prática pedagógica

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  • PRTICA PEDAGGICA

    Novo ano, novas aes Consultores e leitores indicam as prticas a serem alteradas para aprimorar o trabalho docente BRUNO MAZZOCO bruno.mazzoco@fvc.org.br Colaborou WELLINGTON SOARES

    Odesejo de mudana faz par te da na tureza humana . Com u m novo ano, vem a cobran-a in terna e externa po r novas atitudes. Mas antes de fazer a lista de promessas pense bem. Voc j pa rou para refletir sobre sua atuao? Que estra-tgias pre tende deixar de fora este ano? "O pro-fessor reflexivo sujeito do t raba lho que realiza. O docente que age irref let idamente ou fica sub-met ido a mod i smos vai ser apenas u m executor", afirma Celina Fernandes, consultora para a rea de l inguagem. O exerccio p e r m a n e n t e de avalia-o da prtica acende o sinal de alerta sobre o que precisa ser modificado.

    Esse pensar no precisa ser solitrio e deve estar sempre conectado ao contexto e aos objetivos da escola c o m o u m t o d o . A op in io de colegas e a orientao da equipe gestora a judam a analisar as questes crticas sob diferentes perspectivas. "

    necessrio haver estmulo constante na prpria escola para isso. A reflexo evita que voc caia e m mecanicismos. O Horrio de Trabalho Pedaggico Coletivo (HTPC) u m dos m o m e n t o s para fazer isso de forma qualificada e buscar solues", diz Bernarde te Gatti , pesquisadora consul tora da Fundao Carlos Chagas (FCC).

    C o m o estmulo a essa reflexo, NOVA ESCOLA p r o m o v e u u m a enque te sobre quais prticas os professores decidi ram a b a n d o n a r e m 2014. Du-rante dezembro e janeiro, leitores de t odo o Brasil enviaram comentrios para o site e a pgina do Facebook da revista. As mensagens recebidas fo-r a m divididas e m cinco temas: avaliao, forma-o, p lanejamento, gesto de sala e relacionamen-to com as famlias. Abaixo e nas pginas seguintes, voc confere as principais sugestes enviadas e os comentrios de especialistas e m cada rea.

    "Devemos deixar de lado a avaliao que s prejudica. Ela deve ser diria e constante."

    CRISTINA MACKE, professora

    As escolas tm de analisar as finalidades da avaliao e evitar que se fortalea a viso de processos classificatrios e seletivos."0 ideal que ela seja uma atividade inerente ao processo de ensino e aprendizagem e permita investigar o estgio de desenvolvimento do aluno para ajud-lo a avanar" diz Sandra Zkia Sousa, da Universidade de So Paulo (USP).

    O que abandonar O que fazer

    X Fazer exames sem explicitar os critrios e os objetivos.

    */ Deixar claro para a turma o que se espera em cada atividade avaliativa.

    X Usar a avaliao para punir o aluno. *r Colocar a prova a servio da aprendizagem.

    X Realizar apenas provas. */ Avaliar ao longo das aulas, com diversas atividades.

    X Expor e ridicularizar quem tira notas baixas.

    */ Buscar entender os motivos que levam a um mau resultado.

    novaescola.org.br MARO 2014 85

  • PRTICA PEDAGGICA

    A graduao costuma ser genrica e, em muitos casos, no fornece nenhuma compreenso aprofundada do sistema escolar e de suas prticas. "A formao continuada pode ajudar o iniciante a superar os desafios de ingresso na carreira e servir de estmulo ou como atualizao para aqueles com mais tempo de profisso", avalia Bernardete Gatti, da FCC.

    "S em 2013, conheci os Direitos de Aprendizagem e passei a fazer um trabalho mais pautado em resultados."

    WAYDJA CAVALCANTI, professora

    O que abandonar O que fazer

    X Ignorar o que se aprende nas formaes. /Refletir sobre os aprendizados obtidos e colocar em prtica o que vale a pena.

    XContentar-se com os conhecimentos obtidos durante a graduao ou a experincia profissional.

    V Buscar formao continuada para aperfeioar constantemente a prtica docente.

    X Desconhecer as orientaes curriculares da rede.

    V Conhecer os direitos de aprendizagem e outros documentos importantes para definir os contedos.

    X Fazer cursos descolados da realidade da escola em que atua.

    V Buscar cursos que faam sentido para sua carreira e para o local em que trabalha.

    "Devemos pensar no planejamento como um processo que precisa ser constantemente repensado e adequado com base na realidade da sala de aula e nos conhecimentos prvios da turma", afirma Laurinda Ramalho de Almeida, da Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo (PUC-SP). Dessa maneira, delimita-se aonde quer chegar e como pretende chegar l.

    O que abandonar O que fazer

    X Mexer no planejamento s no incio do semestre.

    / Revisar os projetos e sequncias o ano todo.

    X Reproduzir aulas e contedos mecanicamente ano aps ano.

    */ Refletir sobre as prticas constantemente e aprimor-las levando em conta as necessidades dos alunos.

    X Pedir tarefas para casa com recursos que nem todos os estudantes possuem.

    Assegurar-se de que a escola, a biblioteca ou outra instituio tenham os materiais necessrios para a realizao das pesquisas.

    X Restringir o ensino somente a questes estritamente curriculares.

    V Enriquecer as aulas com fatos da realidade atual, estimulando a reflexo sobre temas importantes do cotidiano.

    X Improvisar sempre. >/ Planejar o tempo didtico de acordo com as modalidades organizativas que melhor se encaixem nos objetivos.

    X Guardar o registro das atividades na gaveta.

    >/ Rever os registros constantemente e analisar o que deu certo ou errado.

    X Pautar-se apenas pelas datas festivas. V Trabalhar contedos importantes o ano todo com maior profundidade.

    X Sobrecarregar a classe com atividades. %/ Equacionar os contedos e as atividades ao longo do ano.

    "No d para ser um simples fornecedor de aulas. A flexibilidade no planejamento nos permite adequar os contedos e as estratgias para atingir as metas."

    ANA CARLA THOMAZ, formadora de professores

    86 MARO 2014 novaescola.org.br

  • G E S T O

    D E S A L A

    No adianta se preocupar s com o contedo; deve-se cuidar tambm das relaes interpessoais."Diante da indisciplina, o docente tem de manter o autocontrole e estabelecer um processo de respeito mtuo com a turma", afirma Andra Patapoff Dal Coleto, mestre em Educao pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

    O que abandonar O que fazer

    X Gritar com a classe. V Desenvolver autocontrole e autoridade sobre a turma, sem cair no autoritarismo.

    X Abarrotar o quadro de informaes. V Pensar em atividades que apresentem o contedo de forma contextualizada e no ritmo da garotada.

    X Deixar que quem tem mais dificuldade fique para trs.

    V Elaborar estratgias que contemplem os diferentes tempos de aprendizagem e criar objetivos individuais.

    X Ter uma relao unilateral com a classe. >/ Abrir espao para que todos se manifestem durante as aulas.

    X Ser informal demais. A / Colocar limites e aprimorar a relao com os estudantes.

    X Abandonar os alunos no trabalho em grupo. V Acompanhar todos de perto, mesmo quando trabalham em equipes.

    X Falar em frente sala, sem se preocupar se ouvido e compreendido.

    V Andar pela sala e confirmar se todos esto compreendendo o que dito.

    X Organizar a sala sempre da mesma maneira.

    V Buscar a organizao mais adequada a cada atividade.

    "Nada de encher o quadro de contedos que sequer sero lidos! O certo us-lo para o registro de atividades contextualizadas."

    JUCINELIA BORGES FONSECA, professora

    "Muitos pais desconhecem o que feito na escola e, por isso, no a valorizam. Precisamos aproxim-los do trabalho desenvolvido pelos alunos."

    MAROISA VILALVA, professora

    RELACIONAMENTO COM AS FAMILIAS

    A escola deve fazer um esforo de aproximao com as famlias e comunicar a elas o projeto da instituio. Quanto maior for essa aproximao, maior ser a adeso dos alunos nas atividades propostas. " um erro chamar os pais apenas para apontar as faltas de seus filhos, sem mostrar avanos", adverte a assessora psicoeducacional Catarina lavelberg.

    O que abandonar O que fazer

    X No comunicar os projetos da escola s famlias.

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