pequena história da tv digital brasileira, artur mendes
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TV DigitalPequena história
SBTVD
Artur Mendes
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Pequena história da TV Digital BrasileiraSBTVDArtur MendesMTb 8063
AgradecimentosEquipe do Laboratório de TV Digital
da Universidade Presbiteriana Mackenzie
Prof. Dr. Gunnar Bedicks Junior
Prof. Dr. Cristiano Akamine
Prof. Fujio Yamada (in memoriam)
Prof. Carlos Eduardo Dantas (in memoriam)
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ÍndiceCronologia TV..................................................................................03O princípio digital...........................................................................09O Brasil abre a janela.....................................................................12Mackenzie na vanguarda.................................................................19Definindo os testes...........................................................................24Universidades unidas......................................................................30Apêndices.........................................................................................35
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1817
• Tudo começou em 1817, quando o cientista sueco Jakob Berzelius
descobriu e isolou o selênio, observando a fotossensibilidade do ele-
mento químico que desprendia elétrons quando exposto à luz.
1884
• Em 1884, o alemão Paul Nipkow patenteou uma proposta de trans-
missão de imagens à distância, e foi chamado de o "fundador da téc-
nica de TV".
1892
• Em 1892, Juluis Elster e Hans Getbel inventaram a célula fo-
toelétrica.
1900
• A palavra televisão foi inventada em 1900, pelo francês Constantin
Perskyi. Vem da junção das palavras tele (longe, em grego) e videre
(ver, em latim). Perskyi apresentou uma tese no Congresso Interna-
cional de Eletricidade, em Paris cujo título era "Televisão".
1906
• Em 1906, Arbwhnett desenvolveu o sistema de televisão por raios
catódicos, que empregava a exploração mecânica de espelhos so-
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1Cronologia TV
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mada ao tubo de raios catódicos. O mesmo seria feito na Rússia, por
Boris Rosing. Por isso não se pode atribuir a invenção da televisão a
uma única pessoa. Os novos equipamentos eram construídos a partir
de experiências anteriores de outros pesquisadores.
1920
• Em 1920, o inglês John Logie Baira realizou as primeiras trans-
missões através do sistema mecânico baseado num invento de Nip-
tow. 1924
• Quatro anos depois, em 1924, Baira transmitiu contornos de obje-
tos à distância e, no ano seguinte, fisionomias de pessoas. O padrão
de definição possuía 30 linhas e era mecânico.
• O primeiro sistema semi-mecânico de televisão analógica foi
demonstrado em fevereiro de 1924 em Londres por John Logie
Baird com uma imagem do desenho animado “O Gato Félix”.
1926
• Baird fez a primeira demonstração no Royal Institution em Lon-
dres para a comunidade científica e logo após assinou contrato com
a BBC para transmissões experimentais.
1928
• O primeiro serviço de transmissão de tv no mundo foi o da TV
WGY em Schenectady, Nova Iorque, inaugurada em 11 de maio de
1928.
1935
• Em março de 1935, a Alemanha, primeiro país a oferecer um
serviço de televisão pública, emitiu oficialmente a televisão,
adotando um padrão de média definição: 180 linhas e 25 quadros
por segundo.
1941
• Surge a propaganda na TV. A NBC estreou em 1941, com anun-
ciantes e patrocinadores sustentando a programação.
1950
• No Brasil, em 18 de Setembro de 1950 é inaugurado o primeiro
canal de TV da América Latina. A TV Tupi de São Paulo, PRF-3
TV, canal 3, Difusora.
1954
• A rede americana NBC começa a transmitir em cores pela primeira
vez no mundo, com o padrão americano NTSC.
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1962
• A TV Excelsior de São Paulo transmite experimentalmente em
cores o programa Moacyr Franco Show pela primeira vez no Brasil,
no sistema NTSC.
1963
• Em 1963 a TV Tupi de São Paulo também experimenta a transmis-
são em cores e começa a transmitir o seriado Bonanza nas noites de
sábado, tambem em NTSC.
1967
• A Alemanha colocou em funcionamento, em 1967, uma variação
do sistema americano, que recebeu o nome de Phase Alternation
Line, dando as iniciais para o sistema PAL; resolvendo algumas de-
bilidades do primeiro sistema. Nesse mesmo ano, entrou na França
o SECAM (Séquentielle Couleur à Mémoire), não compatível com
o sistema preto e branco francês.
1970
• A Copa do Mundo de Futebol de 1970, no México, chegou em
cores no Brasil em transmissão experimental para as estações da
Embratel, que retransmitia para os raros possuidores de televisão
colorida no Brasil. A Embratel reuniu convidados na sua sede no
Rio de Janeiro, em São Paulo (no Edifício Itália) e em Brasília. O
sinal, recebido em NTSC (padrão americano), era convertido para
PAL-M e captado por aparelhos de TV instalados nas três cidades.•
• A Japão Nippon Hoso Kyokai (NHK) criou a TV de alta definição,
o que seria chamado mais tarde de HDTV - Hi Definition Televi-
sion.
1971
• Em 1971 o governo baixa uma lei determinando o corte da con-
cessão das emissoras que não transmitirem uma porcentagem mín-
ima de programas em cores. O sistema oficial passa a ser o PAL-M,
que é uma mistura do padrão M do sistema NTSC e das cores do
sistema PAL Europeu. O objetivo era criar uma indústria totalmente
nacional com o sistema próprio. Para aumentar as vendas de recep-
tores coloridos a fábrica de televisores Colorado, patrocina replays
de jogos de futebol todas as tardes nas TVs Bandeirantes e Gazeta.
1972
• A primeira transmissão oficial em cores no Brasil ocorreu em 19
de fevereiro de 1972, com a cobertura da "Festa da Uva", na cidade
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gaúcha de Caxias do Sul, autorizada pelo Ministério das Comuni-
cações. Em 31 de março de 1972, as principais emissoras brasileiras
inauguraram oficialmente suas programações coloridas.
1974
• Com o advento da Copa do Mundo de Futebol de 1974, a venda de
televisores coloridos finalmente decola e coloca definitivamente o
Brasil no mundo da TV em cores.
1980
• A Hi-Vision Promotion Association começou a dar os primeiros
passos na direção da digitalização das transmissões de TV. Surgia
assim o primeiro sistema de transmissão de TV Digital do mundo, o
japonês, DHVB – Digital Hi-Vision Broadcasting.
• Europa começa a desenvolver o sistema DVB - Digital Video
Broadcasting. O DVB foi projetado a partir dos anos 80 pelo con-
sórcio que hoje possui 250 integrantes de 15 países.
1987
• Os Estados Unidos criam o padrão ATSC - Advanced Television
System Committee. O padrão norte-americano de TV Digital, foi
desenvolvido por um grupo de 58 indústrias de equipamentos
eletroeletrônicos.
1991
• O governo Collor de Mello, estabeleceu a Comissão Assessora
para Assuntos de Televisão (COMTV) cuja tarefa principal era re-
unir governo e empresas de comunicação nos estudos e análise da
então chamada “TV de Alta Definição”.
1994
• Em 1994 surgiu o chamado Grupo ABERT / SET que centralizou
seus esforços na pesquisa e desenvolvimento da TV Digital no
Brasil.
1998
• Assinado o acordo de Cooperação Técnica do Mackenzie com a
ABERT / SET – Associação Brasileira de Televisão e Sociedade
Brasileira de Engenharia de Televisão para obter dados técnicos do
desempenho dos sistemas de transmissão de TV Digital
• Em 1998, numa cooperação técnica com a Associação Brasileira
de Empresas de Rádio e Televisão (ABERT), a Sociedade de En-
genharia de Televisão (SET), a Agência Nacional de Telecomuni-
cações (ANATEL) e a empresa NEC do Brasil, foi inaugurado o
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Laboratório de Televisão Digital da Escola de Engenharia da Uni-
versidade Presbiteriana Mackenzie.
• Em outubro de 98 a TV Digital entra em operação comercial nos
Estados Unidos.
• O DVB entra em operação no Reino Unido e na Austrália.
• Anatel publica a Resolução No. 69 que autorizava a realização dos
primeiros testes de transmissão de TV Digital em circuito fechado
em caráter experimental.
1999
• Anatel expede em 30 de agosto de 1999, o Ato nº 4609, do Con-
selho Diretor da ANATEL, assinado pelo então presidente do con-
selho, Roberto Navarro Guerreiro, autorizando a instalação da
estação transmissora em São Paulo para executar Serviço Especial
para Fins Científicos e Experimentais.
• Começam os primeiros testes com TV Digital no Brasil de com o
aval de especialistas da Universidade Mackenzie.
2002
• Em 12 de setembro de 2002, o professor Eng. Gunnar Bedicks foi
nomeado oficialmente representante do Mackenzie junto a ABERT /
SET.
• Professor Eng. Gunnar Bedicks é empossado pelo diretor presi-
dente do Mackenzie, Sr. Cyro Aguiar, no cargo de Coordenador do
Labarotório de TV Digital em 21 de novembro.
• Selado novo acordo de Cooperação Técnica entre Mackenzie e a
ABERT / SET visando a execução de novos testes e a implantação
de uma estação de teste de TV Digital.
2003
• Professor Eng. Gunnar Bedicks Jr e o Dr. Pedro Ronzelli Jr. vice
reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em visita ao então
ministro das Comunicações, Miro Teixeira, propuseram ao ministro
a criação de um consórcio de universidades para reativar o projeto
da TV Digital.
• Foi realizada no Mackenzie, no dia 6 de junho de 2003, a 1a. Re-
união do Consórcio de Universidade para o Desenvolvimento do
Sistema Brasileiro de TV Digital
• Foi realizado em Campinas, na Unicamp, em 11 e 12 de agosto o I
WorkShop Técnico sobre o Projeto do Sistema Brasileiro de Tele-
visão Digital (SBTVD). Essa foi a segunda reunião do Consórcio de
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Universidades.
• Entra em operação comercial o sistema japonês de TV Digital
chamado de ISDB-T - Integrated Services Digital Broadcasting Ter-
restrial - Serviço Integrado de Transmissão Digital Terrestre.
2006
• O Presidente Lula da Silva emite o decreto Nº 5.820, DE 29 DE
JUNHO DE 2006 que implanta oficialmente o Sistema Brasileiro de
Televisão Digital Terrestre - SBTVD-T.
• Em 23 de novembro, na cidade de São Paulo, instala-se o Fórun
Do Sistema Brasileiro de TV Digital, órgão que vai acompanhar a
implantacão e o desenvolvimento da TV Digital no Brasil.
A tecnologia digital tem suas bases associadas ao desenvolvimento dos primeiros computadores eletrônicos
Boole, o percursor digital
O professor de matemática no Quen’s College em Cork na Irlanda,George Boole, publicou certa vez dois trabalhos que serviram debase conceitual para a lógica digital. No artigo “The MathematicalAnalysis of Logic” (1847) e no artigo “The Laws of Thought”(1854), Boole explicou, como processos de lógica fundamental po-diam ser expressos em termos de um e zero por um sistemachamado Álgebra Booleana. Entretanto Boole naquele tempoachava que seu sistema não teria nenhuma aplicação prática. Malsabe ele que seu sistema de Álgebra Booleana tornou-se a baseteórica para todo o desenvolvimento dos circuitos digitais.
Hollerith
Outra invenção, que também ocorreu no século 19 e que foi funda-10
2O princípio digital
mental para a revolução digital foi a do americano Herman Hol-lerith. Como os dados do Censu Americano de 1880, foram proces-sados, manualmente, durante oito anos. Herman Hollerith,empregado do Census Bureau, desenvolveu uma máquina que us-ando eletricidade, automaticamente selecionava e tabulava dadosque haviam sido gravados em cartões perfurados. Esse sistemaprocessou os dados do Censu Americano de 1890, em apenas doisanos e meio. A partir desse sucesso Hollerith fundou a empresa“Tabulating Machine Company” que acabou se tornando a IBM.
Juntando idéias
As duas invenções foram colocadas juntas em 1937, quando ClaudeShanon, em sua dissertação de mestrado no MIT, combinou a Álge-bra de Boole com os circuitos de chaveamento de relés, usados namáquina de Hollerith, mostrando como máquinas podiam operarcom lógica matemática.
ENIAC, o primeiro computador
Nove anos mais tarde, em 1946 surge o ENIAC (Electronic Numeri-cal Integrator Calculator), construído por J. Presper Eckert e JohnMauchly da Universidade da Pensilvânia. O ENIAC é consideradoo primeiro computador com tecnologia Digital do mundo.
FAX
Do primeiro ENIAC até os anos 70 a tecnologia digital predomi-nava nos ambientes dos computadores. A partir de 1973 surgiram osprimeiros aparelhos de fax produzidos em escala comercial, quecomeçaram a transmitir cópias tipo fac símile com sinais digitaistransmitidas por meio da rede telefônica.
CD
Quase dezoito anos mais tarde, no final dos anos 80, mais uma vezo digital sai dos computadores e migra para os estúdios musicais egravadoras de disco. A humanidade conhece então o compact disc, o
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CD como é conhecido popularmente até hoje.
Telefone móvel
O próximo aparelho de uso popular a incorporar a tecnologia digitalé o telefone celular. Os primeiros telefones móveis digitais surgiramno final dos anos 80. Hoje quase toda a telefonia móvel funcionaem cima de tecnologias digitais. Quase tudo ao nosso redor hojetem dispositivos digitais. Seja um tocador de musica tipo iPod,aparelhos de CD e DVD, máquinas fotográficas, controladores deluz e tantos outros equipamentos utilizados em diversas áreas deatividade.
O digital na TV
Se na indústria da televisão muitas estações já operavam interna-mente com equipamentos digitais, na ponta do sistema, ou seja nossistemas de transmissão ainda permanciam e se mantém ainda hojeem grande parte analógicos. A TV é um dos últimos dos moicanosque começa a migrar a partir dos anos 2000 para a tecnologia digitalem seus sistemas de transmissão.
Surge a TV Digital
A história da TV Digital, começou em 1970, quando um dosmaiores canais de televisão do mundo, a Japão Nippon HosoKyokai (NHK) criou a TV de alta definição, o que seria chamadomais tarde de HDTV - Hi Definition Television. Como na época ostécnicos da NHK estavam tendo problemas técnicos para transmitirHDTV com toda a gama de informações exigidas pela altadefinição, dentro de uma plataforma analógica em meados de 1980a Hi-Vision Promotion Association começou a dar os primeiros pas-sos na direção da digitalização das transmissões de TV. Surgiaassim o primeiro sistema de transmissão de TV Digital do mundo, ojaponês, DHVB – Digital Hi-Vision Broadcasting.
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1991, o Brasil acorda para a TV Digital
Se nas década de 80 a TV Digital já engatinhava no Japão, Estados
Unidos e na Europa, no Brasil o assunto começou a ser discutido a
partir de 1991, no então governo Collor de Mello, quando o Min-
istério das Comunicações estabeleceu a Comissão Assessora para
Assuntos de Televisão (COMTV) cuja tarefa principal era reunir
governo e empresas de comunicação nos estudos e análise da então
chamada “TV de Alta Definição”, acompanhando os trabalhos de
implantação do sistema em outros países e as discussões no âmbito
da União Internacional da Telecomunicações. Dessa comissão
faziam parte a Associação Brasileira de Rádio e Televisão que
naquele momento agregava todas as emissoras de rádio e televisão
do país e a Sociedade de Engenharia de Televisão entre outras enti-
dades setoriais diretamente interessadas no desenvolvimento da tec-
nologia. Em 1994 surgiu o chamado Grupo ABERT / SET que
centralizava seus esforços na pesquisa e desenvolvimento da TV
Digital no Brasil.
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3O Brasil abre a janela
Brasil de olho no mundo
Em 1997, a perspectiva do início da implantação dos sistemas na
Europa e EUA motivou várias emissoras de televisão a solicitarem à
Anatel autorizações especiais para testes de transmissão e recepção
de TV Digital, utilizando equipamentos que já estavam disponíveis
no mercado internacional. O objetivo destes testes era incorporar o
conhecimento das vantagens e problemas que a escolha de um even-
tual sistema de TV Digital poderia trazer ao país.
Começam os testes
Por orientação do Ministério das Comunicações, coube à Anatel es-
tabelecer a coordenação destes pedidos, publicando então a Res-
olução No. 69 que autorizava a realização de testes em circuito
fechado de caráter experimental, possibilitando desta forma que
aquele grupo pudesse se organizar na construção de uma estação pi-
loto e iniciar a execução de testes em sistemas de TV Digital já em
1998. Esta mesma resolução, em seu artigo 3.2 autorizava expressa-
mente a participação de universidades e centros de pesquisa tec-
nológica nos trabalhos de pesquisa de maneira a permitir que
engenheiros brasileiros pudessem contribuir com sua experiência
para o desenvolvimento do projeto. Imediatamente diversas empre-
sas de tecnologia que também estavam interessadas no desenvolvi-
mento dos testes manifestaram seu interesse em participar e
engrossaram as fileiras do grupo ABERT / SET, a quem coube a
missão de acompanhar o desenvolvimento, estudar, analisar e
avaliar os sistemas de TV Digital existentes no mundo, bem como
coordenar a realização dos testes no Brasil, com o objetivo de co-
laborar no processo de definição do padrão a ser adotado no país.
Os testes deveriam avaliar o sistema de transmissão digital, anal-
isando como se comportam um canal analógico e um canal digital
em operação simultânea, porque durante dez a quinze anos teriam
que conviver juntos, já que este seria o período esperado para a
transição dos sistemas.
Mackenzista coordena laboratório
A aliança que compunha o grupo ABERT / SET indicou um grupo
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de profissionais altamente especializados e cientes das necessidades
técnicas e comerciais do mercado de televisão ABERTa no Brasil.
Entre estes, estava o Engº. Eduardo Bicudo, ex-aluno da Escola de
Engenharia Mackenzie e dirigente da SET, que viria a desempenhar
o papel de coordenador dos trabalhos de laboratório. Por outro lado,
a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) constituiu à Fun-
dação CPqD, que já vinha atuando em convênio como consultoria
para pesquisa e desenvolvimento em diversos projetos, como sua
representante junto ao grupo de pesquisas, com o objetivo de acom-
panhar os desenvolvimentos e complementar os estudos realizados
consolidando os resultados obtidos. A equipe do CPqD foi liderada
pelo Eng° Takashi Tome e contava com a participação destacada
dos Eng°s Antônio França Pessoa e Renato Maroja. Faltava então
definir onde seria montado o laboratório.
O papel do Mackenzie
Era consenso entre todos os participantes que a escolha deveria con-
templar uma universidade que pudesse fornecer os recursos hu-
manos necessários ao trabalho de coleta e processamento dos testes.
Como a Escola de Engenharia do Mackenzie gozava de grande
prestígio em testes de campo e laboratório para diversas empresas
de engenharia e seu corpo de professores era formado na sua maio-
ria por engenheiros com experiência no mercado de trabalho, o con-
vite foi feito a Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Implantacão
A implantação do Centro de Pesquisas deu-se ao longo do ano de
1999, com a importação dos equipamentos e sua instalação, origi-
nando assim ao “Laboratório de TV Digital”, no 1º andar do Edifí-
cio João Calvino. Nessa fase, foi necessário montar também uma
“gaiola de Faraday”, cuja construção foi atribuída ao Centro Tec-
nológico Mackenzie – CTM. Para o trabalho de campo, foi con-
struído um veículo dotado de antenas e equipamentos embarcados,
que passou a cumprir extenso programa de transmissão e recepção
de sinais a partir de pontos previamente estabelecidos dentro da
cidade de São Paulo. Foram essas experiências iniciais que permiti-
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ram o desenvolvimento das análises comparativas de robustez dos
sistemas, colocando lado a lado os padrões ATSC (americano) e
DVB-T (europeu). Num momento posterior os trabalhos foram ex-
pandidos de forma a compreender também o sistema japonês
(ISDB). Todos esses passos foram precedidos de estudos e dis-
cussões que visavam à definição das estratégias metodológicas,
essenciais para um projeto inédito como esse. Conforme realça o
professor Marcel, “a participação de professores da Escola de En-
genharia, estagiários e técnicos na equipe foi marcada por significa-
tiva excitação e marcante comprometimento”. Os desenvolvimentos
técnicos foram conduzidos por equipes constituídas, principalmente,
por docentes da Escola de Engenharia e alguns profissionais do
grupo SET / ABERT, além de estagiários e auxiliares recrutados
dentro do Mackenzie. O envolvimento de todos foi muito significa-
tivo e, ao longo tempo foi se constituído uma “massa crítica” de alta
competência. Para isso, foi preciso investir não só numa metodolo-
gia de trabalho próprio, como, também, foram estabelecidas inter-
ações com profissionais de indústrias e instituições de ensino e de
pesquisa do Brasil e do Exterior, mediante viagens, visitas feitas e
recebidas, troca de informações, estágios, cursos, simpósios e outros
eventos técnicos.
Equipe pioneira
TV Digital no mundo e principalmente no Brasil é algo novo, tanto
em tecnologia, quanto em negócio. E, como toda novidade sempre
existem os pioneiros, aqueles que acreditam e apostam em novas
tendencias e tecnologias, assim o Mackenzie, que desde a intro-
dução das ferrovias, das primeiras hidrelétricas, tem participado ati-
vamente da modernização do Brasil, mais uma vez coloca sua
marca e seus pesquisadores em favor que tiveram atuação relevante
nas origens do programa: Doutor Adonias Costa da Silveira (então
Diretor-Presidente do IPM), Professores Marcel Mendes (então
Vice-Reitor da UPM), Antonio Carlos Bragança Pinheiro (então Di-
retor da EE), Luiz Tadeu Mendes Raunheitte (então Chefe do De-
partamento de Engenharia Elétrica), Carlos Eduardo da Silva
Dantas, Fujiô Yamada, Cristiano Akamine, Francisco Sukys e Ana
Cecília Munhoz e Engº Ricardo Franzen. Da parte da NEC, foi deci-
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siva a atuação do Engº. José Yugi Ito e da parte da SET/ABERT, os
Engenheiros Fernando Bittencourt, Joaquim Mendonça e José
Olímpio Franco, que se mostraram entusiastas desse projeto e em-
prestaram grande apoio a todas as iniciativas. Boa parte do êxito das
primeiras ações deve ser creditada ao Engenheiro e ex-Professor
Eduardo Bicudo, que não só promoveu a aproximação entre as
partes envolvidas tornando viável o projeto, como também coorde-
nou tecnicamente as suas primeiras etapas e, num segundo mo-
mento, a atuação do Prof. Gunnar Bedicks, que desde 2002, tem
dirigido e coordenado o laboratório, como também tem sido figura
expoente dentro do desenvolvimento técnico do Sistema Brasileiro
de Televisão Digital representando o Mackenzie em diversos con-
selhos e Fóruns de discussão da TV Digital brasileira.
Convênio NEC x Mackenzie
No contexto do Mackenzie, o interesse pela TV Digital surgiu entre
professores da Escola de Engenharia e profissionais da área de Tele-
comunicações que vislumbraram uma oportunidade de instalar den-
tro do campus um moderno Centro de Pesquisas em TV Digital,
contando para isso com a participação de empresas e entidades com
as quais foram firmados convênios estratégicos.
O primeiro desses acordos de cooperação foi com a multinacional
NEC, que destinou cerca de R$ 2,5 milhões para a compra de
equipamentos e montagem de laboratórios, utilizando recursos in-
centivados pela “Lei da Informática” então vigente (Lei nº 8.248/91
e Decreto nº 792/93).
Convênio SET/ABERT x Mackenzie
O segundo convênio foi com o Grupo SET/ABERT, que viabilizou
o desenvolvimento de pesquisas inéditas nessa área. Coube à Uni-
versidade Presbiteriana Mackenzie entrar com a “inteligência” do
projeto, disponibilizando professores especialistas, alunos de
mestrado e de graduação, além do suporte administrativo e logís-
tico. Toda essa mobilização inicial deu-se nos anos finais da década
passada, tendo os convênios sido assinados em 12 de novembro de
1998.
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TV Digital coloca Mackenzie no topo
Segundo o vice reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, na
época o professor Prof. Marcel Mendes, este convite veio num mo-
mento especialmente importante pois começava a esboçar-se uma
mudança na filosofia educacional da Universidade. O Mackenzie
que sempre tivera seus esforços voltados para uma experiência
prática de seus alunos e por poucas vezes se dedicara efetivamente a
trabalhos de pesquisa científica estava exatamente naquele mo-
mento iniciando diversos programas de incentivo a pesquisa em sis-
tema de pós-graduação. A criação de um novo laboratório de
pesquisa voltado para uma nova tecnologia seria um incentivo a
mais para que esta mudança pudesse consolidar-se. Esta também era
visão do então presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie, Dr.
Adonias Costa Silveira, que afirmou na ocasião que a assinatura do
convênio com a NEC inseriu de uma vez por todas o Mackenzie no
cenário das instituições de ponta na área de pesquisa e desenvolvi-
mento.
Nasce o laboratório
Em 1998, numa cooperação técnica com a Associação Brasileira de
Empresas de Rádio e Televisão (ABERT), a Sociedade de Engen-
haria de Televisão (SET), a Agência Nacional de Telecomunicações
(ANATEL) e a empresa NEC do Brasil, foi inaugurado o Labo-
ratório de Televisão Digital da Escola de Engenharia da Universi-
dade Presbiteriana Mackenzie. A montagem do Laboratório levou
cerca de seis meses que incluia a preparação dos sistemas irradi-
antes, a aquisição dos equipamentos de medição, a construção de
uma gaiola de Faraday e a montagem de uma unidade móvel para a
medição do sinais em campo.
Criado com o objetivo de desenvolver e aplicar testes comparativos
entre os dois sistemas de TV Digital existentes na época, o ameri-
cano (ATSC), o europeu (DVB-T) e mais tarde foi comparado tam-
bém o sistema japonês (ISDB-T), o laboratório desenvolveu, ao
longo desses anos, várias pesquisas e projetos em parceria com em-
presas privadas, instituições governamentais e outras universidades
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brasileiras, entre elas a criação da TV Digital Interativa, em con-
vênio com a TV Escola do Ministério da Educação – MEC.
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O século XX marcou uma luta entre ciência positivista e ciênciapura, uma defendendo a idéia de que a sociedade devia ser organi-zada como um grande projeto, sob o comando dos especialistas e aoutra lutando por ideais para os quais a ciência não era simples-mente um instrumento de ação da sociedade, mas a busca do con-hecimento amplo e aberto baseado no empirismo, em conexão coma cultura e com a formação humanística. Em diversos momentosestas visões se alternaram influenciando a criação e o desenvolvi-mento das instituições de ensino superior e pesquisa cientifica queoptavam por uma ou por outra orientação. Nas palavras do Prof.Simon Schwartzman, em palestra proferida no VI Encontro Na-cional de Pós-Graduação nas IES Particulares, no final do SéculoXIX, predominava no Brasil a visão positivista da ciência, para aqual sobretudo havia um conhecimento científico, técnico, que erasuperior a outras formas de conhecimento, e que deveria ser uti-lizado para tornar o pais mais moderno, racional e eficiente. Estaapreciação pela ciência não estava associada, no entanto, à apreci-ação pela pesquisa enquanto tal. Não havia um mundo descon-hecido a descobrir, mas uma tecnologia já definida para aplicar.
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4Mackenzie sempre na vanguarda
Escola técnico professional
Naquele momento, no começo do século XX, desejava-se no Brasila criação de escolas que preparassem nossos estudantes com ênfasecrescente na educação técnico-profissional, de tipo aplicado bem aoestilo da ideologia positivista que predominava nos setores maismodernos do país. Naquele contexto a Escola Americana, matrizgeradora da Universidade Presbiteriana Mackenzie, gozava doprestígio que acumulara por seus modernos métodos pedagógicos,inspirados na chamada “pedagogia norte-americana”. Apoiando-sena ascendência filosófica dos principios educacionais da religiãoprotestante, fez-se conhecida por suas posições progressistas e liber-tadoras, onde o fazer e o pensar integravam-se.
Abolucionistas e Republicanos
A Escola Americana, naquele tempo também conhecida por Insti-tuto São Paulo, ficara famosa por acolher os filhos de muitos aboli-cionistas e republicanos, alvos da perseguição política nas escolaspúblicas do Império. A Escola apesar de ser nitidamente cristã eevangélica nutria profundo respeito pelas convicções religiosas deseus alunos não protestantes.
Este histórico liberal, associado a alguma correspondência trocadacom José Bonifácio de Andrada e Silva durante seu exílio na Eu-ropa, sensibilizou o advogado norte-americano John TheronMackenzie e o levou a manifestar seu desejo de contribuir para acriação de “uma Escola capaz de ensinar à mocidade brasileira osmodernos conhecimentos da tecnologia relacionada com o trans-porte ferroviário” conforme deixou registrado em seu testamento.
Surge uma nova escola
Mesmo sem jamais ter vindo ao Brasil, o Dr. Mackenzie legou umasonante quantia para a fundação de uma instituição de ensino de en-genharia em nosso país, a Escola de Engenharia Mackenzie. O cenário da educação superior no Brasil, até aquele momento ofer-ecido em regime público e oficial, deslocaria-se assim de forma
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notável para acolher um novo e importante ator: uma Escola de na-tureza privada, de índole protestante, inspirada em modelo norte-americano.
Escola de Engenharia Privada
Assim nasceu a Escola de Engenharia “Mackenzie College”, cujacriação veio tornar realidade um projeto educativo definido em suadeclaração de princípios e gravada na placa inaugural: “MackenzieCollege - Às Sciencias Divinas e Humannas”. Segundo o Prof. Mar-cel Mendes em sua pesquisa “A escola de Engenharia MackenzieCollege e a questão do reconhecimento”, do ponto de vista formal, aação educacional adotada pelo Mackenzie College impregnou-se deuma concepção educacional moderna e de visão de humanista, sub-limada pela perspectiva cristã reformada que vê o ser humanorevestido de dignidade, responsabilidade e liberdade. Ainda se-gundo o Prof. Mendes, a esse eixo fundamental aliou-se uma pro-funda filiação aos conceitos pragmáticos e filosóficos de umapedagogia norte-americana, adotados com firmeza por seu primeiroreitor, o educador americano Horace M. Lane e que podem explicara tradicional orientação pelas experiências que põem à prova as teo-rias e pelo ensino de caráter utilitário, prático e positivo.
Mackenzie nas ferrovias, Mackenzie nas hidrelétricas
Esse pragmatismo marcou o projeto educacional pelo qual oMackenzie sempre procurou preparar seus alunos para atuarem nosempreendimentos importantes para o crescimento urbano, industriale técnico do país. Eram do Mackenzie grande parte dos engenheirosque trabalharam nos projetos de eletrificação das cidades, nos proje-tos de construção de ferrovias e usinas hidroelétricas e em todos osgrandes projetos de urbanização que marcaram a primeira metadedo século XX em todo o Brasil e especialmente a capital paulista.
Hoje, ao longo de seus 136 anos de existência, a Universidade Pres-biteriana Mackenzie continua fiel aos seu projeto original, baseandosua pedagogia na prática, na realização e na construção do conheci-mento, seguindo os princípios de sua filiação religiosa e filosófica.
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Canteiro de obras
Essa tradição, sempre viva na Universidade Presbiteriana Macken-zie, materializou-se durante sua história em numerosas e variadasatividades pedagógicas e na criação de centros de estudo e práticatecnológica. De seus primeiros anos pode-se recordar os acampa-mentos de topografia que levavam os estudantes de engenharia aocanteiro de obras por vários dias e onde punham em prática asnoções e teorias adquiridas na sala de aula e que até hoje são praticaregular ou a referência nos prospectos do curso de engenharia“mecânica elétrica” de 1924 que indicava que durante o último anodo curso o aluno deveria “Trabalhar como operário em oficinamecânica, desde janeiro até junho, devendo dar relatórios sem-anais... e trabalhar como empregado em serviço de eletricidade,desde julho até dezembro, devendo dar relatórios semanais ....”Com o passar dos anos e a evolução da tecnologia a Escola de En-genharia desenvolveu novas áreas de atuação e criou novos espaçosde estudos e pesquisas técnológicas como o Laboratório deMetrologia, o Centro de Radioastronomia e Astrofisica, o Labo-ratório de Fotônica e finalmente, e mais recentemente o Laboratóriode Televisão Digital, o LABTVD.
Uma visão de futuro das tecnologias digitais
Nas palavras do professor Marcel, que desde 1982 tem participadoda direção e administração da centenária Escola de Engenharia doMackenzie, “o Laboratório de TV Digital tem potencial para consol-idar-se como centro de referência nacional, não apenas pela quali-dade da sua estrutura física, (que a cada dia necessita deatualizações tecnológicas), mas, principalmente, pela excelenteequipe de profissionais. Não se pode pensar em ilha de excelência,mas em relevante presença e atuação numa rede de centros depesquisas. Esse conceito já está em vigor e deve ser mantido e am-pliado no futuro, envolvendo não só instituições de ensino, como,também, os segmentos produtivos da indústria e dos meios de co-municação”. Segue o professor Marcel, “hoje temos a vantagem dopioneirismo, que não basta como marca histórica, mas constitui umacredencial importante para a continuidade dos trabalhos”. Para oprofessor Marcel, em termos de Brasil e de mundo, não há dúvida
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de que as tecnologias digitais estão destinadas a uma expansão emescala exponencial, especialmente se forem consideradas as con-vergências das múltiplas aplicações e o enorme potencial de cresci-mento do universo de usuários. Para ele a presença do Mackenzienesse contexto não será marginal, pois, segundo Marcel, o Macken-zie tem cérebros e infraestrutura para acompanhar e até induzirnovos desenvolvimentos. Em termos puramente estruturais de ‘de-partamento’ ou ‘setor’, o professor Marcel, não se arrisca a fazerprognósticos, até porque acho esses aspectos não são fundamentaispara o êxito dos empreendimentos científicos e tecnológicos. ParaMarcel “visão de oportunidade e competência diferenciada, essessim, são aspectos que não podem ser descuidados”.
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Em 1998, o Congresso da SET havia trazido ao Brasil o Eng. Neil
Pickford, do Communications Lab, orgão assessor do Ministério das
Comunicações Australiano, para que apresentasse os procedimentos
desenvolvidos para os testes de TV Digital na Austrália. Aquela ap-
resentação serviu como importante referência para o trabalho dos
pesquisadores do LABTVD já que os cenários nos dois paises era
comparável em muitos aspectos. Até aquele momento, sómente os
engenheiros australianos haviam testado problemas e distorções dos
sinais digitais da forma que se imaginava necessário para os testes
brasileiros.
Simulação de canais
Nas discussões que se seguiram, o grupo de pesquisadores do
Mackenzie já em estreita colaboração com a equipe do CPqD, optou
por simular os canais digitais já com a presença de fantasmas e in-
terferências, um modelo que avançava sobre os resultados obtidos
pelos australianos e já vinha sendo desenvolvido nos trabalhos ante-
riores do Eng. Antônio França Pessoa, ao pesquisar a segmentação
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5Definindo os testes
da imagem digital para a avaliação da qualidade da transmissão.
Isso levou a equipe do LABTVD a decidir pelo aprofundamento de
alguns daqueles testes, solicitando a aquisição de equipamentos de
simulação mais sofisticados para garantir a fidelidade dos resultados
brasileiros.
Rigor científico
Todos os métodos de ensaio, as tabelas de resultados que seriam
considerados e a seqüência dos testes de laboratório foram definidas
com cuidado e rigor científicos, de maneira que fosse possível sim-
ular todas a situações de interferência, permitindo assim que se ob-
servasse em ambiente controlado, o comportamento do sinal digital
aplicado as nossas condições e realidade, comparando o desem-
penho de cada sistema, os requisitos de proteção com relação aos
canais adjacentes e canais “taboo” – canais adjacentes passiveis de
interferencias - nas situações digital x analógico, analógico x digital
e digital x digital e, além disso, todas as hipóteses de interferência
do ambiente como os sinais multipercurso e os efeitos do ruído im-
pulsivo.
Segundo os membros da equipe esta foi a fase mais intensa do
processo pois a inexistência à época de testes padronizados obri-
gava a discussão cuidadosa de cada parâmetro de comparação que
pudesse ser utilizado de forma a gerar resultados que pudessem ser
aceitos por todos os interessados, ou seja, os radiodifusores
brasileiros, os representantes dos sistemas internacionais e a Anatel.
Em busca do reconhecimento internacional
Mas, apesar do grande apoio institucional e corporativo ao projeto,
nem tudo foi “céu de brigadeiro” na construção deste modelo de tra-
balho. Para que os resultados fossem aceitos como válidos pela co-
munidade cientifica e tecnológica era preciso obter informações
mais detalhadas junto às equipes técnicas dos padrões interna-
cionais. Para isso era necessário que especialistas estivessem acom-
panhando a evolução do trabalho e fornecendo informações
relevantes para as comparações dos resultados.
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National Association of Broadcasters
Em 1999 os pesquisadores do LABTVD participaram como convi-
dados da SET da reunião da National Association of Broadcasters
em Las Vegas - EUA. Esta visita tinha o objetivo de apresentar a co-
munidade mundial o projeto dos testes brasileiros e buscar a aproxi-
mação dos responsáveis pelos padrões internacionais, estabelecendo
os necessários canais de comunicação. Num primeiro momento
houve por parte dos representantes internacionais um certo ceti-
cismo da iniciativa brasileira, sendo que alguns nem consideravam
possível que os engenheiros brasileiros pudessem gerar um relatório
fiável. Testemunhas daquelas reuniões relatam que houveram mo-
mentos de muita tensão onde o desconhecimento da realidade
brasileira pelos responsáveis internacionais era tão grande que cri-
ava o risco de inviabilizar todo o projeto. No entanto, com o passar
dos dias, nas sucessivas reuniões que aconteceram, a equipe
brasileira pode demonstrar que para além de fiáveis os testes pro-
postos seriam muito úteis para o desenvolvimento futuro dos
padrões mundiais de TV Digital. Com esses acordos firmados a
equipe retornou ao Brasil com a certeza de que os testes seriam
apoiados e respeitados internacionalmente.
Estudo de viabilidade técnica
Em fevereiro de 1999, foram submetidos à ANATEL o estudo de vi-
abilidade técnica dos canais que seriam utilizados em São Paulo,
bem como as características de instalação e os equipamentos da es-
tação transmissora. A autorização para execução do Serviço Espe-
cial para Fins Científicos e Experimentais e para a instalação da
estação transmissora em São Paulo foi expedida em 30 de agosto de
1999, pelo Ato nº 4609, do Conselho Diretor da ANATEL, assinado
pelo então presidente do conselho, Roberto Navarro Guerreiro.
Ainda em agosto a equipe de pesquisadores apresentou o Relatório
Inicial que descrevia em detalhes cada passo que seria seguido na
execução dos testes de laboratório e de campo. Os testes de labo-
ratório foram desenhados para cobrir uma gama de situações muito
maior do que as que seriam verificadas nos testes de campo. Por sua
vez os resultados dos testes de campo funcionariam como um verifi-
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cador dos dados que seriam obtidos nos testes de laboratório.
Estação transmissora
A instalação da estação transmissora foi concluída em 27 de setem-
bro, data em que foram iniciadas as transmissões e os ajustes finais
para o início dos testes de campo. Os testes de laboratório foram
iniciados em 8 de outubro e os testes de campo em 8 de novembro
de 1999.
Os testes
Inicialmente havia-se planejado a realização de testes nas cidades
do Rio de Janeiro e São Paulo, mas devido aos custos elevados para
a instalação de duas estações de transmissão o grupo optou por re-
alizar apenas os testes de São Paulo, que apresentava condições de
densidade urbana e relevo que poderiam simular quaisquer situ-
ações, inclusive as existentes no Rio de Janeiro, de forma a colocar
um verdadeiro desafio a performance dos sistemas a serem testados.
Assim a estação de transmissão foi montada nas instalações da TV
Cultura de São Paulo, no Sumaré, um bairro com tradição na
história da televisão brasileira.
126 pontos
Para a continuidade do processo de pesquisa foram selecionados
num grande mapa da cidade de São Paulo, 126 pontos onde seriam
medidos os sinais recebidos de maneira que se pudessem observar o
maior numero possível de situações reais de transmissão e recepção
do sinal digital. Eram pontos que variavam muito em distância
chegando até a localidades na periferia da cidade, a mais de 20 km
da antena de transmissão. Para estes 126 pontos, espalhados nos
quatro cantos da cidade de São Paulo, deslocava-se uma viatura
preparada com uma antena digital montada num braço telescópico e
diversos aparelhos de recepção e medição do sinal segundo quatro
esquemas principais:
A. Comparação do desempenho de cobertura;
B. Comparação em condições domésticas de recepção com simu-
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lação de situações reais como eletrodomésticos ligados e pessoas
circulando proximas a antena;
C. Interferência no canal adjacente analógico
D. Interferência no canal adjacente digital.
Testes dia e noite
Os testes, realizados tanto de dia quanto de noite, iniciaram com
apenas os sitemas ATSC e DVB que já haviam sido lançados e en-
contravam-se em fase inicial de implementação na Europa e Esta-
dos Unidos. Depois de iniciados os testes de campo surgiu a
necessidade de incluir o ISDB-T que havia sido lançado no Japão na
esteira de uma série de desenvolvimentos técnicos de transmissão e
recepção de sinais digitais para rádio e televisão por um grupo de
empresas capitaneadas pelo NHK, Science and Technical Research
Labs. O sistema havia sido desenvolvido como uma variante do
padrão DVB-T (modulação OFDM) e permitia a difusão integrada
de sinais digitais em banda larga e banda estreita e assim apresen-
tavam excelente potencial para a transmissão simultânea de sinais
para receptores fixos e móveis. A decisão de incluir o sistema
japonês foi tomada por causa da excelente performance dos testes
realizados pelo Tokio Pilot em 1998 e pelo sucesso das transmissões
de TV Digital em alta definição por satélite que haviam ocorrido em
1999. Dessa forma os pontos de recepção foram revisitados para
que fossem feitos os testes de campo também com o padrão
japonês.
Durante os trabalhos, o LABTVD recebeu a visita de diversas dele-
gações de engenheiros e técnicos dos sistemas ATSC, DVB e ISDB
que contribuiram enormente com sugestões e críticas que sempre
que possível foram assimiladas pelos pesquisadores do Mackenzie.
“Brazil Digital TV Testing Procedures”
Os testes foram um marco tanto para a engenharia de televisão no
Brasil como para o Mackenzie que ampliou seu prestígio institu-
cional graças aos resultados positivos obtidos durante os trabalhos e
a sua estreita colaboração com todas as entidades e pesquisadores
envolvidos no projeto. Esta cooperação entre as entidades envolvi-
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das criou um ambiente que facilitou a realização do trabalho para
além da aplicação de testes já conhecidos, permitindo que se
chegasse a criação de um novo conjunto de procedimentos que hoje
é utilizado como padrão global. São os chamados Brazil Digital TV
Testing Procedures da ITU - International Telecommunication
Union - que foram reconhecidos internacionalmente como procedi-
mentos padrão para os testes de transmissão de TV Digital. Recen-
temente, os receptores de quinta geração do sistema ATSC foram
lançados ao mercado destacando sua compatibilidade com os resul-
tados exigidos pelos testes Brazil A, B, C, D e E.
O trabalho consolidado
Depois de terminados os trabalhos dos testes para o Sistema
Brasileiro de Televisão digital, o LABTVD manteve a sua equipe de
pesquisadores em atividade, trabalhando em testes para a industria
de equipamentos, em testes de digitalização para sistemas de tv
paga, no desenvolvimento de sistemas de TV Digital interativa por
satélite entre outros projetos de forma que todo o conhecimento
acumulado durante as pesquisas não ficasse desatualizado além de
uma produção acadêmica muito rica, gerando artigos em publi-
cações, apresentações internacionais, teses de mestrado e doutorado.
O primeiro relatório
Em abril de 2000 foi encerrada a primeira fase das pesquisas, dando
origem ao relatório técnico que, até hoje, é considerado o primeiro
documento qualificado sobre o tema, no Brasil, compreendendo não
só a síntese do estado-da-arte, mas o resultado de um ano e meio de
trabalhos de campo e laboratório.
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No começo do governo Lula, mais precisamente no dia 3 março de2003, o professor Gunnar Bedicks Jr. e o vice-reitor da Universi-dade Presbiteriana Mackenzie, Dr. Pedro Ronzelli Jr. em visita aoentão ministro das Comunicações, Miro Teixeira, propuseram aoministro a criação de um consórcio de universidades para reascen-der o projeto da TV Digital que andava meio parado. O ministro detão receptivo à idéia gerou alguns dias depois a Minuta de Ex-posição de Motivos nr MC 00034 EM endereçada ao presidenteLula, propondo entre outras coisas a formação de um consórcio deuniversidades brasileiras, públicas e privadas, para se encarregar dapesquisa básica de possíveis soluções tecnológicas, tanto em com-ponentes, quanto em programação. Um trabalho inicial, coordenadopela Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo, obteve aadesão de laboratórios ou departamentos de engenharia dasseguintes universidades: Universidade Estadual de Campinas (UNI-CAMP), Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, Universidadede São Paulo (USP), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), In-stituto Nacional de Telecomunicações (Inatel). Assim, em 6 de
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6Universidades unidas
junho de 2003, foi realizada a primeira Reunião do Consórcio dasUniversidades para o Desenvolvimento de um Sistema Brasileiro deTV Digital. A histórica reunião, que deu um novo alento ao projeto,ocorreu nas dependências do Mackenzie em São Paulo, e contoucom a presença de representantes das seguintes universidades:Mackenzie, Unicamp, USP, UFPB, PUC, UPM.
No bojo, a Educação à distância
Uma das grandes vantagens da TV Digital é facilidade de agregarfunções interativas dentro da transmissão. E o Mackenzie, além departicipar diretamente na criação do Sistema Brasileiro de TelevisãoDigital, também desenvolveu em parceria com a Secretaria de Edu-cação a Distância, do Ministério da Educação um projeto pilotopara a TV Escola Digital Interativa onde todo o conhecimento acu-mulado em TV Digital, foi aplicado no desenvolvimento de umaplataforma de educação por TV Interativa via Satélite, com certezaum dos promissores sub-produtos da digitalização da TV. Este pro-jeto aprovado pelo ministro da Educação da época, Cristovam Buar-que, foi apresentado na UNESCO e ao ministro da Educação daChina.
O SBTVD nasce por decreto
Em 2003, no primeiro ano de madato do presidente Lula, o GovernoBrasileiro lançou o Programa de Desenvolvimento do SistemaBrasileiro de TV Digital (SBTVD) no Decreto nº 4.901, de 26 denovembro. O decreto assinado pelo ministro das Comunicações deentão, Miro Teixeira, e pelo ministro-chefe da Casa Civil, JoséDirceu, tinha o objetivo de estabelecer uma rede de competênciasnacional, promovendo a integração dos centros de pesquisabrasileiros para apresentar uma solução técnica inovadora, man-tendo e aproveitando a compatibilidade com elementos jápadronizados no mercado mundial de TV Digital. Através do finan-ciamento de projetos articulados de pesquisa e desenvolvimento doSistema de TV Digital Terrestre, um convênio firmado entre oFundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações(FUNTTEL) e a Fundação CPqD designava para o programa, em
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sua fase inicial, uma dotação orçamentária de R$ 65 milhões,cabendo R$ 15 milhões à Fundação CPqD e R$ 50 milhões para acontratação das instituições de pesquisa em todo o país. De acordocom Miro Teixeira, “a televisão digital não é apenas uma evoluçãotecnológica da tv analógica, mas uma nova plataforma de comuni-cação, com profundos impactos na sociedade”, afirmou na época oministro Teixeira.
Convite oficial
No Decreto 4.901 foram determinadas seis áreas principais depesquisa e emitidas cartas convite para que as instituições pudessemparticipar do desenvolvimento. O LABTVD já havia se habilitado aparticipar do processo de seleção das instituições na área depesquisa voltada para “Transmissão e Recepção, codificação decanais e Modulação” e assim recebeu a carta convite 02/2004 ondefoi formalmente convidado a apresentar seu projeto de pesquisa. Oprojeto apresentado pelo Mackenzie incluiu uma parceria com aUniversidade de São Paulo e a Universidade Federal da Paraíba, demaneira que os trabalhos pudessem ser complementados e os resul-tados ampliados na sua aplicação prática.
No ar uma nova Televisão brasileira
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou em 29 de junho de2006, no Palácio do Planalto, decreto que define o regime de tran-sição da televisão analógica brasileira para o sistema digital. Naocasião, estiveram reunidos representantes dos governos brasileiro ejaponês, inclusive o ministro do Interior e das Comunicações, HeikoTakenaka; e empresários da indústria eletro-eletrônica e das emisso-ras. “Com essa decisão, ao invés de simplesmente comprarmos osdireitos de um sistema de televisão digital, decidimos criar o Sis-tema Brasileiro de Televisão Digital, com características brasileiras,um projeto não apenas para aqueles que podem pagar por umserviço a cabo ou por satélite”, afirmou, em discurso durante a cer-imônia, o ministro das Comunicações, Hélio Costa.O decreto estabelece prazo de 10 anos para que toda transmissãoterrestre no País seja digital. Nesse período, os sinais analógicos e o
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digital serão transmitidos simultaneamente. O consumidor, caso de-cida desfrutar das vantagens da nova tecnologia, deverá trocar deaparelho ou comprar um adaptador. Senão, poderá continuar com amesma tevê que possuí hoje. “Temos um parceiro de primeira quali-dade e estamos com o melhor sistema de televisão digital domundo, como reconhecem os próprios concorrentes”, discursou naocasião o empresário e conselheiro da Associação Nacional dosFabricantes de Produtos Eletro-Eletrônicos (Eletros), EugênioStaub. “É preciso registrar o papel do ministro Hélio Costa nesseprocesso; colocou o tema na agenda e nos fez chegar até o dia dehoje.”
Tv Digital. O Céu é o limite
A televisão, além de ser uma das raras fontes de lazer da grandemaioria dos brasileiros, é o único serviço de comunicação realmenteuniversal e gratuito no Brasil. Este serviço tão fundamental para opovo brasileiro vem sofrendo crescente concorrência de outras mí-dias, numa clara tendência de fragmentação do mercado, podendovir a perder espaço e reduzir sua participação no bolo publicitário. Aintrodução da TV Digital, certamente, virá recompor o poder com-petitivo da televisão como um todo e devolvendo a atenção tanto detelespectadores quanto dos patrocinadores. Praticamente a tecnolo-gia digital, dará a TV um renascimento e abrirá aos produtores deconteúdo e programadores de TV novas oportunidades em negóciose em formatos de progama.
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Apêndices
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Grandes histórias de sucesso começam aqui.Universidade Presbiteriana Mackenzie
O Sistema Brasileiro de TV Digital, ISDTV, já é uma realidade. Nascido e desenvolvidonos laboratórios de TV Digital daUniversidade Presbiteriana Mackenzie, em breve estará nos lares de milhões de brasileiros. É o Mackenzie colocandoconhecimento a serviço da sociedade.
ISDTV. A próxima atração da tv brasileira nasceuno laboratório de TV Digital do Mackenzie.
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Grandes histórias de sucesso começam aqui.
Bar do Zé.O primeiro bar do Brasil com
TV Digital.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
O Sistema Brasileiro de TV Digital, já é uma realidade.Nascido e desenvolvido nos laboratórios de
TV Digital da Universidade Presbiteriana Mackenzie,já pode estar nos lares de milhões de brasileiros.É o Mackenzie colocando conhecimento a serviço
da sociedade e também do Bar do Zé.
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TV DigitalPequena história
SBTVD
Artur Mendes
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