perturbações do espectro do autismo - brasil
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ISBN 978-972-757-732-3
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el.pt
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9 789727 577323
Coordenação: CLÁUDIA BANDEIRA DE LIMA
PerturbaçõesEspectrodoAutismodo
Perturbações do Espectro do AutismoManual prático de intervençãoPerturbações do Espectro do AutismoManual prático de intervenção
Perturbações do Espectro do A
utismo
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CLÁ
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Este livro é, para a autora, o resultado de um projeto de vida pessoal e pro�ssional dedicado ao estudo e intervenção nas Perturbações do Espectro do Autismo (PEA). As PEA são uma patologia do neurodesenvolvimento na qual a autora se tem vindo a especializar durante os últimos 15 anos, culminando, através do Centro de Desenvolvimento Infantil LógicaMentes, na criação do Programa PIPA – Programa Integrado Para o Autismo enquanto resposta terapêutica mais adequada nas PEA. O presente manual pretende transmitir a informação de que as PEA são uma patologia do neurodesenvolvimento que exige uma intervenção muito precoce, de caráter intensivo e multi-disciplinar. Tem por objetivo partilhar o conhecimento teórico e prático sobre as PEA e a sua intervenção, dando a conhecer as diversas atividades construídas e adaptadas para as várias crianças que já passaram pelo programa PIPA. Pretende-se que tanto os pro�ssionais de saúde e terapeutas, como os educadores, professores e pais, compreendam a necessidade de os materiais terem de ser construídos à medida de cada criança para que, em cada etapa do desenvolvimento, seja feita a estimulação correta. Esta individualização permite que a criança com PEA possa evoluir e desenvolver-se de forma mais ajustada, conseguindo fazer as aprendizagens de modo a ter a autonomia e integração social e pro�ssional na sociedade.
Coordenação
Cláudia Bandeira de LimaPsicóloga Clínica e do Neurodesenvolvimento no Centro de Desenvolvimento Infantil LógicaMentes; Diretora Clínica do LógicaMentes; Psicóloga na Unidade de Desenvolvimento do Serviço de Pediatria do Hospital de Santa Maria; Doutoran-da pela Universidade de Lisboa (Faculdades de Medicina e de Letras) com projeto de investigação sobre Comunicação e Linguagem nas Perturbações do Espectro do Autismo; Experiência nas Perturbações do Espectro do Autismo e em Sistemas de Comunicação Aumentativa; Especialização na Metodologia TEACCH, Universidade da Carolina do Norte (EUA) – Division TEACCH.
Manual práticode intervençãode intervenção
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As Perturbações do Espectro do Autismo: Diagnóstico VII©
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Índice
Lista de Autores .................................................................................................. IX
Agradecimentos .................................................................................................. XI
Prefácio .............................................................................................................. XIIIManuela Baptista
Lista de Siglas/Abreviaturas ................................................................................. XV
Capítulo 1 As Perturbações do Espectro do Autismo: Diagnóstico ................... 1
Cláudia Bandeira de Lima
Capítulo 2 A Causa do Autismo: Investigação Etiopatogénica? ........................ 13
Cláudia Bandeira de Lima e Pilar de Quinhones Levy
Capítulo 3 As Comorbilidades nas PEA........................................................... 23
Cláudia Bandeira de Lima, Fernanda Torgal e Rosa Gouveia
Capítulo 4 Tratamento Farmacológico nas PEA ............................................... 37
Catarina Nascimento
Capítulo 5 As Metodologias de Intervenção nas PEA ...................................... 41
Cláudia Bandeira de Lima
Capítulo 6 O Programa PIPA e a Metodologia TEACCH na Intervenção das PEA 47
Cláudia Bandeira de Lima
Capítulo 7 A Importância da Avaliação nas PEA (Instrumentos de Avaliação) .. 57
Cláudia Bandeira de Lima
Capítulo 8 Como Elaborar um Programa de Intervenção ................................. 65
Cláudia Bandeira de Lima
Capítulo 9 Como Implementar uma Intervenção nas PEA................................ 75
Cláudia Bandeira de Lima
Capítulo 10 Atividades para a Estimulação da Cognição .................................. 83
Cláudia Bandeira de Lima
Perturbações do Espectro do Autismo: Manual Prático de IntervençãoVIII
Capítulo 11 Atividades para a Estimulação da Comunicação ............................ 115
Cláudia Bandeira de Lima
Capítulo 12 Atividades para a Estimulação da Motricidade .............................. 141
Cláudia Bandeira de Lima
Capítulo 13 Atividades para a Estimulação das Competências Académicas ...... 159
Cláudia Bandeira de Lima
Índice Remissivo ................................................................................................. 185
As Perturbações do Espectro do Autismo: Diagnóstico IX©
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Lista de autores
Coordenadora/autora
Cláudia Bandeira de Lima
Psicóloga Clínica e do Neurodesenvolvimento no Centro de Desenvolvimento Infantil LógicaMentes; Diretora Clínica do LógicaMentes; Psicóloga na Unidade de Desenvol-vimento do Serviço de Pediatria do Hospital de Santa Maria – Centro Hospitalar Lisboa Norte; Doutoranda pela Universidade de Lisboa (Faculdades de Medicina e de Letras) com projeto de investigação sobre Comunicação e Linguagem nas Perturbações do Espectro do Autismo; Experiência nas Perturbações do Espectro do Autismo e em Sistemas de Comunicação Aumentativa; Especialização na Metodologia TEACCH, Universidade da Carolina do Norte (EUA) – Division TEACCH.
Coautoras
Rosa Gouveia
Pediatria do Neurodesenvolvimento no Centro de Desenvolvimento Infantil LógicaMentes; Pediatra especializada em Desenvolvimento da Criança e do Adolescente; foi Presidente da Secção de Pediatria do Desenvolvimento da Sociedade Portuguesa de Pediatria; foi Coordenadora da Unidade de Desenvolvimento da Clínica Pediátrica do Hospital de Santa Maria e Docente na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Fernanda torGaL Garcia
Pediatria do Neurodesenvolvimento no Centro de Desenvolvimento Infantil LógicaMentes; Pediatra desde 1984; foi Coordenadora da Unidade de Desenvolvimento da Clínica Pediátrica do Hospital de Santa Maria e Docente na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Catarina nascimento
Pediatria do Neurodesenvolvimento no Centro de Desenvolvimento Infantil LógicaMentes; Pediatra na Unidade de Desenvolvimento da Clínica Pediátrica do Hospital de Santa Maria; Assistente Convidada na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa; foi Secre-tária da Secção de Pediatria do Desenvolvimento da Sociedade Portuguesa de Pediatria.
Perturbações do Espectro do Autismo: Manual Prático de IntervençãoX
Pilar DE QUINHONES LEVY
Professora Auxiliar de Genética na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa; Especialista em Pediatria e Genética Médica; Investigadora Principal do Centro de Meta-bolismo e Endocrinologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa; Médica da Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo.
As Perturbações do Espectro do Autismo: Diagnóstico XIII©
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PREFÁCIO
Conheci a Dr.ª Cláudia em 1996 quando fez o seu estágio académico com a equipa da Unidade de Desenvolvimento do Serviço de Pediatria do Hospital de Santa Maria, equipa essa que eu já integrava há alguns anos.
De trato fácil, simpática, disponível e acérrima defensora das suas convicções, rapi-damente me apercebi de que a Dr.ª Cláudia, para além duma sólida formação básica no que respeitava às Perturbações do Neurodesenvolvimento, tinha uma grande maturidade acrescida de uma enorme facilidade em estabelecer contacto com as crianças e suas famílias.
Em abril de 2003 ocupa uma vaga de Psicologia do mesmo serviço passando a exercer desde então, e até à presente data, funções de Psicóloga de Neurodesenvolvimento, na Unidade de Desenvolvimento do Serviço de Pediatria do Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte.
Integrou muito bem toda a equipa, que aliás a acarinha muito, tendo mostrado sempre uma conduta exemplar pela sua capacidade de trabalho, competência, disponibilidade e integridade ética.
Desde cedo que a Dr.ª Cláudia revelou um interesse particular pela área das Perturba-ções do Espectro do Autismo tendo feito inúmeras formações sobre o tema, incluindo deslo-cações aos Estados Unidos da América onde fez o “TEACCH Classroom Training Program”, na Universidade da Carolina do Norte, e a Inglaterra onde fez o “PECS Basic Training”.
Na Unidade de Desenvolvimento tem orientado e promovido vários projetos nesta área desde o Treino Parental, ao Treino TEACCH – Treino Cognitivo e das Competências Sociais e Pessoais, entre outros.
Assim, a sua tese de Doutoramento (que se encontra em curso) em Voz, Linguagem e Comunicação, com o título Perturbações do Espectro do Autismo: Contributos para a Caracterização do Desenvolvimento da Comunicação e da Linguagem, não é mais do que o culminar de um trabalho árduo e constante, num caminho que tem traçado e percorrido num contínuo crescente de experiência, dinamismo e competência.
Por tudo isto, confesso que fi quei lisonjeada quando a Dr.ª Cláudia me pediu para escrever o prefácio deste livro por me considerar, de certa forma, a sua “musa inspiradora” para a sua escolha e dedicação à área do Autismo.
O Perturbações do Espectro do Autismo: Manual Prático de Intervenção é o para-digma de uma iniciativa difícil de levar a termo neste país onde os apoios são escassos e ténues e vem preencher, de alguma forma, uma lacuna que existe, no que respeita a publicações deste género em Portugal.
O livro está programado de uma forma simples e clara e os capítulos são escritos por pessoas com experiência e competência demais reconhecida na comunidade científi ca;
Perturbações do Espectro do Autismo: Manual Prático de IntervençãoXIV
está bastante bem estruturado e percorre a problemática destas situações desde o diag-nóstico, a intervenção, incluindo a terapêutica farmacológica, e o prognóstico.
É também de realçar a chamada de atenção para situações de comorbilidade que não são muitas vezes devidamente valorizadas como as do comportamento alimentar, perturbações do sono, défi ce de atenção, entre outras e que, se atempadamente perce-cionadas, podem fazer a diferença na intervenção e, consequentemente, na evolução destas crianças.
Como é do conhecimento geral, a autora desta obra tem princípios e méritos bem comprovados e acredito sinceramente que vai ser uma obra muito útil para quem trabalha nesta área e que se vai refl etir de forma positiva em todas as crianças a quem está dedicada.
Para terminar, quero ainda dizer que admiro muito a Dr.ª Cláudia e a forma como tem desenvolvido o seu trabalho ao longo destes anos, com um grande sentido de res-ponsabilidade e sólidos conhecimentos científi cos, que aplica com grande rigor na sua prática clínica; acredito verdadeiramente que continuará a dar o seu melhor contributo em prol da “criança diferente”.
Por todo o caminho percorrido, e pelo que irá percorrer,Bem Haja, Cláudia!
Manuela BaptistaCoordenadora da Unidade de Desenvolvimento do Serviço
de Pediatria do Hospital de Santa Maria – CHLN
Lista de Abreviaturas XV©
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LISTA DE SIGLAS/ABREVIATURAS
A
AAP – Academia Americana de Pediatria (American Academy of Pediatrics)ABA – Applied Behavior AnalysisADIR – Autism Diagnostic Interview RevisedADOS – Autism Diagnostic Observation ScheduleAPA – American Psychiatric AssociationASHA – American Speech-Language-Hearing Association B
BDNF – Fator Neurotrófi co Brain-derived (Brain-derived Neurotrophic Factor) C
CARS – Childhood Autism Rating Scale CGG – Citosina, Guanina, GuaninaCNV – Copy Number Variations D
DC – Défi ce CognitivoDIR – Modelo baseado no Desenvolvimento, nas Diferenças Individuais e na Relação
(the Developmental, Individual Difference, Relationship-based)DSM – Diagnostic and Statistical Manual of Mental DisordersDTT – Discrete Trial Teaching E
EEG – EletroencefalogramaET – Esclerose Tuberosa F
FMRP – Fragile X Mental Retardation ProteinFRAXA – Fragile X Syndrome and AutismFXTAS – Síndrome de Tremores e Ataxia ligada ao X-Frágil (Fragile X tremors and Ataxia
Syndrome)
I
ICDL – Interdisciplinary Council on Developmental and Learning Disorders
Perturbações do Espectro do Autismo: Manual Prático de IntervençãoXVI
M
M-CHAT – Modifi ed Checklist for Autism in ToddlersMET – Metabolic P
PEA – Perturbação do Espectro do AutismoPECS – Picture Exchanged Communication SystemPEP-III – Psycho-Educational Profi lePHDA – Perturbação de Hiperatividade com Défi ce de AtençãoPI – Programa de IntervençãoPIPA – Programa Intregrado Para o Autismo PIT – Plano Individual de TransiçãoPNV – Programa Nacional de Vacinação
Q
QD – Quociente de Desenvolvimento
R
RELN – Gene da Reelina
S
SAAC – Sistemas Aumentativos e Alternativos de ComunicaçãoSLO – Síndrome de Smith-Lemli-OpitzSPW – Síndrome de Prader-WilliSSRI – Inibidores da Recaptação da Serotonina (Selective Serotonin Reuptake Inhibitors)SSRS – Social Skills Rating SystemSXF – Síndrome do X-Frágil
T
TALC – Teste de Avaliação da Linguagem na CriançaTEACCH – Treatment and Education of Autistic and Related Communication Handica-
pped ChildrenTOPL – Test Of Pragmatic Language
V
VABS – Vineland Adaptive Behavior ScalesVASPR – Vacina Anti-Sarampo, Papeira e Rubéola
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WIPPSI – Wechsler Preschool and Primary Scale of IntelligenceWISC-III – Wechsler Intelligence Scale for Children
As Perturbações do Espectro do Autismo: Diagnóstico 1©
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As PerturbAções do esPectrodo Autismo: diAgnóstico 1Cláudia Bandeira de lima
O Autismo foi definido inicialmente por Kanner em 1943 como “autistic disturban-ces of affective contact”. Kanner identificou um grupo de 11 crianças com alterações comportamentais marcadas e que se dis-tinguiam sobretudo pelo seu isolamento social. Estas alterações na vinculação social surgiam desde cedo e distinguiam ‑se das crianças que se isolavam após um período preestabelecido de vinculação. As carac-terísticas identificadas por Kanner foram: incapacidade de relacionamento com os outros, falha no uso da linguagem, desejo obsessivo de manter as coisas da mesma maneira, ansiedade (tinham medos desa-propriados de coisas comuns), excitação fácil com determinados objetos ou tópicos[1].
Na mesma altura, Hans Asperger defi-niu uma síndrome mais ligeira intitulada de Asperger syndrome, onde se observavam comportamentos ligeiramente diferentes. Segundo o autor, a Síndrome de Asperger é caracterizada por um contacto social inapropriado com comunicação peculiar, criando palavras originais, com pobreza de expressões faciais e de gestos e com muitos movimentos estereotipados, inte-ligência normal ou acima da média. De facto, a diferença relativamente a Kan-ner era de que as competências linguísti-cas e cognitivas eram mais elevadas[2,3].
Loma Wing e Judith Gould em 1979 criaram a expressão “espectro do autismo”. Num estudo epidemiológico realizado com 35.000 crianças, Wing & Gould concluíram
que um grupo alargado de crianças tinha algum tipo de dificuldade na interação social, associada a dificuldades na comu-nicação e falta de interesse em atividades, no entanto, não enquadravam o diagnóstico formal para o Autismo. Neste sentido, cria-ram o conceito de spectrum[4].
Os primeiros critérios de diagnóstico foram definidos em 1980 no Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM ‑III). Os critérios atuais (DSM ‑IV ‑TR)definem a Perturbação do Espectro do Autismo como sendo uma Perturbação Glo-bal do Desenvolvimento, caracterizada por um défice grave e global em três áreas do desenvolvimento:
n Interação social;n Comunicação;n Comportamento[5].
As características essenciais da Pertur-bação do Espectro do Autismo (PEA) são a presença de um desenvolvimento acentua-damente anormal ou deficitário da intera-ção e comunicação social e um repertório acentuadamente restrito de atividades e interesses. As manifestações desta pertur-bação variam muito em função do nível de desenvolvimento e da idade cronológica do sujeito. Não existe um desenvolvimen-to tipicamente normal, apesar de 20% dos pais descreverem um desenvolvimento re-lativamente normal durante os primeiros anos de vida. Nestes casos, os pais referem uma regressão sobretudo na linguagem, ca-
Perturbações do Espectro do Autismo: Manual Prático de Intervenção90
estratégias Para O ensinO da COgniçãO
nOçãO de igual
Objetos Iguais Nome
Noção de Igual Área
Aprender a associar imagens iguais ao modelo.
Objetivo
Pôr uma imagem em cima da mesa e dar à criança uma imagem igual para
ela colocar em cima da primeira.
Descrição
Imagens Iguais I Nome
Noção de Igual Área
Aprender a dar imagens iguais ao modelo.
Objetivo
Colocar várias imagens num tabuleiro e dar à criança. Com as imagens
em duplicado mostrar uma a uma e pedir à criança para dar uma imagem
idêntica.
Descrição
Imagens Iguais II Nome
Noção de Igual Área
Associar as imagens iguais em função dos modelos existentes.
Objetivo
Colocar várias imagens num tabuleiro e dar à criança. Dispor as imagens em
duplicado numa coluna em cima da mesa. Pedir à criança para associar
as imagens de acordo com o modelo apresentado.
Descrição
Atividades para a Estimulação da Cognição 93©
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Padrões
Nome Bolas e Cubos
Área Noção de Cor
Objetivo Aprender a seguir um padrão de cor, associando os cubos às cores das bolas, cumprindo a ordem da sequência de cor.
Descrição Colocar a placa de cores em cima da mesa e à frente da criança. Dar um cubo colorido correspondente à cor da primeira bola. Pedir à criança para a colocar em cima da bola colorida correspondente. Continuar a dar os cubos seguindo o padrão existente (não permitir que a criança ponha os cubos ao acaso).
Nome Padrões de Cores Lego®
Área Noção de Padrão
Objetivo Aprender a fazer construções de Lego® seguindo um modelo.
Descrição Colocar a placa de cores em cima da mesa ou segurá-la na posição vertical. Dar um conjunto de peças de Lego® coloridas à criança e pedir-lhe que as encaixe umas nas outras, começando pela cor verde até à cor vermelha, seguindo o padrão de cores existente.
Nome Padrões de Cores
Área Noção de Padrão
Objetivo Aprender a seguir padrões associando objetos às cores respeitando a sequên-cia dada no modelo.
Descrição Colocar três tiras de padrões de cores em cima da mesa e um conjunto de missangas/cubos coloridos ao lado. Pedir à criança para ir colocando uma peça de cada vez, seguindo o padrão existente e respeitando a orientação esquerda-direita/cima-baixo.
Atividades para a Estimulação da Cognição 95©
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COrPO HumanO
Nome Loto do Corpo Humano
Área Noção de Corpo Humano
Objetivo Aprender a associar as partes do corpo ao modelo igual.
Descrição Colocar uma placa em cima da mesa com as partes do corpo humano. Retirar as etiquetas com as partes do corpo e dar uma de cada vez à criança, nomeando cada uma e pedindo-lhe para repetir. Começar pela esquerda e de cima para baixo.
Nome Loto da Cara
Área Noção de Corpo humano
Objetivo Aprender a associar as diferentes partes da cara aos respetivos locais.
Descrição Colocar uma placa com uma cara em cima da mesa e retirar as etiquetas com as partes da cara. Dar uma etiqueta de cada vez à criança e nomear as partes da cara. Pedir à criança para repetir e colocá-las na parte da cara correta.
Nome Placa da Cara Humana
Área Noção de Corpo humano
Objetivo Identificar e apontar para as diferentes partes da cara.
Descrição Colocar uma placa com diferentes partes da cara em cima da mesa. Nomear cada uma das partes apontado com o seu dedo. Em seguida solicitar à criança para apontar para uma parte determinada. Também pode pedir à criança que aponte nela própria a parte da cara correspondente.
Perturbações do Espectro do Autismo: Manual Prático de Intervenção124
estratégias Para o ensino da ComuniCação
imitação e soPro
Bolas de Sabão Nome
Imitação — Sopro Área
Aprender a soprar de modo a produzir bolas de sabão.
Objetivo
Retirar a tampa das bolas de sabão e soprar uma vez para criar o interesse da criança e demonstrar como se faz. Pôr a tampa perto da boca da criança
e incentivá-la a soprar. Pode fazer o movimento com a sua boca e/ou
apertar as bochechas da criança para a ajudar a perceber o movimento que
tem de fazer.
Descrição
Palha Nome
Imitação — Sopro Área
Aprender a soprar pela palhinha fazendo rolar bolas de ping ‑pong pela
mesa.
Objetivo
Sentar-se em frente da criança e pôr uma bola de ping‑pong em cima da
mesa. Soprar com a palhinha de modo a fazer rolar a bola pela mesa até à
criança. De seguida pôr a palhinha na boca da criança e incentivá-la a soprar. Simular em simultâneo o movimento de sopro para que a criança entenda o que
tem de fazer.
Descrição
Beijar Nome
Imitação Área
Aprender a dar beijinhos, apertando a boca e fazendo barulho.
Objetivo
De frente para a criança e ao nível dela, pedir-lhe para dar um beijinho. Se necessário apertar as bochechas encos-
tando a boca da criança à sua cara e fazendo o som correspondente para que
ela compreenda melhor o que fazer.
Descrição
Atividades para a Estimulação da Comunicação 125©
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gestos
Nome Adeus
Área Gesto
Objetivo Aprender a fazer o gesto do adeus quando se vai embora.
Descrição Ir até à porta com a criança e pedir ajuda a uma terceira pessoa para se colocar em frente da criança. Fazer adeus com a sua mão incentivando a criança para o fazer também. Caso a criança não o faça pode modelar fisicamente a mão da criança para fazer adeus.
Nome Olá
Área Compreensão
Objetivo Aprender a dizer olá através da troca do símbolo do olá.
Descrição Ajudar a criança a retirar o símbolo do olá de uma placa. Baixar-se ao nível da criança verbalizando “olá” e incentivan-do-a a repetir. Se não tiver linguagem ensine a criança a retirar o símbolo do olá e a dar-lhe como sinal representa-tivo da saudação. Pode colar o símbolo do olá na parede ou num dossier ou no local onde possa ocorrer essa ação.
Nome Apontar
Área Compreensão
Objetivo Aprender a apontar para o nariz com manipulação.
Descrição Sentar-se com a criança à mesa e colo-car um loto da cara humana em cima da mesa. Dar uma etiqueta de cada vez à criança e pedir-lhe para apontar no seu corpo para a parte correspondente. Se necessário ajude a criança modelando a sua mão com o indicador esticado.
Perturbações do Espectro do Autismo: Manual Prático de Intervenção126
eFetuar Pedidos
Dossier de Comunicação (PECS) Nome
Pedidos Área
Aprender a pedir uma cor, colocando os símbolos na barra de frase e
efetuando o pedido.
Objetivo
Colocar o dossier PECS em cima da mesa e uma placa de bolas de
cores variadas, ficando com as peças coloridas para si.
Descrição
Dossier de Comunicação (PECS) Nome
Pedidos Área
Aprender a colocar os símbolos na barra de frase e retirá -la do dossier.
Objetivo
Deixar que a criança coloque os símbolos na barra de frases pela ordem
correta.
Descrição
Dossier de Comunicação (PECS) Nome
Pedidos Área
Retirar a barra de frases do dossier e trocar com o parceiro de comunicação
para efetuar o pedido.
Objetivo
Incentivar a criança a retirar a barra de frases do dossier e a dá -la para
fazer o pedido da cor que pretende.
Descrição
Atividades para a Estimulação da Motricidade 141©
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AtividAdes pArA A estimulAção dA motricidAde 12Cláudia Bandeira de lima
O desenvOlvimentO mOtOr na Criança
O desenvolvimento motor da criança durante os primeiros anos de vida leva ‑a a adquirir o andar, a corrida e todo um leque de gestos finos e precisos, que refletem a existência de movimentos coordenados en tre eles, coordenados com as perceções sensoriais. O movimento não é apenas a simples contração de um músculo, o mo‑vimento é o resultado do desenvolvimento da mobilidade mas, também, do desenvol‑vimento cognitivo e afetivo. O movimento ajuda a criança a ter consciência do seu corpo como um todo, do espaço e do tem‑po, a adquirir a noção de ritmo e equilíbrio e a movimentar ‑se de forma rápida e se‑gura. Cada vez mais o corpo e o seu mo‑vimento são vistos como um todo, onde o movimento de músculos surge associado ao pensamento, aos sentimentos, às vivências de cada um.
O desenvolvimento motor pode ser ava‑liado em várias áreas, no entanto, tradicio‑nalmente distinguimos duas grandes áreas: a motricidade grosseira e a motricidade fina. A motricidade grosseira está relaciona‑da com o uso e coordenação de músculos grandes do corpo. A motricidade fina refere‑se aos movimentos que requerem o uso e a coordenação de músculos pequenos. Exem‑plos destas competências são o escrever, o cortar, o abotoar, entre outras[1]. Muitas destas atividades motoras que noutras crian‑
ças são espontâneas, têm de ser propostas de forma explícita e intencional à criança com dificuldade de movimento. Para além destas grandes áreas, é comum serem iden‑tificadas outras, nomeadamente o equilíbrio, a tonicidade, a estrutura es pa cio temporal, o esquema corporal, a lateralidade, a coorde‑nação óculo ‑manual e óculo ‑podal, a inte‑gração sensorial.
Desde que nasce, o bebé usa o movi‑mento para comunicar com o mundo à sua volta e com as pessoas de referência. É o movimento que proporciona ao bebé a pos‑sibilidade de alargar os seus horizontes e ir à descoberta do ambiente à sua volta. Assim, todas as fases do desenvolvimento motor de uma criança são importantes e imprescindí‑veis pois possibilitam a promoção de outras áreas como a cognição, a linguagem, a auto‑nomia e a socialização. É através do gatinhar e do andar que a criança consegue fazer as suas primeiras separações dos seus cuidado‑res, afastando ‑se no ambiente, explorando os materiais e os novos espaços que encontra, tendo assim a oportunidade de fazer novas aprendizagens. A possibilidade de se deslo‑car autonomamente leva a que a criança já não seja dependente do adulto e seja capaz de se ligar a novas pessoas, aumentando as‑sim as suas interações sociais.
Destacamos alguns marcos importantes do desenvolvimento motor típico na Tabela 12.1.
Nas crianças com PEA, as alterações na motricidade são referidas desde o nas‑
Perturbações do Espectro do Autismo: Manual Prático de Intervenção146
"pôr dentrO"
Caixa e Cubos Nome
“Pôr Dentro” Área
Aprender a colocar peças dentro de uma caixa com abertura larga.
Objetivo
Colocar a caixa em cima da mesa, retirar os cubos coloridos e pô-los em
cima da mesa. Pedir à criança para pôr um cubo de cada vez dentro da caixa
pela abertura larga.
Descrição
Caixa e Fichas Nome
“Pôr Dentro” Área
Aprender a colocar peças dentro de uma caixa com abertura fina.
Objetivo
Colocar a caixa das fichas em cima da mesa e pedir à criança para tirar uma
ficha de cada vez e enfiá-la na ranhura da caixa. Repetir o procedimento.
Descrição
Caixa das Flores Nome
“Pôr Dentro” Área
Aprender a tirar as flores e a colocá--las dentro da caixa.
Objetivo
Pôr a caixa em cima da mesa e pedir à criança para tirar as flores da tampa e
as colocar na ranhura da caixa. Repetir o procedimento.
Descrição
Perturbações do Espectro do Autismo: Manual Prático de Intervenção158
COOrdenaçãO mOtOra
Torre de Equilíbrio Nome
Coordenação Mão -Olho Área
Aprender a colocar os bonecos com equilíbrio respeitando as regras de
organização espacial de modo a não fazer cair a torre.
Objetivo
Sentar-se à mesa com a criança e colo-car a torre na mesa. Separar os bone-cos de cores e lançar o dado. Colocar o boneco com cuidado em função da cor que saiu no dado. Pedir à criança
para repetir. Também se pode jogar sem dado apenas pondo os bonecos na
torre sem a fazer cair.
Descrição
Botões e Fio Nome
Coser Área
Aprender a coser os botões enfiando o fio nos orifícios.
Objetivo
Colocar o saco com os botões e os fios em cima da mesa. Pôr um botão na
mão da criança e o fio na outra. Ajudar a criança a enfiar o fio nos botões. Repetir os procedimentos cosendo
vários botões.
Descrição
As Flores Nome
Encaixar e Construir Área
Aprender a encaixar as flores umas nas outras formando figuras.
Objetivo
Pôr a caixa de flores em cima da mesa e demonstrar à criança como encaixar
umas nas outras. Pôr um modelo de flores em cima da mesa e pedir à
criança para fazer igual.
Descrição
A autora agradece à Anditec a cedência dos símbolos utilizados nas atividades aqui apre-sentadas (Direitos de Utilização dos Símbolos SPC para Portugal: Anditec, Tecnologias de Reabilitação, Lda.).
Perturbações do Espectro do Autismo: Manual Prático de Intervenção166
leitura
As Letras Nome
Leitura Área
Aprender a nomear as letras do abece-dário fazendo correspondência entre
letras iguais.
Objetivo
Colocar a placa do loto em cima da mesa, retirar as etiquetas das letras
e dar uma de cada vez à criança, no-meando as letras e pedindo-lhe para
repetir e colar no local correto.
Descrição
O Meu Nome Nome
Leitura Área
Aprender a associar a palavra do nome, com modelo.
Objetivo
Colocar a placa em cima da mesa, apontar para a imagem e dizer o nome
da criança. Dar-lhe a etiqueta com o nome e pedir-lhe para a colar em cima
do modelo repetindo o nome.
Descrição
Loto da Família Nome
Leitura Área
Aprender a ler e a identificar os nomes dos membros da família e associar às
suas imagens.
Objetivo
Colocar a placa em cima da mesa, retirar as etiquetas com os nomes dos membros da família. Dar um de cada vez à criança e pedir-lhe para apon-
tar para a etiqueta e repetir o nome. Depois pedir-lhe para a associar à ima-
gem correta.
Descrição
Atividades para a Estimulação das Competências Académicas 173©
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esCrita
Nome Nome I
Área Escrita
Objetivo Aprender a escrever o nome passando por cima da sombra.
Descrição Colocar a ficha em cima da mesa e dar uma caneta à criança. Com a sua aju-da pedir-lhe para passar por cima da sombra de cada letra. No fim pedir-lhe para ler a palavra.
Nome As Letras do Nome II
Área Escrita
Objetivo Aprender a escrever as letras do nome passando por cima da sombra e repetindo o estímulo. Importante para quando há erros na escrita de uma ou mais letras.
Descrição Colocar a ficha em cima da mesa e dar uma caneta à criança. Apontar para cada uma das letras e pedir à criança para as nomear. Dar uma ajuda com a sua mão nas primeiras letras e de seguida pedir à criança para passar por cima da sombra sozinha.
Nome Nome e Apelido III
Área Escrita
Objetivo Aprender a escrever o nome e o apelido passando por cima da sombra.
Descrição Colocar a ficha em cima da mesa e dar uma caneta à criança. Com a sua ajuda pedir -lhe para passar por cima da sombra de cada letra. No fim pedir--lhe para ler o seu nome e apelido.
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ISBN 978-972-757-732-3
www.lid
el.pt
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el.pt
9 789727 577323
Coordenação: CLÁUDIA BANDEIRA DE LIMA
PerturbaçõesEspectrodoAutismodo
Perturbações do Espectro do AutismoManual prático de intervençãoPerturbações do Espectro do AutismoManual prático de intervenção
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Este livro é, para a autora, o resultado de um projeto de vida pessoal e pro�ssional dedicado ao estudo e intervenção nas Perturbações do Espectro do Autismo (PEA). As PEA são uma patologia do neurodesenvolvimento na qual a autora se tem vindo a especializar durante os últimos 15 anos, culminando, através do Centro de Desenvolvimento Infantil LógicaMentes, na criação do Programa PIPA – Programa Integrado Para o Autismo enquanto resposta terapêutica mais adequada nas PEA. O presente manual pretende transmitir a informação de que as PEA são uma patologia do neurodesenvolvimento que exige uma intervenção muito precoce, de caráter intensivo e multi-disciplinar. Tem por objetivo partilhar o conhecimento teórico e prático sobre as PEA e a sua intervenção, dando a conhecer as diversas atividades construídas e adaptadas para as várias crianças que já passaram pelo programa PIPA. Pretende-se que tanto os pro�ssionais de saúde e terapeutas, como os educadores, professores e pais, compreendam a necessidade de os materiais terem de ser construídos à medida de cada criança para que, em cada etapa do desenvolvimento, seja feita a estimulação correta. Esta individualização permite que a criança com PEA possa evoluir e desenvolver-se de forma mais ajustada, conseguindo fazer as aprendizagens de modo a ter a autonomia e integração social e pro�ssional na sociedade.
Coordenação
Cláudia Bandeira de LimaPsicóloga Clínica e do Neurodesenvolvimento no Centro de Desenvolvimento Infantil LógicaMentes; Diretora Clínica do LógicaMentes; Psicóloga na Unidade de Desenvolvimento do Serviço de Pediatria do Hospital de Santa Maria; Doutoran-da pela Universidade de Lisboa (Faculdades de Medicina e de Letras) com projeto de investigação sobre Comunicação e Linguagem nas Perturbações do Espectro do Autismo; Experiência nas Perturbações do Espectro do Autismo e em Sistemas de Comunicação Aumentativa; Especialização na Metodologia TEACCH, Universidade da Carolina do Norte (EUA) – Division TEACCH.
Manual práticode intervençãode intervenção
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AF_Autismo.pdf 1 12/02/07 10:55
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