material avulso (mÓdulo v)

Post on 10-Jul-2015

53 Views

Category:

Documents

1 Downloads

Preview:

Click to see full reader

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

PRO-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

PIBID LETRAS

PROJETO:

Clic

CULTURA, LITERATURA E CRIATIVIDADE: DO ERUDITO AO

POPULAR

PROFESSORES:

FLÁVIA KELLYANE MEDEIROS DA SILVA

GABRIELA SANTANA DE OLIVEIRA

PRISCILA DA SILVA SANTANA RODRIGUES

MÓDULO 05 AVULSO: cordel

ALUNO:___________________________________________________

wwwprojetoclicraul.blogspot.com

Mais um cordel sobre o cangaço

Fonte: cariricangaco.blogspot.com

Já é coisa de praxe

Um cordelista relatar

A história do cangaço

Que é tão pecualir

Da cultura nordestina

E do Ideário Popular

O mais falado de todos

É o lendário Lampião

Mas o cangaço é anterior

É patrimônio do Sertão

São bandidos ou heróis?

Eis uma boa questão

O primeiro cangaceiro

Foi um tal de Cabileira

Que atuou pelo Recife

Matava por brincadeira

E sua vileza era temida

Pela cidade inteira

Fonte: oglobo.globo.com

Só que Antônio Silvino

Ficou bem mais conhecido

E entrou pro hall da fama

Como um ladrão bem sucessido

Respeitador e cavaleiro

Apesar de ser bandido

Fonte: onordeste.com

Devido a grande pobreza

E o descaso do Estado

A vida do sertanejo

Era um fardo mui pesado

Uma combinação perfeita

Pro cangaço ser visado

Como sendo a alternativa

Na busca por melhoria

Jovens se uniam aos bandos

Pra viver da valentia

E andavam bem amados

Flertando a morte todo o dia

O nordeste dominado

Por corruptos coronéis

Controlando a economia

Atuando em seus cartéis

Ficando assim definidas

As classes e os seus papéis

O coronel e sua família

Desfrutavam da riqueza

E o povo trabalhador

Mergulhado na pobreza

Concentração de terra e renda

Pense numa safadesa

Fonte: pedroiinews.com

Mediante este cenário

De extrema desigualdade

O Cangaço ganhou força

Ganhou notoriedade

Foi movimento social

Tentou mudar a realidade

Não tinha ideologia

Nem possuía coesão

Por isso tem gente que pensa

Que cangaceiro é só ladrão

Mas não é bem por aí

Isso é desinformação

Eles promoviam saques

Sequestravam fazendeiros

Chegavam a algumas cidades

E lá extorquiam dinheiro

Só que isto não resume

A atuação do cangaceiro

Fonte: orricodelgado.wordpress.com

Ele era antes de tudo

Um insubordinado

Que colocava em xeque

O poder estipulado

Por isso em muitos lugares

Era bastante admirado

Fonte:professordesiderio.wordpress.com

Representante do povo

Contra anos de opressão

O grande latinfundiário

Esse sim era o ladrão

Pois tinha toda a riqueza

Concentrado em sua mão

E esse ambiente hostil

A lei não era utilizada

Imperava a violência

A lei do tiro e da facada

E a população no meio

Entre a cruz e a espada

De um lado os cangaceiros

Do outro estava a Volante

O confronto entre esses dois

Era algo bem constante

Sendo o que houve em Angicos

De todos o mais marcante

Marcante por um motivo

Eu logo irei revelar

Mas antes de fazer isso

Sobre a Volante eu vou falar

Vou procurar ser breve

Prometo não demorar

O cangaço em ascenção

Deveria ser contido

Afinal para o Estado

O cangaceiro era bandido

E a Volante foi criada

Justo nesse sentido

Mas o povo tinha medo

Da polícia do Sertão

Pois usavam de tortura

Pra obter informação

Surravam e maltratavam

Eis a sua atuação

Também tem nessa peleja

Recurso de espeionagem

Polícia entrava pro Cangaço

Isso só se sacanagem

Pra fazer uma coisa dessas

O cabra tem que ter coragem

Pois se fosse descoberto

Que era um policial

O desfecho da história

Terminaria muito mal

Pois o fariam engolir

Um quilo inteiro de sal

Só de imaginar a cena

Bate em mim uma agonia

Me espanto com o homem

E com a sua vilania

Que pra inventar maldade

Supera-se a cada dia

Voltando agora pra Angicos

Território Sergipano

Em vinte e sete de julho

Trinta e oito foi o ano

O comandante Bezerra

Pôs em prática o seu plano

Fonte:blogdomendesemendes.blogspot.com

O bando de Lampião

Cercado por sua Volante

Partiu para o confronto

Uma disputa empolgante

Vinte minutos de tiro

E um fator importante:

O uso da metralhadora

Em posse do policial

Era arma mais potente

E com isto mais letal

Entre os mortos e feridos

O saldo foi desigual

Morreram mais cangaceiros

Uns conseguiram escapar

Mas o cangaço já estava

Prestes a terminar

Pois o Capitão Virgulino

Conseguiram assassinar

Não só ele havia morridfo

Como a sua amada Maria

E a polícia do Sertão

Conseguio o que queria:

Acabar com Lampião

E com a sua ousadia

E o desfecho da batalha

Ainda fica mais cruel

Pois decaptaram os mortos

E exposto como um troféu

Estava a cabeça de cada

Coisa horrível, Deus do céu!

Fonte:blogdathayanne.blogspot.com

Corisco até que tentou

Tocar o bando pra frente

Parceiro de Virgulino

Sendo ele o seu Tenente

Podia até ser corajoso

Mas não era inteligente

Fonte: jvicttor.com.br

Dois anos se passaram

E n’outro cerco policial

Corisco também teve

Um idêntico final

Sem missa e sem velório

Muito menos funeral

Só que pra muita gente

O cangaço não morreu

Lampião e tantos outros

Nossa cultura absorveu

E eu finalizo esse cordel

Mais um pra chamar de meu.

FIM

T. S. OLIVEIRA

Lampião uma história inglória

Amigos tomem assento

Nessa roda de cordel

Que vou cantar um lamento

Um pouco de mel e fel.

Vou falar de um brasileiro

Em Vila Bela nascido

Que tornou-se cangaceiro

Arrojado e destemido.

Foi há cerca de cem anos

Na Fazenda Ingazeira

Isso salvo algum engano

Me avisem se é besteira.

Veio ao mundo um menino

De José e de Maria

Foi chamado Virgolino

Oito irmãos ele teria.

Era um menino comum

Tinha uma boa família

E assim como qualquer um

Foi seguindo a sua trilha.

Cedo parou de estudar.

Pra ajudar no sustento

Foi para o pasto aboiar,

Pra garantir o alimento.

Foram Antonio e Levino

Dois de seus oito manos

Que mudaram o destino

E criaram novos planos.

Envolveram-se em brigas

Por marcações de terrenos

E muitas outras intrigas

Outros conflitos pequenos.

Graças à antiga guerra

Que a todos envolvia

Pelas preciosas terras

Uma grande rixa havia.

Lampião foi envolvido

Por essa luta de classe

E enfim virou um bandido

Nesse terrível impasse.

Um seu José Saturnino

Com eles vivia às turras

E o pai de Virgolino

Morreu nessa guerra burra.

O delegado Batista,

Junto com um imediato

De forma meio alarmista

Foi lá desvendar um fato.

Mas sendo bem trapalhão

Matou o José Ferreira

Em desastrada ação

Fazendo grande besteira.

Pra resolver o dilema

O infeliz delegado

Criou um maior problema

Matando um pobre coitado.

Virgolino transtornado,

Resolveu buscar vingança

A ação do delegado

Acabou-se em matança.

Uma tropa existia

Sinhô era o comandante

E Virgolino iria

Entrar nela nesse instante.

Sinhô passa o comando

Para o amigo Lampião

Que vai liderar o bando

Com uma implacável mão.

Ele jamais se cansa

De procurar o conforto

E de buscar a vingança

Pelo seu pobre pai morto.

Mas também há ambição

E há sede de poder

Que guiam a sua mão

Transformando o seu ser.

Virou um temido bandido

Lá pras bandas do Nordeste

Vivia sempre escondido

Num sofrimento inconteste.

Em Juazeiro do Norte

Chamado por Padim Ciço

Pensou que mudaria a sorte

Com valoroso serviço.

Levou uma reprimenda

Pelo seu mau proceder

E teve por encomenda

No interior combater.

A Coluna Prestes era

Causa de muitos transtornos

Uma medonha quimera

No Nordeste e entorno.

Esse forte movimento

Político-militar

Era um grande tormento

Um mal a se extirpar.

Em troca receberia

Pela colaboração

Uma total anistia

E patente de Capitão.

E lá se foi Lampião

Embrenhar-se pelo mato

No cargo de Capitão

A fim de cumprir o trato.

Mas na verdade era falso,

Uma mentira fajuta.

A polícia foi no encalço

O que rendeu muita luta.

Paraíba, Ceará,

E também em Pernambuco

Unidos para caçar

Era coisa de maluco.

Para evitar o fracasso

Enquanto estava no prumo

O nosso Rei do Cangaço

Partiu para outro rumo.

Bandeou-se pra Bahia,

Sergipe e Alagoas.

Lá teve melhores dias

Aquela área era boa.

Por lá um dia ele vem

Conhecer Maria Bonita

Maria Déia Nenén

Numa paixão infinita.

Filha de um sapateiro

A morena enfeitiçou

O temido cangaceiro

E com ele se casou.

Mais tarde, Maria Bonita,

Com Lampião por parteiro

Deu à luz Expedita

Embaixo de um imbuzeiro.

Ma a vida era dura

E o destino sombrio.

No meio da mata escura

Era bomba sem pavio.

A criança foi deixada

Com um fiel guardião

E seguiu sua jornada

O bando de Lampião.

O Benjamin Abraão,

Com carta de Padim Ciço

Teve a autorização

Assumiu o compromisso

De filmar o acampamento

Para um documentário.

Mostrando alguns momentos

Numa vida de calvário.

E ele filmou a vida

Daquela sociedade.

Suas roupas, a comida

E toda a fraternidade.

Lampião em sua roda

Desenhava o figurino.

Ele ditava a moda

Criando modelos finos.

Os chapéus, as cartucheiras

Ornados de ouro e prata

Pra vida sem eira nem beira

Para andar pela mata.

Pra que andar bem vestido?

Parece até contra-senso.

Porém isso faz sentido

Quando a respeito eu penso.

Eles tinham sua arte

E regras de convivência

Em um mundinho à parte

Com sua própria ciência.

Lampião era uma lenda

Até uma madrugada

Quando estava na fazenda

De nome Angicos chamada.

Chegou, então, a volante

Eu um proceder perfeito.

Devagar e num instante

O estrago estava feito.

Tenente João Bezerra

E o sargento Aniceto

Naquele momento encerra

A busca do desafeto.

Cuspiam fogo as metralhas

Criando imenso horror.

Não se conhece o canalha

Que foi o seu traidor.

Uns poucos tiveram sorte

E escaparam com vida.

No meio de dor e mortes

Encontraram uma saída.

Lampião foi dos primeiros

A receber um balaço.

Era o fim do cangaceiro

E era o fim do cangaço.

Lampião é degolado

Num proceder bem covarde.

O corpo é esquartejado

Pra ser exemplo mais tarde.

Maria Bonita, ferida,

Também foi sacrificada.

Ela perdeu a vida

Naquela infame cilada.

Naquele inferno de Dante,

Numa sanha assassina

Os malditos da volante

O cangaço extermina.

As cabeças arrancadas

Do bando de Lampião

Correram o mundo mostradas

Numa vil exposição,

Agora, meu bom amigo,

Eu peço sua atenção

E que reflita comigo

Em delicada questão.

Lampião não era santo,

Ao menos pelo que sei

Mas convenha, no entanto,

Que pra isso existe a lei.

O proceder da volante

Foi coisa de carniceiro.

Atitude revoltante

Pior que a dos cangaceiros.

Josafá Maia da Costa

ATIVIDADE

- No trecho “Lampião não era santo, Ao menos pelo que sei, mas convenha, no entanto,

que pra isso existe a lei”. A partir da leitura do cordel “Lampião uma história in glória”do

que se trata essa estrofe? Disserte com suas palavras (no mínimo 8 linhas) e lembre-se de

utilizar a linguagem formal.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

OLIVEIRA, T. S. Mais um cordel sobre o Cangaço. Disponível em: Disponível em:

www.recantodasletras.com.br/cordel/3328793. Acesso em: 20/07/2012.

COSTA, Josafá Maia. Lampião uma história inglória. Disponível em: www.pucrs.br.

Acesso em: 20/07/2012.

top related