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AULA N.º 24

O ILUMINISMO

O DESPOTISMO ILUMINADO

O TERRAMOTO DE 1755

O «Iluminismo»Ao longo do século XVIII, desenvolveu-se nos principais países europeus um movimento cultural que ficou conhecido como «iluminismo».

Este movimento cultural, que se iniciou em Inglaterra, na França e na Alemanha, representava uma nova forma de conceber o homem, conferindo um enorme valor às suas faculdades intelectuais.

Para os iluministas, a força da razão humana seria capaz de resolver todos os problemas da vida.

Para os iluministas, o homem vivera até então na obscuridade, seria, portanto, necessário libertá-lo iluminando-o com as «luzes» da razão e da ciência, pois só assim seria possível alcançar o progresso da humanidade.

A penetração destas novas ideias em Portugal foi tardia e fez-se muito lentamente.

Os Estrangeirados

Os portugueses que viviam fora do país e que haviam viajado pela Europa tiveram muita influência na penetração das «Luzes», ou Iluminismo, em Portugal.

Conhecedores do que se passava em países mais desenvolvidos, como a França, a Inglaterra e a Alemanha, apresentaram uma série de propostas para modificar a situação de atraso em que se encontrava Portugal.

Esses portugueses ficaram conhecidos como «estrangeirados».

O Direito Natural

Segundo os iluministas, as leis tinham que estar de acordo a razão humana. Toda a lei, ao ser orientada pela razão, deveria ser apropriada à natureza humana, pois não era racional que os homens fizessem leis contrárias à natureza.

Em 1769 foi promulgada em Portugal a chamada Lei da Boa Razão, que respeitava os princípios do Direito Natural.

A Educação

Os Estados Iluminados executaram grandes reformas educativas, criando sistemas de ensino público para que todo o povo recebesse educação,

Os portugueses que viviam no estrangeiro, apresentaram propostas para a completa revisão do ensino e da educação em Portugal.

O Movimento Científico

Uma das características das «Luzes» consistiu no desenvolvimento da ciência, já que, para os iluministas, seria através da aplicação dos princípios científicos que se poderia alcançar o progresso da humanidade.

As ciências que mais se desenvolveram na primeira metade do século XVIII foram a matemática, a geometria, as ciências naturais, a química, a física, a astronomia e a medicina.

O Despotismo IluminadoO despotismo iluminado, ou esclarecido, foi uma forma de governo característica de alguns países da Europa na segunda metade do século XVIII.

Tal como o absolutismo, o despotismo iluminado defendia o poder do supremo do soberano. Contudo, influenciado por algumas ideias das «Luzes», o governo deveria guiar-se por ideias de progresso, executando reformas que contribuíssem para o desenvolvimento do país.

A estátua equestre de D. José I, da autoria do escultor Machado de Castro. O monumento, de grande imponência, situada bem no centro da Praça do Comércio, simbolizava o poder supremo do soberano.

Para o despotismo iluminado, só o rei era o senhor supremo, e todos os grupos sociais lhe deveriam estar submetidos.

O rei pretendia, por isso, acabar com os privilégios dos grupos mais favorecidos – clero e nobreza -, de forma a nivelar toda a gente perante a sua autoridade.

Em Portugal, o despotismo iluminado iniciou-se no reinado de D. José I e teve como grande impulsionador o marquês de Pombral, que durante o seu governo reforçou o poder real e pôs em execução uma série de reformas tendentes a modernizar o país.

O despotismo manteve-se como doutrina geral de governo até à Revolução de 1820.

O PombalismoSebastião José de Carvalho e Melo, futuro marquês de Pombal , foi o mais importante político português, entre 1750-1777.

Nasceu em 1699, no seio de uma família da pequena nobreza. Antes de assumir o governo desempenhou funções diplomáticas: primeiro como embaixador em Inglaterra, entre 1738 e 1744, e depois em Viena de Áustria, entre 1745 e 1749.

Pombal Assume o GovernoApós a morte de D. João V, o novo soberano, D. José I, chamou Sebastião José para o Governo, com o cargo de secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra.

Desde o início, o futuro marquês de Pombal adquiriu uma grande influência no Governo que se manifestou desde logo no modo enérgico e pronto com que reagiu ao violento incêndio do Hospital de Todos-os-Santos, em Agosto de 1750.

D. José I

Marquês de Pombal

Hospital de Todos-os-Santos

O Regime PombalinoA influência de Sebastião José no Governo foi-se tornando predominante, até que em 1755, por morte de Pedro da Mota (secretário de Estado do Reino), D. José I nomeou-o como secretário de Estado do Reino, cargo equivalente a primeiro-ministro.

Como chefe do Governo, o futuro marquês de Pombal instituiu um regime autoritário, controlando não só a governação como a totalidade do país.

O Terramoto de 1755 e a Nova Lisboa

O sismo que assolou Lisboa em 1755 foi o mais terrível de que até então se tinha tido conhecimento, e ainda hoje é considerado um dos mais violentos dos tempos modernos. O terramoto de Lisboa teve profundas consequências aos níveis económico, social, científico e nas mentalidades da época, não só em Portugal mas na restante Europa.

O Terramoto

No dia 1 de Novembro de 1755, dia de Todos-os-Santos, cerca das 9.30h ocorreu em Lisboa um sismo de forte intensidade, cujo epicentro se supõe ter sido no mar, a cerca de 150 a 500 quilómetros de Lisboa.

Os relatos da época descrevem cenas de grande pânico entre a população. Na cidade sucediam-se os desmoronamentos, e a população que fugiu para a zona portuária assistiu horrorizada ao recuo das águas, que pôs a descoberto o fundo do mar, cheio de destroços de navios afundados.

Poucos minutos depois, formou-se uma onda enorme (tsunami) que submergiu parte da cidade de Lisboa.

Nas zonas que não foram atingidas pelo maremoto, alastraram os incêndios, que duraram pelo menos cinco dias.

Supõe-se que em Lisboa terão ficado destruídos cerca de dez mil edifícios e que morreram dezenas de milhares de pessoas.

A parte mais importante da cidade ficou em ruínas, incluindo o Palácio Real, muitas igrejas e casas religiosas, o Hospital de Todos-os-Santos, a ópera e os bairros mais luxuosos da capital.

O sismo foi sentido com intensidade em todo o Sul do país, e especialmente no Algarve, onde, além dos desabamentos causados pelo sismo, o maremoto provocou a destruição de muitas fortalezas e habitações costeiras.

http://www.tvi24.iol.pt/acredite-se-quiser/terramoto-lisboa/a-recriacao-do-terramoto-de-1755-que-se-tornou-viral

http://expresso.sapo.pt/visite-lisboa-antes-do-terramoto-de-1755=f763402

A Reconstrução de LisboaEm vez de ordenar a reconstrução de Lisboa de acordo com a traça anterior, o Marquês de Pombal decidiu que esta seria feita segundo um plano totalmente diferente, obedecendo aos mais modernos conceitos de urbanismo e arquitectura.

Todo o centro da cidade seria formado por ruas largas, rectilíneas e perpendiculares, devendo todas as casas assemelhar-se em altura e largura.

Junto ao rio, numa vasta praça seriam construído os edifícios do governo e da administração, com uma monumental estátua de D. José ao centro e com um arco triunfal que daria acesso à parte nova da cidade.

Para concretizar o seu plano, o futuro marquês de Pombal ordenou a demolição de todas as ruínas e de muitas das casas que haviam ficado de pé. A reconstrução de Lisboa foi pensada de acordo com a filosofia das Luzes, abrindo ruas largas para facilitar a circulação e reforçando a construção de edifícios com sistemas anti-sísmicos.

Para consolidar as edificações foi criada a famosa «gaiola pombalina», uma estrutura de madeira que permitia que os prédios absorvessem a vibração das ondas sísmicas sem ruir.

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