marketing em obras raras
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Universidade de Braslia
Faculdade de Cincia da Informao
Alessandro Meneses da Silva
Marketing em obras raras: promovendo e preservando a informao atravs da tecnologia
Braslia
2011
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Alessandro Meneses da Silva
Marketing em obras raras: promovendo e preservando a
informao atravs da tecnologia
Monografia apresentada
Faculdade de Cincia da Informao da
Universidade de Braslia (UnB), como
requisito parcial para obteno do ttulo
de bacharel em Biblioteconomia.
Orientadora: Professora Doutora Dulce Maria Baptista
Braslia
2011
-
SILVA, Alessandro Meneses da.
Marketing em obras raras: promovendo e preservando a informao atravs
da tecnologia / Alessandro Meneses da Silva. Braslia. 2011.
66 f.: Il.
Orientadora: Professora Doutora Dulce Maria Baptista
Monografia (graduao)
Universidade de Braslia. Faculdade de Cincia da Informao, 2011.
1. Marketing. 2. Obras raras. 3. Digitalizao. 4. Biblioteca Digital.
5.Preservao. 6. Segurana. 7. Acesso. I. Silva, Alessandro Meneses da. II. Ttulo.
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Aos meus pais, amigos e
professores que acompanharam toda esta
minha fase universitria dando todo o
apoio necessrio para a conquista de
meus objetivos acadmicos.
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RESUMO
Este trabalho visa demonstrar os benefcios advindos da divulgao das obras raras
por meio da digitalizao e disponibilizao em biblioteca digital. Apresenta uma
reviso de literatura nas reas de Marketing da informao, Obras raras, Biblioteca
digital, Preservao e Digitalizao de documentos. Define o que o marketing da
informao. Aponta os critrios para a definio de obras raras. Demonstra o
processo de digitalizao de documentos e disponibilizao dos arquivos
digitalizados em biblioteca digital. Expe a necessidade de preservao das obras
raras e o marketing dessas obras raras para a disseminao da informao aos
usurios. E por fim, mostra os resultados das entrevistas de estudo de campo
realizadas nas bibliotecas do Supremo Tribunal Federal e Senado.
Palavras-chave: Marketing. Obras raras. Digitalizao. Biblioteca Digital.
Preservao. Segurana. Acesso.
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ABSTRACT
This paper demonstrates the benefits resulting from disclosure of rare books by
scanning and making them available in digital library. Presents a literature review in
the areas of Marketing of information, Rare books, Digital library, Preservation and
Digitization of documents. Defines what is marketing of information. It sets out the
criteria for the definition of rare books. Demonstrates the process of scanning and
making available documents and files in the digital library. Exposes the need for
preservation of rare books and marketing of these rare books for dissemination of
information to users. And finally, shows the results of interviews from the field study
conducted in the libraries of the Supreme Court and Senate.
Keywords: Marketing. Rare works. Digitalization. Digital Library. Preservation.
Security. Access.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Estantes deslizantes do acervo do STF ........................................................ 49
Figura 2 - Obras Raras (Biblioteca do STF) ................................................................... 50
Figura 3 - Estantes deslizantes do acervo do Senado .................................................. 54
Figura 4 - Obras Raras (Biblioteca do Senado) ............................................................. 55
Figura 5 - Scanner planetrio Copibook HD I2S do STF .............................................. 56
Figura 6 - Scanner planetrio Copibook HD I2S do Senado ........................................ 57
Figura 7 - Demonstrao de livro sendo digitalizado .................................................... 58
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Trs Eras na Histria do Marketing ............................................................. 20
Quadro 2 - Caractersticas dos arquivos de imagens ................................................... 38
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
BCE - Biblioteca Central da Universidade de Braslia
BDM - Biblioteca Digital de Monografias
BDSF - Biblioteca Digital do Senado Federal
BDTD - Biblioteca Digital de Teses e Dissertaes
bit - Binary digit
BMP Bitmap (formato de arquivo)
CAPES - Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Ensino Superior
CD - Compact Disc
DOC Documento (formato arquivo)
dpi - dots per inch
DVD - Digital Versatile Disc
GIF - Graphics Interchange Format (formato de arquivo)
IEEE - Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrnicos
IR Raios Infravermelho
JPEG - Joint Photographic Experts Group (formato de arquivo)
PDF - Portable Document Format (formato de arquivo)
Pxel - aglutinao de Picture e Element
PRODASEN - Processamento de Dados do Senado Federal
RAM - Random Access Memory
RIUNB - Repositrio Institucional da Universidade de Braslia
RVBI - Rede Virtual de Bibliotecas
SciELO - Scientific Electronic Library Online
STF Supremo Tribunal Federal
TIFF - Tagged Image File Format (formato de arquivo)
TB Terabyte
USB - Universal Serial Bus
UV Raios Ultravioleta
XLS Excel (formato de arquivo)
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SUMRIO
1 INTRODUO.............................................................................................................. 12
1.1 Contextualizao ................................................................................................................... 12
1.2 Justificativa e Definio do problema ................................................................................... 14
2 OBJETIVOS ................................................................................................................. 15
2.1 Objetivo geral ........................................................................................................................ 15
2.2 Objetivos especficos ............................................................................................................. 15
3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 16
3.1 Objeto da pesquisa ................................................................................................................ 17
3.2 Etapas da pesquisa ................................................................................................................ 17
3.3 Instrumentos para coleta de dados ...................................................................................... 18
4 REVISO DE LITERATURA ......................................................................................... 18
4.1 Marketing da informao ...................................................................................................... 18
4.2 Obras Raras ........................................................................................................................... 25
4.3 Digitalizao de documentos ................................................................................................ 33
4.4 Biblioteca Digital.................................................................................................................... 39
4.5 Preservao das obras raras ................................................................................................. 42
4.6 O marketing em obras raras .................................................................................................. 44
5 ESTUDO DE CAMPO: entrevistas nas bibliotecas do STF e Senado ........................... 45
5.1 Biblioteca do STF ................................................................................................................... 46
5.1.1 Entrevista na Biblioteca do STF ..................................................................................... 47
5.2 Biblioteca do Senado ............................................................................................................. 50
5.2.1 Entrevista na biblioteca do Senado ............................................................................... 51
5.3 Equipamento utilizado para a digitalizao das obras raras ................................................. 55
5.4 Anlise das entrevistas das bibliotecas ................................................................................. 58
6 CONCLUSO ............................................................................................................... 61
7 REFERNCIAS ............................................................................................................ 63
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12
1 INTRODUO
O Marketing em obras raras um tema bastante oportuno e de grande
relevncia na atualidade, j que as obras raras esto comeando a ter nova
visibilidade graas tecnologia, mas precisam de um marketing no s em funo
de sua relevncia intrnseca, como para serem efetivamente conhecidas pelo grande
pblico.
A presente pesquisa visa analisar a questo do marketing dentro do setor de
obras raras com o uso da tecnologia, por meio da digitalizao de documentos e da
biblioteca digital. Procura tambm fornecer elementos para resolver a problemtica
da restrio do acesso a essas obras. A preservao fsica desses documentos, que
por serem frgeis, torna-se necessria para evitar as conseqncias danosas do
manuseio excessivo por parte dos usurios. Portanto foi necessrio fazer-se uma
extensa reviso de literatura em diversas reas dentro do campo da biblioteconomia
para reunir argumentos adequados para a discusso deste tema de grande
importncia para uma unidade de informao.
1.1 Contextualizao
Ao longo dos anos a informao passou a ganhar muita importncia na
sociedade, devido ao fenmeno chamado globalizao. Com o advento da Internet
na sociedade, essa importncia foi intensificada. Com a expanso da tecnologia
digital e das redes de comunicao virtual via computador, a troca de informaes
atualizadas comeou a ser feita de forma rpida e acessvel a todas as pessoas que
estavam inseridas nesse tipo de ambiente digital.
As organizaes que detm um grande volume de informaes so as
unidades de informao, sendo por isso necessrio um tratamento e divulgao
adequada dessas informaes. Antigamente as bibliotecas tradicionais tinham seu
acervo delimitado em seu espao fsico, onde as informaes eram registradas
somente em algum suporte fsico, como os registros impressos. Mas com o
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surgimento da Internet, as bibliotecas que disponibilizaram seus servios e produtos
atravs desse novo mecanismo, passaram a ter seu ambiente de atuao sem
fronteiras. Ou seja, o acesso a qualquer tipo de informao pode ser obtido por uma
enorme variedade de mecanismos, meios, sistemas e associao de servios
eletrnicos.
Com o grande poder de atualizao que a informao eletrnica tem, a
forma de promoo deste servio o mais adequado para as empresas que
desejam divulgar seus servios e produtos de forma cmoda aos seus clientes. No
caso das bibliotecas tradicionais, os servios ligados s bibliotecas digitais so os
mais adequados, pois disponibilizam o acervo fsico em meio digital, fornecendo
acessibilidade aos usurios, e por isso que muitas unidades de informao tm
aderido a este tipo de servio.
Com o avano da tecnologia e os benefcios dela decorrentes, criaram-se
condies para que muitas bibliotecas usassem esses benefcios para seus acervos,
divulgando melhor no s o contedo histrico da humanidade, como tambm o
avano da cincia e da sociedade. Passou ento a existir uma maior preocupao
com a preservao de documentos antigos, considerados de grande importncia
histrica e cultural. Esses documentos so conhecidos nas bibliotecas como obras
raras, sendo que muitas delas possuem extremo valor por conta de sua raridade.
Atualmente o que podemos perceber em um setor de obras raras de uma
biblioteca que as obras contidas neste setor so de acesso restrito, e que neste
local estas obras recebem um tratamento especial por conterem um valor histrico
alto, e por isso necessitam de uma rigorosa proteo contra extravios. Por conta
disso, o setor de obras raras das bibliotecas de todo o mundo presenciam um
dilema, o de restringir o acesso para preservar o documento raro. Devido a isso, a
disseminao do conhecimento acaba sendo prejudicada e os documentos raros e
de grande valor histrico acabam tendo seu acesso restrito a poucas pessoas.
O setor de obras raras necessita de uma maior divulgao de seu servio,
fazendo um marketing do seu acervo atravs da biblioteca digital. O benefcio que a
biblioteca digital traz com a digitalizao imenso. Pois atravs da disponibilizao
dessas obras em meio eletrnico, possvel que muitos usurios possam acessar
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ao mesmo tempo uma mesma obra, fazendo com que sua disponibilidade no fique
restrita ao formato fsico original, preservando assim a obra rara que necessita de
tratamento especial.
A biblioteca digital seria uma soluo para resolver tambm o problema da
segurana de obras raras consideradas valiosas, disponibilizando o acesso em meio
eletrnico ao invs de expor os materiais fsicos originais, dessa forma evitando
extravios ou mesmo danos a esses materiais. Por outro lado, o marketing em obras
raras divulgaria um servio que considerado por muitos apenas como um depsito
de documentos velhos e raros em uma biblioteca, sem levar em considerao a
importncia histrica, artstica e cultural dessas obras. A disponibilizao dessas
obras em uma biblioteca digital possibilita o acesso ao conhecimento anteriormente
de difcil acesso, devido a polticas burocrticas de muitas bibliotecas de todo o
mundo, que no disponibilizam o acervo raro publicamente, em funo da fragilidade
fsica que certos documentos possuem. A digitalizao dessas obras e a
disponibilizao em meio eletrnico atravs da biblioteca digital traz grandes
vantagens ao conhecimento e d maior visibilidade ao acervo raro e principalmente
biblioteca fsica. Pois com a divulgao de seu conhecimento para o ambiente
eletrnico, isso mostrar a muitos usurios a importncia cultural que a biblioteca
possui para a sociedade, criando uma imagem positiva do seu acervo fsico.
1.2 Justificativa e Definio do problema
Os setores de obras raras das bibliotecas em todo o mundo atualmente
presenciam uma problemtica na preservao, segurana e principalmente quanto
ao acesso a documentos classificados como raros, em que os usurios, por
exemplo, no podem ter acesso a esses documentos por questes de preservao e
segurana do setor. Uma soluo para este problema seria o marketing no setor de
obras raras de uma biblioteca utilizando ferramentas tecnolgicas, com o uso de
diferentes suportes digitais, como o processo de digitalizao de documentos e a
disponibilizao do acervo raro em uma biblioteca digital. Isso ajudaria no s a
divulgar o servio que desconhecido por muitos usurios, mas tambm a
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proporcionar melhor acesso aos contedos de informao existente nessas obras,
ao mesmo tempo em que garantiria um melhor padro de qualidade na preservao
do acervo fsico.
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Demonstrar os benefcios que o marketing pode trazer divulgao de obras
raras, com utilizao de recursos tecnolgicos.
2.2 Objetivos especficos
Analisar o marketing como promotor do servio de obras raras em uma
biblioteca.
Avaliar a importncia da digitalizao de documentos e da biblioteca digital
para o acesso e preservao de documentos raros.
Demonstrar que com a utilizao de recursos tecnolgicos ser aumentada a
segurana das obras raras.
Comprovar que a restrio ao acesso s obras raras no a melhor forma de
preservar um documento raro. E sim, a divulgao e acesso ao servio
trazendo mais benefcios sociedade.
Fazer a comparao em diferentes aspectos de duas instituies que
possuem biblioteca digital de obras raras, para assim determinar a relevncia
na digitalizao de documentos, preservao, segurana e divulgao do
acervo raro.
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3 METODOLOGIA
A metodologia utilizada para o desenvolvimento da pesquisa envolveu um
levantamento bibliogrfico sobre o tema por meio de livros, peridicos, artigos
cientficos, teses, dissertaes, trabalhos apresentados em congressos e outras
monografias. O acesso a esses documentos foi feito atravs de buscas em
diferentes locais, como: a Biblioteca Central da Universidade de Braslia (BCE), a
Biblioteca do Ministrio Pblico do Trabalho, a Rede Virtual de Bibliotecas (RVBI), o
Portal de Acesso Livre da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Ensino
Superior (CAPES), a Scientific Electronic Library Online (SciELO), o Repositrio
Institucional da Universidade de Braslia (RIUNB), a Biblioteca Digital de
Monografias (BDM), a Biblioteca Digital de Teses e Dissertaes (BDTD), o Google,
entre outros.
A pesquisa realizada foi classificada a partir de diferentes critrios apontados
por Silva e Menezes (2005) e Gil (1991 apud SILVA; MENEZES, 2005):
Do ponto de vista da sua natureza: pesquisa aplicada, pois busca analisar
e solucionar um problema gerando conhecimento, atravs de uma aplicao prtica.
Do ponto de vista da forma de abordagem do problema: a pesquisa pode
ser considerada quantitativa e qualitativa, pois analisa e soluciona um problema por
meio de duas anlises: uma baseada em dados que podem ser quantificados e outra
baseada na subjetividade do pesquisador.
Do ponto de vista de seus objetivos: pesquisa exploratria, pois tem a
funo de proporcionar maior familiaridade com o problema, atravs de
levantamento bibliogrfico e aplicao de questionrios e entrevistas com as
instituies que tiveram experincias prticas com o assunto abordado.
Do ponto de vista dos procedimentos tcnicos: pesquisa bibliogrfica e
pesquisa documental. A pesquisa envolve o uso de artigos cientficos, livros, bases
de dados, outros trabalhos acadmicos e materiais publicados na Internet com o
objetivo de fornecer uma base terica slida para a compreenso das tcnicas e
conceitos que so abordados neste estudo. Pois, a pesquisa visa analisar um
assunto que ainda no possui uma abordagem adequada na literatura da rea; a
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questo do Marketing em Obras raras. Ou seja, de acordo com o pr-projeto, foi
identificado que o tema ainda no recebeu um tratamento analtico adequado para o
campo da Biblioteconomia. Outro fator abordado o modo como o problema
visualizado, tanto na tica das bibliotecas que possuem os setores de obras raras,
como tambm para os usurios, ou seja, um problema coletivo. Pois vivenciam
problemas semelhantes e de mesma origem; a questo da restrio do acesso para
que seja garantida a preservao e segurana do acervo raro. Portanto, como
usurios e pesquisadores, compartilhamos do mesmo problema com as bibliotecas e
os profissionais que atuam nelas, procurando dar um enfoque cooperativo anlise
e compreenso do problema da pesquisa.
3.1 Objeto da pesquisa
Esta pesquisa tem como seu objeto de estudo o problema atual encontrado
nos setores de obras raras de diferentes tipos de bibliotecas, ou seja, o da
dificuldade do acesso s obras raras devido a um grau de preservao e zelo
excessivo por conta da fragilidade e valor dos acervos raros.
3.2 Etapas da pesquisa
A pesquisa desenvolvida nas seguintes etapas:
Anlise documental baseada em reviso de literatura em trabalhos de
autores que falam sobre: Marketing da informao, Obras raras,
Digitalizao de documentos, Preservao e Biblioteca Digital.
Anlise de campo em importantes bibliotecas de Braslia que possuem
biblioteca digital de obras raras: Biblioteca do Senado e Biblioteca do
Supremo Tribunal Federal.
Comparao de resultados da anlise de campo, visando demonstrar
as diferenas e semelhanas nos dois setores das diferentes
bibliotecas.
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3.3 Instrumentos para coleta de dados
A coleta de dados feita por meio de anlise documental baseada em
pesquisa bibliogrfica, e de entrevistas e questionrios com os representantes dos
setores de obras raras das bibliotecas do Senado e Supremo Tribunal Federal, alm
da observao da rotina de trabalho nos setores das duas instituies.
4 REVISO DE LITERATURA
4.1 Marketing da informao
Atualmente a sociedade ps-industrial em que vivemos tambm denominada
por Masuda (1982) como sociedade da informao, est atrelada ao grande fluxo da
informao ocasionado pelo advento da globalizao. O avano das tecnologias da
informao e o acesso remoto ao conhecimento possibilitado pelo uso do
computador tem proporcionado uma maior comunicao e troca de informaes
entre as pessoas e conseqentemente entre as organizaes.
A informao pode ser vista como elemento essencial vida das pessoas,
importante para o sucesso pessoal, profissional e acadmico, para uma melhor
qualidade de vida, para o progresso cientfico, tecnolgico e outros, assim como
fundamental para o crescimento e sobrevivncia das organizaes. Como afirma
Masuda (1982 apud AMARAL, 1993, p.315) a informao passa a ser o insumo
bsico ao desenvolvimento da sociedade-ps-industrial.
Neste cenrio, a informao deve ser encarada como um produto necessrio
ao crescimento, e as bibliotecas como uma organizao sem fins lucrativos com
funes administrativas comuns a qualquer outro tipo de organizao que visa
disseminar esse produto e oferecer servios de informao de qualidade a um
pblico-alvo especfico, alcanando maior grau de competitividade e sobrevivendo
em uma sociedade cada vez mais exigente.
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Assim como uma empresa divulga seu produto visando atingir seu mercado
consumidor, a biblioteca ou servio de informao deve divulgar o seu produto
informacional e os servios que oferece visando despertar em seus usurios o
interesse pelos mesmos. Nesse momento surge o papel do marketing da informao
em estabelecer o elo de comunicao entre produtor (biblioteca ou sistemas de
informao) e consumidor (usurios) demonstrando os benefcios dos produtos e
servios de uma biblioteca e promovendo a mxima satisfao de seu pblico alvo.
O objetivo principal do marketing segundo Amaral (1993, p.316), perceber
as expectativas, necessidades e desejos do mercado que se pretende atender. Por
isso, envolve a criao de planos e programas num processo gerencial. Marketing
um conjunto de atividades administrativas que promovem o encontro entre
necessidades, desejos e expectativas do mercado que a biblioteca precisa atender,
alm dos objetivos e misso da mesma. Tais atividades precisam estar em equilbrio
entre o que a biblioteca pode oferecer e os interesses do mercado.
Pode-se dizer que o marketing o principal mecanismo para informar aos
usurios da informao, os benefcios que a informao como produto e a biblioteca
como organizao podem oferecer.
O marketing pode ser entendido como um processo de troca no qual duas
ou mais partes se do algo de valor com o objetivo de satisfazer necessidades
recprocas. Segundo a American Marketing Association (apud BOONE; KURTZ,
1998, p. 6) o Marketing:
o processo de planejamento e execuo da concepo, preo, promoo e distribuio de idias, bens e servios, organizaes e eventos para criar trocas que venham a satisfazer os objetivos individuais e organizacionais.
Limeira (2003) afirma que o conceito moderno de marketing teve sua origem
no ps-guerra, quando o avano da industrializao acirrou a concorrncia entre as
empresas e a disputa pelos mercados, trazendo novos desafios e fazendo com que
a gerao de produtos e servios no fosse mais suficiente para obter lucros e
receitas, sendo preciso agora entender os clientes e antecipar seus desejos. Para a
autora, o marketing a funo empresarial que cria valor para o cliente e gera
vantagem competitiva duradoura para a empresa, sendo esse valor entendido como
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a diferena entre os benefcios obtidos com o consumo de um produto e os custos
incorridos pelo cliente na sua compra e uso, como preo, tempo de espera, esforo
fsico e outros.
Boone e Kurtz (1998, p.7) identificam trs eras na histria do marketing,
conforme visto a seguir:
Quadro 1: Trs Eras na Histria do Marketing
Era Perodo Aproximado de
Tempo Atitude Predominante
Era da
produo
Antes dos anos 20 Um bom produto se vender
por si mesmo.
Era das vendas
Antes dos anos 50
Propaganda e venda criativas
vencero a resistncia dos
consumidores e os convencero
a comprar.
Era do
marketing
Segunda metade do sculo XX O consumidor o rei! Busque
uma necessidade e satisfaa-a.
Fonte: BOONE, Louis E.; KURTZ, David L. Marketing contemporneo. 8. ed. Rio de janeiro: LTC, 1998.
Na era atual graas proposta de ampliao do conceito de Marketing por
Kotler e Levy (1969) este tem sido empregado no s em organizaes com fins
lucrativos, mas tambm em organizaes que no possuem fins lucrativos que,
porm, apresentam as mesmas funes administrativas de compra, produo,
finanas, pessoal e marketing como as bibliotecas e os museus.
O composto de marketing conhecido como os 4Ps (produto, preo,
promoo e ponto de distribuio), conjunto de quatro ferramentas utilizadas pela
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21
empresa para a criao de valor para os clientes pode ser utilizado tanto em
organizaes que visam o lucro como em organizaes sem fins lucrativos.
O marketing em sistemas de informao, organizaes sem fins lucrativos,
uma aplicao nova e pode ser entendido segundo Ottoni (1995, p. 1) como:
Uma filosofia de gesto administrativa na qual todos os esforos convergem em promover com a mxima eficincia possvel, a satisfao de quem precisa e de quem utiliza produtos e servios de informao. o ato de intercmbio de bens e satisfao de necessidades.
Assim como em uma organizao com fins lucrativos deve-se analisar as
variveis do composto de marketing para adquirir maior eficincia em sua atuao
no mercado, num sistema de informao no diferente. necessrio avaliar que
produtos e servios oferecer e a quem (anlise e segmentao de mercado), ou
seja, qual o preo ideal, quais os mecanismos de divulgao e promoo desses
produtos e servios e qual o ambiente ideal ou ponto de distribuio para oferec-
los.
O marketing uma ferramenta dos gestores das unidades de informao
para a otimizao do fornecimento de servios e produtos atravs do estudo das
necessidades e da comunicao interativa entre as unidades informacionais e seus
usurios proporcionando maior visibilidade organizao.
Atualmente existe ainda uma grande resistncia na adoo do marketing nas
unidades de informao, devido ao fato de alguns profissionais bibliotecrios ainda
no possurem total domnio sobre tcnicas administrativas e de aplicao de
marketing nesse tipo de ambiente, j que vrios profissionais da rea desconhecem
seu uso ou possuem ainda certo preconceito em aplic-lo. Tambm por
relacionarem o marketing a um esteretipo associado somente a vendas, achando
que no h uma ligao com o ambiente cultural de uma biblioteca, ou seja, que as
tcnicas de marketing no seriam coerentes com a misso de uma biblioteca.
A biblioteca uma organizao com funes administrativas como outra
qualquer, e que por isso tem no marketing um mecanismo que estabelece troca de
bens ou servios com o mercado, procurando meios para provocar e ampliar sua
aceitao.
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Como afirma Silveira (1986, p. 46):
A informao um bem com custo real, que proporciona utilidade e deve ser visualizada como insumo de produo no sistema organizacional. Como tal, a informao transmite conhecimentos, subsidiando decises e aes, tendo, portanto, valor de troca.
O emprego de marketing em sistemas de informao objetiva provocar trocas de informao onde no existem, isto , sensibilizar o usurio potencial para torn-lo beneficirio do sistema e incentivar a utilizao pelos usurios efetivos.
Por isso tm-se uma necessidade maior de mudana dessa resistncia e da
aplicao dessa tcnica nas unidades de informao.
Para que esse cenrio mude necessrio que os bibliotecrios em geral e
as prprias organizaes se adequem ao marketing moderno, onde alm de
desenvolver um bom produto e estabelecer um preo atraente e acessvel aos seus
consumidores, estabeleam metas para que os gestores e a prpria organizao em
si assuma o papel de comunicadora e promotora de seus servios e produtos.
Visando uma comunicao adequada aos seus clientes, definindo: o que dizer, a
quem e com que freqncia.
Com o grande fluxo da informao caracterstico dos dias atuais, preciso
ver a informao sob uma viso mercadolgica. Para isso, preciso que o gestor
determine qual usurio deve atender, qual o tipo de informao de que precisam,
como vista a organizao sob a tica dos usurios, e qual o seu comportamento
na busca de informaes. Para s assim poder determinar como sero oferecidos os
produtos e servios.
Para se determinar uma estratgia de marketing em uma biblioteca, primeiro
preciso ter um conhecimento prvio sobre alguns aspectos, como a prpria
biblioteca, sobre sua entidade mantenedora, proceder-se a anlise e segmentao
do mercado, monitoramento dos concorrentes, anlise ambiental, anlise do cliente,
composio dos servios, planejamento de produtos, e produtos e servios.
As bibliotecas atualmente tem se preocupado com a imagem da instituio,
pois com a nova era da informao a concorrncia no setor tem aumentado, e
como a informao possui um alto valor, o marketing acaba se tornando o principal
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aliado na divulgao das unidades de informao e seu alcance de destaque nesse
cenrio.
Uma das formas de expor a imagem da biblioteca aos usurios por meio
do uso da biblioteca digital permitindo interatividade, personalizao e uma interface
grfica adequada e de acordo com os objetivos da instituio. Permite tambm que
produtos e servios sejam disponibilizados por meio de tecnologias da informao.
Com essa nova realidade globalizada, as bibliotecas devem ter uma postura
mais atenta s novas tecnologias. O uso do marketing por meio de biblioteca digital,
s possvel graas ao acesso a Internet, a principal rede mundial de
computadores.
A imagem de uma biblioteca depende muito de como os produtos so
oferecidos aos usurios. Muitas vezes essa imagem pode estar relacionada
experincias desagradveis, como por exemplo, documentos mal conservados,
poeira nas mesas, ambiente desagradvel para estudo, horrio de funcionamento
no compatvel com as necessidades dos usurios. Por isso preciso realmente
saber quais so as necessidades destes, para que as expectativas destes usurios
possam ser atendidas positivamente. Para Kotler (1998), a imagem o que o
pblico percebe e que nem sempre existe coerncia entre o que a organizao quer
projetar e o que o usurio percebe.
A imagem do profissional bibliotecrio tambm de extrema importncia,
pois este tipo de profissional lida diretamente com o usurio. Portanto preciso que
haja uma promoo adequada para ele. Segundo St. Clair (1996) existem trs
formas para promover a imagem do bibliotecrio, que so: mostrar um bom trabalho,
ser pr ativo, e aperfeioar sua comunicao, promovendo e tornando pblicas as
suas atividades.
O uso da promoo na imagem do bibliotecrio serve tambm para mudar
um velho esteretipo que preocupa esses profissionais, que o da velha ranzinza e
de coque, pedindo silncio, e que desmotiva muitas vezes o seu desempenho no
mercado de trabalho.
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A boa imagem do bibliotecrio e da unidade de informao conferida pela
confiabilidade que prestada nos servios. Para adquirir essa confiabilidade dos
usurios, preciso primeiramente ter um bom atendimento nas bibliotecas, pois o
servio de referncia o principal servio em qualquer unidade de informao.
Para que a biblioteca possa adquirir boa imagem e boa reputao, esta tem
que perceber que seu usurio a sua razo de existncia, ou seja, todos os seus
servios e produtos esto voltados para suas necessidades, e que a principal
misso da unidade de informao transferir uma informao registrada e tratada
de acordo com o que o usurio necessita.
Portanto, a imagem da instituio e dos profissionais devem ser de grande
importncia para os gerentes. Pois somente eles tm o poder de deciso para
mudar e utilizar novas estratgias em relao promoo, visando uma melhor
imagem da biblioteca e dos bibliotecrios, a qual ser transmitida aos usurios, e
que, sem dvida, ir repercutir tambm na prpria qualidade dos servios. Isso s
possvel atravs de uma comunicao interna da organizao, primeiramente em
seu ambiente interno, e em seguida voltada ao ambiente externo, ou seja, ao
mercado que pretende criar e ampliar.
Para se definir uma boa imagem do profissional ou da organizao, deve-se
primeiramente fazer com que os funcionrios e os usurios da instituio conheam
os objetivos e a misso da mesma. Algumas reflexes a respeito disso devem ser
feitas, referentes a quem seria o principal pblico, quais as necessidades dos
usurios preferenciais, identificar qual o ambiente da biblioteca e qual a viso da
organizao para o futuro. Ou seja, deve ser feito um planejamento estratgico
dessa biblioteca.
Segundo Amaral (2008, p. 31), a rejeio ao marketing est presente entre
os profissionais de todas as reas e muito forte na Cincia da Informao, mas
essa uma postura que deve ser mudada na rea, pois um profissional da
informao deve ter o marketing como seu aliado devido ao leque de benefcios que
essa ferramenta lhe proporciona em seu ambiente de trabalho.
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4.2 Obras Raras
Em funo de tornar a informao acessvel a todos, no sculo XX o livro foi
se industrializando cada vez mais e acabou adquirindo um status menos nobre, na
medida em que passou a ser vendido a preos baixos no mercado, e em que sua
beleza material tornava-se um aspecto secundrio. Com isso, a definio de obras
raras tomou outra dimenso, mas afinal, o que uma obra rara?
O conceito de obra rara algo extremamente difcil de definir uma vez que
envolve diferentes aspectos, sendo estes altamente subjetivos como afirma
Rodrigues (2006). De acordo com o senso comum, uma obra rara pode ser
entendida como uma publicao de difcil acesso ou com caractersticas incomuns,
seja por ser muito antiga, ter sido feita de forma artesanal, por ter pertencido a
alguma personalidade de reconhecida importncia, por ser reconhecidamente
importante para alguma rea do conhecimento ou por seu valor histrico.
Segundo Faria (1988, p.209), um livro considerado raro seria assim
designado por ser detentor de alguma particularidade especial (contedo, papel,
ilustraes), ou por j serem conhecidos poucos exemplares. Cordeiro (1978 apud
SANTANA, 2001, p. 3-4) afirma que:
Na opinio autorizada dos biblifilos, os elementos que fazem com que livros possam se tornar raros so o assunto da obra, a tiragem dela e a procura dos leitores. Livros antigos no so necessariamente raros. Obras sobre teologia publicadas no sculo XVI, por exemplo, so pouco procuradas, e por isso baratas.
Camargo (1992, p.1) considera que a obra rara nada mais do que aquilo
que o sentido do atributo indica, isto , a obra difcil de encontrar. A autora faz o
seguinte comentrio: ao contrrio do que muitos pensam, a velhice no faz, por si
s, a raridade de um livro. Pginas rotas, amareladas, e encadernaes em pedaos
tm o efeito de diminuir o possvel valor de um livro antigo.
Santana (2001) escreve que as normas de catalogao utilizadas por
bibliotecas definem como raros todos os livros publicados at 1801, independente do
nmero de exemplares existentes. J as obras mais recentes, principalmente
quando publicadas de forma artesanal, tambm podem merecer uma catalogao
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especial, de acordo com a poltica da instituio. Para o autor existem padres
internacionais de definio do que seja uma raridade bibliogrfica que se valem do
princpio de que todos os livros publicados de forma artesanal merecem ser
considerados raros. Assim, a utilizao do limite da data de publicao como um
critrio de demarcao no feita por uma questo puramente cronolgica, mas
est baseada em um fato historicamente dado, qual seja, a mudana na tecnologia
dos meios de produo. Como foram vrios os aperfeioamentos no decorrer do
tempo, por motivos de simplificao esta data foi estabelecida como sendo o ano de
1801. Ele afirma ainda que existe a possibilidade de se ter dois nveis de raridade:
um nvel mais estrito, reservado para aquelas obras que so raras em qualquer
parte do mundo (publicadas at certa data, restando um nmero pequeno de cpias,
com um valor monetrio alto), e das quais se poderia indicar como raro qualquer
exemplar existente, e um segundo nvel mais amplo, para os exemplares de obras
com aspectos particulares, de interesse especfico de uma biblioteca, reunindo, por
exemplo, as obras autografadas, apresentando ex-lbris ou com encadernaes
artsticas.
A carncia de critrios e padres para a identificao dessas obras se tornou
um impasse na realidade biblioteconmica brasileira. Entretanto, na literatura norte
americana h um nvel de maior consistncia na identificao de livros raros, onde
so elencados fatores bastante relevantes. Nathanson e Vogt-OConnor (1993, p.1,
traduo nossa) apontam que:
A definio tradicional de um livro raro qualquer livro que tem um valor maior porque a procura do livro excede a oferta, normalmente devido sua importncia, a escassez, a idade, a condio, propriedades fsicas e estticas, associao, ou assunto. Se no houver procura de um livro, ele provavelmente no ser um livro raro, mesmo se os outros fatores existirem. de pouco ou nenhum valor se ningum o quiser. Demanda pode mudar, alterar interesses.
Portanto, cada biblioteca possui a sua forma de classificar uma obra como
rara. Mas incontestvel a importncia delas em uma biblioteca.
Acervos raros podem, ainda, ser usados como fonte de pesquisa para gerar novas informaes, pois informaes antigas, transportadas para uma nova gerao e inseridas no cotidiano de uma realidade existente no presente, servem de base para a criao de informaes futuras. (RODRIGUES, 2006, p.116)
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No Brasil, o livro raro ainda no tem uma relevncia considervel quando
comparado a outros pases. Os acervos das bibliotecas brasileiras precisam investir
em mais segurana, preservao e treinamento de profissionais adequados para o
tratamento dessas obras. Reifschneider afirma que
[...] o livro raro no ocupa ainda no Brasil o papel que lhe cabe: o de encantar as pessoas, promovendo o interesse em aspectos scio-culturais da histria, que ele to bem ilustra, incentivando a leitura e o estudo. (REIFSCHNEIDER, 2008, p.74)
Quanto ao treinamento, segundo o autor, so exigidos os seguintes
conhecimentos para que profissionais gerenciem um setor de obras raras nos
Estados Unidos:
[...] que tenham mestrado, por vezes doutorado, que consigam ler latim, e outra lngua alm de ingls, e, claro, os salrios so condignos s qualificaes exigidas. tambm pedido que tenham conhecimento do mercado livreiro antiqurio, pois as colees esto sempre em desenvolvimento. Alm disso, os bibliotecrios responsveis por colees especiais, alm de bibliotecrios de outros setores, so quase sempre os professores de biblioteconomia em suas universidades.
Devido grande importncia que as obras raras possuem no acervo de uma
biblioteca, preciso que se tenha cuidado em seu tratamento, e para isso preciso
que pessoas com qualificaes adequadas sejam designadas para este tratamento
especial. Pois uma responsabilidade imensa preservar uma informao rara, e
caso uma informao como essa seja perdida, uma parte da histria se perder
tambm.
Os fatores que definem a raridade de uma obra justificam-se pelo fato dela
ter um valor cultural, histrico e monetrio elevado, ou simplesmente pelo fato da
dificuldade em obter alguns exemplares. Por isso deve-se ter um tratamento
diferenciado com essas obras.
Diferentes critrios so adotados em bibliotecas do mundo todo para abrigar
uma obra como rara em seus acervos. Muitos levam em considerao a antiguidade
dos livros como um critrio. Por exemplo, o surgimento da imprensa fez com que os
primeiros livros impressos fossem publicados artesanalmente, portanto todos esses
livros se tornaram raros e ganharam nvel elevado de valor.
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No existe uma poltica nacional que determine as obras como raras.
Portanto cada instituio deve elaborar seus critrios para determinar a raridade de
suas obras. Pinheiro (1989, p. 29-32), sugere alguns critrios que podem ser
adotados pelas instituies, como:
limite histrico: observar, por exemplo, os perodos que caracterizam a
produo artesanal de impressos, bem como a fase inicial da imprensa
em determinado lugar;
aspectos bibliolgicos: observar aspectos como a presena de
ilustraes produzidas artesanalmente, os materiais utilizados para a
confeco do suporte na impresso, como tipo de papel, emprego de
pedras ou materiais preciosos na encadernao;
valor cultural: observar as publicaes em pequenas tiragens,
personalizadas, censuradas, expurgadas, as primeiras edies etc.;
pesquisa bibliogrfica: existem dicionrios e enciclopdias
bibliogrficos especializados nesse tipo de publicao, que apontam
certas peculiaridades da obra, como preciosidade e raridade;
caractersticas do exemplar: observar as caractersticas particulares do
exemplar que se tem em mos, como a presena de autgrafo ou
dedicatria de personalidade importante, marcas de propriedade e
outros.
Exemplares nicos: alguns exemplares com pequenos erros
tipogrficos ou primeiras edies de obras de autores renomados so
consideradas raras. Algumas indicaes, como: ex-lbris, carimbos,
anotaes e autgrafos do autor ou do possuidor da obra
individualizam o exemplar.
Livros antigos: o valor cultural e histrico do contedo da obra so
relevantes para qualific-la como obra rara. Todos os livros
denominados incunbulos, que foram os primeiros livros da chamada
infncia da imprensa, publicados no perodo do surgimento da
imprensa at 1500, so considerados livros raros.
Edies de tiragem reduzida: algumas edies com tiragens at 300
exemplares tem uma importncia grande, pois a maioria dessas obras
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so autografas ou possuem dedicatrias dos autores. E geralmente
confeccionadas com capas especiais.
Edies de luxo: so obras confeccionadas com matrias de qualidade
superior: papel artesanal, capas em couro, aplicaes com detalhes
em ouro e pedras preciosas.
Edies censuradas: so algumas edies que no foram publicadas
por possurem contedos considerados inadequados s pocas em
que foram inseridas.
Edies clandestinas: foram algumas edies publicadas sem a devida
autorizao. Como por exemplo edies publicadas sem: o Privilgio
(licena concedida por um rei), o Nihil obstat (licena de impresso
concedida pela Igreja), a Licena do Santo Ofcio (concedida pela
Inquisio), ou ainda a Licena do Ordinrio (licena dada pelo bispo
para impresso da obra).
(PINHEIRO, 1989, p. 29-32).
Do mesmo modo que uma obra valiosa sempre mais visada, h um
aumento da preocupao quanto sua segurana. Mas o termo valioso muito
relativo em se tratando de um acervo raro. Por isso, o valor de uma obra rara se
deve ao fato da dificuldade de sua reposio caso uma obra seja extraviada, ou
seja, em funo da unicidade deste exemplar:
Um livro no valioso porque antigo e, provavelmente, raro. Existem milhes de livros antigos que nada valem porque no interessam a ningum. Toda biblioteca pblica est cheia de livros antigos, que, se fossem postos venda, no valeriam mais que o seu peso como papel velho. O valor de um livro nada tem que ver com a sua idade. A procura que torna um livro valioso. (MORAES, 2005, p.67)
Alm dos critrios de polticas de bibliotecas utilizados para definir obras raras, existem alguns fatores utilizados por pesquisadores e biblifilos para identificar um livro como obra rara, sendo eles:
A importncia: retrata valores sobre o conhecimento humano, primeiras
edies de obras importantes, autores renomados, a importncia para a
interpretao local, etc.
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A escassez: fator decisivo quando combinado a outros critrios. necessrio
um conhecimento sobre o nmero de cpias impressas e o nmero de cpias
existentes. Alguns livros j so publicados com a inteno de torn-los raros,
pois, normalmente suas edies so limitadas e possivelmente autografadas
por autores. Qualquer livro publicado em quantidades menores que 500
exemplares potencialmente raro.
Idade e impresso: qualquer livro publicado antes de 1900 potencialmente
valioso. Por outro lado, existem muitos livros raros que no tm mais de 20
anos de idade. Normalmente, esses livros tm demanda e so raros por
causa da combinao de fatores da importncia e da escassez. A impresso
que a editora, o local e data de publicao, so frequentemente um bom
indicador do valor potencial de um livro. A regra geral : quanto mais tarde o
lugar de publicao foi estabelecido e quanto mais cedo a data de publicao,
potencialmente mais valioso ser o livro. Alguns editores so o assunto de
muitas colees, geralmente editores pequenos com muito orgulho em
selecionar ttulos e a produo do livro em si, Derrydale Press e Merrymount
Press so dois dos muitos exemplos.
Condio: leva em considerao se a encadernao original e o grau de
desgaste; se as pginas so sinais frgeis ou demonstrao de danos, se a
cpia completa com todos as suas pginas e ilustraes, e se existem
inscries na lombada ou folha de rosto. Qualquer dano ou deteriorao, que
diminua algum aspecto do livro tambm diminui seu valor de mercado, mas
no necessariamente sua utilidade ou valor informativo.
Propriedades fsicas e estticas: analisa detalhes trabalhados a mo,
fotografias originais, ilustraes refinadas, detalhes pintados em ouro. Estes
so muito valiosos e devem ser bem conservadas. Uma das propriedades
fsicas mais valiosas que um livro pode ter uma pintura na borda das
pginas. Esta feita a mo em um livro fechado, as vezes difceis de ver. A
menos que o livro esteja aberto e as bordas das pginas no ngulo correto,
possvel ver a borda do papel refletir o dourado.
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Associao: relaciona a posse anterior de personalidades importantes. O
valor da obra aumenta se houver assinatura do proprietrio anterior, ou mais
ainda, se na obra houver anotaes deste.
Assunto: museus e stios histricos normalmente tm muitos livros e folhetos
que so altamente colecionveis devido ao seu assunto, mesmo sem um
grande valor monetrio, e apesar disso devem ser considerados obras raras.
Todos estes fatores esto interrelacionados e contribuem para a
determinao da raridade de um livro. Um livro raro em uma pequena
biblioteca pode no ser considerado raro em um grande repositrio como a
Biblioteca do Congresso, que, devido limitaes (por exemplo, espao ou
recursos), muito mais seletiva sobre o que considera um livro raro. Uma
biblioteca de livros raros pode estar nas prateleiras abertas de outra
biblioteca. Ou seja, se um livro passvel de ser raro, trate-o como raro at
que se prove o contrrio. Assim como Reifschneider afirma que
[...] coloc-lo nas Obras Raras no significaria restringir o acesso, mas preservar algo que dificilmente poder ser substitudo. O desconhecimento leva no-preservao e, portanto, indisponibilidade de obras raras a pesquisadores. (REIFSCHNEIDER, 2008, p.71)
A ttulo de ilustrao, demonstraremos o exemplo da renomada livraria
Barnes and Noble que comercializa livros raros e colecionveis, e estabelece
critrios prprios para tal, priorizando, claro, a escassez e a demanda.
A livraria tentou classificar o inventrio com base em informaes fornecidas
por seus vendedores; detalhes como procedncia, edio, formato e assinaturas.
Abaixo esto relacionados alguns dos critrios gerais usados para considerar um
livro raro e colecionvel, que so:
Livros de artistas;
Dedicatrias;
Exemplar nico;
Primeiras edies (quando so por mais de U$ 50);
Pinturas em bordas de pginas ;
Couro, velino, ou camura;
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Edies limitadas;
Livros em miniatura;
Esgotado;
Impresso confidencialmente;
Cpias assinadas.
Portanto, a obra rara deve ser vista como um documento com caractersticas
nicas, com peculiaridades que nenhuma outra obra ou poucas obras de uma
mesma edio possuem, o que a torna mais visada e procurada. Contudo, deve-se
ter um tratamento especial e um maior cuidado com a segurana delas nas
bibliotecas ou em outros tipos de instituies onde os acervos esto localizados.
Devido a essas caractersticas nicas, esses documentos ganham um valor muito
elevado, sendo comercializadas por colecionadores e biblifilos.
As obras raras possuem um importante papel na histria de uma instituio,
autor ou at mesmo de uma civilizao. Por isso, elas recebem um tratamento
especial em sua preservao e segurana. Pois possuem um contedo nico, e
perdendo-se este rico contedo, pode-se perder um relato que jamais poder ser
substitudo. Por conta disso, o acesso a essas obras acaba-se tornando muito
restrito, onde s possvel acess-los muitas vezes com a superviso de um
funcionrio e com agendamento em horrio de visitas. Esses so apenas alguns dos
cuidados que uma instituio exerce quanto ao acesso a essas importantes obras.
Alm de usar mtodos na poltica de acesso e consulta de obras raras,
muitas bibliotecas investem em uma alta segurana, pois o que determina o valor de
uma obra rara a sua procura, e se uma obra identificada como nica ela se torna
muito valiosa e muito procurada, o que pode acarretar um possvel caso de extravio
dessa obra na instituio em que ela se encontra. Devido ao alto valor de alguns
exemplares, muitos so guardados em cofres, onde somente os chefes das sees
de obras raras da instituio tem acesso, pois uma responsabilidade enorme tal
acesso a essas obras. Com isso, obras consideradas extremamente importantes
para pesquisas em diversas reas, possuem acesso muito restrito, dificultando
assim a disseminao da informao e do conhecimento.
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Outro fator que determina a dificuldade no acesso a questo da
preservao dessas obras, pois como a maioria delas data de um perodo antigo,
muitas encontram-se em estado frgil por causa da deteriorao do material fsico
ao longo do tempo. Por isso, o manuseio das obras deve ser feito com o mximo de
cuidado possvel para que o formato fsico delas no seja danificado. Portanto, para
que essas obras no sejam danificadas com a consulta excessiva dos usurios,
muitas possuem acesso restrito para que assim possam ser conservadas por mais
tempo.
Diante do exposto, a segurana e a preservao de obras raras surgem
como os principais empecilhos para o acesso s obras raras de uma instituio.
Mas o tratamento especial fornecido a essas obras extremamente necessrio, j
que elas constituem o suporte fsico da informao contida nesses documentos, pois
s assim possvel conservar o contedo valioso e frgil desse acervo.
4.3 Digitalizao de documentos
A digitalizao de documentos surge com um importante papel para a
preservao da informao e disseminao do conhecimento no ambiente digital.
Pois atravs da digitalizao das obras raras originais das bibliotecas tradicionais,
torna-se mais cmodo para o usurio e para a instituio o acesso s obras em um
suporte eletrnico. A digitalizao de obra rara definida como:
[...] processo de codificao ou converso de informaes analgicas em informaes digitais. Processo de captao, armazenamento, manipulao transmisso e recuperao de imagens em formato digital, por meio de escner. (CUNHA; CAVALCANTI, 2008, p.125)
Para as obras raras, alm de aumentar a acessibilidade e a disponibilidade
das obras, outros benefcios podem ser obtidos com a digitalizao dos documentos
raros, como: melhor nvel de preservao destes, pois com a diminuio do
manuseio e exposio das obras, o documento pode ser acessado por outro meio
que no seja o fsico; a garantia de segurana dessas obras, pois com a opo do
acesso eletrnico, possveis casos de extravios de obras valiosas podero ser
evitados.
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A digitalizao de documentos de obras raras tem um importante papel que
o de preservar o contedo histrico e cultural de obras importantes do passado,
com grande valor simblico para muitas reas do conhecimento. Muitas dessas
obras demonstram o incio de teorias importantes de grandes pensadores e at
mesmo o comeo do grande desenvolvimento da cincia e da imprensa. Elas so o
marco para muitas reas, por isso possuem grande valor histrico e financeiro.
O grande mecanismo que auxilia o processo de disseminao das obras via
ambiente eletrnico a Internet. Pois atravs dela, os documentos sero
democraticamente acessados por quem possuir acesso rede. Diemer (2010, p.39)
afirma, que com a digitalizao e a disponibilizao das colees de obras raras
digitalizadas na Internet, a procura pelo material impresso se reduzir, beneficiando
a sua preservao sem dificultar o seu acesso. Webb (2006 apud NARDINO;
CAREGNATO, 2005, p.399) lembra, que o documento digitalizado uma cpia de
um documento original existente em outro suporte e consult-lo poupa o original do
manuseio e conseqente degradao.
Porm, a digitalizao no garante a salvaguarda dos objetos fsicos, mas
contribui para o uso menos frequente dos originais, cumprindo assim com seu papel
preservacionista. (ARELLANO, 1998, p.31)
Com isso, a digitalizao de documentos tem o objetivo de promover o
contedo importante das obras raras, preservando a informao histrica do
passado para disseminar o conhecimento e gerar novas informaes de obras
importantes no futuro.
Todo documento que submetido ao processo de digitalizao
processado por meio de escaneamento do material e simbolicamente representado
pela combinao de nmeros, consistindo esta numa representao em bits. A
representao binria, que a mais simples representao digital que existe,
composta unicamente em dois valores lgicos: 0 e 1. Combinando esses
valores, cria-se um sistema de representao digital atravs do qual podem-se
representar documentos em formato fsico, transformando-os em documentos em
formato digital.
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Depois de digitalizadas, as imagens so formadas por conjunto de pontos, chamados pixels. Quanto maior for esse nmero, melhor a resoluo da imagem. Cada pixel possui um valor tonal (branco ou preto e passando por tons de cinza ou colorido) e digitalmente a representao do cdigo binrio (tambm conhecido como bits). Esses bits so armazenados e depois interpretados por um software. (DIEMER; BRAGA, 2010, p.24)
Segundo Falco (20--), para escanear um documento preciso fazer alguns
ajustes no software do equipamento a ser utilizado para a digitalizao. Com esse
software possvel gerenciar as funes do scanner, que pode ser acionado por
meio de um editor de imagens. Qualquer alterao nos procedimentos do processo
de digitalizao afeta diretamente o tamanho do arquivo, portanto para fazer uma
digitalizao adequada e posterior uso em ambiente eletrnico, preciso seguir os
trs ajustes a seguir:
1 ajuste (resoluo): o scanner "quebra" a imagem e armazena suas
formas e cores em pequenos pontos chamados pixels. O valor da resoluo define a
quantidade de pontos por polegada (em ingls, dots per inch, ou dpi) a serem
capturados. Assim, ao dizer que uma imagem tem 300 dpi, queremos dizer que em
cada polegada da imagem h 300 pontos. Quanto maior este nmero, mais definida
(e maior) ser a imagem resultante no computador.
Em caso de fotos, ou documentos com letras de tamanho comum
(procuraes, etc.) uma resoluo de 100 dpi deve ser suficiente; e em casos de
documentos cujas letras sejam pequenas, aconselhvel uma definio maior, algo
em torno de 150 dpi.
2 ajuste (profundidade de cores ou qualidade da cor - 1 bit, 8 bits, 16
bits, 24 bits): basicamente, existem trs opes: colorido, escala de cinza e preto-e-
branco, sendo que uma imagem,
preto-e-branco ocupa 1 bit para cada pixel;
256 cores ou escala de cinza ocupa 8 bits para cada pixel;
65.536 cores ocupa 16 bits para cada pixel e
16,8 milhes de cores ou True Color ocupam 24 bits para cada pixel.
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Quanto maior a profundidade de cores (bits), maior a quantidade de
informaes capturada pelo scanner, e, portanto, maior a similaridade entre a cpia
e o original. O arquivo gerado tambm ser maior.
3 ajuste (formato do arquivo): o formato em que voc salva seus
documentos digitalizados tambm uma deciso importante a ser tomada. Entre os
mais comuns esto BMP, JPEG, TIFF, DOC, XLS e PDF. Cada um desses formatos
possui suas vantagens e desvantagens, sendo que a escolha de um ou outro est
diretamente relacionada com a utilizao posterior do arquivo final.
(FALCO, 20--, p.2)
De acordo com Tammaro e Salarelli (2008), a principal vantagem da
representao digital o da universalidade da prpria representao do documento.
Pois a partir do momento em que todo meio, texto, imagem ou som codificado num
formato nico conversvel para uma sequncia de bits, todos os diferentes tipos de
informao podem ser tratados da mesma maneira e pelo mesmo tipo de
equipamento.
Uma vantagem do documento digital comparado com o documento
tradicional segundo Tammaro e Salarelli (2008, p.13), a possibilidade de ser
formalmente manipulado, de ser desmontado e remontado em mil combinaes
diferentes sem jamais perder a possibilidade de manter intacto o original.
O processo de digitalizao de documentos um novo marco para a
informao, assim como foi o surgimento do papel, e posteriormente o da imprensa,
o que acarretou tambm mudanas quanto aos formatos de registro bibliogrfico
fazendo com que pudessem representar os respectivos contedos com preciso.
Agora com o avano da tecnologia, a digitalizao surge para facilitar o acesso
informao contida no documento, disponibilizando o que antes era exclusivamente
fsico, para o meio eletrnico.
De acordo com Nascimento (2006) um dos desafios para o processo de
digitalizao est relacionado aos hardwares e softwares utilizados, pois com a
rapidez do avano da tecnologia muitos deles se tornam obsoletos com o tempo. Por
isso os itens bsicos para uma boa digitalizao so:
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Computador: o mximo de memria RAM possvel para armazenagem
dos dados, processador otimizado para manipulao de imagens, conexo do tipo
USB ou IEEE1394, e gravador de CD e DVD.
Monitor: de alta qualidade, com tela acima de 17 polegadas, alta
resoluo e velocidade, e sem tremulaes.
Scanner: sensor de imagem com a maior resoluo ptica possvel, maior
profundidade de cores com preto e branco (1 bit), 256 cores ou escala de cinzas (8
bits), e True Color (24 bits). Com maior profundidade de cores, maior a similaridade
entre a cpia digitalizada e o original impresso.
Softwares: so necessrios os softwares para escaneamento, por meio
do qual possvel salvar os arquivos em formatos TIFF, JPEG, GIF, por exemplo. E
os softwares para edio de imagem aps a digitalizao, como por exemplo, o
Adobe Photoshop.
(NASCIMENTO, 2006, p.20-24)
Ainda segundo Nascimento (2006), para o processo de digitalizao
preciso que se criem trs verses de arquivos de imagens, sendo eles: a imagem
mestra, a imagem de acesso e a imagem em miniatura, pois atravs desse
procedimento; assegura-se o nvel elevado de qualidade nas imagens, facilita-se o
acesso a imagens digitais, e evita-se a duplicao na digitalizao. Abaixo so
caracterizadas essas verses de imagens:
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Quadro 2 - Caractersticas dos arquivos de imagens
Fonte: NASCIMENTO, A. C. A. A. et al. Guia para digitalizao de documentos: verso 2.0. Braslia: EMBRAPA, 2006.
A informao eletrnica est entrando cada vez mais em questo devido
rpida disseminao dos meios eletrnicos que as tecnologias de informao
proporcionam sociedade. De acordo com Amaral (2005, p.3), O uso de novas
tecnologias de informao e a associao do computador s tecnologias de
comunicao propiciaram o aumento das facilidades em relao ao fluxo e acesso
informao e ao conhecimento.
A informao eletrnica se adequou ao novo cenrio de mercado que surgiu
ao longo dos anos. Com isso, ela classificada de acordo com as necessidades de
cada profissional e define seu mercado da seguinte maneira:
(a) orientado para a pesquisa, integrado pelos pesquisadores ligados pesquisa bsica, que necessitam da documentao que fundamente seus trabalhos; (b) orientado para a misso tecnolgica,
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composto pelos que fazem pesquisa aplicada e cientistas da rea das exatas e humanas com misses definidas, (c) orientado para o pblico em geral, o de negcios e os tomadores de deciso. (SMITH, 1980 apud AMARAL, 1994, p.2)
Assim pode-se perceber todo um potencial mercadolgico da informao
eletrnica, em se tratando de marketing da informao. Tendo uma viso da
informao como produto ou servio, ela tem uma funo crucial e de acordo com
Amaral (1998, p.2) torna-se um recurso necessrio, tanto no ambiente de pesquisa,
como no ambiente de negcios, podendo assim ser considerado um desafio para os
profissionais interessados em marketing.
4.4 Biblioteca Digital
Com o progresso da tecnologia instaurado pelo processo de globalizao, a
rea da informao sofreu uma srie de transformaes que, cada vez mais visveis
desde a exploso informacional no perodo ps-segunda guerra mundial,
culminaram no surgimento das bibliotecas digitais nos anos 90, como sendo o futuro
das bibliotecas fsicas. Muitos acreditavam que as bibliotecas fsicas seriam
totalmente substitudas pelas futuras bibliotecas digitais, e que a informao
impressa desapareceria. Mas hoje, alguns afirmam que o que acontecer ser um
processo de biblioteca hbrida, onde a biblioteca fsica atuar conjuntamente com a
biblioteca digital, formando um sistema hbrido em que a informao ser
disponibilizada tanto em suporte fsico, como em suporte digital. Beneficiando ainda
mais o usurio com diferentes tipos de formas de acesso a uma mesma informao.
A rede mundial de computadores, a Internet, surge como grande aliada
nesse marco das unidades de informao. Graas a isso, as bibliotecas digitais
surgiram e a informao que antes era fornecida somente no ambiente delimitado e
fsico, pode se expandir em um ambiente sem fronteiras pelo mundo todo atravs da
tecnologia em rede de computadores. Antigamente muitas bibliotecas visavam a
riqueza de seu contedo pelo tamanho de seu acervo, mas atualmente, com o
surgimento das bibliotecas digitais esse paradigma mudou, e hoje a riqueza do
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contedo de uma biblioteca reside na maior facilidade de acesso informao
disponibilizado em rede. Nardino e Caregnato explicam que:
[...] hoje as bibliotecas digitais esto disponibilizadas na rede e podem ser acessadas 24h por dia, de qualquer ponto do planeta onde haja conexo disponvel. O cerne da biblioteca passou a ser o acesso, e no mais o acervo. Passou a ser a informao, no mais o documento. [...] (NARDINO; CAREGNATO, 2005, p.393)
A economia de espao, a preservao do acervo e o acesso simultneo de
vrios usurios para um mesmo documento so algumas vantagens advindas do
surgimento da biblioteca digital. Segundo Arellano (1998, p.24) as tarefas bsicas
que caracterizam os servios das bibliotecas digitais so:
Criar um ambiente compartilhado que conecte os usurios colees de
informao pessoal, colees encontradas em bibliotecas convencionais e colees
de dados usadas por cientistas.
Desenvolver interfaces de informao gerais ou especializadas relevantes
aos seus usurios.
Prover acesso a um grande nmero de fontes de informao e colees
de qualidade, ambas em verses on-line, integrando-as com os objetos fsicos da
informao.
Promover um ambiente que permita a experimentao e a incorporao
de novos servios e produtos.
Facilitar a proviso, disseminao e uso da informao por instituies,
grupos e indivduos.
Armazenar e processar informao em mltiplos formatos, incluindo texto,
imagem, udio, vdeo, 3-D, etc.
Intensificar a comunicao e colaborao entre os sistemas de
informao para benefcio da sociedade em geral.
A biblioteca digital tem uma importncia extrema no s para a
disseminao da informao, mas como um novo meio de preservao do
documento, facilidade no acesso, comodidade para o usurio dando maior eficincia
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e eficcia na pesquisa, divulgando assim maiores benefcios aos servios da
biblioteca para a sociedade.
A biblioteca digital surge como grande aliada para a disseminao da
informao rara em rede. Pois com a ajuda desta ferramenta tecnolgica, um servio
que antes era considerado de difcil acesso em praticamente todas as bibliotecas
que possuam uma sesso de obras raras, agora poder disponibilizar seu acervo
com uma maior facilidade, desburocratizando as polticas de acesso s obras raras
nas bibliotecas e democratizando o acesso informao e ao conhecimento.
Problemas com o acesso devido segurana de obras consideradas
valiosas e preservao do acervo fsico considerado frgil devido idade da obra,
podem ser resolvidos com o advento da biblioteca digital de obras raras. Pois o
acervo digital uma forma alternativa de acesso informao do documento raro.
Atravs desse novo servio, ambos os lados so beneficiados, com o usurio tendo
a informao com maior facilidade atravs da rede, e com a preservao do
documento raro em seu acervo fsico.
Segundo Falk (2003, NARDINO; CAREGNATO, 2005, p 400), as colees
raras e especiais tm sido digitalizadas no apenas com propsitos de preservao,
mas principalmente com a inteno de ampliar o acesso a esses materiais. A
divulgao deste servio a resoluo de outro problema para este tipo de acervo,
pois com uma maior visibilidade da obra possvel que o acesso aumente,
beneficiando assim o servio.
Atravs da biblioteca digital, possvel que vrios usurios, ao mesmo tempo, consultem a mesma obra, o que no seria possvel atravs da consulta realizada na biblioteca. Sendo assim, a biblioteca digital constitui a melhor alternativa para o mltiplo acesso. (NARDINO; CAREGNATO, 2005, p.401)
O servio de biblioteca digital de obras raras contribuiria para que todos os
problemas como a segurana, preservao e acesso s obras raras fossem
resolvidos. Mas para que a eficcia desse servio seja alcanada, preciso uma
divulgao adequada, ou seja, um marketing do servio direcionado s obras raras.
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4.5 Preservao das obras raras
Com muitos benefcios advindos da digitalizao de documentos e da
biblioteca digital, como um aumento na segurana do acervo raro devido
diminuio da consulta ao acervo fsico, e com o aumento do acesso s obras raras
no acervo eletrnico disponvel na biblioteca digital de obras raras, por meio da
Internet, surge mais um benefcio que e sempre foi ao longo dos anos um dos
fatores de maior prioridade em um acervo raro, que a questo da preservao. De
acordo com Hedstrom (1996, apud ARELLANO, 2004, p.17), a preservao digital
o planejamento, alocao de recursos e aplicao de mtodos e tecnologias para
assegurar que a informao digital permanea acessvel e utilizvel.
A necessidade de preservao funciona como um dos argumentos para a
restrio do acesso s obras raras ao longo dos anos. Com isso, procura-se justificar
o zelo excessivo por parte dos bibliotecrios com o manuseio desses documentos, e
principalmente quando se trata da consulta de usurios ao documento desejado.
A consulta realizada pelo usurio no acervo fsico deve seguir as instrues
do bibliotecrio para danificar o mnimo possvel a obra rara. Dependendo do
material, luvas e mscaras devem ser utilizadas no apenas para a proteo do
objeto manuseado, mas tambm para a proteo do usurio (REIFSCHNEIDER,
2008). Com o surgimento da biblioteca digital de obras raras, atualmente esta
consulta pode ser feita em meio eletrnico com muito mais comodidade e
praticidade, e com a ajuda de recursos que antes no eram possveis, como: a
funo do zoom, a disponibilizao da obra 24 horas e ilimitada para todos os
usurios que desejam acess-las. Com isso, Arellano (1998, p. 28) afirma que a
maior vantagem que a biblioteca digital trouxe sobre as outras formas de converso
de textos antigos pelo fato dela prover um novo tipo de preservao dos materiais
raros e frgeis, alm do uso simultneo de vrios usurios, o que resulta em
economia de espao fsico, vantagens que no so possveis com o documento
impresso.
A digitalizao e disponibilizao destas obras raras em meio digital, devem
garantir a originalidade das obras. Pois segundo Marchionini,
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As cpias em suporte informtico de documentos originais no-nicos constitudos originalmente por suporte de papel ou, de qualquer modo, no-informticos, substituem, para todos os efeitos legais, os originais dos quais foram tiradas se sua conformidade com o original for garantida pelo responsvel pela conservao [...] (MARCHIONINI, 2003 apud TAMMARO, 2008, p.15):
Pois somente assim ser possvel o acesso seguro a elas. Com a
originalidade garantida, possvel a disponibilizao do acervo digitalizado nas
bibliotecas digitais:
[...] no momento em que as bibliotecas digitais decidem disponibilizar as obras raras, elas assumem a responsabilidade de garantir para o usurio que a informao disponibilizada autntica e de que a durabilidade do objeto digital persistente; a biblioteca passa assim a realizar a tarefa de preservao intelectual das obras digitalizadas. (ARELLANO, 1998, p.32)
Portanto, assim a biblioteca digital passa a ter tambm um papel importante
para o acervo raro, que o de preservar o contedo, ao mesmo tempo
disponibilizando um maior acesso informao. A biblioteca digital possibilitada pelo
advento da digitalizao de documentos contribui para a preservao das obras
raras, tanto do acervo fsico, como cria tambm uma segunda alternativa de
preservao, a do meio digital, representando assim um back up das informaes
raras. Chepesiuk (2001, apud NARDINO; CAREGNATO, 2005, p.399) afirma que
[...] a digitalizao ajuda a preservar os materiais frgeis, tirando-os de circulao e
promovendo seu acesso atravs de um formato alternativo, reduzindo assim os
riscos aos quais estariam sujeitos atravs do manuseio.
Segundo Tammaro e Salarelli ,
a capacidade de um documento digital sobreviver no tempo diretamente proporcional sua fcil reprodutibilidade e inversamente proporcional instabilidade dos suportes at hoje utilizados. (TAMMARO; SALARELLI, 2008, p.16)
Ou seja, existe grande facilidade para escanear um documento e
disponibiliz-lo em meio digital, porm com o rpido avano da tecnologia no
possvel determinar a vida til de um documento digitalizado devido
desatualizao acelerada dos suportes eletrnicos. Por conta disso Reifschneider
explica que:
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[...] os arquivos digitais no so meios absolutamente seguros para se manter toda a informao existente: a segurana das informaes preservadas digitalmente o mais novo desafio com o qual temos de lidar hoje. O importante que haja um empenho crescente na preservao das informaes produzidas, que se perdem em ritmo crescente. [...] (REIFSCHNEIDER, 2008, p. 72,73)
Portanto, a digitalizao uma forma de preservao digital de obras raras.
Porm como todo suporte, este deve tambm ter um tratamento especial no seu
manuseio e preservao. Pois o suporte eletrnico vive em constante
desatualizao, e para que a informao seja preservada com segurana, preciso
que os suportes sejam atualizados periodicamente.
4.6 O marketing em obras raras
O marketing em obras raras pode ser exercido com o uso da tecnologia.
Com todos os recursos tecnolgicos apresentados nos captulos anteriores
possvel divulgar o servio da sesso de obras raras de uma biblioteca, promovendo
de forma mais eficiente o produto, no caso o documento raro, para o usurio. Assim
tem-se uma maior eficcia no acesso e disseminao da informao.
O marketing digital aplicado com a finalidade de estreitar a comunicao entre o usurio e a biblioteca, utilizando-se da tecnologia, interligando funes e associando os mais diversos servios e produtos disponveis (MELGAREJO, 2008?, p.5)
O grande desafio das bibliotecas para o setor de obras raras fazer com
que a informao do passado se combine com o suporte do futuro, no caso a
transformao do documento impresso em documento eletrnico atravs da
digitalizao, e aps esse processo, disponibiliz-lo em rede para disseminao da
informao em ambiente digital. Dessa forma, amplia-se o acesso por parte dos
usurios e finalmente atinge-se o objetivo de todas as bibliotecas, que a
disseminao do conhecimento. Pois somente assim a instituio, biblioteca, ser
capaz de oferecer ao usurio o valor da informao digital e seus benefcios
advindos do processo da digitalizao e disponibilizao do contedo na biblioteca
digital de obras raras, como afirma Melgarejo,
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[...] o marketing digital voltado s bibliotecas, uma forma instigante de universalizar a informao, promovendo e alavancando a gesto do conhecimento, que coleta, cria, organiza, compartilha e dissemina informaes com o propsito de reforar a importncia da informao na Sociedade da Informao. [...] (MELGAREJO, 2008?, p.6)
Portanto de extrema importncia a criao de uma biblioteca digital de
obras raras para uma biblioteca, pois atravs dela possvel fazer uma maior
divulgao do acervo raro, atingindo assim o objetivo do marketing, que a
promoo dos servios e produtos atravs do suporte digital trazendo benefcios aos
usurios, como maior comodidade e rapidez no acesso s suas necessidades
informacionais.
5 ESTUDO DE CAMPO: entrevistas nas bibliotecas do STF e Senado
As duas bibliotecas escolhidas para a pesquisa de campo e anlise dos
dados com a comparao dos servios e produtos de unidades de informao foram
as seguintes instituies: Biblioteca Ministro Victor Nunes Leal do Supremo Tribunal
Federal e Biblioteca Acadmico Luiz Viana Filho do Senado Federal, que tiveram
uma considervel contribuio em um mbito prtico do assunto abordado nesta
monografia. Nessas instituies foram aplicados questionrios aos representantes
dos setores de obras raras, perguntas subjetivas e objetivas para coleta dos dados,
e posteriormente foram feitas visitas guiadas com os responsveis pelas sees de
obras raras ao acervo, para coleta de imagens fotogrficas do ambiente fsico e
equipamentos do setor.
Como critrios para a seleo das bibliotecas a serem estudadas, a presente
pesquisa considerou os seguintes requisitos: que a biblioteca possusse um setor de
obras raras; que a biblioteca realizasse a digitalizao de obras raras; que a
biblioteca disponibilizasse o acervo digitalizado em biblioteca digital. Portanto, as
duas bibliotecas estudadas possuem os requisitos necessrios para estudo de
campo.
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5.1 Biblioteca do STF
A Biblioteca Ministro Victor Nunes Leal especializada na rea de Direito e
possui aproximadamente 100.000 obras divididas em livros, peridicos e materiais
especiais, tanto nacionais como estrangeiros. A origem da biblioteca do STF
coincide com a data da instalao do Tribunal, que foi mencionada no regimento
interno de 1891. Porm o registro mais antigo da biblioteca data de 1912, sendo
considerada essa a data de fundao da mesma. Em 1960, a biblioteca foi instalada
no edifcio sede do STF com a mudana da capital federal para Braslia. Em 1979, o
acervo passou a utilizar a classificao decimal de Dewey, que antes era o sistema
topogrfico simples, melhorando a estrutura e organizao do acervo. Em 1987, a
biblioteca comeou o seu processo de automao do acervo e fez a instalao de
computadores com terminais para consulta. Em 2001, no dia 18 de abril a biblioteca
passou a ser chamada oficialmente de Biblioteca Ministro Victor Nunes Leal,
homenagem em razo da contribuio do Ministro para a sistematizao das
decises predominantes do Tribunal por meio das smulas, das quais foi o grande
idealizador. Em 2007, foi lanada pela Ministra Ellen Gracie, a primeira verso da
Biblioteca Digital, que contava, inicialmente, com as Colees Obras Completas de
Rui Barbosa, Obras Raras e Obras em Domnio Pblico. O projeto da biblioteca
digital tinha o intuito de modernizar o acervo e disponibiliz-lo em rede para os
usurios. No mesmo ano de 2007, foi implementado um novo site do STF, facilitando
a atualizao dos contedos e a disponibilizao das informaes dos produtos,
servios e informaes da Biblioteca aos seus usurios, onde o link para acesso
biblioteca foi disponibilizada no menu principal da pgina do Supremo Tribunal
Federal. Em 2010, foi feita a aquisio do scanner planetrio Copibook HD I2S (ver
figura 5, p.54) para digitalizao de obras raras e material bibliogrfico em
dimenses maiores. Disponibilizando em ambiente digital a partir da, arquivos
digitalizados de obras importantes da biblioteca em altssima qualidade. No mesmo
ano de 2010, no dia 15 de abril, foi lanada a segunda verso da Biblioteca Digital,
no Salo Branco, pelo ministro presidente Gilmar Ferreira Mendes. (BRASIL,
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL).
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5.1.1 Entrevista na Biblioteca do STF
A biblioteca Victor Nunes Leal do Supremo Tribunal Federal possui cerca 3
mil obras raras em seu acervo, que possui colees em diferentes reas das
cincias humanas, como: Histria, Arte, Literatura, Filosofia e Direito, sendo a ltima
o enfoque do acervo. As sugestes citadas para que o acesso ao setor de obras
raras aumente foram: o conhecimento do acervo, a divulgao do acervo no site da
biblioteca, a melhoria da estrutura fsica para alocao das obras raras, dando mais
visibilidade ao setor.
O acervo digitalizado em parte, ou seja, est em processo de digitalizao.
A desvantagem da digitalizao citada na entrevista seria a manipulao das obras
no processo de digitalizao tendo como conseqncia a danificao do material,
que considerado frgil. J a vantagem seria principalmente a divulgao das obras
tendo um maior acesso e a no manipulao do acervo no momento da consulta por
parte dos usurios, preservando assim a estrutura fsica das obras originais. A
biblioteca comeou a digitalizar seu acervo a partir da gesto da ministra Ellen
Gracie no STF, que sugeriu que a biblioteca modernizasse seu acervo digitalizando
suas obras e disponibilizando-as em ambiente digital. Foi afirmado na entrevista que
a digitalizao das obras raras contribuiu mais para a divulgao do acervo. feito
um treinamento de funcionrios da biblioteca para a digitalizao das obras raras.
No processo de digitalizao, primeiro identificado se a obra precisa de uma
restaurao, e em caso afirmativo, ela enviada ao laboratrio de restaurao de
livros para posteriormente ser escaneada no scanner planetrio Copibook HD I2S,
ou seja, o equipamento adequado para digitalizao de obras raras, uma ferramenta
que contm todos os cuidados possveis para que a obra no seja danificada no
momento da digitalizao, como a proteo de lombada (ver figura 7, p.56). A
prioridade na digitalizao das obras so as demandas de usurios, ou seja, o
usurio envia sua sugesto de obra desejada para que esta seja digitalizada, para
assim o setor providenciar a digitalizao. A segunda prioridade a digitalizao de
documentos na rea de Direito e documentos da instituio. O formato de imagem
mestra o formato TIFF, a imagem para acesso o formato PDF, e a imagem em
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miniatura o formato JPEG, com tamanhos de maior qualidade para menor,
respectivamente. O aspecto positivo na digitalizao foi afirmado devido facilidade
no acesso, e outro fator positivo citado na entrevista que atravs de um livro
digitalizado, pode-se fazer uma busca textual dentro do arquivo em PDF.
A biblioteca digital foi criada em 2007 com o intuito de modernizar e divulgar
o acervo. O acesso biblioteca digital de obras raras totalmente livre, ou seja,
qualquer usurio pode acessar o acervo sem que precise de algum tipo de senha ou
cadastro no site da instituio.
A nica troca de informaes no aspecto de cooperao entre instituies
para comutao de material digitalizado foi a parceria com a instituio cultural
Centro de Rui Barbosa, onde foram adquiridas obras digitalizadas do autor para
serem inseridas no acervo raro da biblioteca digital de obras raras do STF.
Em relao ao marketing, no intuito da divulgao do acervo raro em
ambiente digital, houve uma melhoria. Mas no momento, ainda tem muito a
melhorar, pois a divulgao dos produtos e servios no site da biblioteca ainda no
possui uma visualizao adequada para que os usurios encontrem os links de
acesso de forma rpida e eficaz. O entrevistado acredita que o marketing das obras
raras est principalmente ligado poltica institucional, pois de acordo com ele a
biblioteca uma rea meio para que a informao chegue at os seus usurios
potenciais, no caso, os funcionrios do STF. Por isso necessita ainda de uma maior
visibilidade para que a informao institucional seja disseminada de forma eficiente.
Em relao segurana, houve uma melhoria para o acervo. Mas antes da
digitalizao no havia casos de extravios de obras. Ento a digitalizao serviu
como um cuidado a mais para o acervo, no s assegurando o valor das obras, mas
a integridade das mesmas, preservando-as do manuseio constante em relao ao
que acontecia antes da digitalizao. Ento, a digitalizao foi uma vantagem no s
para a segurana das obras, mas tambm para a preservao fsica das mesmas.
Na entrevista foi afirmado que a maioria dos usurios no sabe da existncia
do setor de obras raras, e muito menos da biblioteca digital de obras raras. Pois h
uma defasagem em relao divulgao desse setor. Em relao ao acesso por
parte dos usurios, a consulta ao acervo livre, porm o manuseio das obras feita
com o uso de luvas e mscaras para proteo prpria sade do usurio, e s
feita com a superviso de um bibliotecrio para evitar-se a danificao do material
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consultado. Em relao ao novo perfil do usurio em decorrncia da digitalizao,
houve uma mudana, pois aumentou o acesso e estes usurios passaram a
conhecer mais o acervo, os servios e produtos da biblioteca em ambiente digital. O
acervo raro fsico tem uma importncia para a memria institucional e para a
disseminao histrica da informao para os usurios da biblioteca. J o acervo
raro digital tem uma importncia no alcance da divulgao da informao rara e a
preservao do acervo raro.
Figura 1. Estantes deslizantes do acervo do STF
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Figura 2. Obras Raras (Biblioteca do STF)
5.2 Biblioteca do Senado
A biblioteca Acadmico Luiz Viana Filho possui aproximadamente 390 mil
volumes, entre livros, folhetos, jornais peridicos, mapas e outros formatos na
coleo de multimeios. Ela foi fundada em 1826, na poca o Senado Federal se
chamava Cmara dos Senadores do Imprio do Brasil e a biblioteca, Livraria do
Senado. A idia de criar a biblioteca partiu do ento Baro De Cair, que apresentou
ao primeiro Presidente do Senado Federal, Visconde de Santo Amaro, a
necessidade de aquisio de publicaes para auxiliar os senadores nos trabalhos
legislativos. Com a mudana da capital da Repblica em 1960, a biblioteca foi
transferida para Braslia no mesmo ano, para o Palcio do Congresso Nacional. O
acervo comeou o seu processo de automao em 1972, a partir da parceria com o
Centro de Informtica e Processamento de Dados do Senado Federal
(PRODASEN), originando a Rede Sabi, uma das primeiras redes brasileiras de
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bibliotecas. Em 1979, a partir
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