railda fraga costa a prevalência de lesões intra-epiteliais de baixo
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Railda Fraga Costa
Prevalência de lesões intra-epiteliais de baixo e alto grau em mulheres com diagnóstico colpocitológico de atipias de significado
indeterminado no município de Maceió, Alagoas.
Tese apresentada à Universidade Federal
de São Paulo para obtenção do Título de
Mestre em Ciências.
SÃO PAULO 2010
Railda Fraga Costa
A prevalência de lesões intra-epiteliais de baixo e alto grau em mulheres com diagnóstico colpocitológico de atipias de significado
indeterminado no município de Maceió, Alagoas.
Tese apresentada à Universidade Federal
de São Paulo para obtenção do Título de
Mestre em Ciências.
Orientador (a): Profa. Dra. Sônia Maria Oliveira de Barros
SÃO PAULO 2010
Costa, Railda Fraga Prevalência de lesões intra-epiteliais de baixo e alto grau em mulheres com diagnóstico colpocitológico de atipias de significado indeterminado no município de Maceió, Alagoas. / Railda Fraga Costa.--São Paulo, 2010. xii, 45f. Tese (Mestrado) – Universidade Federal de São Paulo. Programa de Pós-graduação em Enfermagem. Título em inglês: Prevalence of squamous intraepithelial lesions of low and high in women with Pap smear diagnosis of atypical cells of undetermined significance in the city of Maceió, Alagoas. 1 Enfermagem Ginecológica. 2. Neoplasia Intra-epitelial cervical 3. Prevalência. 4. Enfermagem. 5. Prevenção de Câncer de Colo Uterino.
iii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
Chefe do Departamento: Profa. Dra. Alba Lúcia Bottura Leite de Barros Coordenador do Programa de Pós-graduação: Profa. Dra Janine Schirmer
iv
Tese de Mestrado vinculada à linha de pesquisa Cuidado Clínico de Enfermagem e de Saúde do Programa de Pós-graduação em Enfermagem – Nível Mestrado, do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo.
v
Dedicatória
Dedico este trabalho aos meus pais, Antonio e Raimunda que sempre me
incentivaram e apoiaram no crescimento profissional e pessoal,
presente em todos os momentos, com
todo o seu amor e sabedoria. Amo muito vocês e gostaria de mostrar
com este trabalho todo meu amor e minha admiração.
vi
Railda Fraga Costa
Prevalência de lesões intra-epiteliais de baixo e alto grau em mulheres com diagnóstico colpocitológico de atipias de significado indeterminado no município de
Maceió, Alagoas. Presidente da banca: Prof. Dr._______________________________________________________________
BANCA EXAMINADORA Prof. Dr.
Prof. Dr
Prof. Dr. ______________________________________________________________________
vii
Agradecimentos
A Deus pela força, saúde e confiança que me concedeu durante toda a minha vida,
iluminando e guiando sempre os meus passos;
A Professora Doutora Sônia Maria Oliveira de Barros por ter contribuído na minha
formação, pelos ensinamentos, confiança e pelo seu tempo dedicado nas orientações
necessárias;
A minha irmã Renata , pelo apoio, paciência, compreensão, carinho e seu amor
incondicional. Obrigada por estar ao meu lado nesta etapa tão importante da minha
vida;
A minha irmã Roseane, que sempre se preocupou comigo, incentivando e apoiando
minhas decisões e festejando minhas realizações;
A toda a equipe do Bloco C do Posto de Atendimento Médico Salgadinho (PAM-
Salgadinho), em especial, Daniela e Bruna por sempre me receber com muito carinho e
companheirismo possibilitando assim a realização deste trabalho.
viii
Sumário
Dedicatória ................................................................................................................... v
Agradecimentos ......................................................................................................... vii
Lista de tabelas ........................................................................................................... ix
Resumo ........................................................................................................................ x
1.INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 2
2 OBJETIVO ................................................................................................................ 6
3. MÉTODO ................................................................................................................. 8
3.1 Tipo de estudo .................................................................................................. 9
3.2 Local do estudo ................................................................................................ 9
3.5 Variáveis de estudo ........................................................................................ 10
3.6 Coleta dos dados ............................................................................................ 11
3.7 Técnica de coleta dos dados ......................................................................... 12
3.8 Análise Estatística .......................................................................................... 12
4. RESULTADOS ....................................................................................................... 13
5. DISCUSSÃO .......................................................................................................... 20
6. CONCLUSÕES ...................................................................................................... 28
7. ANEXOS ................................................................................................................ 30
8. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 37
Abstract.......................................................................................................................43
Resumen.....................................................................................................................44
Bibliografia Consultada...............................................................................................46
ix
Lista de tabelas
Tabela 1 - Distribuição da população estudada segundo o tipo de lesão ..................... 14 Tabela 2 - Distribuição da população estudada segundo a idade e o número de gestações ...................................................................................................................... 14 Tabela 3 - Distribuição da população estudada segundo o tempo ( em meses) ........... 15 Tabela 4 - Distribuição da população estudada segundo as variáveis qualitativas ....... 15 Tabela 5 - Distribuição da população estudada segundo o número de gestações ....... 16 .......................................................................................................................................... Tabela 6 - Distribuição da população estudada segundo os cruzamentos com a variável idade e número de gestações ....................................................................................... 17 Tabela 7 - Distribuição da população estudada segundo os cruzamentos com a variável tempo (em meses) ......................................................................................................... 18 Tabela 8 - Distribuição da população estudada segundo os cruzamentos com HPV, gardnerella e tricomonas vaginalis ................................................................................ 18
x
Resumo
Introdução: O exame colpocitológico pelo método de Papanicolaou permite a
detecção precoce de lesões precursoras de neoplasias do colo uterino e alterações
citopáticas, priorizando as mulheres de maior risco, garantindo diagnóstico, tratamento
e seguimento adequados. Objetivos: Determinar a prevalência de lesões intra-
epiteliais de baixo e alto grau em mulheres com diagnóstico colpocitológico de atipias
de significado indeterminado no município de Maceió, Alagoas; conhecer a influência
da idade (em anos completos) e os agentes etiológicos para doenças sexualmente
transmissíveis para o risco de desenvolvimento das lesões e intra-epiteliais de alto
grau em mulheres com diagnóstico colpocitológico de atipias de significado
indeterminado. Método: Estudo transversal de prevalência realizado no Posto de
Atendimento Médico Salgadinho; Bloco de Atenção à Saúde da Mulher Maceió,
Alagoas. Foram estudados 253 prontuários de mulheres com diagnóstico
colpocitológico de atipias de significado indeterminado no período de um ano.
Resultados: A prevalência de lesões intraepiteliais foi de 23,7% (60 casos) : 14 casos
com lesão de baixo grau, (26,7%) e 46 com lesão de alto grau ou carcinoma (73,3%).
Conclusões: A prevalência de lesões intra-epiteliais de alto grau em mulheres com
diagnóstico colpocitológico de atipias de significado indeterminado foi elevada, o
aumento do risco para o desenvolvimento das lesões foi proporcional ao aumento da
idade e observou-se maior percentual de mulheres infectadas com o papilomavirus
entre as portadoras de lesões de baixo grau.
Palavras chave: Enfermagem Ginecológica. Neoplasia Intra-epitelial cervical.
Prevalência. Enfermagem. Prevenção de Câncer de Colo Uterino.
1. INTRODUÇÃO
2
O câncer de colo uterino é um importante problema de saúde pública em
decorrência da crescente exposição a fatores de risco e da modificação de hábitos de
vida da população. Ao contrário do que ocorrem em países desenvolvidos, no Brasil as
taxas de mortalidade por câncer de colo de útero continuam elevadas, sendo
considerado o 2° tipo de câncer mais comum entre as mulheres, realidade esta
refletida também na capital do estado de Alagoas, Maceió, onde a estimativa do
número de casos novos por câncer de colo de útero para o ano de 2010 é de
110/100.000 casos, correspondendo à taxa bruta de 22,49. (Brasil, 2009)
Com exceção do câncer de pele, é o câncer que apresenta maior
potencial de prevenção e cura quando diagnosticado precocemente. Para o
desenvolvimento da lesão intraepitelial de alto grau e do câncer invasivo do colo do
útero, o Papilomavírus Humano (HPV) é condição necessária mas para o
desenvolvimento, manutenção e progressão das lesões intraepiteliais é necessária sua
associação a fatores de risco como o tabagismo, multiplicidade de parceiros sexuais,
uso de contraceptivos orais, multiparidade, baixa ingestão de vitaminas, iniciação
sexual precoce e coinfecção por agentes infecciosos como o Vírus da Imunodeficiência
Humana (HIV) e Chlamydia trachomatis. (Brasil, 2009)
Como estratégia do Ministério da Saúde foram implementadas ações
governamentais e individuais, com o objetivo de aumentar a cobertura populacional do
exame de Papanicolaou. O Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional de
Câncer (INCA), lançou o Programa Viva Mulher em março de 1996. O objetivo do
Programa é diminuir a incidência e mortalidade por câncer de colo do útero, através da
ampliação do acesso das mulheres ao exame colpocitológico pelo método de
Papanicolaou que permite a detecção precoce de lesões precursoras de neoplasias do
colo uterino e as alterações citopáticas por Papilomavírus humano (HPV), priorizando
as de maior risco, garantindo diagnóstico, tratamento e seguimento adequados. (Brasil,
2000)
3
Recentemente, agências de regulamentação de medicamentos de vários
países aprovaram para comercialização vacinas contra a infecção pelo HPV. No Brasil,
estão registradas, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa/MS): a vacina
quadrivalente contra HPV 6, 11, 16 e 18, desenvolvida para a prevenção de infecção
pelos tipos virais mais comuns nas verrugas genitais (HPV 6 e 11) e no câncer do colo
do útero (HPV 16 e 18), é indicada para mulheres com idade de 9 a 26 anos; e a vacina
bivalente contra HPV tipos 16 e 18, associados ao câncer do colo do útero, é indicada
para a mulheres de 10 a 19 anos. A incorporação da vacina contra HPV no Programa
Nacional de Imunizações está em discussão pelo Ministério da Saúde e pode se
constituir, no futuro, em importante ferramenta no controle do câncer do colo do útero.
(Brasil, 2009)
As medidas desenvolvidas pelo Programa Viva Mulher deveriam atingir
todas as localidades do país; entretanto, não há informações com relação a sua
implantação em muitos municípios.
A população de Maceió apresenta características de vida precárias,
predominando neste Município, mulheres de baixo nível socioeconômico e cultural,
condições relacionadas ao câncer cervical. Em 2009, Maceió possuía uma população
total de 933.313 habitantes, com 495.977 mulheres. Dessas, 357.105 tinham entre 15 e
69 anos. (Brasil, 2009)
Não se conhece a verdadeira cobertura obtida com a citologia oncótica, a
proporção de mulheres com exames colpocitológicos alterados, nem se receberam
tratamento e acompanhamento. Não está claro, também se os recursos financeiros
para o desenvolvimento de ações para o controle do câncer cervical são suficientes e
utilizados com eficiência.
Os programas de rastreamento devem priorizar a alta efetividade e o
menor custo possível, para tanto, é necessário garantir a organização, a integralidade e
a qualidade do programa, bem como o acompanhamento das pacientes.
A colpocitologia oncológica é o método de eleição no rastreamento do
câncer do colo do útero. Para uniformizar o sistema de terminologias para este método
diagnóstico, foi criado o Sistema Bethesda numa reunião de especialistas realizada na
cidade de mesmo nome em Maryland, EUA, no ano de 1982. Seu objetivo era
4
estabelecer normas de classificação citológica para reduzir confusões diagnósticas
entre alterações celulares benignas e realmente atípicas .
Nesta reunião foram introduzidos os termos citológicos de lesão intra-
epitelial de baixo grau (low grade intraepithelial lesion – LSIL ou LIBG) compreendendo
as alterações sugestivas de infecção pelo HPV e neoplasias intra-epiteliais de grau I
(NIC I), lesão intra-epitelial de alto grau (high-grade intraepithelial lesion – HSIL ou
LIAG), como expressões citológicas de NIC II e III, e atipias em células escamosas de
significado indeterminado (atypical squamous cells of undetermined significance -
ASCUS), definidas pela presença de achados citológicos insuficientes para o
diagnóstico de lesão intraepitelial. Esta nova categoria, no entanto, apresenta
limitações, pois não define se as alterações presentes à citologia são reparativas ou
neoplásicas. (Bethesda, 1989)
Por este motivo foi revista a classificação citológica de ASCUS na última
reunião realizada entre especialistas em Bethesda em 2001. Esta categoria foi
reclassificada em “ASC-US” - “células escamosas atípicas, de significado
indeterminado”- e “ASC-H” - “células escamosas atípicas não se podendo excluir lesão
intra-epitelial de alto grau”. O objetivo era diferenciar os casos em que há maior
probabilidade de existir lesão precursora do câncer de colo uterino e que, por este
motivo, devem ser encaminhados imediatamente para colposcopia.
As atipias escamosas de significado indeterminado constituem a alteração
citológica cervical mais prevalente, sendo que cerca de 5 a 10% delas correspondem à
lesão de alto grau, e uma parcela pequena à doença invasora. (Eltabbak et al., 2000;
Becker et al., 2001)
A atipia escamosa de significado indeterminado (ASCUS) é a mais
comum anormalidade epitelial diagnosticada nos esfregaços corados pelo método de
Papanicolaou. Selvaggi et al. 1995, em Michigan, acompanharam, pelo período de 6
meses, uma coorte de 114 mulheres com diagnóstico citológico de ASCUS. Trinta e
oito mulheres (33,3%) foram submetidas à biópsia orientada pela colposcopia ou
curetagem endocervical, sendo que 24 (63,2%) apresentaram, no estudo histológico,
ausência de malignidade e 14 (36,8%), lesão intra-epitelial: 9 (23,7%) NIC I e 5 (13,1%)
NIC II ou NIC III.
5
Apesar de esta proposta de subclassificação do que anteriormente se
denominava ASCUS sem qualquer especificação ter sido discutida e adotada pela
Sociedade Brasileira de Citopatologia a partir de 2002, seu uso ainda não é observado
pela maioria dos clínicos. Em conseqüência, continuam as dúvidas quanto à
necessidade de encaminhamento imediato destes casos à colposcopia. Vários
trabalhos relacionam esta categoria citológica à presença de lesões intra-epiteliais ou
carcinoma de colo uterino em porcentagens variáveis. (Lambert, 1999 ; Brasil, 2002).
O interesse para a realização deste trabalho surgiu devido à minha
experiência profissional como enfermeira assistencial do Programa de Atenção à
Saúde da Mulher do município de Maceió, estado de Alagoas, tendo prestado
assistência de enfermagem às mulheres com alterações colpocitológicas, seja na
prevenção ou no acompanhamento. A oportunidade de trabalhar em um programa de
referência e realizar assistência a estes casos suscitou a necessidade de evidenciar o
comportamento de algumas variáveis nesta população, determinando a prevalência de
lesões intra-epiteliais de baixo e alto grau em mulheres com diagnóstico colpocitológico
de atipias escamosas de significado indeterminado visando colaborar com a qualidade
da assistência prestada nessa instituição.
6
2. OBJETIVOS
7
1. Determinar a prevalência de lesões intra-epiteliais baixo e alto grau em
mulheres com diagnóstico colpocitológico de atipias de significado
indeterminado no município de Maceió, Alagoas.
2. Conhecer a influência da idade (em anos completos) para o risco de
desenvolvimento das lesões intra-epiteliais de alto grau em mulheres com
diagnóstico colpocitológico de atipias de significado indeterminado.
3. Conhecer a influência dos agentes etiológicos para doenças sexualmente
transmissíveis sobre o risco de desenvolvimento das lesões intra-epiteliais de
baixo e alto grau em mulheres com diagnóstico colpocitológico de atipias de
significado indeterminado.
8
3. MÉTODOS
9
3.1 Tipo de estudo
Trata-se de um estudo transversal de prevalência onde se investiga a
presença de lesões de alto grau em mulheres com atipias de significado indeterminado
no ano de 2007, no município de Maceió, estado de Alagoas.
3.2 Local do estudo
Programa de Atenção à Saúde da Mulher, Posto de Atendimento Médico
Salgadinho, situado na Rua Misael Domingos s/n, no bairro do Poço, cidade de Maceió,
estado de Alagoas, tendo como ponto de referência o Centro Federal de Educação
Tecnológico de Alagoas – CEFET-AL e o riacho Salgadinho, o qual originou o nome da
instituição.
É uma unidade especializada de atendimento das ações e de serviços de
saúde, a nível ambulatorial mantido pelo Sistema Único de Saúde – SUS e criada pelo
governo federal em 1981. Essas “ações e serviços públicos são desenvolvidos de
acordo com as diretrizes previstas no artigo 198 da constituição federal” como descreve
a Lei n.º 8080 de 19/09/1990 capítulo II, art. 7.
As atividades desenvolvidas pelo PAM-Salgadinho, englobam os
seguintes serviços: atenção ao Hipertenso e ao diabético; atenção à saúde da mulher;
medicina física e reabilitação; centro de orientação e apoio sorológico (COAS);
odontologia especial; serviço de assistência especializada (SAE).
O PAM-Salgadinho além de executar assistência de saúde, possui o
papel de prestador de serviços a população, funciona como um articulador entre as
unidades básicas de saúde e as unidades de maior complexidade; nos casos de
encaminhamentos e tratamentos em graus mais elevados, inclusive intermediando
acomodação de pacientes em albergues, quando necessário.
10
3.3 População e amostra do estudo
A população do presente estudo foi constituída por 253 prontuários de
mulheres com diagnóstico colpocitológico de atipias de significado indeterminado que
foram atendidas no PAM-Salgadinho, seguindo o protocolo do Ministério da Saúde, no
período de um ano. Não há sistema informatizado no Bloco
C do PAM-Salgadinho e, para a coleta de dados, os prontuários deveriam estar
completos e disponíveis, por isso devido à disponibilidade dos prontuários escolhemos
o ano de 2007 para a pesquisa.
Todas as mulheres elegíveis (critério de inclusão) para o estudo
realizaram o rastreamento colpocitológico, através de esfregaço corado pelo método de
Papanicolaou, sendo o diagnóstico citológico fornecido pelo laboratório da Santa Casa
de Misericórdia de Maceió. Os resultados da série de colpocitologias oncóticas,
colposcopias e avaliações histológicas foram obtidas através da revisão dos
prontuários médicos das mulheres atendidas no programa.
3.4 Cálculo de tamanho da amostra
Foi utilizada uma amostra sistemática, sendo utilizados todos os
prontuários clínicos das mulheres portadoras de colpocitologia oncótica classificada
como atipias escamosas de significado indeterminado, atendidas no Programa de
Atenção à Saúde da Mulher, Posto de Atendimento Médico Salgadinho, Maceió,
Alagoas, no ano de 2007.
3.5 Variáveis de estudo
A- Idade
Corresponde a idade em anos completos.
B – Tempo
11
Corresponde ao tempo (em meses) entre a realização do exame
Papanicolaou, a obtenção do resultado citológico, realização e resultado da biópsia
cervical.
C - Alterações em células epiteliais escamosas
- Atipias de Significado Indeterminado
- Lesões escamosas intra-epiteliais de baixo grau
- Lesões escamosas intra-epiteliais de alto grau
- Carcinoma “in situ”
- Carcinoma Escamoso Invasor
D - Agentes etiológicos de doenças sexualmente transmissíveis
- HPV (Human papiloma virus)
- Gardnerella vaginalis
- Tricomonas vaginalis
E - Número de gestações
É o número de vezes que a mulher esteve grávida, independente da
evolução da gestação. (Cunningham et al., 2000).
3.6 Coleta dos dados
Os dados foram coletados pela autora do trabalho após obtenção da
autorização pelo serviço de saúde (Anexo 1) e aprovação do projeto de pesquisa pelos
Comitês de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) (Anexo
2) e da Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) (Anexo 3).
12
3.7 Técnica de coleta dos dados
Os dados foram coletados de forma manual em um formulário
padronizado (Anexo 4) e armazenados em uma planinha eletrônica de dados (Microsoft
Excel® 2003. Redmond, WA, EUA). Na qual, cada linha corresponde a um formulário
de coleta de dados e cada linha aos dados coletados. Duas entradas de dados foram
realizadas por diferentes digitadores, de forma independente e cega.
Os dados foram registrados em planilha eletrônica utilizando-se o
programa Excel Microsoft Office 2000™.
3.8 Análise Estatística
Para análise dos dados foi apresentada estatística descritiva. Para as
variáveis qualitativas foram apresentadas as freqüências absolutas (N) e as
freqüências relativas (%). Para as variáveis quantitativas foram utilizadas como
medidas resumos à média e a mediana e desvio-padrão, mínimo e máximo para
apontar a variabilidade.
Nas comparações foi utilizado o teste o Qui-quadrado, ou o teste Exato de
Fisher (F), quando necessário. Para todos os testes foi considerado um nível de
significância de 5%. Desta forma, foram consideradas diferenças entre os grupos
quando p valor foi menor do que 0,05 (p-valor<0,05). Os resultados dos testes estão
apresentados do lado direito das tabelas a seguir.
13
4. RESULTADOS
14
Foram revisados 253 prontuários de mulheres com diagnóstico
colpocitológico de atipias de significado indeterminado. A prevalência de lesões
intraepiteliais foi de 23,7% (60 casos) : 14 casos com lesão de baixo grau, ou seja,
neoplasia intraepitelial cervical grau I (NIC I) (26,7%) e 46 com lesão de alto grau (NIC
II e III) ou carcinoma (73,3%), conforme tabela 1.
Tabela 1 - Distribuição da população estudada segundo o tipo de lesão.
Tipo de lesão
n
%
Baixo grau 14 26,7
Alto grau e carcinoma 46 73,3
Total 60 100
Serão apresentadas as estatísticas descritivas, caracterizando a
população do estudo. Para as variáveis qualitativas foram apresentadas as frequencias
absolutas (n) e as frequências relativas (%). Para as variáveis quantitativas foram
utilizadas como medidas resumos a média e a mediana e desvio-padrão, mínimo e
máximo, para apontar a variabilidade.
Tabela 2 - Distribuição da população estudada segundo a idade e o número de gestações.
Variáveis n média mediana desvio
padrão mínimo máximo
Idade 60 37,33 36 12,47 18 75
Número de gestações 60 1,77 0 3,02 0 17
15
Tabela 3 - Distribuição da população estudada segundo o tempo (em meses).
Tempo n média mediana desvio
padrão mínimo máximo
Entre o resultado citológico e a
realização da biópsia 60 2,91 1,67 2,94 0,2 12,17
Entre o resultado citológico e o
resultado da biópsia 60 4,42 3,53 3,15 0,63 13,83
Tabela 4 - Distribuição da população estudada segundo as variáveis qualitativas.
Variáveis n %
Prevalência do HPV
Não 27 45
Sim 33 55
Total 60 100
Prevalência das lesões de baixo e alto grau
NIC I 14 26,7
NIC II 24 40
NIC III 8 10
Carcinoma in situ 14 23,3
Total 60 100
Gardnerella vaginalis
Não 58 96,7
Sim 2 3,3
Total 60 100
16
Tricomonas vaginalis
Não 59 96,7
Sim 1 1,7
Total 60 100
A variável “número de gestações” foi tratada como variável quantitativa
anteriormente, mas, por haver um pequeno número de variações de gestações
decidimos apresentá-la como qualitativa.
Tabela 5 - Distribuição da população estudada segundo o número de gestações.
Número de gestações n %
0 34 56,7
1 6 10
2 4 6,7
3 2 3,3
4 6 10
5 1 1,7
6 4 6,7
7 1 1,7
9 1 1,7
17 1 1,7
Total 60 100
17
Estatística Descritiva - Cruzamentos
Variáveis Quantitativas
A seguir serão apresentados os cruzamentos das variáveis entre dois
grupos: ter lesão de baixo grau ou ter lesão de alto grau e carcinoma.
Tabela 6 - Distribuição da população estudada segundo os cruzamentos com a variável idade e
número de gestações.
Variável
Lesões
p-valor baixo grau
alto grau e
carcinoma
Idade
n 14 46
0,059
média 32,4 39,4
mediana 28,5 37,0
desvio padrão 9,7 13,0
mínimo 23,0 18,0
máximo 55 75
Número de gestações
n 14 46
0,551
média 2,2 1,7
mediana 0,5 0,0
desvio padrão 4,3 2,4
mínimo 0 0
máximo 17 9
18
Variáveis relacionadas a tempo Tabela 7 - Distribuição da população estudada segundo os cruzamentos com a variável tempo
(em meses).
Tempo
Lesões
p-valor baixo grau
alto grau e
carcinoma
Entre o resultado citológico e a
realização da biópsia
n 14 46
0,924
média 2,8 2,9
mediana 1,4 1,8
desvio padrão 3,2 2,8
mínimo 0,2 0,2
máximo 12,2 10,6
Entre o resultado citológico e o
resultado da biópsia
n 14 46
0,776
média 4,5 4,3
mediana 3,7 3,1
desvio padrão 3,4 3,1
mínimo 0,7 0,6
máximo 13,8 11,5
_____________________________________________________________________
Variáveis Qualitativas
Para a comparação das variáveis qualitativas a seguir foi utilizado o teste
Qui-Quadrado, ou exato de Fisher (F), quando necessário. Para estes testes foi
considerado um nível de significância de 5%.
19
Tabela 8 - Distribuição da população estudada segundo os cruzamentos com os agentes
etiológicos HPV, gardnerella e tricomonas vaginalis.
Variáveis
Lesões
p-valor baixo grau alto grau e
carcinoma
n % n %
HPV
não 1 18,8% 26 53,5%
0,017 sim 13 81,3% 20 46,5%
Gardnella
vaginalis
não 13 93,8% 45 97,7% 0,472 (F)
sim 1 6,3% 1 2,3%
Tricomonas
vaginalis
não 13 93,3% 46 100,0% ...
sim 1 6,7% - -
20
5. DISCUSSÃO
21
O termo células escamosas atípicas (ASCUS) surgiu em 1988, através do
Sistema de Bethesda, com a finalidade de facilitar o diagnóstico das alterações
celulares que não se enquadravam às características de processo reativo ou às
características de neoplasia. (Apgar et al., 2003; Solomon, Nayar, 2005 )
Em 1991, na primeira revisão do Sistema de Bethesda foi acrescentada
uma qualificação complementar das ASCUS de acordo com as alterações observadas:
ASCUS favorecendo processo reativo (ASCUS-R) ou ASCUS favorecendo um
processo neoplásico (ASCUS-N).(Apgar et al., 2003)
O Sistema de Bethesda foi novamente revisado em 2001, atualizado em
2006 e publicado em 2007, as atipias escamosas ficaram divididas em duas
subcategorias: células escamosas atípicas de significado indeterminado (ASC-US) e
células escamosas atípicas, onde não é possível excluir uma lesão intraepitelial de alto
grau (ASC-H, sendo o H do inglês HSIL - high-grade squamous intraepithelial lesion).
(Apgar et al., 2003; Solomon, Nayar, 2005 ; Wright et al., 2007)
Souza et al. (2004), avaliando as características clínicas de 70% das
mulheres portadoras de esfregaço com diagnóstico de ASC (atipias escamosas) que
não possuem lesão cervical visível ao exame colposcópico, relata que 20 a 40% terão
uma lesão intraepitelial escamosa, sendo 5 a 15% será com a lesão de alto grau. E,
embora seja raro, um carcinoma oculto pode estar presente em 0,1% das vezes.
Após o estudo de 111 casos com diagnóstico de ASCUS através da
colposcopia e biópsia dirigida, Lima et al. (2002), concluíram que é muito importante o
papel exercido pela citologia e pela colposcopia integradas, um método
complementando as limitações do outro, não negligenciando, quando necessário, a
realização de biópsia.
Veiga et al. (2006) realizaram um estudo com 215 mulheres , estas
tiveram diagnóstico de ASCUS (sem especificação), o resultado foi confrontado com o
achado histológico das biópsias, e a prevalência de lesões intra-epiteliais de baixo grau
foi de 38,6% e de alto grau e carcinoma 12,1%.
22
Em estudo realizado por Cytryn ( 2008 ), foi apreciado 127 casos de ASC-
US e 57 casos com diagnóstico de ASC-H. Foram considerados os diagnósticos
histológicos ou, quando não cabível, o diagnóstico colposcópico. A prevalência
encontrada de HSIL foi de 1,8% nas citologias ASC-US e de 19,2% nas citologias
ASC-H . Não foram encontrados casos de câncer nesta amostra.
Neste trabalho, a prevalência de lesões intraepiteliais de baixo (LSIL) e
alto grau (HSIL) foi elevada quando comparadas a outros estudos epidemiológicos
sobre HSIL em mulheres com diagnóstico de células escamosas de significado
indeterminado (ASCUS). (Tabela 1)
A média de idade das pacientes do estudo foi de 37 anos, com intervalo
de 18 a 75 anos e a proporção das mulheres nas diferentes faixas etárias foi
homogênea, o que poderia indicar a inexistência de predominância de uma faixa etária
para alteração citológica ASCUS. (Tabela 2)
Monteiro et al. (2009), determinaram a incidência de lesões intraepiteliais
em mulheres com idade inferior a 20 anos, as atipias em células escamosas de
significado indeterminado foi encontrado em 5,5% (22) da amostra , lesão intra-epitelial
escamosa de baixo grau em 28% (113) e lesão intra-epitelial escamosa de alto grau em
3% (12). A incidência de alterações citopatológicas é alta no início da vida sexual,
associada à infecção pelo HPV.
Pedrosa (2003) relata menor incidência de alterações escamosas em
mulheres com idade acima de 35 anos, pois parece existir maior resistência ao HPV ou
aquisição de algum tipo de imunidade. Entre as mulheres na pós-menopausa, o
percentual de neoplasia cervical observada após o resultado de ASCUS é pequeno,
pois as modificações causadas por atrofia são, muitas vezes, classificadas como
atipias de significado indeterminado.
A prevalência de um alto risco de infecção pelo HPV diminui com a idade,
em mulheres com ASCUS. Foi de 74% em mulheres <30 anos e 19% em mulheres ≥
50 anos. Adicionando o teste de HPV no rastreamento histológico, aumentou a
23
identificação de mulheres com lesões de alto grau em 33% em comparação com a
citologia. O significado clínico do diagnóstico de ASCUS variou com a idade das
mulheres. (Silverloo et al., 2009)
Estudo realizado com 4273 mulheres com HPV e ASCUS, destas, 2192
mulheres foram submetidas à biópsia com uma prevalência 5,1% para lesões de alto
grau( NIC II e III) e 43,6% para lesões de baixo grau(NIC I). O risco de NIC II e III da
população do estudo foi significativamente menor do que o relatado em nosso estudo.
(tabela 1)
As mulheres que recebem um diagnóstico de HPV e ASCUS nos EUA
têm uma baixa prevalência mas, definitivo risco para lesões de alto grau nos 24 meses
que seguem a partir de um diagnóstico anormal. A idade do paciente não teve um
impacto estatisticamente significativo sobre a probabilidade de diagnósticos da biópsia
de NIC 2 e 3 e NIC 1 para estas pacientes. (Armah et al.,2009)
Said et al.(2009) determinaram a prevalência de HPV em 91% dos casos
sendo que o HPV de alto risco foi detectado em todas as lesões intra-epiteliais de alto
grau (HSIL), 69% de lesões intraepiteliais de baixo grau (SIL), 57% de células
escamosas atípicas de significado indeterminado (ASCUS) e 86% células escamosas
atípicas, onde não é possível excluir uma lesão intraepitelial de alto grau (ASC-H).
A Sociedade Americana de Colposcopia e Patologia Cervical (ASCCP)
desenvolveu um algoritmo para gerenciar o exame citológico (Papanicolau) . Quando a
amostra é insatisfatória, seja por falta de células endocervicais ou por inflamação o
exame deve ser repetido em 6 meses. Se um teste de HPV foi realizada com o teste de
Papanicolaou e voltou negativo, uma repetição do Papanicolau deve ser realizado a
cada ano. Com um Papanicolau insatisfatório os clínicos devem tratar e repetir o
exame em 2 a 4 meses. Neste estudo, o tempo médio para confirmação do resultado
do diagnóstico de lesão foi de 4 meses. (Tabela 3)
Em estudo realizado por Spinillo et al. (2009), a prevalência do HPV em
mulheres com diagnóstico de atipias de significado indeterminado ou de lesão
intraepitelial de baixo grau foi de 69,9% e a média da idade 35,7. Estes resultados
sugerem que a infecção pelo HPV é múltipla comum entre os pacientes submetidos a
colposcopia por causa de ASCUS ou LSIL, e parece estar associado com um risco
24
significativamente maior de lesões de alto grau e câncer invasivo comparado a única
infecção, dados que corroboram com os resultados deste estudo. (Tabela 4)
O câncer cervical associado com a gravidez é uma doença rara, com uma
mediana de idade ao diagnóstico de 30-35 anos e média de gestações 1,5 (Douvier et
al., 2003; Smith et al.,2001) , dados que corroboram com o nosso estudo. (Tabela 2)
Outros estudos relatam que a gravidez não afeta o resultado citológico
materno ou biologia do tumor, na maioria desses estudos foram avaliados um número
pequeno de pacientes e não encontraram fatores de prognóstico em casos e controles.
(Clavel et al., 2001; Wright et al., 2007)
Siristatidis et al.(2002) compararam taxas de regressão para as mulheres
com HSIL pelo parto vaginal e cesáreo, foi encontrada regressão 67% e 13%,
respectivamente. No que diz respeito às lesões intra-epiteliais , a reação inflamatória
local relacionado secundariamente ao trauma cervical durante o parto vaginal pode
realmente melhorar a regressão da lesão. (Strinic et al., 2002)
Um estudo restrospectivo realizado com 40 mulheres em que foram
analisadas as características do câncer cervical associado à gestação, a idade média
era de 33,5 anos e a média de gestações foi de 1,1. Foi constatado que alargamento
do colo uterino induzido pela gravidez pode diminuir relativamente a profundidade de
invasão estromal em grávidas e que a metástase pode ocorrer no início do progressão
da doença mas que devido ao número limitado de pacientes e as os resultados não
podem fornecer diretrizes para o tratamento definitivo mulheres com câncer cervical
associado com a gravidez. (Jong-Min et al., 2008)
Observou-se que lesões neoplásicas são mais freqüente entre a terceira e quarta
década de vida. Devido ao número limitado de mulheres e às características inerentes
a um desenho retrospectivo, nossos resultados demonstram pouca influência no
desenvolvimento da lesão e o número de gestações. (Tabela 6)
Mulheres com carcinoma do colo do útero muitas vezes tinham uma flora
vaginal de lactobacilos, normalmente sem proteção. Neste contexto, a relação de
inflamação bacteriana e (pré) neoplasia foram investigados por Verbruggen et al.
(2006), e descobriram que as mulheres com uma citologia diagnosticada com
desequilíbrio tiveram maior significância na (pré) neoplasia de colo do útero .
25
Em contrapartida, autores indicaram que a vaginose bacteriana não
mostrou nenhuma associação com a neoplasia intraepitelial cervical.( Frega et al.,
1997; Boyle et al., 2003). No presente estudo a prevalência de gardnerella e
tricomonas vaginalis foi respectivamente de 3,3% e 1,7%, dados que corroboram com
os achados na literatura. (Tabela 8)
Todas as pacientes da amostra com resultado de ASCUS foram
submetidas à colposcopia com realização de biopsia específica. A partir do resultado
citológico, o tempo médio para realização da biópsia foi de 3 meses e o seu resultado
com o laudo histopatológico 4 meses. (Tabela7)
Como a colposcopia pode ser um direcionador de condutas, tanto para as
escamosas atípicas como para as glandulares atípicas, a paciente que apresentar esta
alteração citopatológica na Unidade da Atenção Básica deve ser encaminhada à
Unidade de Referência de Média Complexidade para colposcopia imediata. (Brasil,
2006)
O consenso americano de 2006 que serviu de base para as
recomendações brasileiras. São citadas especificamente aquelas obtidas pelo ALTS
(ASCUS-LSIL Triage Study),2003 , um grande ensaio clínico randomizado patrocinado
pelo National Institute of Health dos Estados Unidos e que resultou em várias
publicações.
O estudo ALTS demonstrou que a repetição da citologia,
encaminhamento para colposcopia ou detecção de HPV oncogênico pela captura
híbrida (CH) eram estratégias seguras e aceitáveis quando o diagnóstico citológico
inicial era ASCUS.
O custo dos testes de detecção de HPV nos EUA é muito inferior aos
preços praticados no Brasil, além do alto custo dos exames colposcópicos no país. A
repetição da citologia e o encaminhamento para colposcopia, são considerados como
aceitáveis e de menor custo no cenário brasileiro.
26
Para elaboração do Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do
Útero (Viva Mulher) foram reunidos gestores, citopatologistas, colposcopistas e
ginecologistas, representantes de associações médicas e de serviços de alta e média
complexidade que recebem mulheres com citologia alterada. Nas discussões, não foi
abordada a viabilidade de incorporar novas tecnologias, como os testes de detecção de
HPV oncogênico, questões de financiamento ou expectativas das mulheres. As
recomendações americanas foram debatidas e adaptadas ao cenário brasileiro.
(Russomano, 2008)
Pode-se observar que houve associação, estatisticamente significante na
presença de HPV, evidenciando que há um maior percentual de mulheres com HPV
entre as portadoras com lesão de baixo grau. Já nas infecções por Gardnerella e
Tricomonas vaginalis não foi observada significância. (Tabela 8)
Os limites dos resultados desse estudo estão relacionados ao baixo
estabelecimento de relações causais e prognósticos, característica dos estudos
transversais. Ainda assim, os resultados apresentam implicações para a prática de
enfermagem nos programas de rastreio do câncer cervical que atendem a população.
Devem identificar as oportunidades de melhoria e foco nos esforços de forma
adequada, a fim de obter uma eficácia máxima.
Possíveis estratégias para melhoria poderiam incluir a expansão,
rastreamento e intervenções de prevenção para as mulheres mais jovens, incluindo
vacinação contra o HPV, exame de Papanicolaou e educação em saúde.
27
28
6. CONCLUSÕES
A análise dos resultados obtidos com a realização deste estudo
possibilitaram as seguintes conclusões:
1- A prevalência de lesões intra-epiteliais de alto grau em mulheres com
diagnóstico colpocitológico de atipias de significado indeterminado (ASCUS) foi de
23,7%, sendo elevada quando comparada a outras cidades brasileiras.
2- O aumento do risco de desenvolvimento de lesões de intra-epiteliais de
alto grau do colo uterino foi diretamente proporcional ao aumento da idade.
3- Maior prevalência de lesão intraepitelial de baixo grau associada a
infecção pelo Papilomavirus humano.
29
30
7. ANEXOS Anexo 1
31
Anexo 2
32
33
34
Anexo 3
35
Anexo 4
Prevalência de lesões intra-epiteliais de baixo e alto grau
em mulheres com diagnóstico colpocitológico de atipias
escamosas de significado indeterminado no município de
Maceió, Alagoas.
Página 35
Identificação
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Instituição. Pro-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL). Rua Jorge
de Lima,113, Trapiche da Barra CEP 57050-500 Maceió-AL Correio eletrônico: raildafragacosta@gmail.com
1. Formulário de coleta de dados
1. Não foi realizado
2. Foi preenchido parcialmente
3. Foi preenchido completamente
2. Nome do pesquisador
3. Data de preenchimento
/ 0 2 / 2 0 0 8
4. Hora do preenchimento
h m i n
5. Número de Gestações
1.
2
3. Outro, qual?
6. Endereço
1.
2. Não há registro
36
7. Alteração em células epiteliais escamosas
1. Atipias de Significado Indeterminado
2. NIC I ( Displasia Leve)
3. NIC II ( Displasia Moderada)
4. NIC III (Displasia Acentuada/ Carcinoma “in situ”
5. Carcinoma Escamoso Invasor
8. Infecção com outras doenças sexualmente transmissíveis
1. HPV
2. HSV-2 ( herpes)
3. Chlamydia tracomatis
9. Idade da primeira relação sexual
1. / / 1 9
2. Não há registro
10. Informações Clínicas
1. DIU
2. Gestante
3. Soropositividade para HIV
4. Outro, qual?
5. Não há registro
37
8. REFERÊNCIAS
38
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44
Abstract Prevalence of squamous intraepithelial lesions of low and high in women with
Pap smear diagnosis of atypical cells of undetermined significance in the city of
Maceió, Alagoas.
Introduction: The cervical cytology by the Papanicolaou method allows early detection
of precursor lesions of cervical cancers and cytopathic changes, giving priority to
women at greatest risk, providing diagnosis, treatment and follow-up with. Objectives:
To determine the prevalence of squamous intraepithelial lesions of low and high grade
in women with Pap smear diagnosis of atypical cells of undetermined significance in the
city of Maceió, Alagoas, to determine the influence of age (in years) and the etiologic
agents for STDs the risk of development of lesions and intraepithelial high-grade in
women diagnosed with cervical cytology of atypical cells of undetermined significance.
Method: A cross-sectional prevalence Tour held at the Health Care Salgadinho; Block
Health Care of Women Maceió, Alagoas. We studied records of 253 women with Pap
smear diagnosis of atypical squamous cells of undetermined significance in the period
of one year. Results: The prevalence of intraepithelial lesions was 23.7% (60 cases):
14 cases with low-grade lesion, (26.7%) and 46 with injuries to top grade or carcinoma
(73.3%). Conclusions: The prevalence of squamous intraepithelial lesions of high
grade in women diagnosed with cervical cytology of atypical cells of undetermined
significance was high, increasing the risk for the development of lesions was
proportional to increasing age and there was a higher percentage of women infected
with papillomavirus among the carriers with low-grade lesion.
Keywords: Gynecological Nursing. Cervical Intraepithelial cervical . Prevalence.
Nursing. Prevention of Cervical Cancer.
45
Resumen
Prevalencia de lesiones escamosas intraepiteliales de bajo y alto en mujeres con
diagnóstico de Papanicolaou de células atípicas de significado indeterminado en
la ciudad de Maceió, Alagoas.
Introducción: La citología cervical por el método de Papanicolaou permite la detección
precoz de las lesiones precursoras de cáncer cervical y los cambios citopático, dando
prioridad a las mujeres con mayor riesgo, proporcionar diagnóstico, tratamiento y
seguimiento con. Objetivos: Determinar la prevalencia de lesiones escamosas
intraepiteliales de bajo y alto grado en mujeres con diagnóstico de Papanicolaou de
células atípicas de significado indeterminado en la ciudad de Maceió, Alagoas, para
determinar la influencia de la edad (en años) y los agentes etiológicos de
enfermedades de transmisión sexual el riesgo de desarrollo de lesiones intraepiteliales
de alto grado y en mujeres con diagnóstico de la citología cervical de células atípicas
de significado indeterminado. Método: Un corte transversal de prevalencia Tour
celebrada en el Salgadinho atención de salud; Bloque Cuidado de la Salud de la Mujer,
Maceió, Alagoas. Se estudiaron los registros de 253 mujeres con diagnóstico de
Papanicolaou de células escamosas atípicas de significado indeterminado en el
período de un año. Resultados: La prevalencia de lesiones intraepiteliales fue de
23,7% (60 casos): 14 casos con lesión de bajo grado (26,7%) y 46 con lesiones de
grado superior o carcinoma (73,3%). Conclusiones: La prevalencia de lesiones
intraepiteliales escamosas de alto grado en mujeres con diagnóstico de la citología
cervical de células atípicas de significado indeterminado fue alto, aumentando el riesgo
para el desarrollo de las lesiones fue proporcional al aumento de la edad y hubo un
mayor porcentaje de mujeres infectadas con el virus del papiloma entre las compañías
con lesión de bajo grado.
Palabras clave: Ginecológica Enfermería. cervical intraepitelial cervical.
Prevalencia. Enfermería. Prevención del cáncer cervicouterino.
46
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