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OS PERIODOS DA FILOSOFIA ANTIGA

1.Período cosmológico caracterizado pelo problema da natura e da physis. Qual o arché?

2.período humanista caracterizado pelo problema antropológico

3.período dos clássicos: Platão e Aristóteles. Caracterizado pelo problema ontológico e metafísico

4.período helenista. Caracterizado pelo nascimento e desenvolvimento de três grandes sistemas morais: estoicismo, epicurismo, ceticismo

5.período religioso caracterizado pelo renascimento do platonismo, assim chamado de movimento do neoplatonismo.

AS APORIAS DA FILOSOFIA a.o cosmob.o anthropos c.o ser, a metafísica, a ontologia, a

epistemologia, lógica, gnosiologiad.a morale.o religioso

Conteúdo,

método e

escopo da filosofia antiga

conteúdo. O seu conteúdo procura sempre explicar a totalidade das coisas, ou seja, toda a realidade, sem exclusão de partes, a partir da totalidade, isto é, abranger toda a realidade. A Filosofia Antiga vai perguntar sempre sobre o princípio de todas as coisas e seu objeto de estudos é a totalidade da realidade e do ser. Para alcançar tal intento, ela vai perscrutar sobre o primeiro princípio de todas as coisas, o porquê anterior a todas as causas, a causa não causada. Os gregos chamam este princípio de Physis (a essência de tudo). Inicialmente os pensadores chamados pré-socráticos vão procurar a Physis na natureza, no mundo que existe antes mesmo dos seres humanos. Por isso, são chamados de Físicos.

Método. O método da Filosofia Antiga é a compreensão racional da totalidade do ser. Isto quer dizer que, diferentemente das explicações míticas ou religiosas, os filósofos devem fundar suas pesquisas e argumentos sobre o raciocínio lógico, buscando as causas dos fenômenos. Enquanto o mito e a religião buscam compreender o mundo através da crença e da narrativa, a Filosofia vai fundamentar suas explicações na Razão (Lógos). A filosofia deve ir além do fato e das experiencias para encontrar as suas razoes, a causa, o principio.

Objetivo. O objetivo da Filosofia Antiga é bastante pretensioso: conhecer e contemplar a verdade. Para os gregos, contemplar (Theorein) significa conhecer racionalmente sem se envolver com o objeto conhecido. Do verbo Theorein é que deriva a nossa palavra Teoria. Tal sentido está ainda muito presente nas ciências atuais, que acreditam na possibilidade de um conhecimento realmente objetivo, neutro e imparcial da realidade. O fim ultimo da filosofia é a pura contemplação do verdadeiro. Amor ao saber em si mesmo, amor desinteressado ao verdadeiro.

Ler Aristoteles, Metafisca A 2, 982 b 11-28, citado por REALE, Giovanni. História da Filosofia antiga: das origens a Sócrates. Volume I. São Paulo: Loyola, 1993, pág. 29-30.

Na sua origem, a filosofia, uma substancial criação do gênio helênico, já emerge nas afirmações dos jônicos como uma a) tentativa de explicar a totalidade das coisas (o todo da realidade e do ser), b) com base no puro lógos, c) por objetivos puramente teóricos para conhecer desinteressadamente a verdade. A ciência dos primeiros filósofos é uma tentativa (a primeira) de explicar todos os seres, e sua cosmologia é uma tentativa de explicar, em função de um ou mais princípios (arché), a totalidade das coisas que são e das que não são.

Através da Filosofia, os gregos instituíram para o Ocidente europeu as bases e os princípios fundamentais do que chamamos razão, racionalidade, ciência, ética, política, técnica, arte. Aliás, basta observarmos que palavras como lógica, técnica, ética, política, monarquia, anarquia, democracia, física, diálogo, biologia, cronologia, gênese, genealogia, cirurgia, ortopedia, pedagogia, farmácia, entre muitas outras, são palavras gregas, para percebermos a influência decisiva e predominante da Filosofia grega sobre a formação do pensamento e das instituições das sociedades europeias ocidentais.

PRINCíPIOS DA FILOSOFIA GREGA PARA O OCIDENTE

Podemos destacar como principais contribuições as

seguintes:

1ª. A ideia de que a Natureza opera obedecendo a

leis e princípios necessários e universais, isto é, os mesmos em toda a parte e em todos os tempos.

Vejamos um exemplo.

As leis geométricas do triângulo ou do círculo, conforme demonstraram os filósofos gregos, são universais e necessárias em qualquer lugar do mundo e em qualquer tempo. Seja aqui no Brasil, seja no Japão, ou em qualquer outra parte do mundo;

2ª.

A ideia de que as leis necessárias e universais da Natureza podem ser conhecidas pelo nosso pensamento, isto é, não são conhecimentos misteriosos e secretos, que precisariam ser revelados por divindades, mas são conhecimentos que o pensamento humano, por sua própria força e capacidade, pode alcançar;

3ª.

A ideia de que nosso pensamento também opera obedecendo a leis, regras e normas universais e necessárias, segundo as quais podemos distinguir o verdadeiro do falso.

Nosso pensamento distingue quando uma afirmação é verdadeira ou falsa. Se alguém apresentar o seguinte raciocínio: “Todos os homens são mortais. Sócrates é homem. Logo, Sócrates é mortal”, diremos que a afirmação “Sócrates é mortal” é verdadeira, porque foi concluída de outras afirmações que já sabemos serem verdadeiras;

4ª.

A ideia de que as práticas humanas, isto é, a ação moral, a política, as técnicas e as artes dependem da vontade livre, da deliberação e da discussão, da nossa escolha passional (ou emocional) ou racional, de nossas preferências, segundo certos valores e padrões, que foram estabelecidos pelos próprios seres humanos e não por imposições misteriosas e incompreensíveis, que lhes teriam sido feitas por forças secretas, invisíveis, sejam elas divinas ou naturais, e impossíveis de serem conhecidas;

5ª.

A ideia de que os acontecimentos naturais e humanos são necessários, porque obedecem a leis naturais ou da natureza humana, mas também podem ser contingentes ou acidentais, quando dependem das escolhas e deliberações dos homens, em condições determinadas. Dessa forma, uma pedra cai porque seu peso, por uma lei natural, exige que ela caia natural e necessariamente; um ser humano anda porque as leis anatômicas e fisiológicas que regem o seu corpo fazem com que ele tenha os meios necessários para a locomoção.

Um dos legados mais importantes da Filosofia grega é, portanto, essa diferença entre o necessário e o contingente, pois ela nos permite evitar o fatalismo - “tudo é necessário, temos que nos conformar e nos resignar” -, mas também evitar a ilusão de que podemos tudo quanto quisermos, se alguma força extranatural ou sobrenatural nos ajudar, pois a Natureza segue leis necessárias que podemos conhecer e nem tudo é possível por mais que o queiramos.

Em suma, a Filosofia surge quando se descobriu que a verdade do mundo e dos humanos não era algo secreto e misterioso, que precisasse ser revelado por divindades a alguns escolhidos, mas que, ao contrário, podia ser conhecida por todos, através da razão, que é a mesma em todos; quando se descobriu que tal conhecimento depende do uso correto da razão ou do pensamento e que, além da verdade poder ser conhecida por todos, podia, pelo mesmo motivo, ser ensinada ou transmitida a todos.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA FILOSOFIA NASCENTE

Resumidamente podemos assim caracterizar o início da Filosofia:

A filosofia grega tende à racionalidade, somente a razão, com seus princípios e regras, é o critério da explicação de alguma coisa;

A filosofia afirma que a verdade só é verdade se for provada racionalmente, isto depois de ser submetida à analise, à discussão e à critica rigorosa;

A filosofia grega exige que as idéias sejam provadas mediante juízos necessários e universais do pensamento. A noite não pode ser escura e clara ao mesmo tempo. Afirmar isto é incorrer em contradição. Uma contradição acontece quando afirmo e nego a mesma coisa sobre uma mesma coisa. A contradição indica erro no pensamento;

A filosofia recusa as explicações pré-estabelecidas. Exigência de que, para cada problema, seja investigada e encontrada a solução;

Tendência à generalização, isto é, mostrar que uma explicação tem validade para muitas coisas diferente.

Por exemplo, para meus olhos, meu tato e meu olfato, o gelo é diferente da neblina, que é diferente do vapor de uma chaleira, que é diferente da chuva, que é diferente da correnteza de um rio”. No entanto, o pensamento mostra que se trata sempre de um mesmo elemento (a água), passando por diferentes estados e formas (líquido, sólido, gasoso), por causas naturais diferentes (condensação, liquefação, evaporação).

Reunindo semelhanças, o pensamento conclui que se trata de uma mesma coisa que aparece para nossos sentidos de maneiras diferentes, e como se fossem coisas diferentes. O pensamento generaliza porque abstrai (isto é, separa e reúne os traços semelhantes), ou seja, realiza uma síntese”.

a Filosofia surge quando alguns gregos começaram a desconfiar e não aceitar as explicações até então dadas como certas. Admirados e espantados com a realidade, insatisfeitos com as explicações que a tradição lhes dera, começaram a fazer perguntas e buscar outras possíveis respostas. Assim, Demonstraram que o mundo e os seres humanos, os acontecimentos e as coisas da Natureza, os acontecimentos e as ações humanas podem ser conhecidos pela razão humana, e que a própria razão é capaz de conhecer-se a si mesma.

Em suma, a Filosofia surge quando se descobriu que a verdade do mundo e dos humanos não era algo secreto e misterioso, que precisasse ser revelado por divindades a alguns escolhidos, mas que, ao contrário, podia ser conhecida por todos, através da razão, que é a mesma em todos; quando se descobriu que tal conhecimento depende do uso correto da razão ou do pensamento e que, além da verdade poder ser conhecida por todos, podia, pelo mesmo motivo, ser ensinada ou transmitida a todos.

Platão e Aristóteles indicaram com precisão a experiência que, segundo eles, dá origem ao pensar filosófico. É aquilo que os gregos chamaram "thauma" (espanto, admiração, perplexidade). A Filosofia, pois, começa quando algo desperta nossa admiração, espanta-nos, capta nossa atenção (que é isso? Por que é assim? Como é possível que seja assim?), interroga-nos insistentemente, exige uma explicação.

Espantar-se diante das coisas, interrogá-las, é próprio da condição humana. É normal ao ser humano espantar-se, interrogar. Ai nasce a reflexão filosófica.

Muitos de nós crescemos aceitando sem discutir os papéis sociais que nos são impostos, sem jamais questionar seu valor e seu porquê, como se tudo fosse parte da ordem natural e inacessível das coisas. Ora, a filosofia grega parece ter surgido quando as respostas dadas pelo mito a certas questões não satisfizeram mais a certas mentes particularmente exigentes de um povo particularmente curioso e passível de se espantar - e as questões continuaram assim, com sua força de questão e de espanto, a exigir uma resposta que fosse além das aparências.

Os filósofos da natureza. Os pré-socráticos

Os primeiros filósofos gregos são freqüentemente chamados de “filósofos da natureza”, porque se interessavam, sobretudo, pela natureza e pelos processos naturais. De onde vêm todas as coisas? Do nada? De alguma coisa? Como? Porque?

Os filósofos mais antigos observavam que havia constantes transformações na natureza. Mas como estas transformações eram possíveis? Como uma substância podia se transformar em algo completamente diferente? Os primeiros filósofos tinham uma coisa em comum: eles acreditavam que determinada substância básica estava por trás de todas essas transformações. Tudo começou com a ideia de que deveria haver uma substância básica, que fosse a causa oculta, por assim dizer, de todas as transformações da natureza.

Eles queriam entender os fenômenos naturais, sem ter que para isto recorrer aos mitos. Interessava-lhes, sobretudo, tentar entender por si mesmos os processos naturais, por meio da observação empírica da natureza. E isto era algo completamente diferente da tentativa de explicar os fenômenos naturais, como raios e trovões, o nascimento do cosmo, recorrendo ao mundo dos deuses.

Deste modo, a filosofia dá os primeiros passos para se libertar paulatinamente do mito e da religião. Podemos dizer que os filósofos da natureza deram os passos iniciais na direção de uma forma científica de pensar.

Os principais filósofos pré-socráticos foram: Tales de Mileto, Anaxímenes, Anaximandro, Heráclito de Éfeso, Pitágoras de Samos; Parmênides, Zenão de Eléia, Empédocles, Anaxágoras, Leucipo e Demócrito.

as principais características da filosofia da natureza dos pré-socraticos:

1. A filosofia pré-socrática é uma tentativa de explicação racional e sistemática sobre a origem, ordem e transformação da Natureza.

2. Os filósofos pré-socráticos afirmam que não existe criação do mundo, isto é, negam que o mundo tenha surgido do nada (como é o caso, por exemplo, na religião judaico-cristã, na qual Deus cria o mundo do nada). Por isso diz: “Nada vem do nada e nada volta ao nada”. Isto significa: que o mundo, ou a Natureza, é eterno; que no mundo, ou na Natureza, tudo se transforma em outra coisa sem jamais desaparecer, embora a forma particular que uma coisa possua desapareça com ela, mas não sua matéria.

3. Afirmam que fundo eterno, perene, imortal, de onde tudo nasce e para onde tudo volta é invisível para os olhos do corpo e visível somente para o olho do espírito, isto é, para o pensamento, a razão.

4. Afirmam também que o fundo eterno, perene, imortal e imperecível de onde tudo brota e para onde tudo retorna é o elemento primordial da Natureza e chama-se physis (em grego, physis vem de um verbo que significa fazer surgir, fazer brotar, fazer nascer, produzir). A physis é a Natureza eterna e em perene transformação.

5. Afirmam que, embora a physis (o elemento primordial eterno) seja imperecível, ela dá origem a todos os seres infinitamente variados e diferentes do mundo, seres que, ao contrário do princípio gerador, são perecíveis ou mortais.

6. Afirmam que todos os seres, além de serem gerados e de serem mortais, são seres em contínua transformação, mudando de qualidade (por exemplo, o branco amarelece, acinzenta, enegrece; o negro acinzenta, embranquece; o novo envelhece; o quente esfria; o frio esquenta; o seco fica úmido; o úmido seca; o dia se torna noite; a noite se torna dia; a primavera cede lugar ao verão, que cede lugar ao outono, que cede lugar ao inverno; o saudável adoece; o doente se cura; a criança cresce; a árvore vem da semente e produz sementes, etc.) e mudando de quantidade (o pequeno cresce e fica grande; o grande diminui e fica pequeno; o longe fica perto se eu for até ele, ou se as coisas distantes chegarem até mim, um rio aumenta de volume na cheia e diminui na seca, etc.). Portanto o mundo está em mudança contínua, sem por isso perder sua forma, sua ordem e sua estabilidade.

A mudança, ou seja, o nascer, morrer, chama-se movimento e o mundo está em movimento permanente. O movimento do mundo chama-se devir e o devir segue leis rigorosas que o pensamento conhece. Essas leis são as que mostram que toda mudança é passagem de um estado ao seu contrário: dia-noite, claro-escuro, quente-frio, seco-úmido, novo-velho, pequeno-grande, bom-mau, cheio-vazio, etc., e também no sentido inverso, noite-dia, escuro-claro, frio-quente, etc. O devir é, portanto, a passagem contínua de uma coisa ao seu estado contrário e essa passagem não é caótica, mas obedece a leis determinadas pela physis ou pelo princípio fundamental do mundo.

Os diferentes filósofos escolheram diferentes physis, isto é, cada filósofo encontrou motivos e razões para dizer qual era o princípio eterno e imutável que está na origem da Natureza e de suas transformações. Assim, Tales dizia que o princípio era a água ou o úmido; Anaximandro considerava que era o ilimitado sem qualidades definidas; Anaxímenes, que era o ar ou o frio; Heráclito afirmou que era o fogo; Leucipo e Demócrito disseram que eram os átomos. E assim por diante.

Tales de MiletoO primeiro filósofo de que temos notícia é

Tales (624-548 A.C.), da colônia grega de Mileto, na Ásia Menor.

Tales considerava a água a origem de todas as coisas. Certamente ele queria dizer que toda forma de vida surge na água e a ela retorna quando se desfaz. Quando esteve no Egito, certamente ele pôde observar como os campos inundados ficavam fecundos depois que as águas do Nilo retornavam ao seu delta. Além disso, é muito provável que Tales tenha se perguntado como a água podia se transformar em gelo e em vapor, para depois voltar a ser água.

Tales não deixou nada escrito, mas sabemos que ele ensinava ser a água a substância única de todas as coisas. A Água é o principio sem princípio de todas as coisas. Sua idéia básica é a de que tudo se origina da água. Segundo Tales, a água, ao se resfriar, torna-se densa e dá origem à terra; ao se aquecer transforma-se em vapor e ar, que retornam como chuva quando novamente esfriados. Desse ciclo de seu movimento (vapor, chuva, rio, mar, terra) nascem as diversas formas de vida, vegetal e animal. A cosmologia de Tales pode ser resumida nas seguintes proposições: A terra flutua sobre a água; A água é a causa material de todas as coisas. Todas as coisas estão cheias de deuses. O imã possui vida, pois atrai o ferro.

Os   pensadores de Mileto iniciaram uma física e uma cosmologia. O universo era   considerado um campo com pares opostos das qualidades sensíveis. É de Tales   a frase de que á água é a origem de todas as coisas. Tudo seria alteração da  água, em diversos graus. O alimento de toda a coisa é úmido. Aristóteles afirmou que ele foi o primeiro a atribuir uma causa material para a origem do  universo. Também era matemático, geômetra e físico. Aparece nas listas dos Sete Sábios da Grécia. Outra frase que pode ser dele é a de que tudo está  cheio de deuses, ou seja, a matéria é viva. Dizem que previu um eclipse solar e  calculou a altura de uma pirâmide. Em Aristóteles há um trecho dizendo que era sabido ser uma afirmação de Tales que a alma é algo que se move. Teve como  discípulo Anaximandro.

Anaximandro O próximo filósofo de que temos notícia é

Anaximandro (611-547 A.C.) que também viveu em Mileto. Ele acreditava que nosso mundo era apenas um dos muitos mundos que surgem de alguma coisa e se dissolvem nesta alguma coisa que ele chamava de infinito. É difícil dizer o que ele entendia por infinito. Mas uma coisa é certa: ao contrário de Tales, Anaximandro não imaginou uma substância determinada. Talvez ele quisesse dizer que aquilo a partir do qual tudo surge é algo completamente diferente do que é criado. E como tudo que é criado é também finito, o que está antes e depois deste finito tem de ser infinito.

Anaximandro, discípulo e sucessor de Tales, coloca como princípio universal uma substância indefinida, o ápeiron (ilimitado). Deste ápeiron (ilimitado) primitivo, dotado de vida e imortalidade, por um processo de separação ou "segregação" derivam os diferentes corpos. Portanto, O Apeíron era o principio de todas as coisas.

Anaximandro imaginava a terra como um disco suspenso no ar. Sendo eterno, o ápeiron está em constante movimento, e disto resulta uma série de pares opostos - água e fogo, frio e calor, etc. - que constituem o mundo. O ápeiron é assim algo abstrato, que não se fixa diretamente em nenhum elemento palpável da natureza. Com essa concepção, Anaximandro prossegue na mesma via de Tales, porém dando um passo a mais na direção da independência do "princípio" em relação às coisas particulares.

Anaxímenes Segundo Anaxímenes (588-524 A.C.), a arkhé, o princípio

(comando) que comanda o mundo é o ar, um elemento não tão abstrato como o ápeiron, nem palpável demais como a água. Tudo provém do ar, através de seus movimentos: o ar é respiração e é vida; o fogo é o ar rarefeito; a água, a terra, a pedra são formas cada vez mais condensadas do ar. As diversas coisas que existem, mesmo apresentando qualidades diferentes entre si, reduzem-se a variações quantitativas (mais raro, mais denso) desse único elemento. Atribuindo vida à matéria e identificando a divindade com o elemento primitivo gerador dos seres, os antigos jônios professavam o hilozoísmo e o panteísmo naturalista. Foi o primeiro a afirmar que a Lua recebe sua luz do Sol. Anaxímenes julga que o elemento primordial das coisas é o ar. Ele compartilhava, portanto, da opinião de Tales, segundo a qual uma substância básica subjazia a todas as transformações da natureza.

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