modelos um a um
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GRACIA KLEIN-22/8/12 - NOVAS TECNOLOGIAS EM EDUCAÇÃO
Criar meu website Fazer minha home-page Com quantos gigabytes Se faz uma jangada Um barco que veleja
Que veleje nesse informar Que aproveite a vazante da infomaré Que leve um oriki do meu orixá Ao porto de um disquete de um micro em Taipé
Pela internet. Gilberto Gil,1997
Reflexões sobre o programa Um para Um: Relatório do BID
A maioria dos países, na entrada do século XXI, tem refletido e criado propostas para
incluir as novas tecnologias nas políticas públicas de educação, em suas escolas, nas salas de
aula. Antes de refletir acerca dessa introdução, assumo aqui a definição de novas tecnologias
dada por Maria Elizabeth Almeida e José Armando Valente como “computadores (
convencionais, laptops, tablets ) , as máquinas fotográficas, filmadoras que hoje estão cada vez
mais integradas em um dispositivo.”
Uma das políticas, focada na distribuição e acesso dos dispositivos digitais a alunos e
professores denomina-se Um para Um, ou seja, um computador por aluno. O BID, Banco
Interamericano de Desenvolvimento, apresentou, em 2011, um relatório com o relato de
várias experiências desse programa, principalmente em países da América Latina e Caribe,
dentre eles Brasil, Uruguai, Argentina e Haiti. O “Modelos Um para Um na América Latina e no
Caribe: Panorama e Perspectivas” também apresenta dados preliminares de avaliação dos
programas e reflete acerca dos passos estabelecidos. Abaixo, faço uma síntese dos aspectos
que, para mim, são bastante relevantes.
Os impactos desejados pelos países estão divididos em três perspectivas: econômica,
na medida em que a tecnologia prepara melhor os alunos a ingressarem no mundo do
trabalho; social, como um modo de minimizar a exclusão social e digital não só dos alunos
como de suas famílias quando têm contato com os computadores e educacional, pois os
computadores pessoais podem facilitar algumas práticas educativas. Neste ponto, está uma
questão primordial: qual é a dimensão do impacto da tecnologia no aprendizado escolar e
quais são as melhores práticas visando à qualidade de ensino com a tecnologia da educação?
Algumas conclusões :
1. Redes elétricas e acesso à internet são requisitos mínimos, a princípio.
2. A capacitação periódica dos professores é fundamental. Eles precisam de apoio e
sugestões para a melhor forma de incorporar as novas tecnologias, sistematicamente.
3. Muitas vezes, o objetivo da melhora acadêmica não abrange todas as disciplinas. Por
exemplo, resultados preliminares na Colômbia mostram um incremento nas notas de
Matemática e um decréscimo nas notas de Língua Materna.
4. Avaliações preliminares apontam que os administradores dos programas, quando se
abrem à ideia, propiciam maior sucesso e os computadores portáteis geram um
espírito de compartilhamento espontâneo.
5. O programa pode ser utilizado com escolas sem acesso à internet ( não desejável).
Muitos alunos têm acesso apenas ao conteúdo e às atividades instaladas em seus
computadores.
6. No Uruguai, o plano Ceibal foi desenvolvido com caráter institucional específico, a
implementação logística foi admirável e todas as escolas que participam do plano têm
acesso à internet. E recentemente, o país estabeleceu que esse serviço é um serviço
público básico .Como resultado, todas as residências têm acesso básico gratuito à
internet.
7. A avaliação mostra o enfrentamento de alguns desafios singulares : a resistência inicial
dos professores somou-se à dificuldade de introdução nas escolas de um modelo que
tem por objetivo mudar as práticas da educação e não só reforçar as práticas
tradicionais.
8. O papel do docente na implementação de programas de computadores portáteis nas
classes é basilar.
Hoje, o modelo Um para Um está sendo rediscutido, visto que os dispositivos digitais
às mãos dos alunos ultrapassam um notebook . Na Austrália, por exemplo, algumas escolas
estão criando infraestruturas que darão suporte à iniciativa: dois dispositivos por criança. A
tecnologia, portanto, não constitui apenas um insumo para ser adicionado aos sistemas
educacionais e qualquer modelo de distribuição e uso deve ultrapassar o tempo e o espaço
escolar. E – muito importante - como a formação dos professores é um aspecto basilar,
devemos nos perguntar: Quais são os modelos dessa formação? E ainda, como desafiou
Valente, com as provocações metafóricas: casca de cebola ou seringa brasileira ?
Segundo as conclusões preliminares, o BID projetou que , até 2015, quase 30 milhões de
estudantes na região terão aparelhos digitais para uso pessoal e educativo.
“ Fica claro que os modelos Um para Um exigem muito mais que o simples fato de comprar e
distribuir equipamentos aos alunos. Sua execução exige um compromisso a longo prazo com
as condições e componentes necessários para que os computadores se tornem parte
integrante dos sistemas educacionais. A tecnologia tende a incrementar os pontos fracos e as
fraquezas já existentes. Em vez de ter um efeito de adição , a incorporação de computadores
portáteis às escolas produz, na maioria dos casos um efeito de multiplicação. Por exemplo, se
o ponto fraco de uma escola encontra-se no uso produtivo do tempo letivo, é provável que os
comutadores aumentem ainda mais, nas salas de aula, a produtividade já existente. Se os
pontos fracos de uma escola situam-se na falta de estruturação ou produtividade com relação
ao uso do tempo na sala de aula, será maior a probabilidade de as crianças usarem os
computadores como ferramenta improdutiva de distração.”
Bela reflexão !!!!
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