petição junt. laudo - tim - liminar
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EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CIVEL DA COMARCA DE
CORDEIRÓPOLIS/SP
Autos 282/07Requerente: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULORequerido: TIM Celular S.A.
O Ministério Público de São Paulo, por seu Órgão de
Execução que esta subscreve, nos autos da AÇÃO CIVIL PÚBLICA promovida em
face de TIM CELULAR S.A., vem, respeitosamente a presença de V. Exa., requerer
a juntada aos autos do incluso LAUDO PERICIAL realizado pela Agência Nacional
de Telecomunicações – ANATEL, em 18 de dezembro de 2007.
Na contestação apresentada pela REQUERIDA TIM Celular S/A
(fls. 169), a mesma afirmou que não havia nos autos “qualquer outra comprovação
(ou mero indício) de que a TIM estaria prestando serviço de forma inadequada.
Não há qualquer análise técnica, realizada por órgão competente (no caso, a
ANATEL), dando conta de que a TIM não teria cobertura de 80% da área urbana
deste Município, como determina a lei e o Termo de Autorização”.
Pois bem.
Por solicitação dessa Promotoria, a agência reguladora do setor,
ANATEL, na data de 18 de dezembro de 2007, realizou uma perícia no perímetro
urbano desse município. A perícia, consubstanciada na nota técnica 34/2007 –
ER01FV, verificou medidas do nível de sinal recebido (Rx) da Prestadora TIM
Celular S/A, ora requerida, em 12 locais, cujos pontos indicados no mapa da área
urbana do município, não deixam dúvidas que abrangeram a totalidade dessa área.
Pelas medições realizadas, somente em 3 pontos houve
qualidade de sinal satisfatória, com a observação da ANATEL de que em 2 pontos
desses três, o nível ficou abaixo do aceitável.
A conclusão da ANATEL deve ser transcrita abaixo:
5.1. Ante o exposto, constatou-se que a qualidade do sinal fornecida pela prestadora TIM na cidade de Cordeirópolis é insuficiente para originar e receber chamadas com inteligibilidade.5.2.5.3. Diante dos dados coletados pode-se afirmar que não há cobertura celular na cidade de Cordeirópolis, dentro dos padrões mínimos de qualidade especificados para a tecnologia GSM. (...).
Certamente o resultado da perícia é de conhecimento da
empresa requerida que possui dados técnicos da qualidade, ou ausência dela, do
sinal oferecido no município.
Cabe ressaltar que nem de longe o sinal é de 80% tal como
afirmado pela REQUERIDA em sua contestação. Ao contrário, o sinal com qualidade
não chega a 10%, considerando que nos três locais onde houve sinal satisfatório,
dois apresentavam queda de sinal.
A conclusão corrobora os depoimentos de consumidores
(fls.14/15, 153, 248, 256/273) e demonstra não só a veracidade das informações
dadas na inicial, como também a má-fé da REQUERIDA em relação aos
consumidores do serviço prestado por ela.
Havendo prova nova, necessário que seja reavaliada a
concessão de nova liminar nos moldes como requerido na inicial.
Observo que no julgamento do Agravo interposto contra a
anterior concessão da liminar (fls. 143), a justificativa foi exatamente a ausência de
perícia técnica. Havendo a perícia pela Agência Reguladora do setor, resta
comprovada a plausibilidade do direito invocado e o perigo na demora do provimento
jurisdicional pleiteado.
Não pode o Judiciário compactuar com tamanha deslealdade
praticada por uma prestadora de Serviços. A simples leitura dos depoimentos
colhidos demonstram que a situação não é de agora e certamente é de
conhecimento da REQUERIDA.
Assim, diante dos fatos novos apresentados, requer
se digne conceder nova liminar, sem justificação prévia (arts. 84, parágrafo 3°
da Lei 8.078/90 e 12 da Lei n. 7.347/85) para o fim de determinar que a
REQUERIDA dentro do prazo de 60 dias adeque os equipamentos que
forneçam sinal para o município de Cordeirópolis, de forma que os
consumidores possam ter um serviço adequado ao fim esperado, inclusive no
interior das residências, prestando desde já e as suas expensas
informações junto a imprensa local e nos municípios vizinhos de Araras,
Limeira, Santa Gertrudes e Rio Claro sobre as condições de sinal e a
inadequação do serviço prestado.
Não atendido o pedido no prazo de 60 dias a contar da
intimação da liminar, deverá ser fixada uma multa diária de R$ 20.000,00
(vinte mil reais) por dia de atraso na prestação adequada do serviço
prestado.
Termos em que,
P. deferimento.
Cordeirópolis, 22 de janeiro de 2008.
Rodrigo Sanches Garcia
Promotor de Justiça
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