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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ
CAMPUS DE CORNÉLIO PROCÓPIO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL -
PDE
ANDRÉIA HONDA
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Unidade Didática
CORNÉLIO PROCÓPIO –PR
NOVEMBRO/2013
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2013
Título: Literatura de Cordel, Manifestação Cultural Brasileira
Autor Andréia Honda
Disciplina/Área Língua Portuguesa/ Literatura
Escola de Implementação
do Projeto e sua
localização
Colégio Estadual “Dr Aloysio de Barros Tostes” Ensino
Fundamental e Médio. Rua Governador Bento Munhoz
Rocha nº119. CEP 86310000 Nova Fátima – PR
Município da escola Nova Fátima
Núcleo Regional de
Educação Cornélio Procópio
Professor Orientador Miguel Heitor Braga Vieira
Instituição de Ensino
Superior Universidade Estadual do Norte do Paraná - UENP
Relação Interdisciplinar
Resumo
A proposta fundamentou-se no Método Recepcional da
Bordini e Aguiar (1993), que compõe 5 etapas. A
primeira etapa é a determinação do horizonte de
expectativas, momento em que o professor verificará os
interesses dos alunos, a fim de prever estratégias de
ruptura e transformação dos estudantes. A segunda
etapa é o atendimento ao horizonte de expectativas,
etapa que se proporcionarão à classe experiências com
textos literários que satisfaçam suas necessidades
quanto ao objeto escolhido e às estratégias de ensino. A
terceira etapa é a ruptura do horizonte de expectativas,
momento que serão introduzidos textos e atividades de
leitura que abalem as certezas e costumes dos alunos
sejam em termos de literatura ou de vivência cultural. A
quarta etapa é o questionamento do horizonte de
expectativas, fase em que serão comparados os dois
momentos anteriores. A Quinta etapa é a ampliação do
horizonte de expectativas, onde os alunos tomarão
consciência das alterações e aquisições através da
experiência com a literatura. Este material pedagógico
tem a finalidade de ajudar os alunos a compreender e
reconhecer a função social do gênero cordel, bem como
suas características básicas através de práticas de
leitura, na produção de poesia e sua importância na
cultura popular.
Palavras-chave Método Recepcional, Literatura, Cordel, Unidade
Didática
Formato do Material
Didático Unidade Didática
Público Alvo
Estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental
1 UNIDADE DIDÁTICA DE LÍNGUA PORTUGUESA
Título: Literatura de Cordel, manifestação cultural brasileira.
Professora: Andréia Honda
Escola de Atuação: Colégio Estadual “Dr. Aloysio de Barros Tostes” – Ensino
Fundamental e Médio.
Município: Nova Fátima
Núcleo Regional de Educação: Cornélio Procópio
Orientador: Miguel Heitor Braga Vieira
Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP)
Área de Conhecimento: Língua Portuguesa
Público alvo: Estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental
Localização: O Colégio Estadual “Dr. Aloysio de Barros Tostes” está situado à Rua
Governador Bento Munhoz Rocha nº 119, na cidade de Nova Fátima/PR
2 APRESENTAÇÃO
As atividades propostas fundamentam-se no Método Recepcional da Bordini e
Aguiar (1993) que tem a finalidade de ajudar os alunos a compreenderem e
reconhecerem a função social do gênero cordel, bem como suas características básicas
através de práticas de leitura, produção e sua importância na cultura popular.
O Método Recepcional de ensino da literatura enfatiza a comparação entre o
familiar e o novo, entre o próximo e o distante no tempo e no espaço.( Bordini & Aguiar,
1993, p.86). Esse método apresenta, com relação ao leitor, cinco etapas:
Primeira etapa
Determinação do horizonte de expectativas – momento em que o professor
verificará os interesses dos alunos, a fim de prever estratégias de ruptura e transformação
dos estudantes: O professor deve funcionar como ponte entre o aluno e a obra. Esse
momento é essencial ao processo de aprendizado do aluno, pois é ele que tira o
estudante da inércia e o coloca em posição ativa diante do conhecimento. Dependendo
do interesse do aluno em um assunto ou outro podemos seguir um caminhou ou outro
completamente diferente. A literatura nos permite isso.
Segunda etapa
Atendimento ao horizonte de expectativas – etapa que se proporcionarão à classe
experiências com textos literários que satisfaçam suas necessidades quanto ao objeto
escolhido e às estratégias de ensino: Agora que muitos temas foram abordados podemos
utilizar um deles (ou mais de um) na elaboração de questões de intertextualidade. É
nesse momento que vemos a efetiva relação entre o aluno e o texto lido. Sem dúvida
essa etapa introduz uma grande fonte de significados para o estudante, e o professor
necessita estar apto e atento às dificuldades dos alunos.
Terceira etapa
Ruptura do horizonte de expectativas – momento que serão introduzidos textos e
atividades de leitura que abalem as certezas e costumes dos alunos sejam em termos de
literatura ou de vivência cultural: No momento que o aluno liga um rompimento de
costume ou de certeza ele aprende de forma bem mais enraizada. Provocar os alunos a
pensarem além do que é academicamente exposto.
Quarta etapa
Questionamento do horizonte de expectativas – fase em que serão comparados
os dois momentos anteriores, verificando que conhecimentos escolares ou vivencias
pessoais, em qualquer nível, proporcionaram aos alunos facilidade de entendimento do
texto e/ou abriram-lhes caminhos para atacar os problemas encontrados: Temos que
questionar o aluno sobre o que ele entendeu sobre o texto. O aluno precisa ser indagado
a pensar constantemente sobre a leitura do texto. Relacionar o texto com a vivência
pessoal cria raízes profundas no conhecimento do estudante.
Quinta e Última etapa
Ampliação do horizonte de expectativas – última etapa, na qual os alunos tomarão
consciência das alterações e aquisições através da experiência com a literatura. De
acordo com as Diretrizes (2008), na leitura de textos poéticos, o professor deve estimular,
nos alunos, a sensibilidade estética: a leitura expressiva.
3 SUGESTÕES DE ATIVIDADES
1. Determinação do horizonte de expectativas:
Faz-se necessário nesse momento determinar o horizonte de expectativa do
nosso leitor. Para tanto faremos alguns questionamentos com relação a sua experiência
como leitor:
1) Com certeza , você já ouviu falar em cordel. Mas, você, sabe o que é cordel?
Conhece o significado da palavra “cordel” ?
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2) Você já leu ou presenciou alguém de sua família lendo um cordel? Em que
circunstâncias a leitura ocorreu? Em que tipo de mídia o texto foi veiculado?
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3) Vamos dar uma olhada nos cordéis que o professor pesquisou e trouxe. Agora,
responda:
Qual é a função dos cordéis?
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Que pistas levaram você a reconhecer que esses livros (livretos) eram
cordéis?
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O tipo de linguagem e as ilustrações nos livros ( livretos) são parecidos ou
não? Por quê?
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Quem escreveu esses cordéis?
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Quem, geralmente, escreve textos desse gênero?
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Após essa breve contextualização , o professor deve apresentar o conteúdo:
O gênero Cordel e a origem e a história do cordel no Brasil que está
disponível em http://ablc.com.br/loja.html
Miniaula de introdução xilogravura no site
http://www.youtube.com/watch?v=Yj-0jkelXLE
A métrica dos versos está disponível em http://ablc.com.br/loja.html
2. Atendimento do horizonte de expectativas.
Os alunos terão o texto disponível e também assistirão aos vídeos
disponibilizados no Youtube .
Pavão Misterioso
Neste momento será proposto aos alunos a assistir ao vídeo “Pavão Misterioso de
José Camelo de Melo Rezende disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=hKQkYUlLDRE por se tratar de um cordel,
onde o herói vem de um país estrangeiro e sua história transcorre também numa região
longínqua daquela do leitor ou ouvinte. O Evangelista do cordel vem da Turquia e sua
aventura tem a Grécia como palco, é um rico herdeiro de "um viúvo capitalista".
Simbologia
Qualificado como misterioso, o pavão é uma figura de significados mágicos.
Sua presença na titulação não só registra sua participação na aventura, mas adverte
quanto aos sentidos míticos do que se narra.
O pavão insere-se numa complexa simbologia. Signo solar, do fogo, da beleza,
do poder de transmutação, pela vistosidade de sua plumagem, é também conhecido,
mitologicamente, como destruidor de serpentes (seres da obscuridade). Símbolo da paz,
da prosperidade, da fertilização, sua morte tem o poder de trazer a chuva. Aparece como
montaria em algumas mitologias e na tradição cristã é sinal de imortalidade. Como
representação da dualidade psíquica do homem, o pavão conota as forças positivas, por
todos os conteúdos que lhe são atribuídos.
Algumas considerações a respeito do texto e que serão propostas aos alunos
para que comentem oralmente e façam uma breve análise do mesmo.
Espera- se que os alunos sejam capazes de refletir sobre o texto.
1) Quais são os personagens do texto?
2) Quais são suas principais características?
3) Existe no texto um narrador? Ele participa dos fatos narrados ou apenas
conta?
4) Você achou o texto engraçado? O que dá ao texto seu tom humorístico?
5) Trata-se de um fato real (algo que realmente aconteceu) ou é apenas
ficção? Comente.
Trailer da novela Cordel encantado.
A trama foi considerada pela crítica especializada como inovadora, por ter como
cenário o sertão brasileiro, com o romance dos protagonistas narrado como um conto de
fadas, mas com a temática da literatura de cordel. ( Assista o trailer no
http://www.youtube.com/watch?v=4x2QF3MNq60trailler ) .
Minhas rimas de cordel ( César Obeid)
Nessa etapa será apresentado o ditados populares, superstições, crenças,
adivinhas, através do próprio cordel de César Obeid, , em folhas xerocadas em papel
reciclável, já dando uma ideia de como era a apresentação do mesmo. Será feita uma
leitura individual, silenciosa e depois uma segunda leitura acompanhando a da
professora, que lerá em voz alta, procurando dar a entonação necessária a esse tipo de
literatura que tem um ritmo característico. Será solicitado aos alunos que leiam alguma
estrofes que tenham lhe chamado a atenção.
http://www.cesarobeid.com.br/
A árvore que dava dinheiro
O vídeo “A árvore que dava dinheiro” é produzido da utilização da xilogravura em
novos suportes destacando o vídeo de animação, além da presença de personagens
arquetípicos nas narrativas populares nordestinas, com foco na figura mitológica do
Diabo. Esta produção simbólica é resultado da mistura do popular e do tradicional
representado pela xilogravura em animação - suporte contemporâneo. Podemos perceber
nesta abordagem a tendência à propagação do Nordeste imaginário através das mídias e
dos seus agentes comunicacionais. Podemos apreciar através do vídeo em
http://www.youtube.com/watch?v=LfAKHoHoxi8
3. Ruptura do horizonte de expectativas:
Propomos para este momento uma pesquisa bibliográfica (livros, internet), que
será realizada em grupo de 04 alunos, sobre alguns cordelistas brasileiros e seus cordéis:
Vida e obra de Patativa do Assaré - a trajetória desse homem,
personagem, mito, enfim, poeta embevecido pela compreensão crítica do
mundo.
http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=989
http://www.ablc.com.br/
http://intervox.nce.ufrj.br/~edpaes/cordel2.htm
http://www.camarabrasileira.com/cordel.htm
http://www.teatrodecordel.com.br/
Atividades práticas:
Organização dos grupos;
Escolha dos autores ou obras a serem pesquisados:
Cada grupo irá apresentar para a sala a pesquisa realizada e apresentar os
cordéis escolhidos por eles, durante a pesquisa;
Montagem de um painel com todos os autores e cordéis selecionados para
que toda a turma tenha possibilidade de ler.
4. Questionamento do horizonte de expectativas:
O que propomos aqui é levar os alunos a se questionarem sobre seus
horizontes de expectativas, o que pode ser feito oralmente. Ao pesquisar e ler vários
cordéis percebe-se que é um texto de linguagem mais fácil e acessível?
É um texto que estimula o leitor por ser mais simples ou mais fácil de
compreender? Embora se trate de um tipo único (cordel), os temas ou assuntos
abordados são os mesmos? Trata-se de um texto que apenas diverte pelo seu humor ou
também leva a reflexão sobre temas mais complexos?
5. Ampliação do horizonte de expectativas:
A ampliação do horizonte de expectativas se dará, quando o aluno/leitor tiver o
mesmo atendido para depois passar para a ruptura e questionamento desse mesmo
horizonte. Para tanto, é necessária a intervenção do professor através da motivação e
desenvolvimento de ações concretas.
Atividades propostas:
Cada grupo deverá pesquisar no site http://educarparacrescer.abril.com.br/cordel/
Crie seu próprio cordel. No site Educar para Crescer o aluno encontrará dicas para criar
seu próprio cordel. Essa é uma forma de exercitar seus conhecimentos e usar a
criatividade divertindo-se.
Será feito uma exposição oral, podendo utilizar cartazes, slides, ilustrações para
expor as produções dos alunos para a comunidade escolar.
Recursos:
Textos impressos, livros de cordel, papel, ilustrações, dicionário, internet.
Avaliação:
Será contínua e ocorrerá através da observação direta das respostas dadas pelos
alunos (oralmente e/ou por escrito) às questões propostas, bem como de sua participação
no desenvolvimento das atividades.
4 REREFÊNCIAS
AGUIAR, Vera Teixeira de & BORDINI, Maria da glória. Literatura: aformação do leitor: alternativas metodológicas. 2ª ed. Porto Alegre:Mercado Aberto, 1993.
BORDINI, Maria da Glória; AGUIAR, Vera Teixeira. Literatura: A Formação do leitor – alternativas metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.
CANDIDO, A. A Literatura e a formação do homem. Ciência e Cultura. São Paulo, 1972.
HAURÉLIO, Marco. Breve história da literatura de cordel. São Paulo: Claridade, 2010.
OBEID, César. Minhas rimas de cordel. 1. Ed. – São Paulo: Uno Educação, 2008.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná – Língua Portuguesa. Curitiba: SEED, 2008.
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