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O Muro de Berlim, uma história em fotografias

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O IDEALIZADOR DO MURONinguém desejava uma muralha de pedra e cimento

armado mais do que Walter Ulbricht, o chefe de Estado da República Democrática Alemã (RDA). Ele precisava dela para impedir o êxodo de milhares de

pessoas para o outro Estado alemão, a República Federal da Alemanha. A União Soviética não apoiou

com muita convicção a 'muralha antifascista' de Ulbricht. Não obstante, a fronteira de 155

quilómetros cercando Berlim Ocidental sedimentou a divisão alemã durante 28 anos.

Início da construção do Muro de Berlim, em 13 de agosto de 1961

TANQUES CARA A CARANas semanas que se seguiram à construção do Muro de

Berlim, a Guerra Fria atingiu um dos seus momentos mais dramáticos. A tensão entre os EUA e a União Soviética podia ser vista claramente no posto de controle da rua Friedrich, o chamado Checkpoint Charlie, no centro de

Berlim: tanques americanos e soviéticos permaneceram durante dias, frente a frente, à espera de uma ordem

militar.

UMA FORTALEZAPartes do Muro de Berlim tinham o aspecto de uma

verdadeira fortaleza, com pista para o transporte de soldados e guarita para controlar as ocorrências nos dois lados da linha divisória. Além da muralha, uma 'terra de ninguém' com campo minado e cerca de arame farpado

impedia o acesso ao Muro, no lado oriental. 

KENNEDY VISITA O MUROEm junho de 1963, quase dois anos depois da

construção do Muro, o presidente norte-americano John F. Kennedy visitou Berlim para se informar

sobre a divisão da cidade. Acompanhado pelo então prefeito Willy Brandt (ao centro) e pelo chanceler

federal alemão Konrad Adenauer (à direita), Kennedy foi aclamado pela população de Berlim

Ocidental.

O SÍMBOLO ISOLADOO símbolo arquitetónico de Berlim, o Portão de Brandeburgo, ficou inteiramente isolado com a

construção do Muro. O acesso a ele só era possível a partir do lado oriental da cidade, ficando reservado às

autoridades policiais, militares e aos próceres do regime comunista. Hoje, a área circunvizinha do Portão de

Brandeburgo é novamente uma das mais movimentadas e frequentadas da capital alemã.

PEDRA SOBRE PEDRADepois do fechamento das ruas de Berlim, selando a divisão da cidade a partir de 13 de agosto de 1961, o governo comunista da Alemanha Oriental ordenou a

construção do Muro. Vigiados de perto pelos soldados do chamado Exército Popular Nacional (NVA), os operários

demoliram os prédios localizados na linha divisória, construindo uma muralha e um campo minado em seu

lugar.

HORA DA OPÇÃONo dia 15 de agosto de 1961, o soldado alemão-oriental Conrad Schumann foi destacado para controlar a linha

divisória na rua Bernauer, marcada por arames farpados, pois o Muro ainda não estava pronto. Schumann viu

chegar assim o seu momento de opção: jogou fora o fuzil e pulou sobre o arame farpado, passando para o lado ocidental. A cena foi presenciada – e fotografada – por

jornalistas que acompanhavam o desenrolar dos acontecimentos em Berlim.

A MORTE JUNTO AO MUROCenas espetaculares de fuga acompanharam o Muro de Berlim em toda a sua história. Algumas com final feliz,

outras com um desfecho trágico. A primeira vítima fatal foi o jovem Peter Fechter, em 17 de agosto de 1962.

Atingido pelos disparos da guarda de fronteiras da RDA, Fechter agonizou durante 50 minutos na chamada 'terra

de ninguém', falecendo pouco depois de ser recolhido pela polícia alemã oriental.

A ÚLTIMA OPORTUNIDADENo dia em que foi iniciada a divisão de Berlim, o domingo

13 de agosto de 1961, e nos dias subsequentes registaram-se cenas dramáticas como a da foto. Uma mulher tenta saltar da janela de uma casa do lado oriental para fugir

para a parte ocidental de Berlim. Um polícia tenta puxá-la de volta, enquanto berlinenses ocidentais procuram apoiá-la na fuga, que acaba com êxito. Nas semanas seguintes,

esta casa – como outras na linha fronteiriça – foi demolida, abrindo espaço para a construção do Muro.

UM TÚNEL POR BAIXO DO MURONo final de 1963, um grupo reunido pelo ator Wolfgang

Fuchs, do qual fazia parte o estudante Klaus-Michael von Keussler (foto), iniciou a construção de um túnel sob o Muro de Berlim. Durante dez meses foi escavado um subterrâneo

de 145 metros de extensão, 80 centímetros de altura e numa profundidade de até 12 metros. Nos dias 3 e 4 de

outubro de 1964, um total de 57 pessoas conseguiu fugir da RDA, antes que a polícia descobrisse e fechasse o túnel, no

dia seguinte.

A FUGA COM UM BALÃONa noite de 16 para 17 de setembro de 1979, duas

famílias da Alemanha Oriental conseguiram uma fuga sensacional. Os casais Strelzik e Wetzel, com seus quatro filhos em idade entre 2 e 15 anos, conseguiram cruzar a fronteira em direção à Alemanha Federal a bordo de um

balão de ar quente, que eles próprios construíram às escondidas, durante meses de trabalho. O balão pousou

de madrugada em Naila, na Baviera, sem chamar a atenção dos guardas de fronteira.

PROPAGANDA DOS DOIS LADOSEm outubro de 1964, foi posto um cartaz (à esq.) no lado oriental de Berlim com os dizeres: 'Acordos sobre salvo-condutos são melhores que provocações'. Poucos dias

depois, foi afixada nas proximidades a resposta ocidental: 'O Muro continuará sendo uma provocação, apesar dos

salvo-condutos!'.

PLATAFORMA PARA PICHAGENSEm toda a sua extensão, o Muro de Berlim tornou-se uma

plataforma de pichagens no lado ocidental. Com lemas políticos ou meros desenhos, milhares de berlinenses e de

turistas lançaram mão dos aerossóis para deixar uma mensagem colorida sobre o cimento. Como a profecia que

se vê na foto: 'Berlim ficará livre do Muro'.

A FESTA FINALCom a presença de um convidado especial – o chefe de

Estado e de partido da União Soviética, Mikhail Gorbachev – foi comemorado no dia 7 de outubro de 1989 o 40º

aniversário da República Democrática Alemã. Para irritação da liderança comunista da RDA, Gorbachev advertiu para a

urgência de reformas no país.

O FIM DE UMA CARREIRAPoucas semanas após as festividades comemorativas do 40º aniversário da República Democrática Alemã, o chefe de Estado e de partido Erich Honecker foi destituído de

todas as suas funções. A pressão dos protestos populares e as fugas em massa da RDA fizeram com que os

comunistas mais jovens ainda tentassem salvar o regime, depondo a liderança conservadora. A rebelião palaciana não trouxe o efeito desejado: os protestos continuaram,

culminando com a queda do Muro de Berlim.

A CONFUSÃO HISTÓRICADurante uma entrevista coletiva no dia 9 de novembro de 1989, o jornalista e membro do politburo do SED (Partido

Socialista Unificado), Günter Schabowski, interpretou erroneamente um comunicado oficial do governo da

Alemanha Oriental, anunciando a abertura das fronteiras entre as duas partes da Alemanha. Poucas horas depois, a

pressão popular fez com que a guarda de fronteiras da RDA abrisse o Muro de Berlim.

A DANÇA SOBRE O MURONo dia 10 de novembro de 1989 berlinenses orientais e ocidentais confraternizaram com uma verdadeira dança sobre o Muro, que deixara de ser uma barreira desde a noite anterior. Ao fundo, o Portão de Brandeburgo – o

símbolo de Berlim. Com as fronteiras abertas, milhares de cidadãos alemães orientais viajaram imediatamente até à parte ocidental da Alemanha, para fazer compras, visitar

parentes e amigos ou simplesmente para satisfazer a curiosidade pessoal.

OS 'PICA-PAUS' DO MURODepois do dia 9 de novembro de 1989 foi apenas uma

questão de meses até que o Muro desapaorecesse inteiramente da paisagem de Berlim. Ficaram famosos na

época os chamados 'pica-paus' do Muro: berlinenses e turistas que, armados de martelo e ponteiro, arrancaram pedaços da muralha para guardar como lembrança. Por

muito tempo, lojas de recordações em Berlim ofereceram lascas de cimento com um duvidoso 'certificado de

autenticidade'.

RDA É HOJE PURA NOSTALGIADiante do Museu de Checkpoint Charlie e fantasiado de

guarda de fronteira da RDA, o berlinense Wolfgang Kolditz carimba – com um carimbo postal original da Alemanha comunista – os cartões e lembranças comprados pelos turistas, dez anos após a queda do Muro. Naquele local esteve o mais famoso posto de controle, conhecido em

todo o mundo através de inúmeros filmes sobre espionagem e a Guerra Fria.

ONDE FOI?Hoje, pouco resta da histórica muralha que separou dois

Estados alemães por tanto tempo.

Montagem: Welison

Durante mais de 28 anos o Muro de Berlim foi o símbolo da divisão das duas Alemanhas. A muralha se estendia por

155 quilómetros e separava Berlim Ocidental de Berlim Oriental. Muito maior era a fronteira interna alemã, entre

a República Federal da Alemanha (RFA) e a República Democrática Alemã (RDA), de regime comunista.A 13 de agosto de 1961, guardas da República

Democrática Alemã (RDA) haviam começado a fechar com arame farpado e cimento a fronteira que separava as

partes oriental e ocidental de Berlim, bem como Berlim Ocidental do território da Alemanha Oriental. Ele começou a ser rompido em 9 de novembro de 1989, após 28 anos

de divisão.

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