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outubro|2014
PLANO MUNICIPAL
DE EMERGÊNCIA DE
PROTEÇÃO CIVIL
DE OURIQUE
PARTE IV – INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR
Secção I. Sistema nacional de proteção civil
Plano Municipal de Emergência de
Proteção Civil de Ourique
Parte IV – Informação complementar
Secção I. Sistema nacional de proteção civil
Câmara Municipal de Ourique
Data:
20 de outubro de 2014
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
Equipa técnica
Parte IV – Informação complementar (Secção I)
EQUIPA TÉCNICA
CÂMARA MUNICIPAL DE OURIQUE
Direção do projeto
Pedro do Carmo (Dr.) Presidente da Câmara Municipal de Ourique
Coordenação
Marcelo Guerreiro (Dr.) Vice-presidente/Vereador
Equipa técnica
Pedro Silva (Eng.º) Coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil
Rute Marques (Eng.ª) Técnica Superior do Serviço Municipal de Proteção Civil
Sara Rodrigues Geógrafa
FLORECHA / METACORTEX, S.A.
Diretor de projeto
António Sousa de Macedo Lic. Eng. Florestal
Gestor de projeto
Fernando Malha Lic. Eng. Geográfica
Equipa técnica
André Alves Lic. Eng. do Ambiente (FCT-UNL); Mestre em Eng. do Ambiente (FCT-
UNL)
Andrea Igreja Lic. Eng. da Gestão e Ordenamento Rural, Tecnologias de Informação
em Ordenamento Rural (ESA-IPS)
Margarida Ramos Lic. Geografia (IGEOT – UNL)
Rita Crespo Lic. Biologia - Recursos Faunísticos em Ambiente (FC – UL)
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
Índice
Parte IV – Informação complementar (Secção I) i
ÍNDICE
Índice de Tabelas ........................................................................................................................................................ ii
Índice de Figuras .......................................................................................................................................................... ii
Acrónimos .................................................................................................................................................................... iii
PARTE IV - INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR (SECÇÃO I) ....................................................................... 1
1. Organização geral da proteção civil em Portugal ................................................................................... 3
1.1 Estrutura da proteção civil ......................................................................................................................... 3
1.2 Estrutura das operações ............................................................................................................................ 7
1.2.1 Estruturas de coordenação institucional ....................................................................................... 7
1.2.2 Estruturas de direção e comando .................................................................................................. 8
1.2.3 Coordenação entre CDOS, CMPC e PCO .................................................................................. 11
1.2.4 Estado de alerta especial para o SIOPS ...................................................................................... 16
2. Mecanismos da estrutura de proteção civil ............................................................................................ 18
2.1 Composição, convocação e competências da Comissão Municipal de Proteção
Civil ............................................................................................................................................................... 18
2.2 Critérios e âmbito para a declaração da situação de alerta ......................................................... 20
2.3 Sistema de monitorização, alerta e aviso ............................................................................................. 23
2.3.1 Sistemas de monitorização ............................................................................................................. 23
2.3.2 Sistemas de alerta ............................................................................................................................ 29
2.3.3 Sistemas de aviso .............................................................................................................................. 30
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
Índice de Tabelas e Índice de Figuras
ii Parte IV – Informação complementar (Secção I)
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1. Competências das diferentes entidades, órgãos e serviços que compõem a
estrutura municipal de proteção civil ........................................................................................................... 5
Tabela 2. Competências das estruturas de coordenação institucional de nível municipal ................................ 9
Tabela 3. Grau de prontidão e de mobilização associados aos níveis do estado de alerta
especial para o SIOPS .................................................................................................................................... 16
Tabela 4. Comissão Municipal de Proteção Civil de Ourique .................................................................................. 18
Tabela 5. Critérios e âmbito para a declaração da situação de alerta de âmbito municipal ........................ 21
Tabela 6. Critérios para a declaração da situação de alerta de âmbito municipal, de
acordo com o grau de gravidade e de probabilidade da ocorrência .............................................. 22
Tabela 7. Cores dos avisos meteorológicos, utilizados pelo Instituto Português do Mar e da
Atmosfera ......................................................................................................................................................... 27
Tabela 8. Critérios de emissão dos avisos meteorológicos, utilizados pelo Instituto Português
do Mar e da Atmosfera, para o distrito de Beja........................................................................................ 28
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1. Esquema da estrutura de proteção civil em Portugal ................................................................................ 4
Figura 2. Esquema da articulação da estrutura de proteção civil com a estrutura das
operações ........................................................................................................................................................ 10
Figura 3. Esquema da organização e comando do teatro de operações .......................................................... 15
Figura 4. Sistema de monitorização, aviso e alerta .................................................................................................... 24
Figura 5. Postos de vigia e bacias de visibilidade que abrangem o concelho de Ourique .............................. 26
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
Acrónimos
Parte IV – Informação complementar (Secção I) iii
ACRÓNIMOS
ANPC - Autoridade Nacional de Proteção Civil
APA – Agência Portuguesa do Ambiente
APC – Agente de Proteção Civil
BVO – Corpo de Bombeiros Voluntários de Ourique
CADIS - Comandante Operacional de Agrupamento Distrital
CCOD - Centro de Coordenação Operacional Distrital
CCON - Centro de Coordenação Operacional Nacional
CDOS - Comando Distrital de Operações de Socorro
CDPC - Comissão Distrital de Proteção Civil
CMO – Câmara Municipal de Ourique
CMPC - Comissão Municipal de Proteção Civil
CNOS - Comando Nacional de Operações de Socorro
CNPC - Comissão Nacional de Proteção Civil
CODIS – Comandante Operacional Distrital
COM - Comandante Operacional Municipal
COS – Comandante das Operações de Socorro
CPD - Centro de Prevenção de Deteção
DGS - Direção-Geral da Saúde
FWI - Fire Weather Index
GNR – Guarda Nacional Republicana
ÍCARO - Importância do Calor: Repercussões sobre os Óbitos
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
Acrónimos
iv Parte IV – Informação complementar (Secção I)
IM - Instituto de Meteorologia
INSA – Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge
IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera
LBPC - Lei de Bases da Proteção Civil
NOP - Norma Operacional Permanente
PCO – Posto de Comando Operacional
PMEPCO - Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
RNPV - Rede Nacional de Postos de Vigia
SEPNA -Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente
SGO – Sistema de Gestão de Operações
SIOPS – Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro
SMPC - Serviço Municipal de Proteção Civil
TO – Teatro de Operações
ZA – Zona de Apoio
ZCR – Zona de Concentração e Reserva
ZRR – Zona de Receção de Reforços
ZS – Zona de Sinistro
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
1
Parte I – Enquadramento geral do plano
Parte II – Organização da resposta
Parte III – Áreas de intervenção
Parte IV - Informação complementar
Secção I
Secção II
Secção III
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
1.1 Estrutura da proteção civil
Parte IV – Informação complementar (Secção I) 3
1. ORGANIZAÇÃO GERAL DA PROTEÇÃO CIVIL MUNICIPAL
1.1 Estrutura da proteção civil
A estrutura nacional de proteção civil, de acordo com a Lei de Bases da Proteção Civil - LBPC (Lei
n.º 27/2006, de 3 de Julho) e o Dispositivo Integrado das Operações de Proteção e Socorro (ANPC, 2010),
é constituída por três tipos de órgãos: de direção política, de coordenação política e de execução.
ENTIDADE DE DIREÇÃO POLÍTICA - entidade político-administrativa responsável pela política de municipal
proteção civil, sendo representada pelo:
Presidente de Câmara Municipal
o Compete ao presidente da câmara municipal, no exercício de funções de responsável
municipal da política da proteção civil desencadear, na iminência ou ocorrência de
acidente grave ou catástrofe, as ações de proteção civil de prevenção, socorro,
assistência e reabilitação adequadas em cada caso.
ÓRGÃO DE COORDENAÇÃO POLÍTICA - estrutura não permanente responsável pela coordenação da
política municipal de proteção civil. O órgão de coordenação previsto na LBPC é:
Comissão Municipal de Proteção Civil
o Órgão responsável, a nível municipal, pelo acionamento do plano municipal de
emergência de proteção civil e sua elaboração, por promover a realização de exercícios
e simulacros, e pelo acompanhamento das políticas diretamente ligadas ao sistema de
proteção civil desenvolvidas por agentes públicos.
ÓRGÃO DE EXECUÇÃO - organismo técnico-administrativo responsável pela execução da política de
municipal proteção civil. O órgão de execução previsto na Lei de Bases de Proteção Civil é:
Serviço Municipal de Proteção Civil
o Órgão que têm por responsabilidade a prossecução das atividades de proteção civil no
âmbito municipal, nomeadamente, acompanhar a elaboração do PMEPC, inventariar e
atualizar permanentemente os meios e recursos existentes no concelho, planear o apoio
logístico a prestar às vítimas e às forças de socorro em situação de acidente grave ou
catástrofe, promover campanhas de informação e sensibilização e colaborar na
elaboração e execução de treinos e simulacros.
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
1. Organização geral da proteção civil municipal
4 Parte IV – Informação complementar (Secção I)
o O Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC) é dirigido pelo Presidente da Câmara
Municipal, com a faculdade de delegação no vereador por si designado.
A Figura 1 representa esquematicamente a estrutura nacional de proteção civil definida pela Lei de Bases
da Proteção Civil (Lei n.º 27/2006, de 3 de Julho). De modo a clarificar o papel das diferentes entidades,
órgãos e serviços que compõem a estrutura municipal de proteção civil, descreve-se
pormenorizadamente na Tabela 1 as respetivas competências.
Figura 1. Esquema da estrutura de proteção civil em Portugal
ESTRUTURA MUNICIPAL DE PROTECÇÃO CIVIL
DIRECÇÃO POLÍTICA COORDENAÇÃO POLÍTICA EXECUÇÃO
Presidente da
Câmara
Municipal de Ourique
CMPC SMPC
Legenda:
CMPC – Comissão Municipal de Proteção Civil; SMPC – Serviço Municipal de Proteção Civil
Fonte: Adaptado de ANPC (2008) – Caderno Técnico PROCIV 3
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
1.1 Estrutura da proteção civil
Parte IV – Informação complementar (Secção I) 5
Tabela 1. Competências das diferentes entidades, órgãos e serviços que compõem a estrutura municipal
de proteção civil
ENTIDADE/ ÓRGÃO/ SERVIÇO COMPETÊNCIAS
DIR
EÇ
ÃO
PO
LÍTI
CA
PRESIDENTE DA
CÂMARA MUNICIPAL
Compete ao presidente da câmara municipal, no exercício de funções de
responsável municipal da política da proteção civil:
Desencadear, na iminência ou ocorrência de acidente grave ou catástrofe, as
ações de proteção civil de prevenção, socorro, assistência e reabilitação
adequadas em cada caso;
Coordenar os trabalhos a serem desenvolvidos pela CMPC antes, durante e
após a ocorrência de acidente grave ou catástrofe (ver na Parte II do PMEPCO
as missões definidas para a CMPC nas fases de emergência e reabilitação, e o
Ponto 2.1 relativo às competências da CMPC);
Declarar a situação de alerta no todo ou em parte do território municipal;
Convocar a CMPC.
CO
OR
DEN
AÇ
ÃO
PO
LÍTI
CA
COMISSÃO
MUNICIPAL DE
PROTEÇÃO CIVIL
As competências da CMPC encontram-se integralmente definidas no Ponto 2.1
EX
EC
UÇ
ÃO
SERVIÇO MUNICIPAL
DE PROTEÇÃO CIVIL
Acompanhar a elaboração e atualizar o plano municipal de emergência e os
planos especiais, quando estes existam;
Assegurar a funcionalidade e a eficácia da estrutura do SMPC;
Inventariar e atualizar permanentemente os registos dos meios e dos recursos
existentes no concelho, com interesse para o SMPC;
Realizar estudos técnicos com vista à identificação, análise e consequências
dos riscos naturais, tecnológicos e sociais que possam afetar o município, em
função da magnitude estimada e do local previsível da sua ocorrência,
promovendo a sua cartografia, de modo a prevenir, quando possível, a sua
manifestação e a avaliar e minimizar os efeitos das suas consequências
previsíveis;
Manter informação atualizada sobre acidentes graves e catástrofes ocorridas no
município, bem como sobre elementos relativos às condições de ocorrência, às
medidas adotadas para fazer face às respetivas consequências e às
conclusões sobre o êxito ou insucesso das ações empreendidas em cada caso;
Planear o apoio logístico a prestar às vítimas e às forças de socorro em situação
de acidente grave ou catástrofe;
Levantar, organizar e gerir os centros de alojamento a acionar em situação de
acidente grave ou catástrofe;
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
1. Organização geral da proteção civil municipal
6 Parte IV – Informação complementar (Secção I)
ENTIDADE/ ÓRGÃO/ SERVIÇO COMPETÊNCIAS
EX
EC
UÇ
ÃO
SERVIÇO MUNICIPAL
DE PROTEÇÃO CIVIL
Elaborar planos prévios de intervenção e preparar e propor a execução de
exercícios e simulacros que contribuam para uma atuação eficaz de todas as
entidades intervenientes nas ações de proteção civil;
Estudar as questões de que vier a ser incumbido, propondo as soluções que
considere mais adequadas. Propor medidas de segurança face aos riscos
inventariados;
Colaborar na elaboração e execução de treinos e simulacros;
Elaborar projetos de regulamentação de prevenção e segurança;
Realizar ações de sensibilização para questões de segurança, preparando e
organizando as populações face aos riscos e cenários previsíveis;
Promover campanhas de informação sobre medidas preventivas, dirigidas a
segmentos específicos da população alvo, ou sobre riscos específicos em
cenários prováveis previamente definidos;
Fomentar o voluntariado em proteção civil;
Coordenar o envio de meios municipais (ou mobilizados pelo município) para
o(s) teatro(s) de operações;
Promover e incentivar ações de divulgação sobre proteção civil junto dos
munícipes, com vista à adoção de medidas de autoproteção;
Indicar, na iminência de acidentes graves ou catástrofes, as orientações,
medidas preventivas e procedimentos a adotar pela população para fazer
face à situação;
Dar seguimento a outros procedimentos, por determinação do presidente da
câmara municipal ou vereador com competências delegadas.
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
1.2 Estrutura das operações
Parte IV – Informação complementar (Secção I) 7
1.2 Estrutura das operações
A nível nacional as operações de proteção e socorro encontram-se enquadradas pelo Decreto-Lei
n.º 134/2006, de 25 de Julho1, que define o Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro
(SIOPS). Este consiste num conjunto de estruturas, normas e procedimentos de natureza permanente e
conjuntural que asseguram que todos os agentes de proteção civil atuam, no plano operacional,
articuladamente sob um comando único, sem prejuízo da respetiva dependência hierárquica e funcional.
O SIOPS visa responder a situações de iminência ou ocorrência de acidente grave ou catástrofe,
assentando o princípio de comando único em estruturas de coordenação institucional, onde se
compatibilizam todas as instituições necessárias para fazer face a acidentes grave ou catástrofe, e em
estruturas de comando operacional que, no âmbito das competências atribuídas à ANPC, agem perante
a iminência ou ocorrência de acidentes graves ou catástrofes em ligação com outras forças que dispõem
de comando próprio (por exemplo, GNR, Forças Armadas, etc.).
1.2.1 Estruturas de coordenação institucional
A CMPC assegura, a nível municipal, a coordenação institucional, sendo deste modo responsável pela
gestão da participação operacional de cada força ou serviço nas operações de socorro a desencadear
(conforme artigo 11.º da Lei n.º 65/2007, de 12 de novembro).
De igual forma, a Diretiva Operacional Nacional n.º 1/2010 da ANPC (Dispositivo Integrado das Operações
de Proteção e Socorro) indica que a CMPC assume, para além da coordenação política da atividade de
proteção civil de nível municipal, o papel de coordenação institucional.
Neste sentido, a atividade da CMPC na iminência ou ocorrência de acidente grave ou catástrofe
compreenderá igualmente a coordenação institucional entre entidades que a compõem, articulando-se
ainda ao nível do terreno (teatro de operações) com o Posto de Comando Operacional e a nível distrital
com o CDOS.
1 Com as alterações do Decreto-Lei n.º 72/2013, de 31 de maio e do Decreto-Lei n.º 114/2011, de 30 de novembro.
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
1. Organização geral da proteção civil municipal
8 Parte IV – Informação complementar (Secção I)
1.2.2 Estruturas de direção e comando
Todas as instituições representadas nos centros de coordenação operacional possuem estruturas de
intervenção próprias que funcionam sob a direção ou comando previstos nas respetivas leis orgânicas. No
que respeita à ANPC, esta dispõe de uma estrutura operacional própria, assente em comandos
operacionais de socorro de âmbito nacional e distrital, competindo a esta estrutura assegurar o comando
operacional das operações de socorro e ainda o comando operacional integrado de todos os corpos de
bombeiros.
COMANDO NACIONAL DE OPERAÇÕES DE SOCORRO
O Comando Nacional de Operações de Socorro (CNOS) tem por principais competências garantir a
operacionalidade e articulação de todos os agentes de proteção civil que integram o SIOPS, assegurar o
comando e controlo das situações que pela sua natureza ou gravidade requeiram a sua intervenção e
coordenar operacionalmente os comandos distritais de operações de socorro.
O CNOS é constituído pelo comandante operacional nacional, pelo 2.º comandante operacional
nacional e 3 adjuntos de operações e compreende a célula operacional de planeamento, operações,
monitorização e avaliação do risco e informações, célula operacional de logística e comunicações e a
célula operacional de gestão de meios aéreos, dirigidas por chefes de células operacionais.
COMANDO DISTRITAL DE OPERAÇÕES DE SOCORRO
O Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) tem como competências fundamentais no âmbito
do SIOPS, assegurar o comando e controlo das situações que pela sua natureza, gravidade, extensão e
meios envolvidos ou a envolver, requeiram a sua intervenção, assegurar a gestão dos meios aéreos a nível
distrital, e apoiar técnica e operacionalmente a Comissão Distrital de Proteção Civil.
O CDOS é constituído por um Comandante Operacional Distrital (CODIS) e por um 2º CODIS, reportando o
primeiro ao Comandante Operacional de Agrupamento Distrital (CADIS).
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
1.2 Estrutura das operações
Parte IV – Informação complementar (Secção I) 9
COMANDANTE OPERACIONAL MUNICIPAL
A Lei n.º 65/2007, de 12 de novembro estabelece que o município deverá ter um Comandante
Operacional Municipal (COM) ao qual competirá, no que à resposta operacional diz respeito, assumir a
coordenação das operações de socorro de âmbito municipal, nas situações previstas no PMEPCO, bem
como quando a dimensão do sinistro requeira o emprego de meios de mais de um corpo de bombeiros.
Sem prejuízo da dependência hierárquica e funcional do Presidente da CMO, o COM2 mantém em
permanência a ligação e articulação com o Comandante Operacional Distrital.
Na Tabela 2 indicam-se as competências previstas para o COM e para a CMPC no âmbito da sua
atividade de coordenação institucional.
Tabela 2. Competências das estruturas de coordenação institucional de nível municipal
ÓRGÃO COMPETÊNCIAS
COMISSÃO MUNICIPAL DE
PROTEÇÃO CIVIL
Gerir a participação operacional de cada força ou serviço nas operações de
socorro (ver relativamente a esta matéria o Ponto 1 da Parte II do PMEPCO).
COMANDANTE
OPERACIONAL MUNICIPAL
Assumir a coordenação das operações de socorro de âmbito municipal, nas
situações previstas no plano de emergência municipal, bem como quando a
dimensão do sinistro requeira o emprego de meios de mais de um corpo de
bombeiros;
Comparecer no local do sinistro sempre que as circunstâncias o aconselhem;
Acompanhar permanentemente as operações de proteção e socorro que
ocorram na área do concelho;
Promover a elaboração dos planos prévios de intervenção com vista à
articulação de meios face a cenários previsíveis;
Promover reuniões periódicas de trabalho sobre matérias de âmbito
exclusivamente operacional, com os comandantes dos corpos de bombeiros;
Dar parecer sobre o material mais adequado à intervenção operacional no
respetivo município.
Na Figura 2 representa-se esquematicamente a interligação entre a estrutura de proteção civil e a
estrutura das operações (de acordo com a Lei n.º 27/2006, de 3 de julho, com as alterações da Lei
Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro; o Decreto-Lei n.º 134/2006, de 25 de julho, com as alterações do
Decreto-Lei n.º 72/2013, de 31 de maio e do Decreto-Lei n.º 114/2011, de 30 de novembro; a Lei
n.º 65/2007, de 12 de novembro).
2 À data de elaboração do PMEPCO não se encontra ainda nomeado o Comandante Operacional Municipal, pelo
que se define que assumirá interinamente as suas funções, em caso de ativação do PMEPCO, o Coordenador do
Serviço Municipal de Proteção Civil de Ourique.
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
1. Organização geral da proteção civil municipal
10 Parte IV – Informação complementar (Secção I)
Figura 2. Esquema da articulação da estrutura de proteção civil com a estrutura das operações
Governo
Proteção civil
NA
CIO
NA
L D
ISTR
ITA
L M
UN
ICIP
AL
Primeiro-
Ministro
Ministro da
Administração
Interna
CNPC ANPC CCON CNOS
DIREÇÃO COORDENAÇÃO POLÍTICA
EXECUÇÃO
Presidente da
Câmara
Municipal
CMPC* SMPC
CDPC
Operações
COORDENAÇÃO INSTITUCIONAL
COMANDO OPERACIONAL
CCOD CDOS
Legenda:
ANPC – Autoridade Nacional de Proteção Civil; CCOD – Centro de Coordenação Operacional Distrital; CCON –
Centro de Coordenação Operacional Nacional; CDOS – Comando Distrital de Operações de Socorro; CDPC –
Comissão Distrital de Proteção Civil; CMPC – Comissão Municipal de Proteção Civil; CNOS – Comando Nacional
de Operações de Socorro; CNPC – Comissão Nacional de Proteção Civil; COM – Comandante Operacional
Municipal; SMPC – Serviço Municipal de Proteção Civil.
* A CMPC assume para além da coordenação política o papel de coordenação institucional
Fonte: Adaptado de ANPC (2008) – Caderno Técnico PROCIV 3
Lei n.º 27/2006, de 3 de julho, com as alterações da Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro; o
Decreto-Lei n.º 134/2006, de 25 de julho, com as alterações do Decreto-Lei n.º 72/2013, de 31 de maio e
do Decreto-Lei n.º 114/2011, de 30 de novembro; a Lei n.º 65/2007, de 12 de novembro
Presidente da
ANPC
AGRUPAMENTO
DISTRITAL
COM
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
1.2 Estrutura das operações
Parte IV – Informação complementar (Secção I) 11
1.2.3 Coordenação entre CDOS, CMPC e TO
CMPC e CDOS/CCOD
A CMPC terá de coordenar a sua atuação com o(s) Comandante(s) das Operações de Socorro (COS) e,
caso sejam necessários meios distritais, com o CDOS. A ligação entre a CMPC e o CDOS terá como
principais objetivos:
Indicar/avaliar o evoluir da situação e garantir a articulação entre as entidades de âmbito
municipal e as de âmbito distrital (INEM, Instituto de Solidariedade e Segurança Social, I.P. - Centro
Distrital de Beja, entre outras – ver Parte III);
Indicar ao CDOS quais os meios em concreto que a CMPC poderá ativar de modo a se avaliar a
necessidade de se acionarem meios adicionais;
Definir a informação a fornecer à população e à comunicação social pela CMPC e CDOS, de
modo a que não seja contraditória.
Importa realçar que a articulação entre a CMPC e o Centro de Coordenação Operacional Distrital será
realizada através do Comandante Operacional Distrital. Isto fica a dever-se ao facto do Regulamento de
Funcionamento dos Centros de Coordenação Operacional (Declaração n.º 344/2008, de 17 de outubro,
da Comissão Nacional de Proteção Civil) não indicar, no seu artigo 6.º, que os centros de coordenação
operacional distrital deverão reunir-se sempre que se verifique a declaração de situação de alerta ou o
acionamento de um PMEPC num concelho pertencente ao distrito (ou seja, em caso de ativação do
PMEPCO poderá verificar-se que o CCOD não se encontra reunido). Caberá ainda ao CDOS articular-se,
através da sua estrutura operacional, com o COS e COM (o CDOS poderá articular-se diretamente com
os agentes de proteção civil nos casos em que estes tenham sido acionados pelo patamar distrital, caso
em que a articulação decorrerá através de oficiais/ elementos de ligação dos respetivos agentes).
O representante da CMPC que estabelecerá a ligação com o Comandante Operacional Distrital será o
Comandante Operacional Municipal, cabendo a este a coordenação dos meios necessários, bem como
informar o Presidente da Câmara Municipal sobre as ações adotadas e a necessidade de meios
adicionais (a ligação entre COM e Presidente da Câmara Municipal deverá ser permanente). No que
respeita ao Presidente da ANPC, este estará em permanente ligação com as várias estruturas de
coordenação e comando (CCOD, CDOS e CMPC), sendo que no caso da CMPC esta ligação será feita
através do Presidente da Câmara Municipal.
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
1. Organização geral da proteção civil municipal
12 Parte IV – Informação complementar (Secção I)
CMPC e TO
No que respeita às ações no terreno, o SIOPS define o Sistema de Gestão de Operações (SGO), o qual se
encontra complementado pela Norma Operacional Permanente (da ANPC) 1401/2012, de 13 de abril. O
SGO consiste num modo de organização operacional que se desenvolve de forma modular de acordo
com a importância e o tipo de ocorrência. Deste modo, sempre que uma força de socorro de qualquer
uma das organizações integrantes do SIOPS seja acionada para uma ocorrência, o chefe da primeira
força a chegar ao local assume de imediato o comando da operação e garante a construção de um
sistema evolutivo de comando e controlo da operação. Ou seja, é da responsabilidade do COS a
decisão do desenvolvimento da organização (recorrer ao auxílio de outras organizações) sempre que os
meios disponíveis no ataque inicial e respetivos reforços se mostrem insuficientes.
De modo a apoiar o COS na preparação das decisões e na articulação dos meios no teatro de
operações o SIOPS institui um novo órgão designado por Posto de Comando Operacional (PCO). Em
concreto, são competências do PCO:
a recolha e o tratamento operacional das informações;
a preparação das ações a desenvolver;
a formulação e transmissão de ordens, diretrizes e pedidos;
o controlo da execução das ordens;
a manutenção da capacidade operacional dos meios empregues;
a gestão dos meios de reserva.
O posto de comando operacional é constituído por três células, cada uma com um responsável: célula
de planeamento, célula de combate/operações e célula de logística. Para cada célula é nomeado pelo
COS um responsável que assume a designação de oficial de planeamento, oficial de operações e oficial
de logística. Estas células são coordenadas pelo COS, o qual é assessorado por três oficiais: um adjunto
para a segurança, um adjunto para relações públicas, e outro para ligação com outras entidades. A
implantação do PCO do teatro de operações deve ser tendencialmente feita numa infraestrutura ou
veículo apto para o efeito.
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
1.2 Estrutura das operações
Parte IV – Informação complementar (Secção I) 13
A responsabilidade da assunção da função de COS cabe, de acordo com a Diretiva Operacional
Nacional (DON) - DIOPS n.º 1, de 2010, por ordem crescente:
Ao chefe da primeira equipa a chegar à ocorrência, independentemente da sua titularidade;
Ao mais graduado dos Bombeiros no teatro de operações;
Ao Comandante do Corpo de Bombeiros da área de atuação;
A um Comandante de Bombeiros designado pelo respetivo CODIS, se a situação o justificar e de
acordo com a DON n.º 1 de 2010;
A responsabilidade do comando e controlo de uma operação de proteção e socorro será do
elemento da estrutura e comando operacional distrital da ANPC, da área de jurisdição, se a
situação o justificar;
Em ocorrências de maior dimensão, gravidade ou envolvendo várias das organizações integrantes do
Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro, o COS deverá constituir um Posto de Comando
Operacional Conjunto, como evolução dinâmica de um PCO, integrando nestes casos técnicos ou
especialistas para apoio à decisão e o representante do SMPC.
No âmbito da ativação do PMEPCO o COS articula-se no Posto de Comando Operacional Conjunto com o
COM, estabelecendo este a ligação com a organização de proteção civil de nível municipal (CMPC),
presidida pelo Presidente da Câmara Municipal de Ourique.
Por fim, importa referir que o sistema de gestão de operações prevê a setorização do teatro de
operações em quatro tipos de zonas:
Zona de sinistro (ZS) – corresponde à área na qual se desenvolve a ocorrência, de acesso restrito,
onde se encontram exclusivamente os meios necessários à intervenção direta, sob a
responsabilidade exclusiva do COS.
Zona de apoio (ZA) – zona adjacente à zona de sinistro (ZS), de acesso condicionado, onde se
encontram os meios de apoio e logísticos estritamente necessários ao suporte dos meios de
intervenção e/ou onde se estacionam meios de intervenção para resposta imediata, constituindo
os Locais de Reforço Tático. É nesta área que deverá ser instalado o PCO.
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
1. Organização geral da proteção civil municipal
14 Parte IV – Informação complementar (Secção I)
Zona de concentração e reserva (ZCR) – área do TO, sob gestão da Célula de Logística, onde se
localizam temporariamente meios e recursos disponíveis sem missão imediata, onde se mantém
um sistema de apoio logístico e assistência pré-hospitalar e onde têm lugar as concentrações e
gestão do esforço das forças, coordenado pelo PCO. Na ZCR são instaladas: área de reserva
(onde se localizam meios sem missão imediata e que constituem reserva estratégica); área de
reabastecimento (onde se realizam operações de reabastecimento de combustíveis, água,
equipamentos e consumíveis); área de apoio de serviços (onde se garante o suporte logístico das
forças de intervenção); e pontos de trânsito3 (locais de controlo de entrada e saída de meios no
TO).
Zona de receção de reforços (ZRR) – zona de controlo e apoio logístico, sob a responsabilidade
do Centro de Coordenação Operacional Distrital da área onde se desenvolvem as operações,
para onde se dirigem os meios de reforço atribuídos pelo Centro de Coordenação Operacional
Nacional antes de serem mobilizados para a Zona de Concentração de Reserva no Teatro de
Operações.
A Figura 3 apresenta esquematicamente a articulação operacional prevista no PMEPCO entre o
Comandante das Operações de Socorro, a CMPC e o CDOS.
A Norma Operacional Permanente (NOP) 1401/2012, de 13 de abril define ainda que o SGO compreende
quatro fases distintas, de complexidade crescente, as quais compreenderão um número diferenciado de
setores, equipas4 e células do Posto de Comando Operacional. No Ponto 11.7 da Secção III – Parte IV
apresenta-se a Matriz de Referência da Evolução do Sistema de Gestão de Operações prevista na NOP
1401/2012, de 13 de abril, onde todos estes elementos se encontram definidos e quantificados.
3 Nas situações em que não tinha sido definida uma Zona de Concentração e Reserva, estes pontos deverão ser
instalados na Zona de Apoio
4 Um TO organiza-se em setores a que correspondem zonas geográficas ou funcionais conforme o tipo de acidente e as
opções estratégicas consideradas. Cada setor poderá compreender um determinado número de grupos e cada
grupo um determinado número de equipas.
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
1.2 Estrutura das operações
Parte IV – Informação complementar (Secção I) 15
Figura 3. Esquema da organização e comando do teatro de operações
POSTO DE COMANDO OPERACIONAL
TEATRO DE OPERAÇÕES
Adjunto para a
segurança
Adjunto para as
relações
públicas
Adjunto para
ligação com
outras entidades
ZONA DE APOIO
ZONA DE SINISTRO
Célula de
planeamento
Célula de
combate
Célula de
logística
Assessorado
Coordena-se com
© metacortex
Legenda:
CDOS – Comando Distrital de Operações de Socorro; CCOD – Centro de Coordenação Operacional Distrital;
CMPC – Comissão Municipal de Proteção Civil; COM – Comandante Operacional Municipal
* Em alguns casos o COM poderá ser quem se encontra responsável pelo Posto de Comando Operacional, situação
em que se articulará diretamente com a CMPC ou, caso sejam necessários meios adicionais, com o CDOS.
Fonte: Adaptado de ANPC (2012) – NOP 1401/2012, de 13 de abril
Comandante de Operações de Socorro
Responsável por
CDOS COM*
CMPC CCOD
ZONA DE
RECEÇÃO DE REFORÇOS
ZONA DE CONCENTRAÇÃO E RESERVA
Constituído por
Disponibiliza
meios para a
ZCR
Local de
Reforço
Tático
Local de
Reforço
Tático
PCO
Área de
Apoio de
Serviços
Área de reabastecimentos
Área de Reserva
Ponto de Trânsito
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
1. Organização geral da proteção civil municipal
16 Parte IV – Informação complementar (Secção I)
1.2.4 Estado de alerta especial para o SIOPS
A Diretiva Operacional Nacional n.º 1/ANPC/2007, de 16 de maio, estabelece as regras de referência
para a ativação do estado de alerta especial para o SIOPS, sendo aplicável às organizações integrantes
daquele sistema. No âmbito da monitorização e gestão do risco e da emergência o SIOPS inclui dois
estados de alerta:
1. O estado de alerta normal, que compreende a monitorização e o dispositivo de rotina, estando
ativado nas situações que não determinem o estado de alerta especial. Este estado de alerta
inclui o nível verde.
2. O estado de alerta especial, que compreende o reforço da monitorização e o incremento do
grau de prontidão das organizações integrantes do SIOPS, com vista a intensificar as ações
preparatórias para as tarefas de supressão ou mitigação das ocorrências, colocando meios
humanos e materiais de prevenção em relação ao período de tempo e à área geográfica em
que se preveja especial incidência de condições de risco ou emergência. Este estado de alerta
inclui os níveis azul, amarelo, laranja e vermelho, progressivos conforme a gravidade da situação
e o grau de prontidão que esta exige.
A ativação do estado de alerta especial para o SIOPS assenta numa matriz de risco, a qual é suportada
no grau de gravidade e no grau de probabilidade associados ao evento. O grau de prontidão e de
mobilização dos meios e recursos das organizações integrantes do SIOPS é determinado de acordo com o
nível de estado de alerta especial declarado (Tabela 3), sem prejuízo do definido em cada plano e/ou
diretiva da ANPC para cada situação em concreto, incluindo os meios e recursos de 1.ª intervenção/
ataque inicial. O grau de prontidão e de mobilização é apenas aplicável aos meios e recursos a envolver
no reforço em cada tipo de ocorrência ou risco, tendo em consideração a área geográfica e territorial
abrangida.
Tabela 3. Grau de prontidão e de mobilização associados aos níveis do estado de alerta especial para o
SIOPS
NÍVEL DO ESTADO DE
ALERTA ESPECIAL GRAU DE PRONTIDÃO GRAU DE MOBILIZAÇÃO (%)
VERMELHO Até 12 horas 100
LARANJA Até 6 horas 50
AMARELO Até 2 horas 25
AZUL Imediato 10
Fonte: Diretiva Operacional Nacional n.º 1/ANPC/2007, de 16 de maio
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
1.2 Estrutura das operações
Parte IV – Informação complementar (Secção I) 17
De acordo com a Diretiva Operacional Nacional n.º 1/ANPC/2007, de 16 de maio, a
declaração/cancelamento do estado de alerta especial para o SIOPS:
1. É da competência do Centro de Coordenação Operacional Nacional (CCON);
2. Pode ser determinada com aplicação geral a todo o território nacional, região, área ou local;
3. O presidente da ANPC pode alterar o nível do estado de alerta especial;
4. O comandante operacional nacional pode, em situações de reconhecida urgência e
gravidade, alterar o nível do estado de alerta especial para o SIOPS, sujeito a posterior e
oportuna ratificação do presidente da ANPC;
5. Compete ao Comando Nacional de Operações de Socorro da ANPC a transmissão das ordens
de determinação/cancelamento/alteração.
De salientar ainda que as diversas organizações integrantes do SIOPS estabelecem, através de
regulamentação interna, as medidas setoriais a implementar em cada nível, harmonizadas com o estado
de alerta especial para o SIOPS.
1. Permitem o alerta (notificação; ver ponto 2.3.2) das entidades que operam a nível municipal (agentes de
proteção civil e CMO) nas situações em que o CCON preveja a possibilidade de virem a ocorrer
perturbações no normal funcionamento do concelho. Este aspeto torna-se ainda mais importante quando
se atenta no facto de que o concelho se encontra fortemente dependente de mecanismos de
monitorização de nível nacional (ver ponto 2.3);
2. Permite que automaticamente os agentes de proteção civil do concelho se encontrem em estado de
prontidão nas situações em que o CCON preveja ou em que se tenha verificado a ocorrência perturbações
no normal funcionamento do concelho (isto mesmo que o presidente da CMO não tenha declarado a
situação de alerta de âmbito municipal);
3. Garante que em caso de necessidade de se ativarem meios municipais ou supramunicipais, os mesmos
sejam rapidamente disponibilizados pelas entidades coordenadas ao nível do CDOS/CCOD, uma vez que
já se encontravam (em parte ou totalmente) em estado de prontidão.
EMBORA OS ESTADOS DE ALERTA ESPECIAL DO SIOPS SEJAM DESENVOLVIDOS COM BASE EM
ESTRUTURAS DE COORDENAÇÃO DE ÂMBITO NACIONAL E DISTRITAL, ESTES ASSUMEM GRANDE
IMPORTÂNCIA AO NÍVEL DO PMEPCO, UMA VEZ QUE:
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
2. Mecanismos da estrutura de proteção civil
18 Parte IV – Informação complementar (Secção I)
2. MECANISMOS DA ESTRUTURA DE PROTEÇÃO CIVIL
2.1 Composição, convocação e competências da Comissão Municipal
de Proteção Civil
Na Tabela 4 encontra-se identificada a composição da CMPC de Ourique, assim como, a convocação e
respetivas competências.
Tabela 4. Comissão Municipal de Proteção Civil de Ourique
COMISSÃO MUNICIPAL DE PROTEÇÃO CIVIL DE OURIQUE
DESCRIÇÃO ENTIDADES/ COMPETÊNCIAS
CONVOCAÇÃO Presidente da Câmara Municipal de Ourique
REUNIÃO
E
MODO DE
CONVOCAÇÃO
A CMPC de Ourique reunir-se-á ordinariamente quatro vezes por ano (no 1.º mês de cada
trimestre) de modo a garantir o acompanhamento da execução das ações previstas no
PMEPCO, bem como das estratégias de proteção civil a implementar no concelho. A
convocação será realizada através de ofício a remeter por via postal.
A CMPC poderá também reunir-se extraordinariamente por convocação:
1. Do Presidente da Câmara Municipal (ou pelo Vice-Presidente da Câmara
Municipal, caso, por algum motivo se encontre impossibilitado de exercer as suas
funções) como autoridade municipal de proteção civil, em situações de acidente
grave ou catástrofe e/ou outras situações que pelo seu risco expectável entenda
ser prudente adotar medidas extraordinárias;
2. Do COM, no caso do Presidente da CMO, ou do seu substituto a Vice-Presidente
da CMO, se encontrarem impedidos, indisponíveis ou incontactáveis;
3. Por maioria qualificada, conforme definido no Regulamento de funcionamento
da CMPC.
O modo de convocação extraordinária da CMPC associada à declaração da situação de
alerta de âmbito municipal ou a ativação do PMEPCO será realizada através de envio de
SMS contendo código identificador da situação de acordo com o estabelecido no
Regulamento de Funcionamento da CMPC ou, em alternativa, recorrer-se-á ao contacto
por via telefónica (rede fixa ou móvel). A responsabilidade pelo envio, bem como pela
disponibilização de um canal de comunicação para as entidades convocadas, será da
responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal de Ourique.
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
2.1 Composição, convocação e competências da Comissão de Proteção Civil
Parte IV – Informação complementar (Secção I) 19
COMISSÃO MUNICIPAL DE PROTEÇÃO CIVIL DE OURIQUE
DESCRIÇÃO ENTIDADES/ COMPETÊNCIAS
COMPOSIÇÃO
CÂMARA MUNICIPAL DE OURIQUE E JUNTAS DE FREGUESIA:
Presidente da Câmara Municipal de Ourique, ou seu substituto;
Comandante Operacional Municipal5;
Juntas de Freguesia do concelho de Ourique.
AGENTES DE PROTEÇÃO CIVIL:
Corpo de Bombeiros Voluntários de Ourique;
GNR;
Centro de Saúde de Ourique;
Autoridade de Saúde do Município (Delegado do Centro de Saúde de Ourique);
Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Centro de Saúde de Castro Verde e
Hospital José Joaquim Fernandes - Beja).
ORGANISMOS E ENTIDADES DE APOIO:
Representação local do Instituto de Segurança Social, I.P. - Centro Distrital de
Beja.
COMPETÊNCIAS
Acionar a elaboração e revisão do PMEPCO, remetê-lo para aprovação pela
Comissão Nacional de Proteção Civil e acompanhar a sua execução;
Determinar o acionamento dos planos, quando tal se justifique;
Garantir que as entidades e instituições que integram a CMPC acionam, ao nível
municipal, no âmbito da sua estrutura orgânica e das suas atribuições, os meios
necessários ao desenvolvimento das ações de proteção civil;
Difundir comunicados e avisos às populações e às entidades e instituições, incluindo os
órgãos de comunicação social;
Acompanhar as políticas diretamente ligadas ao sistema de proteção civil que sejam
desenvolvidas por agentes públicos.
5 À data de elaboração do PMEPCO não se encontra ainda nomeado o Comandante Operacional Municipal, pelo
que se define que assumirá interinamente as suas funções, em caso de ativação do PMEPCO, o Coordenador do
Serviço Municipal de Proteção Civil de Ourique.
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
2. Mecanismos da estrutura de proteção civil
20 Parte IV – Informação complementar (Secção I)
2.2 Critérios e âmbito para a declaração da situação de alerta de
âmbito municipal
A declaração de situação de alerta de âmbito municipal (competência do Presidente da Câmara
Municipal) é um mecanismo à disposição da autoridade política de proteção civil para potenciar a
adoção de medidas preventivas ou reativas a desencadear na iminência ou ocorrência de um acidente
grave ou catástrofe. Tal declaração é realizada de acordo com a natureza dos acontecimentos a
prevenir ou enfrentar e a gravidade e extensão dos seus efeitos atuais ou potenciais. Os fenómenos que
podem motivar a declaração de situação de alerta:
Acidente grave
É um acontecimento inusitado com efeitos relativamente limitados no tempo e no espaço,
suscetível de atingir as pessoas e outros seres vivos, os bens ou o ambiente.
Catástrofe
É o acidente grave ou a série de acidentes graves suscetíveis de provocarem elevados prejuízos
materiais e, eventualmente, vítimas, afetando intensamente as condições de vida e o tecido
socioeconómico em áreas ou na totalidade do território nacional.
A declaração da situação de alerta de âmbito municipal, definida na Lei de Bases da Proteção Civil (Lei
n.º 27/2006, de 3 de julho, na redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro), encontra-
se tipificada na Tabela 5.
Importa salientar que a declaração de situação de alerta de âmbito municipal não implica
necessariamente a ativação do PMEPCO, sendo a situação inversa igualmente verdadeira. Isto é, a
ativação do PMEPCO não conduz à obrigatoriedade de se proceder à declaração da situação de alerta
de âmbito municipal por parte do Presidente da Câmara Municipal de Ourique. No entanto, considera-se
que constituirá uma boa prática, a ser seguida no concelho, a ativação do PMEPCO suceder a uma
declaração prévia de situação alerta de âmbito municipal.
Os critérios a considerar na avaliação da necessidade de declaração de situação de alerta de âmbito
municipal ou de ativação do PMEPCO consistem na avaliação da probabilidade de ocorrência de
situação de acidente grave ou catástrofe e no dano (material e humano) esperado ou verificado. A
cadeia de decisão encontra-se tipificada na Tabela 6 e o modelo de declaração a ser utilizado
encontra-se na Parte IV – Secção III.
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
2.2 Critérios e âmbito para a declaração da situação de alerta de âmbito municipal
Parte IV – Informação complementar (Secção I) 21
Tabela 5. Critérios e âmbito para a declaração da situação de alerta de âmbito municipal
DESCRIÇÃO D E C L A R A Ç Ã O D E S I T U A Ç Ã O D E A L E R T A D E Â M B I T O M U N I C I P A L
QUANDO SE
DECLARA
Face à ocorrência ou iminência de ocorrência de acidente grave ou de catástrofe, é
reconhecida a necessidade de adotar medidas preventivas ou medidas especiais de
reação.
A declaração de situação de alerta de âmbito municipal tem por base a análise do grau
de probabilidade da ocorrência e o grau de gravidade previsto ou verificado da mesma.
Sempre que o grau de gravidade seja acentuado e o grau de probabilidade seja elevado
ou confirmado, ou nos casos em que embora o grau de gravidade seja moderado se
preveja que o mesmo possa passar em breve para acentuado, deverá declarar-se a
situação de alerta de âmbito municipal (ver Tabela 6).
QUEM TEM
COMPETÊNCIA PARA
DECLARAR
Presidente de Câmara Municipal
(alerta de âmbito municipal)
O QUE DEVE
MENCIONAR O ATO
DE DECLARAÇÃO
1. A natureza do acontecimento que originou a situação declarada;
2. O âmbito temporal e territorial;
3. A estrutura de coordenação e controlo dos meios e recursos a disponibilizar.
QUE
PROCEDIMENTOS
DEVEM SER SEGUIDOS
1. A obrigatoriedade de convocação da Comissão Municipal de Proteção Civil;
2. O estabelecimento dos procedimentos adequados à coordenação técnica e
operacional dos serviços e agentes de proteção civil, bem como dos recursos a utilizar;
3. O estabelecimento das orientações relativas aos procedimentos de coordenação da
intervenção das forças e serviços de segurança;
QUE OUTROS
PROCEDIMENTOS
DEVEM SER SEGUIDOS
1. A adoção de medidas preventivas adequadas à ocorrência;
2. A obrigação especial de colaboração dos meios de comunicação social, em particular
das rádios e das televisões, visando a divulgação das informações relevantes relativas à
situação.
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
2. Mecanismos da estrutura de proteção civil
22 Parte IV – Informação complementar (Secção I)
Tabela 6. Critérios para a declaração da situação de alerta de âmbito municipal, de acordo com o grau
de gravidade e de probabilidade da ocorrência
GRAU DE GRAVIDADE
MODERADA ACENTUADA CRÍTICA
GR
AU
DE P
RO
BA
BIL
IDA
DE 6
ELEVADA
Probabilidade de
ocorrência superior
a 25%
Atividade normal
DECLARAÇÃO DE
SITUAÇÃO DE ALERTA DE
ÂMBITO MUNICIPAL
CONFIRMADA
Ocorrência real
verificada
Atividade normal
DECLARAÇÃO DE
SITUAÇÃO DE ALERTA DE
ÂMBITO MUNICIPAL
AGRAVAMENTO
EXPECTÁVEL DA
OCORRÊNCIA
CONFIRMADA
DECLARAÇÃO DE
SITUAÇÃO DE ALERTA DE
ÂMBITO MUNICIPAL
6 Chama-se a atenção para o facto do grau de probabilidade a definir dever ter por base não só a possibilidade de
ocorrência de determinado acidente grave ou catástrofe no concelho, como também o grau de gravidade potencial
associado ao mesmo. Ou seja, deverá ser, no fundo, a estimativa da probabilidade de ocorrer determinado acidente
grave ou catástrofe com potencial de gerar um determinado grau de gravidade.
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
2.3 Sistema de monitorização, alerta e aviso
Parte IV – Informação complementar (Secção I) 23
2.3 Sistema de monitorização, alerta e aviso
O sistema de monitorização, alerta e aviso destina-se a assegurar que na iminência ou ocorrência de um
acidente grave ou catástrofe tanto as entidades intervenientes no PMEPCO como as populações
expostas tenham a capacidade de agir de modo a salvaguardar vidas e a proteger bens,
nomeadamente:
eficaz vigilância do risco, através da recolha de informação pelos sistemas monitorização;
rápido alerta (mecanismo interno do sistema de proteção civil) aos agentes de proteção civil e
entidades envolvidas no PMEPCO;
adequado aviso à população.
De salientar que o desencadeamento do alerta e do aviso é, em regra, sequencial e não simultâneo. Na
Figura 4 apresenta-se o funcionamento integrado do sistema de monitorização, aviso e alerta.
2.3.1 Sistemas de monitorização
Os sistemas de monitorização são compostos por um conjunto organizado de recursos humanos e de
meios técnicos, que permitem a observação, medição e avaliação contínua do desenvolvimento de um
processo ou fenómeno, visando garantir respostas adequadas e oportunas. Os sistemas de monitorização
em uso são diferentes conforme as tipologias de risco.
Atualmente, o concelho de Ourique dispõe de sistemas de monitorização relacionados com a Defesa da
Floresta Contra Incêndios (GNR-RNPV e equipas de vigilância móvel coordenadas pela GNR) e do sistema
de monitorização de cheias da Funcheira (atualmente inoperacional). Os serviços da Câmara Municipal
têm ainda acesso direto a dados locais que podem ser utilizados em modelos de previsão (como por
exemplo de cheias e inundações, ou de comportamento do fogo) através de 3 estações udográficas
(Aldeia de Palheiros, Panóias e Santana da Serra) e 1 estação climatológica (Barragem do Monte da
Rocha).
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
2. Mecanismos da estrutura de proteção civil
24 Parte IV – Informação complementar (Secção I)
Figura 4. Sistema de monitorização, aviso e alerta
SISTEMA DE AVISO
(à população)
SISTEMA DE AVISO
(à população)
SISTEMA DE ALERTA
(aos APC, organismos e
entidades de apoio)
FASE DE PRÉ-EMERGÊNCIA
Campanhas de
sensibilização e
formação
Material informativo e
pedagógico do sítio da
internet da CMO
Folhetos informativos
Cartazes com medidas
de autoproteção
Sessões de
esclarecimento
FASE EMERGÊNCIA
Sinos das igrejas com
“toque a rebate”
Megafones em viaturas
Órgãos de comunicação
social
Sítio da internet da CMO
Comunicados escritos
afixados em locais
públicos
IMEDIATO
Serviço de mensagem
escrita (SMS) das redes
telefónicas móveis
ALTERNATIVO
Rede telefónica fixa
(telefone e fax)
Rede de rádio
Correio eletrónico
Ofício através de
estafeta
© metacortex
SISTEMA DE MONITORIZAÇÃO
IPMA APA
INSA GNR-
RNPV
SMPC
informação recolhida no
terreno
Sistemas nacionais Sistemas locais e regionais
Equipas de
vigilância
móvel
Após o alerta
IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera; APA – Agência Portuguesa do Ambiente; INSA - Instituto Nacional de
Saúde Dr. Ricardo Jorge; SMPC – Serviço Municipal de Proteção Civil; RNPV - Rede Nacional de Postos de Vigia; APC –
Agentes de proteção civil
SMPC
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
2.3 Sistema de monitorização, alerta e aviso
Parte IV – Informação complementar (Secção I) 25
No entanto, é abrangido por sistemas de monitorização externos, de abrangência nacional, para diversas
tipologias de risco e que abrangem o concelho, tendo o SMPC tem acesso direto aos mesmos,
nomeadamente:
Sistema de Avisos Meteorológicos, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) –
situações meteorológicas adversas (www.ipma.pt/pt);
Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos, do INAG (integrado na Agência Portuguesa
do Ambiente - APA) – cheias (http://snirh.pt/).
E de abrangência regional:
Rede Nacional de Postos de Vigia, da responsabilidade da GNR - incêndios florestais.
Para além da informação disponibilizada por estes sistemas de monitorização o SMPC recolhe informação
complementar no terreno (ex.: visualização das Ribeiras de Garvão, dos Cachorros e das Pimentas,
estado de conservação do edificado degradado, sinais de instabilidade de vertentes, entre outras), com
o objetivo de aferir a situação à escala do concelho. O desencadeamento de procedimentos de
emergência e alerta aos agentes de proteção civil e organismos e entidades de apoio do concelho
encontra-se dependente da informação recolhida pelo SMPC no terreno e na informação difundida pelo
CDOS de Beja (ver Ponto 2.3.2 Sistemas de alerta).
Rede Nacional de Postos de Vigia (incêndios florestais)
De acordo com o PMDFCI de Ourique no concelho localizam-se 2 postos de vigia que fazem parte da
Rede Nacional de Postos de Vigia (RNPV): posto de vigia da Abutreira (63-03), na ex-freguesia de Santa
Luzia e posto de vigia da Cegonhita (69-01), na freguesia de Santana da Serra. Além destes dois postos de
vigia localiza-se no concelho vizinho de Odemira o posto de vigia denominado Vigia (63-07),
complementar aos dois postos de vigia. Estes postos de vigia são considerados como referência para
proceder ao cruzamento de visadas de incêndios para o concelho de Ourique.
No entanto, com o objetivo de aumentar as zonas de visibilidade a partir destas infraestruturas e colmatar
as deficiências de sincronização entre o sistema nacional de vigilância e o sistema municipal, a Câmara
Municipal de Ourique constituiu, 66 locais de estacionamento estratégico (LEE) que atuam entre as 8 h e
as 22 h. O concelho de Ourique possui ainda uma vasta Rede Municipal de Vigilância Móvel (Figura 5).
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
2. Mecanismos da estrutura de proteção civil
26 Parte IV – Informação complementar (Secção I)
Fonte: POM de Ourique, 2014
Figura 5. Postos de vigia e bacias de visibilidade que abrangem o concelho de Ourique
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
2.3 Sistema de monitorização, alerta e aviso
Parte IV – Informação complementar (Secção I) 27
Sistema de Avisos Meteorológicos (situações meteorológicas adversas)
A nível nacional, o IPMA mantém e desenvolve sistemas de monitorização, informação e vigilância
meteorológica, sismológica e da composição da atmosfera, relativas a situações meteorológicas
adversas, através do Sistema de Avisos Meteorológicos. Este sistema tem por objetivo avisar a ANPC, a
DGS e a população em geral da ocorrência de situações meteorológicas de risco, que nas próximas 24
horas possam causar danos ou prejuízos a diferentes níveis, dependendo da sua intensidade.
Os avisos são emitidos à escala distrital para diferentes parâmetros meteorológicos, segundo uma tabela
de cores, que reflete o grau de intensidade do fenómeno. As cores dos avisos meteorológicos devem ser
interpretadas conforme as considerações apresentadas na Tabela 7. Tendo em conta as diferentes
características dos fenómenos meteorológicos, incidência e efeitos causados, foram estabelecidos
critérios de emissão para cada situação, conforme se apresenta na Tabela 8, para o distrito de Beja.
No que se refere ao índice meteorológico de risco de incêndio, o IPMA utiliza o sistema canadiano FWI
(Fire Weather Index). O índice final FWI é distribuído segundo a escala distrital de risco de incêndio por um
conjunto de cinco classes de risco: Reduzido, Moderado, Elevado, Muito Elevado e Máximo.
Tabela 7. Cores dos avisos meteorológicos, utilizados pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera
COR DO AVISO CONSIDERAÇÕES CONSOANTE A COR DO AVISO
VERDE Não se prevê nenhuma situação meteorológica de risco.
AMARELO Situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.
Acompanhar a evolução das condições meteorológicas.
LARANJA
Situação meteorológica de risco moderado a elevado.
Manter-se ao corrente da evolução das condições meteorológicas e seguir as orientações
da ANPC.
VERMELHO
Situação meteorológica de risco extremo.
Manter-se regularmente ao corrente da evolução das condições meteorológicas e seguir as
orientações da ANPC.
Fonte: IPMA, 2014
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
2. Mecanismos da estrutura de proteção civil
28 Parte IV – Informação complementar (Secção I)
Tabela 8. Critérios de emissão dos avisos meteorológicos, utilizados pelo Instituto Português do Mar e da
Atmosfera, para o distrito de Beja
VARIÁVEL
CLIMÁTICA PARÂMETRO
AVISO METEOROLÓGICO
UNIDADES NOTAS
AMARELO LARANJA VERMELHO
VENTO Rajada máxima
do vento 70 - 90 91 - 130 > 130 km/h
PRECIPITAÇÃO
Chuva/
Aguaceiros 10 - 20 21 - 40 > 40 mm/1h
Milímetros
numa hora
Chuva/
Aguaceiros 30 - 40 41 - 60 > 60 mm/6 h
Milímetros
em 6 horas
TROVOADA Descargas
Elétricas
Frequentes
e dispersas
Frequentes e
concentradas
Muito frequentes e
excessivamente
concentradas
NEVOEIRO Visibilidade *≥ 48h *≥ 72h *≥ 96h *duração
TEMPO QUENTE Temperatura
máxima 37 a 40 41 a 43 > 43 ºC
duração ≥ 48
horas
TEMPO FRIO Temperatura
mínima 1 a -1 -2 a -4 < -4 ºC
duração ≥ 48
horas
Fonte: IPMA, 2014
Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos (cheias)
O Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos (SVARH), que a APA tem vindo a desenvolver para
apoio às ações de proteção civil, torna possível aceder, em tempo real, a toda a informação pertinente
para a gestão das situações previsíveis ou declaradas de cheia. A APA coordena a gestão da água e,
dentro desta, a gestão de cheias apoiada pela informação hidrometeorológica em tempo real e pela
capacidade de previsão hidrológica e hidráulica de modelos matemáticos conceptuais.
Através da previsão da precipitação e da medição da sua ocorrência e da evolução do estado de
humidade dos solos são elaboradas as previsões hidrológicas e hidráulicas. As previsões são estabelecidas
prioritariamente para pontos críticos:
Montante de albufeiras (caudal);
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
2.3 Sistema de monitorização, alerta e aviso
Parte IV – Informação complementar (Secção I) 29
Núcleos urbanos (cotas);
Estações hidrométricas da rede de vigilância (caudal e cota).
2.3.2 Sistemas de alerta
De acordo com os dados disponibilizados pelos diferentes sistemas de monitorização encontram-se
previstos procedimentos de alerta que permitem notificar as autoridades, os agentes de proteção civil,
organismos e entidades de apoio da iminência ou ocorrência de acontecimentos suscetíveis de provocar
danos em pessoas, bens e no ambiente. O sistema de notificação deverá ser um sistema redundante, ou
seja, o alerta deve ser emitido através de diferentes meios de difusão de informação com o intuito de
garantir a fiabilidade da comunicação.
A CMO não tem, atualmente, um sistema próprio de monitorização, pelo que o desencadeamento de
procedimentos e difusão de alertas baseia-se na informação recolhida pelo SMPC e em informações
difundidas pelo CDOS de Beja (estado de alerta especial do SIOPS).
Assim, sempre que o SMPC recolha informação no terreno ou receba um comunicado técnico-
operacional do CDOS, que possa justificar a declaração de situação de alerta de âmbito municipal ou a
ativação do PMEPCO, o SMPC procede à disseminação do alerta junto dos agentes de proteção civil do
concelho e, caso considere necessário, junto de organismos e entidades de apoio, implantados no
concelho, considerados essenciais à situação de acidente grave ou catástrofe. Embora o sistema de
alerta do SIOPS compreenda a notificação por parte do CDOS aos agentes de proteção civil do
concelho, entende-se ser boa prática o SMPC contactar igualmente estas entidades, de modo a dar
início à necessária coordenação institucional entre estas e a CMO.
Os alertas (notificações) a serem difundidos pelo SMPC aos agentes de proteção civil e a organismos e
entidades de apoio do concelho serão efetuados através do serviço de mensagem escrita (SMS) das
redes telefónicas móveis. No caso de impossibilidade de utilização da rede telefónica móvel, a
notificação será assegurada pela rede telefónica fixa (telefone e fax), rede rádio e pela internet (correio
eletrónico), se disponíveis. Em caso de incapacidade de comunicação através destes meios, poderá
ainda recorrer-se ao envio de ofício com recurso a serviço de estafeta. A informação periódica que vier a
ser disponibilizada pelo SMPC ou pelo sistema de monitorização será difundida a todas as entidades
intervenientes pelos meios atrás descritos.
A cadeia de notificações (alertas) tem por base a composição reduzida da CMPC, sendo as primeiras
entidades a serem alertadas as previstas na composição reduzida (sempre que possível de forma
simultânea) da CMPC e, posteriormente, as restantes entidades que integram a CMPC.
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
2. Mecanismos da estrutura de proteção civil
30 Parte IV – Informação complementar (Secção I)
A hierarquia da cadeia de notificações é a seguinte:
1. Corpo de Bombeiros Voluntários de Ourique;
2. Guarda Nacional Republicana;
3. Autoridade de Saúde Municipal.
Importa distinguir entre sistemas de alerta (notificação aos agentes de proteção civil e organismos e
entidades de apoio) dos níveis de alerta previstos no SIOPS (ver Ponto 1.2.4), os quais têm por base uma
avaliação da informação disponibilizada pelos diferentes sistemas de monitorização e consequente
determinação de graus de prontidão e de mobilização de meios. No entanto, uma vez que este sistema
compreende necessariamente a notificação de várias entidades que atuam no concelho (agentes de
proteção civil e CMO), constitui uma importante componente do sistema de alerta previsto no PMEPCO.
2.3.3 Sistemas de aviso
No concelho de Ourique os procedimentos relativos ao aviso à população são assegurados de acordo
com o descrito no Ponto 4 da Parte III (Gestão de Informação) do presente Plano. De salientar que, de
uma forma genérica, os avisos contemplam a seguinte informação à população do concelho:
Zonas potencialmente afetadas;
Itinerários de evacuação;
Zonas de concentração local e abrigos temporários para onde se devem dirigir e o que devem
levar consigo;
Outras medidas de proteção da sua segurança pessoal e dos seus bens (medidas de
autoproteção).
No Ponto 4 da Secção III - Parte IV encontra-se organizado o tipo de informação a fazer chegar à
população, consoante o tipo de evento associado à situação de acidente grave ou catástrofe.
Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ourique
2.3 Sistema de monitorização, alerta e aviso
Parte IV – Informação complementar (Secção I) 31
No que respeita aos sistemas de aviso, existem diversos meios para o efeito, nomeadamente:
Sinos das igrejas com “toque a rebate”7;
Uso de megafones, o qual deverá ser feito através da utilização de viaturas (agentes de proteção
civil - CBVO e GNR - e do SMPC) para auxiliar a cobertura de maiores áreas num menor espaço
de tempo;
Comunicados escritos à população, afixando-os nos locais já utilizados pela CMO (ex: editais);
Órgãos de comunicação social (identificados no Ponto 7.1 da Parte I), nomeadamente, estações
de rádio locais e regionais, ou mesmo a televisão, para uma rápida difusão do aviso uma vez que
se trata de meios de comunicação abrangentes;
Sítio da internet da CMO (www.cm-ourique.pt).
A decisão do sistema de aviso a adotar em caso de situação de acidente grave ou catástrofe será
baseada:
Na extensão da zona afetada;
No tipo, dimensão e dispersão geográfica da população a avisar (pequenas povoações rurais,
grandes aglomerados urbanos, quintas dispersas);
Nos períodos do dia e da semana, ou seja, se ocorre durante o dia útil de trabalho, à noite ou
durante os fins-de-semana, devido à variação da localização da população;
Na proximidade geográfica dos agentes de proteção civil e nos meios e recursos disponíveis.
Dado que o aviso à população é uma ação crucial para minorar o número de vítimas, e que é difícil que
qualquer dos meios selecionados abranja toda a população potencialmente afetada, deverá ser prevista
a redundância de meios de aviso.
A divulgação dos avisos meteorológicos à população em geral é realizada pelo IPMA, quer através da
sua própria página de internet (www.ipma.pt/pt/), quer através da página de avisos meteorológicos para
a Europa, o Meteoalarm8 (www.meteoalarm.eu/), concebidas e implementadas para avisar os cidadãos
e autoridades para situações meteorológicas adversas.
7 Toque de aviso de perigo iminente. 8 A iniciativa é da Eumetnet, a rede pública de serviços meteorológicos europeus e da Organização Meteorológica
Mundial, sendo que Portugal é um dos países que integram o “Meteoalarm”, através do IPMA.
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2. Mecanismos da estrutura de proteção civil
32 Parte IV – Informação complementar (Secção I)
Perante a emissão de avisos meteorológicos deverão ser consultadas as recomendações e medidas de
autoproteção, difundidas pela ANPC e, no caso de situação extrema de frio ou de calor, também pela
Direção-Geral da Saúde.
As previsões de cheias incidem sobre áreas inundadas com a ligação entre modelos hidráulicos e
Sistemas de Informação Geográfica e são também disseminados para o público geral através do sítio da
internet do SNIRH (http://snirh.pt/), em tempo diferido. A informação é livre e disponibilizada para o
cidadão e para a proteção civil, através de tecnologia informática. Dessa informação constam dados
udométricos, hidrométricos, albufeiras e qualidade da água.
É ainda de referir que, para o caso do risco de ruturas de barragens (Barragem de Monte da Rocha e
Barragem de Santa Clara), está definido que as sirenes serão os equipamentos preferenciais de suporte à
emissão dos avisos, conforme estipulado nas Normas para a Conceção do Sistema de Alerta e Aviso no
Âmbito dos Planos de Emergência Internos (PEI) de Barragens9. Contudo, tanto o PEI da Barragem de
Monte da Rocha como o PEI da Barragem de Santa Clara encontram-se em elaboração.
9 Os PEI aplicam-se à albufeira e à Zona de Autossalvamento que corresponde às zonas do vale percorrido em 30
minutos pela onda de inundação, com um mínimo de 5 km de extensão.
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