projecto final
Post on 24-Jul-2015
66 Views
Preview:
TRANSCRIPT
INSTITUTO POLITÉCNICO DE SANTARÉM
ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE DE SANTARÉM
16.º Curso de Enfermagem – 1.º Ciclo
3.º Ano – Ano Lectivo 2010/2011
Unidade Curricular de Projecto
Santarém,
22 de Fevereiro de 2011
Intervenção do enfermeiro à
pessoa em fase final de vida,
no serviço de urgência
Objectivo Geral
Compreender os cuidados de Enfermagem
prestados ao doente em fase final de vida, no
Serviço de Urgência;
Objectivos específicos
-Identificar o problema de acordo com a área de
interesse do grupo;
-Operacionalizar as diferentes fases da metodologia
de trabalho de projecto;
-Formular um problema susceptível de resolução;
Objectivos específicos
- Aprofundar conhecimentos teóricos relativos à
pessoa em fase final de vida;
- Elaborar um plano de acção que vise dar resposta
ao problema identificado.
Metodologia de Trabalho de Projecto
“A Metodologia de Projecto baseia-se numa investigação
centrada num problema real identificado e na
implementação de estratégias e intervenções eficazes para
a sua resolução.”
(Ferrito 2010, citada em Percursos, n.º15, Jan/Fev/Mar, 2010, p.2)
Metodologia de Trabalho de Projecto
APRESENTAÇÃO/ GLOBALIZAÇÃO/ AVALIAÇÃO FINAL
PESQUISA / PRODUÇÃO
Fundamentação teórica Plano de AcçãoIDENTIFICAÇÃO/ FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
Identificação e Caracterização do Problema
Experiência Concretas
CausalidadesTendências e Percepção do
Problema
Formulação do Problema
Identificação do problema
Área de interesse:
Intervenção do Enfermeiro à pessoa em fase final de
vida, no serviço de urgência.
Caracterização do problema
OBSERVAÇÕES EVIDÊNCIA CIENTÍFICA
Um número
considerável de
pessoas em fase final
de vida morre no
serviço de urgência;
- “Segundo dados estatísticos, cerca de
70% da população morre no hospital.”
(Silva, 2006)
- Da totalidade de óbitos que ocorrem no
hospital, um número muito significativo
ocorre no serviço de urgência. (Veiga et al,
2009)
Caracterização do problema
OBSERVAÇÕES EVIDÊNCIA CIENTÍFICA
Solidão na fase
final de vida;
- “Um estudo desenvolvido por Pereira,
Gomes e Pinto (2001) num serviço de
urgência, aponta para o facto de um
número considerável de doentes que
morrem num serviço de urgência não ser
acompanhado nesta etapa final da vida.”
(Veiga et al, 2009)
Caracterização do problema
OBSERVAÇÕES EVIDÊNCIA CIENTÍFICA
Dificuldade em
lidar com a morte;
- “Quando o doente apresenta maior
probabilidade de morrer, os profissionais de
saúde omitem o assunto “morte” e tendem
a sobrevalorizar as tarefas essencialmente
técnicas, sendo o expoente máximo desse
fenómeno atingido num contexto de
urgência/emergência.” (Veiga et al, 2009)
Caracterização do problema
OBSERVAÇÕES EVIDÊNCIA CIENTÍFICA
Verificamos expressões
inadequadas e
comportamentos de fuga,
perante a pessoa em fase
final de vida.
- “Não é raro verificar-se que o
enfermeiro adopta mecanismos de
defesa, como por exemplo, os
comportamentos de fuga, em que o
enfermeiro se afasta do doente e da
própria morte, limitando-se a
executar procedimentos técnicos
apressados.” (Veiga et al, 2009)
Experiências concretas
“O enfermeiro demonstrou pouco interesse em prestar cuidados ao
Sr. João, nomeadamente na prestação de cuidados de higiene e
conforto, na alimentação, na administração de terapêutica e na
comunicação com mesmo.”
O Sr. João faleceu o final do turno, sozinho na sala de aerossóis.
(Testemunho de um elemento do grupo)
CausalidadesFACTOR: Condições físicas do serviço de urgência inadequadas
EVIDÊCIA CIENTÍFICA TESTEMUNHO ENFERMEIROS
Os enfermeiros referem o
SU como sendo um local
inapropriado para receber e
cuidar das pessoas em fase final
de vida. Falta essencialmente um
espaço físico, calmo, confortável
e apropriado para estes doentes.
(Veiga et al, 2009)
- “No SU não se consegue
muitas vezes a humanização
nem a individualização dos
cuidados que estes doentes
merecem.”
- “(…) não há um local que dê
privacidade a estes doentes”.
CausalidadesFACTOR: Rácio enfermeiro-utente inadequado
EVIDÊCIA CIENTÍFICA TESTEMUNHO ENFERMEIROS
“A falta de recursos humanos e
a elevada afluência de utentes ao
serviço de urgência impossibilita
que os enfermeiros estabeleçam
as intervenções terapêuticas
necessárias e adequadas ao
doente em fase final de vida.”
(Veiga et al, 2009)
- “Para o número de
enfermeiros que trabalham
aqui no SU é impossível
conseguir responder a todas
as necessidades dos
doentes. Mas isso não é
justo para eles.”
CausalidadesFACTOR: Recursos materiais insuficientes
EVIDÊCIA CIENTÍFICA TESTEMUNHO ENFERMEIROS
“Os enfermeiros referem-
se à falta de recursos
materiais como impeditiva da
prestação de cuidados de
enfermagem com qualidade,
aos doentes em fase final de
vida.” (Veiga et al, 2009)
- “No SU temos que ser muito
criativos, pois o material existente
não é de todo suficiente. Dou o
exemplo das almofadas e dos
colchões anti-escaras, que por não
serem suficientes temos que
avaliar quem são os doentes que
mais precisam.”
Causalidades
FACTOR: Escassez de informação sobre a pessoa em fase final de vida
EVIDÊCIA CIENTÍFICA TESTEMUNHO ENFERMEIROS
Os enfermeiros referem que
lhes falta formação a nível da
comunicação, da empatia e da
preparação para cuidar da
pessoa em fase final de vida.
(Veiga et al, 2009)
- “Se eu tivesse tempo gostava
de ir a uma formação sobre a
comunicação com o doente
terminal”.
- “Falta no SU formações sobre
este tema.”
Tendências do problema
Se intervirmos no problema
Se não intervirmos no
problema
- Problema irá verificar-se cada vez mais;
- Compromete a qualidade dos cuidados de
enfermagem prestados e a qualidade de vida da
pessoa em fase final de vida.
- Melhora a qualidade dos cuidados de
enfermagem prestados;
- Beneficia a pessoa e a relação enfermeiro-utente;
- Valoriza a Profissão de Enfermagem.
Percepção do problema
Validação do problema através da aplicação de um
questionário aos Enfermeiros do Serviço de Urgência
“Infelizmente os cuidados de enfermagem prestados no
serviço de urgência não são, na minha opinião, os mais
adequados às necessidades da pessoa que está em fase
final de vida.”
(Testemunho de um Enfermeiro)
Formulação do problema
Formulação do
Problema
Vulnerabilidades
Potencialidades
Recursos
Necessidades
Vulnerabilidades
Inexistência de um local adequado às
necessidades da pessoa em fase final de vida;
Rácio enfermeiro-utente inadequado;
Formação realizada no SU não incide sobre a
pessoa em fase final de vida.
Potencialidades
O grupo-alvo possui uma licenciatura em Enfermagem;
O SU possui uma sala de reuniões que permite reunir o grupo-alvo;
A resposta dos enfermeiros ao questionário evidenciou um interesse
e preocupação face ao problema identificado;
Existência de um padre no hospital que está disponível para ir ao
SU quando solicitado.
Recursos
RECURSOS HUMANOS RECURSOS MATERIAIS
Equipa de Enfermagem;
Enfermeiro-chefe.
Sala de reuniões;
Materiais audiovisuais.
Necessidades
Local adequado
Presença familiares
Formação
Reflexão e troca de
experiências
Sensibilização da equipa
multi-disciplinar
Formulação do problema
Intervenção de enfermagem insuficiente no
serviço de urgência, face às necessidades da
pessoa em fase final de vida.
Enquadramento teóricoO termo morte…
“Não é fácil de lidar com a morte, porém
esta espera por todos nós… Deixar de
pensar na morte não retarda ou evita.
Pensar na morte pode-nos ajudar a aceitá-
la e a perceber que ela é uma experiência
tão importante e valiosa quanto qualquer
outra. Neste sentido, morrer é parte
integrante da vida, tão natural e previsível
como nascer.” (Santos, 2009)
Direitos do doente terminal
Direito a ser tratado como um ser humano vivo até ao momento
da sua morte;
Direito a manter uma esperança, qualquer que esta seja;
Direito de expressar o seu sofrimento e as suas emoções;
Direito de obter a atenção dos médicos e enfermeiros, mesmo
que os objectivos de tratamento sejam substituídos por
objectivos de conforto;
Direitos do doente terminal
Direito a não morrer sozinho;
Direito de obter uma resposta honesta,
qualquer que seja a pergunta que faça;
Direito a morrer com dignidade e em
paz. (Frias, 2003)
Plano de acção
Objectivo geral:
Desenvolver competências pessoais e de formação aos
Enfermeiros do Serviço de Urgência, no âmbito da pessoa
em fase final de vida.
Plano de acção
Objectivos específicos:
Sensibilizar os enfermeiros, do serviço de urgência, para a
importância da adequação dos cuidados de enfermagem às
necessidades da pessoa em fase final de vida;
Promover a discussão entre a equipa de enfermagem, do serviço de
urgência, sobre as necessidades da pessoa em fase final de vida.
Plano de acçãoOBJECTIVO ACÇÕES
Sensibilizar os
enfermeiros, do serviço
de urgência, para a
importância da
adequação dos
cuidados de
enfermagem às
necessidades da pessoa
em fase final de vida;
Validação do problema junto dos
enfermeiros;
Verificação da exequibilidade da
implementação do projecto;
Visionamento de um filme,
elaborado pelo grupo, no âmbito da
pessoa em fase final de vida;
Plano de acçãoOBJECTIVO ACÇÕES
Sensibilizar os
enfermeiros, do serviço
de urgência, para a
importância da
adequação dos
cuidados de
enfermagem às
necessidades da pessoa
em fase final de vida;
Elaboração de cartazes com
referência aos direitos e às
necessidades da pessoa em fase final
de vida, e com experiências vivenciadas
por enfermeiros;
Afixação dos cartazes na sala de
enfermagem;
Avaliação das estratégias utilizadas
através da aplicação de um
questionário, a cada dois meses.
Plano de acção
RECURSOS HUMANOS RECURSOS MATERIAIS
Equipa de Enfermagem;
Enfermeiro-chefe.
Sala de reuniões;
Materiais audiovisuais.
Plano de acção
Tempo de implementação:
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Plano de acçãoOBJECTIVO ACÇÕES
Promover
a discussão
entre a equipa
de enfermagem,
do serviço de
urgência, sobre
as
necessidades
da pessoa em
fase final de
vida.
Solicitação do parecer dos enfermeiros
quanto aos factores que interferem na
adequação da intervenção do enfermeiro face
às necessidades da pessoa em fase final de
vida;
Solicitação de sugestões dos enfermeiros,
de intervenções que possam implementar para
dar resposta às necessidades destes doentes;
Plano de acçãoOBJECTIVO ACÇÕES
Promover
a discussão
entre a equipa
de enfermagem,
do serviço de
urgência, sobre
as
necessidades
da pessoa em
fase final de
vida.
Partilha de informação por parte dos
elementos da equipa de enfermagem que
realizaram formação no âmbito da pessoa em
fase final de vida;
Incentivo dos enfermeiros a partilharem e
a auto-reflectirem sobre situações reais
vivenciadas pelos mesmos.
Identificação dos líderes informais, de
modo a promover uma melhor participação de
toda a equipa de enfermagem;
Plano de acçãoOBJECTIVO ACÇÕES
Promover
a discussão
entre a equipa
de enfermagem,
do serviço de
urgência, sobre
as
necessidades
da pessoa em
fase final de
vida.
Propor ao Enfermeiro-chefe um encontro
com a equipa de enfermagem, num local a
decidir com a equipa, com almoço, actividades
de lazer e momento de discussão sobre as
experiências vividas;
Avaliação das estratégias utilizadas, através
da aplicação de um questionário, a cada dois
meses.
Plano de acção
RECURSOS HUMANOS RECURSOS MATERIAIS
Equipa de Enfermagem;
Enfermeiro-chefe.
Sala de reuniões.
Plano de acção
Tempo de implementação:
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Apresentação/ Globalização/ Avaliação global
O plano de acção não foi implementado.
No entanto:
Realizada uma avaliação trimestral.
Avaliar:
Percepção do problema pela equipa de enfermagem;
Implementação de intervenções sugeridas por nós ou pela
própria equipa, e se as mesmas foram eficazes.
Referências bibliográficasBretas, J. R. S.; Oliveira, J. R.; Yamaguti, L. (2006). Reflexões de estudantes de enfermagem sobre morte e o morrer. Escola de Enfermagem. vol. 40, n.º 4;
Frias, C. F. (2003). A aprendizagem do cuidar e a morte - um desígnio do enfermeiro em formação. Lusociência;
Gonçalves, I.; Serrano, T. (2009). Metodologia de Trabalho de Projecto (MTP), Manuscrito não publicado;
Kubler-Ross, E. (1994). Sobre a Morte e o Morrer. 6.ª edição. São Paulo: Martins Fontes;
Leite, E.; Malpique, M.; Santos, M. R. (1991). Trabalho de projecto. 1 – Aprender por projectos centrados em problemas. Porto: Edições Afrontamento;
Moreira, A. C.; Lisboa, M. T. L. (2006). A Morte - Entre o Público e o Privado: reflexões para a prática profissional de enfermagem. Revista Enfermagem. vol. 14, n.º 3, Setembro;
Referências bibliográficasMorin, E. (1976). O homem e a morte. 2ª edição. Men Martins: Publicação Europa-América;
Ordem dos Enfermeiros (2003). Código Deontológico do Enfermeiro: anotações e comentários;
Pacheco, S. (2002). Cuidar a pessoa em fase terminal - perspectiva ética. 1ª edição. Loures: Lusociência;
Portugal, Ministério da Saúde (2004). Direcção Geral da Saúde. Programa Nacional de Cuidados Paliativos. Lisboa;
Ruivo, M. A.; Ferrito, C.; Nunes, L.; Estudantes do 7º Curso de Licenciatura em Enfermagem. (2010). Metodologia de Projecto: Colectânea Descritiva de Etapas. Percursos. n.º 15, (Jan/Fev/Mar), pp.2-37;
Santos F. (2009) Cuidados Paliativos: Discutindo a Vida, a Morte e o Morrer. São Paulo: Atheneu;
Referências bibliográficasVeiga, A. A. B.; Barros, C. A. M.; Couto, P. J. R.; Vieira, P. M. S. (2009). Pessoa em fase final de vida: que intervenções terapêuticas de enfermagem no serviço de urgência?. Referência. n.º 10, Julho, pp.47-56;
http://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/26912/3/Tese%20Carina.pdf (18/02/2011)
Trabalho elaborado por:
Ana Rita Fernandes
Ângela Pires
Liliana Sousa
Joana Couto Natali
Ricardo
Discussão
top related