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O QUE ESPERAR DO MARCO REGULATÓRIO DAS

ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL

TRATA-SE DE UMA NOVA LEI, QUE ORGANIZARÁ E DETERMINARÁ A FORMA COMO O PODER PÚBLICO ESTABELECERÁ

RELAÇÕES E PARCERIAS COM AS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL!

PRIMEIRO ENTENDER ALGUNS TERMOS QUE SERÃO MUITO CITADOS NESSA NOSSA

CONVERSA, DA FORMA COMO A LEI EM QUESTÃO OS DESCREVE ...

O marco regulatório é uma ampla agenda para definir um novo regramento jurídico, uma nova forma de relacionamento entre as organizações da sociedade civil e o poder público, em suas variadas esferas.

Culminou com a LEI FEDERAL 13.019/2014, que será o objeto de nossa conversa!

As Organizações da Sociedade Civil são as entidades privadas sem fins lucrativos que desenvolvem ações de interesse público e não têm o lucro como objetivo.

Essas organizações atuam na promoção de direitos e de atividades nas áreas de saúde, educação, cultura, ciência e tecnologia, desenvolvimento agrário, assistência social e moradia, entre outras.

O poder público, ou ainda, administração pública, são os entes públicos que se relacionarão com as OSC, tais como a União, Estados, Municípios.

Também integram esse rol as autarquias, fundações, empresas públicas, etc...

Qualquer tipo de relacionamento, que envolva ou não transferência voluntárias de recursos financeiros, entre a administração pública e as OSC!

O que qualifica essa relação é o interesse recíproco e o regime de mútua cooperação.

É a pessoa que detém poderes de administração, gestão ou controle das OSC.

Sim, um bom exemplo são vcs, queridos dirigentes APAEANOS

O administrador público é a pessoa competente para assinar o instrumento de cooperação.

O gestor público é o agente responsável pelo acompanhamento da parceria, com poderes de controle e fiscalização.

Temos duas possibilidades:

Termo de colaboração – é a proposta originada da administração pública ...

Termo de fomento – é a proposta originada diretamente das OSC ...

Através de uma “modalidade” de licitação, denominada chamamento público ...

Ele é o procedimento destinado a selecionar as OSC para firmar parceria por meio de termo de colaboração ou de fomento, no qual se garanta a observância dos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório entre outros ...

É o procedimento em que se analisa e se avalia a execução da parceria quanto aos aspectos de legalidade, legitimidade, economicidade, eficiência e eficácia, pelo qual seja possível verificar o cumprimento do objeto da parceria e o alcance das metas e dos resultados previstos

a) apresentação das contas, de responsabilidade da organização da sociedade civil;

b) análise e manifestação conclusiva das contas, de responsabilidade da administração pública, sem prejuízo da atuação dos órgãos de controle;

instrumento que tem por objetivo a modificação de termo de colaboração ou de termo de fomento celebrado, vedada a alteração do objeto aprovado.

Por que criar uma nova lei, para regular as relações entre poder público e as OSC?

Atualmente, o convênio é o instrumento jurídico mais utilizado para essas relações.

Porém ele foi criado, inicialmente, para tratar as relações entre entes do governo federal, entes do governo estadual e entes do governo municipal.

A sua aplicação as OSC, não dava o tratamento adequado as sua peculiaridades.

Porque a adm pública não consegue suprir a demanda pelos serviços de caráter social, que são o objeto da ação de muitas OSC, tais como as APAE’s.

Portanto, a adm pública necessita da participação das OSC, notadamente por seu carater de eficiencia e economicidade.

Sim, a administração pública não tem condição de prestar os serviços que a coletividade necessita, sem a atuação complementar das quase 300.000 OSC hj existentes no país

Priorização do controle de resultados

Enfase na gestão de informação, transparência e publicidade

Adoção de práticas de gestão administrativa para coibir a obtenção de benefícios ou vantagens indevidas

A adm pública deverá divulgar, através de seu sitio na internet, as parcerias celebradas com as OSC

As OSC deverão divulgar, caso tenham sítio na internet, e em locais visíveis de sua sede, as parcerias celebradas com o poder público

Deverá ser disponibilizada informações como, vigência, objeto e valor da parceria, assim como o resultado da prestação de contas

Através da manifestação de interesse social, que é a proposta a ser enviada ao poder público.

A adm publ, após tornar pública a proposta, entendendo conveniente e oportuna, instaura o procedimento de manifestação de interesse social

Se aprovado, haverá o correspondente chamamento público

Com o Pano de Trabalho, que deverá conter:

Nexo entre a necessidade e a meta a ser atingida;

Prazo para execução das atividades e metas;

Definição dos indicadores para aferição dos resultados;

Plano de aplicação de recursos, entre outros...

É o procedimento utilizado pelo poder público, através de procedimentos claros, objetivos, simplificados e se possível, padronizados, que determinaram qual as OSC que poderão estabelecer as parcerias com o poder público.

É um trabalho para o procurador da entidade, estabelecer a forma e o meio para o cumprimento destas regras.

O estatuto da entidade deve conter normas que expressamente determinem:

Objeto voltado a finalidade de relevancia pública e social;

Constituição de conselho fiscal;

Normas de prestação de contas;

Certidões de regularidade fiscal;

Estatuto registrado.

O Art. 37 determina que a OSC deverá indicar ao menos um dirigente que se responsabilizará solidariamente pela execução das atividades e cumprimento das metas ...

Muito cuidado com a determinação das metas a serem atingidas ...

A nova lei privilegia o planejamento, como peça fundamental para o sucesso da parceria.

A lei determina a capacitação técnica e operacional de seus agentes.

Isso traz maior confiabilidade ao sucesso da parceria, pois os gestores terão condição de apoiar e acompanhar de maneira efetiva a sua consecução.

A nova lei determina que para poder estabelecer a parceria, as OSC tenham ao menos 03 anos de existência;

E também determina a necessidade que a OSC tenha experiência prévia na realização do objeto da parceria, além da capacidade técnica e operacional para o desenvolvimento do objeto pretendido.

Regulação do pagamento da equipe envolvida no projeto, reconhecendo que os custos gerados por ele, devem ser suportados pelo próprio evento.

Esta traz um grande avanço para este tipo de parceria, pois possibilita não apenas o pagamento de salários, mas tb dos encargos trabalhistas, via CLT, bem como a contratação de terceiros.

Diárias referentes a deslocamentos, hospedagem e alimentação, nos casos em que a execução do objeto da parceria assim o exija;

Multas e encargos vinculados a atraso no cumprimento de obrigações previstas nos planos de trabalho e de execução financeira, em razão do inadimplemento do poder público, em fazer os pagamentos nos prazos contratados.

Aquisição de equipamentos e materiais permanentes essenciais a consecução do objeto e serviços de adequação de espaço físico, desde que necessários a instalação dos referidos equipamentos e materiais.

O plano de trabalho poderá incluir o pagamento de custos indiretos necessários a execução do objeto, em valores de até 15% do total da parceria, em razão exclusiva e vinculada realização, tais como internet, transporte, aluguel, telefone, serviços contábeis, sempre que o objeto seja o plano de trabalho da parceria.

Tratam de questões técnicas, como por exemplo a forma da prestação de contas, prazos, maneira de gerenciamento dos recursos financeiros liberados, vedações, enfim, é uma ferramenta que estabelece com detalhes a forma em que se operará a parceria.

Boa pergunta! Sim, está prevista a atuação em rede, ou seja, que as OSC se somem para execução de projetos comuns.

Este é um procedimento que ainda terá que ser devidamente avaliado e experimentado, através da nossa Federação, por exemplo.

Sim, a lei prevê criação de regras diferenciadas para as parcerias que tiverem um teto de contratação de R$ 600.000,00. Ainda a ser regulamentado.

Esse valor foi estimado com base em demonstrativo federal, que identificou que 80% dos convênios estabelecidos estão abaixo desse patamar.

Os convênios existentes continuarão em vigência até sua concretização final, na forma de sua contratação.

Porém, como a nova Lei entra em vigor a partir do dia 31 de julho de 2015, a partir de então novas contratações somente sob a égide da Lei 13.019/2014.

Não apenas para as APAE’s, mas para todas as OSC, é uma ótima e nova oportunidade.

O novo regramento traz muito mais benefícios e oportunidades as OSC, em razão de serem dirigidos as suas peculiaridades.

Possibilitará uma nova realidade nas contratações com o poder público, notadamente as pequenas organizações.

Na verdade, a Lei 13.019 é extensa, mas apenas formalizou as responsabilidades que as entidades sérias e comprometidas com seus ideais já fazem em sua vida cotidiana. Possibilitará, num regime de igualdade e isonomia entre as OSC, as contratações com o poder público, dentro de uma série de novas oportunidades e também responsabilidades, mas que em sua maioria, já são praticadas, mesmo que inconscientemente, por nós, dirigentes comprometidos com a causa!

Devemos nos adequar a essa nova situação, que deve ser encarada como uma oportunidade e não como uma barreira a nossos objetivos.

Trata-se de uma nova ferramenta, e como toda novidade, deverá ser devidamente estudada e compreendida.

Porém, a nova Lei traz possibilidades que, em sendo exploradas de forma responsável e corajosa, trarão progresso as OSC, notadamente quanto ao cumprimento de nossa vocação social, qual seja, não apenas deixar um mundo melhor aos seres humanos, mas forjar seres humanos melhores para o mundo!

Sitio da secretaria geral da presidência da república;

Lei 13.019/2014

Sitio da associação brasileira das organizações não governamentais.

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