os doze trabalhos de hércules

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A saga dos doze trabalhos de Hércules (Héracles, para os gregos) segundo a versão de Monteiro Lobato, com ilustrações de André Le Blanc.

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Os Doze Trabalhos de

Hércules.

Prof. Douglas Gregorio.

Um herói tremendo , que botava qualquer um num

chinelo.Filho de Zeus, o maior dos

deuses do Olimpo, e da bela mortal Alcmena, Hércules – ou

Héracles, seu nome grego – por ter sido filho de um amor proibido, foi perseguido pela deusa Hera, esposa de Zeus.

Vingativa, a deusa Hera mandou duas cobras

venenosas para matar Hércules em seu berço,

quando ele ainda era bebê. Mas para o susto de

Alcmena, mãe de Hércules, seu lindo bebê mostrou que

era filho do deus Zeus: simplesmente esmagou com

as mãos as cabeças das cobras.

Hércules tinha alguns pontos fracos:

Era excessivamente bondoso e ingênuo, sendo enganado com

facilidade.

Era atrapalhado: lutando contra monstros e perigos, no calor da batalha muitas vezes tirava a vida de pessoas inocentes, e

depois ficava chorando de culpa.

Sua cabeça não funcionava bem. Tinha acessos de loucura

de vez em quando.

Para livrar-se da culpa de matar pessoas inocentes, Hércules quis fazer coisas pelo bem de todas as

pessoas.Consultou os deuses para saber o

que deveria fazer pelo bem de todos.

Ele foi mandado para servir o rei Euristeu, que lhe deu doze grandes

missões, os seus famosos DOZE TRABALHOS.

Na verdade, Euristeu era controlado pela deusa Hera, que planejou esses trabalhos com a

intenção de destruir Hércules, filho do amor proibido de seu marido

Zeus com uma mortal.

O primeiro trabalho foi matar o LEÃO DE NEMÉIA, um leão feroz caído da lua.Não era um leão comum:

nenhuma arma poderia ferí-lo, nenhuma lança,

nenhuma flecha atravessava sua pele, nenhuma clava quebrava os seus ossos. Um leão invulnerável, que atormentava a vida dos

habitantes da cidade grega de Neméia.

Hércules teve uma ideia: agarrou-se ao leão e esganou-o, pois se nenhuma arma poderia ferí-lo, então, ele só poderia morrer se o oxigênio lhe

faltasse.Então, depois de uma batalha colossal,

Hércules vence o Leão, e teve outra grande ideia: se nenhuma flecha ou lança entrava na pele daquele leão,

então, ele poderia arrancar-lhe a pele e transformá-la num manto com o qual enfrentaria suas batalhas, protegido

por aquela pele invulnerável. Foi o que fez, e a pele do leão ia salvar-lhe a vida

em muitas ocasiões.

O segundo trabalho foi enfrentar A HIDRA DE LERNA. Um monstro com nove cabeças de serpente, que renasciam cada vez que eram mortas, cujo sangue era um veneno

que matava ao simples contato.Hércules chamou seu sobrinho Iolau para ajudá-lo: Hércules esmagava cada cabeça

com a clava e Iolau vinha com uma grande tocha e as queimava para não

poderem renascer. A nona cabeça que era imortal Hércules enterrou e colocou uma

pedra de várias toneladas em cima.E teve outra ideia: se o sangue da Hidra

era um forte veneno, elas poderiam deixar suas flechas ainda mais mortais. Assim,

Hércules molhou as pontas de suas flechas no sangue da Hidra, e passou a

contar com uma poderosa arma.

O terceiro trabalho foi capturar a CORSA DE DEMÉTER, que tinha chifres de ouro e patas de bronze. Era o animal mais

veloz que existia, aos pulos dava voltas inteiras em torno do mundo, e sua toca

era dentro do templo da deusa Deméter.

Euristeu e Hera acharam que um trabalho que precisasse mais da

inteligência do que da força bruta não estaria ao alcance de Hércules. Mas

enganaram-se.Após várias tentativas sem sucesso, Hércules armou uma rede fininha,

porém resistente, na porta do templo. Ao entrar, a corsa enrolou-se toda, e

Hércules pode então capturá-la.

O quarto trabalho foi capturar vivo o

monstruoso JAVALI DO MONTE

ERIMANTO, que aterrorizava o povo

dos arredores.

Como Hércules não podia ferí-lo, Euristeu e Hera pensaram que dessa vez Hércules ia fracassar, mas o herói

mais uma vez teve uma de suas ideias: cavou no chão um enorme buraco,

cobriu-o de folhas, e provocou o javali que desceu enfurecido para pegá-lo. Quando o monstro estava prestes a

alcançá-lo, caiu na armadilha, e Hércules só teve o trabalho de laçar

suas presas e levá-lo vivo, entregando-o a Euristeu que, logo após Hércules retirar-se, mandou soltá-lo contra o povo, mas Hércules mais uma vez

caçou-o e dessa vez mandou-o longe.

O quinto trabalho de Hércules exigiu bastante da inteligência e

também da força bruta de Hércules. Tinha que limpar as ESTREBARIAS DO REI AUGIAS, que tinha milhares de cavalos,

sendo que nenhum de seus empregados conseguia limpá-las devido ao cheiro insuportável da

imensa camada de esterco.

Hércules foi então pedir a permissão do rei Augias que,

mesmo desconfiado,

autorizou-o. Afinal, nada tinha a

perder.

Movendo uma pedra gigantesca Hércules

desviou a correnteza de dois rios, o Alfeu e o Peneu. Correu para os muros das

estrebarias e derrubou-os a pontapés, antes que as

águas chegassem e levassem para longe toda

aquela sujeira.

O sexto trabalho foi espantar as AVES DO LAGO ESTINFALE, que

tinham penas de bronze venenosas

que atiravam contra qualquer um que se

aproximasse.

Nem as flechas de Hércules conseguiam trespassar as penas de

bronze. Foi então que a deusa Atena, protetora dos heróis, emprestou para

Hércules as suas sinetas, presente de Hefésto, deus do fogo e mestre da forja de metais. As sinetas faziam um

barulho tão intenso que nenhum mortal conseguiria suportar. Então

Hércules tapou os ouvidos com cera de abelha e se aproximou escondido

das aves, sacudindo as sinetas de modo tão intenso que as aves

fugiram apavoradas e jamais foram vistas.

O sétimo trabalho foi capturar e levar vivo o TOURO DE CRETA para

Euristeu. Tratava-se de um touro gigantesco e muito forte, acometido daquela

doença que também afeta os cães, a hidrofobia, ou seja, tratava-se de um enorme “touro louco”.

Corajosamente Hércules enfrentou o touro e o venceu,

amarrando-o numa forte árvore... Mas durante a noite Hera mandou um rato roer as

cordas, e Hércules teve de enfrentar novamente o touro no dia seguinte, tomando o

cuidado dessa vez de besuntar as cordas com um

veneno que matou o rato que lá retornou.

Creta ficava muito longe de Micenas, cidade de Euristeu, e Hércules

atravessou o mar a nado, levando com ele o touro vivo para apresentá-lo a

Euristeu. O malvado rei mandou soltar o Touro que fugiu para a planície de Maratona, onde foi vencido por outro grande herói chamado Teseu, aquele mesmo que venceu o Minotauro em

Creta, um monstro que era um enorme homem com cabeça de touro e

vivia num labirinto.

O oitavo trabalho de Hércules foi enfrentar as ÉGUAS DE DIOMEDES, rei da Trácia. Diomedes alimentou quatro

éguas desde jovens com carne humana, e lhes dava de alimento todos os

náufragos estrangeiros que chegavam na Trácia. As éguas se chamavam

Podargo, Lampon, Janto e Deno. Tinham patas de bronze.

Após enfrentar a guarda de Diomedes, Hércules aprisionou o próprio rei e o

entregou às éguas. Depois disso, Hércules soltou as éguas num campo habitado por famintos lobos que as

devoraram.

O nono trabalho de Hércules foi obter o CINTURÃO DE HIPÓLITA, rainha das

amazonas, que eram mulheres guerreiras, filhas de Ares, deus da guerra.

O cinturão de Hipólita havia sido um presente do próprio deus da guerra, e era

cobiçado pela filha de Euristeu.Para este trabalho Hércules reuniu toda uma equipe de grandes heróis: Teseu,

Heleu, Peleu, Telamon, Sólon entre outros, pois sabia que ia enfrentar

grandes guerreiras.Ainda assim, Hipólita concordou em ceder seu cinturão amigavelmente.

Hera vendo que Hércules estava finalizando seu trabalho diplomaticamente, disfarçou-se

de amazona e insuflou as guerreiras a atacarem o navio

em que Hércules e seus amigos se encontravam, sendo

derrotadas. Mesmo assim, Hipólita cedeu seu cinturão e

manteve o respeito por Hércules e seus amigos.

O décimo trabalho foi levar a Euristeu OS BOIS DE GERIÃO. O

rei Gerião era um homem monstruoso, que tinha três cabeças. Era dono de um

incontável rebanho bovino, o qual era guardado por um feroz

dragão de sete cabeças. Hércules venceu o dragão com facilidade, bastou sete flechas e o dragão foi fulminado. Porém,

outra criatura monstruosa também guardava o rebanho...

Eurition era o pastor dos rebanhos de Gerião. Tratava-se de uma

criatura que possuía três troncos, obviamente com seis braços e três

cabeças.Os troncos uniam-se na cintura daquele verdadeiro gigante que

tinha o poder de destruir qualquer um que se aproximasse. Mas

Hércules percebeu o seu ponto fraco: as pernas eram só duas e sustentavam aquele triplo corpo.

Atingindo com flechas as pernas de Eurition, Hércules venceu o

monstro e, enchendo navios, levou os milhares de bois a Euristeu.

O décimo-primeiro trabalho consistiu em levar a Euristeu

a FRUTA DO JARDIM DAS HESPÉRIDES. Os frutos eram

de ouro maciço. As Hespérides eram um jardim dos deuses, guardado pelas

belas filhas do titã Atlas: Egle, Hestia, Eritia e Aretusa.Porém, para colher os frutos

de ouro era preciso outro prodígio.

Hércules precisava vencer um gigantesco dragão de cem

cabeças que guardava o jardim. Ficaria complicado enfrentar um monstro de cem cabeças, se ele, Hércules, era um só. Então, teve uma ideia: preparou uma poção que derramou sobre a água do dragão, fazendo-o dormir com

as cem cabeças, já que, quando dormiam normalmente, as

cabeças do dragão se revezavam na vigilância.

As filhas de Atlas, sem resistência e com muita cordialidade entregaram os frutos de ouro para Hércules que, para sua surpresa, constatou que

as famosas frutas, as quais todas acreditavam ser de ouro maciço, não

passavam de simples laranjas.

Euristeu decidiu então exigir de Hércules o último e o mais difícil de todos os trabalhos: descer ao mundo subterrâneo e trazer vivo o monstruoso cão de três

cabeças, CÉRBERO.Cérbero guardava a entrada do mundo subterrâneo,

onde, para os gregos antigos, iam as almas dos mortos.

O mundo subterrâneo era governado por Hades, irmão de Zeus, o maioral dos deuses, e Posseidon, o

deus do mar.No reino subterrâneo, era preciso atravessar o lago Styx para chegar ao palácio de Hades, pois Hércules não se atreveria a agir no reino subterrâneo sem a

permissão de um dos mais poderosos deuses.Para atravessar o lago Styx era preciso dar uma

moeda a um barqueiro, Caronte. Por isso é que os gregos costumam enterrar seus mortos com uma

moeda no peito, ou na boca ou nos olhos: para pagar a Caronte.

Hades riu da ousadia de Hércules e duvidou que ele conseguisse vencer Cérbero, mas mesmo

assim autorizou-o, porém, proibiu-o de usar armas.

Porém Hades não sabia que a pele do Leão de Neméia era

invulnerável, e Hércules usou-a como arma de defesa.

Assim, ele enfrentou bravamente o monstruoso cão de três

cabeças e levou-o vivo para o rei Euristeu.

Chegando em Micenas, o povo arregalou os olhos de espanto ao ver Hércules passar pelas ruas puxando pela coleira o monstruoso cão que

guardava o reino dos mortos – Cérbero...

Ao chegar no palácio de Euristeu o rei permaneceu imóvel, congelado de

medo, e nada mais pode dizer.Hércules agradeceu à proteção da

deusa Atena, que o ajudou em muitos momentos.

Estavam encerrados os trabalhos de Hércules, que ainda ia viver muitas

aventuras e realizar feitos prodigiosos até ser levado em definitivo para o

Olimpo pelo seu pai Zeus.

Baseado na obra de Monteiro Lobato “Os Doze Trabalhos de Hércules – tomos I e II”, publicado em São Paulo pela Editora Brasiliense, no ano

de 1965.

As ilustrações são de J. U. Campos e André Le Blanc, publicadas originalmente na obra citada.

Prof. Douglas Gregorio.

Maio de 2013.

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