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PORTUGAL POSTDirector: Mário G. M. dos Santos
ANO XVI • Nº 180 • Julho 2009 • Publicação mensal • 2.00 €
Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351•E Mail: correio@free.de •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718
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Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 DoPVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853
Telmo Pirescresceu na
Alemanhacom o fado
na almaO cantor Telmo Pires é actualmente um dosgrandes embaixadores do fado na Alemanha,
mas não está de passagem, chegou com ospais emigrantes ainda criança, e manteve a
paixão pela língua e pela música portuguesas.
Página 13
Cartão do Cidadão disponível em 80
por cento dos consulados
até Setembro
EuropeiasAbstenção ganha
eleições naAlemanha
Língua PortuguesaWhat
língua is esta?
Destaque
SingenCentro Portuguêsaposta no Futebol
Feminino
Luís Figo - Anuncia fim da carreira na Europa
Amizades, títulos e estabilidade familiar são maiores recordações de 18 anos de carreira Pág. 3
PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009
EditorialMário dos Santos
2
DIRECTOR: MÁRIO DOS SANTOS
REDACÇÃO E COLABORADORESCRISTINA KRIPPAHL: BONAFRANCISCO ASSUNÇÃO: BERLIMFERNANDO A. RIBEIRO: ESTUGARDAHELENA GOUVEIA: BONAJOAQUIM PEITO: HANNOVERLUÍSA COSTA HÖLZL: MUNIQUE
CORRESPONDENTESALFREDO CARDOSO: MÜNSTERANTÓNIO HORTA: GELSENKIRCHENJOÃO FERREIRA: SINGENJORGE MARTINS RITA: ESTUGARDAJOSÉ PINTO NASCIMENTO: DÜSSELDORFKOTA NGINGAS: DORTMUNDMANUEL ABRANTES: WEILHEIM -TECKMICHAELA AZEVEDO FERREIRA: BONAPAULO ALEXANDRE: HAMBURGOZULMIRA QUEIROZ: GROß-UMSTADT
COLUNISTASANTÒNIO JUSTO: KASSELDORA MOURINHO: ESSENFERNANDA LEITÃO: TORONTOJOSÉ EDUARDO: FRANKFURTJOSÉ VALGODE: LANGENFELDLAGOA DA SILVA: LISBOALUIS BARREIRA, LUXEMBURGOMARCO BERTOLOSO: COLÓNIAMARIA DE LURDES APEL: BRAUNSCHWEIGPAULO PISCO: LISBOARUI MENDES: AUGSBURGRUI PAZ: DÜSSELDORFTERESA COLAÇO: COLÓNIA
ASSUNTOS SOCIAISJOSÉ GOMES RODRIGUES: ASSISTENTE SOCIALCONSULTÓRIO JURIDICOCATARINA TAVARES: ADVOGADAMICHAELA A. FERREIRA: ADVOGADAMIGUEL KRAG: ADVOGADO
FOTÓGRAFOS:PAULO FERREIRA E FERNANDO SOARESAGÊNCIAS: LUSA. DPAIMPRESSÃO: PORTUGAL POST VERLAG
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REDACÇÃO, ASSINATURAS E PUBLICIDADEBURGHOLZSTR.43 - D - 44145 DORTMUNDTEL.: (0231) 83 90 289FAX: (0231) 83 90 351WWW.PORTUGALPOST.DEE MAIL: CORREIO @ FREE.DE
REGISTO LEGAL: PORTUGAL POSTJORNAL DA COMUNIDADE PORTUGUESA NA ALEMANHAISSN 0340-3718 • K 25853PROPRIEDADEPORTUGAL POST VERLAG REGISTO COMMERCIAL HRA 13654
PORTUGAL POSTAgraciado com a medalha da Liberdadee Democracia da
Assembleia da RepúblicaFundado em 1993
OS TEXTOS PUBLICADOS NA RÚBRICA OPINIÃO SÃO DA EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DE QUEM OS ASSINA E NÃO VEICU-LAM QUALQUER POSIÇÃO DO JORNAL PORTUGAL POST
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PORTUGAL POST
celebra 16 anos de existência PORTUGAL POST como único jornal
português na Alemanha vai no seu dé-
cimo sexto ano de publicação.
Ao longo deste anos, o nosso / vosso
jornal nunca viu a sua publicação inter-
rompida. Mês a pós mês e ano após
ano fomos cumprindo o compromisso que as-
sumimos com os milhares e milhares de leitores
que nos lêem e com os anunciantes que durante
este anos todos foram depositando confiança
em nós.
Chegados aqui, o PORTUGAL POST tornou-se
incontornavelmente no porta-voz da comuni-
dade. Este jornal é hoje imprescindível e sem ele
verificar-se-ia um vazio ou, por outras palavras,
a existência da comunidade neste país seria
como um corpo amputado e sem voz.
Ao logo deste anos todos, a existência deste
jornal foi orientada por valores e princípios da
liberdade, do pluralismo, da independência, da
defesa de uma comunidade com necessidades e
interesses específicos e da denúncia das injus-
tiças, assegurando a todos o direitos à informa-
ção isenta, rigorosa e objectiva, distinguindo
claramente os espaços de opinião e assegu-
rando nestes o confronto das diversas corren-
tes de pensamento.
Claro que não pudemos nem podemos agradar
a todos, ou como soi dizer-se, fazer o pleno.
Seria impossível ser assim. Mas mesmo àqueles
a quem não agradamos nunca recusamos as pá-
ginas deste jornal para a divulgação dos seus
pontos de vista.
Com opinião própria por obediência ao seu es-
tatuto editorial, o PORTUGAL POST também
nunca se coibiu de dizer o que pensa indepen-
dentemente de agradar ou não.
Nunca confundimos confronto de ideias com
ataques nem nos moveu ou move interesses li-
gados a correntes ideológicas ou outras.
Nesta sua existência de década e meia, o POR-
TUGAL POST considerou e considera a sua ac-
tividade como um serviço de interesse público,
com respeito total pelos seus leitores.
Nota:
A Portugal Post Verlag, casa editora responsável
pela publicação deste jornal, poderá já em Se-
tembro próximo anunciar mais uma publicação,
esta com periodicidade semanal.
Para além do PORTUGAL POST que conti-
nuará como até aqui, a nova publicação estará
nas bancas e pode ser adquirida através de assi-
natura. Mais notícias sobre esta publicação na
edição de Setembro do PP.
O
PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009 3
Em entrevista à Agência Lusa, o
antigo capitão da selecção portu-
guesa considerou “impossível dizer
uma única recordação de 18 anos”
de carreira, que termina aos 36
anos, após ter conquistado um
quarto título italiano consecutivo
pelo Inter de Milão.
“Mas acho que todas as rela-
ções de amizade que criei ao longo
destes 18 anos são aquilo que fica
também para o futebol. Acima de
tudo, os títulos que ganhei e a
minha estabilidade em termos de
família são aquilo que fica na retina.
Fazendo um pouco o resumo dos
meus 18 anos de carreira, é aquilo
que fica ligado a mim”, disse.
Admite que também sofreu de-
cepções, mas opta por ignorá-las
por não contribuírem para a sua fe-
licidade: “As decepções têm que se
esquecer rápido, para não ficarem
na memória. É lógico que existiram,
mas, como não me fazem mais feliz,
acho que não vale a pena pensar
nelas”.
Quando se transferiu para o es-
trangeiro, em 1996, Luís Figo já
tinha sido campeão da Europa de
Sub-16 (1989), campeão do Mundo
de Sub-20 (1991) e vencedor da
Taça de Portugal (1995, pelo Spor-
ting).
Em Espanha conquistou, entre
outras competições, quatro títulos
nacionais (1998 e 1999, pelo FC
Barcelona, e 2001 e 2003, pelo Real
Madrid), uma Taça das Taças e uma
Supertaça Europeia (ambas em
1997, pelo FC Barcelona) e uma
Liga dos Campeões e uma Taça In-
tercontinental (ambas em 2002,
pelo Real Madrid).
A carreira ficou concluída com
a transferência para o Inter de
Milão, em 2005, acrescentando ao
seu currículo um quarto clube e
quatro títulos italianos consecuti-
vos, entre 2006 e 2009.
Ao serviço da principal selec-
ção nacional, esteve presente em
três Campeonatos da Europa
(1996, 2000 e 2004) e em dois
Campeonatos do Mundo (2002 e
2006), tendo como melhores resul-
tados o segundo lugar no
Euro2004, em Portugal, e o quarto
no Alemanha2006.
Mas a falta de um título não foi
uma frustração: “Eu acho que foi um
orgulho enorme poder chegar a
uma final pelo meu país. Foi uma
oportunidade perdida, é lógico que
preferia ter ganho, mas isso não
aconteceu e eu só posso estar feliz
pela minha trajectória em termos
de selecção nacional”, comentou.
Apesar de recusar fazer distin-
ções entre os quatro clubes que re-
presentou, recorda o Sporting
como aquele onde se formou e su-
blinha que continua a ser sócio dos
leões.
A sua carreira foi marcada por
uma regularidade só possível pela
quase ausência de lesões - a excep-
ção foi a fractura do perónio já no
Inter de Milão -, mas o antigo nú-
mero sete diz que o seu único se-
gredo foi “trabalhar muito”.
“Ao longo destes 18 anos nin-
guém me ofereceu nada. É lógico
que a minha fisionomia certamente
fez com que não tivesse tido muitas
lesões, também a sorte ajuda, mas
aquilo que conquistei foi com muito
trabalho, com muito suor. Não
posso afirmar mais, porque não
existe nenhuma solução mágica
para aquilo que tenha acontecido
ao longo da minha carreira”, refe-
riu.
Depois da polémica transferên-
cia para o rival Real Madrid, em
2000, Luís Figo passou a ser mal re-
cebido cada vez que se deslocava a
Barcelona, mas isso é algo que
nunca o preocupou.
“Eu faço a minha vida indepen-
dentemente daquilo que os outros
pensam ou possam fazer. Vou aonde
tenho de ir, vou aonde desejo ir,
faço aquilo que bem entendo e
aquilo que os outros pensam não
me importa minimamente. Se fosse
assim, de certeza que não tinha tido
18 anos de carreira, tinha tido uni-
camente dois ou três”, sublinhou.
Com as férias à porta, Luís Figo
ainda não sente a nostalgia da com-
petição, mas admite que esse é “um
processo normal” e quando as
equipas regressarem ao trabalho
será para si “mais duro”.
“Depois de os campeonatos
entrarem de férias, ainda estou na-
quela fase de normalidade. Depois
será mais duro, de certeza, quando
retomarem os compromissos que
têm os diversos clubes e eu conti-
nuar de férias”, reconheceu.
Emídio Simões, Agência Lusa
Luís Figo considera que Cris-
tiano Ronaldo “vai viver um ano de
intensa pressão” no Real Madrid,
que na semana passada chegou a
acordo com o Manchester United
para contratar o futebolista portu-
guês por cerca de 94 milhões de
euros.
O tetracampeão italiano pelo
Inter de Milão, que abandonou a
alta competição aos 36 anos, foi o
primeiro “galáctico” contratado por
Florentino Pérez, quando, no seu
primeiro mandato como presidente
do Real Madrid, o empresário espa-
nhol o resgatou ao FC Barcelona
Luís Figo - Anuncia fim da carreira na EuropaAmizades, títulos e estabilidade familiar são maiores recordações de 18 anos de carreira
por quase 60 milhões de euros, em
2000.
Figo, que esteve cinco tempora-
das em Madrid, foi então protago-
nista da mais cara transferência do
futebol mundial, mas nove anos de-
pois, com Florentino Pérez de re-
gresso, o negócio entre Real Madrid
e Manchester United por Cristiano
Ronaldo, de 24 anos, pulverizou
todos os recordes.
“Acho que ele [Cristiano Ro-
naldo] vai viver um ano de intensa
pressão e o mais importante é con-
centrar-se em fazer o trabalho dele,
mais nada”, disse Luís Figo à Agência
Lusa, em Genebra, Suíça.
Os valores da transferência não
intrigam o antigo capitão da selec-
ção portuguesa, que sublinha: “É a
lei do mercado, é a lei da compra e
da venda. Se existe um clube ven-
dedor e outro comprador, que se
põem de acordo em termos de
montantes, sucede isso”.
“Sem dúvida que se trata de nú-
meros que não passam pela cabeça
de ninguém, mas que existem e que
sucedem, como temos o exemplo
desta transferência. Se há um que
pode pagar e outro que quer ven-
der, acaba por suceder”, comentou.
Ronaldo vai ter “um ano de intensa pressão” em Madrid
Luís Figo prefere “esquecer rápido” as
decepções e elege as relações de amizadecriadas, os títulos con-quistados e a estabili-dade conseguida para a família como princi-
pais recordações de 18anos de carreira ao
mais alto nível nofutebol mundial.
PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009Nacional e Comunidade4
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A emigração portuguesaestá actualmente ao nível dosanos 1960, mantendo-se a ten-dência de fixação nos países dedestino, defende o coordenadordo Observatório da Emigração,que considera ilusória a ideia deque as saídas estagnaram.
„Há características novas nesta
emigração, mas no essencial diria que
se mantém uma emigração de fixação
no destino que não deve ser, neste
momento, inferior à média dos anos
50/60“, disse Rui Pena Pires.
Numa entrevista o coordenador
científico do Observatório da Emi-
gração rejeita a ideia de uma vaga re-
pentina de emigração, considerando
que se tem mantido constante desde
a adesão de Portugal à União Euro-
peia.
„Não é um fenómeno novo.
Houve uma ilusão de óptica. Com a
transformação de Portugal também
em país de imigração, houve uma con-
centração do olhar sobre a imigração,
mas todos os dados disponíveis mos-
tram que a emigração praticamente
só esteve parada em 1974/75 e nos
anos da integração europeia”.
No âmbito do Observatório da
Emigração, criado no início do ano
pelo gabinete do secretário de Estado
das Comunidades, uma equipa de in-
vestigadores do Instituto Superior de
Ciência do Trabalho e da Empresa
(ISCTE) está a recolher informação
sobre os portugueses emigrados.
Os primeiros dados recolhidos,
relativos ao período 2000-2005 deve-
rão ser disponibilizados on-line ainda
este mês.
Segundo Rui Pena Pires, os dados
agora obtidos vêm confirmar o Reino
Unido e a Espanha como novos des-
tinos de emigração na Europa e per-
mitem „ter uma ideia do crescimento
recente da emigração para Angola“.
„Toda a emigração para o Espaço
Económico Europeu cresceu, nomea-
damente em países como o Reino
Unido ou a Suíça, mas o crescimento
mais importante dos últimos anos é
para Angola”, onde há cerca de 100
mil portugueses, números que não
„andam muito longe“ dos oficiais.
“A emigração para os Estados
Unidos, Canadá ou Venezuela não de-
sapareceu, mas baixou, quando com-
parada com os novos destinos“, diz,
acrescentando que a França é o único
país que mantém um fluxo regular e
constante de emigrantes portugue-
ses.
„Talvez o único número que é
bastante diferente de tudo o que se
estava à espera é (…) na África do
Sul, que com toda a informação dis-
ponível é muito, muito, muito inferior
a tudo o que sempre se disse“, refere.
Os dados oficiais apontam para a
existência de 300 mil emigrantes na
África do Sul, mas Rui Pena Pires
afirma que „todas as contas que se
conseguem fazer apontam para entre
30 mil e 50 mil.“
O investigador afirma ainda que
„uma parte da nova emigração na
União Europeia é mais temporária e
envolve mais circulação do que no
passado“, justificando que é uma emi-
gração mais qualificada e porque as
deslocações são mais baratas que no
passado.
Sem dados que lhe permitam per-
ceber os efeitos da actual crise eco-
nómica na emigração portuguesa, Rui
Pena Pires considera, no entanto, que
“os emigrantes não são parvos e não
vão emigrar se não tiverem oportu-
nidades maiores no país para onde
vão emigrar do que no país onde
estão“.
Segundo os últimos dados da Di-
recção-Geral dos Assuntos Consula-
res e Comunidades, há 4.968.197
portugueses no estrangeiro, mas este
número é apenas relativo aos inscri-
tos nos consulados, registo que não é
obrigatório.
A emigração portuguesa está actualmente ao nível dos anos 1960
O PSD questionou o Governo
sobre o programa Escola Virtual para
estrangeiros, afirmando que quatro
anos depois do seu lançamento „nada
é conhecido“ sobre quantas pessoas
o utilizaram ou o financiamento que
teve.
O programa, que lançado em
Junho de 2005, pressupunha que as
comunidades portuguesas no estran-
geiro pudessem usar a plataforma
Porto Editora - Escola Virtual na In-
ternet para aprender português, pa-
gando um custo „simbólico” - entre
20 e 25 euros - para terem cartões
de utilizador.
Em declarações à Agência Lusa, o
deputado social-democrata José Ce-
sário - que subscreveu as perguntas
dirigidas ao Ministério dos Negócios
Estrangeiros através da Assembleia da
República - disse que „nada é conhe-
cido“ sobre o Escola Virtual.
„Quando foi apresentado, era
uma solução para a grande dificul-
dade em generalizar o ensino do por-
tuguês pela rede dos portugueses no
exterior e outros públicos interessa-
dos, mas pelas informações que
vamos tendo, praticamente ninguém
aderiu“, disse José Cesário.
Assim, os deputados do PSD elei-
tos pela Emigração querem saber
quantos utilizadores recorreram ao
Escola Virtual durante os quatro últi-
mos anos lectivos e quantos obtive-
ram a certificação de conhecimentos
em língua portuguesa.
Um dos pressupostos do pro-
grama era que os alunos estudariam
em regime de auto-aprendizagem, re-
correndo a professores através da In-
ternet e fariam exames presenciais
nos consulados para certificação de
resultados.
Os sociais-democratas pergun-
tam „quantos exames foram feitos
nas instalações dos Postos Consula-
res“, quais foram usados para realiza-
ção de provas, quanto dinheiro foi
feito com as vendas de cartões e qual
o financiamento global.
„Não há informações que tenham
tido lugar em algum Consulado ou
em alguma Embaixada de Portugal
qualquer tipo de exame relativo à Es-
cola Virtual“, referem os deputados,
que questionam se o projecto acabou
por não ter viabilidade.
Questionada pela Agência Lusa
sobre a matéria das perguntas, fonte
do gabinete do secretário de Estado
das Comunidades afirmou „não res-
ponder a perguntas dirigidas ao Go-
verno pela Assembleia da República
através da comunicação social“.
PSD questiona Governo sobre funcionamento do programa Escola Virtual
Doze portugueses que vivem noestrangeiro foram distinguidosno dia 26 de Junho, em Lisboa,com os Prémios Talento 2008,atribuídos pela Secretaria de Es-tado das Comunidades.
Na categoria Artes do Espectá-
culo, a vencedora foi a actriz, escri-
tora e produtora Alice de Sousa, do
Reino Unido que fundou a Galleon
Theatre Company, o teatro Green-
wich Playhouse e a companhia de ci-
nema Galleon Films.
Na área de Artes visuais, foi dis-
tinguida a pintora Maria Cristina Ta-
vares, de França, que expõe em
exclusividade numa das principais ga-
lerias de arte de Lyon.
O prémio Associativismo foi atri-
buído ao Real Hospital Português de
Beneficência em Pernambuco, Brasil,
o maior complexo do norte-nordeste
brasileiro, gerido por portugueses e
que, apesar de ser uma instituição pri-
vada, dá assistência médica e social
gratuita aos mais carenciados.
Na categoria de Ciência, foi dis-
tinguido Victor Pereira da Rosa, do
Canadá, especializado em antropolo-
gia social e sociologia, tendo já publi-
cados diversos trabalhos em vários
países, incluindo Portugal.
Na Comunicação Social, o vence-
dor foi José Ribeiro Franco, do Ca-
nadá, director e proprietário do
Jornal Luso-Canadiano.
Letícia da Costa venceu o prémio
Desporto. Esta jovem, de 22 anos,
pratica karaté e foi vice-campeã do
Luxemburgo na categoria de Cadetes.
O prémio Divulgação da Língua
Portuguesa foi atribuído a Pierre Lé-
glise-Costa. O professor, linguista e
crítico literário já mereceu outras
distinções, nomeadamente o Prémio
Europeu Charles Perrault pelo me-
lhor trabalho de divulgação de litera-
tura estrangeira em França.
Na área Empresaria, foi distin-
guido Avelino Costa, um empresário
dedicado à comercialização e em
1981 foi eleito deputado federal pelo
Estado de Minas Gerais, Brasil. Criou
também a Fundação de beneficiência
Mendes da Costa.
Na categoria Humanidades, o
prémio foi para Elisa das Candeias
Borges, religiosa da Congregação de
Nossa Senhora da Caridade, em
França, que ajuda presos da cadeia de
Fresnes, nos arredores de Paris.
O prémio Literatura foi atribuído
a Isabel D’Ávila Winter, professora de
escrita criativa no Kenmore Commu-
nity College, em Vrisbane, Austrália.
Em 2008, publicou o romance “Dona
Stella e as suas rivais”, editado em
Portugal pela Quidnovi.
Na Política, o vencedor foi Gil-
berto Pereita Martins, um dos mais
destacados membros não africanos
do Congresso Nacional Africano
(ANC, no poder na África do Sul) e é
actualmente director-adjunto das
Obras Públicas do governo provincial
de Gauteng.
Finalmente, na área das Profissões
Liberais, foi distinguido Manuel Nor-
berto de Sousa, um dos melhores
vendedores no Canadá da rede imo-
biliária REMAX.
Em declarações aos jornalistas no
final da gala de atribuição dos Pré-
mios, que se realizou no Convento do
Beato, em Lisboa, o secretário de Es-
tado das Comunidades, António
Braga, afirmou que o objectivo desta
iniciativa é o “reconhecimento de tan-
tos e tantos portugueses que honram
a memória” de Portugal.
“Temos de saber criar sinergias e
fazer com que no quotidiano o país
também possa beneficiar dessa força
que existe em todo o mundo”, disse.
Os vencedores da terceira edição
dos Prémios Talento receberam uma
obra do escultor Charters de Al-
meida.
Prémios Talento 2008
E os vencedores foram ....
PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009 Nacional e Comunidades 5
Oitenta por cento dos consula-
dos portugueses espalhados pelo
mundo deverão ter, em Setembro,
„a cobertura da área consular com
oferta do Cartão do Cidadão“,
anunciou o secretário de Estado
das Comunidades, António Braga.
Durante uma visita ao consu-
lado geral de Paris, França, António
Braga referiu que „há já um con-
junto de consulados com relevo
para a Europa, mas também fora da
Europa, que estão a receber o pro-
grama“.
„A nossa meta é termos cerca
de 80 por cento de todo o trabalho
consular com a oferta do Cartão
do Cidadão até ao mês de Setem-
bro e, nessa medida, estão agora a
desenvolver-se um conjunto de ac-
ções“, afirmou o governante.
Na Suíça, Londres, Canadá e al-
guns países da América Latina „esse
procedimento está a ser desenvol-
vido, afirmou.
António Braga mencionou
igualmente que também „o pro-
grama de acesso directo à base de
dados da justiça - que permite fazer
o serviço na hora - já está pratica-
mente todo concluído, devendo até
ao final do mês de Julho ficar dispo-
nível a 100 por cento na rede con-
sular“.
No âmbito desta reestrutura-
ção consular levada a cabo pelo
Governo português, está previsto o
redimensionamento da rede exis-
tente por todo o globo, sendo Paris
um exemplo.
À semelhança do consulado da
capital francesa, também o consu-
lado de Londres será alvo de uma
reestruturação, segundo o secretá-
rio de Estado.
„Todo o processo de reestrutu-
ração consular foi lançado à rede
mundial que Portugal dispõe e a
rede consular tem uma dimensão
que, relativamente a Portugal, é
considerada das mais fortes“, disse.
„Há um esforço extraordinário
de Portugal, também orçamental,
para podermos proporcionar este
serviço às pessoas na vertente do
serviço público e portanto essa é a
razão de ser da reestruturação“,
disse.
Apesar do ligeiro atraso „rela-
tivamente à própria modernização,
o caso de Londres enquadra-se
nesse plano“, justificou.
„Acredito que no mês de Se-
tembro temos todo o processo de
transformação concluído e com
uma estrutura equivalente em ter-
mos funcionais à de Paris“, acres-
centou.
Igualmente presente nesta visita
ao consulado geral de Paris esteve
o secretário de Estado da Justiça,
Cartão do Cidadão disponível em 80 por centodos consulados até Setembro
Tiago Silveira.
„Antes desta reforma, as pes-
soas tinham que esperar cerca de
quatro meses para terem o registo
de nascimento, de casamento, um
divórcio resolvido, mas agora, por-
que os consulados passaram a utili-
zar directamente as aplicações
informáticas dos registos, estes pas-
sam a fazer-se imediatamente no
consulado“, declarou.
Desta forma, „Portugal fica mais
próximo dos portugueses no es-
trangeiro e isso significa também
melhores serviços públicos“, consi-
derou Tiago Silveira.
O secretário de Estado das Co-
munidades, António Braga, alertou
para a necessidade de todo o Go-
verno se empenhar na „revalorização
dos portugueses que vivem no es-
trangeiro“, traduzindo-se „em acções
concretas“.
„Estou a salientar que a realidade
dos portugueses que vivem fora de
Portugal não pode ser desconside-
rada e, muito menos, esquecida e é
também esse o papel que cabe ao
membro do Governo que tutela esta
área“, defendeu o governante, em de-
clarações à imprensa à margem de
uma visita ao consulado geral de
Paris, França.
António Braga salientou a urgên-
cia de reforçar „a componente de vi-
sibilidade e reconhecimento até no
lançamento de programas e acções
que contemplem de forma constante
essa parceria ou essa relação com os
portugueses que vivem no estran-
geiro“.
„Falo de uma população estimada
em cerca de cinco milhões de cida-
dãos, em empresários, cujo levanta-
mento ultrapassa já cerca de 120 mil
empresas, falo num conjunto de indi-
cadores que são indissociáveis desta
realidade“, disse.
Instado a mencionar acções con-
cretas, o secretário de Estado apon-
tou medidas „no domínio da
economia, da cultura, da preservação
da língua“.
„Mas isso também tem que ter
contrapartidas para Portugal na reva-
lorização interna do peso específico
da própria comunidade portuguesa
que vive no estrangeiro“, salientou.
De acordo com António Braga,
„os programas dedicados ao estímulo
ao investimento em Portugal têm que
levar em conta estes parceiros que
vivem fora de Portugal“.
Relativamente aos programas
destinados às parcerias entre empre-
sas, em particular, estes „têm que
levar em conta o tecido empresarial
titulado por portugueses que têm
lugar em diferentes países do mundo
e que têm lugar privilegiado do ponto
de vista da competitividade e da eco-
nomia cada vez mais global“.
António Braga pede a todo o Governo “revalorização” dos emigrantes
de casa, se assim o entenderem“, ex-
plicou o governante.
Ressalvando que o propósito
deste equipamento é o de „permitir
a massificação do acesso das pessoas
em situação de relacionamento no
mundo associativo“, António Braga
fez um balanço positivo desta medida
alternativa.
„O consulado virtual é uma ini-
ciativa que neste momento tem cerca
de 1.200 actos concretizados por
mês, o que é ainda pouco“, reconhe-
ceu o secretário de Estado das Co-
munidades, justificando que „é o
início de uma nova ferramenta que só
agora se concretiza“.
Este equipamento está já insta-
lado em diferentes pontos do globo,
com 75 equipamentos já instalados
ou em fase de instalação, acrescentou.
„Temos um calendário e um
mapa: numa primeira fase ambiciona-
mos instalar à volta de 200 quiosques
multimédia (consulados virtuais) no
mundo inteiro e depois fazer a avalia-
ção do uso desse equipamento“, re-
feriu ainda António Braga.
As comunidades portuguesas re-
sidentes nos arredores de Paris
podem agora ver reforçada a rede
consular com a instalação de mais um
consulado virtual inaugurado pelo se-
cretário de Estado António Braga.
Na sequência do redimensiona-
mento da rede consular, „a constru-
ção deste consulado virtual permite
que as pessoas possam dirigir-se ao
consulado através da Internet“, decla-
rou o secretário de Estado das Co-
munidades, à margem da inauguração
do consulado virtual na Associação
Portuguesa Cultural e Social (ACPS)
em Pontault Combault, nos arredores
de Paris. António Braga explicou as
mais-valias deste equipamento seme-
lhante a uma ‘caixa automática’, ou
seja, „autónomo, que se instala em di-
ferentes lugares públicos ou associa-
ções destinado a facilitar o acesso das
pessoas por via da internet“.
Mas esta modalidade só estará
acessível aos cidadãos portugueses
portadores de um código de acesso
e respectiva palavra passe, podendo
„aceder ao consulado virtual a partir
Novo consulado virtual portuguêsinaugurado nos arredores de Paris
A Comissão Permanente da
Participação Cívica e Política de-
fende que os emigrantes portu-
gueses votem nas eleições para
as juntas de freguesia e câmaras
municipais em Portugal, desde
que mantenham uma ligação
forte ao país.
Segundo disse o presidente
da referida Comissão, Paulo Mar-
ques, a ideia foi lançada no de-
correr da reunião de trabalho de
dois dias em Lisboa
Para Paulo Marques, „uma li-
gação forte a Portugal“ pode tra-
duzir-se na construção de uma
casa na freguesia de nascimento,
ou em deslocações anuais ou
mais do que uma vez por ano à
terra natal, levando os emigran-
tes a interessarem-se pela polí-
tica local.
No encontro que a Comis-
são Cívica e Política do Conse-
lho das Comunidades
Portuguesas (CCP) manteve
com a Associação Nacional das
Freguesias (ANAFRE), o tema foi
abordado devendo agora ser
„amadurecido“ para que mais
tarde (eventualmente na pró-
xima legislatura) sejam tomadas
as medidas necessárias para con-
cretizar esta pretensão dos emi-
grantes, como já acontece em
Espanha e Itália.
Na opinião de Marques, que
cumpre actualmente o seu ter-
ceiro mandato no CCP e é au-
tarca em Aulnay-sous-Bois
(França), o facto dos emigrantes
portugueses votarem presencial-
mente nas eleições presidenciais,
por correspondência nas legisla-
tivas e novamente através de
voto presencial e durante três
dias nas europeias, cria alguma
confusão.
Comissão Cívica e Política quer
emigrantes a votar nas autárquicas
em Portugal
PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009Opinião6
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Por Paulo Pisco
acção do Governo e do PS
relativamente às Comuni-
dades tem sido altamente
inovadora, porque com-
porta uma enorme mu-
dança na forma de
relacionamento com os
portugueses que vivem e trabalham
no estrangeiro, numa postura de
igual para igual e de valorização
efectiva da sua situação, mas sem o
paternalismo que em alguns gover-
nos passados existiu.
Seria por isso bom que também os
responsáveis políticos e outros líde-
res das comunidades abandonassem
uma postura própria de há trinta
anos, ainda ancorada na visão da
“mala de cartão”, como se o mundo
não tivesse evoluído nas últimas dé-
cadas e não fosse necessário levar
em consideração aspectos como a
existência das segundas e terceiras
gerações com atitudes e interesses
muito diferentes dos seus pais e
avós, a rápida e enorme evolução
das tecnologias de informação e co-
municação e o acréscimo de mobi-
lidade a nível global, mas sobretudo
no espaço da União Europeia, que
vieram transformar radicalmente as
relações de trabalho e de proximi-
dade entre os portugueses, onde
quer que estejam.
A abordagem dos problemas das
comunidades não deve ser instru-
mental, quer dizer, levar mais em
consideração o cálculo eleitoral
para conseguir votos nas eleições,
do que apontar caminhos para que
as nossas comunidades se integrem
bem e tenham as melhores oportu-
nidades nos países que escolheram
para viver. Uma abordagem instru-
mental das nossas comunidades
tende a considerá-las apenas na re-
lação a Portugal, como se fossem
uma espécie de nichos de mercado
eleitoral, quando, pelo contrário, de-
veríamos era estar todos apostados
em valorizar muito, mas muito, a in-
serção dos portugueses na cidade,
região e país que escolheram para
viver, trabalhar e educar os filhos.
No que se refere ao movimento as-
sociativo, por exemplo, é inquestio-
nável a sua importância para os
portugueses, mas as associações
devem fazer tudo para evitar funcio-
narem como “guettos” ou serem
utilizadas como forma de esconder
dificuldades de integração e de rela-
cionamento com os cidadãos e as
instituições dos países de acolhi-
mento. Este é um tema que deveria
ser discutido e analisado por todos
e é tão importante como debater as
razões pelas quais se assiste ao en-
fraquecimento e à morte de tantas
associações.
É óbvio que deve igualmente ser re-
forçada e melhorada a ligação a Por-
tugal, mas nesse aspecto é preciso
reconhecer que o Governo tem
agido bem ao criar uma relação com
as comunidades em que prevalece a
modernidade a partir de uma valo-
rização das iniciativas dirigidas a em-
presários, jovens, artistas, cientistas,
numa relação descomplexada e
adulta e que vai ao encontro da mu-
dança de mentalidades nas Comuni-
dades. Além disso, é importante
referir que os problemas mais gra-
ves que havia nos consulados foram
resolvidos, como acontecia em Ge-
nebra e no Luxemburgo. Só Lon-
dres, apesar de algumas melhorias,
precisa ainda de se adaptar melhor
à grande comunidade e às suas ca-
racterísticas particulares, estando já
previstas também mudanças para
breve. Na Alemanha, um dos casos
que merece relevo é a mudança de
instalações e a respectiva melhoria
de condições do consulado de
Hamburgo.
Quando olhamos para as reformas
do Governo do PS em matéria de
comunidades, devíamos compreen-
der o seu significado e o seu al-
cance. A reforma consular com a
aplicação massiva das tecnologias de
informação e comunicação, o consu-
lado virtual, o reforço do relaciona-
mento com os empresários, a
contratação local de professores, o
apelo determinado ao envolvimento
cívico nos países de acolhimento, as
políticas de natureza social, onde
agora se pode incluir a contagem do
tempo de tropa para efeitos de re-
forma, ou a valorização das novas
gerações, são apenas alguns aspec-
tos destes novos caminhos que
estão a ser seguidos, em que os por-
tugueses a residir no estrangeiro
são efectivamente encarados como
cidadãos plenos. E é assim que se
dignificam as nossas comunidades.
Com um trabalho lúcido, responsá-
vel e reformador, que o Governo do
Partido Socialista de José Sócrates
(e a Secretaria de Estado das Comu-
nidades de António Braga) tem
vindo a implementar.
Paulo Pisco é Director do Departamento Internacio-nal e de Comunidades do PS
Novos Caminhos para as Comunidades
A
É importante referir que os problemas mais graves que havianos consulados foram resolvidos, como acontecia em Gene-bra e no Luxemburgo. Só Londres, apesar de algumas melho-rias, precisa ainda de se adaptar melhor à grande comunidadee às suas características particulares, estando já previstas tam-bém mudanças para breve. Na Alemanha, um dos casos quemerece relevo é a mudança de instalações e a respectiva me-lhoria de condições do consulado de Hamburgo.
“
Li no último número do “Por-
tugal Post” um comentário de um
leitor do jornal intitulado “Tempo
de despertar” que escrevia sobre
a grave situação que a associação
portuguesa em Bona esta viver,
deixando no ar que a associação
pode ter os dias contados. Se é
verdade, e da forma como o leitor
escreve leva-nos a pensar que
sim, esta é uma situação que tem
que obrigatoriamente pôr a pen-
sar tudo e todos.
Pois se entre todas as associa-
ções há algumas conhecidas
como bem estáveis uma delas é a
Associação Lusitânia de Bona. Isto
quer dizer que se a Associação
em Bona deixar de existir não é
exagerado dizer que está em
causa a existência de todas as as-
sociações. Se uma das mais está-
veis está a viver uma situação
difícil, então que dizer das outras
que se batem com problemas fi-
nanceiros e de gente para as man-
ter de pé?
Pelo “Portugal Post” tem-se
sabido que existe uma Federação
de Associações. Penso que esta
Federação devia fazer um apa-
nhado das associações com pro-
blemas , organizar uma comissão
onde todas as associações esti-
vessem representadas e levar às
nossas autoridades uma proposta
para salvar o que vai restando das
associações.
Parece que todos estão à es-
pera que as coisas se resolvam
sozinhas e enquanto se espera vai
morrendo uma hoje, outra ama-
nhã, outra depois e assim sucessi-
vamente.
Também gostava que o “Por-
tugal Post” como porta-voz da
comunidade escrevesse mais e
alertasse para a situação das as-
sociações.
Como diz o leitor, não pode-
mos assistir sem fazer ao deitar
fora todo o esforço que as gera-
ções anteriores dedicaram à
construção das associações.
António MarquesColónia
Fala o Leitor
O futuro das associações
PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009 7Comunidade AlemanhaEuropeias Eleições locais
De 11520 inscritos nos cadernos
eleitorais, apenas 425 votantes deslo-
caram-se aos consulados para votar.
Numa apreciação nua e crua sobre a
participação eleitoral na Alemanha
conclui-se que foram votar os militan-
tes dos partidos que trouxeram famí-
lia e amigos.
As urnas nos consulados estive-
ram abertas durante três dias das
8h00 às 19h00 e imagine-se a tre-
menda desilusão das pessoas que as-
sistiam às mesas: funcionários dos
consulados e representantes dos par-
tidos.
Feitas as contas no final, e depois
dos resultados apurados pela Direc-
ção Geral da Administração Interna, a
abstenção na Alemanha situou-se nos
96,31 %. Nas últimas eleições para o
mesmo parlamento, em 2004, a abs-
tenção foi de cerca de 70%, sendo
que aqui os cidadãos votaram por
correspondência.
Temia-se, pois, que estas eleições
teriam uma abstenção significativa. O
desinteresse por estas eleições aliado
à falta de informação e à inexistência
de acções de esclarecimento dos par-
tidos sobre a importância do parla-
mento europeu na vida dos cidadãos
pode explicar algumas das razões que
levam os eleitores a ficarem em casa.
Também os representes dos par-
tidos portugueses na Alemanha ten-
tam encontrar explicações para tão
grande abstenção.
Artur Amorim, presidente do
PSD na Alemanha acusa o Governo
“por não produzir informação sufi-
ciente sobre o modo de votar nestas
eleições porque muitas pessoas pen-
savam que iam votar por correspon-
dência”. Amorim diz ainda que “houve
muita gente que decidiu votar nos
partidos alemães. As pessoas também
não estavam informadas sobre os
prazos de recenseamento”, disse o
líder social-democrata na Alemanha,
que se mostrou satisfeito com a vitó-
ria do seu partido na Alemanha.
O PS, pela voz de um seu mili-
tante da área consular de Dusseldorf,
Manuel Botelho, disse que a absten-
ção “retrata um pouco aquilo que
aconteceu em todo lado. Em boa ver-
dade há que fazer um trabalho sério
em que todos estejamos envolvidos
para não se verificam valores de abs-
tenção como os que aconteceram
nas última eleições para o parlamento
europeu. Penso que criticar o Go-
verno pela abstenção é cair na critica
fácil e na demagogia”
Já o PCP, pela voz de um seu res-
ponsável na Alemanha, Rui Paz, diz
que “há muita gente que está desilu-
dida, pois vota e torna a votar e as
coisas em vez de melhorar pioram”.
Rui Paz, numa análise mais profunda,
aponta culpas pela abstenção à “di-
reita conservadora, à social-democra-
cia e à maior parte dos partidos
socialistas europeus” que desacredi-
tam a democracia e “proíbem os ci-
dadãos de se pronunciar sobre as
decisões mais importantes respeitan-
tes à União Europeia”.
Feitas as contas o PSD ganhou
por uma margem mínima as eleições
europeias neste país. Com um total
de votos de 119 contra 115 do PS, o
PSD obteve 30,35 % contra os 42 %
conseguidos em 2004, enquanto o PS
se fica pelos 27,06%, muito abaixo
dos 39% conseguidos nas anteriores
eleições.
A CDU conserva o 3º lugar mas
sobe de 2,54% (2004) para 23,06%
(2009). O BE sobe igualmente de 1.35
(2004) para 10,12% (2009).
A surpresa cabe a CDU, coligação
PCP-Verdes, que consegue ser a pri-
meira força política na área consular
de Düsseldorf. Nesta área, a CDU
obtém 45 votos dos 97 entrados nas
urnas.
Na Europa o Partido Socialista
baixa de 45.99% (2004) para 30.9%
(2009). O PSD cai de 34,68% (2004)
para 28.54% (2009). A CDU fica em
3º lugar, mas sobe de 4.15% (2004)
para 17.31% (2009). O BE passa de
1,87% (2004) para 9.81% (2009).
Abstenção ganha eleições naAlemanha
As últimas eleições para oParlamento Europeu teve,na Alemanha, um clarovencedor: a abstenção.
Düsseldorf Estugarda Hamburg Frankfurt/ Berlin
Osnabrück Europa Leste
PPD /PSD 17 42 32 28 119
PS 23 32 36 24 115
CDU 45 18 20 15 98
B.E. 10 9 5 19 43
CDS/PP 2 1 1 4 8
97 102 100 90 totais
Votação por área consular
„Fiquei muito aquém do que es-
perava, mas paciência, a vida conti-
nua, e há muito trabalho para
fazer“, disse Maria do Céu Campos,
que obteve 1910 votos e precisava
de quase seis mil para ser eleita.
Na Alemanha, os candidatos às
autárquicas apresentam-se em listas
partidárias, mas depois são eleitos
para as assembleias municipais e as-
sembleias de freguesia os nomes
mais votados, independentemente
da formação política.
Céu Campos também não lo-
grou ser eleita para a Assembleia de
Freguesia de Eschach, em votação
em que obteve 547 votos, mas pre-
cisa de cerca de 700 votos.
Em recente entrevista (ver em
www.portugalpost.de) , Maria do
Céu Campos, que vive há 33 anos
na Alemanha, manifestou o desejo
de que os seus compatriotas fos-
sem politicamente mais activos na
sociedade de acolhimento.
„Acho que todos podem fazer
alguma coisa, seja em que partido
for, não podemos estar à espera
que as coisas caiam do céu“, disse a
cidadã portuguesa, de 56 anos.
A sua recandidatura à Assem-
bleia Municipal de Ravensburg, onde
moram cerca de 260 portugueses,
foi o corolário das actividades
sócio-políticas que tem desempe-
nhado nesta cidade no Sudoeste da
Alemanha, a par da actividade pro-
fissional numa grande firma de en-
genharia, e da vida familiar.
Em 1985, foi eleita para a direc-
ção do Centro Português de Ra-
vensburg, a partir de 1989 integrou
o Conselho dos Estrangeiros junto
da câmara municipal, em 1999 foi
convidada pela primeira vez para
ser candidata da CDU às eleições
autárquicas, e a partir de 2001 pas-
sou a fazer parte da direcção distri-
tal dos democratas-cristãos.
Em Ravensburg moram cerca
de 260 portugueses, mas quando há
eleições, quer para órgãos de poder
em Portugal, quer na Alemanha, „a
abstenção é muito grande“, lamenta
a candidata portuguesa. FA.
Portuguesa falhou eleição para Assembleia Municipal de Ravensburg
A portuguesa Mariado Céu Campos falhoua eleição para a Assem-
bleia Municipal de Ravensburg, nas au-
tárquicas , a que se can-didatava nas listas da
União Democrata-Cristã (CDU), da chan-
celer Ângela Merkel.
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Paulo Reis, responsável pela
secção de futebol feminino do Cen-
tro Português de Singen, é um
exemplo vivo de quem através de
desporto integrado numa associa-
ção lusa consegue dar a uma colec-
tividade um verdadeiro rumo e um
sentido válido à sua existência.
Orientando 97 atletas, 59 dos
quais são do sexo feminino, Paulo
Reis, viu recentemente o seu traba-
lho reconhecido aquando da apre-
sentação oficial de quatro equipas
de futebol feminino com raparigas
com idades dos 5 aos 21 anos que
vão participar no campeonato da
época 2009/2010 da região de
Boden See.
Centenas de pessoas e familia-
res dos atletas puderam assistir a
um espectáculo maravilhoso da
apresentação das equipas do Cen-
tro Português de Singen.
Presente na cerimónia, Marion
Mirtthes, responsável pelo futebol
feminino da região do Boden See,
disse sentir orgulho por uma insti-
tuição estrangeira ter a coragem de
ultrapassar as suas próprias frontei-
ras e abrir-se à sociedade de uma
forma clamorosa através de um tra-
balho reconhecido como muito útil,
não apenas à sociedade onde está
integrada, como à construção da
personalidade de muito jovens que
através do desporto aprendem a
respeitarem-se mutuamente e a
crescerem de forma saudável física
e moralmente.
A senhora Mirthes elogiou
ainda as atletas e toda as equipas
técnicas que, depois dos seus afaze-
res, se entregam ao trabalho que
contribui para engrandecer os atle-
tas e promover o futebol feminino.
Paulo Reis aproveitou a pre-
sença do PORTUGAL POST para
fazer um apelo aos empresários e
instituições que queiram apoiar as
equipas do Centro Português de
Singen através da oferta de equipa-
mentos e, assim, tornarem-se pa-
trocinadoras das várias equipas.
Paulo Reis disse-nos que “todos
sabem que as colectividades se de-
batem com a falta de recursos ma-
teriais e financeiros”, por isso “as
ajudas são bem-vindas” porque o
trabalho que Paulo Reis e o Centro
Português de Singen estão a levar a
cabo no campo do desporto para
as crianças e jovens é valioso para
todos.
Empresas que queiram informa-
ções para oferta de equipamentos
podem faze-lo através do corres-
pondente do PORTUGAL POST
em Singen João-Manuel Ferreira
Fon: 07731/41281 joao.m_fer-
reira@web.de
João FerreiraCorrespondente
Centro Português de Singen aposta noFutebol Feminino
Os dias 23 e 24 de Maio passado
foram dias grandes para o Moto
Clube de Portugueses em Hamburgo.
Para além do encontro anual, os mo-
tardes lusos de Hamburgo participa-
ram activamente na procissão em
honra de Nossa Senhora de Fátima e
na missa que partiu da Domkirche St
Marien e que foi um momento bonito
de se ver. Isto no Domingo.
Já o Sábado foi dia de festa rija
diante do conhecido restaurante O
Oliveira, em Bilbrok. Houve animação
e música com os grupos B-Mad-Rock
e o Brush your Monkey.
Fundado em 2004 por um grupo
de amigos que sempre tiveram paixão
pelas motos, o Moto Clube nasceu
em conversas de café do tal grupo
amigos que participavam a título indi-
vidual em concentrações.
Foi no dia 15 de Dezembro de
2003 que quatro amigos decidiram
arrancar com a ideia que, como se
disse, tinha nascido em conversas de
café.
Começaram pela criação de um
emblema que os distinguisse dos ou-
tros clubes já existentes; escreveram
estatutos de acordo com a lei, e daí
até hoje já aderiram cerca de vinte e
cinco membros que possuem o em-
blema oficial do clube que é atribuído
depois de um ano da adesão dos seus
membros. Convém dizer que Clube
Moto tem muito simpatizantes, isto é,
membros que ainda não têm o tal
emblema que identifica os sócios
A adesão de novos membros está
dependente de diversos factores que
têm a ver com o comportamento de
cada indivíduo: ter um comporta-
mento morar e cívico exemplar na
sociedade, nem ter má fama.
Falta dizer que o Moto Clube
realiza durante o ano diversas mani-
festações: passeios turísticos, partici-
pação em concentrações de
motardes com outros clubes na Ale-
manha: a missa anual do motard por-
tuguês, etc..
O Moto Clube esta aberto a
todos os motards de todas as nacio-
nalidades que residam na região de
Hamburgo e arredores
Mais informações em
www.mcph-ev.de
Paulo AlexandreCorrespondente
Moto Clube Português realiza encontro anual com festa rija
Hamburgo
Em cima, plantel de uma das equipas feminina. Na foto mais pequena: Paulo Reis e a senhora Marion Mirtthes
Fotos: joão Ferreira
Aspecto da procissão realizada em hamburgo. Foto: Paulo Alexandre
PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009 Comunidade Alemanha 9
GENTESílvia Dias é para a maioria
dos portugueses aqui residen-
tes um nome desconhecido tal-
vez porque da sua biografia não
conste qualquer ligação às ini-
ciativas da comunidade. No en-
tanto, esta jovem portuguesa é
uma estrela no firmamento da
música que se faz e se canta na
Alemanha.
Esta cantora luso descendente
de 23 anos de idade tem mere-
cido muitos elogios da imprensa
alemã, não apenas porque o seu
último Single “Thank You” cons-
titui uma sensacional revelação,
mas também porque a sua pre-
sença em palco faz dela uma
cantora muito requisitada para
concertos dentro e fora da Ale-
manha .
A sua voz forte, meiga e, ao
mesmo tempo sensual, faz desta
cantora um caso de sucesso e,
naturalmente, uma artista com
um potencial enorme de ascen-
são no mundo da música.
Provocou a integração a vários
níveis, no desporto, no convívio in-
ternacional, na organização da festa
da cidade, uma das maiores festas
deste estado. Foi treinador duma
equipe de jovens de diversas nacio-
nalidades. Há anos que diversas nú-
cleos de portugueses na Alemanha
se solidarizaram com o Dr. Manfred
Prinz numa acção solidária com as
crianças da Rua em Moçambique. O
Jorge Avelar no seu lugar de traba-
lho provocou um fluxo de solida-
riedade junto dos seus colegas.
O fruto da sua maneira de ser
expressou-se com muita objectivi-
dade na comitiva que o acompa-
nhou à sua ultima morada. A
saudade espelhava-se em cada
rosto dos presentes. Os seus pupi-
los do futebol devidamente vesti-
dos, com seus pais, amigos, colegas
do grupo das festas, de trabalho, fi-
zeram-se apresentar em peso. Era
uma Sexta-feira ao meio-dia.
A Associação Portuguesa de
Neuss esteve presente em peso.
Esta instituição constituiu muitas
vezes a sala de visitas para os seus
amigos, que não distinguia pelo co-
lorido da nacionalidade. O seu
Sportinguismo era firme, pelo res-
peito que nutria pelas diferenças de
cores. Conseguia alegrar-se com a
vitoria dos seus rivais.
Neuss ficará mais pobre? Terá
ele na verdade desaparecido dos
nossos horizontes? Acho que não,
ele continuará vivo nas nossas me-
mórias e a sua obra, o seu bom co-
ração, continuará a bater naqueles
que lhes irão seguir as pegadas.
Deste palco que é o Portugal
Post, queremos alongar as nossas
mãos e abraçar todos os teus fami-
liares e amigos que com tanto cari-
nho e abnegação te acompanharam,
em especial nestes anos de luta que
não conseguiste vencer. O teu de-
sejo, segredado alguns dias antes
ao autor deste artigo, irá ser cum-
prido: a celebração duma Eucaristia
como um encontro a outro nível
dos amigos que soubeste e bem se-
mear. É a celebração da amizade, da
solidariedade em agradecimento a
Deus que também em ti colocou
essa centelha da Sua luz que não
deixou de brilhar. Quantas flores te
ofereceram nesse dia!...de certeza
que serias unânime com o Frei Da-
niel, que com o carinho que lhe é
peculiar, te acompanhou à última
morada e afirmou que é premente
distribuir mais flores misturadas de
sorrisos e de gestos de gratidão du-
rante a vida. Foi o que fizeste. Ob-
rigado amigo Jorge!
José Gomes Rodrigues
Neuss chora um amigoO Jorge Avelar deixou-nos fisicamente mas o seu exemplo permanece
Fundada a 20 de Junho 1998, a
Associação União Lusitana Rhein
Neckar e. V., muitas vezes designada
por Centro Português de Wei-
nheim, acabou de completar no
passado dia 20 de Junho mais um
aniversário.
Assinalado com um jantar-con-
vívio onde ao mesmo tempo se co-
memorou o já tradicional Dia do
Sócio, ao qual os sócios compare-
ceram em grande número. Dia esse,
que todos os anos tenta juntar o
maior número de sócios em con-
vívio na nossa “casa”, pois eles bem
o merecem. São os sócios que mui-
tas das vezes asseguram a prestação
de serviços, quer no nosso bar, quer
noutros eventos para os quais são
muitas vezes solicitados pela Direc-
ção. Não podemos esquecer tam-
bém os amigos desta “casa”, que
mesmo não sendo sócios, também
eles nos ajudam nas mais diversas
formas.
A todos aqueles que trabalha-
ram para que fosse possível fundar
esta “casa”, mas também para aque-
les, que desde esse dia e, sempre
que podem, não deixam de dar o
seu contributo a esta Associação e
assim fazem com que a nossa “casa”
seja o principal ponto de encontro
dos Portugueses da região de Rhein
Neckar Kreis, a todos prestamos
aqui uma merecida homenagem .
Pedimos, ainda, o apoio de toda
a restante comunidade portuguesa
da região para que se junte a nós
nesta “cruzada”. São todos bem-vin-
dos ,e se possível, seja mais um dos
nossos sócios!
E como parar é morrer, a actual
Direcção Liderada pelo Presidente
Constantino Guimarães não tem
parado de trabalhar no sentido de
desenvolver um programa cultural
e desportivo que possa envolver
principalmente os nossos sócios,
programa esse, que inclui: um grupo
de dança sempre pronto a animar
qualquer festa, a prática de futebol
e futsal com a participação em vá-
rios torneios, actividades lúdicas
como desenho e pintura, para as
quais convidámos os alunos e pais
dos Cursos de Língua e Cultura
Portuguesas da região a participar;
um Campeonato de sueca que se
disputa em 26 jornadas e que este
ano conta com a participação de 13
equipas, equipas essas que disputam
também a Taça da Liga (sueca). Esta
iniciativa vai já na segunda edição e
tem tido imenso êxito, pois trata-se
de uma tradição nos centros por-
tugueses. Estamos a estudar a pos-
sibilidade de organizar uma Liga dos
Campeões (sueca) com as melho-
res equipas das Associações e Cen-
tros Portugueses que queiram
participar. Com todas estas activi-
dades procuramos manter sempre
o equilíbrio entre receitas e despe-
sas, de modo a assegurar o futuro
da nossa Associação.
A Direcção tudo fará para que
os sócios se orgulhem de fazer
parte desta grande “família” que é a
União Lusitana .
União Lusitana Rhein Neckar e. V.
A união faz a força
Se ainda não sabe onde pode encontrar a União Lusitana aqui segue
a informação: Händelstr. 38 69469 Weinheim
Já agora aproveita-s para anunciar o torneio de futsal que terá lugar
a 10 de Outubro em Weinheim para equipas não federadas. Poderá
obter mais informações através do email vitorlima7@msn.com
Quem era o JorgeAvelar? Uma coisa é
certa, a luz da solidarie-dade e do afecto trans-
parecia no seu modo deser e de actuar. Este
fluxo de luz era tão in-tenso e límpido que
transbordava sem qual-quer filtro, ignorando
nacionalismos, estratossociais ou idades.
Jorge Avelar
PORTUGAL POST nº 180 • Julho 200910 Entrevista
PORTUGAL POST- Durante asua deslocação à Alemanha, oPresidente da República numdiscurso público disse , e cita-mos, que “Portugal necessita,hoje mais do que nunca, daajuda da sua Diáspora”, acres-centando ainda que contacom a colaboração de todos“para que possamos aumentaras exportações de produtos eserviços portugueses” .”Que planos tem a aicep Portu-gal Global para concretizareste apelo do Presidente daRepública?
Élia Rodrigues - A Alemanha con-
tinua a desempenhar um papel
muito importante como parceiro
comercial tanto como cliente,
como fornecedor: é o nosso se-
gundo Mercado, para onde vende-
mos, em 2008, mais de 4 mil
milhões de euros.
Ao contrário do que acontece nou-
tros mercados, a exportação de
Portugal para a Alemanha tem uma
composição muito industrial, em
parte motivada pelas muitas empre-
sas alemãs estabelecidas no nosso
país: máquinas, aparelhos, veículos,
produtos químicos representam
mais de 50% das exportações por-
tuguesas para a Alemanha.
Os produtos de consumo tradicio-
nal, como os vinhos, os têxteis cor-
rentes, as loiças, têm muito pouca
expressão no nosso fluxo de ex-
portação para cá. Por exemplo, os
nossos vinhos vendidos para a Ale-
manha não chegam a 1% do total
de todos os produtos que Portugal
vende neste grande país! Para me-
lhorar esta situação, as autoridades
portuguesas sabem que podem
contar com o peso e a influência da
comunidade portuguesa neste país,
que tão bem representa as nossas
cores com os seus restaurantes e
lojas de produtos portugueses.
Como devem conhecer, publicámos
há uns anos um pequeno guia dos
restaurantes, cafés e lojas portugue-
sas, que tem tido grande procura,
apesar de já se encontrar algo de-
sactualizado. Está prevista a sua ac-
tualização para breve.
Estou na Alemanha há muito pouco
tempo, mas apraz-me registar a
existência de uma comunidade por-
tuguesa empresarial muito dinâ-
mica, bem inserida na sociedade
alemã, com quadros próprios, com
um porta-voz muito representativo
que é o Portugal Post. Esta é uma
situação que não encontrei noutros
países onde tive oportunidade de
trabalhar.
Para a nossa actividade, todos os
produtos são importantes, daí es-
tarmos presentes em todas as feiras
onde haja um pavilhão de Portugal,
apesar de, actualmente, a participa-
ção em feiras já não ser da nossa
responsabilidade, mas sim das
Associações sectoriais. Ainda
recentemente, acompanhámos pes-
soalmente uma grande prova de vi-
nhos portugueses em Wiesbaden e
participámos com um bom stand na
feira de Turismo, Imex, em Frank-
furt.
A nossa actividade na Alemanha é,
por um lado, o de apoiar as empre-
sas portuguesas nas feiras, organizar
contactos, informar sobre os im-
portadores no mercado; por outro
lado interessa-nos seguir as acções
das empresas alemãs que investem
no estrangeiro e apresentar-lhes as
vantagens de Portugal, muito em es-
pecial nos sectores das indústrias
automóvel, electrónica, informática,
energias renováveis e serviços. Es-
cusado será dizer que apoiamos
igualmente os projectos de empre-
sas portuguesas na Alemanha que
pretendam investir em projectos
estruturantes em Portugal.
Muito importante é também o Pro-
grama InovContacto, patrocinado
pela UE, e totalmente gerido por
nós, através do qual jovens licencia-
dos portugueses são colocados, por
um período de tempo limitado, em
empresas no estrangeiro. Muitas
empresas portuguesas na Alemanha
já beneficiaram deste programa. Na
edição actual, alguns dos 13 estagiá-
rios no país estão a trabalhar em
empresas portuguesas. O programa
continua, vai começar em breve a
divulgação da próxima edição.
Trata-se de um programa, cujo ob-
jectivo principal é o de apoiar jo-
vens portugueses, residentes ou
não em Portugal, nos seus primei-
ros contactos com o mundo em-
presarial, sendo que, neste projecto,
contamos também com as empre-
sas portuguesas no estrangeiro,
neste caso na Alemanha, apelando
daqui, via Portugal Post às empre-
sas portuguesas para que se candi-
datem para receber estes
estagiários, sem encargos.
Para saber mais sobre a nossa ac-
tividade, podem sempre consultar
o nosso site Internet: www.portu-
galglobal.pt
PP- Em 2008 Portugal acolheu779 mil turistas oriundos daAlemanha, o que representa
cerca de 11 por cento do nú-mero total de turistas. Já estána posse de números que indi-quem, ou não, alguma quebrade fluxo turistico deste país de-vido à crise económica?
É.R. - De acordo com as estatísti-
cas do Turismo de Portugal, tivemos
em 2008 cerca de 3,8 milhões de
pernoitas e cerca de 780.000 visi-
tantes provenientes da Alemanha.
Assim, e no que se refere ao nú-
mero de noites, a Alemanha é o se-
gundo mercado de origem mais
importante, a seguir ao Reino
Unido e ainda antes da Espanha, Paí-
ses Baixos e da França.
Embora os números definitivos de
Março de 2009 ainda não sejam co-
nhecidos, espera-se para o 1º tri-
mestre do ano uma ligeira redução
no número de pernoitas, em espe-
cial porque o período de férias da
Páscoa no último ano foi em Março,
enquanto que este ano foi em Abril.
Para 2009, o Turismo de Portugal
está optimista em poder alcançar
os resultados do ano transacto.
Neste sentido, e para poder fazer
face a eventuais quebras resultantes
da crise internacional que atraves-
samos, o Turismo de Portugal, atra-
vés da sua Equipa de Turismo em
Berlim, lançou uma grande campa-
nha de marketing em conjunto com
os mais importantes operadores
turísticos alemães, assim como com
algumas companhias aéreas que
operam para Portugal.
Com base no número de reservas
conhecido até esta data para o pe-
ríodo de Verão de 2009, em especial
para as regiões do Algarve e da Ma-
deira, o Turismo de Portugal está
convicto que esta iniciativa vai atin-
gir os objectivos propostos,
apoiando os parceiros alemães num
momento difícil no mercado.
PP - Voltando ainda ao discursodo Presidente da Repúblicaque apelou aos portuguesespara promoverem a nossaterra como um destino turís-tico de excelência.Como é que os portuguesespodem ajudar a aicep isto é, oTurismo de Portugal, a promo-ver o país como destino turís-tico?
É.R. - O Turismo de Portugal con-
sidera todos os portugueses resi-
dentes na Alemanha como
representantes privilegiados da
Nação Portuguesa como destino
turístico, em especial pelo conheci-
mento pormenorizado que têm de
regiões do país e da forma entusiás-
tica como se referem a Portugal nas
conversas com amigos e conheci-
dos alemães ou de outras naciona-
lidades.
Como complemento de informa-
ção, o Turismo de Portugal tem ao
dispor de todos os interessados
uma linha telefónica (0180-5-
004930) atendida tanto em portu-
guês como em alemão, onde
podem ser solicitadas brochuras e
obtidas informações de carácter
geral. Simultaneamente está ao dis-
por para consulta a página www.vi-
sitportugal.pt , tanto em versão
portuguesa como alemã, que inclui
textos e fotografias de todas as re-
giões portuguesas.
Para solicitações de material pro-
mocional para associações, escolas,
restaurantes, etc, agradecemos o
contacto com a Equipa de Turismo
em Berlim, edt.berlin@turismode-
portugal.pt
PP - A aicep continua a pagarrenda das instalações emFrankfurt onde funcionava oTurismo de Portugal apesar denão estarem a ser usadas? Sesim, quando é que acaba o con-trato de arrendamento dessasinstalações e quanto é que estáa custar ao erário publico?
É.R. - Quanto à questão das insta-
lações da aicep em Frankfurt, posso
informar que o contrato foi por
nós denunciado no ano passado, e
estamos actualmente muito perto
de encontrar uma solução satisfa-
tória para aquela situação.
Élia Rodrigues, Directora Coordenadora do Centro de Negócios da AICEP na Alemanha
“Apoiamos projectos de empresas portuguesas na Alemanha que pretendam investir em Portugal”
aicep Portugal Global é uma agência governamental sob a égide do Ministério da Economia que trabalha
com um Plano anual de actividades, adaptado às características de cada mercado, às estruturas existentes,
às empresas já estabelecidas.
Com sede no Porto, a aicep tem escritórios em todo o mundo, actualmente 50 escritórios no estran-
geiro.
O objectivo principal é o de contribuir para o aumento das exportações portuguesas, para a internacionalização
da indústria e para o aumento do Investimento estrangeiro em Portugal; por acordo com o Turismo de Portugal,
as estruturas da aicep no estrangeiro ocupam-se também da promoção do Turismo.
Na Alemanha funciona com um Centro de Negócios em Berlim, com estruturas de Comércio e Investimento
e de Turismo, sendo esta última chefiada por João Sampaio Castro.
De Berlim dependem também os escritórios da aicep em Viena e em Zurique.
A
O discurso do Presidente da República dirigido aosportugueses aquando da sua deslocação a Osna-bruck, em Março passado, o qual apela aos portu-gueses aqui residentes para ajudarem na promoçãodo país dá o mote a uma entrevista feita por escritoà senhora Élia Rodrigues (na foto), directora daaicep Portugal Global em Berlim, “entidade públicaresponsável empenhada em desenvolver um am-biente de negócios competitivo que contribua paraa globalização da economia portuguesa”.
Mário dos Santos
Foto: aicep
PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009 11Comunidade Alemanha
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Desde 1987 que o Sport Hamburgo Benfica tem dedicado a sua acti-
vidade ao desporto, mormente no campo do futebol que tem sido uma
modadalidade que tem conquis-
tado adesão de muitos benfi-
quistas em Hamburgo.
Nascido no 13 de Março de
1987 durante um encontro de
adeptos do futebol no restau-
rante Bela Mar. De entre os fun-
dadores, destaque-se o
sr.Mendes Albano, ja falecido,
que foi um dos grandes impul-
sionadores.
Informa-se ainda que a partir
do dia deste mês a sede do
Sport Hamburg Benfica vai
mudar para a Wendenstraße 130, a 10 minutos do S-Bahn de Hammer-
brook Telefone 040-430 59 77 www.sport-hamburg-benfica.de
Foto Legenda.
Da esquerda para a direita em cima:
Vice-presidente José Almeida, João
Paulo, Zézito, Batreuer Beto, Pau-
lino,Metin, Nelito, Lisandro, Patrick,
Carvalho, Nelson, Armenio, António,
Manuel, David, Umut, Bruno, Cevdet,
Zé Martins, Addo, Victor, Chico,
treinador Joao Oliveira,
secretário Peter,
Treinador Acacio,Hannif
Ao centro, ao lado do guarda-redes, o
presidente Fernando Silva
Sport Hamburgo Benfica
PORTUGAL POST nº 180 • Julho 200912 Crónica
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Não se esqueça de reservar a sua mesa
É com enorme prazer que,
ao pequeno-almoço de sá-
bado, abro o meu jornal. O pri-
meiro olhar vai para os títulos
da primeira página: o desastre
dos bancos mais os discursos
dos políticos mais uma qual-
quer desgraça por esse
mundo. Prefiro logo mudar
para a última página do pri-
meiro caderno, panorama
sobre notícias insólitas, os cha-
mados „faits-divers“, que ocu-
pam mas não preocupam. Ao
sábado vem num cantinho uma
rubrica intitulada „Mitten in...“,
o que significa „no meio de“
com normalmente três ou
quatro lugares do mundo, para
cada um uma pequena foto e
um comentário engraçado
sobre qualquer coisa de estra-
nho aí passado. Qual não é o
meu espanto quando deparo
com o nome „Amareleja“
entre as metrópoles Moscovo
e Berlim! A Amareleja...e
quando digo este nome não o
pronuncio à lisboeta, mas bem
à alentejana, pois a Amareleja,
encostada à raia, é terra pro-
funda no nosso Alentejo pro-
fundo. A foto: um burro, ao
lado um ser humano, rapaz ou
mulher ou homem. O artigo
reza que, sendo o Alentejo
terra selvagem, é em grande
parte habitado pelo espécimen
asino. Não, não se trata de ne-
nhuma anedota alentejana,
aliás uma leitura nesse sentido
daria azo ainda a mais brinca-
deiras...tendo eu quase todas
as costelas alentejanas, não re-
ceio parafrasear este artigo,
escrito por um alemão que
está de facto a falar de burros
eles-mesmos: de 4 patas, cal-
mos, indolentes não deixando
de ser trabalhadores... Pois
este burro, a puxar carroças
na estreita estrada poeirenta,
perto do parque eólico da
Amareleja, depara-se com o
seu inimigo natural: os bólidos
do governo português que, a
220 à hora, num enorme
alarde de sinais de luzes, buzi-
nas e até sirenes atiram para a
valeta carros ou mesmo ca-
miões descuidados. O burro
alentejano, com a enorme in-
diferença dos burros, apenas
vira ligeiramente a cabeça, tal-
vez para melhor seguir a
brusca travagem do carro ofi-
cial. Mas não se deixa impres-
sionar, continua o seu caminho
como se nada fosse. E o artigo
acaba: o burro é patrão e se-
nhor daquelas paragens! Este
o conteúdo das poucas linhas
sobre o trânsito na Amareleja.
Poderíamos em jeito de
conclusão imaginar a pachor-
renta reflexão do burro: os
cães ladram, mas a carruagem
passa, sendo que aqui os cães
do provérbio seriam os desa-
tinados carros governamentais
e, metonimicamente, o go-
verno em alarido canino; a car-
ruagem o próprio burro,
movendo-se no seu terreno,
sem nunca perder o seu carác-
ter entre teimoso e indife-
rente.
Esta história lembrou-me
uma outra, passada há quase
trinta anos. Princípios de Se-
tembro, o Alentejo profundo,
umas quatro da tarde, um
calor de rachar, ainda os car-
ros não possuíam ar con-
dicionado, viajávamos
vagarosamente, também por
estradas poeirentas, paulatina-
mente comendo quilómetros.
Algures depois de Moura
(íamos a caminho de Monsa-
raz), à beira da estrada, no
meio do nada - ainda não havia
parques eólicos - um homem
fazia um gesto breve de quem
pede boleia. Parámos e convi-
dámo-lo a entrar. E aí come-
çou ele a discorrer sobre as
vicissitudes daquele dia, que a
„camineta da carrera“ não
havia passado, que a roda da
carroça do cunhado se havia
partido, que ele se nesse dia
não chegasse à Amareleja o
patrão deixaria de lhe dar tra-
balho e que depois a patroa (a
dele!) o desancava e que isto
era uma vida desgraçada ter
que alimentar umas quantas
bocas, e que a lavoura estava
pelas horas da amargura e que
feliz ele se sentia de a gente
lhe estar dando boleia e que
ora, os senhores, também po-
diam ter passado e aí é que a
sorte se acabava mesmo, pois
isto nestes ermos é o lá vai
um, e que íamos chegar à Ama-
releja ainda antes das cinco e
que então ele podia ainda falar
com o patrão e combinar
como seria. De facto, lá chegá-
mos, ainda não eram cinco.
Agradecido, quis que tomásse-
mos com ele um copo, lá en-
trámos no café / taberna da
aldeia para molhar o bico.
Conversa puxa conversa, ou-
tros se juntaram a nós, falou-
se desta coisa de dar boleia
que até pode ser perigoso que
anda por aí tanto malandro e
tanta galdéria, depois da la-
voura e das cooperativas e da
Reforma Agrária que isto é
tudo a mesma coisa, terra de
pouco pão, enfim fomos fi-
cando, ficando, o meu marido
alemão bem olhava o relógio e
eu interpelei o nosso amigo
quando já eram quase seis
horas. Bem, afinal, agora tam-
bém já não valia a pena, isto
daqui a nada são sete, o patrão
vai embora, amanhã é outro
dia. Então, mas regressa à sua
casa? Bem, vou ficando por
aqui, lá para a noitinha tenho aí
um compadre que me leva de
retorno. Isto amanhã é outro
dia.
Quando li a notícia sobre
a Amareleja lembrou-me o
homem aparentemente cheio
de pressa e empenho e que
afinal acabou o dia sem resol-
ver um assunto que parecia
tão premente. Não, longe de
mim fazer críticas ou compa-
rações. No nosso dia-a-dia
cheíssimo e activíssimo em
que todos nos damos ares de
ter sempre de resolver assun-
tos de vida ou de morte, em
que tudo é importantíssimo,
uma sombra da calma alente-
jana só nos ficaria bem. O go-
verno português anda a 220 à
hora. E depois? A pressa é
tanta que nada vê. E resolve
por isso mais e melhor? Tenho
as minhas dúvidas...
Já o homem da Amareleja
dizia em 1980: isto está mal
mas que se lhe há-de fazer? Aí
só há a responder com indife-
rença asinina: continuar o
nosso caminho, devagarinho lá
chegaremos.
Alentejo Lá na AmarelejaLuísa Costa Hölzl
PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009 Música 13
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“Cheguei aqui com dois anos e
meio, frequentei a escola durante 13
anos, mas cresci com o fado, porque
a minha mãe era uma grande admira-
dora da Amália Rodrigues e do Car-
los do Carmo e trouxe discos deles”,
disse o cantor em Berlim, cidade
onde hoje reside.
Nos anos setenta do século pas-
sado, “ainda não havia televisão por-
tuguesa na Alemanha, aos
fins-de-semana, em casa, ouvíamos a
rádio portuguesa e os discos portu-
gueses que os meus pais tinham”, ex-
plica Telmo Pires.
Mais tarde, já na escola secundá-
ria, as influências originais do fado so-
freram a interferência da poderosa
música pop anglo-americana. Telmo
foi guitarrista de uma banda de rock,
passou a admirar Prince, os U2, Jimmy
Hendrix, os Doors, os Hot Chili Pep-
pers.
“Só quando tinha 20 anos, aca-
bada a escola, comecei a sentir qual-
quer coisa que me puxava para outro
lado e deixei o rock. Mas primeiro
ainda fui pianista de um grupo, escre-
via e cantava „chanson française“ e
também alguns temas em Inglês”,
conta o músico português.
Estava-se nos anos noventa e o
fado na Alemanha estava muito
menos divulgado do que está hoje,
mas qualquer coisa interior voltou a
encaminhar Telmo para as origens.
“Uma vez, tinha então 21 anos, fiz
um arranjo musical ao piano para o
fado ‘Foi Deus’. Cantei-o, e foi assim
que começou a minha carreira de
cantor português na Alemanha”, ex-
plica Telmo Pires.
Desde 2001, gravou três CD para
os quais escolheu alguns fados conhe-
cidos que também cantou em nume-
rosos concertos ao vivo. Escreveu a
maior parte das letras.
A interpretação e o acompanha-
mento musical, com piano e contra-
baixo, fogem aos cânones do fado
tradicional, mas para Telmo o impor-
tante “é o sentimento que o cantor
transmite através dos textos e da sua
emoção em palco”.
Apesar disso, não se considera
um fadista, mas sim um cantor portu-
guês que tem o fado como base.
“Nunca cantei fado tradicional,
sempre tentei ligar estilos musicais,
como o fado, o jazz e a chanson, mas
o meu coração está no fado”, garante.
O disco mais recente, „Sinal“, lan-
çado em Abril por uma editora inde-
pendente, é uma parceria com a
conceituada pianista de jazz Maria
Baptist, e tem 11 temas, todos em
português, oito dos quais da autoria
de Telmo.
Com muitos concerto agendados
Telmo Pires cresceu na Alemanha com o fado na almaem toda a Alemanha, o maior desejo
de Telmo Pires é actuar brevemente
em Portugal, e o sonho do menino de
Bragança parece à beira de se concre-
tizar.
“A minha editora já está a tratar
disso, estou ansioso por cantar em
Portugal, aqui tenho de estar sempre
a explicar por que optei pela música
portuguesa e não canto em alemão”,
gracejou o cantor.
Nos concertos, para o público
saber o que vai ouvir, Telmo faz sem-
pre em alemão um intróito a cada um
dos temas. Defende que o fado pede
meças a qualquer género musical:
“pode ser cantado em todo o lado e
tem o mesmo nível musical do que os
blues, o jazz, o flamenco ou o tango”.
Este ano, antes de se concretizar
o sonho de cantar em Portugal, ac-
tuará no Luxemburgo, na Holanda, em
França, na Suíça e na Áustria, para pú-
blicos diferentes dos que costuma en-
contrar na Alemanha.
Além dos concertos a solo ou em
dueto, Telmo Pires é o principal intér-
prete musical do bailado “Fado -
Schicksal”, do coreógrafo português
Hugo Vieira da Silva, em cena no Tea-
tro de Gera, na Turíngia.
A peça teve tal sucesso, graças
também às belas interpretações de
Telmo Pires, que já há espectáculos
marcados até finais de 2009 e não se
sabe se ficará por aqui, apesar de ter
estado previsto que terminasse após
algumas exibições em 2008, no ano
da estreia.
Francisco Assunção
O cantor Telmo Pires é ac-tualmente um dos grandes
embaixadores do fado naAlemanha, mas não está de
passagem, chegou com ospais emigrantes ainda
criança, e manteve a paixãopela língua e pela música
portuguesas.
Telo Pires: “O meu coração está no fado”
PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009Publicidade14
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PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009 15Língua Portuguesa
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ma língua viva e em constante
mutação, mas também saudá-
vel, com nobre genealogia e
forte tradição. É assim que
Sérgio Rodrigues, jornalista e
escritor brasileiro, vê o portu-
guês, um idioma falado em todo o
mundo que tem sabido renovar-se a
afirmar a sua singularidade em tem-
pos de globalização e de hegemonia
inglesa. É isso mesmo que defende em
What língua is esta?, uma colectânea
de crónicas curtas editada agora em
Portugal pela editora Gradiva. “Este
livro entra na barriga alegremente” é
a frase que surge na introdução deste
livro de Sérgio Rodrigues. A mistura
do inglês com o português no título
é, só por si, indicador do que se trata
no interior da obra, indicação essa
que é confirmada pelo subtítulo: Es-
trangeirismos, Neologismos, Lulismos
e Outros Modismos que marcam a
oralidade e a escrita de muitos brasi-
leiros, incluindo o Presidente Lula da
Silva. Ao brincar com clichés vão-nos
sendo apresentados estrangeirismos
e alteraç?es que se insinuam na língua
portuguesa do outro lado do Atlân-
tico nos dias de hoje. Sem pretens?es
académicas, assiste-se nesta obra a
um mergulhar nas delícias e nas dores
do uso da língua num país que vive fe-
nómenos como o indivíduo que, de
pé fincado, se considera o último bas-
tião do bem falar de língua de Ca-
mões, ou o que pelo uso das novas
tecnologias distorce a gramática no
intuito de poupar tempo e trabalho.
No seu conjunto, configuram também
uma espécie de identificação da língua
e dos desafios que ela enfrenta no iní-
cio do milénio. O Português nunca vai
ser estático, nunca o foi. Entre os apo-
calípticos do conservadorismo, que
insistem no rigor estético e gramati-
cal, e os que defendem o contrário,
em que tudo é permitido, é possivel
tentar encontrar uma posição mais
equilibrada.
É o que tenta fazer o autor, Sérgio
Rodrigues, nas suas crónicas, ensi-
nando, com muita leveza e bom-
humor, o que está sendo dito e
escrito no país irmão além-fronteiras.
É ideal para quem deseja melhorar o
Português, mas não se dá bem com o
tom académico das gramáticas em
geral. É como dizer: “A sua colocação
quanto a certo, errado, mais ou
menos, bom e ruim, bonito e feio, no
que se escreve e no que se fala, está
perfeita”.
Tem o leitor entre mãos um da-
queles livros que faz pensar e rir ao
mesmo tempo. Pensar no que se per-
deu ou mudou; rir com o optimismo
de quem encara a perda ou a mu-
dança simplesmente como passagem
a outro estado, tirando partido da
travessia.
What Língua is Esta? é um con-
junto de 48 textos curtos selecciona-
dos que o jornalista Sérgio Rodrigues
publicou na imprensa brasileira, bem-
humoradas, mas nem por isso menos
reflectidas e fundamentadas, sobre o
estado da língua portuguesa do outro
lado do Atlântico. Ou será do lado de
cá? Tratam de clichês, termos que usa-
mos de maneira errada, adaptações
esdrúxulas que fazemos do inglês,
onomatopeias e o que mais render
assunto para discutir a Língua Portu-
guesa de um jeito inteligente. Faz a
gente pensar mais antes de falar e de
escrever.
Estas crónicas denotam, pela
parte do seu autor, um interesse
grande pelo modo como a língua é fa-
lada pelos seus conterraneos. Por
isso, elas partem sempre da constata-
ção de um uso da língua, ao qual o
autor junta a sua piada de humor.
Confesso que a leitura foi divertida.
e desejo que assim seja a leitura de
todos. E também (des)aprendi muito.
Imagine que escreveria assim uma
fenomenal e bombástica carta de
apresentação da minha pessoa:
Sou designer free-lancer de
uma empresa de marketing, mas já
trabalhei como office-boy e com
silk-screen, e hoje moro num flat
com a minha esposa, o meu baby,
uma baby-sitter e crio um pit-bulllonge do playground e da pista de
skate.
Mantenho a forma e contratei um
personal-trainner. Ele recomen-
dou-me praticar mountain-bike ewind-surf. Também contratei uma
personal-diet que me recomendou
um coffee-break com biscoitos
diets ou low-carb, e nada de milk-shakes, nuggets, waffers, hot-dogs
ou long-necks, pois quero ser um
ultra-men forte como o superman.
Mas nunca dispenso um fast-foodnum self-service ao lado do
Otelo’s bar, onde sou um cliente vip.
Depois da happy-hour, vou ao
meu PC, ponho um CD no drive;
mas um vírus infectou os seus sofwa-res e o hardware; por isso contratei
um expert com know-how com
aparelhos high-tech. Quando ficar
pronto, vou ficar on-line na internet
e acesssar os chats com o nick de
“blood” para pensarem que sou um
bad-boy. Acesso ao orkut e vejo se
tem scraps no meu profile ou nos
fakes que uso para criar posts.
Após a hora do rush, pego no
meu carro que tem um air-bag que
aluguei a um rent-a-car após um
test-drive, e vou ao shopping-cen-ter comprar um telemóvel com vi-bracall e ver o preço de um
home-teather com até 50% off. Ànoite, assisto à SIC News e de dia a
Band News, mas também assisto
aos realty-shows, aos talks-show e
nunca perco um round do boxe.Também viajo e quando faço um
tour em Lisboa, visito a Lisboa Fas-hion Week para ver as top-modelsou curtir um show de rock, mas em
Lisboa eu vou aos night-clubs para
curtir um rap, um axé-music ou um
programa mais light nos melhores
points.
Como vêem o estrangeirismo em
si não é assim um mal tão grande. A
nossa língua é formada por palavras
de origem latina, grega, árabe, fran-
cesa, inglesa e...
Se fossemos abolir os estrangei-
rismos, não poderíamos dizer, por
exemplo, futebol, porque é uma pala-
vra que vem do inglês (football).
O estrangeirismo justifica-se ape-
nas quando não há uma palavra que
traduza bem seu significado. Por
exemplo: marketing, pizza.
Mas todos estes estrangeirismos
e invenç?es transformam o português
de tal forma e por muitas vezes não
faz sentido absolutamente nenhum
usá-los sem nenhuma necessidade. O
que é necessário é bom senso e uma
forte carga de humor para os usar. Só
ele, o humor, consegue criar um antí-
doto que mostre às geraçoes vindou-
ras aquilo que não faz sentido.
Mas de quem é a culpa? Uns cul-
pam a globalização, outros o imperia-
lismo económico, outros a tecnologia,
outros a net.
O facto é que a moda dos estran-
geirismos invadiu a nossa língua. Até
que ponto é bom ou mau? Bom! A
língua é um bem público e social, até
um direito. Qualquer ser humano
pode usar a língua como bem enten-
der. Cada pessoa é livre de escrever
como quiser...desde que as outras a
compreendam. Ora vejamos este diá-
logo numa loja de informática:
C – Estava a tentar ver o meu e-
mail e ia registar um e-mail quando o
computador foi abaixo...
T – Mas sabes como é que cra-
chou? Pode ser do seu browser...
C – Do meu browser?
T – Pois... Chegou a fazer um re-
boot?
C – Sim, mas não resolveu a situa-
ção.
T – E o modem, é externo ou in-
terno?
C – É externo, deixei-o ficar em
casa...
T – Ora vamos lá ver. (...) Para-
béns, adoro o teu screensaver!
Não sei se tem como ser radical
a ponto de falar que ou é mau ou é
bom. Agora, o que não podemos dei-
xar de analisar e criticar é o porquê
de usarmos determinada palavra se
ela já existe na língua portuguesa?
Com um pouco de atenção, interesse
e preocupação pela defesa da língua
portuguesa, muitos dos termos es-
trangeiros (sobretudo ingleses) que
acrtiticamente são utilizados em por-
tuguês poderiam ser substituídos por
palavras portuguesas.
Afinal, podemos estudar e adqui-
rir uma segunda ou terceira língua,
mas nós já temos uma língua cheia
de vocábulos: o português!
a) Mail – correio
b) E-mail – endereço electrónico
c) Crachou – foi-se abaixo, desligou-
se, deixou de funcionar
d) Browser – motor de busca, pesqui-
sador
e) Reboot – reiniciar
f) Modem – modelador, transmissor
(dispositivo para transmissão de
dados por linha telefónica
g) Screesaver – protector de ecrã
What língua is esta?Joaquim Peito
U
PORTUGAL POST nº 180 • Julho 200916 ConsultórioO Consultório jurídico tem a colaboração
permanente dos advogadosMichaela Azevedo Ferreira e Miguel Krag
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TRADUÇÕESPORTUGUÊS ALEMÃO
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Feltenstr. 111 b50827 Köln
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De acordo com o direito
português, será condição es-
sencial para que alguém se
torne herdeiro, que a herança
transmitida por lei ou por tes-
tamento seja aceite pelo
mesmo no prazo de 10 anos.
A aceitação poderá ser efec-
tuada por escrito, não sendo
porém absolutamente neces-
sário fazê-lo. Também será
possível proceder-se à aceita-
ção por comportamento cor-
respondente, como seja, a
título de exemplo, ir morar
para a casa herdada. Contudo,
ao aceitar uma herança, o
herdeiro deverá ficar ciente
de que só poderá aceitar a to-
talidade da mesma. Não será
possível aceitar apenas os
bens e recusar as dívidas.
Além disso, a aceitação da he-
rança é irrevogável.
Para se tomar esta deci-
são, será igualmente impor-
tante saber-se que só se será
responsável pelas dívidas que
possam ser saldadas através
dos bens herdados. A fim de
se poder comprovar o efec-
tivo dos bens face aos credo-
res da herança, persiste a
possibilidade de uma aceita-
ção a benefício de inventário,
através da qual se efectuará
uma relação dos bens herda-
dos.
Para além da aceitação,
poder-se-á igualmente proce-
der a um repúdio da herança.
Este também é irrevogável e,
ao contrário da aceitação,
terá de ser efectuado por es-
crito. Se, por exemplo, existi-
rem terrenos, será obrigatória
a realização de uma escritura
pública.
Logo que a herança tenha
sido aceite, terá de se proce-
der à sua administração. Tal
caberá ao cabeça-de-casal,
cuja nomeação é prescrita
por lei na forma já referida
em artigos anteriores.
O cabeça-de-casal deverá
entrar em contacto com a re-
partição de finanças, adminis-
trar um negócio existente,
representar os herdeiros no
tribunal, etc. Para estes actos,
poderá ser apoiado por espe-
cialistas na respectiva matéria
que serão remunerados atra-
vés dos bens herdados.
A partilha da herança po-
derá ser efectuada extrajudi-
cialmente, através de acordo
entre os herdeiros, ou por in-
tervenção dos tribunais. Em
determinados casos, como os
de terrenos que pertencem
ao espólio herdado, a partilha
por comum acordo terá de
ser efectuada por escritura
pública. Será necessário pro-
ceder-se a uma partilha judi-
cial, sempre que os herdeiros
não cheguem a um acordo, ou
nos casos previstos por lei
(por exemplo quando um dos
herdeiros for menor).
Dado que um processo ju-
dicial é moroso, dispendioso e
geralmente muito desagradá-
vel para as pessoas envolvidas,
deveria tentar-se sempre che-
gar a um acordo extrajudicial.
Heranças, Testamentos e DoaçõesAceitação, Repúdio e Partilha da HerançaMiguel Krag
Na edição de Janeiro daPortugal Post tinha já des-crito quais os órgãos ofi-ciais a serem contactadosem Portugal e na Alema-nha, em caso de faleci-mento de um familiar.Chamei igualmente aatenção para os váriosprocedimentos adminis-trativos a serem efectua-dos. No artigo de hojetratarei dos direitos e de-veres dos herdeiros entresi.
PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009 17
3José Gomes Rodrigues
Assistente SocialCaritas Neuss
Não sei como iniciar esta minhacarta. Uma coisa é certa, podetranscrevê-la no PP e dar-me aresposta também em público. Seique há muitos pais que infeliz-mente se encontram na minhasituação e que a leitura da vossaresposta os poderão ajudar esentir que não estão sós nestesproblemas. Sei que vocês têmajudado muita gente e tenho lidotodos os meses a informação so-cial do jornal no nosso centro.Esta leitura tem sido muito útil.O meu filho de 20 anos conse-gui, a custo, obter o diploma daescola secundária., já lá vão trêsanos. Sonhou com uma profissão.Tentou encontrar um lugar deformação profissional em diver-sas empresas e as recusas foramconstantes. Tem feito vários tra-balhos sempre mas mal pagos.Desde a entrega ao domicílio dePizas à distribuição de jornais.Noto que ele passa noites forade casa. Não sei que amigos pos-sui. Muda muito de amizades.Tem um comportamento quenão nos agrada. Ele mente-nos.Raramente fala connosco, só oessencial. Ele jogava futebol epraticava desporto e deixou de ofazer há algum tempo. Nós nadasabíamos.Às vezes chegamos a desconfiarque poderá tomar algum estupe-faciente. Gostaríamos de saber ecomo o poderemos ajudar. Nãosei se o Jornal nos poderá indicaralgum caminho e dar-nos algu-mas dicas.Leitor devidamente identificado
Obrigado pela confiança e
pelas suas palavras de estima.
Alegramo-nos que possamos
ser úteis. Aliás, é o lema que
nos fortalece a continuar. As
reacções dos nossos leitores
são como uma bússola que
nos indicam palmilhar esse ca-
minho de solidariedade e de
altruísmo. Infelizmente o
amigo, como afirma, não está
só, nesta situação. Tentamos
ajudá-los, já no nosso leque de
amigos e consultores contam
também assistentes sociais, de-
vidamente preparados e legiti-
mados para tal. Hoje a
educação dos filhos não é fácil.
Os valores que nos prezamos
de ter e procuramos comuni-
car aos nossos vindouros, es-
barram com tantas vozes
dissonantes que não é fácil
para eles filtrarem essas vozes
e distinguirem o que é essen-
cial e o que é secundário, do
que é bom e mal. O imediato,
o que dá uma felicidade passa-
geira e superficial é o que
atrai, é o que esta na moda.
Os meios de comunicação so-
cial são, infelizmente, um vei-
culo muito veloz, agressivo e
eficaz a transmitirem esses
pseudo valores. Parece que a
normalidade sai deste sistema
e é colocada de fora e vista
com olhos de antipatia. O que-
rido leitor não deve, de forma
alguma, sentir-se só e imerso
nesta situação. Há infeliz-
mente muitos, e filhos de bons
pais, como o amigo, que enve-
redaram por este caminho.
Mas muitas vezes é um cami-
nho passageiro que poderá
constituir uma experiência
transitória.
O mais importante é o seufilho
Não quer dizer que o com-
portamento do seu filho de-
note o consumo de
estupefacientes. Poderá cons-
tituir um preconceito. Con-
ceito esse que poderá
expressar-se num amor des-
medido. Não significa um real
consumo. O mais importante
é procurar compreender se
aquela maneira de ser do seu
filho expressa uma crise pró-
pria dos jovens ou uma expe-
riência pela qual ele passou.
Tem um comportamentoque não nos agrada
Eis alguns comportamentos
que poderão indicar o con-
sumo de drogas: possuir ingre-
dientes para o seu gasto, como
papel próprio, objectos para a
sua feitura ou consumo, como
sejam frascos de vidro, agulhas
injectáveis, entre outros. O
consumidor possui um odor
especial, muito fácil de detec-
tar. Pode dar-se o caso de que
use um perfume forte para
tentar despistar quem lidera
com ele.
A maneira de vestir, muitas
vezes duma forma deterio-
rada, indiferente, sem a devida
higiene, poderão também ser
indicadores desta realidade.
Muitos mostram uma agressi-
vidade exagerada quando se
procura falar do tema, ne-
gando esta evidencia com
certa veemência. O consumi-
dor pode mostrar um racio-
cínio lento, denotando lacunas
mentais. Poderá mostrar difi-
culdade em se expressar. Fi-
siologicamente pode notar-se
também uma certa dilatação
das pupilas e suor.
Se ainda esta na formação es-
colar, denota-se uma mudança
dramática e negativa do seu
aproveitamento. A falta de
pontualidade e mesmo faltas à
escola sem motivo, mentindo
muitas vezes, podem constituir
também indícios de consumo.
A mentira constante, os pe-
quenos roubos, mesmo em
casa, as insónias, mudança
constante de humor, sono ex-
cessivo e a troca da noite pelo
dia deve ter-se muito em
conta. A alteração constante
de amizades ou se se irrita,
mostrando um comporta-
mento colérico e injustificado
podem constituir outros tan-
tos pressupostos. A autodisci-
plina, a motivação, a energia, a
auto estima são imprescindí-
veis para um jovem normal
singrar na vida e de relacionar-
se duma forma normal com a
sociedade e com o seu futuro.
Estas estão neste caso em
baixa forma o que provoca o
consumo de estupefacientes
de fácil presa.
Se algum comportamento
deste tipo ou vários se deno-
tarem em seu filho e se este
ultrapassar três semanas,
então converse com seu filho
calmamente, apresente os fac-
tos e faça-lhe saber que está
na disposição de o ajudar. Fale
com ele com provas concretas
e com certezas, pois é muito
natural que ele tudo negue.
Procure ganhar a confiança
dele, que ele sinta que tem um
amigo. Procure compreendê-lo
e que ele sinta essa compreen-
são. Nunca o condene. Mostre
sempre a sua predisposição de
ajudar.
Não sei que amigos possui
Será de todo conveniente co-
nhecer os amigos dele, conhe-
cer os ambientes que ele fre-
quenta. Muitas vezes os amigos
poderão ser o sustento dessa
forma de viver como também
uma forca para sair dessa
mesma vida. “Diz com andas e
dir-te-ei quem és”. A mudança
de amigos e de ambiente tem
de constituir uma decisão
dele.
Sair do circulo vicioso e vi-ciado
Pelo que se afirmou já se po-
derá justificar esse comporta-
mento. Ele nota que algo não
esta certo com ele. Falta-lhe a
vontade e a energia de alterar.
As amizades travam-no. Pro-
curem interessar-se pelos seus
temas. Nós, adultos, pelos nos-
sos muitos afazeres, não temos
infelizmente muito tempo dis-
ponível para frequentar semi-
nários, sair do nosso ambiente
e reflectir sobre a educação
actual. Talvez as ofertas são mí-
nimas em português, mas mui-
tos compatriotas, e queremos
elevar o esforço, já conseguem
participar activamente em
ofertas da sociedade maioritá-
ria. Vivemos a vida sem pensar
em que os tempos são outros
e as exigências actuais são di-
ferentes das do nosso tempo.
Provoque no seu meio am-
biente a necessidade destas
ofertas, se elas não existirem
ainda. A família é uma célula
social que é necessário esti-
mar e fortalecer. Cada mem-
bro teria de encontrar o seu
espaço de responsabilidade
dentro da mesma. Seria inte-
ressante que houvesse em
cada família um espaço de en-
contro pelo menos uma vez
por semana. Nesse tempo,
mesmo que fosse somente
uma hora, dever-se-iam pro-
gramar em conjunto a vida da
família como sejam os tempos
livres, ferias, escola e até rever
com muita humildade com-
portamentos de impasse. As
decisões mais minúsculas
como sejam as aquisições, a
compra dum carro, dum frigo-
rifico e outras, deveriam ser
decididas em família. Manter a
todos informados sobre os
gastos da casa, da alimentação,
da electricidade, do aqueci-
mento. Conversar sobre a par-
ticipação de todos nas lides
caseiras e na alimentação é es-
sencial no entrelaçar dos laços
normais duma família. Até reu-
nir-se num restaurante para
uma refeição conjunta forta-
lece, duma forma considerável,
a família..
Ele jogava futebol e deixoude repente
Uma das características dum
comportamento que descre-
vemos é desinteressar-se por
comportamentos que exigem
esforço, continuidade, luta. O
desporto poderá ser um deles.
O interesse por passatempos,
actividades extracurriculares
tem tendência a diminuir. Pro-
cure acompanhá-lo e a interes-
sar-se.
Gostaríamos de sabercomo o poderemos ajudar
Esperamos que o que descre-
vemos poderá servir-lhe de
ajuda para o acompanhar
nesta situação. Mais informa-
mos que existem instituições
de aconselhamento para
apoio, não só dos jovens. Os
familiares, incluindo os pais,
podem recorrer também a
esses serviços e procurar con-
selhos úteis. Existem grupos
de familiares que são acompa-
nhados por pessoal especiali-
zado através de reuniões
periódicas e em grupo. Ex-
põem com total confiança os
seus problemas a outros pais
que estão ou estiveram na
mesma situação fortalecendo-
se deste modo mutuamente.
Não tenha receio de recorrer
a um amigo de confiança, sabe-
mos que na emigração não é
fácil encontrar um interlocu-
tor que reúna estas condições.
Não serve qualquer amigo. Po-
deis recorrer a um sacerdote
e confiar-lhe o seu peso, pe-
dindo-lhe conselho. Eles tem o
dever intrínseco de guardar si-
gilo. Até poderá ser na sua Pa-
roquia de origem, na Missão
Católica ou na sua paroquia
alemã. A pessoa humana ne-
cessita de falar e ter a certeza
de que existe um sigilo in-
transponível.
Muita compreensão emuito amor
Só nos resta desejar-lhe muita
calma e muita compreensão,
muito amor. Não perca a cer-
teza de que o seu filho sairá
dessa situação mais fortale-
cido, pois os valores que lhe
transmitiram continuarão a
subsistir no seu subconsciente
e com o tempo estes irão pre-
valecer perante os pseudo va-
lores que a sociedade tentou
impingir-lhe.
Um abraço e a certeza da
nossa solidariedade! Procurem
participar activamente tam-
bém na reconstrução e no for-
talecimento da sociedade. Se
vos for possível sejam activos
e não se fechem lamentando o
mundo engrossando deste
modo as lágrimas e perdendo-
se no número dos que não
acreditam no bem e na felici-
dade. Bastam pequenos gestos.
A visita a um doente, um sor-
riso a quem dele necessita.
Enfim o que afirmo a antes de
mais para mim. Quando não
vir mais luz...e que tudo parece
sombrio e, se for uma pessoa
mesmo com uma centelha de
fé...afinal mais de 95% dos por-
tugueses ainda se consideram
cristão, entre numa Igreja e,
simplesmente permaneça em
silencio, na certeza que esse
Pai que reza tantas vezes no
Pai Nosso sempre existe e
esta vivo. Entregue-lhe com
confiança esse seu peso pe-
dindo que o ajuda a carregar
com ele. É necessário dar asas
à fé. Afinal foi Ele que o pro-
meteu e Ele cumpre com as
suas promessas ...”vinde a mim
todos os que estais cansados
e sobrecarregados que Eu vos
aliviarei” Mt. 11, 28-30. Claro
que ser cristão ultrapassa esta
atitude. É uma maneira de ser
e de actuar.
Amar os filhos
PORTUGAL POST nº 180 • Julho 200918
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Aprenda a Viver Sem StressFormato: 15,5 X 23 cm.Páginas: 100Preço: 18,99Quanto mais tempo da sua vida é que estádisposto a desperdiçar? Quanto maistempo da sua vida está disposto a conti-nuar a sofrer? Quanto da sua vida está dis-posto a finalmente reivindicar hoje?Quanto mais tempo vai deixar que os ou-tros mandem nas suas escolhas? E, se rei-vindicar a sua vida, acha que fica a dever alguma coisa aos outros?Quando você cede ao stress, você não está ser você mesmo. Quando vocêcede ao stress, você passa ao lado da vida, da sua vida. Você vive em per-manente sobrevivência. E quem sobrevive, sofre. E quem sofre, vive emstress.. "Aprenda a Viver Sem Stress" é um livro que o ajuda a reencontrar-se.
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PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009Passar o Tempo20
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Refª A107
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Cavalheiro70 anos, residente na Alemanha,
viúvo, com casa e carro, deseja co-
nhecer Senhora dos 65 ao 70 Anos
nas mesmas condições para fins de
amizade. Assunto sério
Resposta a este jornal Refª 0106
Com uma extensa ficha crimi-
nal, o norte-americano Paul Bald-
win foi preso pela 153ª vez, em 25
anos, apenas uma semana depois de
ter cumprido um ano de prisão por
roubar uma lata de cerveja no valor
de 1,99 dólar (1,40 euro). Baldwin,
de 49 anos, foi preso pela primeira
vez em 1984, sendo, de acordo com
a promotora Rena DiLando, um pe-
rigo para a comunidade. O norte-
americano foi agora detido, em
Portsmouth, no estado de New
Hampshire (EUA),acusado de
agressão. A justiça estabeleceu uma
fiança de cinco mil dólares (cerca
de três mil e quinhentos euros).
Uma erecção prolongada de 55
horas foi motivo para o ex-presidiá-
rio Dawud Yaduallah, de 43 anos,
colocar um processo sobre a enfer-
meira Judith Lovelace, noticia um
jornal brasileiro.O caso ocorreu
nos Estados Unidos.
Yaduallah alega que teve uma
dolorosa erecção depois de ter
sido medicado pela enfermeira. De
acordo com o homem, a enfer-
meira provocou «graves danos ao
pénis, incluindo a disfunção eréctil,
incapacidade de ejacular e dor du-
rante as relações sexuais».
O homem afirmou que precisa
de uma prótese para «restaurar a
sua função sexual». Yaduallah desta-
cou também que o problema mé-
dico afectou o seu casamento.
Dawud Yaduallah confessou
que, durante o tempo em que es-
teve na prisão, recebeu doses diá-
rias de antipsicóticos que
provocaram erecções persistentes
e dolorosas.
Erecção prolongada dáprocesso em tribunal
Um funcionário de uma morgue
foi condenado a dez anos de prisão
por cortar partes de cadáveres e
vendê-los para investigação e hos-
pitais. Os corpos tinham sido doa-
dos à Universidade de Califórnia
em Los Angeles, de acordo com o
que avança o «Telegraph».
Ernest Nelson, 51 anos, foi con-
siderado culpado e vai ter pagar
mais de 1 milhão de libras. O fun-
cionário fazia este trabalho para ga-
nhar dinheiro há cerca de cinco
anos, juntamente com Henry Reid,
o antigo director da Universidade
de Califórnia em Los Angeles.
Nelson ia aos frigoriíicos, des-
membrava os corpos, empacotava
as partes e entregava-os aos com-
pradores na América.
Thomas Rosenthal, professor
de medicina na Universidade da Ca-
lifórnia, disse ao juiz que todos na
escola estavam «zangados com a
traição».
Funcionário da morgueganhava dinheiro commortos
A polícia de Nebrasca, nos Es-
tados Unidos, revelou que uma
criança de 6 anos evitou um aci-
dente rodoviário, ao assumir o con-
trolo do volante de uma carrinha
de caixa aberta, depois de o pai ter
desmaiado, noticia o «G1».
Tustin Mains estava no banco
traseiro com o irmão de 3 anos
quando reparou que o pai, Phillip
Mains, sentiu-se mal no caminho do
restaurante para casa. De seguida,
saltou para o colo do pai e tomou
o controlo da viatura, enquanto o
pé adormecido do pai mantinha
uma velocidade entre os 20 e os 25
quilómetros por hora.
Os outros condutores percebe-
ram que era uma criança que estava
a conduzir a carrinha e fizeram uma
espécie de comboio na parte da
frente e na parte detrás do carro
para o proteger.
Depois de vários quarteirões
percorridos ao volante pelo jovem
condutor, um polícia saltou para a
carrinha e parou-a. No final da
aventura, Tustin afirmou que apenas
teve medo em duas alturas, quando
o pai desmaiou e quando o polícia
entrou pela janela.
Criança de 6 anos assume volante e evitaacidente
Um jovem norte-americano
teve um prejuízo de cerca de739
euros por ter tentado chamar à
atenção dos ocupantes de um
BMW com uma moeda de um
penny. O rapaz, com cerca de 18
anos, atirou a moeda contra o veí-
culo e acabou por lhe fazer
«mossa». Segundo um jornal, o
jovem tentou chamar à atenção, o
jovem, que não foi identificado, con-
seguiu danificar o tejadilho do carro
com uma pequena moeda.
Com um prejuízo de cerca de
739 euros, o jovem foi acusado de
crime menor e presente às autori-
dades.
Penny» provoca prejuízode 739 euros
Preso pela 153ª vez em25 anos
Dize-me, amor, como te sou querida, Conta-me a glória do teu sonho eleito, Aninha-me a sorrir junto ao teu peito, Arranca-me dos pântanos da vida.
Embriagada numa estranha lida, Trago nas mãos o coração desfeito, Mostra-me a luz, ensina-me o preceito Que me salve e levante redimida!
Nesta negra cisterna em que me afundo, Sem quimeras, sem crenças, sem turnura, Agonia sem fé dum moribundo,
Grito o teu nome numa sede estranha, Como se fosse, amor, toda a frescura Das cristalinas águas da montanha!
Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"
Diz-me, Amor, como Te Sou Querida
Viajavam no mesmo compartimento de um com-boio, um português, um espanhol, uma loiraespectacular e uma gorda enorme.Depois deuns minutos de viagem, o comboio passa por umtúnel e ouve-se uma chapada.Ao saírem dotúnel, o espanhol tinha um vermelhão na cara...Aloira espectacular pensou: .... este filho da p....do espanhol queria-me apalpar, enganou-se,apalpou a gorda e ela deu-lhe logo no focinho...Agorda enorme pensou: ... o palhaço do espanholapalpou a loira e ela mandou-lhe uma cha-pada.O espanhol pensou: ... tou lixado... comisto, o sacana do português apalpou a loira, elaenganou-se e deu-me logo a mim uma cha-pada.E o português pensou: ... oxalá venhaoutro túnel para poder mandar mais uma cha-pada ao %$&#$#&!? do espanhol ...
PORTUGAL POST nº 180 • Julho 2009 21Passar o Tempo
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LusofoniaO ministro dos Negócios Estran-geiros de Moçambique, Olde-miro Baloi, afirmou em Berlimque a crise económica „é umproblema, mas também umaoportunidade para países comgrande potencial de cresci-mento“, se apostarem nas suaspossibilidades.
„Claro que os países pequenos
são mais vulneráveis, porque os im-
pactos são vários a nível do orça-
mento e do lado da receita não
podemos fazer muito“, disse o chefe
da diplomacia moçambicana.
No entanto, „para países como
Moçambique, que ainda têm um
grande potencial de crescimento, a
crise é uma oportunidade, obriga a
redimensionar, a racionalizar, a projec-
tar e a tentar crescer mais rapida-
mente“, acrescentou Baloi.
A crise serve também, na opinião
do MNE moçambicano, „para os paí-
ses pobres perceberem que não
podem depender apenas da ajuda ex-
terna, que não se sabe até quando
fluirá, e devem basear a sustentabili-
dade no seu próprio crescimento
económico“.
Oldemiro Baloi deslocou-se a
Berlim para participar em diversas ac-
tividades durante a Semana de Mo-
çambique, que decorreu até no final
do mês de junho em várias cidades
alemãs, e conta com uma numerosa
embaixada de artistas e escritores.
O ministro moçambicano reúniu-
se também com responsáveis políti-
cos alemães „para trocar ideias no
campo regional e internacional, face
aos muitos desafios“ pela frente, sem
adiantar mais pormenores.
O o chefe da diplomacia moçam-
bicana manteve encontros em Berlim
com o ministro de Estado dos Negó-
cios Estrangeiros, Gernot Erler, e com
o secretário de Estado da Coopera-
ção, Erich Stather.
Participou também numa confe-
rência económica em que foram
apresentadas possibilidades de inves-
timentos em Moçambique nas áreas
das energias renováveis e do turismo.
Ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique deslocou-se à Alemanha
Ministro dos Negócios Estrangeiros deMoçambique, Oldemiro Baloi
A diminuição das remessas
dos emigrantes africanos é uma
das principais consequências da
crise económica mundial para os
países da Comunidade de Países
de Língua Portuguesa (CPLP.
„A crise interna-
cional afecta essen-
cialmente as
remessas de di-
nheiro enviadas
pelos emigrantes
guineenses na diás-
pora“, afirmou o mi-
nistro das Finanças
de Guiné-Bissau.
José Mário Vaz
acrescentou, ainda
assim, que esse não
é o único problema
decorrente da crise: „Como os
países estão a rever o cresci-
mento em baixa, isso significa
que para apoiarem a Guiné-Bis-
sau têm de fazer um grande es-
forço“, conclui o governante.
Igual problema
tem Cabo Verde. A
ministra da Econo-
mia, Fátima Fialho,
diz que a crise eco-
nómica mundial
afecta „sobretudo o
sector do turismo,
principal fonte de
receita, e as remes-
sas dos emigrantes
e o Investimento
Directo Estran-
geiro“.
CPLP:
Remessas dos emigrantes diminuemcom a crise
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