o bem do desapêgo - letícia thompson

Post on 16-Apr-2017

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O BEM DO DESAPEGO

LETÍCIA THOMPSON

É quando nos preparamos para mudar que percebemos a quantidade de coisas que guardamos sem necessidade.

Nem sabemos por que o fazemos, mas temos medo de um dia precisar disso ou daquilo e vamos acumulando nossas preciosidades, se assim podemos dizer.

Grande armário é o nosso coração e a nossa alma!

Imagino que se um dia tivéssemos que "mudar" esse pedacinho de nós, encontraríamos nele muitas coisas desnecessárias das quais tivemos dificuldade para nos desvencilhar.

Como nos nossos armários há roupas que nem nos cabem mais, nas gavetas objetos inúteis, há nesse nosso coração certamente sentimentos que há muito deixaram de nos servir,

mas que continuam intactos, como se o tempo para eles não tivesse passado.

As águas correm nos rios, mas não no nosso interior.

Elas levam o que encontram pela frente, mas nós nos apegamos ao inútil e nos impedimos assim de desembocar no grande mar da vida que nos oferece novos horizontes.

Se um dia decidirmos mudar de casa e nos oferecermos uma nova vida, não precisamos deixar tudo e nem carregar tudo.

Um coração sábio saberá escolher o que deve ser aproveitado ou não.

Os carinhos que recebemos permanecerão intactos, mesmo se as flores se secaram e as cartas se perderam.

Antigas e amareladas mágoas nunca têm utilidade, a não ser para envelhecer e entristecer nossa alma.

Coisas que começamos e nunca terminamos ou continuamos, ou desistimos.

Não é vergonhoso deixar coisas para trás, pesado mesmo e seguir em frente carregando essas mesmas

coisas que nem sabemos onde vamos colocar.

Valioso demais é

nosso coração para que seja maltratado, para que seja a ele negada a chance de se oferecer novas oportunidades e novos ares.

Cultivar no seu jardim a flor do desapego não significa

amar menos ou deixar de apreciar o que de bom a vida nos oferece.

Apenas mudar nosso olhar em relação ao mundo

e se dizer que as coisas realmente bonitas e importantes ficam gravadas para sempre nas paredes da nossa alma,

seja qual for nosso caminho.

Luis Royo (Olalla, Teruel, 1954) é um artista espanhol conhecido por suas pinturas sensuais e

sombrias de mulheres e formas mecânicas de vida. Produziu diversas pinturas por conta própria,

assim como capas de jogos eletrônicos, CDs, revistas etc.

Luis Royo cursou aulas de desenho, pintura e decoração em Saragoça e entre os anos de 1970 e

1979 trabalhou em um estúdio de design de decoração e interiores. A partir de 1972 se dedica a pintura e desde 1977 publicau seus primeiros quadrinhos em diversos fanzines. Dedicando-se integralmente a esse tipo de produção durante a

década de 80.

As pinturas que ilustram este PPS são de:

FORMATAÇÃO: Mima (Wilma) Badan

mimabadan@yahoo.com.brMÚSICA: Somewhere in time

Execução: Caiovas

(Repasse com os devidos créditos)

BLOGS:

www.mimabadan.blogstpot.comwwwrecantodepalavras.blogspot.comwwwrecantodasreceitas.blogspot.comwwwcasadavovomima.blogspot.com

PPSs e ESTÓRIAS INFANTIS:

www.slideshare.net/mimabadan

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