te deixam sem resposta, aí temos que pesquisar, para depois
responder.
Graziela: Você gostaria de falar mais alguma atividade pedagógica?
Vanessa: Eu gosto do momento da leitura, do cantinho da leitura, eu pego a
cesta e fizemos uma roda, coloco a cesta no meio, eles escolhem o livro que querem
119
ler do jeito deles, eles recontam a historia para o amigo, é bem interessante, a gente
sabe quem interpreta melhor, outros só falam o personagem, lobo, chapeuzinho, tem
outros que já contam a historia. É bem interessante.
2-Professora: Carol
CEI: Antônio Merlo
Data: 16/03/07
Graziela: Vanessa, eu realizei uma pesquisa com os professores da rede
municipal do ensino, no ano passado do que eles consideram atividade pedagógica.
Uma das atividades mais mencionadas pelos professores foi à hora da refeição.
Você concorda que a refeição é uma atividade pedagógica?
Carol: Considero, porque sendo neste horário nós estamos ensinando a
criança a ter bons modos à mesa, comer de boca fechada, arrumar os talheres,
comer certo com os talher.
Graziela: O que você faz para ser uma atividade pedagógica?
Carol: Primeiros ter bons modos, sentar a mesa, conversar com a criança
sobre o que eles vão comer, estimular eles a comer direito, ensinar a usar o talher,
creio que é uma atividades pedagógica porque estamos ensinando.
Graziela: Se a merendeira for fazer a refeição, t6em diferença?
Carol: Eu acho que sim, tem diferença.
Graziela: O parque também foi considerado como atividade pedagógica.
Você considera a hora do parque uma atividade pedagógica?
Carol: Eu acho que no parque eu deixo meus alunos mais livres, para
brincarem, não fico interferindo, eu deixo eles brincarem mesmo. Eu fico só no
cuidado mesmo.
Graziela: Então, você não acha que a hora do parque é uma atividade
pedagógica, e sim um momento livre para as crianças?
Carol: Alguns professores fazem com que seja pedagógico, só que eu deixo
livre para brincarem mesmo.
Graziela: Se tivesse você e uma outra pessoa, uma mãe, atendente, no
momento do parque como é livre, você acha que seria a mesma coisa?
Carol: Como eu deixo livre, eu deixo eles brincando, eles brincam o tempo
todo, e eu fico cuidando. Talvez com a atendente não seja assim, ela iria sentar para
120
conversar, brincar junto. E esquecer de ficar cuidando, eu acho que tem diferença,
dentro deste ponto.
Graziela: A música foi considerada atividade pedagógica. Você concorda
que a música é uma atividade pedagógica?
Carol: A música, sim.
Graziela: O que você faz no dia-a-dia com as crianças para que a música
seja uma atividade pedagógica?
Carol: Eu faço o tempo da música uma rotina diária, nos seguimos a rotina,
e depois de contagem, tudo no tempo da música, então estamos realizando projeto,
cantamos a música que está no projeto, depois cada criança escolhe a música,
tentamos construir música diferente do projeto.
Graziela: Dê-me um exemplo de uma atividade pedagógica com música ?
Carol: Agora, não estou trabalhando nenhuma.
Graziela: A roda da conversa também foi considerada atividade
pedagógica. Você concorda?
Carol: Concordo.
Graziela: O que você faz para ser um momento pedagógico?
Carol: Como estamos realizando o projeto, eu pedi que eles trouxessem
informações sobre joaninha, eles trouxeram, e nós na grande roda, lemos a
informação, e conseguimos tirar algumas duvidas referente ao projeto, e creio que
seja uma atividade pedagógica.
Graziela: Quando apareceu esta discussão sobre a joaninha o que você
fez? Como foi esta conversa com as crianças?
Carol: Foi assim, no período de adaptação, nós trabalhamos o nome, não
como projeto, foi uma atividade para não ficar só na brincadeira. Fizemos uma
atividade diferente só com o nome. Depois conversei com eles que cada um tem
nome, seria legal que o nosso grupo também tivesse um nome, pedi que eles
levassem uma tarefinha para casa, para escolher o nome do grupo. No outro dia,
eles trouxeram as sugestões, e tinha vários nomes. Nisso nós fizemos uma cédula,
tinha girassol, joaninha, peixe, cavalo marinho, e nesta cédula eles teriam que pintar
o nome que eles queriam para o grupo. Então as 6 cédulas foram guardadas na
urna, cada um voto, e no final da votação fizemos a contagem da urna, e a mais
citada foi a joaninha. A partir daí é que desenvolvemos o projeto, e também fizemos
121
a levantamento das hipóteses, e ali ficou claro o que as crianças queriam saber
sobre a joaninha. E fomos atrás das informações.
Graziela: Tem alguma atividade que você queria falar?
Carol: Eu acho que história também é uma atividade pedagógica.
3- Professora: Tayza
CEI: Elizabete Nalbucki
Data: 29/03/07
Graziela: Ano passado eu fiz um levantamento com os professores para
eles citarem a rotina diária do CEI, e dessa rotina o que o professor considera uma
atividade pedagógica. A higiene foi uma das mais citadas você concorda que a
atividade de higiene, é pedagógica?
Tayza: Sim, eu concordo.
Graziela: Você vê diferença se o professor for fazer higiene, e uma outra
pessoa, a mãe, fizer a higiene com a criança?
Tayza: Pela experiência que tenho com meu filho, é a mesma, a gente
ensina e incentiva, mostra qual a importância da higiene, eu concluo que é a
mesma, agora na nossa realidade tem algumas mães que não tem essa noção, e
falham um pouco, mais assim na escola a gente trata com bastante importância.
Graziela: O que o professor tem que entender, que conhecimentos o
professor precisa ter para considerar a atividade de higiene pedagógica?
Tayza: Conhecimento?
Graziela: O que ele precisa saber? Na hora da higiene o que você faz para
tornar diferente? O que você faz para que seja pedagógico?
Tayza: A conversa, explicar a importância da higiene, vai exemplificando,
vai conversando, para que aquilo ali tem um objetivo, a gente não faz por fazer tem
um objetivo aquela atividade.
Graziela:É uma atividade pedagógica?
Tayza: É uma atividade pedagógica
Graziela:A refeição também apareceu como atividade pedagógica você
concorda?
Tayza: A refeição também é bem pedagógica, mais só que assim, com
tudo, aqui a gente tem que cuidar para não cai na rotina, porque às vezes torna ser
122
tudo mecânico, a gente não faz todo dia então tem que sempre estar sempre
revisando, para não ser tornar mecânico, por que às vezes o simples a gente vai lá
serve, não houver se a criança quer aquela salada, ou não quer , entende, então fica
muito mecânico. Tem sempre que estar um dia para cada um, tem sempre que está
antenado por assim cai na rotina, para ser pedagógico tu tem que trabalhar tu tem
que está ouvindo a criança, vendo o que ela quer o que ela não quer, ela pode ser
pedagógico como não depende do professor depende de como ele vai atender a
criança naquele momento, pode ser ou pode não ser, a gente tem que fazer mais às
vezes assim a agitação do dia –dia o a traço de uma atividade se torna uma coisa
rotineira, mais assim tem que fazer uma parada pra que seja pedagógico. A gente
está aqui para isso o nosso trabalho de verdade.
Graziela: A roda de conversa, você considera atividade pedagógica?
Tayza: Claro, imagina, a gente descobre o interesse da criança o que eles
trazem de casa, o que eles querem aprender. A gente conhece a criança a família,
conversando com a criança. Meu Deus! Olha, a gente escuta cada coisa não é fácil.
Esse ano está bem tranqüilo, eles falam mais de brincadeira, de coisas que eles
fazem em casa, coisas assim legais, esse ano não tem nada assim esplendido.
Estávamos fazendo uma roda de conversa sobre a páscoa, eu estava tentando
passar o sentido religioso, ai eu parei e deixei só a roda, e o interesse era só
chocolate, as preferências o que eles esperam ganhar na páscoa. Eles tinham
interesse só no chocolate, ai a gente ficou só no chocolate mesmo, falamos bastante
sobre chocolate.
Graziela: O parque também foi considerado uma atividade pedagógica você
concorda?
Tayza: Sim, ali no parque a criança aprende a dividir, a esperar, pois nunca
vai ter balanço para todo mundo. Então é fundamental para a vida, saber esperar,
saber dividir, saber na hora que o amigo quer ir também, isso é bem importante,
construir regras de convívio social mesmo, parque como também na hora do almoço,
na higiene, todas elas são importante.
Graziela: A musica também foi citada. Você considera a música uma
atividade pedagógica?
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Tayza: Claro, a criança interage com o grupo, eles adoram cantar
expressando sentimento, a gente se abraça, canta, faz massagem, trabalha toque.
Tudo é importante, todas elas são.
Graziela: Tem alguma coisa que você gostaria de falar que não foi citada, e
que você considera pedagógica?
Tayza: São as mais, que a gente trabalha sim, eu tenho todos esses
momentos no meu dia-a-dia, tenho todos, mas na roda de conversa geralmente
surge alguma atividade pra gente fazer, ou planejar.
4 - Professora: Elisete
CEI: Elizabete Naubuki
Data: 29/03/07
Graziela: Professora naquele levantamento que eu fiz no ano passado, das
atividades de rotina do professor, quando eles citavam 5 atividades de rotina, e
quais dessas 5 eram consideradas atividade pedagógica. A atividade de higiene foi a
mais citada. Você concorda que a atividade de higiene é uma atividade
pedagógica?
Elisete: Eu acho que sim, porque a criança precisa se adaptar no ambiente,
se ela não faz isso em casa, tem que ser estimulada ela na escola eu acho, é
importante ter higiene, da escovação, da limpeza, tudo faz parte do ambiente.
Graziela: Você concorda que é uma atividade pedagógica?
Elisete: Sim
Graziela: Têm diferença se o professor for fazer essa atividade, ou uma
mãe a zeladora, for fazer essa atividade ?
Elisete: Eu acho que sim, porque todas elas são mães já passaram por
isso, às vezes a gente tem uma certa dificuldade, e as vezes elas podem te ajudar
ou te auxiliar.
Graziela: A refeição também foi considerada atividade pedagógica você
concorda?
Elisete: Atividade. Bom em certo momento pode se dizer que sim. Mais faz
parte da criança, a alimentação, como ela come, como ela é estimulada com os
alimentos, não são todos os alimentos que ela come, os meus mesmo deixam tudo
124
na borda do prato, a cenoura, eu acho até engraçado, essa semana: ai não quero
isso, e colocam tudo na borda.
Graziela: Têm diferença se a merendeira for dar alimentação, ou se você
for servir a criança?
Elisete: Não sei, por que a gente que serve os alunos.
Graziela: Mais se casualmente a merendeira for fazer isso com as crianças
tem o mesmo sentido ou não?
Elisete: Eu acho que não. Porque a merendeira só vai servir o alimento, ela
não vai olhar, e falar vamos comer um pouquinho da salada, estimular, ela não tem
essa maneira de chegar, você tem quer comer e pronto! Porque tem que trabalhar
no sentido diferenciado, o por que a criança não quer, se forçar um alimento a
criança vai ser sentir reprimida, e dizer não! Não vou comer e pronto! Mais ser você
estimular de uma forma adequada ela vai sentir prazer de comer aquele alimento. É
bem diferente mesmo.
Graziela: A roda de conversa também foi considerada atividade
pedagógica, você concorda que é uma atividade pedagógica?
Elisete: Eu concordo.
Graziela: O que o professor precisa saber para tornar essa roda de
conversa uma atividade pedagógica?
Elisete: Na minha sala eu faço um circulo com as crianças, aí eles trazem
as novidades de casa, no final de semana o que foi passado o que não foi passado,
ai eu pergunto o que eles gostariam de trabalhar, a gente impõe a atividade em sala,
que não é aquela atividade rotineira, aquela coisa forçada, porque se forçar as
coisas a criança não aprende, então aprende tudo na base da brincadeira, esse ano
o meu projeto é esse, eu fiz o projeto da brincadeira , e através da brincadeira eles
aprende mais, eu acho.
Graziela: O parque também foi considerado uma atividade pedagógica você
concorda?
Elisete: Pode trabalhar atividades dirigidas ou atividades livres.
Graziela: O que acontece lá no parque que torna o momento pedagógico ?
Elisete: Trabalhar com a criança, brincar o faz de conta dele, não posso
dividir os dois momentos, junto com a criança chamar brincar, tornar uma aula mais
produtiva eu acho essencial.
125
Graziela: A musica também foi considerada atividade pedagógica. Você
concorda que a música é uma atividade pedagógica?
Elisete: Sim totalmente porque ali que ela aprende mais, ela se solta mostra
gestos na brincadeira. Músicas novas, tanto que a gente coloca bastante CD’s pras
crianças brincarem e se divertir.
Graziela: Me dá um exemplo, um momento que você utilizou a musica que
foi um ato pedagógico?
Elisete: Faz umas duas semanas mais ou menos, a gente colocou o som lá
fora com a caixa e as crianças, eles começaram a fazer as brincadeiras, dançar a
dança da cadeira, da estátua, várias atividades dirigidas, achei muito bom...
Graziela: Você gostaria de falar uma outra atividade que você considera
pedagógica?
Elisete: É o cantinho da leitura. O material de sucata que também é
pedagógico é riquíssimo, mais que hoje é menos utilizado, hoje em dia tem várias
coisas, antigamente não tinha DVD não tinha televisão, mais tinha outras coisas,
hoje não, foi uma coisa assim que a globalização colocou os brinquedos antigos de
lado, e deixou só a televisão, a internet, uma coisas, que a criança não necessita
mais , eu acho que deveria ser resgatado essa parte, por que a criança passa
praticamente doze horas na frente da televisão, ver coisas assim obscenas, censura,
ai eu vou fazer também, ai chegar na escola que fazer também mais a professora,
opa não deixa, mais censura ta muito liberal, antigamente se você levantava a mãe
para o professor levava uma surra daquelas, hoje não, tu apanha do aluno em plena
sala de aula coisa que, coisa que a censura poderia ser um pouco mais respeitada.
5- Professora: Paula
C.E.I. Renata Nunes
Data: 15/03/07
Graziela: Paula, eu apliquei um questionário com os professores de quatro
a seis anos, no ano passado, pedindo que eles citassem cinco atividades de sua
rotina, e quais dessas consideravam atividade pedagógica, a primeira atividade mais
citadas foi à higiene. Você concorda que a higiene é uma atividade pedagógica?
Paula: Pedagógica eu acredito que exatamente não, é um momento que
serve para trabalhar algum momento pedagógico, a questão de está mostrando o
126
tipo de alimento que come, e que benefícios aquele alimento vai ter fornece, dá para
está unindo uma ação pedagógica numa ação de rotina , eu penso dessa forma.
Para mim sonhinho, refeição, parque são atividades que entram no contexto da
rotina, porém nessa atividade da para contextualizar em outros conteúdos, dá para
está buscando alguns temas para trabalhar alguma atividade da sala, nesse
momento da para compartilhar.
Graziela: E se outra pessoa tiver fazendo esse momento seria a mesma
coisa, a mãe, a coordenadora ou a merendeira, por exemplo?
Paula: Uma outra pessoa no meu lugar seria a mesma coisa? Não, não
seria a mesma coisa, eu acredito que sim com toda a minha experiência com os
meus estudos, faria diferença. A mãe praticamente serve o filho, ela serve ela que o
filho bem alimentado, o professor ele orienta ela servi, o professor busca outras
forma dele ter postura, eu pelo menos pontuo muito, postura, questão de
mastigarem, a gente já vai ta trabalhando isso, forma de pegar de levar ate a boca,
de como segurar os talher, em todas as series eu trabalho isso. Eu tenho
experiência desde o berçário até o pré-escolar, então assim no berçário não tem
muito isso mais a gente falar, a questão do falar mais do maternal um para frente à
questão de sentar de levar o alimento ate a boca é não a boca ate o alimento isso eu
falo sempre, eu sempre falo isso para os meus alunos, porque eles vai ouvindo até
se tornar uma criança maior ou adulto, tu vai ter um bela orientação, eu acredito
nisso .
Graziela: A atividade de refeição foi a segunda mais citada como atividade
pedagógica. Você concorda?
Paula: Assim, se só servir os pratos e não orientar não dá para ser assim,
eu acho que isso que é a diferença, tu está trabalhando, servindo mais fazer mais,
fazer diferente, pode trabalhar cores, buscar cada atitude que tu faz , é buscar até
uma meta ter uma orientação diferente em cada atitude que tu faz com teus alunos ,
eu acho que isso é o diferente isso é diferencial.
Graziela: A roda da conversa foi à terceira atividade mais citada. Você
concorda que é um momento pedagógico?
Paula: Olha, essa questão de fazer roda para conversar, faz muito tempo
que eu não faço. Eu faço assim tudo o que eu vou fazer eu converso antes com
eles. É assim como eu tenho um bom tempo de magistério, vinte um anos que eu
127
trabalho com a educação infantil, então eu não tenho esse momento faz a roda.
Bom, pois é eu já trabalhei em certos lugares, e tu acaba seguindo assim certos
rituais, que passa em épocas em épocas, não tem isso, eu vou sentar para começar
uma atividade, conversa para iniciar tal atividade, para fazer como foi o final de
semana, eu não faço especificamente esse momento assim, o que a gente faz, se
estamos trabalhando e surgiu tal assunto, a gente as vezes para a gente falar do
nosso final de semana, ou tal criança da uma sugestão de um fato que fez , um fato
que aconteceu, ai cada uma , bate aquela curiosidade em todo mundo, uma vontade
de dizer, eu paro esse momento, não tem que ser assim exatamente no começo da
aula, não tem isso exatamente no começo da aula eu vou senta com os meu alunos,
eu faço momentos que paro para brincar, para conversar, momentos que ,
momentos que tu faz , mais é do nosso acontecer do dia - dia, não exatamente
parou no começo ou para pra fecha, ou no começo ou pra iniciar o dia , exatamente
não.
Graziela: O parque foi a quarta atividade mais citada, você concorda?.
Paula: É uma atividade de lazer, pedagógico eu acredito que é também,
porque trabalhamos a coordenação motora, trabalhamos diversas atividades de
psicomotricidade, então esse momento do parque não para dizer, a vamos
desvincular, só atividade de rotina, e esse só pedagógico, eu acho que o contexto do
dois, esse contexto dos dois é que te ajudar, o momento que a criança está
interagindo com o outra brincadeira ai tu vai ta trabalhando a questão da
agressividade,deixa eles mais solto, questão de regras da para trabalhar no parque.
Graziela: Mais você considera pedagógico?
Paula: Eu não consigo definir exatamente, eu vejo assim de rotina ele não
pode ser, exatamente de rotina, vai lá ao parque e só solta as crianças isso eu não
concordo, ele tem quer servi para alguma coisa, ser ele serve para algo ele ter trás
uma meta tu conseguir fazer alguma coisa com a criança ali, evidente que torna ser
uma atividade pedagógica. E quando tudo é muito solto e a criança faz sem
nenhuma orientação eu penso que aquilo lá é uma atividade livre tu não estás
próximo não tais ordenando, não tais ordenando não podem ser pedagógico.
Graziela: E seu dia-a-dia vocês faz ser pedagógico ou de rotina?
Paula: Eu faço quase tudo ser pedagógico, eu não sei sentar para espera
um pai, fica ali sentada, ali já tem um momento de uma história, uma rima, a gente
128
brinca um tamanho de um o tamanho do outro, simples tem alguma coisa que eu
tento da influenciando, está desenvolvendo na criança, eu já descubro alguma coisa
de casa a gente já começa a trabalhar alguma coisa social de casa o quer que
acontecer, ali já descobre algumas coisas, então eu vejo sempre, que o professor
onde está tem que está buscando o pedagógico, seja para o seu dia-a-dia, seja para
o bem desta criança seja para o bem esta da família , assim eu atitudes na sala tu
acaba descobrindo algumas coisas da família. Penso que não dá para desvincular o
pedagógico do teu dia-a-dia, agora a atividade de rotina eu vou deixa ali como está e
não vou trabalhar,
Graziela: A música foi à quinta atividade mais citada. Você concorda?
Paula: Considero uma perda não ter uma boa foz para cantar. Eu
considero, adoro musica, eu trabalho a musica com as crianças, a questão corporal,
trabalho muito com a musica, a escrita de musica, texto, conhecemos vogais,
interagindo com outros personagens. Ela também pode ser livre, eu uso a musica
dos dois modos , quando eu uso para servi ou pra atingir uma meta , ou também eu
uso quando eu coloco lá uma musiquinha de roda, para sentir, divertir, conhecer
outras musicas. Ela tem seu lado pedagógico, e tem o seu lado mais solto, deixando
a criança interagir, soltar, buscar, eu penso assim.
Graziela: O que professor precisa saber?
Paula: Em modo geral, ao meu ver o professor em tudo o que ele faz ele
tem que está embasado o que ele quer para o seu aluno em tudo, então assim não
da pra trabalhar com o teu aluno, por exemplo hoje eu vou passa o meu tempo, nós
vamos só picar o papelzinho e vamos colar em qualquer coisa , e colar na a parede
e aquilo vai ter uma visão assim da família, não espere isso de mim assim, eu não
trabalho exatamente para mostrar o meu trabalho para alguém, eu trabalho para
desenvolver o meu aluno, então eu penso que o professor tem que fazer isso, tem
que trabalhar pensando na criança, se deu certo ótimo, ser não deu certo ele que
replanejar, ele que ache outros recursos, eu penso dessa forma a que não dá para
ser essa coisa vazia, não dá para dizer assim hoje eu trabalhei as vogais com o meu
aluno, sem ele nem conhecer a letra do nome dele, então assim que tuas metas
sejam bem claras , que ele tem que conhecer o grupo, ai eu vou preencher aqui ,
para na reunião de pais mostrar que ele tem um caderninho de tarefas. Forçando a
coordenação dele, fina e ele mal está desenvolvida a coordenação motora lenta,
129
então assim que o professor conheça, que nível está o aluno dele, até onde ele pode
ta trabalhando o aluno dele , penso que não da pra fugir disso , assim visão dele não
é pro estético e nem , pros pais , é para a criança.
6 - Professora Luciana
Data: 29/03/07.
Graziela: Eu apliquei um questionário com os professores de quatro a seis
anos, no ano passado, pedindo que eles citassem cinco atividades de sua rotina, e
quais dessas consideravam atividade pedagógica, a primeira atividade mais citadas
foi à higiene. Você concorda que a higiene é uma atividade pedagógica?
Luciana: Sim, eu concordo, por exemplo, a todo o momento qualquer
atividade de rotina estamos trabalhando com a criança pedagogicamente,
ensinando, eles fazerem a higiene correta, ensinado eles ate mesmo na hora das
refeições, a gente ta todo momento trabalhando com eles, o come direitinho, com a
boquinha fechada, não conversa durante as refeições, ate por causa da má
digestão, eu acredito que todo momento que eu estou educando, ensinando é
pedagógico.
Graziela: Na atividade de higiene têm diferença se uma mãe fazer a
higiene, e você como professora fazer essa atividade?
Luciana: Tem uma grande diferença, até as nossas mães que eu vejo que
eu coloquei para eles na reunião, como seria a higiene aqui no CEI, eu vejo que a
maioria não faz, de acompanhar a criança até o banheiro, sentar no vazo sanitário,
os meninos quando usar levantar a tampa está usando corretamente quando urinar,
elas não fazem elas não acompanham os filhos, no entanto muitos que nós
recebemos, não sabe nem fazer a higiene limpar o bumbum eles não sabem. Eu
acho que é um ato de amor, de dedicação àquela criança. Para ensinar tem que
levar ao banheiro, ensinar porque se tu não fores junto, e não dizer como é ele não
vai saber, tem que mostra para criança, ensinado juntinho até na escovação tudo,
tem que ir junto ensinando para ela aprender, ate no banheiro tem espelhinho de
frente, de eles estarem vendo como faz a escovação correta, se esta limpinho se
não esta, como enxaguar a boquinha eu acredito que a diferença é essa, muitos dos
nossos pais, não fez isso, e que deveriam.
130
Graziela: A atividade de refeição foi a segunda mais citada como atividade
pedagógica. Você concorda?
Luciana: Eu acredito que sim.
Graziela: Também têm diferença se uma mãe fizer esta atividade?
Luciana: Ah, sim! Hoje, por exemplo, eles não queriam comer abobrinha,
eu vi hoje, todos os dias a gente vê isso. Daí a importância da professora, sentar
com eles a mesa, ninguém queria abobrinha, ninguém queria repolho com cenoura
ralada, eu coloquei no meu prato, eu nem me lembro das coisas que eu coloquei,
mais assim eu fiz proposital mesmo, mais eu gosto, eu fiz para ver, no momento que
eu coloquei, todos já levantaram o dedinho, o que tu queres? Quero salada. O que
tu queres? Quero abóbora, ai eu vou ficar forte eu vou fica bonita, ai o coelhinho vai-
me dar chocolate, coisas que a gente vai ensinando na prática para poder está
incentivando a criança, tais entendendo, é um meio que a gente tem e eu penso,
quando eu percebi, quando eu como com eles, porque eu sento na mesinha com
eles, porque eu como junto com eles, a todo mundo queria abóbora e saladinha
entendeu, então tu percebe assim a diferença, de está trabalhando de está sempre
falando a gente fala constantemente, na hora da refeição, olha lá que legal, o
amiguinho acabou parabéns, eles vem mostrar o pratinho, tudo isso é muito
importante entendeu, tem coisas que vem de casa que a gente percebi, que eles
falam, a lá em casa ninguém faz oração pra comer, lá em casa todo mundo
conversa, meu pai briga com a minha mãe, e isso a caba proporcionando um
ambiente ilegal assim pra criança, não é, não é legal é bem ilegal mesmo.
Graziela: Como tu fazes esse momento da refeição se uma coisa boa?
Luciana: Assim , às vezes a gente canta, a musica da refeição as vezes a
gente hora, um amiguinho faz a oração, entendes, a gente vê como é produtivo, as
vezes a gente faz a mesa das meninas, aqui o dos meninos ali, as vezes eu misturo
tudo, entende, é muito legal, a gente está usando meios que a gente tem, para está
proporcionando esse melhor sabe, ontem a gente tinha variedade de comida, feijão,
arroz, farofa, salada de tomate, salada de beterraba, frango assado. Eu digo que,
nos vamos todos para um restaurante, arrumo a mesa, arrumei tudo direitinho
arrumei os pratos, eles pegavam os pratinhos e vinha se servindo,precisava filma
lindo estava, vejo o entusiasmo, tu ver eles comendo, porque colocou aquilo o outro
também que comer, entendeu em nenhum momento a gente força , não que a gente
131
come aquilo, não, quem quer abobrinha, mais eles servindo é mais prazeroso, da
esta oportunidade pra eles, porque a gente tem que cria-los para vida, quando
chegar em um restaurante com o pai ou a mãe, o que legal já sei me servi, já sei das
coisas que eu gosto, é bem legal, tem que está diversificando.
Graziela: A roda da conversa foi à terceira atividade mais citada. Você
concorda que é um momento pedagógico?
Luciana: Concordo esse momento é rico. No momento da roda eles já
começam a falar de tudo, o que acontece em casa, porque a gente não quer saber a
gente senta em uma roda, para proporcionar o que a gente vai trabalhar naquele dia,
por o planejamento é flexível e tu acabas levando a variedade de coisas. Tu sentas,
agora agente vai conversar ou sobre a tarefinha que levaram no final de semana, a
gente conversa sobre o nome do grupo, ali já sai variedades de coisas, mais por
que eles perguntam , eles questionam, ser tornam mais críticos, se eles não gostam
daquilo ali, sabe porque o arco-íres, eu votei no outro, porque todo mundo votou no
arco-íres. É momento de discussão mesmo de um com o outro, não é só com a
professora , é um momento de eles estarem falando, criticando, a gente ta puxando
um ganchinho dali, mais porque se tu tens outra opinião então fala, por tu querem
esse nome, sabe, no momento que tu dá oportunidades para todos e saem coisas
maravilhosas, coisas que tu nem pensou em colocar no plano naquele dia, opa, é
mesmo a gente já sai para outro ladinho, ou da outra oportunidade, pra um outro dia
ta falando daquilo ali, entendeu, então assim o teu pedagógico enriquece muito, olha
quantas cabecinha pensando, enquanto tu és uma só, por que a gente ate rascunha
para depois está passando, isso que é o legal.
Graziela: Que conhecimento o professor tem que ter para fazer este
momento pedagógico?
Luciana: Tu dizes a formação pessoal?
Graziela: Também, o que o professor precisa ter de conhecimento?
Luciana: Primeiro é gostar isso aqui não é bico, é um trabalho muito
valioso, seriíssimo não é para qualquer um, educação infantil não é pra qualquer um.
Trabalhei dez anos, na rede como estadual, e com primeira série alfabetizadora,
quando eu me efetivei na educação infantil, eu percebi, o quanto eu aprendi, eu
aprendi de mais. Porque isso aqui tu tens que gostar, em segundo lugar tu te is que
ter um aperfeiçoamento, que é a faculdade que me abril caminhos, olhos que eu não
132
tinha pos graduação, porque tudo que tu aprende lá, trás para prática, e para a
prática tu leva. É teoria e prática ao mesmo tempo, se tu não tens essas duas coisas
tu não consegues, não aprendes, tu não trabalha, percebo que precisa ter muito
conhecimento, se não tens, tem que ir em busca. Quatro anos que eu estou aqui
com crianças portadora de cuidados especiais. Não sabia lidar com surdos, no
primeiro ano que eu entrei aqui a educação infantil para mim foi novidade, eu fui
alem do que eu podia, eu fui estuda a noite libras, eu me empenhei o máximo no
semestre, estudava a noite de dia, não tinha horário, e aprendi com os surdos sabe,
aprendi, me doei, isso que eu vejo todo profissional tem que se doar, na sua
profissão, agora ano passado eu tive um Síndrome Down, também não sabia
trabalhar na educação infantil, por que chega pra gente lá no ensino fundamental é
completamente diferente, então assim eu fui em busca sabe, tem que dar limites
tens que saber que ele é normal, entre aspas, também que saber que os outro vão
fazer a atividade a mesma coisa, então tudo isso tu vai, tu vai além daquilo ali, então
é conhecimento então tu é obrigado, tens que fazer algo, nós temos que ir a ele, não
é só a inclusão, ai a criança chegou tenho que incluir, não eu tenho que me incluir a
ele. Eu tenho um cego.
Graziela: Como trabalhas com ele?
Luciana: Estou buscando todas as alternativas, até quando eu, no outro
semestre já trabalhei com os surdos, eu já trabalhei em braile ele é baixa a visão
então tudo é direcionado ao Carlos como os outros, mais assim o dele tem que ser
maior mais visível, tem que ter textura, sabe, tudo é direcionado ao Carlos, mais
tudo junto mais um olhar diferente, no parque a mesma coisa ele vai ele vai em
todos os brinquedos mais a gente tem que ficar de olho, tem que pegar o Carlos
pela mãozinha, e o mais gostoso, que eu faço com os amiguinhos da sala tratem
eles da mesma maneira que é. Quando ele chega todo mundo quer beijar o Carlos,
porque eu faço isso com eles, está cheiroso, nossa com hoje você ta choroso, ele só
vem a tarde, quando ele vai emborra, chegar a ser sufocante todo mundo que beijar
o Carlos, te uns que diz assim professora Patrícia, o Carlos vai em borra tu te is que
beija o Carlos, então tu te is que torna um ambiente prazeroso, pra eles ele é igual,
só por que ele não enxergar um pouquinho ne, tia, é.
Graziela: O parque foi a quarta atividade mais citada, você concorda?
133
Luciana: É assim, tu tens que saber usar, porque se eu chegar lá agora e
colocar a criança no parque é recreativo, é uma recreação, agora desde o momento
que eu usar ele com uma atividade proposta em sala de aula, como por exemplo, no
ano passado eu trabalhei o trânsito (tiramos em primeiro lugar no concurso do
CODETRAN). Então, assim, vamos trabalhar no parque, vamos subir, descer, só
tinha plaquinhas, isso se torna pedagógico, proibido subir no escorregador, então
qual é a placa do proibido? Proibido estacionar, entende então usamos plaquinhas
para usar no parque pra brincar, até com carinho pode ser um carinho de papelão
até pra brincar, então isso se torna, mais se eu chegar assim vamos todo mundo
brincar hoje, isso se torna recreativo. Claro que tem que cuidar muito, porque o
parque é muito perigoso, além dele ser recreativo, mais ele é muito perigoso, por
isso que eu digo, é um balanço, é um escorregador mau escorregado, eles sobem
no escorregador, eu não deixo, eles tem que ter limites eles tem que saber quando
tem que balança, quando é pra subir, mais o que eles mais gostam mesmo é
brincar na areia eles adoram, ontem eu só fiquei observando, eles fizeram o Carlos
de bebê, o Carlos rolou na grama, o Carlos chorou deram o bico dele, deram o
mamazinho, dele, que era o de bebê, então assim a gente percebe, que é o dia- dia
deles de casa, agora eu vou levar ele pra leva vacina ta, porque a mãe faz com o
pequeno em casa, então a mãe é o espelho de casa, o papai foi trabalhar não chora
filhinho, então tu sabes, então um outro momento não com outro, escrevendo o
nome na areia, tu sabes que o que tu ta fazendo na sala ta repetindo lá no momento
da recreação, também não deixa de ser um pedagógico, é dirigido pela professora, é
lá na areia que é grossa, o Alexandre, que tem mais dificuldade na sala, escrevendo
o nome na área. Sabe ele tem muita dificuldade assim, hoje eu fui com eles ali na
grama levei um monte de giz, deixei eles brincarem desenha na causada o que eles
queriam, o que eles foram fazer o nome, porque eu já trabalhei eles com o nome,
gente é importantíssimo, a gente leva esse nome até quando a gente morre, é ter o
nomezinho da gente é importante é legal.
Graziela: A música foi à quinta atividade mais citada. Você concorda?
Luciana: Concordo, como tu podes ver nós tiramos o nome arco-íris, então
nós vamos cantar, que musica nós vamos canta, deixei, eles trazerem, o que eles
tinham e veio CD veio DVD, veio de tudo bem interativo, então nós fomos para a rua
e fizemos o teste lá do arco-íris, depois a musiquinha, ela é pedagógica muitas
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crianças da minha sala não sabe, não sabiam as cores, eles sabem o básico, o
amarelo, nos começamos a misturar as cores para formar o roxo, o azul mais escuro
que é o anil, fomos misturando para fazer as cores a fomos, o verde o amarelo, as
cores do arco-íres, entende a parti da música, tu não sabe que o verde, é verde, que
o limão é o limão, grava um momento gostoso, eles adoram canta, um momento que
vem ilustrar, brincar, dançar e depois também de aprender. Tudo que eles gravam
eles retem conhecimento e dali só trabalhar.
7- Professora: Gabriela
CEI: Mariana Graciola
Data: 18 de março 2007
Graziela: Eu apliquei um questionário com os professores de quatro a seis
anos, no ano passado, pedindo que eles citassem cinco atividades de sua rotina, e
quais dessas consideravam atividade pedagógica, a primeira atividade mais citadas
foi à higiene. Você concorda que a higiene é uma atividade pedagógica?
Gabriela: Também a higiene está em todo o lugar, na escola, em casa, no
trabalho, em todo lugar tem que ter higiene. Começa com as noções, lava as mãos
quando vim do parque, escova os dentes direito, de cima pra baixo, de baixo pra
cima, então isso tudo está trabalhando bastante coisa também.
Graziela: Quem faz a atividade de higiene?
Gabriela: Só eu, principalmente de manhã que eu estou sozinha e a turma
tudo comigo, e a tarde a agente me ajuda também mais sou eu que estou mais,
perto deles.
Graziela: Como você faz esse momento ser pedagógico?
Gabriela: Essa semana o projeto corpo iniciou, então a gente já começou a
falar a higiene bucal, começo aquela coisa escova assim, não esquece de escovar a
língua, escova o dente direito de cima pra baixo de baixo pra cima, então isso é
sempre feito com eles, são coisas assim que sempre dão resultados. Na mesa
também, sentar direitinho não põem a mão no pé, segura direito o talher, então isso
tu começa a colher os resultados já.
Graziela: A refeição também foi uma das atividades mais citada. Você
concorda que a higiene é uma atividade pedagógica?
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Gabriela: Também dependendo como for levar a criança para refeição é
uma coisa que tem que está trabalhando, tu podes ter isso com um ou mais, mais
como que seja para mim professora de pré escola. Uma hora mais importante, para
mim seria a roda de conversa, o desenvolvimento das atividades em si, a hora da
comida também mais não como principal.
Graziela: Tu consideras mais como uma atividade de rotina, pedagógica..?
Gabriela: Como pedagógico também mais comer é essencial. Não é que
não seja importante, é porque come também se come em casa, então hábitos de
higiene e alimentação e hábitos na mesa tem que ter educação em casa, então aqui
é mais como uma rotina.
Graziela: Tem diferença se o professor for fazer essa atividade ou uma
mãe, ou a própria merendeira?
Gabriela: Sim.
Graziela: Qual é a diferença?
Gabriela: Porque, eu costumo quando eu coloco eles para comer, senta
direitinho, não põem a mão no pé, questão de portar direito a mesa questão de
higiene na mesa, estou educando do mesmo jeito, mais sei lá uma mãe já vai ver
com outros olhos, se for a merendeira só vai servir, e a gente como educador direto
contradizendo, mais também é uma hora importante, eu costumo pegar bastante no
pé na hora da refeição, senta direito, tira a mão do pé, não é assim não se suja
tanto, então tem que ser..
Graziela: Por que achas que a refeição é pedagógica?
Gabriela: Quando está fazendo essas perguntas, interação, essa
estimulação, está fazendo certinho.
Graziela: A roda da conversa foi à terceira atividade mais citada. Você
concorda que é um momento pedagógico?
Gabriela: Com certeza porque ali tu colhes as necessidade que eles
querem aprender, tu já consegues ver que nível eles estão, o que é importante, tu
consegue ter um retorno do dia anterior do que tu falou, vamos supor que na hora da
conversa no outro dia tu vai se foi importante aquilo que foi colocado se aquilo ficou
gravado então eles vão te retornar.
Graziela: O que o professor precisa saber, que conhecimentos o professor
precisa ter para fazer esse momento pedagógico?
136
Gabriela: Como eu coloquei para ti, se ele souber aproveitar.
Graziela: Quando ele vai planejar esse momento o que ele precisa entender
pra fazer desse momento pedagógico?
Gabriela: Precisas entender que as crianças vão falar, não é só tu que trás
o conhecimento, mais na verdade vai partir delas também, ela vão ter o bastante pra
ta colocando também, para retornar também, como falei pra ti, ai tem necessidade
de aprender sopre tal coisa, derrepente pra ti tu nem tinha planejado mais foi uma
coisa que surgiu, então a parti dali tu vai trabalha também, então pra mim é
pedagógico, desde que tu tenha o preparo também, o preparo da roda da conversa
vai surgir bastante coisa,
Graziela: Que preparo?
Gabriela: E assim vai da cabeça de cada professor, cada um trabalhar de
um jeito, eu costumo assim o fazer atividade por fazer, não eu não aceito, tem toda
uma conversa antes aí vem os questionamentos e dali vai ficando tudo bem mais
interessante, e simplesmente vamos pinta isso aqui põem na mesa e deu.
Graziela: Como é que tu fazes para não fazer isso?
Gabriela: Eu costumo conversa sempre antes.
Graziela: Sempre orienta?
Gabriela: Sempre oriento sem a orientação eles não vão saber.
Graziela: E durante?
Gabriela: Durante também tem que saber, lá não é assim tem que fazer
deste jeito, eles não sabem o que é isso o que é aquilo sempre.
Graziela: Esse momento da folha, do papel consideras pedagógico, esse
momento é do pedagógico, e a rotina é a rotina? O que pensas sobre isso?
Gabriela: Não tudo é pedagógico, é como eu falei pra ti desde que eles
entram aqui, desde a hora que eles saem, mais assim tem coisas. Como é que eu
vou ti dizer, a higiene também consegue trabalhar o pedagógico principalmente para
o pré-escolar, com os pequenos eu vejo uma coisa. Não sei uma coisa diferente,
para o pré-escolar tem aquela hora, está na cabecinha dele, sentar e estudar.
Graziela: Para o pré-escolar são atividade relacionada com aos conteúdos
mais tradicionais: quantidades, letras?
Gabriela: Isso o que a gente está estudando tal coisa. Para eles na hora da
refeição é um momento que tem que sentar e comer porque é a hora do lanche, a
137
hora do parque a gente vai para brincar, a hora da higiene porque tem que fazer,
mais para eles é hora de sentar e fazer a atividade é produzir, a gente vê com outros
olhos eles veêm diferente.
Graziela: O parque foi a quarta atividade mais citada, você concorda?.
Gabriela: Desde o momento que tu passas alguma coisa lá, uma
brincadeira, ai sim.
Graziela: O que você faz ?
Gabriela: Ultimamente tenho deixado mais livre, porque na sala a gente já
tem produzido bastante, então deixa um momento para dar uma liberada, mais
assim a gente fez pra eles estarem construindo brinquedos para eles estarem
trazendo, brincando no parque, para não está só correndo, matando.
Graziela: Qual brinquedo?
Gabriela: Com garrafa de plástico, ai eles sentam tão brincando, fazendo
olhando, ver que ali tem um momento de brinca de casinha, brinca de vendinha, eu
vendo bolo, eles mesmos acabam fazendo.
Graziela: A música foi à quinta atividade mais citada. Você concorda?
Gabriela: Sim, porque eu canto bastante, eles gostam bastante de cantar.
Graziela: E como ela se transforma em uma atividade pedagógica?
Gabriela: Quando eu começo a cantar eles já sabem, meio que uma rotina
de atividade. Depois do lanche vem à recepção a gente conversa bastante, e depois
vai cantar um pouco, ou em outro momento, eu acho que seja pedagógico, é
gostoso é legal eles se destraem gostam de estar cantando depois, aprendem
estimulam.
Graziela: O que estimula a criança?
Gabriela: Bastante coisa vamos supor assim, não existe criança tímida, na
verdade ela está naquele estado ali por alguma coisa, uma coisa que não foi
estimulada, é uma criança, derrepente é uma criança que e meio tímida, tu começa
a cantar fazer gestos, ela vai se desinibindo, se socializando também, porque tem a
brincadeira de musica que é para abraçar o amigo, mais tem vergonha no outro dia
já tão abraçando, vão interagindo um com os outros.
Graziela: Gostarias de citar uma atividade que trabalhas que não foi citada?
Gabriela: Uma coisa que eu adoro fazer também é contar historia, eu vejo
que tem um retorno também, tu sentar, tem maneiras de contar também. Ler na voz
138
dos personagens ter um lúdico maior, não tem muita graça, mais eu adoro contar
historia, e depois ai eles vão contar o que fizeram, pode registrar em forma de
desenho, pode contar a historia vai.
Graziela:Quando você planeja essa historia, o que te estimula pensar que a
historia é pedagógica?
Gabriela: Eu faço assim em uma historia geralmente uma criança viaja a
gente já foi criança também sabe como é gostoso está contando uma historia. Então
ela viaja, ela cria, ela tem sensações de medo, da risada, chora.
Graziela: E o seu papel quando planeja?
Gabriela: Porque tem necessidade eles precisam desse momento da
história, assim como a musica, a higiene, o parque, assim como a atividade a gente
conversa muito , da historia também eles precisam se tiver historias que se encaixe,
no projeto beleza, se não traz outra historia, ex: trabalhar mais isolado, mais assim
vamos ver uma historia tal, principalmente no final da tarde, então esse momento
pra eles é bem gostoso eu sempre gosto de está contando.
8- Professora: Ana Carla
CEI: Henrique Marques
Data: 24 de abril de 2007.
Graziela: Eu apliquei um questionário com os professores de quatro a seis
anos, no ano passado, pedindo que eles citassem cinco atividades de sua rotina, e
quais dessas consideravam atividade pedagógica, a primeira atividade mais citadas
foi à higiene. Você concorda que a higiene é uma atividade pedagógica?
Ana Carla: Concordo por que a higiene trabalha em vários temas durante o
ano, desde corpo, alimentação, e outros temas que a gente pode está abordando
também. A higiene além de está, (acredito que seja pedagógica) entra nos eixos, eu
posso utiliza em natureza e sociedade.
Graziela:Você planejamento esta atividade?
Ana Carla: Sim, consigo e encaixo dentro dos meus conteúdos também.
Graziela: Tem diferença se uma mãe for fazer essa atividade ?
Ana Carla: Depende de que maneira a mãe vai trabalhar , eu acredito que
não dependendo da mãe, eu acho que não, depende se for uma pessoa, tem uma
rotina é. Como é que eu posso dizer, tem o hábito da higiene eu acredito que não.
139
Graziela: A atividade de refeição foi a segunda mais citada como atividade
pedagógica. Você concorda?
Ana Carla: Eu acho que eu concordo também está relacionada, relacionada
à higiene, ao corpo , eu acredito que sim.
Graziela: É pedagógica?
Ana Carla: Sim.
Graziela: Tem diferença se a mãe ou a merendeira for fazer essa refeição
com as crianças?
Ana Carla: Como eu falei para ti depende de como essa pessoa vai agir.
Graziela: Onde está a diferença?
Ana Carla: Se é uma mãe que vai ter o cuidado do servir, se ela vai buscar
orientar as crianças de como se servir. Quando a gente serve a merenda estamos
sempre falando da importância dos alimentos, por que é importante comer a salada,
por que é importante lavar as mãos. Esse trabalho a gente passa a fazer todo dia é
diário, então se a mãe coloca a comida, serve dessa maneira, ou seja está
orientando, eu acredito que não tem diferença nenhuma.
Graziela: A roda da conversa foi à terceira atividade mais citada. Você
concorda que é um momento pedagógico?
Ana Carla: Concordo, acredito por que ela trabalha linguagem oral, como
ela vai desenvolver, ela vai desinibir, trabalhar com oralidade mesmo, com
expressão com memória, dependendo se ela vai contar alguma historia do final de
semana, está trabalhando a expressão corporal, ontem, hoje, sábado.
Graziela: Como o professor pode tornar esse momento pedagógico? Dê-me
um exemplo?
Ana Carla: Eu faço da seguinte maneira a gente começa com uma
novidade, alguém tem uma novidade para contar alguém quer falar alguma coisa, e
assim é um momento que a criança também tem para dizer o que está acontecendo
em casa, para nos aproximarmos mais da criança. Entendemos ela, depois se é
uma novidade se é segunda feira a gente conta o final de semana, a gente conversa
sobre o final de semana, cada amigo tem a sua vez de falar, e os outros tem que
ouvir também os amigos, a gente registra, muitas vezes a gente registra o final de
semana, ou então eu posso trazer na roda de conversa, uma brincadeira agente trás
uma caixa com frases de iniciativa, ou a gente conta historia as vezes, eu sempre
140
procuro trazer alguma coisa para tornar gostosa a roda de conversa, que não perca
sentido que eles tenham vontade de participar da roda.
Graziela: O parque também foi considerado atividade pedagógica. Você
concorda?
Ana Carla: Sim também, o parque trabalha o lúdico, com a socialização eu
acho que entra também.
Graziela: Que conhecimento o professor precisa ter para tornar o parque
uma atividade pedagógica?
Ana Carla: Sem dúvida observação, eles vão trabalhar com o lúdico, o
parque como qualquer outra brincadeira ele não tem objetivo não tem sentido se eu
não souber observar. Se eu não souber avaliar, ou um tipo de brincadeira, ele está
imitando, representando, ou simplesmente ele está se isolando, está brincando com
o grupo, estar sempre com esse olhar atento, observar tudo
Graziela: A música também foi considerada atividade pedagógica. Você
concorda?
Ana Carla: Sim.
Graziela: Dê-me um exemplo de uma atividade com música que consideras
pedagógica?
Ana Carla: Bom, ela pode ser tanto na roda de musica, ou um simples
cantar, um prazer, o cantar para trabalhar o movimento, ou também a parti que eu
passo a escrever a música, e as crianças representarem. As crianças percebem que
o que eu canto o que eu falo eu posso escrever também, ilustrar a música, através
da escrita, isso é pedagógico.
Graziela: Gostarias de falar uma atividade que a gente não conversou?
Ana Carla: Bom eu realizo com a minha turminha o planejamento, o que
querem. É elevado todos os dias, o que acontece. Todos os dias o grupo decide, o
que ele vai fazer durante o dia, começa com o café da manhã primeiro o que a gente
fez durante o dia e depois o que a gente vai fazer, tipo hoje pela manhã a gente fez
o que antes de vim para. Eles percebem a seqüência das atividades, ajuda a
trabalhar a noção de tempo.
Graziela: Essa atividade é pedagógica?
Ana Carla: Também. É uma atividade importante. Eu tinha uma professora
na faculdade que dizia assim e preciso antes de qualquer antes de da um lápis pra
141
uma criança ou qualquer coisa que você for peça pra ela risca graficamente usando
papel é caneta, ou papel e lápis seja lá o quer for você tem que trabalhar todo
corpo” então assim eu acredito que as atividades com o peixe, com musica, na
representação no papel eu acredito que seja muito importante, mais tem que saber
trabalhar o corpo, também considero atividade pedagógica.
142
APÊNDICE D - Pontos de destaque das atividades pedagógicas para cada tema
abordado e análise conceitual, das Professoras Graduadas em Pedagogia
Higiene Refeição Roda de Conversa Parque Música Conceitos/S
íntese Silvana: Com certeza, com a higiene você está ensinando a etapa de lavar as mãozinhas. É uma atividade pedagógica, a gente está trabalhando o corpo, o cuidado com o corpo então isso é pedagógico. Ensinamos como deve estar fazendo, eles mesmos se higienizarem. Ensinamos como lavar as mãos, escovar os dentes, ir ao banheiro, como é que tem que se limpar. Ensinamos como devem se higienizar, como dar a descarga. Ensinamos isso para eles para fazerem a todo o momento.
Eu acho que é de rotina a atividade de alimentação.
A roda de conversa é uma atividade muito utilizada. É pedagógica quando eu estou dirigindo a conversa. Sentamos na roda eu vou dirigindo, então eu dirigindo, questionando cada um fala de uma vez.
O parque, geralmente é o brincar livre deles, geralmente quando estou no parque não interfiro no brincar, mais é o brincar livre deles, a não ser, se a gente tiver uma atividade direcionada para fazer. O adulto, só está ali para orienta para olhar, para não ser machucarem, a não ser se eu tenho uma atividade direcionada.
Gosto de trabalhar a música, todo tema que a gente trabalha encontramos uma música. Eles aprendem até mais rápido.É uma música que a gente conhece faz muito tempo, trabalhamos o corpo, apontando as partes do corpo, estou trabalhando pedagogicamente, ensinando as partes do corpo.
Orientar (01) Aprender (01) Direção (05) Trabalhar (05) Ensinar (06)
Telma Concordo porque na refeição ensinamos as boas maneiras, o jeito de comer, pegar no talher, e desta forma eles vão aprendendo.
Esse momento é precioso às crianças sugerem um tema pra gente montar um trabalho um projeto.
Concordo porque ali eles estão aprendendo com os amigos,
Concordo porque dependendo da música a gente trabalha tudo, matemática citamos os numerais.Trabalhamos com música e as crianças aprendem as matérias os assuntos, quando trabalhamos alimentação, procuro uma musica que fale sobre alimento.
Ensino (01) Aprender (03) Trabalhar (03)
143
Higiene Refeição Roda de Conversa Parque Música Conceitos/S
íntese Cássia: Creio que sim, porque até mesmo na hora da higiene, a criança está desenvolvendo alguma coisa naquele momento. Eles sabem que antes de se alimentarem tem que lavar as mãos, após a alimentação toda criança sabe que tem a escovação, isso também é um ato pedagógico.
É um momento pedagógico, por exemplo, agora é hora do café, nós vamos para o lanche eles se acomodam na mesa, olha agora não é hora de barulho, vamos respeitar a hora do lanchinho.
Ela é, mas pode ser também uma recreação, A criança pode contar uma novidade uma coisa não pedagógica naquela hora fica apenas uma conversa.
O parque acho que é mais o brincar. É claro que têm o pedagógico por causa do cuidado, então têm, mais na verdade é mais o brincar. Claro que o cuidado têm que estar bem presente toda hora. E pedagógico ele é, não deixa de ser, porque quando a criança está subindo ou descendo, quando ela está comentando: “fui no balanço, o balanço era vermelho”, tudo
Ela ajuda tanto na linguagem como no psicomotor, através, de gestos, a linguagem principalmente, porque ele desenvolve muito a linguagem da criança, eu penso assim que a musica é importante que ajude, é ajuda muito.
Desenvolvimento (02) Respeito (01) Cuidado (02)
Rosiane Concordo. É porque é partindo dela que a gente começa instruir a criança.
Ela é uma atividade pedagógica, mais achei dificuldade esse ano para apresentar os talheres: garfo e faca. Foi o primeiro ano que eu comecei a trabalhar com o garfo e faca. É pedagógico, mas seria a parte dos pais ensinar em casa. Não tem intervenção pedagógica, é livre para refeição, só oriento o uso da faca e do garfo.
Eu concordo com a roda pedagógica, Uso mais para conversar sobre o que vamos aprender, explorando o assunto. Acho interessante assim, é uma maneira deles centrarem em mim, prestando a atenção no que tem que fazer, eu mostrando, do que a gente vai tratar o assunto.
Acho o parque recreativo, porque eles estão livres. É mais o olhar do cuidar, porque é o momento deles estarem livres para eles fazerem o que quiserem dentro dos limites é obvio. Neste ano não
fiz nenhuma uma atividade pedagógica no parque.
A partir da música dela nós temos muitos conhecimentos das coisas, principalmente quando fala das frutas, das cores com alfabeto, é bem produtivo, eles gostam. Trabalhamos a estrela, fazendo colagem e pintura. A parte pedagógica é essa parte que você falou a contagem, aprendizagem da leitura, essa para mim é a pedagógica. E a de rotina é fora parte assim, está dentro da educação mais para mim é como falei, é uma rotina, é um cuidado. Eu acho quem é isso.
Instrução (01) Exploração (01) Ensino (01) Conversar (01) Aprender (01) Centrar (01) Conhecer (01) Trabalhar (01) Orientar (01) Cuidar (01) Atenção (01)
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Higiene Refeição Roda de Conversa Parque Música Conceitos/S
íntese Marisa Eu concordo que ela seja uma atividade pedagógica, mais não a mais importante que eu trabalho na rotina diária. Não vejo diferença porque, a gente tem orientações elas contribuem muito e fazem o que é para ser feito.
Sim, com certeza é uma atividade pedagógica, percebemos atos, atitudes, trocamos, discutimos, questionamos como se faz uma boa alimentação, trabalhamos o valor do alimento, estimulamos o que eles estão comendo. Isso é muito bom, coisas que eles não comiam, estimulamos a comer. Com certeza é uma atividade de aprendizagem.
Sim, para mim é uma das mais significativas, porque é dali que vai surgir todo um contexto de uma aula, uma manhã, uma tarde, é ali que o professor vai estimular, vai organizar propor a turma, o que vai ser feito naquela manhã ou tarde, eu acho que dali sai muitas coisas, questionamentos.
Concordo, todo espaço no CEI tu tens que saber utilizar. No parque brincamos, converso muito com meus alunos. Se soubermos utilizar o espaço no parque, com certeza é um momento de aprendizado.
Concordo. A musica estimula a linguagem a comunicação, a desenvoltura, trabalha o movimento do corpo. Eles se expressam através da musica. Vamos ao contexto do trabalho naquele dia. A música pode ser utilizada como um veículo de trabalho. Trabalho dessa maneira deitamos, imaginamos, criamos, fantasiamos, ouvimos, resgatamos o barulho, o som, o lugar que a gente ta ouvindo, transpor da sala de aula, isso acalma e trás tranqüilidade para turma, trabalho sempre com musica relaxante.
Estimular (04) Trabalhar (07) Brincar (01) Organizar (01) Propor (01)
Carla: Também, mais não que ela seja uma das principais, a higiene que a gente faz no CEI serve para a educação. É mais rotina, também é uma atividade pedagógica, mais é rotina. A higiene agora para mim é só questão de rotina. Porque é um trabalho de rotina, é pedagógico mais, é rotina mesmo.
Também é pedagógica, a partir do momento que a gente trabalha a importância dos alimentos. O professor deve está sempre junto então se torna pedagógico, a maneira que vai trabalhando a rotina também é pedagógico. Torno pedagógico sentando com eles na mesa, digo como devem se comportar, fizemos oração. Durante as aulas falamos sobre alimentação, o que é bom comer, sempre surge esse tipo de fala.
Concordo, sem a roda de conversa não consigo dar aula, As crianças centram que estão na escola, vão concentrar mais. Se não faço a roda de conversa, não tenho domínio deles, é ali que começo a dominar os alunos, eles começam a conversar sobre as nossas regras, que foram construídas com nós mesmos, em grupo. estarem prestando a atenção em mim de conversar, então a roda nesse turminha serve para focar a atenção deles no professor, para passar as coisas que eu quero para eles.
Não, a criança tem que ter o momento do parque, eu trato o parque com os meus alunos como um momento deles brincarem livre, eles precisam desse momento eu acho também que o professor precisa desse momento também para desliga-se, mais eu não trato o parque como pedagógico,
A musica sim. Todas as propostas geralmente sou eu que trago. A musica no corpo, eu já trabalhei na roda, a questão da música do abraço, senti que eles não eram um grupo afetivo, eu nunca tinha visto crianças assim, aí peguei uma musica que trata do abraço, é bem interessante.
Comportar (01) Domínio (02) Trabalhar (03) Centrar (01) Concentrar (02) Atenção (02)
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Higiene Refeição Roda de Conversa Parque Música Conceitos/S
íntese Márcia: Em minha opinião tudo o que eu faço é pedagógico. Sendo uma mãe de um aluno a fazer isso, eles não vão fica prestando atenção no que está sendo feito, ou não vão ficar quietos, não vão fazer silencio, e a professora não, tem criança que já tem um respeito, que a professora fazendo acaba sendo melhor.
Eu concordo, como eu falei anteriormente, tudo o que eu faço, eu acredito que seja pedagógico. sentada direito no banco ensina, Ter a consciência que a criança, e nós também, não aprendemos nada sozinhos, sempre tem alguém para ajudar, então eu acho que o professor tem que ter a consciência de ajudar a criança, de explicar pra ela o certo, eu sou muito rígida quando tem que ser, mais eu tenho muito coração também.
Concordo porque é ali que eu começo meu planejamento, eu converso com as crianças, sabe o que elas gostam, ali é a horinha deles pararem para pensar. A roda de conversa para mim é muito importante por é daí que se tira as idéias, se não tiver essa roda.
Eu concordo, porque no parque eles se descontraem é bom eles estarem no parque, gastar um pouco de energia. Converso com eles, brincamos do que eles mais gostam.
A musica pra mim é pedagógica. Eu acho que é pedagógico desde o momento que tu chamas as crianças para dança.
Respeitar (01) Atenção (01) Ensinar (01) Aprender (01) Explicar (01) Conversar (02)
Fabíola: Concordo, porque a criança tem necessidade de higiene, e se tu fizer de uma forma pedagógica sempre ensinando, A importância que tem que escovar os dentes está sempre junto orientando e cuidando daquela criança. E uma atividade pedagógica. Eu acho que tem diferença, porque a gente faz com a intenção. Além da intenção de cuidar da criança a gente tem a intenção, de orientar a criança fizemos com intencionalidade, por isso que eu acho que tem diferença.
A forma de segurar os talheres, fora da escola ela usa muito, o que comer, comer é importante, às vezes eu trabalho projeto alimentação acho que é pedagógico. Ensina a se comporta fala baixo na mesa, que não é bom comer falando alto no teu ouvido, é bom comer sentado que é a maneira correta de segura o garfo, a maneira de come se segura a faca, por que eles ainda, sai da colher, que o garfo e pela a faca. Todos tem que sair da colher ao mesmo tempo e usar o gafo e a faca. Então eu acho que é pedagógico.
Eu concordo também. Olhar eu acho que ate a postura do professor nessa roda, as vezes um problema que a gente tem na sala, a gente conversa nessa roda, as vezes um projeto novo que a gente começa, faz uma roda de conversa, as vezes assim, a gente até trabalha em roda, Claro que naquele momento eles também fazem coisa errada, um bate no outro, se soca, morde, acontece em uma roda, claro que tu vai pontuando o que é certo, e o que é errado.
Eu concordo. A questão do parque é assim, é o momento não que eles estão livre, mais é o momento que eles estão mais em atividade, movimento do corpo. Às vezes eles esquecem que tem um adulto, que tem outras crianças eles se soltam, correm, extravasam, daí a gente pega aquela criança olha não pode bate no amiguinho, não pode emburra o amiguinho vamos aprende a dividi os brinquedos, isso eles tem dificuldade por a causa da idade. Sempre, tem uma intenção. Claro eles tem que aprende a dividir os brinquedos.
Concordo. A musica eu acho pedagógica. Ela deve ser trabalhada de forma intencional, Eu acho que todas as coisas que acontecem no C.E.I, são pedagógicas, e quanto melhor tu faz, quanto tu serve melhor uma refeição, quanto melhor tu canta uma musica com eles, mais atenção tu dá no parque, o teu olhar pra criança tu tem que falar o quanto ela ta se desenvolvendo , e tu pode fazer isso de uma maneira pedagógica, então o que acontece dentro da escola é pedagógico. Às vezes não é pedagógico só o que aparece, são os cartazes, aprende o nome, na minha opinião, eu acho assim que tem outra coisas que também são pedagógicas
Ensinar (02) Cuidar (02) Orientar (02) Intenção (05) Conversar (01) Pontuar (01) Aprender (02) Atenção (01)
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APÊNDICE E – Pontos de destaque das atividades pedagógicas para cada tema abordado e análise conceitual, das Professoras Pós-Graduadas
em Pedagogia
Refeição Higiene Roda de Conversa Parque Música Conceitos
/Síntese Vanessa: Eu acho muito importante pelo fato de eles saberem sentar-se à mesa. Eles comem de colher, assim aprendem a pegar no talher, ensina a botar num cantinho, ensina a picar a carne, deixar ao lado do prato.
Considero, porque a partir dali sai o que vamos trabalhar no decorrer da manhã e da tarde, a atividade que vamos fazer, a gente aprende, o professor tem que vir bastante instruído, preparado, porque eles fazem muitas perguntas que te deixam sem resposta, aí temos que pesquisar, para depois responder.
Eu acho que sim, porque ali eles interagem melhor eles aprendem a repartir os brinquedos, saber esperar a hora. Quando a gente sai muda totalmente, já saí do lugar e eles ficaram mais agressivos, não sei se eles tem medo quando a gente chega, mais já ficam com medo, pelo fato do papel do professor.
Também considero, porque através da musica aprendemos muita coisas, tanto a gente como eles, através da musica, fazemos atividades com dobraduras, daquela musica que a gente canta e observa-se o cantar, o dançar, no gesto. Depois eles cantam sozinhos, trabalhando o vocabulário ilustrativo, dobraduras, gravuras nas revistas. É bem interessante, adoro trabalha com a musica.
Ensinar (02) Trabalhar (02) Interagir (01) Aprender (03)
Carol: Considero, porque sendo neste horário nós estamos ensinando a criança a ter bons modos à mesa, comer de boca fechada, arrumar os talheres, comer certo com os talheres. Primeiros ter bons modos, sentar a mesa, conversar com a criança sobre o que eles vão comer, estimular eles a comer direito, ensinar a usar o talher, creio que é uma atividades pedagógica porque estamos ensinando.
Concordo que a roda de conversa é pedagógica. Como estamos realizando o projeto, eu pedi que eles trouxessem informações sobre joaninha, eles trouxeram, e nós na grande roda, lemos a informação, e conseguimos tirar algumas duvidas referente ao projeto, e creio que seja uma atividade pedagógica.
Eu acho que no parque eu deixo meus alunos mais livres, para brincarem, não fico interferindo, eu deixo eles brincarem mesmo. Eu fico só no cuidado mesmo. Alguns professores fazem com que seja pedagógico, só que eu deixo livre para brincarem mesmo.
A música, sim, faço o tempo da música uma rotina diária, nos seguimos a rotina, e depois de contagem, tudo no tempo da música, então estamos realizando projeto, cantamos a música que está no projeto, depois cada criança escolhe a música, tentamos construir música diferente do projeto.
Ensinar(03) Conversar (01) Estimular (01) Cuidar (01)
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Refeição Higiene Roda de Conversa Parque Música Conceitos
/Síntese Taysa: Sim, eu concordo. Pela experiência que tenho com meu filho, é a mesma, a gente ensina e incentiva, mostra qual a importância da higiene, eu concluo que é a mesma. Na conversa, explicar a importância da higiene, vai exemplificando, vai conversando, para que aquilo ali tem um objetivo, a gente não faz por fazer tem um objetivo aquela atividade.
A refeição também é bem pedagógica, mais só que assim, com tudo, aqui a gente tem que cuidar para não cai na rotina, porque às vezes torna ser tudo mecânico, a gente não faz todo dia então tem que sempre estar sempre revisando, para não ser tornar mecânico, para ser pedagógico tu tem que trabalhar tu tem que está ouvindo a criança,
Claro, imagina, a gente descobre o interesse da criança o que eles trazem de casa, o que eles querem aprender. Estávamos fazendo uma roda de conversa sobre a páscoa, eu estava tentando passar o sentido religioso, ai eu parei e deixei só a roda, e o interesse era só chocolate.
Sim, ali no parque a criança aprende a dividir, a esperar, pois nunca vai ter balanço para todo mundo. Então é fundamental para a vida, saber esperar, saber dividir, saber na hora que o amigo quer ir também, isso é bem importante, construir regras de convívio social mesmo, parque como também na hora do almoço, na higiene, todas elas são importante.
Claro, a criança interage com o grupo, eles adoram cantar expressando sentimento, a gente se abraça, canta, faz massagem, trabalha toque. Tudo é importante, todas elas são.
Ensinar (01) Incentivar (01) Explicar (01) Conversar (01) Objetivo (02) Trabalhar (01) Aprender (02) Passar (01) Interagir (01)
Elisete Eu acho que sim, porque a criança precisa se adaptar no ambiente, se ela não faz isso em casa, tem que ser estimulada ela na escola. Eu acho que sim, porque todas elas são mães já passaram por isso, às vezes a gente tem uma certa dificuldade, e as vezes elas podem te ajudar ou te auxiliar.
Bom em certo momento pode se dizer que sim. Mais faz parte da criança, a alimentação, como ela come, como ela é estimulada com os alimentos, Não sei, por que a gente que serve os alunos. Eu acho que não. Porque a merendeira só vai servir o alimento, ela não vai olhar, e falar vamos comer um pouquinho da salada, estimular, ela não tem essa maneira de chegar, você tem quer comer e pronto! Porque tem que trabalhar no sentido diferenciado, o por que a criança não quer, se forçar um alimento a criança vai ser sentir reprimida, Mais se você estimular de uma forma adequada ela vai sentir prazer de comer aquele alimento.
Na minha sala eu faço um circulo com as crianças, aí eles trazem as novidades de casa, no final de semana o que foi passado o que não foi passado, ai eu pergunto o que eles gostariam de trabalhar, a gente impõe a atividade em sala, que não é aquela atividade rotineira, aquela coisa forçada, porque se forçar as coisas a criança não aprende, então aprende tudo na base da brincadeira, esse ano o meu projeto é esse, eu fiz o projeto da brincadeira , e através da brincadeira eles aprende mais, eu acho.
Pode trabalhar atividades dirigidas ou atividades livres. Trabalhar com a criança, brincar o faz de conta dele, não posso dividir os dois momentos, junto com a criança chamar brincar, tornar uma aula mais produtiva eu acho essencial.
Sim totalmente porque ali que ela aprende mais, ela se solta mostra gestos na brincadeira.
Estimular (04) Impor (01) Trabalhar (04) Aprender (04) Brincar (02)
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Refeição Higiene Roda de Conversa Parque Música Conceitos
/Síntese Paula Pedagógica eu acredito que exatamente não, dá para está unindo uma ação pedagógica numa ação de rotina, eu penso dessa forma. Para mim sonhinho, refeição, parque são atividades que entram no contexto da rotina. Uma outra pessoa no meu lugar não, não seria a mesma coisa, eu acredito que assim com toda a minha experiência com os meus estudos, faria diferença. O professor ele orienta .
Assim, se só servir os pratos e não orientar não dá para ser assim. É buscar até uma meta ter uma orientação diferente em cada atitude que tu faz com teus alunos , eu acho que isso é o diferente isso é diferencial.
É assim como eu tenho um bom tempo de magistério, vinte um anos que eu trabalho com a educação infantil, então eu não tenho esse momento faz a roda.
É uma atividade de lazer, não da para desvincular, só atividade de rotina, e esse só pedagógico, eu acho que o contexto do dois, o momento que a criança está interagindo com o outra brincadeira ai tu vai ta trabalhando a questão da agressividade, deixa eles mais solto, questão de regras da para trabalhar no parque. E quando tudo é muito solto e a criança faz sem nenhuma orientação eu penso que aquilo lá é uma atividade livre tu não estás próximo não tais ordenando, não tais ordenando não podem ser pedagógico.
Trabalho a musica com as crianças, a questão corporal, trabalho muito com a musica, a escrita de musica, texto, conhecemos vogais, interagindo com outros personagens. Trabalho para desenvolver o meu aluno.
Orientar (04) Trabalhar (04) Ordenar (02) Interagir (02) Desenvolver (01)
Luciana: Sim, eu concordo, por exemplo, a todo o momento qualquer atividade de rotina estamos trabalhando com a criança pedagogicamente, ensinando, eles fazerem a higiene correta, ensinado eles ate mesmo na hora das refeições, a gente ta todo momento trabalhando com eles, eu acredito que todo momento que eu estou educando, ensinando é pedagógico. Para ensinar tem que levar ao banheiro, ensinar porque se tu não fores junto, e não dizer como é ele não vai saber, tem que mostra para criança, ensinado juntinho tem que ir junto ensinando para ela aprender.
A importância da professora, sentar com eles a mesa, prática para poder está incentivando a criança, de está trabalhando Mais eles servindo é mais prazeroso, da esta oportunidade pra eles.
Concordo esse momento é rico. É momento de discussão mesmo de um com o outro, não é só com a professora no momento que o teu pedagógico enriquece muito, enquanto tu és uma só.
É assim, tu tens que saber usar, porque se eu chegar lá agora e colocar a criança no parque é recreativo, é uma recreação, agora desde o momento que eu usar ele com uma atividade proposta em sala de aula, Então, assim, vamos trabalhar. Tu sabes que o que tu ta fazendo na sala ta repetindo lá no momento da recreação, também não deixa de ser um pedagógico, é dirigido pela professora,
Concordo ela é pedagógica muitas crianças da minha sala não sabe, não sabiam as cores, entende a parti da música, um momento que vem ilustrar, brincar, dançar e depois também de aprender. Tudo que eles gravam eles retem conhecimento e dali só trabalhar.
Ensinando (07) Trabalhando (05) Educando (01) Aprender (02) Incentivar (01) Propor (01) Dirigir (01)
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Refeição Higiene Roda de Conversa Parque Música Conceitos
/Síntese Gabriela Começa com as noções, lava as mãos quando vim do parque, escova os dentes direito, então isso tudo está trabalhando Essa semana o projeto corpo iniciou, então a gente já começou a falar a higiene bucal, começo aquela coisa escova, então isso é sempre feito com eles, são coisas assim que sempre dão resultados.
É uma coisa que tem que está trabalhando, a hora da comida também mais não como principal, aqui é mais como uma rotina. Estou educando se for a merendeira só vai servir. Quando está fazendo essas perguntas, interação, essa estimulação, está fazendo certinho. Para eles na hora da refeição é um momento que tem que sentar e comer porque é a hora do lanche, a hora do parque a gente vai para brincar, a hora da higiene porque tem que fazer, mais para eles é hora de sentar e fazer a atividade é produzir, a gente vê com outros olhos eles vêem diferente.
Com certeza porque ali tu colhes as necessidades que eles querem aprender. Precisas entender que as crianças vão falar, derrepente pra ti tu nem tinha planejado mais foi uma coisa que surgiu, então a parti dali tu vai trabalhar
Desde o momento que tu passas alguma coisa lá, uma brincadeira, ai sim. Ultimamente tenho deixado mais livre.
Sim, porque eu canto bastante, eles gostam bastante de cantar. Quando eu começo a cantar eles já sabem, meio que uma rotina de atividade. Depois do lanche vem à recepção a gente conversa bastante, e depois vai cantar um pouco, ou em outro momento, eu acho que seja pedagógico, é gostoso é legal eles se dIstraem gostam de estar cantando depois, aprendem estimulam.
Trabalhar (03) Interagir (01) Estimular (02) Produzir (01) Entender (01) Passar (01) Aprender (01) Educar (01) Conversar (01)
Ana Carla: Concordo por que a higiene trabalha em vários temas durante o ano, desde corpo, alimentação, e outros temas que a gente pode está abordando também.
Está relacionada, relacionada à higiene, ao corpo, eu acredito que sim. Esse trabalho a gente passa a fazer todo dia é diário, então se a mãe coloca a comida, serve dessa maneira, ou seja está orientando, eu acredito que não tem diferença nenhuma.
Concordo, acredito por que ela trabalha linguagem oral, como ela vai desenvolver, ela vai desinibir, trabalhar com oralidade mesmo, com expressão com memória, dependendo se ela vai contar alguma historia do final de semana, está trabalhando a expressão corporal, ontem, hoje, sábado.
Sim também, o parque trabalha o lúdico, com a socialização eu acho que entra também. Sem dúvida observação, eles vão trabalhar com o lúdico, o parque como qualquer outra brincadeira ele não tem objetivo não tem sentido se eu não souber observar.
Bom, ela pode ser tanto na roda de musica, ou um simples cantar, um prazer, o cantar para trabalhar o movimento, ou também a parti que eu passo a escrever a música, e as crianças representarem. As crianças percebem que o que eu canto o que eu falo eu posso escrever também, ilustrar a música, através da escrita, isso é pedagógico.
Trabalhar (07) Orientar (01)
150
APÊNDICE F - Termo de Consentimento e Livre Esclarecido
A professora ________________________________________________do
Centro de Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Itajaí, concede a
pesquisadora Graziela Vieira Corrêa, responder uma entrevista, para a pesquisa:
“Reflexões e Proposições do conceito de atividade pedagógica dos professores de
4 a 6 anos da Rede Municipal de Ensino de Itajaí ”, sob a orientação da professora
Dra Valéria Silva Ferreira. A pesquisa está de acordo com a resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde/MS, de 10/10/96, tendo sido aprovada através do
parecer n 90/2006 pela Comissão de Ética em Pesquisa da UNIVALI.
Declara também que está ciente dos objetivos desta pesquisa e de que foi
esclarecido que em qualquer momento que se sentir desconfortável poderá retirar
este consentimento e que no momento que os dados estiverem coletados poderá ter
acesso a eles antes da publicação.
Itajaí,_____ de_____ de 2007.
__________________________
Assinatura da Professora
152
ANEXO A - Gráfico dos professores que consideram pedagógica, todas as atividades realizadas no Centro de Educação Infantil
0
10
20
30
40
50
60
70
80
79,98% Consideramque todas asatividades sãopedagógicas20,21% Consideramatividades específicascomo pedagógicas
Higiene (102), Refeição (77), Roda de conversas (70), Parque (61), Música (54), Brincadeira livre (52), Calendário (44), Contação de história (47), Jogos pedagógicos (39), Chamada (37), Assembléia (33), Leitura (28), Atividades dirigidas (25), Contagem oral (22) Escrita (19), Soninho (18), Hora do brinquedo (17), Pintura (17), Roda de história (15), Tempo (14), Desenho (14), Recreação (14), Literatura (12), Linha do tempo (11), Canto (11), Conversa informal (09), Organização da sala (09), Brincadeiras dirigidas (09), Hora do descanso (08), Orações de agradecimento (06), Momento do jogo (06), Modelagem (06), Recorte e colagem (06), Cartaz do tempo (05), Teatro (05), Escolha do ajudante do dia (05), Atividades de registro (05), Pátio (04), Ficha (04), Repouso (04), Atividades livres (04), Recreação livre (04), Massinha de modelar (02), Recreação dirigida (02), Nome do município no quadro (02), Lateralidade (02), Contagem de alunos (02), Atividades diárias do tema trab. (02), Tarefa 3x por semana (02), Cartaz de mat. (02), Atividades de coordenação (02), Conversa na grande roda (02), Calendário individual (02)
153
ANEXO B - Gráfico das atividades consideradas pedagógicas pelas professoras
0
20
40
60
80
100
120
Higiene
Refeição
Roda de Conversa
Parque
Música
Brincadeira Livre
Contação de História
Calendário
Jogos Pedagógicos
Chamada
Assembléia
Leitura
Atividades Dirigidas
Contagem Oral
Soninho
Hora do Brinquedo
Pintura
Roda de História
Recreação
Tempo
Desenho
Literatura
Linha do Tempo
Canto
Organização da Sala
Conversa Informal
Brincadeiras Dirigidas
Hora do Descanso
Momento do Jogo
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