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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUÇÃO EM ZOOTECNIA
PERFILHAMENTO E PRODUÇÃO DE FORRAGEM DO CAPIM FAIXA-BRANCA
SUBMETIDO A FREQUÊNCIAS DE DESFOLHAÇÃO
CESAR AUGUSTO RIZATO
SÃO CRISTÓVÃO-SE
2017
CESAR AUGUSTO RIZATO
PERFILHAMENTO E PRODUÇÃO DE FORRAGEM DO CAPIM FAIXA-BRANCA
SUBMETIDO A FREQUÊNCIAS DE DESFOLHAÇÃO
Orientador: Prof. Dr. Carlos Souza do Nascimento
Coorientador: Prof. Dr. Braulio Maia de Lana Sousa
SÃO CRISTÓVÃO-SE
2017
Dissertação apresentada à Universidade Federal de
Sergipe como parte das exigências para obtenção do
título de Mestre em Zootecnia.
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DE LAGARTO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
R627p
Rizato, Cesar Augusto. Perfilhamento e produção de forragem do capim faixa-branca
submetido a frequências de desfolhação / Cesar Augusto Rizato; orientador Carlos Souza do Nascimento. – São Cristóvão, 2017.
60 f.: il. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal
de Sergipe, 2017.
1. Gramínea. 2. Pastagens - Manejo. 3. Forragem. I. Nascimento, Carlos Souza do, orient. II. Título.
CDU 633.2
AGRADECIMENTOS
A minha esposa Martha, pela compreensão, paciência, incentivo e força nos momentos
difíceis.
Aos meus filhos Pedro e Arthur, por mostrarem que tudo na vida tem o seu devido
tempo.
Aos meus pais Celio e Iraci e a minha irmã Ana Carolina por me apoiarem sempre e
incentivarem nas dificuldades.
Ao professor Braulio Maia de Lana Sousa, pelos ensinamentos, compreensão,
paciência, amizade e conselhos nos momentos difíceis.
Ao professor Jailson Lara Fagundes, pelos ensinamentos e apoio.
Ao GENAR – Grupo de Estudos em Nutrição e Alimentação de Ruminantes, por todo
apoio e disponibilidade.
A CAPES – Coordenação Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, pelo apoio
financeiro ao longo do período de mestrado.
Ao PROMOB – Programa de Estimulo a Mobilidade e ao Aumento da Cooperação
Acadêmica da Pós-Graduação em Sergipe – EDITAL CAPES/FAPITEC/SE N° 08/2013, pelo
apoio financeiro ao PROZOOTEC.
Aos amigos (as) Victor, Natan, Ricardo, Dantas, Itabi, Thâmisa, Maryanna, Stefanie,
Alef, pelo apoio, dedicação, disponibilidade e amizade.
SUMÁRIO
RESUMO .................................................................................................................................... i
ABSTRACT .............................................................................................................................. ii
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1
2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 3
2.1. Espécie forrageira: Digitaria eriantha cv. Suvernola (capim faixa-branca) ................ 3
2.2. Morfogênese ................................................................................................................. 4
2.3. Dinâmica da população de perfilhos ............................................................................. 6
2.4. Crescimento da planta forrageira e referencial do momento desfolhação ..................... 8
3. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 11
ARTIGO 1 – ESTABILIDADE DA POPULAÇÃO DE PLANTAS DO CAPIM FAIXA-
BRANCA SUBMETIDO A FREQUÊNCIAS DE DESFOLHAÇÃO ................................... 14
RESUMO ................................................................................................................................ 15
ABSTRACT ............................................................................................................................ 15
Introdução ................................................................................................................................ 16
Material e métodos .................................................................................................................. 17
Resultados ................................................................................................................................ 20
Discussão ................................................................................................................................. 22
Conclusões ............................................................................................................................... 26
Referencias .............................................................................................................................. 27
ARTIGO 2 - PRODUÇÃO DE FORRAGEM E POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO DO
CAPIM FAIXA-BRANCA SUBMETIDO A FREQUÊNCIAS DE DESFOLHAÇÃO ........ 35
RESUMO ................................................................................................................................ 36
ABSTRACT ............................................................................................................................ 36
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 37
MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................................... 38
RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................ 41
CONCLUSÕES ....................................................................................................................... 48
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 48
LISTA DE FIGURAS
REVISÃO DE LITERATURA
Figura 1 - Diagrama esquemático das relações entre as características morfogênicas e estruturais da pastagem ............................................................................................................... 5
Figura 2 - Modelo conceitual das relações entre característica morfogênicas e estruturais de plantas forrageiras de clima tropical ........................................................................................... 6
Figura 3 - Ilustração esquemática da compensação tamanho/densidade populacional de perfilhos (DPP) em pastagens..................................................................................................... 7
ARTIGO 1 – ESTABILIDADE DA POPULAÇÃO DE PLANTAS DO CAPIM FAIXA-BRANCA SUBMETIDO A FREQUÊNCIAS DE DESFOLHAÇÃO
Figura 1. Insolação total mensal (h) e temperaturas mínima, média e máxima (ºC) no período de janeiro de 2015 a janeiro de 2016 ....................................................................................... 30
Figura 2. Precipitação total mensal (mm) no período de janeiro de 2015 a janeiro de 2016 .. 30
Figura 3. Dinâmica populacional de perfilhos basais do capim faixa-branca submetido a frequências de desfolhação ...................................................................................................... 31
Figura 4. Taxas de aparecimento e mortalidade de perfilhos do capim faixa-branca submetido a frequências de desfolhação (Figuras A e C) e distintas épocas do ano (Figuras B e D) ...... 31
Figura 5. Taxa de sobrevivência de perfilhos do capim faixa-branca submetido a frequências de desfolhação (A) e distintas épocas do ano (B) .................................................................... 32
Figura 6. Índice de estabilidade da população de perfilhos basais do capim faixa-branca submetido a frequências de desfolhação ................................................................................. 32
Figura 7. Densidade populacional de perfilhos aéreos do capim faixa-branca submetido a frequências de desfolhação (A) e distintas épocas do ano (B) ................................................ 33
ARTIGO 2 - PRODUÇÃO DE FORRAGEM E POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO DO CAPIM FAIXA-BRANCA SUBMETIDO A FREQUÊNCIAS DE DESFOLHAÇÃO
Figura 1- Insolação total mensal (h) e temperaturas mínima, média e máxima (ºC) no período de março de 2015 a março de 2016 .......................................................................................... 39 Figura 2 – Precipitação total mensal (mm) no período de março de 2015 a março de 2016 ... 39 Figura 3 – Produção diária de folhas do capim faixa-branca submetido a frequências de desfolhação ............................................................................................................................... 41
Figura 4 – Produção diária de colmos do capim faixa-branca submetido a frequências de desfolhação (A) e épocas do ano (B) ........................................................................................ 42
Figura 5- Senescência diária de folhas no capim faixa-branca submetido a frequências de desfolhação (A) e épocas do ano (B) ........................................................................................ 44
Figura 6 – Produção total diária do capim faixa-branca submetido a frequências de desfolhação ............................................................................................................................... 45
Figura 7 – Acúmulo líquido diário de forragem do capim faixa-branca submetido a frequências de desfolhação (A) e épocas do ano (B) ................................................................ 46
Figura 8 - Potencial de utilização de forragem no capim faixa-branca submetido a frequências de desfolhação (A) e épocas do ano (B) ................................................................................... 47
LISTA DE TABELAS
ARTIGO 1 – ESTABILIDADE DA POPULAÇÃO DE PLANTAS DO CAPIM FAIXA-BRANCA SUBMETIDO A FREQUÊNCIAS DE DESFOLHAÇÃO
Tabela 1. Densidade populacional de perfilhos basais (perfilhos.m-²) do capim faixa-branca
submetido a frequências de desfolhação e distintas épocas do ano .......................................... 34
i
RESUMO
RIZATO, Cesar Augusto. Perfilhamento e produção de forragem do capim faixa-branca
submetido a frequências de desfolhação. Sergipe: UFS, 2017, 60 p. (Dissertação –
Mestrado em Zootecnia).
O objetivo com este trabalho foi avaliar a dinâmica do perfilhamento, produção de forragem e
potencial de utilização do capim faixa-branca submetido a quatro frequências de desfolhação:
Muito Alta (25 cm), Alta (35 cm), Média (45 cm) e Baixa (55 cm), avaliadas em duas épocas
do ano (maior e menor insolação) no período de janeiro de 2015 a janeiro de 2016. Utilizou-se
o delineamento em blocos casualizados, com quatro repetições e medidas repetidas no tempo.
A elevação na frequência de desfolhação aumentou o número de gerações de perfilhos, taxas
de aparecimento e mortalidade de perfilhos, densidade populacional de perfilhos aéreos e o
potencial de utilização da forragem e reduziu a taxa de sobrevivência de perfilhos, produção
diária de colmo, senescência diária de folhas, produção total diária e o acúmulo líquido diário
líquido de forragem. A produção diária de folhas foi menor na frequência muito alta em
relação às outras frequências. Na época de menor insolação a senescência diária de folhas, as
taxas de aparecimento e mortalidade de perfilhos foram maiores, em contrapartida, a taxa de
sobrevivência, balanço, densidade populacional de perfilhos aéreos, produção diária de
colmos, acúmulo líquido diário de forragem e o potencial de utilização de forragem foram
menores. A densidade populacional de perfilhos basais aumentou com elevação das
frequências de desfolhação e foi maior na época de maior insolação nas frequências muito alta
e alta. A frequência de desfolhação muito alta não proporcionou um bom desenvolvimento da
planta, enquanto que a frequência baixa apresentou elevada produção de colmos. As
frequências de desfolhação e épocas do ano avaliadas não alteram a estabilidade da população
de plantas do capim faixa-branca, quando irrigado, garantindo assim sua persistência. Maiores
frequências de desfolhação resultam em maior renovação de perfilhos do capim faixa-branca.
As frequências de desfolhação alta e média são mais indicadas para a desfolhação do capim
faixa-branca, promovendo uma melhor proporção de folhas em relação a colmos.
Palavras-chave: Altura de cortes, Digitaria eriantha, pastagem irrigada, persistência da
pastagem, manejo racional
ii
ABSTRACT
RIZATO, Cesar Augusto. Tillering and forage production of digitgrass under defoliation
frequencies. Sergipe: UFS, 2017, 60 p. (Dissertation – MSc. in Animal Science).
This study was conducted to evaluate the tillering dynamics, forage production, and use
potential of digitgrass subjected to four defoliation intensities: Very High (25 cm), High (35
cm), Medium (45 cm), and Low (55 cm), evaluated in two periods of the year (higher and
lower insolation) from January 2015 to January 2016. A randomized-block design with four
replicates was adopted and measures repeated over time. Increasing defoliation frequencies
increased the number of tiller generations, tiller appearance and mortality rates, aerial tiller
density, and forage use potential and reduced tiller survival rate, daily stem production, daily
leaf senescence, total daily production, and net daily accumulation of forage. Daily leaf
production was lower at the Very High frequency as compared with the other frequencies. In
the period of lower insolation, daily leaf senescence and tiller appearance and mortality rates
were higher, while survival rate, balance, aerial tiller density, daily stem production, net daily
accumulation of forage, and forage use potential were lower. Basal tiller density increased as
the defoliation densities were elevated, with higher values observed during the period of
greater insolation at the Very High and High frequencies. The Very High defoliation
frequency did not provide good plant development, whereas the Low frequency led to
increased stem production. The defoliation frequencies and times of the year evaluated here
do not change the population stability of digitgrass plants when irrigated, thus ensuring its
persistence. Higher defoliation frequencies result in greater tiller renewal in digitgrass. The
High and Medium defoliation frequencies are more suitable for the defoliation of digitgrass,
promoting a larger proportion of leaves in relation to stems.
Key words: Digitaria eriantha, harvest height, irrigated pasture, pasture persistence, rational
management
1
1. INTRODUÇÃO
A população mundial vem crescendo anualmente, aumentando a demanda por
alimentos, seja este derivado animal ou vegetal. O Brasil possui aproximadamente 196
milhões de hectares com pastagens (FAO, 2017), sendo que essas áreas de pastagem vêm
apresentando baixo crescimento nos últimos anos, devido ao aumento das áreas agrícolas, de
urbanização e de reflorestamento, em sua maioria, por substituição as áreas cultivadas com
pastagens (DIAS-FILHO, 2014). Neste sentido, estudos que visem definir estratégias de
manejo racionais dos sistemas de produção animal são necessários, objetivando maior
eficiência de utilização da pastagem e, consequentemente, maiores ganhos produtivos. Assim,
esses estudos são importantes e necessários, pois a base da alimentação de ruminantes no
Brasil é composta basicamente por meio de gramíneas forrageiras, em sua maioria, manejadas
de forma incorreta. Esse manejo incorreto pode ser desencadeado por falta de conhecimento
do produtor e, ou, ausência de informações consistentes de manejo para determinadas
espécies de gramíneas forrageiras, como ocorre para o capim faixa-branca (Digitaria eriantha
cv. Suvernola).
O capim faixa-branca tem sido descrito como tolerante às regiões com baixa
precipitação pluviométrica, elevada temperatura média e a solos com baixa fertilidade natural
(NAVARRO et al., 2005), contudo se mostra responsivo a irrigação (OLIVEIRA et al., 2015)
e a adubação nitrogenada (SOUZA et al., 2016). Apresenta digestibilidade entre 54,0 e
68,0%, teor de proteína bruta entre 7,0% e 9,9% (GUEVARA; ESPINOZA, 2006) e
nutrientes digestíveis total de 54,9% (OLIVEIRA et al., 2015), sendo recomendada para
sistemas intensivos de produção de carne e leite em pastagens (ARONOVICH; CASTAGNA;
ARONOVICH, 1996). Estas informações demonstram que o capim faixa-branca apresenta
potencial de utilização em pastagens. Contudo, é importante ressaltar que estudos acerca de
modificações produtivas e na dinâmica do perfilhamento em relação à alterações nas metas de
desfolhação ainda são escassos, especialmente nas condições edafoclimáticas do estado de
Sergipe, no nordeste brasileiro.
Historicamente, as pesquisas realizadas com manejo da pastagem e do pastejo no Brasil,
assim como a introdução e avaliação de novos cultivares de gramíneas e leguminosas focaram
especialmente a produção total de forragem. Isto resultou em informações regionalizadas, o
que vem dificultando a utilização das informações geradas em outros ecossistemas. Na
maioria dos trabalhos, o processo de acúmulo de forragem era considerado de forma
individualizada, sem considerar aspectos relacionados à competição por luz e a população de
plantas (DA SILVA; NASCIMENTO JR., 2006). Desta forma, as avaliações normalmente se
2
baseavam em uma escala cronológica (tempo fixo), desconsiderando características
fisiológicas e/ou de desenvolvimento das plantas.
Recentemente, o foco da pesquisa com plantas forrageiras mudou significativamente.
Atualmente, os ensaios realizados visam o entendimento do processo de acúmulo de
forragem, isto é, como a planta cresce e se desenvolve, bem como a compreensão das
modificações morfofisiológicas que ocorrem em virtude do pastejo, da adubação, da irrigação,
das mudanças climáticas, entre outros (DA SILVA; NASCIMENTO JR., 2007). Neste
sentido, com melhor compreensão dessas interações plantas x meio ambiente é que se começa
a analisar os animais como gerador de produção. Portanto, o estudo mais aprofundado da
dinâmica do perfilhamento da população de plantas de um pasto e da produção de forragem e
seu potencial de utilização contribuirão de forma significativa para auxiliar na definição de
um manejo mais racional do capim faixa-branca.
O objetivo com este trabalho foi avaliar a dinâmica do perfilhamento, produção de
forragem e o potencial de utilização do capim faixa-branca quando submetido a frequências
de desfolhação avaliado em distintas épocas do ano.
3
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1.Espécie forrageira: Digitaria eriantha cv. Suvernola (capim faixa-branca)
O capim faixa-branca é um hibrido do gênero Digitaria, conhecido anteriormente por
Digitaria umfolozii e reclassificado recentemente para Digitaria eriantha cv. Suvernola
(COOK; SCHULTZE-KRAFT, 2015). Este é derivado do cruzamento interespecífico entre a
Digitaria setivalva Stend e a Digitaria valida Stend, desenvolvido pela Universidade da
Flórida em parceria com outros países como Suriname, Venezuela, Brasil, Peru, Porto Rico,
Honduras, México e Malásia. Foi lançado em 1982 pela Estação Experimental da Florida
Agricultural e USDA SCS. A cultivar foi comercializada devida sua resistência ao Pangola
stunt virus (PSV), transmitido pela cigarrinha Sogata furcifera e pela sua alta capacidade de
produção de forragem (SCHANK et al., 1990).
O capim faixa-branca é uma planta perene, com colmo ereto agrupado em touceiras que
se espalha pela superfície do solo por estolões e com um sistema radicular rizomatoso. Em
condições favoráveis, durante as fases iniciais de seu estabelecimento, emite estolões com
mais de 2 metros de comprimento, acelerando o processo de cobertura do solo. A propagação
vegetativa se dá pelo uso de touceiras ou estolões. Apresenta uma característica interessante
que é a capacidade de captar orvalho, permitindo-lhe absorção de água, conferindo assim
certa tolerância a seca. Apresenta-se adaptada a regiões com baixa precipitação pluviométrica
e elevada temperatura média, bem como a solos com baixa fertilidade natural (NAVARRO et
al., 2005).
Atualmente, o capim faixa-branca tem sido muito utilizado no Nordeste Brasileiro,
especialmente, nos estados de Sergipe e Alagoas (SOUZA et al., 2016). Embora se adapte a
solos com baixa fertilidade, o capim faixa-branca mostra-se responsivo a adubação
nitrogenada. Quando avaliado com diferentes doses de nitrogênio (0, 100, 200, 300 e 500
kg.ha-1), o capim-faixa-branca apresentou aumento na renovação de tecidos e na produção de
forragem, estabilizando-se quando a planta foi adubada com aproximadamente 300 kg.ha-1 de
nitrogênio (SOUZA et al., 2016).
Apesar de mostrar-se adaptada a regiões com baixa precipitação, o capim faixa-branca é
responsivo a irrigação. Ao ser comparado com outras quatro gramíneas e avaliado com
irrigação e sem irrigação, quando irrigado apresentou aumento de 83% na produção total de
matéria seca. Além de se destacar entre as gramíneas avaliadas apresentando maior relação
lamina colmo no tratamento não irrigado, indicando ter um melhor valor nutricional, por
apresentar maior proporção de folhas mesmo no período seco do ano (OLIVEIRA et al.,
4
2015). Adicionalmente, apresenta digestibilidade entre 54 e 68%, teor de proteína bruta entre
7% e 9,9% (GUEVARA; ESPINOZA, 2006) e nutrientes digestíveis totais de 54,9%
(OLIVEIRA et al., 2015), sendo recomendada para sistemas intensivos de produção de carne
e leite em pastagens (ARONOVICH; CASTAGNA; ARONOVICH, 1996).
2.2.Morfogênese
O acúmulo de forragem em uma comunidade de plantas é resultado do balanço entre os
processos de crescimento, senescência e morte de tecidos (HODGSON et al., 1990),
decorrentes da dinâmica de crescimento e desenvolvimento que ocorrem em perfilhos
individuais (morfogênese) e na população de perfilhos (perfilhamento). A morfogênese tem
sido descrita como a dinâmica da produção e crescimento dos órgãos de uma planta em
relação ao tempo e espaço (LEMAIRE; CHAPMAN, 1996). A morfogênese de uma planta
forrageira de clima temperado no estádio vegetativo, pode ser demonstrada através da taxa de
aparecimento da folha (TApF), taxa de alongamento de folhas (TAlF) e duração de vida da
folha (DVF) (LEMAIRE; CHAPMAN, 1996) (Figura 1).
a) taxa de aparecimento de folhas (TApF): número de folhas surgidas em cada perfilho por
unidade de tempo, ressaltando que seu inverso, o filocrono, estima o intervalo de tempo para
o aparecimento de duas folhas consecutivas.
b) taxa de alongamento foliar (TAlF): é o efeito cumulativo da divisão e alongamento celular
(SCHNYDER et al., 2000).
c) duração de vida da folha (DVF): período durante o qual há acúmulo de folhas no perfilho
sem que seja detectada qualquer perda por senescência (LEMAIRE; AGNUSDEI, 2000).
Essas características, definidas geneticamente para cada planta forrageira, sofrem
influencia de variáveis ambientais (luminosidade, temperatura, fotoperíodo, tipo e fertilidade
do solo), determinando as características estruturais do dossel, como o comprimento final da
lâmina foliar, número de folhas vivas por perfilho e densidade populacional de perfilhos.
a) comprimento final da folha: produto da TApF e a TAlF. Variações nestas taxas por meio de
práticas de manejo (intensidade e freqüência de desfolhação) ou flutuações climáticas podem
ocasionar variações no comprimento final da folha.
b) número de folhas vivas por perfilho: é uma constante genotípica (DAVIES, 1988) e está
diretamente influenciada pela TApF e DVF.
c) densidade populacional de perfilhos: diretamente influenciada pela TApF, através da
determinação do número potencial de gemas axilares e do “site filling” (proporção de gemas
axilares existentes que efetivamente se transformam em novos perfilhos) que, juntos,
5
determinam a taxa de aparecimento de perfilhos. O equilíbrio entre a taxa de aparecimento de
perfilhos e a taxa de mortalidade de perfilhos determina a população de perfilhos do pasto.
Estas características estruturais definirão o índice de área foliar do pasto, que
influenciado pelo manejo do pastejo, determinará os padrões de competição por luz
(quantidade e qualidade da luz) no interior do dossel.
.
Figura 1 - Diagrama esquemático das relações entre as características morfogênicas e
estruturais da pastagem. (Adaptado de LEMAIRE; CHAPMAN, 1996).
Para gramíneas de clima tropical observou-se um comportamento diferenciado e
particular, a taxa de alongamento de colmos. Esta interfere na estrutura do dossel de forma
significativa, alterando a relação lâmina:colmo e o equilíbrio do processo de competição por
luz (SBRISSIA; DA SILVA, 2001) (Figura 2). A relação lâmina:colmo é a razão entre a
massa de lâminas foliares e a massa de colmos. Apresenta influência direta com o valor
nutritivo da forrageira e o padrão de comportamento ingestivo dos animais em pastejo
(TRINDADE et al., 2007).
6
Figura 2 - Modelo conceitual das relações entre característica morfogênicas e estruturais de
plantas forrageiras de clima tropical (Adaptado de LEMAIRE; CHAPMAN, 1996
por SBRISSIA; DA SILVA, 2001).
2.3.Dinâmica da população de perfilhos
O perfilho é considerado a unidade básica das gramíneas ( HODGSON, 1990). Cada
perfilho é formado por uma sequencia de fitômeros, um acima do outro, com diferentes
estágios de crescimento (VANTINE; MATTHEW, 1999). Cada nova folha surgida no colmo
representa um novo fitômero, formado a partir da diferenciação do meristema apical, onde os
superiores são mais novos (NASCIMENTO JR.; ADESE, 2004). Um fitômero é constituído
por lâmina foliar, lígula, bainha foliar, entrenó, nó e gema axilar (CRUZ; BOVAL, 1999) e
para alguns autores como MATTHEW; YANG; POTTER (1998) as raízes também fazem
parte desta constituição.
Para que a população de perfilhos de uma gramínea seja considerada estável é
necessário que ocorra um equilíbrio entre morte e aparecimento de perfilhos, ou seja, cada
perfilho que morre deve ser substituído por um novo perfilho (SBRISSIA; DA SILVA, 2014).
Flutuações climáticas que ocorrem ao longo do ano ocasionadas pelas distintas épocas
potencializam ainda mais essas interações, visto que a oferta de fatores de crescimento como
água, temperatura, luz e nutrientes, interferem de forma expressiva no processo de
perfilhamento (LANCER, 1963).
A dinâmica da competição intraespecífica que ocorre entre os perfilhos de um pasto é
uma resposta da população de plantas a complexa renovação de folhas e tecidos em perfilhos
7
individuais (SBRISSIA; DA SILVA, 2014), que ocorre por meio de um processo de
compensação tamanho/densidade populacional de perfilhos (SBRISSIA; DA SILVA, 2008),
esse processo é basicamente a morte perfilhos devido a competição por luz que ocorre no
interior do dossel (SBRISSIA; DA SILVA, 2014). Tal processo pode ser dividido em fases
(Figura 3).
Figura 3 - Ilustração esquemática da compensação tamanho/densidade populacional de
perfilhos (DPP) em pastagens (Adaptado de MATTHEW et al., 1995 por
SBRISSIA; DA SILVA, 2014).
Após uma desfolhação severa, inicialmente a rebrotação das plantas se dá pelo aumento
no número de perfilhos e do tamanho de cada perfilho, representado pela fase 1 (Figura 3).
Logo, se inicia um processo de restrição na quantidade e qualidade de luz no interior do
dossel, reduzindo drasticamente o perfilhamento, podendo haver até morte de perfilhos, nesta
fase 2 acréscimos de IAF são decorrentes do aumento no tamanho dos perfilhos (Figura 3). A
partir do momento que o pasto atinge IAF potencial para a condição de luz disponível, este é
sustentado por um mecanismo compensatório (tamanho/densidade), onde a redução na
densidade populacional de perfilhos são compensados pelo tamanho dos perfilhos,
assegurando assim a estabilidade do IAF na fase 3 (Figura 3). Caso o período de rebrotação se
estenda por mais tempo, a mortalidade de perfilhos irá aumentar significativamente, podendo
comprometer até a recuperação da planta após a desfolhação, fase 4 (Figura 3). Neste sentido,
o melhor momento para iniciar a desfolhação é considerado ideal onde as duas retas da fase 2
e 3 se cruzam (Figura 3) (SBRISSIA; DA SILVA, 2014).
8
A disponibilidade de água, temperatura e nutrientes, atuam como moduladores,
aumentando ou reduzindo a velocidade do processo, visto que, a quantidade e qualidade da
luz é que determina o equilíbrio do processo de rebrotação (SBRISSIA; DA SILVA, 2014).
Vários estudos tem demonstrado esse comportamento, onde plantas manejadas mais
altas apresentam menor densidade populacional de perfilhos, podendo destacar os capins
Marandu (DIFANTE et al., 2008, 2011; PAULA et al., 2012), Xaraés (PEDREIRA;
PEDREIRA; DA SILVA, 2009), Tanzânia (BARBOSA et al., 2011; ZANINE et al., 2013),
Braquiária (PORTELA; PEDREIRA; BRAGA, 2011), entre outros.
Adicionalmente uma população de gramíneas pode ser estável mesmo com uma
densidade populacional de perfilhos baixa (SBRISSIA et al., 2010). Fato este, pode ocorrer
quando a população de perfilhos apresenta altas taxas de sobrevivência (SBRISSIA; DA
SILVA, 2014).
2.4. Crescimento da planta forrageira e referencial do momento de desfolhação
Em plantas forrageiras a taxa de crescimento é uma função de seu IAF e da eficiência
fotossintética das folhas. Inicialmente, a taxa de crescimento da planta forrageira é lenta
resultante da baixa capacidade de interceptação da luz incidente (área foliar reduzida). À
medida que o pasto cresce maior quantidade de carbono é fixada via fotossíntese, em virtude
da maior superfície de capitação de luz (folhas). No geral, as folhas em expansão e jovens
completamente formadas são responsáveis por realizar aproximadamente 38% e 40% da
fotossíntese do dossel, respectivamente, as folhas velhas 18% e as bainhas 4% (PARSONS et
al., 1983). Logo, as taxas de aparecimento e alongamento de folhas aumentam
consideravelmente. Existe ainda uma variação na capacidade fotossintética de folhas
individuais, influenciada por vários fatores como quantidade de radiação solar incidente,
temperatura, suprimento de água e nutrientes e, principalmente, seu estádio de
desenvolvimento. Neste sentido, folhas que se desenvolvem com baixa disponibilidade de luz
no topo do dossel, ambientes estes encontrados em pastos densos possuem menor eficiência
fotossintética se comparado com folhas que desenvolvem com alta disponibilidade de luz
após a desfolhação, no inicio da rebrotação (LEMAIRE; CHAPMAN, 1996). A atividade
especifica de meristemas ou pontos de crescimento são estimulados pela temperatura, através
de seu efeito coordenado tanto sobre os processos de divisão como expansão celular. Assim,
plantas forrageiras submetidas a temperaturas crescentes, apresentam aumento nas taxas de
aparecimento (TApF) e alongamento de folhas (TAlF) e de alongamento de colmos para
gramíneas tropicais. Contudo, como a TApF varia de forma linear com a temperatura e a
9
TAlF de forma assintótica, o tamanho final da folha aumenta rapidamente com aumento da
temperatura até alcançar a estabilização ou leve declínio em altas temperaturas (GASTAL et
al., 1992). A temperatura apresenta efeito estimulador dos processos de divisão e expansão
celular, porém esse varia com a espécie e o hábito de crescimento das plantas. No entanto, há
uma interação entre intensidade luminosa e temperatura, assim uma alta intensidade luminosa
associada a temperaturas baixas implicará em menor proporção de folhas na massa de
forragem. Por outro lado uma baixa intensidade luminosa associada a temperaturas elevadas
resulta em maior proporção de folhas (SBRISSIA; DA SILVA, 2008).
Através da absorção da radiação solar incidente, a planta por meio desse complexo
aparato fotossintético, condicionado por diversos fatores, acumula biomassa. Contudo, à
medida que o pasto cresce a competição por luz aumenta, reduzindo tanto a quantidade como
a qualidade da luz que chega ao interior do dossel. Assim, quando a planta atinge o IAF
considerado “crítico”, no qual 95% da luz solar incidente é interceptada pelo dossel, o seu
padrão de crescimento é modificado. Neste ponto, a planta atinge um número máximo de
folhas vivas. Acima do IAF “crítico”, a taxa de alongamento de colmos acentua-se na
tentativa de alocar novas folhas surgidas no topo do dossel. Por sua vez, o sombreamento
excessivo das folhas localizadas no interior do dossel desencadeia o processo de senescência e
morte de folhas e perfilhos (HODGSON, 1990), situação que pode reduzir o acúmulo de
folhas.
Estes padrões de crescimento e desenvolvimento também foram relatados em outras
plantas forrageiras de clima tropical, como Panicum maximum cv. Tanzânia (BARBOSA et
al., 2007), Urochloa brizantha cv. Marandu (GIACOMINI et al., 2009, GIMENES et al.,
2011), Urochloa brizantha cv. Xaraés (PEDREIRA; PEDREIRA; DA SILVA, 2007, 2009),
Urochloa decumbens cv. Basilisk (PORTELA; PEDREIRA; BRAGA, 2011), Urochloa spp.
cv. Mulato (SILVEIRA et al., 2013). Existe uma concordância na literatura em relação a
associação entre altura do dossel e a interceptação luminosa de 95% para plantas de clima
temperado (HODGSON, 1990) e clima tropical (DA SILVA; NASCIMENTO JR., 2007).
Esse fato mostra a potencialidade de utilização da altura pasto ou dossel como referencial de
manejo da desfolhação, promovendo assim mobilizações para melhorar no sentido qualitativo
e quantitativo a colheita de forragem e a produção animal (DA SILVA; NASCIMENTO JR.,
2007). Neste sentido promovendo a transferência de tecnologia encontrada nas pesquisas para
os produtores no campo, com uma linguagem possível de ser compreendida e aplica na
prática. Carnevalli et al. (2006) observaram que a presença de colmos no dossel forrageiro foi
o principal fator de modificação da estrutura do pasto de capim-mombaça, sendo que a
10
frequência de desfolhação de 95% permitiu o controle do desenvolvimento de colmos, tanto
vegetativos quanto reprodutivos. Então, é importante a avaliação da participação do colmo na
taxa de renovação de tecidos, pois esse altera a relação folha:colmo da planta, o valor
nutritivo da forragem, o comportamento ingestivo do animal em pastejo e o consumo de
forragem comprometendo, assim, o desempenho animal e a eficiência de utilização da
forragem (DA SILVA; NASCIMENTO JR., 2007).
Este padrão de resposta também foi revelado para o capim-tanzânia, no qual maior valor
de alongamento de colmos foi registrado em pastos com intervalos entre pastejos superiores
ao ponto de interceptação de 95% da luz incidente (BARBOSA et al., 2007). Barbosa et al.
(2011) também observaram que o maior alongamento de colmos ocorreu durante o outono, e
atribuiu esse fato à época de florescimento do capim-tanzânia. A competição por luz no
interior do dossel forrageiro, então, faz com que as plantas tenham que alongar os colmos
para colocar as novas folhas no topo do dossel, onde a quantidade e qualidade da radiação
incidente são maiores.
É importante salientar que essas modificações nas taxas de crescimento e
desenvolvimento da planta forrageira ao longo da rebrotação do pasto influencia diretamente
a produção de forragem e o desempenho animal. Voltolini et al. (2010a, 2010b) avaliaram o
capim-elefante (Pennisetum purpureum Schum. cv. Cameroon) em lotação rotativa quando
pastejado com 95% de interceptação luminosa (1,00 m de altura) e com intervalo fixo de 26
dias (1,40 m de altura). Os autores revelaram que maiores taxas de lotação (8,27 versus 5,85
UA.ha-1) e produção de leite por área (114 versus 75 kg.ha-1.dia) foram encontradas no
intervalo de pastejo de 95% de interceptação luminosa em relação ao intervalo de pastejo fixo
de 26 dias.
11
3. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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14
ARTIGO 1 – ESTABILIDADE DA POPULAÇÃO DE PLANTAS DO CAPIM FAIXA-BRANCA SUBMETIDO A FREQUÊNCIAS DE DESFOLHAÇÃO
Artigo escrito conforme as normas da Revista Brasileira de Zootecnia
15
ESTABILIDADE DA POPULAÇÃO DE PLANTAS DO CAPIM FAIXA-
BRANCA SUBMETIDO A FREQUÊNCIAS DE DESFOLHAÇÃO
RESUMO: O objetivo com este trabalho foi avaliar a dinâmica do perfilhamento do capim
faixa-branca submetido a quatro frequências de desfolhação: Muito Alta (25 cm), Alta (35
cm), Média (45 cm) e Baixa (55 cm), avaliadas em duas épocas do ano (maior e menor
insolação) no período de janeiro de 2015 a janeiro de 2016. Utilizou-se um delineamento em
blocos casualizados, com quatro repetições e medidas repetidas no tempo. A elevação na
frequência de desfolhação aumentou o número de gerações de perfilhos, as taxas de
aparecimento e mortalidade de perfilhos e a densidade populacional de perfilhos aéreos e
reduziu a taxa de sobrevivência de perfilhos, sem alterar a estabilidade da população de
perfilhos. Na época de menor insolação as taxas de aparecimento e mortalidade de perfilhos
foram maiores e a taxa de sobrevivência, balanço entre mortalidade e aparecimento de
perfilhos e densidade populacional de perfilhos aéreos foram menores. A densidade
populacional de perfilhos basais aumentou com elevação das frequências de desfolhação e foi
maior na época de maior insolação nas frequências muito alta e alta. As frequências de
desfolhação e épocas do ano avaliadas não alteram a estabilidade da população de plantas do
capim faixa-branca, quando irrigado, garantindo assim sua persistência. Maiores frequências
de desfolhação resultam em maior renovação de perfilhos do capim faixa-branca.
Palavras-chave: altura de cortes, Digitaria eriantha, pastagem irrigada, persistência da
pastagem
POPULATION STABILITY OF DIGIT GRASS SUBJECTED TO HIGH
DEFOLIATION FREQUENCIES
ABSTRACT: The objective of this study was to evaluate the tillering dynamics of digit grass
(Digitaria eriantha cv. Suvernola) subjected to four defoliation frequencies: very high (25
cm), high (35 cm), medium (45 cm), and low (55 cm), evaluated at two times of the year
(higher and lower insolation), from January 2015 to January 2016. A randomized-block
design with four replicates was adopted and measures repeated over time. The increase in
defoliation frequency elevated the number of tiller generations, tiller appearance and mortality
rates, and aerial-tiller density; reduced tiller survival rate; and did not change tiller population
16
stability. At the time of lower insolation, the tiller appearance and mortality rates were higher,
while survival rate, balance, and aerial-tiller density were lower. Basal-tiller density increased
as the defoliation frequency was increased, with higher values observed at the time of higher
insolation at the very high and high frequencies. The defoliation frequencies and times of the
year evaluated in this study do not change the population stability of digit grass when
irrigated, thus ensuring its persistence. Higher defoliation frequencies result in greater
renewal of digit grass tillers.
Key Words: Digitaria eriantha, harvest height, irrigated pasture, pasture persistence
Introdução
A base da alimentação de ruminantes no Brasil se dá basicamente pelo uso de
pastagens, em sua maioria, manejadas de forma inadequada. Esse manejo inadequado pode
ser desencadeado por falta de conhecimento do produtor e, ou, ausência de informações
consistentes de manejo para determinadas espécies de gramíneas forrageiras, como ocorre
para o capim faixa-branca. Anteriormente conhecido por Digitaria umfolozii, o capim faixa-
branca foi recentemente reclassificado como Digitaria eriantha cv. Suvernola (Cook and
Schultze-kraft, 2015).
Atualmente, o capim faixa-branca tem sido mais utilizado no Nordeste Brasileiro,
especialmente, nos estados de Sergipe e Alagoas (Souza et al., 2016). Esta gramínea
apresenta-se adaptada a regiões com elevada temperatura média, baixa precipitação
pluviométrica e a solos de baixa fertilidade natural (Navarro et al., 2005), apesar de mostrar-
se responsiva a irrigação (Oliveira et al., 2015) e a adubação nitrogenada (Souza et al., 2016).
Contudo, poucas pesquisas têm sido conduzidas com esta planta forrageira nestes estados.
Vale ressaltar que pesquisas com pastagens no Brasil têm demonstrado que as metas de
manejo devem ser individualizadas para cada planta forrageira, considerando aspectos
relacionados à competição por luz, a população de plantas e o animal em pastejo (Da Silva
and Nascimento Jr., 2007). Este conceito proporcionou manejos mais racionais para os capins
17
Mombaça (Da Silva et al., 2009), Marandu (Gimenes et al., 2011), Xaraés (Sousa et al.,
2011), Mulato (Silveira et al., 2016), entre outros. Assim, este manejo por frequências de
desfolhação associado à dinâmica do perfilhamento, aplicado ao manejo do capim faixa-
branca, poderia gerar informações a respeito de como a planta cresce, acumula forragem e
persiste no sistema produtivo quando desfolhada.
Neste contexto, compreender a dinâmica da população de plantas de um pasto, por meio
das alterações no aparecimento, sobrevivência e mortalidade de perfilhos, bem como a
densidade populacional de perfilhos (Da Silva et al., 2008) é importante para auxiliar na
definições de práticas de manejo mais adequadas. Avaliar essa complexa dinâmica que
envolve a população de perfilhos, se torna uma ferramenta importante para auxiliar nas
recomendações de manejo do capim faixa-branca.
O objetivo com este trabalho foi avaliar a dinâmica da população de perfilhos do capim
faixa-branca submetido a quatro frequências de desfolhação e duas épocas do ano.
Material e métodos
O experimento foi conduzido em área da Universidade Federal de Sergipe - UFS,
sediada no município de São Cristóvão/SE (11º22’ S; 37º12’ W; 47 m), no período de janeiro
de 2015 a janeiro de 2016. Segundo a classificação de Koppen, o clima da região é do tipo
Awa, tropical, com período seco nos meses de setembro a março e período chuvoso de abril a
agosto. A temperatura média anual é 25,6 oC e pluviosidade média anual de 1.409 mm. Os
dados climáticos relativos ao período experimental foram obtidos no Instituto Nacional de
Meteorologia. As médias mensais de insolação, temperatura mínima, média e máxima
encontram-se na Figura 1 e as médias de precipitação são apresentadas na Figura 2.
O solo da área experimental foi classificado como Neossolo Quartsarênico de textura
arenosa, relevo plano, o qual apresentava as seguintes características químicas: pH em água =
18
5,49; P (Mehlich-1) = 3,90 e K = 138 mg.dm-3; Ca = 0,38; Mg = 0,35; H + Al = 1,24; SB =
1,21 e CTC (pH 7,0) = 2,45 cmolc.dm-3; e MO = 11,8 g.dm-3. Posteriormente, foram
realizadas as correções de fertilidade do solo, de acordo com as necessidades do solo e
exigências da planta forrageira estudada. Desta forma foram aplicados 100 kg.ha-1 de P2O5 na
forma de superfosfato simples, 100 kg.ha-1 de K2O na forma de cloreto de potássio e 60 kg.ha-
1 de N na forma de ureia em uma única aplicação (Ribeiro et al., 1999).
A forrageira avaliada foi o capim faixa-branca (Digitaria eriantha cv. Suvernola)
estabelecida em uma área de 102 m2. De agosto a dezembro de 2014, a planta forrageira foi
irrigada regularmente e cortada sempre que atingia 40 cm de altura, sendo rebaixadas para 10
cm de altura de resíduo pós-corte. No mês de janeiro de 2015 houve um corte de nivelamento,
nas quais as plantas de todas as parcelas foram rebaixadas para 10 cm, marcando assim o
início das avalições.
Os tratamentos constituíram de quatro frequências de desfolhação: muito alta
(desfolhação quando atingia 25 cm de altura), alta (35 cm), média (45 cm) e baixa (55 cm),
sendo rebaixado a 10 cm de altura de resíduo pós-corte, avaliados em dois períodos do ano:
maior insolação (21/01 a 31/03/2015 e 01/09/2015 a 15/01/2016) e menor insolação (01/04 a
31/08/2015). O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com quatro repetições
e medidas repetidas no tempo. A área útil de cada unidade experimental (parcela)
correspondeu a, aproximadamente, 4,69 m2.
A adubação de produção foi realizada com 300 kg.ha-1.ano-1 de nitrogênio conforme
recomendação de Souza et al. (2016) para o capim faixa-branca, na forma de sulfato de
amônio e 240 kg.ha-1.ano-1 de potássio na forma de cloreto de potássio. A adubação foi
realizada de maneira parcelada, após cada corte, de acordo com o intervalo entre cortes,
conforme recomendação de Sousa et al. (2013), de modo que ao final do período
experimental, todas as parcelas receberam a mesma quantidade de adubo. A altura do capim
19
faixa-branca foi determinada com uma régua, correspondendo à média de cinco pontos por
unidade experimental.
No início do experimento (janeiro 2015), foram marcadas aleatoriamente duas touceiras
por parcela. Todos os perfilhos contidos no interior de cada touceira foram contados e
marcados com arames revestidos de plástico de uma cor determinada. Após cada desfolhação,
todos os perfilhos marcados foram recontados; novos perfilhos foram marcados com uma cor
diferente da utilizada nas marcações anteriores; e os fios dos perfilhos mortos, recolhidos.
Dessa forma, foi possível estimar a população de perfilhos de todas as gerações, e calcular as
taxas de aparecimento, mortalidade e sobrevivência de perfilhos e o balanço entre
aparecimento e mortalidade de perfilhos, conforme descrito por Difante et al. (2008), assim
como o índice de estabilidade da população de perfilhos, conforme descrito por (Bahmani et
al., 2003).
As densidades populacionais de perfilhos basais e aéreos (perfilhos.m-2) foram
estimadas contando todos os perfilhos basais e aéreos, existentes no interior de uma moldura
de metal de 0,25 m2, alocada de forma aleatória em cada unidade experimental. Esta
contagem de perfilhos vivos foi realizada antes de cada corte.
A análise dos dados foi realizada por meio de análise de variância ao nível de 5% de
probabilidade utilizando o modelo PROC MIXED (modelos mistos) do pacote estatístico
SAS. Para escolha da matriz de covariância, foi utilizado o critério de avaliação de Akaike
(Wolfinger, 1993). Possibilitando assim identificar os efeitos das principais causas de
variação, frequência de desfolhação e período do ano e suas respectivas interações. Os efeitos
da frequência de desfolhação, épocas do ano e suas interações, foram considerados fixos e o
efeito de blocos foi considerado aleatório (Littell et al., 2000). As médias foram comparadas
pelo teste de t de Student a 5 % de probabilidade. Para as taxas de aparecimento, mortalidade
e sobrevivência de perfilhos, balanço entre aparecimento e mortalidade da população de
20
perfilhos, índice de estabilidade da população e densidade populacional de perfilhos utilizou-
se o seguinte modelo:
Yijk = μ + Ai + Ej + AEij + Bk + e;
em que Yijk = valor observado da altura i, época j, bloco k; μ = constante geral (média da
população); Ai = efeito da frequência de desfolhação i, i = 1, 2, 3, 4; Ej = efeito da época do
ano j, j = 1, 2; AEij = interação frequência i × época j; Bk = efeito do bloco k, k = 1, 2, 3, 4; e
= erro em que Ai, Ej, AEij e Bk serão testados.
Resultados
As frequências de desfolhação obtidas ficaram próximas às alturas pretendidas, sendo,
em média, 26,2 cm para a altura de 25 cm (Muito Alta); 35,5 cm para a altura de 35 cm
(Alta); 45,8 cm para a altura de 45 cm (Média); e 54,4 cm para a altura de 55 cm (Baixa).
Como todos os cortes foram realizados até a altura de resíduo pós-corte de 10 cm, não foi
possível acompanhar a dinâmica do perfilhamento de perfilhos aéreos, uma vez que estes se
localizam na parte superior do dossel, sendo eliminados na desfolhação.
O padrão de perfilhamento do capim faixa-branca ao longo dos cortes é apresentado na
Figura 3. À medida que reduziu a frequência de desfolhação houve redução no número de
cortes durante o período experimental. Assim, a frequência de desfolhação muito alta (25 cm
de altura) proporcionou 17 cortes, alta (35 cm) resultou em 13 cortes, média (45 cm) em 10
cortes e baixa (55 cm) apenas 9 cortes.
As taxas de aparecimento e mortalidade de perfilhos foram influenciadas (P<0,05) pelas
frequências de desfolhação e épocas do ano. A redução nas frequências de desfolhação
reduziu as taxas de aparecimento e mortalidade de perfilhos do capim faixa-branca (Figuras 4
A e 4 C). No período de menor insolação, as taxas de aparecimento e mortalidade de perfilhos
21
do capim faixa-branca foram maiores em comparação com período de maior insolação
(Figuras 4 B e 4 D).
A taxa de sobrevivência de perfilhos foi influenciada (P<0,05) pelas frequências de
desfolhação e épocas do ano. A redução nas frequências de desfolhação aumentou a taxa de
sobrevivência de perfilhos do capim faixa-branca (Figura 5 A). Na época de maior insolação a
taxa de sobrevivência da população de perfilhos do capim faixa-branca foi maior em
comparação ao período de menor insolação (Figura 5 B).
O balanço entre o aparecimento e a mortalidade de perfilhos não foi influenciado
(P>0,05) pelas frequências de desfolhação, apresentando-se positivo, em média, 0,1089
perfilhos.100 perfilhos-1.dia-1.
O índice de estabilidade da população de perfilhos do capim faixa-branca nas distintas
frequências de desfolhação variou durante todo o período experimental, com valores
flutuando em torno de 1,0 (Figura 6).
A densidade populacional de perfilhos basais do capim faixa-branca foi influenciada
(P<0,05) pela interação entre a frequência de desfolhação e período do ano.
Independentemente do período de avaliação, a redução na frequência de desfolhação do capim
faixa-branca reduziu a densidade populacional de perfilhos basais. A densidade populacional
de perfilhos basais do capim faixa-branca desfolhados nas frequências muito alta e alta foi
maior no período de maior insolação em relação ao de menor insolação (Tabela 1). Por sua
vez, a densidade populacional de perfilhos aéreos foi influenciada (P<0,05) pelas frequências
de desfolhação e pelas épocas do ano. A redução nas frequências de desfolhação reduziu a
densidade populacional de perfilhos aéreos do capim faixa-branca (Figura 7 A). Na época de
maior insolação a densidade populacional de perfilhos foi maior se comparado com a época
de menor insolação (Figura 7 B).
22
Discussão
Como a altura de resíduo pós-corte foi a mesma para todos os tratamentos, isto é, 10
cm, o capim faixa-branca desfolhado com menores frequências apresentou maior tempo de
rebrotação em relação àquele desfolhado com maiores frequências, o que reduziu o número de
cortes (Figura 3). Este padrão proporcionou ainda maior número de gerações de perfilhos nas
maiores frequências de desfolhação, indicando uma maior renovação de tecidos e,
consequentemente, uma população de perfilhos mais jovens no pasto. Perfilhos jovens podem
apresentar maiores taxas de aparecimento e alongamento de folhas (Barbosa et al., 2012),
assim como maior número de folhas vivas e em expansão e menor número de folhas em
senescência em relação à perfilhos mais velhos (Paiva et al., 2012). Essa população mais
jovial pode refletir em ganhos qualitativos, por meio de plantas com maior valor nutricional
(Voltolini et al., 2010), e consequentemente melhor desempenho animal (Gimenes et al.,
2011).
À medida que se reduziu as frequências de desfolhação houve redução nas taxas de
aparecimento e mortalidade de perfilhos do capim faixa-branca (Figuras 4 A e 4 C). Pastos
mais baixos apresentam menor área foliar e, consequentemente, interceptam menos luz, o que
proporciona maior quantidade e qualidade de luz incidente na base do pasto (Da Silva and
Nascimento Jr, 2007). Essa luminosidade, em maior quantidade e qualidade, que chega à base
do dossel favorece a ativação das gemas axilares dormentes e estimula o aparecimento de
novos perfilhos (Sackville-Hamilton et al., 1995). Esse padrão de resposta no qual maiores
frequências de desfolhação resultam em maior taxa de aparecimento de perfilhos também
foram registrados em diversas plantas forrageiras, como os capins Marandu (Difante et al.,
2008), Braquiária (Santana et al., 2014), Mombaça (Montagner et al., 2012), Tanzânia
(Zanine et al., 2013), entre outras.
23
As maiores taxas de aparecimento de perfilhos, normalmente, resultam em maiores
taxas de mortalidade de perfilhos (Difante et al., 2008), como mecanismo compensatório para
manutenção do equilíbrio da população de perfilhos diante a oferta de luz e água (Murphy and
Briske, 1992). Estas maiores taxas de aparecimento e mortalidade de perfilhos resultam em
uma maior renovação de perfilhos, proporcionado uma população mais jovem, que por sua
vez pode refletir em ganhos qualitativos, por meio de plantas com maior valor nutricional
(Voltolini et al., 2010), e consequentemente melhor desempenho animal (Gimenes et al.,
2011).
Com a redução nas frequências de desfolhação houve aumento na taxa de sobrevivência
de perfilhos do capim faixa-branca (Figura 5 A). A produtividade e persistência da pastagem
são influenciadas pela sobrevivência das plantas na comunidade vegetal (Caminha et al.,
2010). Embora a sobrevivência seja uma característica determinada geneticamente, a
disponibilidade de fatores ambientais de crescimento (precipitação, luminosidade,
temperatura, fertilidade do solo, entre outros) em conjunto com as estratégias utilizadas para
desfolhação pode mudar os padrões e a capacidade de renovação de perfilhos no pasto
(Matthew et al., 2000). Neste trabalho, o capim faixa-branca desfolhado com maiores
frequências apresentou menor taxa de sobrevivência de perfilhos (Figura 5 A), proporcionada
por valores mais elevados de aparecimento e mortalidade de perfilhos (Figuras 4 A e 4 C), o
que resultou em uma maior renovação de perfilhos (maior número de gerações) (Figura 3),
comparativamente àquele desfolhado com menores frequências.
É importante ressaltar que as menores taxas de sobrevivência (Figura 5 A) registradas
no capim faixa-branca desfolhado com maiores frequências não significaram menor
persistência da planta forrageira. As variações no padrão do perfilhamento do capim faixa-
branca, notadamente nas taxas de aparecimento (Figura 4 A), mortalidade (Figura 4 C) e
sobrevivência de perfilhos (Figura 5 A) podem ser mais bem avaliadas por meio do índice de
24
estabilidade da população (Difante et al., 2008) e do balanço entre aparecimento e
mortalidade da população de perfilhos. Índice de estabilidade com valores superiores a 1,0
indica que a taxa de sobrevivência associada ao aparecimento de perfilhos compensa a taxa de
mortalidade de perfilhos, havendo, assim, uma tendência de aumento da população. Ao passo
que valores inferiores a 1,0 indicam que a taxa de mortalidade de perfilhos prevalece sobre as
taxas de sobrevivência e aparecimento de perfilhos, podendo, dessa forma, ocorrer reduções
na população de perfilhos. Valores iguais a 1,0 indicam que a população está em uma
condição estável, não ocorrendo aumento e nem redução na população de perfilhos (Bahmani
et al., 2003).
As flutuações encontradas no índice de estabilidade (Figura 6) para o capim faixa-
branca não se mostraram acentuadas, ficando sempre em torno de 1,0. Logo, as alterações
registradas nas taxas de aparecimento (Figura 4 A), mortalidade (Figura 4 C) e sobrevivência
de perfilhos (Figura 5 A) diante as condições impostas pelos tratamentos não comprometeram
a estabilidade da população de perfilhos e nem o balanço entre aparecimento e mortalidade de
perfilhos, indicando que a persistência do pasto durante o período de avaliação não foi
significativamente afetada.
Independente do período de avaliação, a redução na frequência de desfolhação do capim
faixa-branca reduziu a densidade populacional de perfilhos basais (Tabela 1). A quantidade de
perfilhos (densidade populacional) existente em uma comunidade vegetal está associada a um
equilíbrio dinâmico e harmônico entre os processos de morte e aparecimento de perfilhos (Da
Silva et al., 2008). Mudanças na densidade populacional de perfilhos ocorrem quando o
surgimento de novos perfilhos excede ou não a mortalidade. Entretanto, a capacidade de
perfilhar de uma planta diminui com o aumento da área foliar do pasto. De maneira geral,
pastos manejados mais altos apresentam maior área foliar e, consequentemente, maior
interceptação luminosa, diminuindo, assim, a quantidade e qualidade da luz incidente no
25
interior do dossel (Da Silva and Nascimento Jr, 2007). Este padrão reduz a produção de folhas
(Barbosa et al., 2011) e a formação de novas gemas axilares, as quais podem gerar novos
perfilhos. Adicionalmente, este aumento na competição intraespecífica por luz, desencadeia o
processo de mortalidade de perfilhos, resultando em um balanço dinâmico entre o número e o
peso (tamanho) de perfilhos (Sbrissia and Da Silva, 2008). Essa redução na densidade
populacional de perfilhos com o aumento da altura de desfolhação também foi registrado em
outras plantas forrageiras como os capins Marandu (Difante et al., 2011; Paula et al., 2012),
Xaraés (Pedreira et al., 2009), Tanzânia (Zanini et al., 2013), Braquiária (Portela et al., 2011),
entre outros.
É importante ressaltar que a redução nas densidades populacionais de perfilhos basais
(Tabela 1) e aéreos (Figura 7 A) em função da menor frequência de desfolhação não indica
que há degradação do capim faixa-branca, visto os valores obtidos para o índice de
estabilidade da população de perfilhos no período avaliado (Figura 6). Assim, a escolha da
frequência de desfolhação a ser utilizada poderá seguir outros critérios, como produtividade,
qualidade da forragem, consumo e comportamento ingestivo dos animais em pastejo, entre
outros. Para tanto, novos trabalhos se fazem necessários, com maiores períodos de avaliação e
utilização de animais em pastejo.
No período de menor insolação o capim faixa-branca apresentou maiores taxas de
aparecimento de perfilhos (Figura 4 B), de mortalidade perfilhos (Figura 4 D) e menor taxa de
sobrevivência de perfilhos (Figura 5 B). O crescimento da planta forrageira é influenciado por
condições edafoclimáticas (Lemaire and Agnusdei, 2000). No estado de Sergipe, o período de
menor insolação inicia em abril e se estende até agosto (Figura 1), sendo contemplada com
uma menor insolação e temperatura média (Figura 1), maior precipitação (Figura 2) e maior
nebulosidade. Possivelmente, o capim faixa-branca se beneficiou de condições de
temperaturas mais amenas e maior precipitação no período de menor insolação, promovendo
26
assim, maior taxa de aparecimento de perfilhos (Figura 4 B) e, consequentemente, maior taxa
de mortalidade perfilhos (Figuras 4 D), como mecanismo compensatório da manutenção da
população de perfilhos , resultando em menor taxa de sobrevivência (Figura 5 B) de perfilhos
neste período. Segundo Sbrissia et al. (2010), em épocas do ano nas quais as condições
edafoclimáticas são menos limitantes, as plantas potencializam o seu crescimento por meio de
maiores taxas de aparecimento e a mortalidade de perfilhos, derivando em gerações de menor
longevidade e mais produtivas. Este padrão resulta em maior renovação de tecidos no pasto.
Conforme discutido anteriormente, essa maior renovação de tecidos pode favorecer uma
população de perfilhos mais jovem, podendo resultar em plantas com maior valor nutricional
e melhor desempenho animal.
No período de maior insolação a densidade populacional de perfilhos basais do capim
faixa-branca desfolhado nas frequências muito alta e alta (Tabela 1) e a densidade
populacional de perfilhos aéreos (Figura 7 B) foram maiores em relação ao período de menor
insolação. Como a disponibilidade hídrica não foi um fator limitante entre os períodos, a
maior densidade populacional de perfilhos basais e aéreos pode estar ligada a sobrevivências
dos perfilhos, visto que no período de maior insolação foram registrados maior taxa de
sobrevivência de perfilhos (Figura 5 B) e balanço entre aparecimento e mortalidade de
perfilhos.
Conclusões
As frequências de desfolhação e épocas do ano avaliadas não alteram a estabilidade da
população de plantas do capim faixa-branca, quando irrigado, garantindo assim sua
persistência. Maiores frequências de desfolhação resultam em maior renovação de perfilhos
do capim faixa-branca.
27
Referencias
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30
Figuras
Figura 1. Insolação total mensal (h) e temperaturas mínima, média e máxima (ºC) no período
de janeiro de 2015 a janeiro de 2016.
Figura 2. Precipitação total mensal (mm) no período de janeiro de 2015 a janeiro de 2016.
31
Figura 3. Dinâmica populacional de perfilhos basais do capim faixa-branca submetido a
frequências de desfolhação.
Médias seguidas pela mesma letra não diferem pelo teste t de Student.
Figura 4. Taxas de aparecimento e mortalidade de perfilhos do capim faixa-branca submetido
a frequências de desfolhação (Figuras A e C) e distintas épocas do ano (Figuras B e D).
32
Médias seguidas pela mesma letra não diferem pelo teste t de Student.
Figura 5. Taxa de sobrevivência de perfilhos do capim faixa-branca submetido a frequências
de desfolhação (A) e distintas épocas do ano (B).
Figura 6. Índice de estabilidade da população de perfilhos basais do capim faixa-branca
submetido a frequências de desfolhação.
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Índi
de d
e es
tabi
lida
de d
a po
pula
ção
de
perf
ilho
s
Número do corte
Muito Alta
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Índi
ce d
e es
tabi
lida
de d
a po
pula
ção
de
perf
ilho
s
Número do corte
Alta
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Índi
ce d
e es
tabi
lida
de d
a po
pula
ção
de
perf
ilho
s
Número do corte
Média
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
1 2 3 4 5 6 7 8
Índi
de d
e e
stab
iida
de d
a po
pula
ção
de
perf
ilho
s
Número do corte
Baixa
33
Médias seguidas pela mesma letra não diferem pelo teste t de Student.
Figura 7. Densidade populacional de perfilhos aéreos do capim faixa-branca submetido a
frequências de desfolhação (A) e distintas épocas do ano (B).
34
Tabelas
Tabela 1. Densidade populacional de perfilhos basais (perfilhos.m-²) do capim faixa-branca
submetido a frequências de desfolhação e distintas épocas do ano
Período Frequência de desfolhação (cm)
EPM Muito Alta Alta Média Baixa
Maior insolação 775 Aa 730 Ba 562 Ca 528 Ca 11,10
Menor insolação 627 Ab 608 ABb 577 Ba 513 Ca 11,10
EPM = erro padrão da média.
Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem pelo teste t de Student
(P>0,05).
35
ARTIGO 2 - PRODUÇÃO DE FORRAGEM E POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO DO CAPIM FAIXA-BRANCA SUBMETIDO A FREQUÊNCIAS DE DESFOLHAÇÃO
Artigo escrito conforme as normas do Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia.
36
PRODUÇÃO DE FORRAGEM E POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO DO CAPIM
FAIXA-BRANCA SUBMETIDO A FREQUÊNCIAS DE DESFOLHAÇÃO
RESUMO: Objetivo com este trabalho foi avaliar a da produção de forragem e o potencial de
utilização do capim faixa-branca submetido a frequências de desfolhação. Os tratamentos
foram constituídos de quatro frequências de desfolhação: Muito Alta (25 cm), Alta (35 cm),
Média (45 cm) e Baixa (55 cm), avaliados em duas épocas do ano (maior e menor insolação)
entre 2015 e 2016. Utilizou-se o delineamento em blocos casualizados com quatro repetições
e medidas repetidas no tempo. A produção diária de folhas foi menor na frequência muito alta
em relação às outras frequências. A redução das frequências de desfolhação aumentou a
produção diária de colmo, senescência diária de folhas, produção total diária e acúmulo
líquido diário de forragem e diminuiu o potencial de utilização da forragem. No período de
maior insolação a produção diária de colmos, acúmulo líquido diário de forragem e potencial
de utilização de forragem foram maiores e a senescência diária de folhas foi menor. A
frequência de desfolhação muito alta não proporcionou um bom desenvolvimento da planta,
enquanto que a frequência baixa apresentou elevada produção de colmos. As frequências de
desfolhação alta e média são mais indicadas para a desfolhação do capim faixa-branca,
promovendo uma melhor proporção de folhas em relação a colmos.
Palavras-chave: Altura de cortes, Digitaria eriantha, manejo racional, pastagem irrigada
PRODUCTION OF FORAGE POTENTIAL OF UTILIZATION OF DIGIT GRASS
SUBJECTED TO HIGH DEFOLIATION FREQUENCIES
ABSTRACT: The objective of this study was to evaluate the production of forage and the
potential of utilization of digit grass (Digitaria eriantha cv. Suvernola) subjected to four
defoliation frequencies: very high (25 cm), high (35 cm), medium (45 cm), and low (55 cm),
evaluated at two times of the year (higher and lower insolation), from January 2015 to
January 2016. A randomized-block design with four replicates was adopted and measures
repeated over time. The daily production of leaves was lower at the very high frequency in
relation to the other frequencies. The reduction in defoliation frequencies increased the daily
production of stems, the daily leaf senescence, the total daily forage production, and the daily
forage accumulation, and decreased the potential of forage utilization. At the time of higher
37
insolation, the daily production of stems, the daily forage accumulation, the potential of
utilization of forage were higher, and the daily leaf senescence was lower. The very high
frequency of defoliation did not provided a good development of the plan, while the lower
frequency displayed a high production of stems. The high and medium frequencies of
defoliation are more indicated to the defoliation of digit grass, enabling a better proportion of
leaves in relation to stems.
Key words: Digitaria eriantha, harvest height, irrigated pasture, rational management
INTRODUÇÃO
O Brasil possui aproximadamente 196 milhões de hectares com pastagens (FAO, 2017).
Apesar da sua importância para a produção animal no País, os pastos no Brasil, na sua
maioria, são manejados de maneira inadequada e ineficiente. Neste sentido, torna-se essencial
o aprimoramento das técnicas de manejo para cada gramínea, visando colheitas mais
eficientes, equilibrando quantidade com qualidade.
Atualmente, as pesquisas realizadas com pastagem no Brasil focam o conhecimento do
processo de acúmulo de forragem, por meio do entendimento mais detalhado de como a
planta cresce e se desenvolve, bem como a compreensão das modificações morfofisiológicas
que ocorrem em virtude do pastejo, da adubação, da irrigação, das mudanças climáticas, entre
outros (DA SILVA; NASCIMENTO JR, 2007). Esses estudos têm verificado que cada planta
forrageira apresenta exigências específicas de manejo, como alturas de entrada e saída de
animais nos piquetes em lotação rotativa. Isto têm colaborado para determinação de manejos
mais racionais das pastagens para diversas plantas forrageiras, como os capins Mombaça,
Tanzânia, Marandu, Xaraés, Braquiária, Mulato, Cameroon (NASCIMENTO JR et al., 2010),
entre outros.
Ainda que seja crescente a produção científica nessa área, diversas plantas forrageiras
possuem escassas informações técnicas em relação ao seu manejo, gerando, assim, uma
demanda acerca de pesquisas, como é o caso do capim faixa-branca. Conhecido anteriormente
por Digitaria umfolozii, o capim faixa-branca foi recentemente reclassificado como Digitaria
eriantha cv. Suvernola (COOK; SCHULTZE-KRAFT, 2015). Esta gramínea tem seu uso
mais difundido no Nordeste Brasileiro, com destaque para os estados de Sergipe e Alagoas
(SOUZA et al., 2016). O capim faixa-branca apresenta-se adaptado a regiões com baixa
precipitação pluviométrica, devido à sua capacidade de absorver água proveniente do orvalho
e a solos de baixa fertilidade natural (NAVARRO et al., 2005), apesar de mostrar-se
38
responsivo à irrigação (OLIVEIRA et al., 2015) e à adubação nitrogenada (SOUZA et al.,
2016). Quanto aos aspectos qualitativos, apresenta digestibilidade entre 54 e 68%, teor de
proteína bruta entre 7,0% e 9,9% (GUEVARA; ESPINOZA, 2006) e nutrientes digestíveis
total de 54,9% (OLIVEIRA et al., 2015), sendo recomendada para sistemas intensivos de
produção de carne e leite em pastagens (ARONOVICH; CASTAGNA; ARONOVICH,1996).
Apesar de apresentar importância regional, a utilização do capim faixa-branca ainda é
limitada no Nordeste quando comparado a outras plantas forrageiras. Em parte, isto ocorre
devido ao escasso conhecimento acerca das modificações morfofisiológicas e produtivas do
capim faixa-branca quando desfolhado com diferentes alturas, especialmente, nas condições
edafoclimáticas do Nordeste brasileiro. Sendo esse conhecimento imprescindível para
recomendações mais racionais de manejo para esta gramínea.
Assim, o objetivo com este trabalho foi avaliar a produção diária de forragem e dos
componentes morfológicos, bem como o potencial de utilização do capim faixa-branca
submetido a frequências de desfolhação em distintas épocas do ano.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em área cultivada com o capim faixa-branca (Digitaria
eriantha cv. Suvernola), na Universidade Federal de Sergipe - UFS, sediada no município de
São Cristóvão/SE (11º22’ S; 37º12’ W; 47 m), no período de março de 2015 a março de 2016.
Segundo a classificação de Koppen, o clima da região é do tipo Awa, tropical, com período
seco nos meses de setembro a março e período chuvoso de abril a agosto. A temperatura
média anual é 25,6 oC e pluviosidade média anual de 1.409 mm. Os dados climáticos relativos
ao período experimental foram obtidos no Instituto Nacional de Meteorologia. As médias
mensais de insolação, temperatura mínima, média e máxima encontram-se na Figura 1 e as
médias de precipitação são apresentadas na Figura 2.
39
Figura 1- Insolação total mensal (h) e temperaturas mínima, média e máxima (ºC) no período
de março de 2015 a março de 2016.
Figura 2 – Precipitação total mensal (mm) no período de março de 2015 a março de 2016.
O solo da área experimental foi classificado como Neossolo Quartsarênico de textura
arenosa, relevo plano, o qual apresentava as seguintes características químicas: pH em água =
5,49; P (Mehlich-1) = 3,90 e K = 138 mg.dm-3; Ca = 0,38; Mg = 0,35; H + Al = 1,24; SB =
1,21 e CTC (pH 7,0) = 2,45 cmolc.dm-3; e MO = 11,8 g.dm-3. Posteriormente, foram
aplicados 100 kg.ha-1 de P2O5 na forma de superfosfato simples, 100 kg.ha-1 de K2O na forma
de cloreto de potássio e 60 kg.ha-1 de N na forma de ureia em uma única aplicação
(RIBEIRO; GUIMARÃES; ALVAREZ, 1999).
No início do período experimental, o capim faixa-branca sofreu corte de nivelamento,
nas quais as plantas de todas as parcelas foram rebaixadas para 10 cm, marcando assim o
início das avaliações. Os tratamentos constituíram de quatro frequências de desfolhação:
muito alta (desfolhação quando atingia 25 cm de altura), alta (35 cm), média (45 cm) e baixa
15,0
17,5
20,0
22,5
25,0
27,5
30,0
32,5
150,0
175,0
200,0
225,0
250,0
275,0
300,0
325,0
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar
Tem
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tura
(˚C)
Inso
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)
Meses do ano
Insolação Temperatura Máxima Temperatura Média Temperatura Mínima
0
50
100
150
200
250
300
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar
Pre
cipi
taçã
o (m
m)
Meses do ano
40
(55 cm), sendo rebaixado a 10 cm de altura de resíduo pós-corte. As frequências de
desfolhação foram avaliadas em dois períodos do ano: menor insolação (abril a agosto) e
maior insolação (setembro a março). O delineamento experimental foi em blocos
casualizados, com quatro repetições e medidas repetidas no tempo. A área útil de cada
unidade experimental (parcela) correspondeu a, aproximadamente, 4,69 m2.
A adubação de produção foi realizada com 300 kg.ha-1.ano-1 de nitrogênio conforme
recomendação de Souza et al. (2016) para o capim faixa-branca, na forma de sulfato de
amônio e 240 kg.ha-1.ano-1 de potássio na forma de cloreto de potássio. A adubação foi
realizada de maneira parcelada, após cada corte, de acordo com o intervalo entre cortes,
conforme recomendação de Sousa et al. (2013), de modo que ao final do período
experimental, todas as parcelas receberam a mesma quantidade de adubo. A altura do capim
faixa-branca foi determinada com uma régua, correspondendo à média de cinco pontos por
unidade experimental.
Logo após cada corte, no início da rebrotação, foram marcados cinco perfilhos basais
por parcela. Acompanhando o desenvolvimento destes perfilhos a cada sete dias, realizando
medições de alongamento de lâminas foliares vivas e senescentes e de pseudocolmo (colmo e
bainhas foliares). Possibilitando assim estimar as taxas de alongamento de folhas e de colmos
e de senescência foliar (cm.perfilho-1.dia-1) (LEMAIRE; CHAPMAN, 1996). Essas taxas
foram transformadas em produção diária de folhas e colmos e senescência diária de folhas. A
partir desses dados foi possível calcular produção total diária, acúmulo líquido diário e
potencial de utilização, conforme metodologia descrita por Sousa et al. (2013).
A análise dos dados foi realizada por meio de análise de variância ao nível de 5% de
probabilidade utilizando o modelo PROC MIXED (modelos mistos) do pacote estatístico
SAS. Para escolha da matriz de covariância, foi utilizado o critério de avaliação de Akaike
(WOLFINGER, 1993), possibilitando assim identificar os efeitos das principais causas de
variação, frequência de desfolhação e período do ano e suas respectivas interações. Os efeitos
das frequências de desfolhação, épocas do ano e suas interações, foram considerados fixos e o
efeito de blocos foi considerado aleatório (LITTELL; PENDERGAST; NATARAJAN, 2000).
As médias foram comparadas pelo teste de t de Student a 5 % de probabilidade. Para a
produção diária de folhas, produção diária de colmo, senescência diária de folhas, produção
total diária, acumulo líquido diário e potencial de utilização da forragem utilizou-se o seguinte
modelo: Yijk = μ + Ai + Ej + AEij + Bk + e; em que Yijk = valor observado da altura i, época j,
bloco k; μ = constante geral (média da população); Ai = efeito da frequência de desfolhação i,
41
i = 1, 2, 3, 4; Ej = efeito da época do ano j, j = 1, 2; AEij = interação frequência i × época j; Bk
= efeito do bloco k, k = 1, 2, 3, 4; e = erro em que Ai, Ej, AEij e Bk serão testados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As frequências de desfolhação efetivas permaneceram próximas às alturas estipuladas,
na média, 26,2 cm para a altura de 25 cm (Muito Alta); 35,5 cm para a altura de 35 cm (Alta);
45,8 cm para a altura de 45 cm (Média) e 54,4 cm para a altura de 55 cm (Baixa), mostrando
assim um bom controle das alturas durante as avaliações de campo.
A produção diária de folhas foi influenciada (P<0,05) apenas pelas frequências de
desfolhação. A menor produção de folhas do capim faixa-branca foi encontrada na frequência
muito alta em relação às demais frequências (Figura 3).
Figura 3 – Produção diária de folhas do capim faixa-branca submetido a frequências de
desfolhação. *Médias seguidas pela mesma letra não diferem pelo teste t de
Student.
O capim faixa-branca apresentou menor produção de folhas na frequência de
desfolhação muito alta em relação às outras frequências. Possivelmente esta maior frequência
de desfolhação não permitiu o máximo desenvolvimento da planta, pois ao atingir 25 cm de
altura o processo de rebrota foi interrompido, visando atender as condições impostas pelo
tratamento, não atingindo o seu potencial de produção de folhas do dossel forrageiro quando
comparado com as outras frequências, não sendo viável ao manejo, por não permitir que a
planta atinja seu potencial de utilização de folhas. Pois com a desfolhação precoce (25 cm) no
início da rebrotação, o crescimento da planta forrageira é reduzido resultante da baixa
capacidade de interceptação de luz incidente, devido à menor área foliar. De maneira geral, as
folhas em expansão e jovens completamente formadas são responsáveis por aproximadamente
B
AA A
0
10
20
30
40
50
60
Muito Alta Alta Média Baixa
Pro
duçã
o di
ária
de
folh
as(k
g.ha
-1.d
ia-1
)
Frequência de desfolhação (cm)
42
38% e 40% da fotossíntese do dossel, respectivamente, as folhas velhas 18% e as bainhas 4%
(PARSONS et al., 1983).
Por outro lado, as frequências de desfolhação alta (35 cm), média (45 cm) e baixa (55
cm) não diferiram entre si em relação à produção diária de folhas. Por não haver diferenças
entre essas frequências de desfolhação sugere que prolongar demasiadamente o período de
rebrotação até o dossel atingir 55 cm pode não ser viável, por não haver vantagens produtivas
em termos de acúmulo diário de lâminas foliares.
As desfolhações mais frequentes reduzem os intervalos entre as desfolhações (períodos
de descanso), proporcionando maior número de desfolhações ao longo do ano (BARBOSA et
al., 2007; GIMENES et al., 2011) e, consequentemente, maior renovação de perfilhos
(MATTHEW et al., 2000). Este padrão pode interferir diretamente na qualidade da forragem
colhida pelo animal em pastejo (VOLTOLINI et al., 2010; GIMENES et al., 2011). A maior
proporção de folhas no dossel forrageiro é uma característica desejada, pois a folha é o
componente da planta que apresenta melhores valores nutricionais (SANTOS et al., 2008;
ARAUJO et al., 2017) e também é preferencialmente mais consumido por bovinos em pastejo
(TRINDADE et al., 2007).
A produção diária de colmos foi influenciada (P<0,05) pelas frequencias de desfolhação
e épocas do ano. A redução das frequências de desfolhação aumentou a produção diária de
colmo do capim faixa-branca (Figura 4A). Por sua vez, maior produção diária de colmo foi
registrada no período de maior insolação em comparação ao período de menor insolação
(Figura 4B).
Figura 4 – Produção diária de colmos do capim faixa-branca submetido a frequências de
desfolhação (A) e épocas do ano (B). *Médias seguidas pela mesma letra não
diferem pelo teste t de Student.
A maior produção diária de colmos observada na maior frequência de desfolhação foi
devido a maior competição por luz, pois à medida que a planta forrageira cresce e recupera
D
C
B
A
0102030405060708090
Muito Alta Alta Média Baixa
Pro
duçã
o di
ária
de
colm
os(k
g.ha
-1.d
ia-1
)
Frequência de desfolhação (cm)
A
A
B
0102030405060708090
Maior insolação Menor insolação
Pro
duçã
o di
ária
de
colm
os(k
g.ha
-1.d
ia-1
)
Época do ano
B
43
sua área foliar, a competição intraespecífica por luz aumenta, reduzindo a quantidade e a
qualidade da luz que penetra no interior do dossel (DA SILVA; NASCIMENTO JÚNIOR,
2007; PEDREIRA; PEDREIRA; DA SILVA, 2007). Essa competição por luz promove um
alongamento excessivo do colmo em busca de luz, o que determinou maiores produções
diárias de colmos nos dosséis desfolhados com menores frequências. Esse mesmo
comportamento, onde plantas manejadas com menores alturas apresentam reduzida
quantidade de colmos, pode ser observado em outras plantas forrageiras, como os capins
Mombaça (CARNEVALLI et al.,2006), Tanzânia (BARBOSA et al., 2007), Cameroon
(VOLTOLINI et al., 2010), Marandu (GIMENES et al., 2011), Mulato (SILVEIRA et al.,
2016), entre outros.
Vale ressaltar que a produção diária de colmos na menor frequência (55 cm) de
desfolhação aumentou 319% se comparado com a maior frequência (25 cm), o que pode
afetar negativamente o desempenho animal em pastejo. Se comparado com a produção diária
de folhas (Figura 3), a frequência baixa de desfolhação proporcionou uma produção de 1,5
vezes mais colmo em relação a folhas; a frequência média 1,1; a alta 0,7 e a frequência muito
alta 0,5 vezes mais colmo em comparação a folhas, indicando uma maior proporção de folhas
em relação a colmo nas maiores frequências de desfolhação.
O colmo é um componente de menor valor nutritivo comparativamente às lâminas
foliares (TRINDADE et al., 2007; GIMENES et al., 2011). Adicionalmente, o colmo é
considerado um componente que pode restringir o consumo voluntário de forragem, devido
ao impedimento físico que este impõe sobre o processo de pastejo (BENVENUTTI et al.,
2008; DIFANTE et al., 2011), podendo ainda comprometer a eficiência de utilização da
forragem (DIFANTE et al., 2011). Dessa forma, a menor frequência (55 cm) de desfolhação
pode ser excessiva para ser utilizada como meta de desfolhação do capim faixa-branca.
A produção diária de colmos foi 34% maior no período de maior insolação em relação
ao período de menor insolação (Figura 4B). A maior produção diária de colmos no período
maior insolação pode ser decorrente da maior temperatura média, maior luminosidade (Figura
1) e menor nebulosidade, resultante da menor precipitação (Figura 2). De fato, mesmo não
apresentando diferença estatística (P>0,05), a produção diária de folhas no período de maior
insolação foi 8,5% maior em relação ao período de menor insolação, demonstrando a maior
taxa de crescimento e desenvolvimento do dossel, neste período. Além disso, o capim faixa-
branca é classificado como uma planta C4 e que responde muito favoravelmente a maior
quantidade de luz, desde que não haja restrição no suprimento de água, nutrientes, entre
44
outros, contribuindo assim para as maiores taxas de crescimento encontradas neste período de
maior insolação.
A senescência diária de folhas do capim faixa-branca foi influenciada (P<0,05) pelas
frequências de desfolhação e épocas do ano. A redução nas frequências de desfolhação
aumentou a senescência diária de folhas do capim faixa-branca (Figura 5A). Por sua vez, a
maior senescência diária de folhas foi registrada no período de menor insolação em
comparação ao período de maior insolação (Figura 5B).
Figura 5- Senescência diária de folhas no capim faixa-branca submetido a frequências de
desfolhação (A) e épocas do ano (B). *Médias seguidas pela mesma letra não
diferem pelo teste t de Student.
Com a redução nas frequências de desfolhação foi observado o aumento na produção
diária de folhas (Figura 3), de colmo (Figura 4A) e, consequentemente, maior senescência
diária de folhas. A senescência pode ser desencadeada por vários processos distintos, como
ataque pragas e doenças, mudanças de temperatura e comprimento do dia, sombreamento,
estresse hídrico e até mesmo a idade da folha, dessa forma, a senescência faz parte do
desenvolvimento vegetal (TAIZ; ZEIGER, 2009). Folhas novas se desenvolvem no ápice da
planta, promovendo assim na maioria das vezes um processo de sombreamento de folhas mais
velhas, deixando-as com menor eficiência fotossintética (TAIZ; ZEIGER, 2009).
Possibilitando uma melhor compreensão dos resultados encontrados nas diferentes
frequências de desfolhação (Figura 5A), onde as menores frequências de desfolhação
contribuíram para a maior senescência diária de folhas, que pode ter sido proporcionado por
um maior sombreamento das folhas velhas “inferiores” do dossel forrageiro. Pastos mais altos
interceptam mais luz, limitando a quantidade e qualidade de luz que atinge a base do dossel
(CARNEVALLI et al., 2006). Esse processo de sombreamento inibe a ativação de gemas
axilares dormentes, que poderiam desenvolver novos perfilhos (SACKVILLE-HAMILTON
et al., 1995) e desencadeia o processo de mortalidade de perfilhos, resultando em um balanço
C
BB
A
0
10
20
30
40
50
Muito Alta Alta Média Baixa
Sen
escê
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diá
ria
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olha
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g.ha
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ia-1
)
Frequência de desfolhação (cm)
A
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30
40
50
Maior insolação Menor insolação
Sen
escê
ncia
diá
ria
de f
olha
s(k
g.ha
-1.d
ia-1
)
Época do ano
B
45
dinâmico entre o número e o peso (tamanho) de perfilhos (SACKVILLE-HAMILTON et al.,
1995, SBRISSIA; DA SILVA, 2008). Adicionalmente, as folhas possuem uma duração de
vida (longevidade), possivelmente esta longevidade pode ter sido ultrapassada pelo maior
período de rebrotação necessário para que as plantas atingissem as maiores alturas de
desfolhação nas menores frequências. Nesse sentido, folhas mais velhas entram em
senescência para que novas folhas surjam no ápice das plantas, mantendo assim o número de
folhas vivas.
Quanto à época do ano, as folhas apresentaram maior senescência diária no período de
menor insolação. Possivelmente a meio senescência seja devido ao menor desenvolvimento
da planta, onde para se atingir a altura de desfolhação no período de maior insolação leva 31,5
dias enquanto o de menor insolação 37 dias. Pois as folhas apresentam uma duração de vida
(longevidade), levando a maior senescência em períodos maiores, o que desencadearia uma
maior taxa de senescência de folhas e, consequentemente, uma maior senescência diária de
folhas do dossel. Essa variação na duração de vida da folha em distintas condições climáticas
também foram relatados para os capins Braquiária (SANTOS et al., 2011), Marandu
(CARVALHO et al., 2016), Xaraés (SOUSA et al., 2011), entre outros.
A produção total diária foi influenciada (P<0,05) apenas pelas frequências de
desfolhação. A redução nas frequências de desfolhação aumentou a produção total do capim
faixa-branca (Figura 6).
Figura 6 – Produção total diária do capim faixa-branca submetido a frequências de
desfolhação. *Médias seguidas pela mesma letra não diferem pelo teste t de
Student.
A produção total diária aumentou à medida que se reduziram as frequências de
desfolhação, fato que está diretamente relacionado com a produção diária de folhas (Figura 3)
D
C
B
A
0
20
40
60
80
100
120
140
Muito alta Alta Média Baixa
Pro
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o to
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iári
a
(kg.
ha-1
.dia
-1)
Frequência de desfolhação (cm)
46
e de colmos (Figura 4A). Como a produção diária de folhas (Figura 3) não diferiu entre as
frequências de desfolhação alta, média e baixa, certamente, essa elevação na produção total
diária deve-se à maior produção diária de colmos (Figura 4A). Assim, pode ser observado que
a contribuição de colmos na produção total diária aumenta linearmente com a redução nas
frequências de desfolhação, indicando uma redução na proporção de folhas no dossel
forrageiro, sugerindo não ser interessante esperar o capim faixa-branca atingir 55 cm de altura
(baixa frequência) para iniciar a desfolhação. Além da maior proporção de colmos em relação
a folhas no dossel forrageiro impor um menor valor nutricional da pastagem nas menores
frequências de desfolhação (VOLTOLINI et al., 2010).
O acúmulo líquido diário de forragem foi influenciado (P<0,05) pelas frequências de
desfolhação e épocas do ano. A redução nas frequências de desfolhação aumentou o acúmulo
diário de forragem do capim faixa-branca (Figura 7A). Por sua vez, maior acúmulo foi
registrado no período de maior insolação em comparação com o período de menor insolação
(Figura 7B).
Figura 7 – Acúmulo líquido diário de forragem do capim faixa-branca submetido a
frequências de desfolhação (A) e épocas do ano (B). *Médias seguidas pela
mesma letra não diferem pelo teste t de Student.
O acúmulo líquido de forragem pode ser melhor compreendido ao avaliar de forma
conjunta dois aspectos intimamente relacionados, perfilhos individuais e a população de
perfilhos. Ao analisar os processos que se dá em nível de perfilho individual, o acúmulo é
resultado da diferença de crescimento de folhas e colmos e senescência foliar. Porém
pastagens são formadas por uma população de perfilhos, assim o acúmulo é determinado
também pelas mudanças no número de perfilhos ligados aos processos de crescimento e
senescência foliar em perfilhos individuais, dessa forma as interações entre esses dois níveis
irão resultar no acumulo líquido de forragem (SBRISSIA; DA SILVA, 2014). Embora o
CBC
ABA
0102030405060708090
100
Muito Alta Alta Média Baixa
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A
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Maior Insolação Menor Insolação
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ário
de
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(kg
/ha.
dia)
Época do ano
B
47
acúmulo líquido diário de forragem tenha aumentado com a redução das frequências de
desfolhação, a contribuição de colmos também se mostrou relativamente maior (Figura 4A)
nesta frequência. Como já sugerido anteriormente, esta menor frequência de desfolhação pode
ser excessiva para iniciar a desfolhação do capim faixa-branca.
O acúmulo líquido diário de forragem foi maior na época de maior insolação em relação
ao período de menor insolação. O acúmulo líquido diário de folhas se apresentou 8,5% maior
no período de maior insolação, o acúmulo diário de colmos (Figura 4B) foi 34% maior neste
mesmo período e a senescência diária de folhas foi 16,4% menor em relação ao período de
menor insolação (Figura 5B). Assim, certamente, o maior acúmulo líquido diário de forragem
no período de maior insolação se deve, principalmente, à maior produção diária de colmos e à
menor senescência diária de folhas.
O potencial de utilização de forragem do capim faixa-branca foi influenciado (P<0,05)
pelas frequências de desfolhação e épocas do ano. A redução nas frequências de desfolhação
reduziu o potencial de utilização de forragem do capim faixa-branca (Figura 8A). Por sua vez,
o maior potencial de utilização de forragem foi registrado no período de maior insolação em
comparação com o período de menor insolação (Figura 8B).
Figura 8 - Potencial de utilização de forragem no capim faixa-branca submetido a frequências
de desfolhação (A) e épocas do ano (B). *Médias seguidas pela mesma letra não
diferem pelo teste t de Student.
O manejo com maior frequência de desfolhação (25 cm) apresentou maior potencial de
utilização de forragem em relação às outras frequências. Isto significa que mesmo produzindo
menor quantidade diária total de forragem (Figura 6), maior proporção desta forragem estaria
disponível para o animal em pastejo, visto que as perdas por senescência diária também foram
menores (Figura 5A). Neste contexto, mesmo que o acúmulo líquido diário de forragem
(Figura 7A) do capim faixa-branca apresente-se maior quando as desfolhações são menos
frequentes (maiores alturas), metas de manejo com alturas excessivamente elevadas,
AB B B
0102030405060708090
Muito Alta Alta Média Baixa
Pot
enci
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Frequência de desfolhação (cm)
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Maior insolação Menor insolação
Pot
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al d
e ut
iliz
ação
de
forr
agem
(%
)
Época do ano
B
48
resultantes de maiores períodos de rebrotação, podem ser indesejáveis, visto o acentuado
acúmulo de colmos e forragem morta.
O potencial de utilização de forragem foi maior no período de maior insolação. A
produção total de forragem não diferiu (P>0,05) entre as épocas do ano, contudo, a
senescência diárias de folhas (Figura 5B) foi menor no período de maior insolação,
proporcionando maior potencial de utilização neste período do ano. Isto significa que mesmo
com as produções totais similares, porém com menor senescência de folhas, maior quantidade
de forragem estaria disponível para o consumo animal.
De uma maneira geral, a frequência de desfolhação muito alta (25 cm) não
proporcionou elevada produção diária de folhas, crescimento diário total e acúmulo diário,
demonstrando que a produtividade do capim faixa-branca ficou aquém do seu potencial.
Enquanto que a baixa frequência desfolhação, quando o dossel atingia 55 cm também não foi
muito favorável, por não apresentar vantagem produtiva em relação à produção diária de
folhas, comparativamente àquele manejado com as frequências alta (35 cm) e média (45 cm).
Além disso, a maior produção total e acúmulo líquido diário com esse manejo foi resultado de
elevada produção diária de colmos e senescência diária de folhas, o que indica uma acentuada
queda da qualidade da forragem produzida.
CONCLUSÕES
As frequências de desfolhação alta e média são mais indicadas para a desfolhação do
capim faixa-branca.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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