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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - PNAP
PATRÍCIA DIAS RIBAS
Análise do perfil dos usuários de procedimentos endovasculares na região
Centro-Sul Fluminense no ano de 2014
Três Rios
2015
PATRÍCIA DIAS RIBAS
Análise do perfil dos usuários de procedimentos endovasculares na região
Centro-Sul Fluminense no ano de 2014
Trabalho Final de Curso apresentado à Coordenação de
Administração Pública, modalidade semipresencial, do
Instituto de Ciências Humanas e Sociais da
Universidade Federal Fluminense, como requisito
parcial a obtenção do título de Bacharel em
Administração Pública sob coordenação do Professor
Dr. Ricardo Thielmann.
Três Rios
2015
RESUMO
A política de atenção à média e alta complexidade dos procedimentos endovasculares não está
desvinculada da rede de assistência, haja vista que a alta demanda pode refletir cuidados
inadequados na atenção básica. O encaminhamento das solicitações destes tipos de
procedimentos ocorre através de regulação sendo necessário avaliar se o processo atual
cumpre o papel proposto na garantia do acesso à realização de tais procedimentos. O objetivo
deste trabalho é avaliar o perfil dos usuários de procedimentos endovasculares na região
Centro-Sul Fluminense constantes do processo regulatório das solicitações inseridas no
sistema Estadual de Regulação (SER) de forma a possibilitar a melhoria da gestão pública na
elaboração de projetos para avaliação, retroalimentação, retificação e reorientação das
políticas e planejamentos da nossa região, como o ajuste da pactuação programada e o
investimento de recursos para a promoção da saúde e qualidade de vida da população a fim de
reduzir fatores de risco. A metodologia utilizada foi uma pesquisa de natureza descritiva com
abordagem qualitativa e quantitativa, através de dados extraídos do Sistema Estadual de
Regulação do Estado do Rio de Janeiro no ano de 2014. Ao avaliar as solicitações por
município em números absolutos os municípios: Miguel Pereira, Vassouras e Mendes foram
os maiores solicitantes. Contudo, se considerarmos o percentual de procedimentos realizados
x população de cada cidade, Mendes se destacou com uma quantidade considerável de
solicitações (0,10). O exame de arteriografia é um pré-requisito diagnóstico para a realização
de angioplastias e, dos 11 municípios da nossa região, 06 não a realizaram de forma
correspondente ao número de angioplastias realizadas e isto decorre da dificuldade de
realização de exames obrigatórios prévios pelas Secretarias de Saúde Municipais. A
quantidade de dias aguardando confirmação de reserva decorre da dificuldade anterior e da
falta de contato com as Unidades Executantes e, apenas um município apresentou resultados
satisfatórios. O estudo evidenciou que 53,33% dos pacientes submetidos à arteriografia são do
sexo feminino e 64,44% dos pacientes submetidos à cirurgia endovascular são do sexo
masculino e que o maior número de procedimentos esteve concentrado entre pacientes de 60 a
69 anos (36%). Estes resultados fornecem o perfil dos pacientes que necessitam de maior
atenção por parte das Secretarias de Saúde Municipais, além das deficiências de gestão no
tocante à realização dos exames obrigatórios constantes nos protocolos clínicos necessários
para que o processo regulatório seja efetuado, além de buscar provocar reflexões sobre
possibilidades de construção de um modelo de atenção e de gestão para o sistema público de
serviços de saúde com possíveis incorporações de novas práticas de assistência amparadas em
uma gestão que compartilhe informações que subsidiem a gestão visando melhorar a
qualidade visando uma atenção mais resolutiva e humanizada.
Palavras-chave: procedimentos endovasculares, Gestão Pública, Central de Regulação, Perfil.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CREG CSF – Central de Regulação Estadual Centro-Sul Fluminense
SUS – Sistema Único de Saúde
PPI – Programação Pactuada Integrada
NOAS – Norma Operacional de Assistência à Saúde
SER – Sistema Estadual de Regulação
CIR – Comissões Intergestores Regional
CIB – Comissão Intergestores Bipartite
SIGTAP – Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS
AIH – Autorização de Internação Hospitalar
PDR– Plano Diretor de Regionalização
SUS – Sistema único de Saúde
CNES – Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
LISTA DE QUADROS E TABELAS
Quadro 1 – Código e descrição dos procedimentos..................................................................21
Tabela 1:- População residente.................................................................................................18
Tabela 2 – Procedimentos realizados x população...................................................................20
Tabela 3 - Média de dias aguardando confirmação de reserva por tipo de procedimento........24
Tabela 4 – Quantidade de procedimentos realizados x sexo do paciente.................................25
Tabela 5 - Distribuição dos pacientes por sexo e faixa etária...................................................25
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Mapa da região Centro-Sul Fluminense..................................................................16
Gráfico1 - Quantidade de arteriografias x cirurgias endovasculares realizadas.......................22
Gráfico 2 – Média de dias aguardando confirmação de reserva por município.......................23
Gráfico 3 – Solicitações canceladas por município..................................................................25
Gráfico 4 – Distribuição dos pacientes por sexo e faixa etária.................................................26
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................7
2. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E POLÍTICA NACIONAL DE
REGULAÇÃO......................................................................................................................9
3. COMPLEXO REGULADOR COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO E
GESTÃO.............................................................................................................................12
4. CENTRAIS DE REGULAÇÃO.........................................................................................14
4.1. CENTRAL DE REGULAÇÃO CENTRO-SUL FLUMINENSE...............................16
5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS........................................................................19
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................20
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................28
REFERÊNCIAS........................................................................................................................30
7
1 INTRODUÇÃO
A Constituição Federal de 1988 define que a rede de assistência do Sistema Único
de Saúde deve ser organizada de forma regionalizada e hierarquizada, garantindo os
princípios de universalidade, equidade e integralidade da assistência.
A programação da assistência à saúde deve iniciar a partir das ações básicas em
saúde para estabelecer uma relação de ações de maior complexidade tecnológica,
fundamentando os patamares mínimos de demanda orientada pelos problemas e estratégias da
Atenção Básica, tanto na dimensão assistencial quanto na promoção e prevenção.
Sendo assim, a Atenção de Média Complexidade abrange um conjunto de ações e
serviços ambulatoriais e hospitalares destinados ao atendimento dos principais problemas de
saúde da população, cuja prática clínica demanda a disponibilidade de profissionais
especializados e uso de recursos tecnológicos de apoio diagnóstico e terapêutico, que não
justifique a sua oferta em todos os municípios do país (MS, 2002).
A política de atenção à Média e Alta Complexidade, inclusive internação em
Unidade de Terapia Intensiva, não está desvinculada da rede de assistência porque a demanda
alta para aquela instância pode refletir cuidados inadequados na Atenção Básica. Um serviço
de saúde é demandado tanto pela oferta desse serviço quanto pelas carências enfrentadas pelo
usuário nas ofertas de serviços sanitários, habitacionais, etc.
O SUS determina desde sua implantação a responsabilidade pela qualidade das
ações de saúde nas diferentes esferas da gestão e com o Pacto pela Saúde, reafirma a
corresponsabilidade dos gestores no planejamento e a importância na descentralização de
modo regionalizado das ações administrativas e assistenciais de saúde (MS, 2006a).
O processo de regionalização engloba a divisão do território estadual tendo como
base as características locais, a situação de saúde da população, a oferta e o acesso aos
serviços, requerendo do poder público o desenvolvimento de sua capacidade sistemática em
responder às diferentes demandas de saúde em seus diversos níveis e etapas do processo de
assistência. Nesse contexto, há a organização de redes articuladas e resolutivas de serviços,
mediante o desenvolvimento do processo de programação integrada, a implantação de
Centrais de Regulação, o fortalecimento do controle e avaliação e a organização de consórcios
intermunicipais (MS, 2001).
8
Políticas públicas em saúde devem ser fundamentadas em informações objetivas
respaldadas por evidências científicas. As informações provenientes de dados são
fundamentais para responder as necessidades atuais da gestão do SUS.
A Central de Regulação é uma estrutura que compreende toda a ação através do
processo regulatório. Desta forma, é ela que recebe as solicitações dos procedimentos, avalia,
processa e agenda, garantindo o atendimento integral com agilidade e qualidade aos usuários
do Sistema Único de Saúde (NASCIMENTO, 2009).
Os procedimentos endovasculares regulados pela Central de Regulação são:
arteriografias e as cirurgias endovasculares.
O presente trabalho pretendeu descrever e comparar, mediante análise dos dados
do sistema estadual de regulação as características das solicitações de procedimentos
endovasculares realizadas pela Central de Regulação Centro-Sul Fluminense (CREG CSF),
no período de janeiro a dezembro de 2014, com relação ao ciclo de internamento (solicitação,
regulação, aguardando confirmação de reserva, reservado e alta), identificando o perfil dos
usuários e possíveis entraves no processo.
Identificou-se uma demora importante entre o período de solicitação e a efetiva
execução do serviço. Tal fato nos chamou atenção para três questões: (i) por que tantas
solicitações não são executadas; (ii) qual o perfil dos usuários que realmente realizam o
procedimento e; (iii) existe alguma tendência nas solicitações por município? Infelizmente, a
resposta para a primeira questão não é simples de ser encontrada, visto que demandaria um
diálogo direto com as Secretarias de Saúde dos municípios dos usuários, ou até mesmo com
os próprios médicos e pacientes, e não haveria tempo hábil para a publicação dos resultados
neste trabalho. Em razão disto, focaremos apenas nas outras duas questões.
Esta análise pretendeu instigar a elaboração de projetos para avaliação,
retroalimentação, retificação e reorientação das políticas e planejamentos da região Centro-
Sul Fluminense, como o ajuste da pactuação programada, o investimento de recursos para a
promoção de saúde e qualidade de vida da população a fim de reduzir fatores de risco e um
programa de capacitação efetivo para todos os atores inseridos neste processo.
9
2 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E POLÍTICA NACIONAL DE
REGULAÇÃO
Em 1988, o Sistema Único de Saúde (SUS) foi instituído pela Seção II do
Capítulo II da Constituição da República Federativa do Brasil (BRASIL, 1988). Consiste em
um conjunto de ações e serviços de saúde prestados pela iniciativa pública (federal, estaduais
e municipais) e pela iniciativa privada – de maneira complementar. Representa um marco no
campo das conquistas sociais e renova o olhar para o conceito de saúde. De acordo com o
artigo 196 da Carta Magna, “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e
ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação”.
O texto também prevê, no artigo 198, que:
As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as
seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de
governo; II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas,
sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade (CF, 1988,
p131).
Nesse sentido, o artigo 7° da lei nº. 8.080/90 complementa o que já havia sido
estabelecido pelo artigo supracitado, especificamente no que se refere aos princípios
norteadores da política de saúde, a saber:
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das
ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada
caso em todos os níveis de complexidade do sistema; III - preservação da autonomia
das pessoas na defesa de sua integridade física e moral; IV - igualdade da assistência
à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; V - direito à
informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; VI - divulgação de informações
quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário; VII -
utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de
recursos e a orientação programática; VIII - participação da comunidade; IX -
descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de
governo: a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; b)
regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; X - integração em
nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico; XI -
conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de
assistência à saúde da população; XII - capacidade de resolução dos serviços em
todos os níveis de assistência; e XIII - organização dos serviços públicos de modo a
evitar duplicidade de meios para fins idênticos (BRASIL, 1990a).
10
Na busca pelo funcionamento pleno do SUS, várias Normas e Portarias vêm
sendo publicadas com a finalidade de definir estratégias de aperfeiçoamento dos princípios e
diretrizes previstos pela Constituição de 1988 e a Lei nº 8.080/90.
Em 1996, a Norma Operacional Básica do SUS (NOB 01/96), aprovada pela
Portaria nº 1.742/96, propõe, entre outros tópicos, a elaboração da Programação Pactuada e
Integrada (PPI) visando facilitar e organizar o acesso da população aos serviços de saúde,
assegurando que os recursos baseados na concepção de regiões de saúde fossem mais bem
aproveitados através de uma organização de redes e um planejamento das ações não
ocorressem de forma fragmentada.
O emprego da PPI também foi explorado pela Norma Operacional de Assistência
à Saúde (NOAS-SUS 01/2002) e pela Portaria nº 399/06. A PPI é o resultado de um processo
que objetivou definir a programação das ações de saúde em cada território e nortear a
alocação de recursos financeiros para a saúde a partir de parâmetros e critérios pactuados
entre os gestores, de acordo com as diretrizes estabelecidas do Plano diretor de
Regionalização (PDR). A PPI deve discriminar os pactos de referência entre municípios,
gerando a parcela de recursos destinados à própria população e à população referenciada (MS,
2006a).
Com a intensificação dos processos de hierarquização, regionalização e
descentralização do SUS e a necessidade de garantia de acesso integral e universal aos
serviços de saúde, fez-se imprescindível maior integração das redes e, consequentemente,
maior organização das atividades de controle, avaliação, regulação e auditoria no âmbito do
Sistema Único De Saúde. Nesse contexto, foi aprovada pela Portaria nº 95/01 a NOAS-SUS
01/2001, que atualiza a regulamentação da assistência determinando, inclusive, estratégias de
regulação da assistência:
40 - Ao gestor do SUS responsável pelo relacionamento com cada unidade,
conforme sua condição de habilitação e qualificação, cabe programar e regular a
oferta de serviços e seu acesso de acordo com as necessidades identificadas. 40.1 –
A regulação da assistência deverá ser efetivada por meio da implantação de
complexos reguladores que congreguem unidades de trabalho responsáveis pela
regulação das urgências, consultas, leitos e outros que se fizerem necessários. 41 - A
regulação da assistência, voltada para a disponibilização da alternativa assistencial
mais adequada à necessidade do cidadão, de forma equânime, ordenada, oportuna e
qualificada, pressupõe: A - a realização prévia de um processo de avaliação das
necessidades de saúde e de planejamento/programação, que considere aspectos
epidemiológicos, os recursos assistenciais disponíveis e condições de acesso às
unidades de referência; B – a definição da estratégia de regionalização que explicite
a responsabilização e papel dos vários municípios, bem como a inserção das
diversas unidades assistenciais na rede; C – a delegação de autoridade sanitária ao
médico regulador, para que exerça a responsabilidade sobre a regulação da
assistência, instrumentalizada por protocolos técnico-operacionais; D – a definição
11
das interfaces da estratégia da regulação da assistência com o processo de
planejamento, programação e outros instrumentos de controle e avaliação.
A utilização do Complexo Regulador/Centrais de Regulação também foi
revisitada pelo Pacto pela Saúde, em 2006 (MS, 2006a). As atividades diárias praticadas pelas
Centrais de regulação são definidas pelo processamento da demanda da solicitação de
procedimentos. O acesso dos serviços disponibilizados pelas Centrais deve considerar as
questões clínicas e o cumprimento de protocolos estabelecidos de forma a oferecer a
alternativa assistencial mais adequada ao caso. Os protocolos clínicos tratam da forma de
intervenção por patologia para auxiliar as decisões terapêuticas. Os protocolos operacionais
visam ordenar o fluxo de pacientes entre os níveis de complexidade, definindo os limites
resolutivos de cada um deles (MS, 2006b).
Mais tarde foi instituída a Política Nacional de Regulação do Sistema Único de
Saúde pela Portaria GM/MS nº 1.559/08 (MS, 2008) que, no inciso III do artigo 2º, explicita
as obrigações das Centrais de Regulação (do acesso à assistência).
Regulação do Acesso à Assistência: também denominada regulação do acesso ou
regulação assistencial, tem como objetos a organização, o controle, o gerenciamento
e a priorização do acesso e dos fluxos assistenciais no âmbito do SUS, e como
sujeitos seus respectivos gestores públicos, sendo estabelecida pelo complexo
regulador e suas unidades operacionais e esta dimensão abrange a regulação médica,
exercendo autoridade sanitária para a garantia do acesso baseada em protocolos,
classificação de risco e demais critérios de priorização (MS, 2008).
Sendo assim, é notável que as atividades dentro de uma Central de Regulação só
são possíveis mediante a elaboração de fluxos e protocolos clínicos e de regulação,
respeitando a PPI e as características da região de saúde, visando o acesso universal, integral e
igualitário aos serviços, conforme previsto no artigo 13 do Decreto 7.508/2011:
Para assegurar ao usuário o acesso universal, igualitário e ordenado às ações e
serviços de saúde do SUS, caberá aos entes federativos, além de outras atribuições
que venham a ser pactuadas pelas Comissões Intergestores: I - garantir a
transparência, a integralidade e a equidade no acesso às ações e aos serviços de saúde;
II - orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços de saúde; III - monitorar o
acesso às ações e aos serviços de saúde; e IV - ofertar regionalmente as ações e os
serviços de saúde.
Por tudo exposto, é possível afirmar que o trabalho realizado pelas Centrais de
Regulação se faz fundamental para o efetivo funcionamento do SUS, contribuindo para a
estruturação das redes hierarquizadas e articulando ações e serviços a fim de otimizar o
atendimento às demandas.
12
3 COMPLEXO REGULADOR COMO INSTRUMENTO DE
AVALIAÇÃO E GESTÃO
A expressão “regulação” é utilizada quando se refere a serviços que funcionam
sob concessão do Estado para suprir necessidades da população. Hoje em dia existem várias
agências reguladoras nos setores de petróleo, energia elétrica, saúde pública, saúde
suplementar, entre outros. Regulação pressupõe a existência de um sistema que funciona a
partir da regulação de regras e parâmetros acordados entre as partes executoras e reguladoras.
Estes parâmetros podem estar relacionados à satisfação do consumidor ou ao atendimento das
necessidades mais prementes de uma população (SILVA, 2004).
Os três níveis de governo da federação devem ter autoridade sobre os prestadores
de serviços públicos, regulando suas atividades de forma a garantir para os cidadãos um
atendimento de qualidade, gratuito e eficiente, de modo a reduzir os custos de operação do
sistema (ARRETCHE, 2003).
Castro (2002) ao pesquisar conceitos de economia e sua aplicação na área de
saúde, afirma que o papel do Estado como regulador da prestação de serviços assistenciais à
população é justificado pelas falhas de mercado. Desta forma, uma das atribuições
importantes dos gestores de saúde no país, não só na área pública, mas também na saúde
complementar é a gestão econômica de serviços assistenciais, públicos ou contratados.
Segundo o autor, a expectativa de vida da população aumenta à medida que são feitos
investimentos em melhorias das condições sanitárias e na implantação de avanços
tecnológicos que visam proporcionar novas formas mais eficazes de tratamento de doenças
crônico-degenerativas. Dessa visão decorre a importância de adequação das políticas públicas
de forma coerente e eficaz porque o aumento das necessidades normalmente não é
acompanhado por um proporcional aumento dos recursos públicos destinados a essa
finalidade.
Segundo Barreto (2004), a ampliação dos papeis do Estado na elaboração de
políticas e na regulação de uma série de parâmetros da vida social é de suma importância, pois
é função do Estado moderno regular e monitorar os afeitos adversos de uma gama complexa
de exposições naturais ou artificiais, diretamente relacionadas ao sistema de saúde (serviços,
vacinas, medicamentos, etc.) ou que podem ter implicações na saúde da população. Além
disso, é papel do Estado regular os meios de acesso da população às ações e serviços de
saúde.
13
A percepção do sentido dado ao encaminhamento do processo de avaliação é
primordial para a efetividade da sua função de instrumento de atitudes decisórias que visam
oferecer um sistema mais equânime e humanizado (TANAKA E MELO, 2000).
A política de regulação aponta o funcionamento das Centrais de Regulação como
estratégia cooperativa dentro da implementação do SUS de forma mais efetiva, promovendo
transformações no processo organizativo do sistema, nas práticas assistenciais, no modelo de
avaliação e de gestão. Isto, porque aproxima e detalha a disponibilidade de recursos,
redefinindo fluxos e reorientando acessos, além de estimular a capacitação dos trabalhadores
das Centrais de Regulação através de educação permanente.
Segundo Sinoel (2000), o complexo regulador “é o conjunto de estratégias e ações
definidas pelos agentes responsáveis pela formulação das políticas e pela produção de
serviços de saúde, necessários ao atendimento integral ao indivíduo. O complexo regulador
tem por pressupostos fundamentais a universalização do atendimento, a descentralização, a
regionalização e a hierarquização”.
Um plano de regulação assistencial define as estratégias e ações, para todos os
níveis do sistema, tendo em vista a organização efetiva de uma rede pública articulada
hierarquicamente, amparada em tecnologia resolutiva, a partir de bases macrorregionais de
gestão do sistema.
O complexo regulador é estadual e congrega um conjunto de centrais de regulação
divididas em macrorregiões. Tem como resultado de sua operação funcionar como um
observatório privilegiado dos serviços de saúde, ao trazer a informação da assistência à saúde
pela ótica da necessidade do usuário, ao produzir dados que visem a resolutividade real, com
informações importantes para subsidiar o planejamento e possibilitar mudanças na prestação
dos serviços assistenciais. Estas informações são de suma importância para o planejamento e
para a transformação da assistência (SINOEL, 2000).
14
4. CENTRAIS DE REGULAÇÃO
Os municípios brasileiros possuem realidades muito distintas, com diferentes
modelos de organização e gestão, oferta de serviços e disponibilidade de recursos. Sendo
assim, é comum e imprescindível que gestores se articulem, atuando de maneira regionalizada
e estabelecendo regiões de saúde, para que seus munícipes sejam atendidos em outras
unidades quando seus recursos disponíveis não são capazes de atender demandas específicas.
“Como não são todos os que precisam, por exemplo, de cirurgias endovasculares, um hospital
com essa capacidade pode atender a toda uma região ou mesmo a um estado. Para tanto as
palavras chave são a organização, união e a parceria.” (MS, 2011)
Em 2002, o conceito de região de saúde foi definido pela NOAS 01/2002,
regulamentada pela Portaria MS/GM nº 373/2002. De acordo com o texto:
Região de Saúde - base territorial de planejamento da atenção à saúde, não
necessariamente coincidente com a divisão administrativa do estado, a ser definida
pela Secretaria Estadual de Saúde, de acordo com as especificidades e estratégias de
regionalização da saúde em cada estado, considerando as características
demográficas, socioeconômicas, geográficas, sanitárias, epidemiológicas, oferta de
serviços, relações entre municípios, entre outras. Dependendo do modelo de
regionalização adotado, um estado pode se dividir em macrorregiões, regiões e/ou
microrregiões de saúde.
O Decreto 7.508/2011 considera região de saúde um
“espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes,
delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de
comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de
integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde”.
Tal Decreto define, no artigo 5º, que:
Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de:
I - atenção primária; II - urgência e emergência; III - atenção psicossocial; IV -
atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e V - vigilância em
saúde. Parágrafo único. A instituição das Regiões de Saúde observará cronograma
pactuado nas Comissões Intergestores.
O Estado do Rio de Janeiro está dividido em nove regiões de saúde e conta com
oito Centrais de Regulação Regionais, além de uma Central Estadual de Regulação (CER).
A Central de Regulação é uma instância que faz a articulação entre as Secretarias
Municipais de Saúde, com suas atribuições no tocante à atenção básica, secundária e terciária
e, pode funcionar como instrumento colaborador para a atenção básica exercer a coordenação
do cuidado, visando melhorar a resolutividade de suas ações. Isto, porque fornece dados dos
pacientes cujas solicitações foram inseridas no Sistema Estadual de Regulação (SER) e que
podem ser acompanhados de forma mais efetiva pelas equipes dos Programas de Saúde das
Famílias (PSF).
15
O desenvolvimento da ação regulatória de forma mais abrangente necessita da
existência de apoio logístico que possibilita a ordenação e a orientação dos fluxos
assistenciais e o domínio da relação entre a gestão e os vários prestadores de serviços entre
todos os envolvidos de forma a produzir relatórios analíticos para subsidiar o processo
avaliativo e decisório.
É muito importante a existência dos protocolos regulatórios como instrumento
facilitador da ação regulatória, pois colaboram para a agilização do agendamento, no
direcionamento mais adequado do usuário dentro do sistema, na sistematização de critérios e
capacitação os trabalhadores.
16
4.1 CENTRAL DE REGULAÇÃO CENTRO-SUL FLUMINENSE
A Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro dividiu o seu território em
regiões para que o fluxo de encaminhamentos dos pacientes da rede SUS funcione de forma
mais eficaz. Estas regiões são: Metropolitana I. Metropolitana II, Baixada da Ilha Grande,
Médio Paraíba, Centro Sul, Serrana, Baixada Litorânea, Norte e Noroeste. Cada região
compreende um determinado número de municípios, de forma que todos constem do mapa de
funcionamento.
Utiliza como instrumentos de regulação: o Sistema Estadual de Regulação (SER),
os fluxos de regulação, os mapas de leitos informatizados e os protocolos de regulação.
Tem como maior entrave o aprimoramento contínuo do conjunto de atribuições
das Centrais, que é a qualificação dos processos de trabalho desenvolvidos por suas equipes.
Este é o maior desafio para avançar na eficiência do processo regulatório, caminhando para a
consolidação de uma cultura de regulação, sistematizada por protocolos clínicos, assistenciais
e de fluxos, que impliquem em mudanças na conduta clínica e de gestão, com transparência
nas estratégias e critérios operacionais adotados.
A Central de Regulação Centro-Sul Fluminense da Secretaria de Saúde do Estado
do Rio de Janeiro, situada no município de Três Rios engloba os seguintes municípios: Três
Rios, Areal, Sapucaia, Comendador Levy Gaspariam, Paraíba do Sul, Vassouras, Miguel
Pereira, Paty do Alferes, Mendes, Engenheiro Paulo de Frontin e Paracambi. Abaixo
apresento o mapa da região Centro-Sul Fluminense.
Figura 1: Mapa da Região Centro-Sul Fluminense
Fonte: Fundação CIDE
17
O município Paracambi não pertence geograficamente no mapa da região Centro-
Sul, mas foi incluído nesta região de saúde pela gestão pública responsável pela distribuição
dos municípios nas macrorregiões.
O processo de descentralização, regionalização e municipalização acarretou em
uma melhora significativa do atendimento público à população, pois direcionou o
atendimento em polos regulatórios que encaminham a demanda aos postos de serviço
credenciados na pactuação federal, estadual e municipal. As Centrais de Regulação Regionais
configuram uma rede que regula, para cada Região de Saúde, os serviços de média e alta
complexidade, de acordo com as pactuações regionais aprovadas por deliberações das
Comissões Intergestores Regional (CIR) e da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), e todas
as demais especialidades que necessitam de internações hospitalares da região. São as
unidades operacionais dos complexos
As atividades executadas administrativamente são o controle das solicitações
destes procedimentos no Sistema Estadual de Regulação (SER). Este sistema é alimentado
pelos executantes que são as Secretarias Municipais de Saúde dos municípios da região ou por
profissionais dos Hospitais e Unidades de Pronto Atendimento devidamente credenciadas
como portas de entrada. Depois de inseridas, os reguladores que são os médicos da Central
avaliam a solicitação e a regulam para serem encaminhadas para outras Centrais ou para as
entidades executantes que são os hospitais ou prestadoras de serviço credenciadas.
Este acompanhamento precisa ser feito de forma efetiva, pois obedece a um
protocolo de regulação onde constam os fluxos regulatórios das pactuações e só pode
direcionar um paciente para os locais constantes no protocolo, pois obedece a um teto
financeiro previamente pactuado.
A Central de Regulação Centro-Sul Fluminense (CREG-CSF) iniciou seus
trabalhos no ano de 2002 e passou por várias modificações em seu perfil de funcionamento,
sendo hoje responsável pela regulação de procedimentos de alta complexidade em
Neuroendovascular, Cardiologia, Ortopedia, Internações Psiquiátricas, Oftalmologia e
Oncologia, para uma população estimada pelo IBGE, em 2013, de 319.351 habitantes em
onze municípios (representando cerca de 2% da população estadual), conforme tabela a baixo
– além dos pacientes referenciados por outras regiões do estado.
18
Tabela 1: População residente
Município Homens % Homens Mulheres % Mulheres Total
Areal 5.661 49,5 5.762 50,5 11.423
Comendador Levy
Gasparian 4.076 49,8 4.104 50,2 8.180
Engenheiro Paulo de
Frontim 6.449 49 6.788 51 13.237
Mendes 8.651 48 9.284 52 17.935
Miguel Pereira 11.719 47,5 12.923 52,5 24.642
Paracambi 23.793 50,5 23.331 49,5 47.124
Paraíba do Sul 19.751 48 21.333 52 41.084
Paty do Alferes 12.817 48,5 13.542 51,5 26.359
Sapucaia 8.766 50,01 8.759 49,98 17.525
Três Rios 37.014 48 40.418 52 77.432
Vassouras 16.391 47,5 18.019 52,5 34.410
Fonte: IBGE, 2014 de acordo com o censo 2010, compilados pelo autor.
Dados do Censo 2010 sobre a população do estado do Rio de Janeiro indicam que
52,3% dos habitantes são mulheres e 47,7% são homens. Ao analisar a tabelaErro! Fonte de
referência não encontrada., é possível notar que apenas dois municípios diferem da
estatística estadual e possuem população masculina maior que a feminina: Paracambi e
Sapucaia.
19
5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Esse trabalho caracteriza-se como uma pesquisa de natureza descritiva com
abordagem qualitativa e quantitativa, através de dados extraídos do Sistema Estadual de
Regulação - (SER) do Estado do Rio de Janeiro, referentes à solicitação de procedimentos
endovasculares pactuados pelo SUS, inseridos pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPA),
Secretarias de Saúde e Hospitais dos municípios da região, além das solicitações enviadas
pelas Centrais correspondentes a outras macrorregiões no ano de 2014. As técnicas
qualitativas fornecem informações importantes para diagnóstico, análise e (re) projeto. Os
procedimentos quantitativos geram informações que facilitam a avaliação e priorização de
variáveis para fins de intervenção.
O caráter descritivo visa fornecer o conhecimento das incidências deste segmento
de saúde nesta região possibilitando caracterizar demandas, revelar a abrangência e fornecer
dados aos gestores que funcionem como indicadores importantes para a realização de políticas
públicas eficazes para o segmento de saúde.
Para atender os objetivos da pesquisa, foi avaliado com base nos dados
disponíveis no SER o perfil dos usuários de acordo com faixa etária, sexo e tipo de
procedimento, número de solicitações por município de forma absoluta e percentual, número
de procedimentos realizados x população de cada município e tempo de regulação.
20
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram analisados os dados extraídos dos procedimentos de alta complexidade
inseridos no Sistema Estadual de Regulação (SER) pelas Secretarias Municipais de Saúde e
pelas Unidades de Pronto Atendimento no ano de 2014.
O gráfico abaixo buscou avaliar as solicitações por município em números
absolutos e demonstrou que Miguel Pereira, Vassouras e Mendes foram os maiores
solicitantes. Contudo, se considerarmos o percentual de procedimentos realizados x população
de cada cidade, Mendes se destacou com um número considerável de solicitações (0,10).
Tais dados podem ter sido ocasionados por diferentes variáveis como:
características do acesso da população às portas de entrada municipais, efetividade da atenção
básica e dos serviços de Promoção de Saúde e a situação financeira dos munícipes –
influenciando na aquisição de planos de saúde e nas demandas aos SUS. Observa-se que esses
fatores merecem ser investigados futuramente para que possíveis falhas no sistema sejam
corrigidas e práticas bem sucedidas sirvam de modelo de forma a garantir melhores condições
aos usuários.
Tabela2 – Procedimentos realizados x população
MUNICÍPIO PROCEDIMENTOS REALIZADOS
(ARTERIOGRAFIA/ANGIOPLASTIA)
% POPULAÇÃO
Areal 02 0,02
Comendador Levy
Gasparian
02 0,02
Engenheiro Paulo de
Frontim
01 0,01
Mendes 18 0,10
Miguel Pereira 12 0,05
Paracambi 03 0,001
Paraíba do Sul 06 0,01
Paty do Alferes 05 0,02
Sapucaia 07 0,04
Três Rios 08 0,01
Vassouras 14 0,05
TOTAL 78 Fonte: Dados extraídos do Sistema Estadual de Regulação em 2014, compilados pelo autor.
De acordo com tabela do Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos,
Medicamentos e OPM do SUS (SIGTAP), existem 32 procedimentos elencados como
procedimentos cirúrgicos do aparelho circulatório – Cirurgia Endovascular e 20
procedimentos de arteriografia (exame que visualiza a parte interna das artérias). Contudo,
durante a análise das solicitações, foram identificados apenas 07 e 06, respectivamente, tipos
21
de procedimentos realizados no ano de 2014 nas Unidades de Saúde prestadoras deste tipo de
serviço da região Centro-Sul para os munícipes da mesma, a saber:
Quadro 1 – Código e descrição dos procedimentos
0210010070 Arteriografia de membro
0210010088 Arteriografia digital (por via venosa)
0210010096 Arteriografia p/ investigação de doença arterioscleroticaaorto-ilíaca e distal
0210010100 Arteriografia p/ investigação de hemorragia cerebral
0210010134 Arteriografia seletiva de carótida
0210010142 Arteriografia seletiva por cateter (por vaso)
0406040028 Angioplastia intraluminal de aorta,veia cava/vasos ilíacos (c/ stent)
0406040052 Angioplastia intraluminal de vasos das extremidades (s/ stent não recoberto)
0406040060 Angioplastia intraluminal de vasos das extremidades (c/ stent não recoberto)
0406040095 Angiografia intraluminal de vasos do pescoço ou troncos supra-aorticos (c/
stent não recoberto);
0406040141 Colocação percutânea de filtro de veia cava (na trombose venosa periférica e
embolia pulmonar);
0406040168 Correção endovascular de aneurisma/dissecção da aorta abdominal e iliacas
c/ endoprotese bifurcada
0406040192 Embolização arterial de hemorragia digestiva (incluiu procedimento
endoscópico e/ou estudo angiográfico).
Fonte: Dados extraídos do Sistema Estadual de Regulação em 2014, compilados pelo autor.
Para a realização dos procedimentos de cirurgia endovascular é necessário que o
paciente realize a arteriografia previamente como pré-requisito diagnóstico da real
necessidade. De acordo com o gráfico 1apresentado abaixo foi diagnosticado que Engenheiro
Paulo de Frontim, Miguel Pereira, Paracambi, Paty do Alferes, Sapucaia e Vassouras não
realizaram as arteriografias em numero correspondente ao número de angioplastias realizadas
e uma das maiores dificuldades na realização dos procedimentos tanto de arteriografia quanto
de angioplastia está na dificuldade de realização de exames obrigatórios prévios pelas
Secretarias Municipais de Saúde e isto está relacionado à falta de pactuação para a realização
destes quando o município não oferece este serviço; na falta de verba para a realização destes
nas unidades de saúde particulares credenciadas, na falta de médicos especialistas que
ocasiona demora no atendimento ao paciente e consequente pedido para a realização dos
exames, na falta de capacitação dos profissionais envolvidos no processo e na oferta
22
deficiente da prestação do serviço pelas Unidades Executantes. A gestão econômica de
serviços assistenciais, públicos ou contratados é uma das importantes atribuições dos gestores
de saúde (Castro, 2002).
Gráfico 1 – Quantidade de arteriografias x cirurgias endovasculares realizadas
Fonte: Dados extraídos do Sistema Estadual de Regulação em 2014, compilados pelo autor.
As dificuldades elencadas acima ocasionam uma demora importante na realização
dos procedimentos relacionada à prestação de serviços pelas Unidades Executantes que está
interligada ao funcionamento do SER. Desta forma, esta demora pode ser ocasionada pela
oferta deficiente da prestação do serviço, pela demora da inserção dos exames obrigatórios
para a realização destas pelas Secretarias Municipais de Saúde e pelo não acompanhamento
dos usuários do SER quando algum problema for detectado.
O processo de regulação consiste na inserção da solicitação pelas Secretarias de
Saúde Municipais ou pelas Unidades de Saúde Solicitantes no SER, apresentando status “em
fila”; na regulação da solicitação pela Central de Regulação, apresentando o status
“aguardando solicitação de reserva”; no aceite da Unidade Executante, apresentando status
“reservado” e; o status “alta” indicando o número da AIH (Autorização de Internação
Hospitalar) quando cirurgia endovascular, pois a arteriografia é um exame e não gera
internação, apenas liberação de leito/dia. O estudo detectou uma demora importante das
solicitações nos status “aguardando solicitação de reserva” conforme demonstrado no gráfico
abaixo que será relatado a seguir.
0
2
4
6
8
10
12
ARTERIOGRAFIAS
CIRURGIAS ENDOVASCULARES
23
Gráfico 2 - Média de dias aguardando confirmação de reserva por município.
Fonte: Dados extraídos do Sistema Estadual de Regulação em 2014, compilados pelo autor.
É possível observar que a média de dias que os procedimentos permanecem na
situação aguardando confirmação de reserva por município apresenta um resultado
satisfatório apenas no município de Paty do Alferes, nos demais há uma demora significativa.
A demora está centrada em dois focos: o município não realizou os exames prévios
necessários como pré-requisitos para a realização do procedimento e o município não entrou
em contato com a Unidade Executante para a reserva do leito. A especialidade endovascular
apresenta a peculiaridade de só reservar o leito após contato prévio da Unidade Solicitante
alegando que a demanda é alta em relação à oferta de leitos para a realização do procedimento
e, em razão disto é imprescindível saber que o paciente está em condições de traslado e que o
transporte do paciente será liberado pelas Unidades Solicitantes. Nesse contexto entra a
Central de Regulação no controle da permanência das solicitações por status, interagindo com
as partes de forma a minimizar este tempo de espera (Barreto – 2004).
Como se observa na tabela abaixo a média de dias que os procedimentos
permanecem na situação aguardando confirmação de reserva por procedimento não
apresentou números aceitáveis em apenas três procedimentos, cujos pacientes são moradores
de municípios que demonstraram dificuldade no estudo acima, o que nos remete ao raciocínio
de que o problema está centrado nos municípios e/ou Unidades Executantes o que traz à tona
a necessidade de capacitação mais efetiva com os usuários do SER (Sistema Estadual de
Regulação) das Secretarias Municipais de saúde e a um maior controle das Unidades
Executantes visando diminuir o tempo de espera para a prestação do serviço.
00
05
10
15
20
25
30
35
40
MÉDIA DIAS - AG CONF DERESERVA
24
Tabela 3 - Média de dias aguardando confirmação de reserva por tipo de procedimento
PROCEDIMENTO
QUANT DE
PROCEDIMENTOS
REALIZADOS
MÉDIA
DIAS - AG
CONF DE
RESERVA
0210010070 02 02
0210010088 02 01
0210010096 02 16
0406040028 03 32
0406040052 02 06
0406040060 23 20
0406040095 11 34
0406040141 02 05
0406040168 02 48
0406040192 01 01 Fonte: Dados extraídos do Sistema Estadual de Regulação em 2014, compilados pelo autor.
As solicitações que se encontram no status “reservado” nesta especialidade não
apresentaram demora na execução do procedimento solicitado, outra peculiaridade que esta
especialidade apresenta se comparado às outras solicitações de alta complexidade que a
Central de Regulação Centro Sul Fluminense regula e que não fazem parte deste estudo.
O gráfico 3 irá demonstrar as solicitações que foram canceladas por município no
SER. Foram inseridas um total de 103 procedimentos endovasculares, dentre os quais 28
solicitações foram canceladas representando um total de 27% destas. Os motivos que levaram
ao cancelamento foram: falta de exames obrigatórios, nove solicitações; inserção da
solicitação de forma incorreta no SER, oito solicitações; paciente realizou o procedimento em
outra Unidade de Saúde devido demora da realização, cinco solicitações; paciente evoluiu à
óbito, três solicitações; paciente sem condições clínicas para realização do procedimento, duas
solicitações e; não necessidade de realização do procedimento, uma solicitação.
O gráfico demonstrou que o município de Vassouras foi o que apresentou o maior
número de solicitações canceladas, acompanhado respectivamente de Areal, Engenheiro
Paulo de Frontin, Mendes e Três Rios e; que os municípios de Comendador Levy
Gaspeariam, Paty do Alferes e Paracambi não apresentaram nenhuma solicitação cancelada.
25
Gráfico 3 - Solicitações canceladas por município
Fonte: Dados extraídos do Sistema Estadual de Regulação em 2014, compilados pelo autor.
A avaliação do processo regulatório em todas as suas instâncias é de suma
importância para a efetividade de suas ações. Neste contexto, a CREG CSF informa as
Secretarias de Saúde Municipais os motivos que ocasionaram o cancelamento das suas
solicitações orientando fluxos mais efetivos visando à reinserção das solicitações e a
minimização dos problemas detectados (TANAKA; MELO, 2000, p.1130).
Tabela 4 – Quantidade de procedimentos realizados x sexo do paciente
PROCEDIMENTO Mulheres Homens Total
ARTERIOGRAFIA 16 14 30
CIRURGIA
ENDOVASCULAR 16 29 45
TOTAL 32 43 75
Fonte: Dados extraídos do Sistema Estadual de Regulação em 2014, compilados pelo autor.
Conforme tabela acima 53,33% dos pacientes submetidos à arteriografia são do
sexo feminino e 64,44% dos pacientes submetidos à cirurgia endovascular são do sexo
masculino. Tal trabalho ainda identificou o sexo dos pacientes submetidos a estes
procedimentos por faixa etária da seguinte forma:
Tabela 5 – Distribuição dos pacientes por sexo e faixa etária
FAIXA ETÁRIA MULHERES HOMENS
21 a 49 anos 03 01 04
50 a 59 anos 11 12 23
60 a 69 anos 10 17 27
70 a 79 anos 05 10 15
80 anos ou mais 03 03 06
TOTAL 32 43 75
Fonte: Dados extraídos do Sistema Estadual de Regulação em 2014, compilados pelo autor.
0
2
4
6
8
10
Quant. de pacientes
26
Gráfico 4 - Distribuição dos pacientes por sexo e faixa etária
Fonte: Dados extraídos do Sistema Estadual de Regulação em 2014, compilados pelo autor.
Foi pedido para a literatura científica sobre o perfil de faixa etária dos pacientes e
verificou-se que o perfil dos pacientes inseridos no Sistema Estadual de Regulação apresenta
maior número de incidência entre pacientes de 60 a 69 anos (36%) e de 50 a 59 anos (30,67%)
e que ambos apresentam uma maior concentração de homens. A faixa de 21 a 49 anos foi a
única que apresenta maior concentração de mulheres. Vale ressaltar que foi identificado que a
paciente mais nova tem 21 anos e o paciente mais velho tem 96 anos.
Durante a exposição dos resultados foi possível perceber como é fundamental a
capacitação e formação permanente e continuada dos profissionais envolvidos no processo de
solicitação e regulação de procedimentos – médicos solicitantes, gestores municipais de saúde
e equipe médica e técnica das centrais de regulação. Clareza nos processos e o diálogo entre
as partes funcionam como elementos facilitadores do acesso e permitem maior transparência
das ações de saúde.
A investigação sobre a existência de alguma tendência nas solicitações por
município demonstrou que dos onze municípios, seis não inseriram no Sistema Estadual de
Regulação solicitações de arteriografia em número correspondente às solicitações de cirurgias
endovasculares e que isto acarreta na demora da realização do procedimento em decorrência
da arteriografia ser um exame exigido no protocolo clínico para a realização destas cirurgias.
Isto detectado nas cirurgias endovasculares, mas o problema permanece no tocante às
arteriografias que necessitam da inserção no Sistema Estadual de Regulação do dopller, que é
o exame de imagem exigido no protocolo clínico e que é o fator que apresentou o maior
número causador de cancelamento das solicitações.
Este tipo de estudo é importante para o mapeamento das práticas em saúde no
país, tornando possível o aprimoramento de políticas já existentes e a criação de novas
modalidades de atenção e cuidado. “A avaliação é um instrumento importante para a melhoria
0
5
10
15
20
21 a 49anos
50 a 59anos
60 a 69anos
70 a 79anos
80 anosou mais
MULHERES
HOMENS
27
da eficiência do gasto público, da qualidade da gestão e do controle social sobre a efetividade
da ação do Estado, esse último instrumentalizado pela divulgação de resultados das ações do
governo”. (RAMOS e SCHABBACH, 2012).
Durante a exposição dos resultados foi possível perceber como é fundamental a
capacitação e formação permanente e continuada dos profissionais envolvidos no processo de
solicitação e regulação de procedimentos – médicos solicitantes, gestores municipais de saúde
e equipe médica e técnica das centrais de regulação. Clareza nos processos e o diálogo entre
as partes funcionam como elementos facilitadores do acesso e permitem maior transparência
das ações de saúde.
Por fim, um dos objetivos deste trabalho foi instigar a elaboração de projetos para
avaliação, retroalimentação, retificação e reorientação das políticas e planejamentos da região
Centro-Sul Fluminense, como o ajuste da pactuação programada e o investimento de recursos
para a promoção de saúde e qualidade de vida da população a fim de reduzir fatores de risco,
como: tabagismo, diabetes, hipertensão, lipoproteinemia, que influenciam o aparecimento de
doenças vasculares (Nissen SJ, Newman WP, 1992). As amputações de membros inferiores
causadas por doenças vasculares periféricas atingem principalmente pacientes com faixa
etária mais avançada, os quais estão mais suscetíveis a doenças degenerativas como a
arteriosclerose (Carvalho, 2003), diminuindo as demandas por serviços hospitalares.
28
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo buscou provocar reflexões sobre possibilidades de construção
de um modelo de atenção e de gestão para o sistema público de serviços de saúde com
possíveis incorporações de novas práticas de assistência amparadas em uma gestão que
compartilhe informações que subsidiem a gestão visando melhorar a qualidade visando uma
atenção mais resolutiva e humanizada.
Nesse contexto, a CREG CSF mostra sua capacidade de funcionar como um
instrumento importante, também, como subsidiador de informações que auxiliam as
Secretarias Municipais de Saúde no tocante às suas ações para com a Atenção Básica de
forma a minimizar a incidência de doenças endovasculares.
Foi diagnosticado que o problema na demora dos procedimentos em primeiro
lugar está centrado nos municípios que apresentam grande dificuldade do acesso à assistência.
Isto remete à baixa resolutividade e em alguns casos, na inexistência dos fluxos de
encaminhamento dos pacientes, o que compromete o atendimento assistencial. Dos onze
municípios avaliados apenas Três Rios criou uma Central Municipal que direciona os
pacientes cujos municípios realizaram pactuações orçamentárias para a sua Unidade
Hospitalar, além de criar um Complexo municipal regulador que direciona seus pacientes à
realização de consultas, internações e exames, incluindo o transporte como garantia da
chegada do mesmo ao destino. O ordenamento do acesso dos usuários aos serviços
especializados de média e alta complexidade, tanto ambulatorial quanto hospitalar requer
instrumentos de regulação como Programação Pactuada Integrada (PPI), Plano Diretor de
Regionalização (PDR), Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES), Cartão
Nacional de Saúde (Cartão SUS), contratos e elaboração de um Projeto para Implantação do
Complexo Regulador, ampliando a possibilidade de acesso ás ações e serviços de saúde de
forma organizada.
Um caminho a seguir seria colocar propostas nas pautas das reuniões da Comissão
Intergestores Regional Centro Sul (CIR CS) do Estado do Rio de Janeiro, na qual
comparecem representantes de todos os municípios da nossa região no tocante à utilização das
informações em duas vertentes: na primeira, informações sobre os pacientes que apresentam
este tipo de enfermidade, nas reuniões dos Grupos de Trabalho da Atenção Básica e; na
segunda, traçar uma nova linha de atenção no encaminhamento dos pacientes que necessitam
deste tipo de procedimento, relacionada à capacitação dos profissionais envolvidos de forma
29
que o paciente seja inserido com todos os exames obrigatórios já realizados para que o
procedimento seja realizado com sucesso, nas reuniões dos Grupos de Trabalho de
Planejamento. Isto só é possível se houver sido pactuado na PPI recursos necessários para a
realização dos exames requeridos; que também pode ser discutido nas reuniões dos Grupos de
Trabalho de Planejamento.
30
REFERÊNCIAS
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equilíbrio entre regulação, responsabilidade e autonomia. Ed. Ciênc. Saúde Coletiva,
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Norma Operacional Básica – NOB 01/96 – que promove e consolida o pleno exercício do
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norma operacional da assistência à saúde – NOAS-SUS 01/2001 – que amplia as
responsabilidades dos municípios na atenção básica; define o processo de reorganização da
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de fevereiro de 2002.
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