mocão esperança séria
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Moção de Estratégia ESPERANÇA SÉRIA
Os três primeiros subscritores:
Carlos Tavares Pina
Martinho Ramos
Rosemery Rosa
Capacidade real de colocar os cabo-verdianos em Portugal no centro das nossas prioridades políticas
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Índice
1. Enquadramento ........................................................................................................... 3
2. Reencontrar a Diáspora .............................................................................................. 4
3. Linhas de orientação política ...................................................................................... 6
4. Propostas de ações políticas ...................................................................................... 7
4.1. Militante e a Administração do Partido .......................................................... 7
4.2. Abertura do MpD Portugal à Sociedade Civil .............................................. 10
4.3. Encontrar Respostas Inovadoras e Criativas .............................................. 11
5. Modelo de financiamento ............................................................................................ 17
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1. Enquadramento
Vamos eleger no próximo dia 8 de Dezembro o novo coordenador da Comissão
Política do MpD em Portugal. Será um momento para um ímpeto revigorado e
orientado para o futuro, à altura das exigências do tempo atual, e este ímpeto só
será possível com total liberdade e sem medo de desafiar quem quer que seja,
porque estar e ser MpD, significa nunca ter medo em travar combates para servir os
valores em que acreditamos.
Trata-se talvez da última oportunidade para colmatar uma sequência de erros que
têm vindo a serem cometidos ao longo da história do MpD em Portugal.
“Não há atalho sem trabalho”, por isso coordenar MpD em Portugal não pode ser um
exercício qualquer de carreirismo ou seguidismo amorfo. É preciso fazer de MpD em
Portugal uma organização mobilizadora da nossa comunidade capaz de ajudar o
partido a relançar a nova esperança dos cabo-verdianos.
Hoje há cada vez mais estudos e análises com importantes recomendações de
como melhorar a ação de Portugal e Cabo Verde no domínio das migrações, das
remessas e do desenvolvimento dos dois países.
A comunidade cabo-verdiana mais numerosa no estrangeiro, depois dos Estados
Unidos da América, vive em Portugal. É a segunda em dimensão, mas a primeira em
proximidade, taxa de renovação e envio de remessas. As remessas apresentam a
vantajosa peculiaridade de serem os mais previsíveis e estáveis de todos os fluxos
de financiamento externo da economia cabo-verdiana. Além disso, são fatores
eficazes de transformação social. - (Estudo 2008, TOLENTINO, André Corsino, e
outros).
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Assim, parece oportuno salientar que relativamente ao envio de remessas, não
obstante a crise económica e financeira que assola Portugal, segundo dados do
Banco de Cabo Verde (Boletim de Estatísticas Mensal), a média mensal das
transferências dos cabo-verdianos residentes em Portugal nos últimos nove meses,
constitui 32% do total das remessas de Emigrantes em divisas recebidas no País.
Em termos absolutos a média enviada pelos cabo-verdianos residentes em Portugal
nos últimos nove meses ultrapassa os 3 milhões de euros mensais.
O que significa que os emigrantes cabo-verdianos em Portugal mesmo perante esta
profunda crise económica e financeira lideram o envio das remessas, facto que
impõe a uma mudança de perceção e de políticas públicas em Cabo Verde relativas
à esta comunidade no exterior. Urge criar incentivos inovadores e ferramentas
adequadas para reduzir os custos das transferências e aumentar a sua eficácia no
financiamento do desenvolvimento do país.
2. Reencontrar a Diáspora
Hoje a ciência económica já provou que o crescimento e o desenvolvimento
dependem muito mais de aspetos intangíveis e menos de fatores como recursos
naturais e capital investido, o que significa que se tornou um imperativo que para
além das remessas financeiras e em produtos, a comunidade cabo-verdiana em
Portugal através das suas remessas de ideias, valores, atitudes, capital social e
competências acumuladas constitua um fator indutor de uma diáspora que ajude o
desenvolvimento sustentado de Cabo Verde -, tendo em consideração dois
fundamentos primordiais:
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Primeiro, Cabo Verde está tendencialmente a transformar numa sociedade
descaracterizada. Os valores que sustentaram a sua sobrevivência ao longo da sua
história estão a ser sistematicamente destruídos. As noções de igualdade,
segurança, justiça, responsabilidade, autodisciplina, a noção de que a prosperidade
individual deverá vir do trabalho e da criatividade de cada um, etc. hoje já não
constituem atributos generalizados na sociedade.
Segundo, a forma de organização da sociedade em curso atualmente em Cabo
Verde, nomeadamente o papel excessivo e omnipresente do Estado agravada pelas
exíguas forças sociais existentes, incapazes de reivindicar um papel no processo de
desenvolvimento socioeconómico do país, convoca a um envolvimento mais ativo da
nossa diáspora no processo político do país, porque o Estado não pode continuar a
ser o único agente de transformação social em Cabo Verde.
Assim, só com ações políticas assertivas e patrióticas ganha sentido a entrega da
nossa diáspora. Só com ações políticas autênticas, mesmo que incómoda, vale a
pena a nossa diáspora em Portugal tomar partido e servir Cabo Verde, por isso
exige-se mais e melhor MpD em Portugal.
Pensamos sim num MpD que pudesse levar a nossa diáspora em Portugal a tomar
consciência da situação de risco de descaracterização que a sociedade cabo-
verdiana enfrenta e a levasse a discutir as vias que se lhe apresentam para que a
sociedade cabo-verdiana atinja o equilíbrio e se coloque na via de um
desenvolvimento sustentável. Mas também uma estrutura do MpD que partindo dos
cabo-verdianos residentes em Portugal é capaz de centrar na realidade concreta dos
mesmos.
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Um MpD em Portugal que assuma a sua responsabilidade como um elo por
excelência de encontro com a realidade do País, dos eleitores e dos militantes. Um
MpD com capacidade de abertura para ouvir, avaliar e discutir conjuntamente com
as restantes forças sociais em Portugal os grandes desígnios desta comunidade -, o
processo de acolhimento e integração na sociedade portuguesa, e da relação desta
com o desenvolvimento harmonioso de Cabo Verde.
3. Linhas de orientação política
Aceitamos o repto de liderar este projeto político não para satisfazer ambições
pessoais, mas porque julgamos poder contribuir significativamente para que o MpD
em Portugal esteja dotado de outras ambições e de melhor capacidade de ações
políticas mobilizadoras da nossa comunidade.
Entendemos que podemos fazê-lo com base neste projeto intergeracional
consubstanciado em três eixos de orientação política que vamos desenvolver em
Portugal:
1. Devolver o partido aos militantes e melhorar o clima de confiança e congregação
entre os seus ativistas, tornando o MpD em Portugal uma organização inclusiva,
competitiva e atrativa, onde a liberdade e igualdade de oportunidade na
participação democrática de todos os militantes e simpatizantes na vida do
partido serão valores inalienáveis;
2. Reforçar a credibilidade e relevância do MpD junto da nossa comunidade e das
forças sociais e institucionais que a representam em Portugal;
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3. Refazer de Comissão Política em Portugal uma estrutura da diáspora que
contribua proactivamente para que o MpD seja percebido pelos eleitores como
alternativa inequívoca que responda aos seus anseios e pronta para relançar a
nova esperança dos cabo-verdianos.
4. Propostas de ações políticas
Ancorada nos três eixos de orientação política, a seguir apresentamos
detalhadamente como é que queremos que o MpD em Portugal contribua para que a
nossa Diáspora vença as dificuldades atuais e reforce a sua participação -, ajudando
Cabo Verde a retomar o caminho de mais e melhor desenvolvimento e justiça social.
Porque mais do que diferença ideológica, o que distingue o MpD do seu
principal adversário é a sua característica distintiva de unir pessoas de
diferentes quadrantes no seu seio, e o grande desígnio do MpD em Portugal, é
que ele se posicione como um movimento social e se afirma enquanto movimento
social.
4.1. Militante e a Administração do Partido
Devolver o partido aos militantes e melhorar o clima de confiança e congregação
entre os seus ativistas, tornando o MpD em Portugal uma organização inclusiva,
competitiva e atrativa, onde a liberdade e igualdade de oportunidade na
participação democrática de todos os militantes e simpatizantes na vida do partido
serão valores inalienáveis.
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Medidas de ações políticas do Eixo I
No quadro dos princípios estatutários e regulamentares, propomos refundar o MpD
em Portugal não só na sua estrutura interna como nas suas estratégias e atuações
políticas. Esta linha de ação exige um sistema que envolva todos os militantes e
simpatizantes no processo de mudança para que se reforce e se consolide o
sentimento de pertença no partido.
Devolver voz aos militantes e promover a meritocracia interna: a atual disfunção
organizacional e as más práticas na ação política fruto da apropriação abusiva do
partido por um grupo específico de interesse têm suscitado ansiedades nos
militantes, especulação do principal partido adversário e confusões na perceção dos
eleitores, e como é sabido, com prejuízos incalculáveis para o interesse do partido,
assim:
- Connosco caberá a estrutura do MpD Portugal adaptar-se aos militantes, às
suas realidades e aos seus hábitos, e não o contrário, por isso,
posteriormente e com mais detalhes, proporemos à Comissão Política
Nacional um Esquema de Organização Territorial (ESOT) que comtemple
uma estrutura central, três estruturas regionais (Norte, Sul e Regiões
Autónomas) e estruturas locais nas zonas de grande concentração da
comunidade cabo-verdiana. Cabem a estas estruturas adaptarem os seus
modelos de funcionamento e as suas organizações às necessidades dos
militantes que servem.
- Para a realização do partido vamos fazer com que a liberdade no MpD
Portugal passe a ser um direito intransferível. Para além de garantirmos o
contacto direto e regular com os militantes do partido e com os eleitores,
asseguraremos a organização e dinamização das Reuniões Locais,
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Assembleias Politicas e Fórum MpD. Com esta atuação e cumprindo
rigorosamente os princípios estatutários iremos erradicar de uma vez por
todas as desconfianças reinantes entre os ativistas do partido e as querelas
de grupos, porque o MpD não pode ter medo das ideias, dos debates e das
reações.
Erradicar o caciquismo no seio do MpD Portugal: não existe nenhuma relação causa
efeito que nos garanta que o aumento de per si do número de militantes melhore os
nossos resultados eleitorais. Com certeza que vamos continuar a trabalhar na
mobilização de novos militantes, mas não numa lógica cacique, mas sim usando a
pedagogia e os esclarecimentos que tem que ser prestados aos novos militantes.
Para isso, a nossa ação política basear-se-á num programa estrutural que dá a
conhecer aos nossos ativistas os principais instrumentos políticos do partido para
densificar os valores e matriz ideológica do MpD no seio da nossa comunidade em
Portugal.
Apostar na renovação e nos quadros jovens do partido: mas renovar significa
sobretudo atribuir responsabilidades politicas a novos protagonistas e acreditar que
é possível dar um salto seguro conjugando duas ou mais gerações do MpD em
Portugal.
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4.2. Abertura do MpD Portugal à Sociedade Civil
Medidas de ações políticas do Eixo II
Abrir o MpD Portugal à sociedade civil para incrementar a participação: iremos
envolver os militantes e simpatizantes em todas as nossas ações políticas, contudo
é preciso recentrar o enfoque no eleitor, o que pressupõe lançar aos indivíduos em
Portugal e não só, de reconhecidas competências, idoneidade e confiança ainda que
não militantes do MpD ou que não estejam dispostos a militar, convite à sua
participação à elaboração de contributos que identificam as necessidades e as
oportunidades de desenvolvimento do MpD e da nossa diáspora nos próximos 10
anos.
Vamos reforçar a cooperação institucional e de amizade com o PSD: vamos
potenciar a relação existente não só pelo facto do MpD e o Partido Social
Democrata (PSD) pertencerem a mesma família política -, Internacional
Democrática do Centro (IDC), como pela relação de amizade e confiança que existe
entre as bases dos dois partidos.
Reforçar a credibilidade e relevância do MpD junto da nossa comunidade e das
forças sociais e institucionais que a representam em Portugal.
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4.3. Encontrar Respostas Inovadoras e Criativas
Medidas de ações políticas do Eixo III
Atualmente em Portugal residem 42.857 cidadãos cabo-verdianos com autorização
de residência (Fonte: SEF, RIFA 2012). A nossa comunidade é a terceira
comunidade estrangeira mais representativa em Portugal, e a mais antiga. Mas, do
ponto de vista socioeconómico, cultural e artístico, ela é muito mais do que estes
cidadãos com títulos de residência, ou seja, deve-se considerar os cidadãos de
origem cabo-verdiana naturalizados (uma média de 3.500 pedidos anuais), bem
como os descendentes que por via originária ou derivada já nascem cidadãos
portugueses, mas que sentem e vivem a cabo-verdianidade com a mesma
intensidade e paixão com que os residentes no arquipélago vivem-na. Este
segmento da sociedade portuguesa de ascendência cabo-verdiana (imigrantes,
naturalizados e descendentes) deve rondar atualmente os 200.000 cidadãos, isto é,
cerca de 40% da população cabo-verdiana residente no arquipélago. Por isso, a
intervenção política do MpD será reforçada essencialmente no quadro das políticas
sectoriais das migrações e do desenvolvimento de Cabo Verde e Portugal, sem
amarras e sem ideias pré-concebidas, como forma de potenciar oportunidades de
soluções fora do partido e de absorver da sociedade civil muitos valores, quase
sempre desaproveitados.
Refazer de Comissão Política em Portugal uma estrutura da diáspora que
contribua proactivamente para que o MpD seja percebido pelos eleitores como
alternativa inequívoca que responda aos seus anseios e pronta para relançar a
nova esperança dos cabo-verdianos.
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Reforçar a Inclusão da comunidade cabo-verdiana na sociedade portuguesa:
defendemos claramente uma maior participação cívica e politica dos cabo-verdianos
em Portugal e para isso incentivaremos os nossos militantes e simpatizantes a se
aproximarem de estruturas cívicas e politicas nas suas áreas de residência e que
tenham uma participação ativa nessas organizações.
A inclusão dos cabo-verdianos também passa por melhorar o acesso ao mundo do
emprego e assim como a sua filiação em organizações profissionais que defenda os
seus interesses, nomeadamente os sindicatos.
Assim, propomos implementar ações e projetos envolvendo as associações cabo-
verdianas que visem dinamizar/formar/esclarecer os nossos concidadãos para
inclusão e cidadania, nomeadamente:
No desenvolvimento de cursos de português básico dirigidos aos adultos cabo-
verdianos, potenciando o conhecimento da língua portuguesa como fator de
integração, uma vez que os cursos de nível A2 (português básico), são decisivos
para efeitos de acesso à nacionalidade, autorização de residência permanente e
estatuto de residente de longa duração.
Na promoção de ações de Intervenção para trabalhadores cabo-verdianos
desempregados com intuito de facilitar a inserção social e profissional através do
desenvolvimento de competências básicas no domínio da língua portuguesa e da
cidadania, bem como de ações de formação e apoio à criação de emprego.
No apoio à renovação dos títulos de residência a imigrantes cabo-verdianos, em
caso de incumprimento por parte da entidade empregadora das obrigações perante
a Segurança Social.
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No apoio à consolidação do acesso por parte dos imigrantes cabo-verdianos aos
instrumentos de apoio ao arrendamento, em igualdade de circunstâncias com os
cidadãos nacionais.
No apoio à sensibilização para o efetivo cumprimento dos deveres contratualizados
pelos beneficiários de programas de realojamento.
No apoio à promoção de recenseamento da população cabo-verdiana elegível para
participação política em atos eleitorais.
No apoio ao combate à vulnerabilidade socioeconómica dos cabo-verdianos através
da divulgação das respostas institucionais disponíveis.
Na divulgação junto dos imigrantes cabo-verdianos idosos e das suas famílias, os
apoios sociais disponíveis com vista ao combate à sua vulnerabilidade
socioeconómica e segregação social.
Evacuação de Doentes para Portugal: não obstante reconhecer pequenas melhorias
e algum investimento que tem sido feito no Sistema Nacional de Saúde Cabo-
verdiano, e congratulando com a construção do centro de diálise da Praia que
esperemos venha entrar em funcionamento rapidamente, não vislumbramos
qualquer possibilidade de nos próximos anos reduzirmos substancialmente o
número de doentes evacuados, portadores de patologias para as quais ainda não
existem soluções eficazes de tratamentos em Cabo Verde, nomeadamente as
patologias de foro oncológico. Mesmo com o funcionamento do referido centro de
diálise, provavelmente as situações mais complexas continuarão a ser evacuadas e
o regresso dos doentes que cá estão não nos parece um processo fácil. Por isso,
nesta matéria o MpD deve conceber e implementar políticas estruturantes que
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melhorem as condições de vida dos doentes evacuados e dos seus acompanhantes,
políticas que sejam capazes de fazer com estes doentes mesmo fora de Cabo Verde
e longe das suas famílias mais próximas, continuem a sentir em família.
Assim, com vista a acautelar o desperdício e garantir a eficiência, a equidade e a
justiça social, em estreita articulação com os órgãos do partido, o MpD Portugal
deve avaliar e identificar políticas que proporcionem:
- A criação de uma única entidade responsável economicamente pela
evacuação dos doentes, isto considerando que atualmente existem pelo
menos quatro entidades cabo-verdianas responsáveis economicamente pela
estada dos doentes em Portugal, ou seja: i) Ministério das Finanças –
responsável pela transferência das verbas destinadas a cobrir as despesas
com os doentes da Função Pública, funcionários e familiares, e os doentes
carenciados da Promoção Social; ii) Instituto Nacional de Previdência Social –
responsável pela transferência das verbas destinadas a cobrir as despesas
com os doentes beneficiários deste sistema e os seus familiares; iii) Banco de
Cabo Verde – responsável pela transferência das verbas destinadas a cobrir
as despesas com os doentes seus empregados e os seus familiares e; iv)
Bancos Comercial do Atlântico – responsáveis pela transferência das verbas
destinadas a cobrir as despesas com os doentes seus empregados e os seus
familiares.
- Uma avaliação séria e objetiva do papel do Serviço de Doentes Evacuados da
Embaixada de Cabo Verde em Lisboa, sempre numa estratégia de reforço
institucional da Embaixada, mas também, de impulsionar a defesa da
crescente redução da intervenção do Estado no fornecimento de bens e
serviços sociais. Aqui poderá surgir uma janela de oportunidade para o
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movimento associativo de imigrante em Portugal de estruturarem-se e de
capacitarem-se, procurando parcerias estratégicas como os municípios e/ou
outras entidades para fornecerem os mais diversos serviços imprescindíveis a
estes doentes. Estes serviços a doentes evacuados seriam na base de uma
subcontratação entre a Embaixada e as Associações de Imigrantes e/ou
outras ONG’s portuguesas, numa lógica de responsabilidade institucional e
transparência, cumprindo todos os critérios previamente definidos, mas nunca
de forma discricionária como têm acontecido entre a nossa Embaixada e
algumas ONG’s. Este novo modelo de apoio aos doentes evacuados poderia
inclusive criar condições para descentralização da evacuação dos doentes
para outras cidades portuguesas como o Porto e Coimbra.
Estudantes Cabo-verdianos em Portugal: o partido deve trabalhar em sintonia com
os estudantes e poder acompanhar o seu percurso formativo e arranjar mecanismos
de os apoiar junto de instituições portuguesas e cabo-verdianas.
Os estudantes cabo-verdianos, sobretudo os Universitários, podem e devem ser
parceiros importantes na implementação de ações cívicas e de voluntariado junto
das comunidades, e por outro lado devem ter um papel incentivador junto dos filhos
dos imigrantes através de partilha de conhecimentos e de transmissão de uma visão
de futuro e de ambição para esses jovens, isto é, estes estudantes podem
desempenhar o papel de agentes de mediação intercultural em contexto escolar e
no combate ao insucesso e abandono escolar dos jovens Luso cabo-verdianos.
Em estreita articulação com a nossa Missão Diplomática e outras instâncias da
sociedade civil vamos apoiar o acesso a bolsas de estudo a alunos cabo-verdianos
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ou descendentes de imigrantes cabo-verdianos que frequentem o ensino superior
em Portugal.
No que tange aos estudantes enquadrados nos protocolos de cooperação entre as
Câmaras Municipais cabo-verdianas e instituições portuguesas e que se encontram
a frequentar cursos de formação técnica propomos trabalhar com todas as partes
envolvidas neste protocolo no sentido de por um lado, ajudar na inclusão escolar e
social dos que já cá estão e que na maioria dos casos deparam com situações
extremamente difíceis em Portugal, e por outro lado estabelecer pontes,
especialmente junto dos Municípios Cabo-verdianos e das instituições portugueses
envolvidas, para que se possa adequar previamente as condições de receção e
estadia dos futuros estudantes para formação técnica em Portugal.
Missão Diplomática e o Serviço Consular: a nossa Embaixada deve ter um papel
neutro nas disputas eleitorais e funcionar como um verdadeiro representante de
Cabo Verde e dos Cabo-verdianos e não configurar uma instituição ao serviço de
interesses políticos.
A Embaixada deve também funcionar como promotor da cidadania em Portugal e
em permanente articulação com as organizações cívicas, mas envolver sem
discriminação dos cabo-verdianos por convicções políticas ou de outra natureza.
Neste sentido a Embaixada precisa urgentemente de melhorar a sua relação com a
comunidade e repensar a melhor forma de acompanhar e apoiar os cabo-verdianos
em Portugal, estando mais próxima do cidadão e ser mais proactiva.
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Por isso, vamos promover diálogo com a nossa Missão Diplomática e com o nosso
principal adversário em Portugal com vista a uma participação ativa na
implementação do Conselho das Comunidades.
5. Modelo de financiamento
O partido terá que ser criativo no sentido de equacionar outras formas de
financiamento para além da quotização dos seus militantes. Há que implementar
ações/eventos que visam angariar receitas para fazer face as suas necessidades
O partido deve trabalhar no estreitamento de relações junto da sua família politica
(PSD) e dos seus amigos com objetivo de articular melhores mecanismos de
autofinanciamento.
Vamos trabalhar num plano estruturado de realização de atividades de angariação
de fundos durante todo o ano e não esperar apenas por períodos eleitorais.
A prestação de contas terá uma atenção reforçada e a transparência nos
procedimentos e na gestão dos recursos do partido merecerão da nossa parte uma
especial atenção.
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