minha cidade, minha escola!

Post on 22-Jul-2016

219 Views

Category:

Documents

0 Downloads

Preview:

Click to see full reader

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

texto Mel Teófiloilustração Cris Toya

Quando soubemos que estávamos grávidos, começamos a colecionar contos, fábulas e lendas de diversas comunidades ao redor do mundo. Nos preocupamos em trazer para a nossa filha elementos que a façam refletir e perceber que o contexto que a cerca é apenas um ponto de vista. E que existe uma imensidão de outros elementos e dimensões que temos muita dificuldade de enxergar, mas que são peças fundamentais para esse eterno movimento que é a vida.

Também decidimos fazer isso em função de nossa origem e trajetória até agora. Tudo que estudamos e vivemos nos fez perceber um monte de estímulos que, de alguma forma, conectam felicidade a valores supérfluos e inalcançáveis.

Desse contexto, surgiu a história a seguir. Um rabisco amador, feito com muito carinho.

Decidimos compartilhar isso com vocês e cruzar os dedos pra cada vez mais, a gente, que às vezes não se sente muito grande no mundo, possa criar, compartilhar e viver nossas próprias histórias.

Com muito amor,Mel e Thi

texto Mel Teófiloiustração Cris Toya

Santa Cruz de Cabrália | 20151ª edição

A professora Ida,

da mochila florida.

É muito esquecida.

?

Ela aponta sua bengala

pros meninos da sala,

enquanto dança o

O tchá tchá tchá é

muito engraçado.

Quando ela começa

fica todo mundo

empolgado,

doido pra

Mas a esquecida

Da professora Ida,

Quando canta,

Troca todos os nomes: É um tal de atirar flor em gato!

E um boi da cara rosa.

Uma dona lesma que sobe pela

pilastra..

Aquela professora Ida

É muito

Quando ela se dá conta,

Olha no espelho e se afronta,

Daí, essa maluca,

Coloca sua peruca

Dá risada com a turma

E até esquece a regra de “rimá”.

Quem construiu a escola foi o seu João.

Que é marido da Ida,

lembra daquela esquecida?

Então...

Seu João é meio

atrapalhado,

vive com o bico

no barro.

Só pensa

em construir.

É tanta construção que agora nosso pátio está meio apertado.

Imagina você que o

doido resolveu fazer

Assim, tudo separado,

pensado que ia

funcionar.

A Zizi, nossa cozinheira, quando

soube da arte foi logo avisando:

“Oiá aqui seu João,

o senhor pare com

graça, que eu não

vou duas vezes

cozinhar”.

Deu que a gente só usa

uma cozinha e ainda bem.

Até a Dona Ida conversou

com Seu João pra explicar

que essa história de dividir

menino de menina é uma

grande besteira.

De manhã,

quando a gente chega,

a escola tem cheiro

de bolo, sotaque baiano,

sorriso estralado e o

abraço mais apertado

de todo mundo.

meu rei!

oxe!

mainha

painho

Já o sotaque,

o sorriso

e o abraço

continuam

os mesmos.

Tod

o m

ês m

uda um

pouquinho o cheiro e o gosto.

Vai varia

ndo co

nfor

me

as frutas, le

gumes e verduras da estação.

Ela sempre nos recebe muito bem e nos deixa ajudar

a fazer a horta, as comidinhas e a arrumação.

A responsável

por isso é a Zizi,

a alquimista

mais bacana de

toda a escola.

Deixa nosso prato

sempre muito bonito e colorido

e nossa barriga agradecida

por tanto carinho.

A Zizi faz cada combinação que eu nunca ia im

agin

ar.

O Rosa é mágico.

Ele é um mineirinho

calminho que cuida

da biblioteca.

Se deixar, passa

o dia todo lendo.

A coisa que ele mais gosta

é quando a gente senta,

embaixo do pé de manga,

pra ouvir as histórias que

ele tem pra contar.

Primeiro,

em roda, a gente

canta uma música.

Em seguida o Rosa

pega o violão e solta

seu poder ultra secreto.

Ele começa

devagarzinho

apresentando

os personagens,

descrevendo as cores,

texturas, cheiros e

gostos dos lugares.

Quando a gente

se dá conta, a

escola toda se

transformou.

Tem dia que fica

tudo calminho,

cor pastel, cheiro

de jasmim

e gosto de

mexerica.

E tem dia que fica

tudo cor de burro

quando foge,

cheiro de adubo

e gosto de

minhoca frita.

A escola já virou a China, a lua

e um submarino comandado

por peixes coloridos.

Ele já até contou

uma história,

de uma cachorra

esfomeada que

se chama Baleia,

dá pra acreditar?

E o fim é sempre igual:

Nosso sorriso de encantamento,

pedido de quero mais e a história de

uma escola muito engraçada, toda

atrapalhada, onde todo mundo é

bem vindo pra aprender e ensinar.

Ah, tem eu né?

Esqueci de me apresentar.

top related