quase oito mil crianÇas ministro tatuiano pode … · “integração” sobre como será a...

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ANO 36 - nº 1707 10 DE JUNHO DE 2012

Jornalista ResponsávelJOSÉ REINER FERNANDES

R$ 2,50Rua São Bento, 785 - (15) 3251-2104 - Tatuí/SP

9912199718IMPRESSO ESPECIAL

AC TATUÍ/SPI

e-mail: integracao@asseta.com.br

Circulação:Tatuí, Quadra e Boituva

Primeira mão

MINISTRO TATUIANO PODE JULGAR,DESDE JÁ, PROCESSO DO “MENSALÃO”

Nota da Redação: O ministro Celso de Mello utiliza em suasrespostas as expressões: Litisconsórcio passivo multitudinário.Isto significa em Direito, número elevado de réus. E “extraomnes”. Trata-se de expressão latina que significa “fora, todos”e que é pronunciada pelo cardeal camerlengo (decano) ordenan-do a saída do recinto daqueles que não poderão permanecer naCapela Sistina durante a eleição do novo Papa.

No domingo (3), o ministroJosé Celso de Mello Filho (STF)disse ao jornal “Integração” queestá em condições para julgar,desde já, a Ação Penal 470, co-nhecida popularmente como“Mensalão”. Em agosto de 2007,após cinco dias que somaram30 horas de julgamento, o STFrecebeu a denúncia apresenta-da pelo Ministério Público Fede-ral (MPF) contra 40 acusados.Desses, 38 continuam respon-dendo como réus perante aCorte.

Nos últimos dias, uma polê-mica envolvendo o ex-presiden-te Luís Inácio Lula da Silva e oministro Gilmar Mendes, doSTF, mobilizou a opinião públi-ca nacional. O fato repercutiuem todos os meios de comuni-cação do País e suscitou mui-tos questionamentos a respei-to do comportamento do Supre-mo Tribunal Federal no julga-mento do Mensalão.

Indagado pelo jornal“Integração” sobre como será aatuação do STF no julgamentodo “Mensalão”, o Ministrotatuiano Celso de Mello, deca-no da Suprema Corte do Brasil(está lá desde 1989), assim res-pondeu, de maneira particular-mente enfática, à pergunta quea reportagem lhe fez direta epessoalmente:

- “O Supremo Tribunal Fe-deral, na linha de sua longa ehistórica tradição republicana,irá julgar o denominado casodo “Mensalão” da mesma for-ma como sempre julgou asdemais causas penais que fo-ram submetidas à sua altaapreciação. Isso significa di-zer que a Suprema Corte deci-dirá o litígio penal em questãocom apoio exclusivo na provavalidamente produzida nosautos do processo criminal,respeitados, sempre, como éda essência do regime demo-crático, os direitos e garantiasfundamentais que a Constitui-ção da República assegura aqualquer acusado, observan-do, ainda, em referido julga-mento, além do postulado daimpessoalidade e do distan-ciamento crítico em relação atodas as partes envolvidas noprocesso, os parâmetros jurí-dicos que regem, em nossosistema legal, qualquer pro-cedimento de índole penal. Emuma palavra: o Supremo Tribu-nal Federal, como órgão decúpula do Poder Judiciárionacional e máximo guardião eintérprete da Constituição daRepública, garantirá, de modopleno, às partes desse proces-so (Ministério Público e réus),o direito a um julgamento jus-to, imparcial, impessoal, isen-to e independente”.

O ministro Celso de Melloinforma que há vários meses,tão logo chegou de suas fériasem Tatuí, iniciou o trabalho deanálise deste processo. Ele in-forma que designou dois as-sessores de sua equipe pararealizar pesquisas e promoverlevantamentos, que irão auxiliá-lo na reflexão em torno das ques-

tões complexas que deverãosurgir ao longo do julgamentodos 38 réus.

O ministro Celso de Mellodeclara ao jornal “Integração”:“Estou em plenas condiçõesde participar, desde já, do jul-gamento desse caso. Promo-vi, e ainda continuo promoven-do-as, reuniões com a minhaequipe, que, além de reserva-das e discretas, ocorrem àssextas-feiras. Nessas reuni-ões, o acesso à minha salafica inteiramente bloqueado.Em tais ocasiões, pronuncia-se um verdadeiro “extraomnes”, à semelhança do quese verifica nos conclavescardinalícios. Somente doisassessores, de absoluta con-fiança, estão a par do que setem discutido comigo, há me-ses, nesses encontros sema-nais. Nomes desses assesso-res? Mantenho absoluto sigiloem torno deles. Os dois as-sessores limitam-se a auxili-ar-me, sempre sob minha di-reção, na minha pesquisa e nabusca de dados que possuamrelevo jurídico e fático. Nasreuniões semanais, os asses-sores expõem-me os resulta-dos da pesquisa, cabendo-me,então, tomar as medidas queeu, e somente eu, julgar ne-cessárias e úteis aos esclare-cimentos dos fatos e à supe-ração das minhas dúvidas. Ve-nho discretamente realizandoesses estudos e reservada-mente procedendo a esses le-vantamentos já há muitos me-ses, especialmente em faceda complexidade desse pro-cesso e do caráter multitu-dinário do litisconsórcio penalpassivo que nele se formou”.

Celso de Mello, o mais anti-go ministro do STF e com suaexperiência de quase 23 anosna Suprema Corte, acredita quea AP 470 comece a ser julgadaapós o recesso do próximo mêsde julho. Esta data está sendodivulgada como quase certapela grande imprensa. Este se-manário verificou que o reces-so de julho, no STF, terminanuma terça-feira. Se obedecera pauta que está sendo acerta-da nas reuniões com a presi-dência do STF e que está sendodivulgada pela assessoria deimprensa, tudo leva a crer que adata prevista para início do jul-gamento deverá ser o dia 6 deagosto, uma segunda-feira.

Pela complexidade do caso,pelas 38 horas destinadas aosargumentos da defesa, cincohoras para que o ProcuradorGeral da República apresenteos argumentos da acusação etambém pela forma como é con-duzido um processo desta natu-reza, estima-se que deverá le-var, no mínimo, um mês e meiopara julgar este caso. E se estecálculo estiver dentro dos prog-nósticos, acredita-se que os bra-sileiros poderão conhecer o re-sultado do julgamento, por voltado dia 20 de setembro. Isto senão houver nenhum incidentede percurso na tramitação pro-cessual.

O ministro Celso de Mello éo único membro do SupremoTribunal Federal que participoudo julgamento do ex-presidenteFernando Collor de Mello. Naépoca, Collor foi julgado por ape-nas 9 ministros do STF. O mi-nistro Marco Aurélio de Mello,ainda atuante no STF, na oca-sião, se julgou impedido departicipar do julgamento por serprimo do ex-presidente e o mi-nistro Francisco Rezek, que nãomais faz parte da Suprema Cor-te, também não participou por-que foi Ministro das RelaçõesExteriores no Governo Collor.

STF - Dia 9 de junho de 2011,o ministro-relator Joaquim Bar-bosa encerrou a chamada faseinstrutória da Ação Penal (AP470) do mensalão e abriu prazopara acusação e defesa apre-sentarem as alegações finaisno processo. A Procuradoria-Geral da República teve 30 dias,contados da quarta-feira (8), paraapresentar suas argumenta-ções. Em seguida, foi a vez de os38 réus no processo apresenta-rem suas alegações finais, tam-bém em 30 dias. “Entendo que aconcessão de 30 dias para queas partes, sucessivamente, apre-sentem suas alegações finaismostra-se razoável e proporcio-nal à complexidade do proces-so, que apresenta elevado nú-mero de réus, inúmeros fatos aeles imputados e grande volu-me de provas”, ponderou o mi-nistro Joaquim Barbosa no des-pacho em que dá por encerradaa fase instrutória do processo.

Depois que a Procuradoria-Geral e os réus apresentaram asalegações finais, o ministro Bar-bosa preparou seu voto, e seráseguido pelo ministro-revisorRicardo Lewandowski. Posterior-mente será solicitada a data parajulgamento da ação em Plenário.

A denúncia do mensalão acu-sa 38 pessoas, entre políticos,lobistas e empresários, deenvolvimento em esquema definanciamento de parlamentaresdo PT e da base aliada em trocade apoio político ao governo.

Dia 9 de junho de 2011, aação penal contava com 44.265folhas (210 volumes e 484apensos). O ministro JoaquimBarbosa observa no despachoem que abre o prazo para asalegações finais, que este pro-cesso se diferencia de outrasações penais em trâmite no Su-premo porque foi totalmentedigitalizado desde o início. “A todoo momento e até mesmo simul-taneamente, os autos estão in-teiramente acessíveis às par-tes”, ressaltou o relator. “Esseganho tecnológico, portanto,minimiza, sem sombra de dúvi-da, as inquietações das partesquanto à exiguidade dos prazosfixados na legislação processu-al”, observou o ministro.

O ministro acrescenta queas partes no processo “tiveramum extenso período para se pre-pararem para a apresentaçãode suas alegações”, uma vezque ele deferiu a realização dasdiligências finais da faseinstrutória em fevereiro de 2011.

O prazo de 30 dias para apre-sentação de alegações finais de-

ENTENDA O CASO “MENSALÃO”terminado pelo ministro Barbo-sa foi solicitado pelo procura-dor-geral da República, RobertoGurgel, diante da “grande com-plexidade do feito” e do “volumede provas amealhadas no cursoda instrução”.

Em agosto de 2007, apóscinco dias que somaram 30 ho-ras de julgamento, o STF rece-beu a denúncia apresentadapelo Ministério Público Federal(MPF) contra 40 acusados. Des-ses, 38 continuam responden-do como réus perante a Corte.

O ex-secretário-geral do Par-tido dos Trabalhadores (PT) Síl-vio José Pereira, que respondiapor formação de quadrilha, con-cordou em cumprir pena alter-nativa e foi excluído da ação. Emsetembro de 2010, o STF julgouextinta a punibilidade do ex-de-putado federal José Janene,também réu no processo, devi-do a seu falecimento.

Princípio daParidade de Armas

No julgamento da Ação Penal470 (mensalão), o procurador-geral da República, RobertoGurgel, disporá de até cinco ho-ras para apresentar os argumen-tos da acusação, enquanto osdefensores de cada um dos 38réus no processo terão uma hora,cada um, para apresentar a res-pectiva defesa. Por seu turno, orelator da ação, ministro JoaquimBarbosa, poderá fazer uma leitu-ra sucinta do seu relatório empoucas páginas, tendo em vistaque o texto do próprio relatório jáfoi disponibilizado digitalmente atodos os ministros da SupremaCorte, ao procurador-geral da Re-pública e aos réus. Esse proces-so foi o primeiro da SupremaCorte a ser inteiramente digita-lizado. Foi sob o fundamento doprincípio constitucional daequidade ou paridade de armasque o relator do mensalão, mi-nistro Joaquim Barbosa, propôsa questão de ordem. “Como to-dos sabemos, essa ação penal,em razão de sua complexidade,constituirá, sem dúvida, um jul-gamento na história do Tribunal”,observou ele. Isso porque, peloscálculos do ministro relator, oSupremo consumirá pelo menostrês semanas para realizar o jul-gamento. Ainda por suas estima-tivas, a primeira semana do jul-gamento deverá ser dedicada in-teiramente às exposições oraisdas defesas. O ministro JoaquimBarbosa ponderou sobre a com-plexidade do processo e cita quea ação, além dos 38 réus, já contacom 234 volumes, 495 apensose 50.199 páginas.

TATUÍ PRETENDE VACINARQUASE OITO MIL CRIANÇAS

CONTRA PARALISIA INFANTILDia 16 de junho, a Secretaria

de Saúde de Tatuí realiza a primei-ra etapa da “Campanha Nacionalde Vacinação Contra a Poliomie-lite”. A expectativa é vacinar cercade 7.785 crianças menores decinco anos de idade com umadose da vacina oral Sabin. O obje-tivo da Vigilância Epidemiológicaé imunizar 95% das crianças dezero a cinco anos de idade. Nototal, a Secretaria da Saúdedisponibilizará dez mil doses.

O Brasil está livre dopoliovírus desde 1989, e paraque a doença não retorne aoterritório nacional, é fundamen-tal a participação da populaçãonesta campanha. A vacina oralcontra a poliomielite é conside-

rada pela Organização Mundialde Saúde (OMS) como a únicacapaz de viabilizar a erradicaçãoglobal da poliomielite.

Nesta fase da campanha,180 pessoas estarão trabalhan-do em 34 postos de vacinação,incluindo os postos de saúde daárea urbana e rural, do Progra-ma Saúde da Família (PSF) e decreches e escolas.

No dia da campanha os paisdeverão levar a carteira de vaci-nação. Em todos os postos desaúde, também serão disponi-bilizadas as vacinas contra He-patite B, Difteria, Tétano, Coque-luche, Sarampo, Rubéola e Ca-xumba (tríplice viral), para as cri-anças em atraso na caderneta.

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