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MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL PROMOTORIA ELEITORAL 1ª ZONA ELEITORAL DE GOIÂNIA-GO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ ELEITORAL DA 1ª ZONA
ELEITORAL DE GOIÂNIA-GO.
O MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL, por seus Promotores Eleitorais
signatários, vem, respeitosamente, com fundamento no art. 41-A da Lei nº
9.504/97 e 22, da Lei Complementar nº 64/90, propor a presente
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL
cumulada com pedido de MEDIDA CAUTELAR
INAUDITA ALTERA PARTE
(Com o Objetivo de Apurar Abuso do Poder Político)
em face:
1) IRAM SARAIVA, brasileiro, Vereador de Goiânia – Presidente da Câmara
Municipal, domiciliado nesta capital, podendo ser encontrado na Câmara
Municipal de Vereadores;
Edifício Sede do MPGO - Rua 23, esq. c/Av. Fued José Sebba, Q. A-6, L. 15/24, sala 148, Jardim Goiás, Goiânia/GO, CEP 74805-100, telefones:(62) 3243 8230 / 3243 8231, e-mail: 78promotoria@mp.go.gov.br 1
MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL PROMOTORIA ELEITORAL 1ª ZONA ELEITORAL DE GOIÂNIA-GO
2) PAULO DE SIQUEIRA GARCIA, brasileiro, Prefeito de Goiânia,
podendo ser encontrado no Paço Municipal, nesta capital;
3) ELIAS VAZ DE ANDRADE, brasileiro, Vereador de Goiânia, domiciliado
nesta capital, podendo ser encontrado na Câmara Municipal de Vereadores;
4) ALFREDO DA ROCHA ARAÚJO FILHO (Alfredo Bambu), brasileiro,
Vereador de Goiânia, domiciliado nesta capital, podendo ser encontrado na
Câmara Municipal de Vereadores;
5) ANSELMO PEREIRA DA SILVA SOBRINHO, brasileiro, Vereador de
Goiânia, domiciliado nesta capital, podendo ser encontrado na Câmara
Municipal de Vereadores;
6) JOSÉ MAURÍCIO BERALDO, brasileiro, Vereador de Goiânia,
domiciliado nesta capital, podendo ser encontrado na Câmara Municipal de
Vereadores;
7) GEOVANI ANTÔNIO BARBOSA, brasileiro, Vereador de Goiânia,
domiciliado nesta capital, podendo ser encontrado na Câmara Municipal de
Vereadores;
8) PAULO SÉRGIO POVOA BORGES, brasileiro, Vereador de Goiânia,
domiciliado nesta capital, podendo ser encontrado na Câmara Municipal de
Vereadores;
Edifício Sede do MPGO - Rua 23, esq. c/Av. Fued José Sebba, Q. A-6, L. 15/24, sala 148, Jardim Goiás, Goiânia/GO, CEP 74805-100, telefones:(62) 3243 8230 / 3243 8231, e-mail: 78promotoria@mp.go.gov.br 2
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9) LUIZ ANTÔNIO TEÓFILO ROSA, brasileiro, Vereador de Goiânia,
domiciliado nesta capital, podendo ser encontrado na Câmara Municipal de
Vereadores;
10) DENÍCIO TRINDADE, brasileiro, Vereador de Goiânia, domiciliado nesta
capital, podendo ser encontrado na Câmara Municipal de Vereadores;
11) CHARLES BENTO EVANGELISTA, brasileiro, Vereador de Goiânia,
domiciliado nesta capital, podendo ser encontrado na Câmara Municipal de
Vereadores;
12) DEIVISON RODRIGUES DA COSTA, brasileiro, Vereador de Goiânia,
domiciliado nesta capital, podendo ser encontrado na Câmara Municipal de
Vereadores;
13) JORGE FRANCISCO DE SOUZA (Jorge do HUGO), brasileiro,
Vereador de Goiânia, domiciliado nesta capital, podendo ser encontrado na
Câmara Municipal de Vereadores;
14) JOÃO FERREIRA GUIMARÃES (Joãozinho Guimarães), brasileiro,
Vereador de Goiânia, domiciliado nesta capital, podendo ser encontrado na
Câmara Municipal de Vereadores;
15) MILTON JOSÉ DAS MERCÊS, brasileiro, Vereador de Goiânia,
domiciliado nesta capital, podendo ser encontrado na Câmara Municipal de
Vereadores;
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16) ANDERSON CRUZ E FREIRE (Pedro Azulão Júnior), brasileiro,
Vereador de Goiânia, domiciliado nesta capital, podendo ser encontrado na
Câmara Municipal de Vereadores;
17) RUSEMBERGUE BARBOSA DE ALMEIDA, brasileiro, Vereador de
Goiânia, domiciliado nesta capital, podendo ser encontrado na Câmara
Municipal de Vereadores;
18) SANTANA DA SILVA GOMES, brasileiro, Vereador de Goiânia,
domiciliado nesta capital, podendo ser encontrado na Câmara Municipal de
Vereadores;
19) SEBASTIÃO MENDES DOS SANTOS (Tiãozinho do CAIS), brasileiro,
Vereador de Goiânia, domiciliado nesta capital, podendo ser encontrado na
Câmara Municipal de Vereadores;
20) VIRMONDES CRUVINEL FILHO, brasileiro, Vereador de Goiânia,
domiciliado nesta capital, podendo ser encontrado na Câmara Municipal de
Vereadores;
21) SIMEYZON SINELIZ FERNANDES SILVEIRA, brasileiro, Vereador de
Goiânia, domiciliado nesta capital, podendo ser encontrado na Câmara
Municipal de Vereadores;
22) AGENOR MARIANO DA SILVA NETO, brasileiro, Vereador de Goiânia,
domiciliado nesta capital, podendo ser encontrado na Câmara Municipal de
Vereadores;
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23) MARIA APARECIDA SIQUEIRA (Cidinha), brasileira, Vereadora de
Goiânia, domiciliada nesta capital, podendo ser encontrada na Câmara
Municipal de Vereadores
24) CÉLIA MARIA DA SILVA VALADÃO, brasileira, Vereadora de Goiânia,
domiciliada nesta capital, podendo ser encontrada na Câmara Municipal de
Vereadores;
25) DJALMA COTINGUIBA ARAÚJO, brasileiro, Vereador de Goiânia,
domiciliado nesta capital, podendo ser encontrado na Câmara Municipal de
Vereadores;
26) EUDES CARDOSO ALVES (Eudes Vigor), brasileiro, Vereador de
Goiânia, domiciliado nesta capital, podendo ser encontrado na Câmara
Municipal de Vereadores;
27) FÁBIO TOKARSKI, brasileiro, Vereador de Goiânia, domiciliado nesta
capital, podendo ser encontrado na Câmara Municipal de Vereadores
28) LUCIANO PEDROSO BENTO, brasileiro, Vereador de Goiânia,
domiciliado nesta capital, podendo ser encontrado na Câmara Municipal de
Vereadores
29) PAULO CÉSAR DE SOUSA (Paulinho Graus), brasileiro, Vereador de
Goiânia, domiciliado nesta capital, podendo ser encontrado na Câmara
Municipal de Vereadores
ante as razões de fato e de direito a seguir expostas:
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I – DOS FATOS:
O Prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, encaminhou
neste ano, precisamente no mês de janeiro (24/01/2012), à Câmara de Vereadores
de Goiânia projeto de lei que reduz a alíquota do ISTI – Imposto Sobre
Transmissão de Imóveis (projeto de lei nº 03).
A propositura veio desacompanhada de estimativa do
impacto orçamentário-financeiro, ou seja, ausentes os estudos sobre o reflexo da
renúncia de receita no orçamento do Município e as medidas de compensação
para equilibrar as contas públicas. Esta omissão está formalmente materializada
no parecer da procuradoria jurídica da Câmara Municipal de Goiânia.
Não obstante, a matéria tramitou no Poder Legislativo
e foi aprovada (em sessão ordinária no dia 22/03/2012, por 18 votos), em total
desacordo com o disciplinado na Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei
Complementar nº: 101/2000, artigo 14) e na Lei das Eleições (Lei Federal nº
9504/97).
Posteriormente, o projeto de lei foi vetado
parcialmente pelo Prefeito Paulo Garcia sob a justificativa de violação à Lei nº
9.504/97 que proíbe a distribuição de benefícios em ano eleitoral.
Entretanto, a Câmara de Vereadores de Goiânia, em
sessão ordinária, rejeitou o veto parcial ao projeto de lei no dia 14 de junho deste
ano, por 19 votos a 04 e, em consequência, a promulgação da lei coube ao
Presidente da Câmara Municipal.
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O Presidente da Câmara Municipal, Vereador Iram
Saraiva, publicou a Lei Complementar nº 226 no Diário Oficial do Município nº
5.372, de 21 de junho do corrente ano.
II – DO DIREITO:
II.1) Da Legitimidade Ativa:
Conforme dispõe o art. 22 da Lei Complementar
64/90 é competente para propor a presente ação, verbis:
Art. 22. Qualquer partido político, coligação,
candidato ou Ministério Público Eleitoral poderá
representar à Justiça Eleitoral, diretamente ao
Corregedor-Geral ou Regional, relatando fatos e
indicando provas, indícios e circunstâncias e pedir
abertura de investigação judicial para apurar uso
indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do
poder de autoridade, ou utilização indevida de
veículos ou meios de comunicação social, em
benefício de candidato ou de partido político,
obedecido o seguinte rito: (Destacou-se).
II.2) Da Competência:
A Portaria nº 431/2012 do Tribunal Regional Eleitoral
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de Goiás, regulamentando a competência das Zonas Eleitorais para as eleições de
2012, especificou que a 1ª Zona Eleitoral de Goiânia é competente para processar
e julgar as Ações de Investigações Judiciais Eleitorais, bem como competente
para a totalização e diplomação dos eleitos e fiscalização da propaganda eleitoral
(poder de polícia).
Assim, como a presente ação trata de investigação
judicial para apurar o abuso do poder político por parte do prefeito e vereadores
do Município de Goiânia, não há dúvidas quanto a competência desta Zona
Eleitoral.
II.3) Do Abuso do Poder Político:
O art. 73, § 10 da Lei 9.504/97 proíbe que a
Administração Pública faça a distribuição gratuita de bens, valores e benefícios
em ano de eleição. Confira-se:
Art. 73. São proibidas aos agentes públicos,
servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a
afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos
nos pleitos eleitorais:
(...)
§ 10. No ano em que se realizar eleição, fica
proibida a distribuição gratuita de bens, valores ou
benefícios por parte da Administração Pública,
exceto nos casos de calamidade pública, de estado de
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emergência ou de programas sociais autorizados em
lei e já em execução orçamentária no exercício
anterior, casos em que o Ministério Público poderá
promover o acompanhamento de sua execução
financeira e administrativa. (Grifou-se).
Vê-se que a legislação eleitoral veda expressamente
iniciativas como essas encabeçadas pelos representados, sem qualquer lastro em
estudos técnicos (legalmente exigidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal), para
dar curso a projeto de lei que claramente concede benefícios fiscais em ano
eleitoral.
Tal projeto de lei, embora possa ter o condão de
incentivar o recolhimento de tributos já vencidos e não pagos, além do grande
alcance social, como definiu um dos Vereadores, não deixa dúvidas sobre sua
finalidade em ano eleitoral, porque sua edição destina-se a conferir benesses a
uma parcela considerável da população. O propósito dirigido à coleta de
dividendos eleitorais junto à comunidade é claro, tanto é assim que os
representados, mesmo cientes da carência de análises financeiras quanto à
repercussão do ato legislativo nas finanças do Município de Goiânia, ignoraram
os alertas sobre a necessidade de exames acerca manutenção do equilíbrio fiscal e
enveredaram-se no caminho fácil do discurso populista, mas coerente ao período
eleitoral:
“....., em razão da redução da alíquota ora proposta,
deixa de ser um empecilho a transferência da
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propriedade.......o proprietário que fizer a
regularização do imóvel até 31 de dezembro deste
ano, recolherá o Imposto....,em valores bem
menores....., situação que proporciona relativa
vantagem ao contribuinte.” (Justificativa do Projeto
de Lei)
“....a medida ora proposta, representará inegável
benefício ao Município, sem prejuízo da receita, uma
vez que tal feito propiciará o aquecimento do
mercado imobiliário e o incentivo à formalização dos
negócios...”(Relatório da Comissão de Constituição,
Justiça e Redação da Câmara).
Não se pode olvidar que os representados são
candidatos a cargo eletivo no pleito deste ano e beneficiaram-se, neste contexto,
com a conduta ilícita.
Nesse ponto, a renúncia fiscal inquinada além de
desfalcar os cofres públicos, importa em benefício direto (financeiro) a um
número indeterminado de contribuintes/eleitores, rompendo o equilíbrio no pleito
que se avizinha.
Não bastasse a infração clara ao dispositivo legal
citado, ainda há afronta ao princípio da igualdade que rege a legislação eleitoral.
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O controle político nesta seara já foi objeto de
pronunciamento no Tribunal Superior Eleitoral, em resposta à Consulta nº
153169 – Brasília/DF, Rel. Ministro Marco Aurélio, acórdão de 20/09/2011, DJE
– Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 207, Data 28/10/2011, pág. 81:
“DÍVIDA ATIVA DO MUNICÍPIO – BENEFÍCIOS
FISCAIS – ANO DAS ELEIÇÕES. A norma do § 10
do art. 73 da Lei 9.504/97 é obstáculo a ter-se, no
ano das eleições, o implemento de benefício fiscal
referente à dívida ativa do Município bem como o
encaminhamento à Câmara de Vereadores de projeto
de lei, no aludido período, objetivando a previsão
normativa voltada a favorecer inadimplentes.”
No voto condutor do acórdão invocado, leading case
da controvérsia posta na presente representação, o relator Ministro Marco Aurélio
proferiu as seguintes considerações:
“... a interpretação teleológica do preceito revela a
impossibilidade de a máquina administrativa ser
manipulada com vistas a conquistar simpatizantes a
certa candidatura. De início, benefícios
concernentes à dívida ativa do Município não
podem, ainda que previstos em lei, ser
implementados no ano das eleições. O mesmo se
diga, no citado período, quanto à iniciativa de
projeto de lei objetivando tal fim. (Grifou-se).
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E continuou:
Repita-se que o dispositivo legal referido visa a
evitar o uso da máquina no que apresenta, sem
dúvida alguma, efeitos nefastos em relação ao
equilíbrio que deve prevalecer na disputa eleitoral.
(Destacou-se).
Assim, não há dúvidas quanto a impossibilidade de
implemento do benefício tributário no ano das eleições como também o
encaminhamento de projeto de lei com essa finalidade em tal período, razão pela
qual a iniciativa legislativa, a aprovação e a derrubada do veto são
indubitavelmente ilegais, condutas taxadas como proibidas pelo ordenamento
jurídico.
Impende ressaltar que a conduta do Prefeito
Municipal está bem delineada nos autos, haja vista que foi dele a iniciativa do
encaminhamento do projeto de lei votado pela Câmara.
Do ponto de vista da jurisprudência, a simples
remessa do projeto de lei à Câmara Municipal demonstra o dolo, o qual se
consubstancia na vontade de praticar o ato, embora tivesse ciência de que não
poderia fazê-lo no período vedado. Neste ponto, convém salientar a
responsabilidade deste representado (Paulo Garcia), visto que sua propositura
lançou no cenário social e político uma medida de alcance imensurável e
revestida de proveito (ganho, dádiva, vantagem).
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Este benefício fiscal, objeto do projeto de lei de
autoria do nominado representado, gerou expectativas, planos, na sociedade e nos
grupos econômicos envolvidos no setor imobiliário. Aliás, os representados
(vereadores) aprovaram-no sem qualquer oposição, tamanha a oportunidade de
promoção pessoal deles perante o eleitorado.
Neste contexto, o manejo do veto ao projeto de lei em
nada interfere no seu dever jurídico de responder pela conduta vedada, pois além
de deflagrar um processo legislativo maculado de vícios e ilegalidades, manteve-
se alheio à movimentação dos demais representados (vereadores) tendente à
rejeição da negativa de sanção.
Este comportamento é de fácil percepção, posto que,
para evitar o desgaste político frente àqueles para os quais anunciara o benefício
fiscal, o representado Paulo Garcia simplesmente exonerou-se de articular a sua
base aliada na Câmara para reverter o quadro. O resultado objetivo desta
indiferença é conferido na recusa do veto por 19 votos.
É público e notório que o representado Paulo Garcia,
na condição de Prefeito de Goiânia, não enfrenta dificuldades de governabilidade
ou de ausência de sustentação política na Câmara Municipal. O site da Câmara
Municipal de Goiânia e a impressa divulgaram notas explicativas do verdadeiro
motivo da derrubada do veto:
“...Para que a matéria fosse aprovada, o Paço
liberou sua bancada para votar contra ou a favor da
queda do veto.....”
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Quanto aos representados, Vereadores de Goiânia,
extreme de dúvidas os seus propósitos em violar a Lei de Regência, pois firmes
estavam em macular o processo eleitoral, ora votando pela aprovação do projeto
de lei ilegal, ora omitindo-se em votar quanto ao veto (CIDINHA SIQUEIRA,
CÉLIA VALADÃO, EUDES VIGOR), ora rejeitando o veto à dita propositura
legislativa.
O representado IRAM SARAIVA, na condição de
Presidente da Câmara, ciente da ruptura legal encerrada no dito projeto de lei,
deu trâmite regular à matéria naquela casa legislativa, inclusive conferindo a ela
caráter de preferência sobre os demais assuntos em pauta. E assim, aderindo aos
propósitos eleitoreiros dos demais representados, incluiu o projeto na pauta do
plenário (em 22/03/2012), em apenas oito dias, após a apresentação de um
substitutivo à propositura original (remetida à Câmara no dia 14/03/2012), de
forma a afrontar a um só tempo a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei das
Eleições.
Ademais, cumpre observar que a vedação imposta
pelo art. 73, § 10 da Lei 9.504/97 consiste em verdadeiro limite circunstancial à
atividade legislativa, uma vez que proíbe a apreciação de determinadas matérias
em ano eleitoral.
Nessa perspectiva, deve-se reconhecer a nulidade do
indigitado projeto e da respectiva lei, por violação às regras do processo eleitoral,
sendo certo que tal vício afetou o equilíbrio das forças políticas interessadas na
disputa.
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O ato praticado pelos representados também poderá
configurar ato de improbidade administrativa, com subsunção no art. 11, caput e
inciso I da Lei 8.429/92, por violar, especialmente, o princípio da legalidade.
Quanto a violação de um princípio norteador da
atividade administrativa por parte de um agente público, Celso Antônio
Bandeira de Mello enfatiza que:
“Violar um princípio é muito mais grave do que
transgredir uma norma. A desatenção ao princípio
implica ofensa não apenas a um específico
mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de
comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou
inconstitucionalidade, conforme o escalão do
princípio atingido, porque representa insurgência
contra todo o sistema, subversão de seus valores
fundamentais, contumélia irremissível a seu
arcabouço lógico e corrosão de sua estrutura
mestra”. (Curso de Direito Administrativo, Malheiros
Editores, 5ª ed., 1994, p. 451).
Ademais, cumpre registrar que os agentes públicos
(representados), na qualidade de detentores de cargos públicos, utilizaram do
mandato público em benefício próprio, ou seja, de suas candidaturas, de forma
que agiram com óbvio desvio e abuso de poder.
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A vantagem financeira divulgada e concretizada no
encaminhamento do projeto de lei e na edição dela, configura ato ilícito eleitoral
atribuível aos representados, cujos efeitos, comprometem a normalidade e o
equilíbrio no pleito, posto que os valores envolvidos na implementação do
benefício fiscal são elevados. O projeto e o ato normativo questionados sequer
criaram critérios objetivos para a escolha dos beneficiários, nem houve a
estipulação de alguma avaliação da condição financeira ou social dos potenciais
favorecidos.
Os representados, enfim, movimentaram a
administração pública movidos por interesses eleitoreiros com a intenção focada
na distribuição de benefício (vantagem financeira) em ano eleitoral, propósitos
estes distorcidos da legalidade, porque desatendem à ressalva prevista no próprio
artigo 73, § 10, da Lei 9504/97 (“...exceto nos casos de calamidade pública, de
estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei e já em
execução orçamentária no exercício anterior...”).
Numa simples operação aritmética, o Secretário de
Finanças do Município anunciou, no site oficial da Prefeitura e na impressa, o
alcance e a expressão monetária da graça concedida pela administração pública,
por conta das atitudes dos representados:
“.....um imóvel no valor de R$ 150 mil gera taxa de
transferência de 5,2 mil. Já com a alíquota de 2% o
valor do imposto de transferência do mesmo imóvel
passará para R$ 3 mil, uma economia de R$ 2
mil.....”
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“....A queda de 1,5% do ISTI beneficiará milhares de
contribuintes......” (site da Prefeitura em 23/03/2012)
Noutra banda, o benefício fiscal referenciado tem
carga potencial bastante para demonstrar o seu caráter eleitoreiro ou de promoção
pessoal dos representados e, neste aspecto, a prática do ato vedado ganha
dimensão apta a modificar o panorama da disputa política, tendo em conta a
gravidade da conduta.
Afinal, o comportamento dos representados, dirigido
a propagandear seus interesses de aspirantes a cargos públicos, teve um efeito
multiplicador no seio da comunidade incontestável (o eleitor não é refratário à
redução de tributos, ao contrário) e atraiu simpatizantes à “causa” em larga
escala.
De modo geral, não há dúvidas que os atos dos
representados caracterizam abuso do poder político, haja vista que, como dito,
utilizaram a máquina administrativa a serviço de suas candidaturas no processo
eleitoral, desvirtuando completamente a ação estatal e desequilibrando o pleito.
Nesse cenário, a Lei Complementar 64/90 estabelece
que aquele que agiram com abuso do poder político serão penalizados com a
inelegibilidade. Confira-se:
Art. 1º São inelegíveis:I - para qualquer cargo:
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h) os detentores de cargo na administração pública
direta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a si
ou a terceiros, pelo abuso do poder econômico ou
político, que forem condenados em decisão transitada
em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado,
para a eleição na qual concorrem ou tenham sido
diplomados, bem como para as que se realizarem nos
8 (oito) anos seguintes; (Redação dada pela Lei
Complementar nº 135, de 2010)
(…)
Art. 22. Qualquer partido político, coligação,
candidato ou Ministério Público Eleitoral poderá
representar à Justiça Eleitoral, diretamente ao
Corregedor-Geral ou Regional, relatando fatos e
indicando provas, indícios e circunstâncias e pedir
abertura de investigação judicial para apurar uso
indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do
poder de autoridade, ou utilização indevida de
veículos ou meios de comunicação social, em
benefício de candidato ou de partido político,
obedecido o seguinte rito:
XIV – julgada procedente a representação, ainda que
após a proclamação dos eleitos, o Tribunal declarará
a inelegibilidade do representado e de quantos hajam
contribuído para a prática do ato, cominando-lhes
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sanção de inelegibilidade para as eleições a se
realizarem nos 8 (oito) anos subsequentes à eleição
em que se verificou, além da cassação do registro ou
diploma do candidato diretamente beneficiado pela
interferência do poder econômico ou pelo desvio ou
abuso do poder de autoridade ou dos meios de
comunicação, determinando a remessa dos autos ao
Ministério Público Eleitoral, para instauração de
processo disciplinar, se for o caso, e de ação penal,
ordenando quaisquer outras providências que a
espécie comportar; (Redação dada pela Lei
Complementar nº 135, de 2010)
Elucidando a questão, José Jairo Gomes ensina em
sua obra “Direito Eleitoral, Ed. Atlas, 7ª edição 2011, p. 222/223” que:
“É intuitivo que a máquina administrativa não possa
ser colocada a serviço de candidaturas no processo
eleitoral, já que isso desvirtuaria completamente a
ação estatal, além de desequilibrar o pleito – ferindo
de morte a isonomia que deve permear as campanhas
e imperar entre os candidatos – e fustigar o princípio
republicano, que repudia tratamento privilegiado a
pessoas ou classes sociais”.
(…)
dispõe o Direito Eleitoral de várias ações cuja
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finalidade precípua consiste em reprimir o uso
abusivo dos poderes econômicos e políticos. Visam
nomeadamente a responsabilização quer seja dos
infratores, quer seja dos beneficiários do ilícito.
Destacam-se entre elas: (i) Ação de Investigação
Judicial Eleitoral (AIJE)”. (Destacou-se).
Assim, não há dúvidas que os requeridos agiram em
descompasso com a Lei Eleitoral merecendo, pois, suportarem o ônus de suas
condutas.
IV – DA MEDIDA CAUTELAR :
A concessão de medida de caráter cautelar requer a comprovação dos requisitos
do periculum in mora e do fumus boni iuris.
No caso em tela, o fumus boni iuris resulta da
violação de dispositivo da Lei nº 9.504/97, eis que em ano eleitoral os
representados deram curso a projeto de lei que concede benefícios fiscais.
O periculum in mora resulta da necessidade de se
obstar a produção de efeitos de uma lei municipal que flagrantemente violou
disposições de lei federal, evitando-se, consequentemente, o desequilíbrio na
paridade do processo eleitoral.
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Assim, é o presente para requerer seja concedida
medida cautelar, determinando a suspensão dos efeitos da Lei Complementar nº
226 de 18/04/2012 (artigos 1º e 2º), que reduziu a alíquota do ISTI – Imposto
Sobre Transmissão de Bens Imóveis, e do eventual Decreto regulamentador da
matéria.
V – DOS PEDIDOS:
Ante o exposto, o Ministério Público Eleitoral requer:
1 - liminarmente, em razão da urgência e por estar constatada a existência do
periculum in mora e do fumus boni iuris, o deferimento da medida cautelar
inaudita altera parte, determinando a suspensão dos efeitos da Lei
Complementar nº 226 de 18/04/2012 (artigos 1º e 2º), que reduziu a alíquota do
ISTI – Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis, e do eventual Decreto
regulamentador da matéria, sob pena do pagamento de multa diária pelo
descumprimento, nos termos do § 4º, do art. 73, da Lei 9504/97, e do art. 23, inc.
II, da Resolução TSE nº 23.367/2012;
2 – a intimação do chefe do Poder Executivo do Município de Goiânia para dar
cumprimento ao determinado no provimento liminar;
3 – a observância do rito previsto no art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de
maio de 1990, conforme prevê o § 12 do art. 73 da Lei nº 9.504/97, e art. 21 da
Resolução TSE nº 23.367/2012;
4 - a notificação dos representados, para, querendo, apresentar defesa no prazo
legal;
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5 - a procedência da representação para:
5.1) ordenar ao Poder Executivo do Município de Goiânia uma
obrigação de não fazer, consistente na abstenção da prática de
qualquer ato administrativo direcionado à execução da Lei
Complementar nº 226 de 18/04/2012 (artigos 1º e 2º) ou do Decreto
regulamentador desta matéria, enquanto perdurar o ano eleitoral;
5.2) seja declarada a inelegibilidade dos representados, cominando-
lhes sanção de inelegibilidade para as próximas eleições do dia 3 de
outubro de 2012, bem como para as eleições a se realizarem nos três
anos subsequentes à eleição em que se verificou o abuso do poder
político, com espeque no art. 22, XIV, da Lei Complementar nº 64/90;
5.3) cassar o registro de candidatura dos representados formalizados
nesta Justiça Eleitoral ou, caso eleitos, o respectivo diploma;
6.3) sujeitar os representados à multa prevista na Lei das Eleições.
O Ministério Público ainda protesta provar por todos
os meios de prova em direito admitidas, ao tempo em que apresenta a
documentação anexa;
Goiânia, 16 de julho de 2012.
Villis Marra Saulo de Castro Bezerra Promotora Eleitoral Promotor Eleitoral
Fausto Campos FaquineliPromotor Eleitoral
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