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Psicologia do Esporte
ORGANIZADORA
EDITAL CFP Nº 01/2015
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA
X CONCURSO DE PROVAS E TÍTULOS PARA CONCESSÃO DO TÍTULO DE ESPECIALISTA
EM PSICOLOGIA E SEU RESPECTIVO REGISTRO
CONCURSO DE PROVAS E TÍTULOS – CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA
Especialidade: Psicologia do Esporte (03‐M) Prova aplicada em 29/11/2015 – Disponível no endereço eletrônico www.idecan.org.br a partir do dia 30/11/2015.
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EESSPPEECCIIAALLIIDDAADDEE:: PPSSIICCOOLLOOGGIIAA DDOO EESSPPOORRTTEE
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS O trecho a seguir contextualiza as questões de 01 a 05. Leia‐o atentamente.
“Atualmente ocorre um movimento de mudança, a transição paradigmática, no bojo das ciências humanas e sociais, no qual temos um arcabouço teórico e metodológico que nos qualifica nacional e internacionalmente. Porém, enfrentamos alguns dilemas e obstáculos, colocamos novas questões epistemológicas vinculadas à problemática ética e ontológica, como também tentamos reconhecer e legitimar nosso conhecimento nas várias dimensões da sociedade, em cursos da graduação e da pós‐graduação, junto às associações, às entidades, aos fóruns, às agências de fomento, às pesquisas estaduais e nacionais, a órgãos governamentais instituídos, como a CAPES e o CNPq, e em outros grupos sociais e comunidades. (...) Para Sawaia (1998) e Molon (2000), a indagação a respeito do sujeito pode ser o eixo norteador da revisão crítica de várias áreas do conhecimento, especialmente da psicologia, pois a discussão sobre o lugar do sujeito – sujeito determinado, homogêneo, uniforme, mero reflexo da realidade, competência linguística, imanência psíquica, abstraído da sociedade, mônada pensante – é o começo de um caminho produtivo e promissor para a crítica epistemológica que é simultaneamente ética e ontológica. Queremos investigar as novas formas de conhecer na perspectiva de uma interface entre ética, estética e política.”
(Molon, S. I. Algumas questões epistemológicas e éticas da psicologia: a avaliação em discussão. Psicologia & Sociedade; 16 (1): 108‐123; Número Especial 2004.)
01 A Resolução nº 007/2003, em seu artigo segundo, traz o manual de elaboração de documentos escritos referindo‐se ao artigo primeiro para dispor alguns itens, entre eles, os princípios norteadores na elaboração de documentos, os quais resguardam também questões éticas e técnicas. A respeito dessas questões, assinale a alternativa condizente com as considerações explicitadas no trecho anterior. A) A recusa do uso de instrumentos, técnicas e da experiência profissional, em quaisquer condições, para corroborar
modelos ideológicos e institucionais perpetuadores de segregação aos modos de subjetivação, é imperativa. B) A prestação de um serviço deve ser realizada de modo responsável, de maneira que os princípios éticos sustêm o
compromisso clínico e experimental da psicologia, visto que as demandas são compreendidas como de grande complexidade.
C) Independente da exigência do trabalho, as intervenções são sugeridas a partir da identificação de algum tipo de demanda e da construção de um projeto de trabalho que aponte para a formulação dos condicionantes do sofrimento psíquico.
D) Independente dos processos de subjetivação, da demanda social, da dinâmica da comunidade científica e profissional, o uso de instrumentos, técnicas e de experiência profissional, mediante qualquer situação ou condição, está condicionado a modelos ideológicos e institucionais.
02 Considerando o trecho anterior, é correto afirmar que a psicologia ultrapassa a limitação das normas de conduta do exercício profissional, porque A) tanto na escolha quanto na avaliação das metas legitimamente desejáveis como na escolha das formas legítimas da
ação interativa, que em quaisquer contextos de atuação, estará em jogo apenas ou principalmente a sobrevivência do agente como a sua imagem e a sua estima diante dos outros e diante de si mesmo.
B) tanto na promoção da universalização do acesso da população às informações quanto no conhecimento da ciência psicológica, serviços e padrões éticos da profissão, com vistas a zelar também pelos postulados científicos da profissão no âmbito da saúde que impede que esses assegurem práticas baseadas em evidências.
C) o código de ética profissional fundamenta‐se em uma perspectiva deontológica e, além disso, quando no âmbito da saúde, possibilita aprofundamento e diálogo de questões éticas, bioéticas e morais devido à compreensão e caracterização da consciência de si permeada de valores culturais e relacionais que somente é identificada na espécie humana.
D) o código de ética profissional fundamenta‐se em uma perspectiva ontoteleológica e, além disso, independente do contexto de atuação, viabiliza aprofundamento e diálogo de questões éticas, bioéticas e morais mediante o entendimento e caracterização da consciência de si atravessada por valores socioculturais apenas visualizados na espécie humana.
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03 O trecho remete à problemática ética e ontológica, a qual aponta para um posicionamento diferenciado mediante as várias áreas do conhecimento no cerne da ciência psicológica. Porém, a referida problemática não elenca discussões apenas no âmbito acadêmico para construção de conhecimento, mas também no que se refere à atuação profissional. Considerando as referidas informações a respeito da formulação do Código de Ética do profissional de Psicologia, é correto afirmar que A) pauta‐se no princípio geral de aproximar‐se mais de um instrumento de reflexão do que de um conjunto de normas a
serem seguidas pelo psicólogo. B) pauta‐se em um posicionamento teleológico por visar a eliminação de negligência, à discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão. C) remete às relações de poder nos contextos em que atua e aos impactos dessas relações sobre as suas atividades
profissionais, acatando ordens e normas destes. D) impede o acesso da população às informações, aos serviços e aos padrões éticos da profissão, à promoção da
universalização e à epistemologia da ciência psicológica.
04 O Código de Ética Profissional da Psicologia reflete uma tendência internacional adotada no processo de elaboração de códigos éticos de conduta profissional, isto é, assemelha‐se às leis, com uma linguagem caracterizada pela natureza normativa, baseada no postulado de que o mérito da conduta depende de sua coerência com o que é prescrito como correto, ou seja, justo e ético. Essa consideração alude‐se à passagem do trecho anterior que ressalta a interface entre ética, estética e política. Tendo isso em vista, é vedado ao psicólogo A) negar serviços profissionais a organizações concorrentes de modo que possam resultar em prejuízo para as partes
envolvidas, decorrentes de informações privilegiadas. B) induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de
preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais. C) dificultar o estabelecimento, com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha vínculo com o atendido, relação
que possa interferir negativamente nos objetivos do serviço prestado. D) indicar perito, avaliador ou parecerista para quaisquer situações, salvo nas quais seus vínculos pessoais ou
profissionais, atuais ou anteriores, possam qualificar o trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliação.
05 Em relação às responsabilidades do psicólogo, a respeito do relacionamento com outros profissionais não psicólogos, é correto afirmar que A) estipulará valores de acordo com as características das atividades solicitadas e comunicará ao interessado antes que
o serviço seja prestado. B) compartilhará somente informações relevantes para qualificar o serviço prestado, resguardando o caráter
confidencial das comunicações, assinalando a responsabilidade, de quem as recebe, de preservar o sigilo. C) prestará serviços de qualidade, com condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza desses serviços,
utilizando princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentadas ética e cientificamente. D) abrirá espaço para discussão dos limites e interseções relativos aos diretos individuais e coletivos, o que é crucial
para as relações que estabelecem com a sociedade com demais profissões, que possam se beneficiar dos serviços.
06 As ações esportivas têm regras, estrutura e princípios próprios com desenvolvimentos independentes. A psicologia, neste contexto, não pode ser apenas interpretada e reduzida como um campo onde conhecimentos independentes serão aplicados. Assinale a afirmativa que reflete qual deve ser a postura do profissional de psicologia no desenvolvimento da psicologia do esporte quando precisa lançar mão de conhecimentos de outras áreas. A) Praticar sempre o esporte sobre o qual se debruça para conhecê‐lo melhor. B) Avaliar, numa atividade esportiva, apenas a capacidade desta de promover bem‐estar físico e mental. C) Buscar conhecer as atividades esportivas de forma neutra, não levando em consideração o contexto em que ela se
desenvolveu. D) Ter necessidade de recorrer a teorias e métodos que melhor se adaptem a situações esportivas específicas,
conciliando saberes e práticas científicas que melhor se adaptem a seu propósito.
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07 Para melhor atender a crescente demanda de avaliações psicológicas, o CFP regulariza e institui o Manual de Elaboração de Documentos Escritos, através da Resolução nº 007/2003. Nesse contexto, quais os documentos que, ao serem elaborados, devem observar os princípios dessa Resolução? A) Ofício de atendimento e declaração. C) Ata de atendimento e laudo psicológico. B) Declaração e autos de atendimento. D) Atestado psicológico e laudo psicológico.
08 A Resolução CFP nº 007/2003 traz princípios de elaboração de documentos psicológicos. Entre eles se encontra o relatório psicológico que, de acordo com a referida Resolução deve ter, no mínimo, cinco itens. Assinale, dentre as alternativas, a que apresenta o item que deve constar em um relatório psicológico. A) Processo de análise. C) Descrição do atendimento. B) Descrição da demanda. D) Introdução ou apresentação.
09 Segundo a Resolução CFP nº 007/2003, do Conselho Federal de Psicologia, a declaração é um documento que visa informar a ocorrência de fatos ou situações objetivas relacionadas ao atendimento psicológico. Segundo a Resolução nº 007/2003, do Conselho Federal de Psicologia, qual a finalidade da declaração? A) Declarar os sintomas do atendido. B) Declarar incapacidade física do atendido. C) Declarar incapacidade mental do atendido. D) Declarar o acompanhamento psicológico do atendido.
10 A atenção é entendida, de modo geral, como um estado seletivo, intensivo e dirigido da percepção. Mas não é, no entanto, compreendida apenas como a recepção passiva de informações. Assinale a alternativa que descreve corretamente uma característica da atenção. A) É um estado inconsciente de alerta que a qualquer momento é despertado. B) É um pré‐requisito para a percepção, pois antes de se perceber deve‐se estar atento. C) É desprovida de qualquer característica cognitiva, já que suspende qualquer capacidade de julgamento. D) É um estado consciente através do qual uma pessoa dirige processos psíquicos sobre um determinado objeto.
11 A emoção deve ser entendida como um sistema complexo de inter‐relações entre o sistema psíquico, o sistema fisiológico e o sistema social. No esporte de alto rendimento, este complexo conceito deve ser estudado à luz de um contexto situacional e de interação entre o atleta, a tarefa e o meio ambiente. Assinale uma característica do conceito de emoção na psicologia do esporte. A) Tem a função amplificadora da atenção. B) Tem apenas a função catártica no esporte. C) Tem a função de organizar, orientar e controlar ações. D) Tem apenas funções para atletas de rendimento e não para atletas amadores.
12 Mesmo que em um primeiro momento associada à prática esportiva competitiva, a psicologia do esporte tem se deslocado para outras possibilidades de atuação a partir de seu compromisso social assumido com a prática em estrita relação com a realidade e contexto sócio‐histórico brasileiro. Sobre as características de uma atuação que contempla o compromisso social da psicologia do esporte, assinale a afirmativa correta. A) O papel do psicólogo do esporte é tornar cada atividade o mais profissional e competitiva possível. B) O limite da atuação do psicólogo do esporte é o conhecimento que possui sobre determinada população com a qual
deve trabalhar. C) O psicólogo do esporte se orientará sempre para o desenvolvimento do sujeito que pratica esporte, independente‐
mente do contexto em que sua prática está inserida. D) A atuação do psicólogo do esporte se desloca conforme a realidade em que se encontra e se norteia para o
bem‐estar psicológico e o manejo de sentimentos e emoções que levam à prática esportiva.
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13 A agressão, no esporte de rendimento, é um comportamento intencional físico ou verbal. Envolve lesão que pode ser tanto física quanto mental direcionada contra uma outra pessoa ou contra si mesmo. Sobre as características da agressão, assinale a afirmativa correta. A) Ocorre de forma acidental. B) Envolve intenções e motivos. C) Pode ser evitada se houver prudência. D) Acontece quando as regras no esporte são respeitadas.
14 No início do século XX sugiram as primeiras discussões sobre a influência do aspecto psicológico no desempenho de atletas no contexto esportivo. No entanto, nesta época, a psicologia ainda não havia se consolidado como ciência. Neste contexto, assinale a alternativa que caracteriza as discussões sobre o aspecto psicológico no esporte no início do século XX. A) Apenas o controle nervoso era considerado. B) O contexto social e histórico do atleta era considerado. C) Testes científicos eram amplamente aplicados nos atletas. D) O tamanho dos membros do corpo do atleta era levado em consideração.
15 O desenvolvimento da psicologia do esporte, enquanto campo de atuação prática do profissional de psicologia, tem suscitado uma série de questões que vão desde a formação até a atuação nesse campo. Assinale a alternativa que melhor define as características de atuação do psicólogo do esporte. A) O ensino, a pesquisa e a intervenção. B) O ensino, a pesquisa e a atividade em si. C) A pesquisa, a atuação prática e a psicoterapia. D) A intervenção prática, o diálogo entre partes e a atuação.
16 Entre as mudanças experimentadas pela psicologia do esporte na última década está a entrada de novas tecnologias que auxiliam este campo a produzir novos conhecimentos em sua práxis. Uma destas áreas é a junção de tecnologias à psicologia comportamental aplicada no esporte. Assinale a alternativa que caracteriza a psicologia comportamental em sua interface com a psicologia do esporte. A) A interface entre estas duas áreas mantém os limites epistemológicos de cada uma delas. B) A psicologia comportamental contribui apenas conceitualmente na interface entre ela e novas tecnologias. C) Para que esta interface seja possível, é preciso que a tecnologia maximize e concilie as intervenções da psicologia
comportamental. D) A psicologia comportamental leva em conta apenas algumas tecnologias capazes de medir e mensurar comporta‐
mentos de atletas.
17 Um dos desafios enfrentados pela psicologia do esporte em sua interface teórica com a psicologia comportamental é a operacionalização de conceitos que, muitas vezes, reproduzem conhecimentos do senso comum, mas que não são capazes de compreender o que está acontecendo enquanto fenômeno esportivo em sua complexidade. Assinale a alternativa que reflete critérios que orientam a atuação teórico‐prática do psicólogo do esporte, que tem na psicologia comportamental o fundamento de sua prática. A) Manter uma relação aberta com o esportista para aumentar a confiança no seu trabalho e no seu papel reforçador
deste organismo. B) Analisar as relações funcionais do esportista em seu ambiente, assim como as contingências e seu efeito cumulativo
sobre o desempenho dos organismos. C) Elaborar e delimitar conceitos como motivação, liderança e personalidade que serão capazes de conhecer o
ambiente em que está inserido o organismo e assim orientar seu trabalho. D) Encontrar em todos os esportes de uma mesma modalidade o mesmo ambiente, perfazendo, assim, uma regra geral
de comportamento do organismo que difere apenas quanto à modalidade esportiva.
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18 Mesmo no esporte profissional de alto rendimento são observadas, por parte dos atletas, diferentes formas de comportamento agressivo, que variam conforme as características de cada modalidade esportiva. Quais características são observadas pelos atletas de alto rendimento quando têm intenção de praticar uma agressão durante a atividade esportiva? A) As regras e o comportamento dos árbitros. B) O comportamento anterior de outros atletas. C) A legislação que rege e pune estas situações. D) O comportamento de torcedores e dos técnicos.
19 Uma das propostas de atividade empreendidas pela psicologia do esporte é o treinamento esportivo, que tem objetivos específicos. O não conhecimento desses objetivos na psicologia do esporte, no entanto, é, por vezes, encontrada entre profissionais. Sobre o treinamento esportivo na psicologia do esporte, é correto afirmar que o treinamento psicológico A) visa aumentar os níveis de atividade mental dos atletas. B) leva concomitantemente e naturalmente ao aumento de aptidão física do atleta. C) pode ser ministrado, preferencialmente, pelo psicólogo do esporte, pois contempla conceitos como inconsciente e
complexo de Édipo. D) diz respeito ao nível de conscientização que o indivíduo tem de suas capacidades físicas e de suas capacidades de
realizar os esforços necessários.
20 O treinamento físico no esporte leva em consideração a modalidade esportiva do atleta, além de suas limitações e está em consonância com o treinamento psicológico. Assim, é correto afirmar que A) o treinamento psicológico não precisa levar em consideração a modalidade esportiva. B) o treinamento físico e o treinamento psicológico se desenvolvem no atleta apenas em momentos de pré‐competição
esportiva. C) as exigências psicológicas em relação à técnica esportiva irão variar de acordo com o tipo de esporte praticado e suas
características. D) o pensamento psicológico se desenvolve no atleta conjuntamente com o treinamento psicológico e com seu
desenvolvimento físico.
21 O treinamento psicológico é um amplo espectro de atuação do psicólogo do esporte que envolve a preparação psicológica do atleta, o acompanhamento psicológico, a orientação psicológica, a avaliação psicológica e o treinamento psicológico do atleta. Neste contexto, assinale a afirmativa que caracteriza a relação que deve existir entre o psicólogo do esporte e o atleta no processo de treinamento psicológico. A) Acompanhar a família do atleta é princípio fundamental da psicologia do esporte no que diz respeito ao treinamento
psicológico. B) O psicólogo do esporte e o atleta devem ser bons amigos; e, ainda, o psicólogo do esporte deve estar sempre apto a
apoiá‐lo em seus desafios como metodologia de sua prática. C) Realizar acompanhamento e treinamento psicológico de um atleta requer um conhecimento amplo de sua história
de vida, de suas limitações e de suas expectativas e possibilidades. D) Realizar acompanhamento de um atleta, na psicologia do esporte, quer dizer estar presente em todas as
competições e momentos decisivos, avaliando e medindo as reações do atleta durante a competição.
22 Uma proposta da psicologia do esporte é estudar os jogos de cooperação como possibilidades de atividades para uma mudança de paradigma da sociedade. Nessa perspectiva, considera‐se como mitos embasados no senso comum que A) o esporte pode promover a união e a responsabilidade. B) a competição exacerbada tem solapado as possibilidades de cooperação. C) o ser humano já nasce competindo e que competir faz parte de sua natureza. D) os sentimentos de valor individual passam a depender de fontes exteriores de avaliação.
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23 Uma das possibilidades de atuação da psicologia do esporte é o diálogo entre a saúde, o esporte e a atividade física. O maior desafio é, no entanto, desvencilhar estas categorias das exigências de uma atuação voltada para forças hegemônicas de dominação do corpo na contemporaneidade como, por exemplo, os padrões de beleza. Neste sentido, o psicólogo do esporte deve: A) Saber quais são os melhores indicadores de saúde que se pode atingir através da prática do esporte. B) Saber que o conceito de saúde é amplo e flexível e que nunca atingirá a todas as pessoas, independente de seus
contextos de vida. C) Permitir que cada pessoa defina seu conceito de saúde independentemente das atividades físicas, já que as mesmas
deixam de influenciar diretamente na saúde. D) Levar em consideração as transformações ocorridas desde a revolução industrial e as desigualdades produzidas que
repercutem até os dias de hoje nos padrões que a sociedade sustenta.
24 As Organizações Não Governamentais (ONG’s) surgem em um contexto específico de retração do Estado no Brasil que não consegue cumprir com suas obrigações fundamentais. Assim, é correto afirmar que A) não é papel do Estado garantir os direitos básicos de seus cidadãos. B) a psicologia do esporte não se insere neste contexto, pois sua atuação se dá apenas nas atividades esportivas. C) o compromisso social do psicólogo diz respeito a prestar seu trabalho da melhor maneira possível sem deficiências
teóricas e técnicas. D) a política neoliberal adotada após a redemocratização gerou agravos sociais e desigualdades perduram e são
contextos na atuação do psicólogo do esporte.
25 O ser humano tem necessidade de viver em grupo para se desenvolver; uma parte importante deste processo são as atividades e jogos que se desenvolvem na reprodução social e que permitem o relacionamento com o mundo externo. Nesse sentido, assinale a afirmativa correta. A) A divisão de tarefas dentro do grupo sempre foi encarada com atividades que permitem a sobrevivência do grupo e
sua competição interna por papéis. B) Os jogos e atividades em grupo têm por única finalidade permitir ao grupo a especialização de suas capacidades
corporais que o permitem se sobrepor a outros grupos. C) Na atividade e organização corporal do ser humano está contida a necessidade de entrar em relação com o mundo
exterior para atuar e modificá‐lo enquanto modifica a sim mesmo. D) A modificação do mundo externo depende em parte do ser humano e de suas atividades, já que, muitas vezes,
encontramos o mundo pronto para receber nosso corpo e atividades.
26 Em um contexto de atuação com populações historicamente excluídas e sem acesso aos direitos fundamentais garantidos na constituição, o psicólogo do esporte deverá levar em consideração as atividades esportivas desenvolvidas e produzidas por sua clientela. Assim, o psicólogo do esporte deve saber que: A) O esporte deve ser contextualizado sociopoliticamente. B) A atividade esportiva é sempre construída fora das bases materiais de um grupo. C) Cada grupo humano desenvolve suas práticas esportivas num processo de imitação de outros grupos. D) A atividade esportiva praticada por essa clientela provavelmente é deficiente e cabe ao psicólogo do esporte ensinar
as regras do jogo.
27 Toda relação interpessoal em atividades esportivas é caracterizada por uma dinâmica relacional‐emocional que interfere, por exemplo, no processo de ensino‐aprendizagem. Neste sentido, são contribuições importantes para pensar este processo: A) As avaliações psicológicas que podem medir o nível de atenção que um atleta tem. B) A teoria do vínculo das relações transpessoais a que Freud deu o nome de transferência. C) A teoria dos afetos e vínculos em grupos estudada por Freud logo após a Primeira Grande Guerra. D) Os níveis de ansiedade de um grupo de pessoas em relação às atividades esportivas a elas oferecidas.
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28 Os grupos humanos são objeto de análise de várias áreas do conhecimento, entre elas, a psicologia. É correto afirmar que grupos secundários são constituídos A) pela família. C) para além do círculo familiar. B) por duas pessoas. D) por um número específico de pessoas.
29 Na psicologia do esporte, os grupos são uma categoria que ajuda a pensar a prática profissional, como, por exemplo, nas relações que se estabelecem em uma equipe esportiva. Assinale a afirmativa que caracteriza uma equipe esportiva. A) É uma coesão de vontades e sentidos para um fim na atividade esportiva. B) É uma estrutura comparativa à família nuclear e mononuclear no esporte. C) É uma unidade estrutural elementar na qual se realiza a atividade esportiva. D) É ligada por afetos e vínculos como os familiares que permanecem no esporte.
30 Um dos conceitos estudados na psicologia do esporte é o de liderança. Muitas vezes confundido com capacidades individuais intrínsecas, este conceito deve ser abordado com critério pelos profissionais da psicologia do esporte. Assinale a afirmativa que caracteriza uma abordagem conceitual da psicologia do esporte sobre o fenômeno da liderança. A) A liderança é uma capacidade que vem do exterior do grupo que se estabelece. B) A liderança é um processo dinamizador e sintetizador dos fenômenos intragrupais. C) O conceito de liderança plural é, muitas vezes, confundido com uma liderança disjuntiva. D) A liderança é conseguida através de coerções aplicadas, mesmo que simbólicas, sobre um grupo de pessoas.
31 A psicologia do esporte vem se desenvolvendo enquanto área de atuação desde o final do século XIX, no entanto, até os dias de hoje a inserção do psicólogo como ator principal desta área é uma construção por ser feita e produzida. Uma das dificuldades enfrentadas pelo psicólogo do esporte se dá pelo corporativismo de diferentes profissionais encontrado nos possíveis campos de atuação, o que restringiria as possibilidades de inserção do profissional de psicologia. É fato, também, que outras complexidades se apresentam. Como se sustenta o corporativismo encontrado nos campos de atuação da psicologia do esporte? A) O fenômeno do corporativismo existe apenas em campos de atuação já estabelecidos e plenamente científicos. B) O corporativismo é, marcadamente, uma proposta de atuação que só ganha espaço devido à falta de corporativismo
dos profissionais de psicologia. C) Este corporativismo reflete a dificuldade de construção e definição do papel profissional daqueles que se veem
atuando num campo marcado pelo empirismo. D) O corporativismo que torna complexa a entrada do profissional de psicologia do esporte nos possíveis campos de
atuação se deve a não existência de profissionais suficientes no mercado para contrapor o corporativismo.
32 O psicólogo do esporte encontra, muitas vezes, práticas esportivas ligadas a práticas pedagógicas que são oferecidas em diversas esferas, tais como o Estado, o setor privado e o terceiro setor. Assinale a alternativa que caracteriza a relação comumente encontrada entre práticas esportivas e práticas pedagógicas pelo psicólogo do esporte. A) Sempre que são aliadas práticas de esporte a práticas pedagógicas um professor de educação física tem de
acompanhar o processo, pois a psicologia ainda não está preparada para assumir seu lugar no espaço escolar. B) Toda prática esportiva e toda prática pedagógica devem ser embasadas na proposta de ensino‐aprendizagem que
permite ao praticante, além de aprender um conceito abstrato, aprender uma nova habilidade motora que o permite viver no mundo.
C) Não cabe ao psicólogo do esporte produzir pesquisas e trabalhos que reflitam sobre as inter‐relações entre práticas esportivas e práticas pedagógicas, cabe a este profissional apenas aplicá‐las. Para se produzir conhecimento é preciso que muitos profissionais se debrucem sobre os mesmos problemas.
D) Nota‐se que frequentemente a inter‐relação entre práticas esportivas e práticas pedagógicas são embasadas no senso comum e não se aprofundam na reflexão realizada, permanecendo com as ideias já difundidas de que o esporte tira a criança da rua, o esporte ajuda a fazer novas amizades etc.
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33 A psicologia do esporte possui várias áreas de atuação que se diferem, conforme os autores que a embasam. Assim, o psicólogo do esporte tem um leque de possibilidades de atuação que vão da clínica à avaliação psicológica, passando pela pesquisa e outras áreas possíveis. Assinale a alternativa que para Samulski constitui a possibilidade de aplicação da psicologia do esporte que tem por função primordial garantir o bem‐estar de todas as pessoas, aliando propostas de educação e saúde a atividades voluntariamente praticadas. A) Esporte escolar. C) Esporte de reabilitação. B) Esporte recreativo. D) Esporte de rendimento.
34 Desde seu nascimento, a psicologia do esporte foi associada ao rendimento esportivo. Todo esse empenho acadêmico e profissional tem levado a psicologia do esporte a ser identificada com as atividades esportivas competitivas. De acordo com o enunciado, qual o resultado sobre essa visão da psicologia do esporte? A) Contribui para que os profissionais da área consigam trabalhar com os esportes de rendimento, o que permite maior
remuneração. B) O profissional que trabalha com a psicologia e com o esporte tem amplo campo de atuação, já que hoje muitos
esportes coletivos estão entre os mais vistos no mundo. C) Posicionou a psicologia do esporte entre estudos sérios que refletem fielmente a realidade, o que permite que o
profissional tenha o mínimo de erros em seu trabalho no esporte de alto rendimento. D) Alocou a psicologia do esporte muito próxima dos estudos experimentais e clínicos, recortando‐a do contexto social e
cultural maior, o que a distanciou, inclusive, das transformações por que passou o esporte.
35 A prática da psicologia do esporte é também voltada para o esporte de alto rendimento. Isto nos leva a ter à disposição muitos trabalhos científicos, pesquisas e publicações nesta área. No entanto, cabe ao profissional delimitar o que seja o esporte de alto rendimento e como deve atuar nele, pautado sempre em pesquisas e trabalhos cientificamente produzidos. O que caracteriza o esporte de alto rendimento? A) É o esporte caracterizado por alta remuneração e que exige do esportista todo o tempo de que dispõe. Assim ficam
estabelecidas as diferenças entre o esporte de alto rendimento profissional e o esporte de alto rendimento amador. B) É um tipo de prática que tem por principal característica o corpo do atleta. Assim, mesmo que profissional, o esporte
de alto rendimento é aquele em que participam os melhores atletas de cada modalidade, ou seja, que levam seu corpo ao limite.
C) Não é caracterizado pela disponibilidade do atleta em praticá‐lo, mas sim pelo contexto de infraestruturas que cerca o praticante de um esporte. Pode‐se afirmar então que o esporte de alto rendimento se dá pela estrutura física e de corpo técnico de profissionais que acompanham o atleta.
D) É um tipo de prática que pode se relacionar ao esporte espetáculo, protagonizado pelo atleta profissional ou, ainda, a um tipo de atividade esportiva que não é necessariamente remunerada, mas que exige, do praticante, dedicação e rendimento que superam uma atividade de tempo livre ou amadora.
36 No esporte de alto rendimento estão implicados os valores próprios da sociedade atual como o trabalho alienante, no qual o corpo é usado e manipulado pelo próprio atleta e pela comissão técnica para alcançar o rendimento máximo, em um curto espaço de tempo, atendendo aos interesses que gravitam no entorno do espetáculo, como a venda de produtos ou a imagem do patrocinador. Neste contexto, o psicólogo deve tomar posições éticas em seu trabalho. Assinale a alternativa que caracteriza a relação entre esporte e ética. A) O esporte, enquanto valor cultural, passível da intervenção da psicologia, também é uma criação humana que reflete
e recria a condição ética da sociedade que o circunda. B) O esporte é a possibilidade de um espaço que não possui ética, já que as regras que compõem todas as modalidades
esportivas, em todo o mundo, são pautadas apenas nas possibilidades físicas de rendimento dos atletas. C) Cabe apenas aos comitês arbitrários discutir e fazer valer os comportamentos morais e éticos no esporte. Aos
profissionais, incluindo o corpo técnico e atletas, cabe obedecer a todas as regras estabelecidas, o que, em si, já é um comportamento ético.
D) A ética para o psicólogo se refere ao sigilo profissional que tem. Logo, se lhe é dito por um atleta que este usa substâncias ilícitas não cabe ao psicólogo nenhuma ação, pois falar disso pode ser prejudicial à saúde mental do corpo técnico, que teria trabalhado em vão por aquele atleta.
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37 A psicologia do esporte busca atuar produzindo conhecimentos a partir de sua própria prática. No entanto, outras áreas da psicologia podem contribuir com substrato técnico e teórico para o fazer do psicólogo do esporte. A psicologia do esporte e sua interface com a psicologia da arte é uma dessas áreas fortuitas de encontro entre teorias. Assinale a afirmativa com conteúdo trabalhado pelo psicólogo do esporte na interface entre psicologia do esporte e a psicologia da arte. A) A psicologia da arte permite ao atleta ser mais extrovertido, o que é uma característica fundamental do atleta que
compete. B) O material simbólico elaborado em atividades específicas, a partir das vivências do atleta, o permite refletir sobre o
“ser atleta”. C) A arte e os jogos artísticos estão intimamente ligados ao esporte de alto rendimento, que é o objetivo da psicologia
do esporte. D) A psicologia do esporte não permite que a criatividade do atleta se desenvolva, por isso a psicologia da arte vem
sanar essa deficiência teórica.
38 A equipe esportiva tem características próprias de organização que são fundamentais em sua estrutura. Sobre a organização de uma equipe esportiva, assinale a afirmativa correta. A) Toda equipe esportiva tem em seu interior uma função egoica que tem por finalidade conter abusos. B) Uma capacidade aguçada de heurística de representação é uma das principais características de uma equipe esportiva. C) Toda equipe esportiva tem um líder e membros que serão subordinados a esta função, pois a liderança é algo natural
no esporte. D) A equipe esportiva faz uma divisão do trabalho específica de cada atleta que se coordena com outros atletas para um
determinado fim.
39 É possível afirmar que toda manifestação esportiva é socialmente estruturada, na medida em que o esporte revela, em sua organização, no processo de ensino‐aprendizagem e, na sua prática, os valores subjacentes à sociedade na qual ele se manifesta. Neste sentido, sobre a relação entre psicologia do esporte e psicologia social, é correto afirmar que esta perspectiva A) permite que alguns conceitos de uma área e outra sejam utilizados em confluência. B) busca situar o atleta e as equipes esportivas coladas à realidade social e cultural vividas. C) diz que a psicologia do esporte deve lançar mão apenas da psicologia social como escopo de atuação. D) nos orienta a ver o esporte como uma subárea da atividade humana, que está, mais especificamente, situado nas
habilidades sociais do indivíduo.
40 O movimento olímpico contemporâneo, tendo como principal ideólogo Pierre de Freddy, conhecido pelo título de Barão de Coubertin, baseou‐se nos rituais da Grécia antiga para criar aquele que seria o maior fenômeno sociocultural contemporâneo. O psicólogo do esporte está, muitas vezes, inserido neste contexto como membro do corpo técnico de delegações de países participantes. Mas sabe‐se que entre o ideal proposto pelas Olimpíadas no fim do século XIX e os jogos olímpicos atuais muitas transformações ocorreram na sociedade e também nos próprios jogos olímpicos. Neste sentido, qual alternativa caracteriza o fenômeno olímpico nos dias de hoje? A) É possível que os jogos olímpicos tenham mudado durante o século XX, mas as transformações acompanharam
naturalmente as transformações da sociedade, o que reflete que as nações têm melhorado seu convívio e harmonia. B) Os jogos olímpicos são estruturados como possibilidade de desenvolver a harmonia e a amizade entre todos os seres
humanos. Reflexo disto são os atos de paz e de solidariedade que sempre ocorreram durante o tempo em que estão em vigência os jogos olímpicos.
C) A transformação no esporte olímpico alterou radicalmente a relação do atleta com a prática esportiva, de um modelo amador para o extremo profissionalismo, e também o entendimento dos jogos olímpicos pela sociedade, ou seja, de um patrimônio cultural da humanidade a um bem de consumo, e em alguns casos para uso de poucos.
D) O esporte olímpico tem uma linha direta traçada desde a Grécia antiga até os dias de hoje, e mesmo que o desenvolvimento tecnológico e científico do fenômeno esportivo tenha se desenvolvido nos últimos cem anos, pode‐se ver como os atletas ainda são motivados pelo desejo simbólico de serem os melhores em detrimento de outras motivações.
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PROVA DISCURSIVA
ORIENTAÇÕES GERAIS
A Prova Discursiva é de caráter eliminatório, constituída de 4 (quatro) itens abertos. A resposta a cada item da Prova Discursiva deverá ter a extensão mínima de 20 (vinte) e máxima de 30 (trinta) linhas
para o texto. A Prova Discursiva deverá ser manuscrita, em letra legível, com caneta esferográfica de corpo transparente, de ponta
grossa e de tinta azul ou preta, não sendo permitida a interferência e/ou a participação de outras pessoas, exceto no caso de candidato que solicitou atendimento especial para este fim, nos termos do Edital. Nesse caso, o candidato será acompanhado por um fiscal do IDECAN devidamente treinado, para o qual deverá ditar o texto, especificando oralmente a grafia das palavras e os sinais gráficos de pontuação.
O candidato receberá nota zero na Prova Discursiva em casos de não atendimento ao conteúdo avaliado, de não haver texto, de manuscrever em letra ilegível ou de grafar por outro meio que não o determinado no item anterior, bem como no caso de identificação em local indevido.
Será desconsiderado, para efeito de avaliação, qualquer fragmento de texto que for escrito fora do local apropriado ou que não atingir a extensão mínima ou ultrapassar a extensão máxima permitida.
A Prova Discursiva terá o valor total de 40 (quarenta) pontos, sendo 10 (dez) pontos por item. Para efeito de avaliação da Prova Discursiva serão considerados os seguintes elementos de avaliação:
ELEMENTOS DE AVALIAÇÃO DA PROVA DISCURSIVA (POR ITEM)
CRITÉRIOS ELEMENTOS DA AVALIAÇÃO PONTUAÇÃO
Aspectos Formais e Aspectos Textuais
Observância das normas de ortografia, pontuação, concordância, regência e flexão, paragrafação, estruturação de períodos, coerência e lógica na exposição das ideias.
4 pontos
Aspectos Técnicos Pertinência da exposição relativa ao tema, à ordem de desenvolvimento proposto e ao conteúdo programático proposto.
6 pontos
TOTAL DE PONTOS 10 pontos
QUESTÃO 01
Nadador do Corinthians leva ouro e diz que “preparação mental” definiu vitória Sérgio Rangel.
O corintiano Leonardo de Deus, 24, estabeleceu a melhor marca do mundo nos 200 m borboleta nesta quinta‐feira (9) no Troféu Maria Lenk. Na piscina do Fluminense, nadou a distância em 1min55s19. Ele é o primeiro brasileiro a liderar o ranking mundial neste ano.
O paraibano Kaio Marcio ficou em segundo, com 1m56s99, e também garantiu o índice para disputar o Mundial na Rússia, em agosto.
“Esse resultado me mostrou que estou no caminho certo. Trabalho desde o início do ano para chegar no topo do ranking e consegui”, comemorou o nadador, que terminou o ano passado com a sexta melhor marca do mundo.
Leonardo atribuiu o seu sucesso no Maria Lenk a mudança da sua “preparação mental”. “Já trabalho há quatro anos com a minha psicóloga e a partir deste ano amadureceu a ideia de ser o primeiro do
mundo. Me sinto com o mental forte. Isso faz muita diferença”, explicou o corintiano, que conquistou o ouro no Pan de Guadalajara na mesma prova.
“Estou conseguindo ter a frieza para nadar forte numa competição como esta, que envolve muita emoção. Além de nadar bem, o bom atleta tem que saber administrar isso e estou conseguindo”, acrescentou.
Neste ano, Leonardo conta com o auxílio de nove profissionais nos seus treinos, que inclui um fisiologista cubano, um biomecânico e psicólogo.
Apesar do bom resultado no Rio, Leonardo sabe que terá que melhorar a marca para terminar o ano em primeiro no ranking mundial. Neste ano, ele vai disputar o Pan de Toronto e o campeonato do mundo na Rússia.
“Não tenho tempo para comemorações. Vou voltar a trabalhar forte na próxima semana. Quero o ouro na Olimpíada do Rio. Só penso em descansar depois dos Jogos Olímpicos”, afirmou o nadador. (Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2015/04/1614676‐leonardo‐de‐deus‐leva‐ouro‐e‐diz‐que‐preparacao‐mental‐definiu‐vitoria.shtml.)
A psicologia do esporte vem sendo pensada junto a outros profissionais em uma abordagem que contempla várias formações. Também vem sendo pensada junto a outras áreas da própria psicologia, notadamente, a psicologia social, já que o esporte tem sido considerado por pesquisadores como um fenômeno social não atrelado apenas às habilidades individuais, mas também ao contexto sócio‐histórico em que se insere. Assim, disserte sobre como a psicologia social, marcadamente em suas discussões sócio‐históricas, pode contribuir para o avanço da psicologia do esporte no que diz respeito à preparação psicológica de atletas.
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QUESTÃO 02 Estamos muito perto de fazer paraplégicos voltarem a andar
Guilherme Pavarin. “Foi um ano muito louco”, disse Miguel Nicolelis, entre duas longas arfadas, à beira de uma mesa na sede do
Projeto Andar de Novo, no bairro da Vila Madalena, em São Paulo, numa tarde recente. O neurocientista brasileiro de 54 anos não escondia o cansaço. “Coréia, Alemanha, Estados Unidos”, continuou. “Viajei muito.”
De olheiras fundas e fala ágil, Nicolelis nos recebia para tratar dos resultados do projeto que visa reabilitar pessoas paraplégicas por meio de um exoesqueleto e um capacete conectado ao cérebro. A ideia do encontro era buscar atualizações do plano. E também dados. Afirmativas. Intenções.
Fazia mais de um ano que o primeiro chute com a tecnologia havia sido dado na abertura da Copa do Mundo e, desde então, quase nada se falou sobre a evolução dos estudos. De lá para cá, não foram poucos os colegas que criticaram, para a ira do neurocientista, a falta de resultados do consórcio milionário – só para a Copa do Mundo, o Projeto Andar de Novo arrecadou R$ 33 milhões.
“Não posso dar muitos detalhes dos estudos antes de publicá‐los”, falou o cientista, logo no início da conversa. “É um processo longo, demorado.”
Ao pegar uma folha sulfite para explicar alguns fundamentos do cérebro, porém, o neurocientista deu valiosas pistas sobre o futuro de sua pesquisa. Ele falou sobre o que falta para seus pacientes voltarem a andar, tratou do mercado, das polêmicas que envolvem a implantação de eletrodos no cérebro e, por fim, discorreu sobre como é impossível máquinas imitarem o mais complexo órgão humano.
Motherboard: Bom, já que estamos aqui rodeados de exoesqueletos, vamos falar do Andar de Novo. Faz um ano que rolou o chute na abertura da Copa. A quantas anda o projeto?
Miguel Nicolelis: O projeto continua. Pacientes seguem treinando e todo o pessoal daqui trabalha nas questões clínicas, computacionais, neurobiológicas. Descobrimos múltiplos aspectos de como o cérebro lida com a geração de movimentos. E como o feedback que a gente usou – rico, tátil e visual – influencia o modelo interno que o cérebro tem do corpo. Essa é uma das grandes descobertas que tivemos no projeto. O senso de ser. Modificamos o senso de ser e reintroduzimos o conceito de ter pernas. Quando começamos, pedíamos aos pacientes paraplégicos para que eles pensassem em andar e registrávamos a atividade cerebral. Não acontecia nada. Não tinha nenhuma modulação da atividade cerebral. Quando pedíamos para eles mexerem as mãos, só pensar, sem mexer, víamos que o cérebro estava realizando uma operação interna para imaginar e gerar o movimento. Foram precisos muitos meses para que víssemos uma modulação no cérebro dos pacientes quando pedíamos para imaginarem o movimento das pernas. Então reintroduzimos esse conceito dentro do cérebro, o que ninguém tinha documentado ainda.
O Juliano, o paciente que deu o chute na abertura da Copa, continua aqui com vocês? Sim. O Juliano está treinando para as Paraolimpíadas. Os tempos dele têm melhorado demais. Ele é uma pessoa impressionante. Muito calmo. Possui uma capacidade de concentração muito grande. Talvez por isso tenha sido escolhido. Ele consegue modular a atividade cerebral como ninguém. Tem uma capacidade enorme de concentração. Ele conseguiu, e depois outros pacientes também, controlar os dois hemisférios simultaneamente e modulando esquerda e direita como ninguém tinha mostrado. Também somos caso único na questão do tempo de uso. Nos outros exemplos de interface cérebro‐máquina em humanos usando eletroencefalograma (EEG) ou implantes, as pessoas usaram alguns dias e publicaram. Em um trabalho que saiu na Science dias atrás, um cara usa interface no lóbulo posterior para controlar o braço robótico em humanos. Não são usos agudos. Foram adotados por dois, três dias. Temos pacientes usando durante um ano e meio a interface cérebro‐máquina. As adaptações que estamos vendo são muito diferentes do uso agudo.
Quais são os efeitos do uso agudo nos pacientes? Não posso dar detalhes antes de publicarmos os estudos, mas existe o dado fundamental que é a análise psicológica ao longo do tempo. Alguns chegaram com quadro depressivo e tiveram melhora clínica global. O fato de andar uma hora por dia algumas vezes por semana transformou a fisiologia desses pacientes, melhorou função peristáltica, melhorou fisiologia cardiovascular, massa muscular e teve progresso neurológico, o que era inesperado. Será descrito nos trabalhos. Quando pudermos contar será emocionante, chocante. Tivemos reativação de vias neurológicas que não prevíamos ter melhora. É o grande resultado clínico do projeto.
(Disponível em: www1.folha.uol.com.br/vice/2015/08/1669976–estamos–muito–perto–de–fazer–paraplegicos–voltarem–a–andar.shtml.)
Muitas vezes, de forma errônea, a psicologia do esporte é atrelada apenas ao alto rendimento de atletas profissionais e a bons resultados. Mas fora do âmbito imaginário do esporte, e do senso comum, outras possibilidades se abrem para a psicologia do esporte. A recuperação de pessoas que sofreram alguma lesão em decorrência de práticas esportivas, ou não, é uma delas. Assim, escreva sobre quais possibilidades de atuação existem para a psicologia do esporte junto a pessoas que após suas lesões iniciam atividades esportivas.
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QUESTÃO 03 Muito além do Felipão
Luli Radfahrer.
Agora que a ressaca passou e que ninguém mais quer falar da Copa, vale a pena examinar friamente aquele
vexame de terça à tarde. Não do ponto de vista do futebol – o Brasil já tem técnicos demais em cada boteco – mas da
inteligência do negócio disfarçado de esporte.
Sob qualquer ponto de vista, o 7 x 1 da Alemanha sobre o Gigante Sonolento parecia ruim demais para ser verdade.
Ninguém tinha dúvida de que seria um jogo difícil, com possível vitória alemã. Mas não com aquele placar. Os alemães
pareciam a armada de Cortez ao enfrentar os Incas, confiantes de saber algo desconhecido pelos ingênuos brasileiros.
E sabiam. Desde o final do ano passado a equipe alemã usa câmeras especiais para coletar imagens e interpretá‐las.
Não pelos olhos experientes de técnicos e jogadores, como é feito ao redor do mundo, mas por poderosas bases de
dados.
O resultado, típico de enredo de filmes chatos como “Moneyball”, chama a atenção para a influência da tecnologia
sobre um esporte retrógrado, teimoso e arrogante, como o era o beisebol nos EUA, e que, com bastante relutância,
começa a ter que engolir os avanços da tecnologia. Era natural que a revolução viesse da Alemanha, emblemática por
sua disciplina e apego a processos. Teria sido muito mais humilhante se viesse do Japão ou Coréia.
Chega de Zagallos, Parreiras, Felipões ou Dungas. A seleção brasileira não precisa de técnico estrangeiro. Ela precisa
de uma técnica contemporânea.
O uso de Big Data em futebol é recente. Ele começou no final de 2013, quando a SAP, gigante de software
corporativo, iniciou uma parceria com o Fraunhofer Institute, a empresa de videogames Crytek e o clube sub‐20 TSG
Hoffenheim, criando uma solução baseada em processamento geoespacial, sensores e visualização 3D para analisar os
resultados de cada treino em tempo real.
Nos treinos do TSG Hoffenheim cada uniforme tem vários medidores, memória para processamento local e uma
pequena antena. Graças a eles, mais de 60 milhões de registros podem ser capturados, transmitidos, analisados e
armazenados por jogo.
O resultado, praticamente instantâneo, é combinado com as imagens coletadas por uma rede complexa de
câmaras instaladas no campo, captando os movimentos de cada jogador a partir de vários ângulos simultâneos.
Com toda essa medição, tópicos que passariam despercebidos podem ser analisados em cada treino para
identificar os pontos fortes e fracos de cada jogador, ajustar a intensidade dos exercícios e minimizar o risco de lesões.
Armazenadas e comparadas, as métricas poderão revelar tendências e capacidades de cada jogador, ampliando as
opções do técnico.
Futebol pode parecer um jogo simples, mas tem aspectos físicos, psicológicos e táticos complexos. Como todo
esporte de ponta, ele precisa incorporar as novas descobertas científicas.
Isso não significa que sua paixão será substituída pela engenharia das tabelas e números. Da mesma forma que a
preparação física fortalece os atletas e torna a competição mais ágil, a coleta e análise de dados pode ser o assistente
perfeito para o talento dos jogadores. No começo toda essa previsão pode tornar o jogo chato e oportunista, mas assim
que todos a utilizarem os jogos tenderão a ser mais rápidos e cada vez mais divertidos.
Como acontece em qualquer mudança, não faltarão opositores. Alguns chamarão a tecnologia de doping digital,
outros dirão que ela tornará o jogo mais cerebral, diminuindo a riqueza caótica do esporte. Nada mais distante da
realidade.
É hora de revolucionar o futebol. Acabar com os mitos e adotar uma gestão baseada em evidências, não em
mandingas de vestiário.
Fußball, que já foi sinônimo de futebol‐força, está se tornando uma nova forma mais inteligente de futebol‐arte e
ciência, capaz de ter placares e jogadas tão incríveis que parecerão sobre‐humanas. (Disponível em: www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/2014/07/1488349–muito–além–do–felipao.shtml.)
O campo da psicologia do esporte se encontra em formação. Neste campo, a produção de conhecimento científico é
de extrema importância para garantir ao profissional, em suas práticas, um compromisso ético de trabalho. Neste
contexto, discorra sobre como o psicólogo do esporte lança mão de novas tecnologias que o auxiliam em sua prática
e na produção de conhecimento nos esportes de alto rendimento.
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QUESTÃO 04
Paulistanos trocam ar‐condicionado das academias por verde dos parques Amanda Massuela.
Enquanto uma turma de quase 400 alunos recolhe seus tapetes de ioga do gramado da Praça da Paz, no meio do Parque Ibirapuera, na zona sul paulistana, outras 108 pessoas começam a se aquecer para uma sessão de exercícios aeróbicos, a poucos quilômetros dali.
Não passam das 10h de um domingo ensolarado, dia em que as temperaturas na capital bateram a casa dos 32°C. Para todos os lados que se olhe há homens, mulheres e jovens empenhados em seus exercícios matinais.
De corrida ritmada ao futebol com os amigos, vale tudo. Há até grupos que, sabendo da importância de acompanhamento profissional, contratam professores especialmente para orientar seus treinos.
“Tem os sons da natureza, o ar limpo. Do lado de dentro muitas vezes ficamos em uma sala abafada, no ar‐condicionado, o que não é exatamente saudável”, diz Laila Gadel Marinho, 34, professora de ioga.
Ela levou a filha, Larissa, 5, ao “aulão” organizado pelo estúdio MyYoga no Ibirapuera no último dia 20. “O benefício, além dessa visão, é também a energia toda que existe em um ambiente natural. A Larissa adora”, afirma a mãe.
Assim como a professora, cerca de 25 mil paulistanos passam todos os dias pelo parque da zona sul com uma única intenção: se exercitar fora de quatro paredes. No do Carmo, na zona leste, a média é de 8.000. Os dados são da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, que administra 107 espaços verdes na cidade.
Apesar de enfrentar a forte concorrência númerica das academias tradicionais – há 2.700 registradas na capital, de acordo com o Sindicato das Academias de São Paulo –, os parques podem levar vantagem quando o assunto é interação social, qualidade de vida e bem‐estar.
“O fato de estar num lugar público, com mais gente, provavelmente satisfaça mais essas pessoas do que apenas a repetição de movimentos dentro de um ambiente fechado”, diz Ana Lúcia Padrão dos Santos, professora doutora da Escola de Educação Física e Esporte da USP.
Fugir da rotina foi justamente o que motivou o estudante de educação física Luiz Otávio Coelho Mesquita, 22, a procurar uma nova modalidade esportiva, há dois anos.
Descobriu, pela internet, a calistenia, prática que usa o próprio peso corporal nos exercícios de força. Desde então, durante a semana, toda manhã ele se equilibra nas barras do parque da Água Branca, na zona oeste, e aos domingos treina com um grupo de 60 entusiastas do esporte, no Ibirapuera.
“Quando você vai para um local aberto e pratica uma atividade física, você não só exercita seu corpo, mas relaxa a sua mente”, diz. “É uma paz de espírito diferente, ainda mais nós que vivemos nessa maluquice de trânsito.”
A sensação pode estar evoluindo com o passar do tempo. Anualmente, o American College of Sports Medicine, organização de medicina esportiva, faz um levantamento das principais “tendências fitness” para o ano seguinte.
Em 2010, os “exercícios outdoor” apareciam na posição 25. No último relatório da instituição, publicado em novembro de 2014, as atividades ao ar livre subiram 13 posições no ranking geral.
Para a professora Ana Lúcia dos Santos, o salto se relaciona com a percepção de que a prática de um exercício não tem apenas a função de melhorar indicadores biológicos.
“É da necessidade humana buscar contato com outras pessoas e com o ambiente. As academias tentam criar modismos, mas quando eles se tornam comuns, novas alternativas se tornam necessárias – e os ambientes abertos são imprevisíveis”, afirma.
Acostumado a correr desde 1998, ano em que disputou sua primeira São Silvestre, o veterinário Rafael França, 33, criou o grupo de corrida Bela Vista Runners há dois anos.
Uma vez por mês eles se encontram para treinos coletivos no Ibirapuera, mas estão sempre juntos nas provas de rua da cidade, aos fins de semana. Costumam participar de três competições por mês.
“O paulistano trouxe a corrida de rua e a caminhada para os parques como nenhuma outra cidade”, diz o professor de educação física Marcos Paulo Reis, dono da MPR Assessoria Esportiva.
Desde 1994, São Paulo é a cidade que mais tem competições organizadas pela Corpore, entidade que representa os corredores. De lá para cá, os atletas cadastrados na entidade saltaram de quatro para 455.
A evolução, segundo Ana Lúcia, aponta para a tendência de que o paulistano cada vez mais prefere a rua. (Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2015/09/1686715‐paulistanos‐trocam‐ar‐condicionado‐das‐academias‐pelo‐verde‐
dos‐parques.shtml.)
O esporte é entendido, na psicologia do esporte, como um fenômeno social em que devem ser considerados suas perspectivas sócio‐históricas. Para uma análise ampla desse fenômeno, outras áreas de conhecimento são convidadas a compor o escopo teórico de que a psicologia do esporte dispõe para discussão e produção do conhecimento. Discorra sobre como outras áreas de conhecimento podem auxiliar na construção de uma análise do esporte como fenômeno social em seu contexto sócio‐histórico.
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INSTRUÇÕES
1. Material a ser utilizado: caneta esferográfica de tinta azul ou preta, feita de material transparente e de ponta
grossa. Os objetos restantes devem ser colocados em local indicado pelo fiscal da sala, inclusive aparelho celular
desligado e devidamente identificado.
2. Não é permitida, durante a realização das provas, a utilização de calculadoras e/ou similares, livros, anotações,
impressos ou qualquer outro material de consulta, protetor auricular, lápis, borracha ou corretivo. Especificamente,
não é permitido que o candidato ingresse na sala de provas sem o devido recolhimento, com respectiva
identificação, dos seguintes equipamentos: bip, telefone celular, walkman, agenda eletrônica, notebook, palmtop,
ipod, ipad, tablet, smartphone, mp3, mp4, receptor, gravador, calculadora, câmera fotográfica, controle de alarme
de carro, relógio de qualquer modelo etc.
3. Durante a prova, o candidato não deve levantar‐se, comunicar‐se com outros candidatos e fumar.
4. A duração da prova é de 05 (cinco) horas, já incluindo o tempo destinado à entrega do Caderno de Provas e à
identificação – que será feita no decorrer da prova – e ao preenchimento do Cartão de Respostas (Gabarito) e
Folhas de Textos Definitivos.
5. Somente em caso de urgência pedir ao fiscal para ir ao sanitário, devendo no percurso permanecer absolutamente
calado, podendo antes e depois da entrada sofrer revista através de detector de metais. Ao sair da sala no término
da prova, o candidato não poderá utilizar o sanitário. Caso ocorra uma emergência, o fiscal deverá ser comunicado.
6. O Caderno de Provas consta de 40 (quarenta) itens de múltipla escolha e 4 (quatro) itens abertos. Leia‐o
atentamente.
7. Os itens das provas objetivas são do tipo múltipla escolha, com 04 (quatro) opções (A a D) e uma única resposta
correta.
8. Ao receber o material de realização das provas, o candidato deverá conferir atentamente se o Caderno de Provas
corresponde ao cargo a que está concorrendo, bem como se os dados constantes no Cartão de Respostas (Gabarito)
e Folhas de Textos Definitivos que lhe foram fornecidos estão corretos. Caso os dados estejam incorretos, ou o
material esteja incompleto, ou tenha qualquer imperfeição, o candidato deverá informar tal ocorrência ao fiscal.
9. Os fiscais não estão autorizados a emitir opinião e prestar esclarecimentos sobre o conteúdo das provas. Cabe única
e exclusivamente ao candidato interpretar e decidir.
10. O candidato poderá retirar‐se do local de provas somente a partir dos 90 (noventa) minutos após o início de sua
realização, contudo, não poderá levar consigo o Caderno de Provas, sendo permitida essa conduta apenas no
decurso dos últimos 60 (sessenta) minutos anteriores ao horário previsto para o seu término.
11. Os 3 (três) últimos candidatos de cada sala somente poderão sair juntos. Caso o candidato insista em sair do local de
aplicação das provas, deverá assinar um termo desistindo do Concurso e, caso se negue, deverá ser lavrado Termo
de Ocorrência, testemunhado pelos 2 (dois) outros candidatos, pelo fiscal da sala e pelo Coordenador da Unidade.
RESULTADOS E RECURSOS
‐ As provas aplicadas, assim como os gabaritos preliminares das provas objetivas serão divulgados na internet, no site
www.idecan.org.br, a partir das 16h00min do dia subsequente ao da realização das provas.
‐ O candidato que desejar interpor recursos contra os gabaritos oficiais preliminares das provas objetivas disporá de 02
(dois) dias úteis, a partir do dia subsequente à divulgação, em requerimento próprio disponibilizado no link correlato ao
Concurso no site www.idecan.org.br.
‐ A interposição de recursos deverá ser feita via internet, através do Sistema Eletrônico de Interposição de Recursos,
com acesso pelo candidato ao fornecer dados referentes à sua inscrição apenas no prazo recursal, ao IDECAN, conforme
disposições contidas no site www.idecan.org.br, no link correspondente ao Concurso.
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